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I Levantamento Municipal sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública no Município de Amparo/SP 2007 Maria de Fátima F. P. B. Pagan Maria Helena Vido Cesar José Bonjuani Pagan

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I Levantamento Municipalsobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas

entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médioda Rede Pública no Município de

Amparo/SP2007

Maria de Fátima F. P. B. PaganMaria Helena Vido

Cesar José Bonjuani Pagan

Este documento é um relatório contendo as análises dos dados obtidos no “I Levantamento Municipal sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública no Município de Amparo”, no Estado de São Paulo, complementadas com outras fontes de informação.

Sua publicação faz parte da Fase III do Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas, desenvolvido pela Secretaria de Governo e Cidadania, da qual fazem parte a Guarda Civil Municipal e a Coordenadoria de Assistência Social.

A coordenação geral do I Levantamento ficou a cargo da Coordenadoria de Assistência Social.

Maria de Fátima F. P. B. PaganCoordenadora Municipal de Assistência Social

Cássio Fernandes PacettaSecretário Municipal de Governo e Cidadania

Cesar José Bonjuani PaganPrefeito Municipal de Amparo

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Pessoal responsável pela realização da pesquisa

Pesquisa, adaptação, análise e elaboração do presente relatório

Maria de Fátima F. P. B. PaganPsicóloga, Mestre em Psicologia da Educação pela UNICAMP1 e Coordenadora da Assistência Social do Município de Amparo.

Maria Helena VidoPsicóloga, Assessora Técnica em Projetos da Coordenação Municipal de Assistência Social e responsável do PAIS – LA/PSC♣.

Cesar José Bonjuani PaganDoutor em Física, Livre-Docente em Engenharia Elétrica, Professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação/UNICAMP e Prefeito Municipal de Amparo.

Relação de Aplicadores do Questionário

Carmem Pinto Martins Fedel Betin, Monitora de Informática (Central de Capacitação)Erick Bueno de Ávila, Prof. de Educação Física (Coordenação de Assistência Social)Heloísa M. V. Jacob Gutierrez, Assessora Administrativa (Coordenação de Assistência Social)Janaína Cátia Gonzáles Barbosa, Agente Administrativa (Secretaria Municipal de Educação)Leila Medeiros de Oliveira Soares, Assistente Social (Coordenação de Assistência Social)Magda da Silveira Campos Teixeira, Assistente Social (Coordenação de Assistência Social)Mara Gisela Darioli, Assistente Social (Coordenação de Assistência Social)Maria Aparecida Cândida da Silva, Assistente Social (Coordenação de Assistência Social)Maria de Fátima F.P.B.Pagan, Psicóloga (Coordenação de Assistência Social)Maria Helena Vido, Psicóloga (Coordenação de Assistência Social)Maria Luísa Pozzebon Benedeti, Psicopedagoga (Secretaria Municipal de Educação)Roseli Monteiro de Oliveira Brombim, Supervisora (Coordenação de Assistência Social)Sofia Virgínia Bueno dos Santos, Psicóloga (Coordenação de Assistência Social e Centro de Referência e Atenção à Mulher – CRAM)Yara Beatriz Pompeu de Souza, Psicóloga, Vice-presidente do CMDCA◊ de Amparo e membro a equipe técnica da Ação Social de Amparo (ASA)Vânia Aparecida de Oliveira Villas Boas, Casa do Caminho Paulo de Tarso/Albergue

Dirigentes

Cesar José Bonjuani Pagan, Prefeito MunicipalCássio Fernandes Pacetta, Secretário Municipal de Governo e CidadaniaMaria de Fátima F. P. B. Pagan, Coordenadora de Assistência SocialMarcelo Novo Barbato, Coordenador da Guarda Civil Municipal

1 UNICAMP: Universidade Estadual de Campinas. PAIS – LA/PSC: Projeto de Atenção e Inclusão Social (PAIS) para menores infratores em Liberdade Assistida (LS) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). CMDCA: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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Agradecimentos

Profa. Dra. Eliete Aparecida de Godoy – Secretária Municipal de Educação.Profa. Elin de Freitas Monte Claro Vascolcellos – Dirigente Regional de Ensino.Profa Kyoko Akyama – Supervisora de Ensino.Às Direções e aos Professores das Escolas Estaduais do Município de Amparo:E.E. Rangel PestanaE.E. Noedir MazziniE.E. Prof. Ariosto Ribeiro PersicanoE.E. Paulo TurollaE.E. Dionysia Gerbi BeiraE.E. Prof. José Scalvi de OliveiraE.E. Dr. Coriolano BurgosE.E. Luis LeiteE.E. Dr.Nelson Alves de GodoyE.E. Profa.Maria Ap.dos Santos CastroE.E. Francisco da Silveira FrancoA Ilmo. Sr. Marcelo Novo Barbatto – Comandante da Guarda Civil Municipal.A Monitora Márcia Lourdes Moysés pela digitação dos cadernos de avaliação.A Agente Administrativa Rita de Fátima T. C. Bunscheit pela digitação dos cadernos de avaliação.Ao Departamento de Comunicação Social da Prefeitura Municipal pela arte gráfica e diagramação dos cadernos de Pesquisa.À Secretaria Nacional de Segurança Pública pelo grande apoio ao patrocinar parte deste projeto.E finalmente, aos 2.846 alunos da Rede Pública de Amparo que ao responder os questionários da Pesquisa forneceram a matéria prima para que possamos transformar esse trabalho de diagnóstico em futuras ações dentro do Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas.

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Índice

Pessoal responsável pela realização da pesquisa.................................................................................3Agradecimentos......................................................................................................................................4Índice.......................................................................................................................................................5Índice de Tabelas....................................................................................................................................6Índice de Figuras.....................................................................................................................................8Prefácio.................................................................................................................................................10Histórico.................................................................................................................................................13O Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas.......................................................14A Metodologia da Pesquisa..................................................................................................................17Drogas pesquisadas e definições.........................................................................................................19Características da Amostra...................................................................................................................20Resultados............................................................................................................................................24Estatísticas do uso de drogas em geral................................................................................................38Projeção sobre a população jovem.......................................................................................................47Conclusões............................................................................................................................................49Anexo 1: Questionário utilizado na pesquisa........................................................................................50Referências...........................................................................................................................................60

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Índice de Tabelas

Tabela 1: Drogas pesquisadas nesta pesquisa....................................................................................19Tabela 2: Definições utilizadas para a freqüência no uso de drogas e álcool.....................................19Tabela 3: Características da amostra: Número de alunos pesquisados..............................................20Tabela 4: Número de estudantes do ensino fundamental na amostra, por escola, série e período....20Tabela 5: Número de estudantes do ensino médio na amostra, por escola, série e período..............20Tabela 6: Defasagem série/idade, comparação entre Amparo e São Paulo (V Levantamento Nacional)...............................................................................................................................................21Tabela 7: Não há relação entre a opinião do jovem quanto ao caráter de seus pais e o uso de álcool (teste do χ2 para p<0,01). ....................................................................................................................24Tabela 8: Não há relação entre a opinião do jovem quanto ao caráter de seus pais e o uso de drogas (teste do χ2, p<0,01, separados para a opinião sobre o pai e sobre a mãe).......................................24Tabela 9: Há relação entre a qualidade do relacionamento familiar e o uso de álcool (teste do χ2, p<0,01, separados para a relação entre os pais, para a relação com o pai e com a mãe).................25Tabela 10: Há relação entre a qualidade do relacionamento familiar e o uso de drogas (teste do χ2, p<0,01, separados para a relação entre os pais, para a relação com o pai e com a mãe).................26Tabela 11 Comparação entre Amparo e a região Sudeste (V Levantamento Nacional) sobre a influência da religião no uso de drogas. Tanto em Amparo quanto na região Sudeste observada-se que a religião atua protegendo o jovem do vício..................................................................................26Tabela 12 Comparação entre Amparo a região Sudeste (V Levantamento Nacional) sobre a influência da religião no uso de álcool. Na região Sudeste observada-se que a religião atua protegendo o jovem do vício; em Amparo esta tendência não foi detectada.......................................27Tabela 13 Comparação entre não-usuários e usuários pesados de álcool, com relação ao trabalho................................................................................................................................................................27Tabela 14 Comparação entre não-usuários e usuários pesados de drogas, com relação ao trabalho................................................................................................................................................................28Tabela 15: Número de jovens que responderam afirmativamente à questão sobre uso de maconha na vida, distribuídos por classe social, na amostra desta pesquisa.....................................................30Tabela 16: Porcentagem do total de doses dos tipos de bebida alcoólica consumidos por classe socioeconômica (SENAD4, 2007).........................................................................................................32Tabela 17: Perfil de renda nas escolas de ensino médio de Amparo em 2007...................................33Tabela 18: Defasagem Série/idade e dias que faltou à escola nos últimos 30 dias. Comparação com o uso de drogas.....................................................................................................................................33Tabela 19: Uso de álcool e drogas, distribuição por gênero e freqüência de uso...............................35Tabela 20 Tipos de uso de drogas, exceto álcool, distribuídos segundo gênero e idade...................35Tabela 21: Idade do primeiro uso das principais substâncias pesquisadas........................................35Tabela 22: Uso de álcool na vida entra usuários de solventes, maconha, cocaína e crack................36Tabela 23: Uso de drogas psicotrópicas, álcool e tabaco por estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública em Amparo e em São Paulo; os dados de São Paulo foram obtidos do V Levantamento Nacional em 2004.........................................................................................................38Tabela 24: Local que estava quando experimentou álcool pela primeira vez......................................39Tabela 25: Quem ofereceu bebida pela primeira vez...........................................................................40Tabela 26: Defasagem escolar e tipos de uso de álcool pelos estudantes. Observam-se diferenças, porém com pouco significado estatístico..............................................................................................40Tabela 27: Freqüência escolar nos 30 dias que antecederam a pesquisa e tipos de uso de álcool pelos estudantes. Observam-se diferenças importantes entre os grupos de não usuários e usuários................................................................................................................................................................42Tabela 28: Total estimado de usuários freqüentes de drogas e álcool em Amparo na população geral, na faixa dos 10 aos 24 anos de idade. Projeção a partir dos percentuais obtidos da amostra

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pesquisada. Os percentuais encontrados em nossa pesquisa para a faixa etária dos 10 aos 15 anos foi utilizados para inferir qual é o número total de usuários das diferentes substâncias na população estimada entre 10 e 14 anos de idade. Da mesma forma, os dados obtidos para a população acima de 16 anos foram utilizados para inferir o número de usuários na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade. Utilizamos a população estimada pelo IBGE para 2007, a partir dos dados do Censo de 2000................................................................................................................................................................47

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Índice de Figuras

Figura 1: Idade dos alunos da amostra................................................................................................21Figura 2: Distribuição de classes sociais dos alunos que freqüentam as escolas públicas em Amparo em comparação com a Capital (São Paulo).........................................................................................22Figura 3: Comparação entre estudantes que trabalham e que não trabalham na amostra pesquisada................................................................................................................................................................22Figura 4: Religião declarada pelos estudantes da amostra em Amparo..............................................23Figura 5: Comparação da ocorrência de uso freqüente de maconha, cocaína, crack, solventes e álcool entre os estudantes que trabalham e os que não trabalham no mês anterior à pesquisa. A prevalência no uso é maior em todos os casos....................................................................................28Figura 6: Rendimento do responsável pelo domicílio em Amparo e na Região de Governo (em salários mínimos)................................................................................................................................................29Figura 7: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de maconha (ao menos uma vez) na vida.................................................................................................29Figura 8: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de solventes (ao menos uma vez) na vida................................................................................................30Figura 9: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de drogas (ao menos uma vez) na vida, exceto álcool.............................................................................31Figura 10: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fazem uso pesado de álcool. .................................................................................................................................31Figura 11: Uso na vida de maconha, cocaína e crack. Comparação entre as escolas centrais e periféricas. Considerou-se as Escolas Estaduais “Luiz Leite”, “Rangel Pestana” e “Coriolano Burgos” como escolas centrais e as Escolas “Dionísia Gerbi Beira” (São Dimas), “Nelson Alves de Godoy” (Três Pontes) e “Francisco da Silveira Franco” (Arcadas) como escolas periféricas..........................32Figura 12: Uso freqüente de drogas nas escolas do ensino médio em Amparo. Comparação entre os períodos diurno e noturno.....................................................................................................................34Figura 13: Uso freqüente de álcool nas escolas do ensino médio em Amparo. Comparação entre os períodos diurno e noturno.....................................................................................................................34Figura 14: Seqüência do uso na vida de drogas. Nesta figura, os percentuais indicam a fração de jovens que uma droga antes de outra. Considerados apenas jovens com 16 anos ou mais. Questionários com idades de início de uso não informadas não foram incluídos nos percentuais.....36Figura 15: Uso pesado de álcool entre os usuários de drogas em geral............................................37Figura 16: Distribuição de idades em que os jovens experimentaram álcool pela primeira vez.........39Figura 17: Local que estava quando experimentou álcool pela primeira vez......................................39Figura 18: Quem ofereceu bebida pela primeira vez............................................................................40Figura 19: Tipos de uso de álcool. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004)...............40Figura 20: Tipos de uso de solvente. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004)...........42Figura 21: Idade em que o jovem usou solventes como droga psicotrópica pela primeira vez...........43Figura 22: Tipos de uso de maconha. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004)..........43Figura 23: Idade em que o jovem usou maconha pela primeira vez....................................................43Figura 24: Percentual de jovens que já fizeram uso de maconha na vida, segundo a idade do indivíduo pesquisado (em anos). Aproximadamente 40% dos jovens terá experimentado maconha até o início da idade adulta...................................................................................................................44Figura 25: Tipos de uso de cocaína. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004)............44Figura 26: Idade em que usou cocaína pela primeira vez (em anos)..................................................45Figura 27: Percentual de jovens que já fizeram uso de cocaína na vida, segundo a idade do indivíduo pesquisado (em anos). Mais de 10% dos jovens terá experimentado cocaína até o início da idade adulta.. .45Figura 28: Idade em que usou crack pela primeira vez (em anos)......................................................46Figura 29: Tipos de uso do crack. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004)................46

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Prefácio

Tendo como principais sujeitos as crianças, os adolescentes e jovens de nossa cidade, devemos pensar na problemática do consumo de álcool e drogas dentro de um contexto histórico, social, ideológico, político e principalmente pedagógico. Não basta apenas pensarmos na questão sob a ótica da saúde e da doença mental, ou ainda da segurança e da criminalidade.

O uso de álcool e drogas perpassa a genética, as implicações pessoais e familiares, e desembocam em questões sociais e políticas de manipulação e de domínio: conseqüentemente em questões de “poder”.

A definição de poder originalmente significa “ter a possibilidade” ou “ter a faculdade de”. No entanto e ao mesmo tempo a definição de poder se refere a “ter permissão” ou a “ter autorização para”, ou ainda “ter condições físicas, intelectuais e/ou financeiras de”. Por traz do significado de “poder” existe um paradoxo que fala ao mesmo tempo de “possibilidade” e de “permissão”. Esse paradoxo da palavra “poder” deflagra um conflito ético e moral com relação à liberdade, trazendo à tona a dependência e a impotência frente à força de um outro “poder”.

Podemos pensar então que esta seria a essência dos conflitos que geram a alienação. Esta seria também a essência dos “equívocos” que constroem de maneira confusa os conceitos de liberdade. Portanto seria em tese a antítese da de qualquer construção saudável de consciência. Na realidade seria o paradigma mental dos conflitos e equívocos de quem é vítima sem saber de qualquer que seja a forma de opressão pelo “poder”.

Para o filósofo Michel Foucault, o “poder” em seu exercício nunca é o “poder” total, absoluto. Ele afirma que a partir do momento em que há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência. Jamais somos simplesmente aprisionados pelo poder. Foucault acredita que podemos sempre modificar sua dominação em condições determinadas e segundo uma estratégia precisa. Para Foucault, liberdade e poder, em certo sentido, podem ser concepções antagônicas e, em outro, complementares: “o poder que suprime a liberdade” – poder opressor; “a liberdade como prática de enfrentamento do poder” - poder da liberdade1.

Em seu último livro, escrito em 1996, o Educador Paulo Freire♣ nos fala dos saberes necessários à prática educativa. Ele reafirma suas teses antigas e propõe com objetividade, a necessidade de ações concretas e práticas de combate ao autoritarismo pedagógico. Isto é uma pedagogia que não tem como referência apenas a realidade do “poder”. Freire toma como base, a liberdade que em seu propósito é entendida como libertação. Insiste na ética que reconhece que somos seres condicionados, mas não pré-determinados e, portanto, dignos de um processo pedagógico libertário, que nos guie a tomada de consciência de nossas possibilidades.

O “poder” não é uma coisa, algo que se toma ou se dá, que se ganha ou se perde. É uma relação de forças. Circula em rede e perpassa por todos os indivíduos. Neste sentido não existe o "fora" do poder. Trata-se de um jogo de forças, de luta transversais presentes em toda sociedade.

Hoje milhares de jovens de nossa cidade e de outras vivem a ilusão de “poder”. Uma ilusão calcada nas possibilidades fictícias da liberdade, da independência, conceitos estes que já fazem parte de um mundo repleto de falsos significados. Significados que só existem numa relação de domínio, de controle versus dependência e alienação. Um grande exemplo disso são as relações entre traficante 1 Foucault, M., “Microfísica do poder”; 18ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2003. Freire, P., “Pedagogia da autonomia”; 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

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e usuário/dependente que tem como fundamento a crença equivocada da vivência da liberdade através de um corpo-próprio que está fisiologicamente comprometido para viver só.

Hoje milhões de jovens em nosso país não têm a faculdade, ou melhor, o “poder” de perceber que estão sendo usados como peças de controle de interesses maiores. É difícil para o nosso adolescente perceber que a intenção que existe por traz do tráfico de drogas, ou por traz do dono de bar que vende bebida para um menor, na realidade, é a mesma: eles estão visando o próprio benefício pessoal em detrimento do fator humano e moral.

Assim como é difícil para as crianças, muitas vezes menores de 9 anos, negarem a bebida oferecida por seus pais ou familiares que defendem a idéia de que beber em ambiente familiar é beber de forma protegida e, portanto isto é correto. Nossas crianças e jovens não conseguem perceber que de uma forma ou de outra acabam fazendo parte de um mundo de conflitos de interesses entre o “poder” do outro que assume a figura de comando: traficantes, donos de estabelecimentos comerciais, familiares, pais, versus sua própria dependência inerente à imaturidade da infância e da adolescência.

Nossas crianças e adolescentes confiam nessas figuras de “poder”, o que define uma característica passiva por parte delas, frente ao abuso do outro que as manipula a partir dos interesses próprios relacionados a vantagens pessoais de caráter narcísico ou ainda de caráter financeiro.

O que cabe a nós, adultos, pais e mães, homens e mulheres que estamos no “poder” de nossa paternidade ou maternidade, no “poder” de nossa maturidade, no controle de nossa autonomia e no domínio de nossas faculdades morais e mentais? Até que ponto nós também achamos normais os abusos que cometemos e presenciamos em nosso cotidiano? Até que ponto nós estamos também iludidos e desorientados nas falsas “permissões” de poder sendo omissos e nos tornando aliados de toda essa confusão?

Hoje, em nossa cidade, um entre cada quatro jovens já fez uso de algum tipo de droga. Mais especificamente, entre os jovens que fizeram parte do I Levantamento Municipal sobre o Uso de Álcool e Drogas, 23% já fizeram uso de algum tipo de droga e 71% já fizeram uso de álcool.

Parte desses jovens do nosso Município usa droga de forma freqüente. Uma outra parte já está dependente, sendo que dentre estes, alguns estão sendo jurados de morte por traficantes, pois, sem o dinheiro o “poder” acaba e toma lugar a violência, o roubo e a prostituição.

Ao contrário do que em geral se pensa, a maioria das centenas de jovens que usam droga em nosso Município, não está nas classes mais baixas: muito pelo contrário, estão nas classes A e B, com maior incidência nos períodos escolares diurnos do que nos noturnos.

Nós ainda podemos pensar que uma família que tenta suprir todas as necessidades de seus filhos, não existirá este tipo de risco. No entanto pudemos constatar através dos dados de nosso I Levantamento, que o importante numa relação familiar é o bom relacionamento independente de questões materiais. Mesmo assim, e talvez esta seja a pior parte, dentre todas as possibilidades e riscos de nossa sociedade, ninguém está livre da perda do discernimento, do domínio da realidade, do abuso, da sedução que engana de forma sutil e por vezes consegue driblar jovens inteligentes e de bem. A questão que paira no ar depois de certo tempo é entender “como entraram nessa”.

Por isso, a partir do resultado apresentado neste I Levantamento Municipal, gostaríamos de propor uma reflexão sobre o tema dentro da realidade de nossa cidade. Sem esta reflexão corremos o risco de prosseguir sem discriminar algumas circunstâncias desastrosas em nossa sociedade e conseqüentemente em nossas vidas.

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Hoje sabemos que a prevenção é a melhor proposta para se trabalhar a problemática do uso de drogas lícitas e ilícitas. Isto porque sendo a prevenção uma proposta pedagógica, ela nos guia estrategicamente para a construção de um saber amplo; ela nos guia para a tomada de consciência que independente da experiência das possibilidades ela nos traz o conteúdo que precisamos para construirmos nossos conceitos como um processo de alfabetização. Para o analfabeto, o aprender traz à luz um mundo de “poder”, de possibilidades. Paulo Freire, que foi quem descreveu a alfabetização como um instrumento de transformação da realidade numa dimensão de ação libertadora, falou da transformação que cada ser humano vive a cada tomada de consciência da vida. Esta tomada de consciência é a proposta essencial de um trabalho preventivo/educativo e, por que não, pedagógico.

Nossa proposta de prevenção deve basear-se na realidade desses dados que de uma forma ou de outra marcam inegavelmente a necessidade de ações pontuais e integradas em nossa cidade, coerentes com a urgência que nossos jovens merecem.

Entendemos que onde existe o “saber”, existe o “poder”, e como disse Foucault, onde existe “poder”, existe “resistência”. As diversas formas de resistência se articulam em rede nas lutas pela auto-determinação, pela conquista efetiva da democracia, pelas denúncias contra o racismo e o sexismo, nas revoltas contra toda forma de discriminação, exclusão e violência, na preocupação com a ecologia e na reflexão crítica sobre os limites éticos das conquistas científicas e tecnológicas.

Deixamos claro que precisamos estar todos envolvidos nessa luta e nossa participação, consciente e lúcida, será onde nos encontrarmos: na vida cotidiana, em nossa família, em nosso trabalho, nas instituições das quais fazemos parte. No entanto, que sempre sejam animadas pela esperança de sucesso na construção de uma nova sociedade onde “saberes” e “poderes” estejam a serviço do "cuidado de si", do "cuidado dos outros" e do "cuidado da vida".

Maria de Fátima Ferreira Perez Bonjuani PaganAos 19 de janeiro de 2008

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Histórico

A partir do trabalho desenvolvido pela Coordenação Municipal de Assistência Social e pela Guarda Civil Municipal, pudemos levantar dados significativos que associam os atendimentos feitos, sejam eles oriundos da violência doméstica, das ruas ou ainda a violência da condição social de risco, a uma variável constante em mais de 90% dos casos: o uso abusivo de álcool ou de drogas como fator agravante e por muitas vezes como principal determinante do problema.

Levantamos a necessidade de organizar as ações que já estavam sendo desenvolvidas pelas Coordenações dentro de uma metodologia que nos permitisse atingir todos os segmentos da sociedade enquanto sensibilização e parceria, focando a problemática do uso de drogas lícitas e ilícitas com eficácia e de forma coerente com a realidade do Município. Foi então implantado em nossa cidade, aos 19 de dezembro de 2006, o Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas e desde então várias ações vêm sendo administradas pelo poder público e em parceria com a iniciativa privada.

A elaboração deste “I Levantamento Municipal Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública no Município de Amparo”, constitui o objetivo da Fase III de nosso Programa. Dentre as cinco fases que fazem parte da estruturação do mesmo, acreditamos ser esta a principal.

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O Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas

O Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas, se fundamenta nas diretrizes e nos objetivos de prevenção da Política Nacional Antidrogas aprovada pelo Conselho Nacional Antidrogas (CONAD) e publicada em outubro de 2005.

A Política Nacional nos orienta no planejamento de ações preventivas que devem ser direcionadas ao desenvolvimento humano, incentivo à educação para uma vida saudável e ao acesso a todos os bens culturais, esportivos e de lazer. No entanto, uma das ações preventivas que hoje carecem de investimento é o desenvolvimento do conhecimento sobre as drogas lícitas e ilícitas, seu embasamento científico e efeitos no organismo. Tanto o adolescente ou jovem, bem como a família e toda a comunidade, devem saber tais conteúdos e poder articular ações preventivas/educativas e de redução de danos. Para tanto é nossa proposta:

• Reconhecer o uso irracional das drogas lícitas como fator importante na indução de dependência, devendo, por esse motivo, ser objeto de um adequado controle social, especialmente nos aspectos relacionados à propaganda, comercialização e acessibilidade de populações vulneráveis, tais como crianças e adolescentes.

• Conscientizar a sociedade brasileira sobre os prejuízos sociais e as implicações negativas representadas pelo uso indevido de drogas e suas conseqüências.

• Educar, informar, capacitar e formar pessoas em todos os segmentos sociais para a ação efetiva e eficaz de redução da demanda, da oferta e de danos, fundamentada em conhecimentos científicos validados e experiências bem-sucedidas, adequadas à nossa realidade.

• Conhecer, sistematizar e divulgar as iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas em rede com a finalidade de ampliar sua abrangência e eficácia.

• Implantar e implementar rede de assistência integrada, pública e privada, intersetorial, para pessoas com transtornos decorrentes do consumo de substâncias psicoativas, integrando os esforços desenvolvidos no tratamento.

• Avaliar e acompanhar sistematicamente os diferentes tratamentos e iniciativas terapêuticas, fundamentados em diversos modelos, com a finalidade de promover aqueles que obtiverem resultados favoráveis.

• Reduzir as conseqüências sociais e de saúde decorrentes do uso indevido de drogas para a pessoa, a comunidade e a sociedade.

• Difundir o conhecimento sobre os crimes, delitos e infrações relacionados às drogas lícitas e ilícitas, prevenindo-os e coibindo-os por meio da implementação e efetivação de políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida do cidadão.

• Combater o tráfico de drogas e os crimes conexos, por meio do desenvolvimento e implementação de programas sócio-educativos específicos, multilaterais, que busquem a promoção da saúde e a reparação dos danos causados à sociedade.

• Assegurar de forma contínua e permanente, o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, como forma de estrangular o fluxo lucrativo desse tipo de atividade ilegal, que diz respeito ao tráfico de drogas.

Objetivo Geral do Programa

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A partir de um Programa Municipal de Prevenção, propor aos diversos segmentos de nossa sociedade, uma parceria na qual o objetivo comum seja a prevenção e a educação, isto é, estimular ações antecipatórias que visam diminuir a probabilidade do início ou do desenvolvimento de uma condição de dependência.

Objetivos Específicos

I. Buscar um modelo de prevenção ao abuso de álcool e drogas adequado à realidade do Município de Amparo.

II. Desenvolver um modelo de prevenção que privilegie ações de promoção e proteção à saúde integral dos jovens.

III. Apoiar a implantação de projetos de prevenção que estejam em acordo com a Política Nacional Antidrogas aprovada pelo CONAD em 27/10/2005.

IV. Incentivar a formação de multiplicadores que funcionarão como agentes de apoio no trabalho de prevenção em diferentes ambientes.

V. Pesquisar e elaborar material de apoio para as ações a serem desenvolvidas.VI. Integrar as ações preventivas à rotina da comunidade, garantindo assim, sua continuidade –

estimular e dar suporte à grupos de apoio.

Implantação do Programa

Fase I – SensibilizaçãoApresentação do Programa Municipal de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas, envolvendo vários segmentos de nossa cidade com o objetivo de agregar forças e estabelecer parcerias.

Divulgação do Programa à população através de cartazes, folders, propagandas de rádio/televisão e palestras de orientação.

Fase II – Levantamento de DadosTrata-se da realização em campo do “I Levantamento Municipal Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública no Município de Amparo”. O objetivo desta pesquisa será diagnosticar a realidade do Município sobre o uso de álcool e drogas para que assim as ações programadas tenham como referência as reais necessidades de nosso Município e portanto tenham maior eficácia na implantação.

Fase III – DiagnósticoTrata-se um diagnóstico situacional com relação ao uso de álcool e drogas entre adolescentes e jovens de Amparo contendo comparações e análises sociais e estatísticas com os dados regionais e nacionais, do qual este texto faz parte. Este diagnóstico será o ponto de partida para o direcionamento das propostas preventivas e educativas pautadas por princípios éticos e orientadas para a promoção de valores voltados à saúde física, mental e social coletiva frente à realidade do adolescente de nossa cidade.

Fase IV – Prevenção e EducaçãoTrata-se da fase de planejamento das ações preventivas. Buscaremos na Política Nacional Antidrogas e nas experiências das melhores instituições e órgãos governamentais exemplos válidos para nossas ações e criaremos soluções próprias quando for necessário. Focalizaremos a prevenção ao uso das substâncias e consideraremos também as políticas de redução de danos, como praticadas nos países desenvolvidos. Sendo assim:

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I. A prevenção no Programa Municipal tem como objetivo a adoção de uma atitude responsável com relação ao uso de álcool e drogas.

II. A prevenção deve focar em última instância que todos os membros de uma dada população não abusem do uso do álcool e das drogas.

III. A prevenção tem como meta diminuir os danos pessoais e sociais relacionados a este abuso.

Fase V – Implementação das açõesAs ações atualmente praticadas terão sido revisadas e um novo conjunto de ações terá sido definido. Nesta fase, a formação de agentes multiplicadores será uma das ações mais importantes e terá como objetivo a formação teórica e o treinamento prático de pessoal selecionado a partir de indicações feitas pelas escolas da Rede Pública, entidades particulares, ONGs, grupos de ajuda e voluntários em geral, que tenham o interesse de participar do Programa Municipal de Prevenção.

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A Metodologia da Pesquisa

1 – O questionário utilizado é um instrumento proposto pela Organização Mundial de Saúde e desenvolvido pela Researsh and Reporting Project on the Epidemiology of Drug Dependence (Projeto de Pesquisa e Relatório sobre a Epidemiologia da Dependência às Drogas) e, no Brasil, foi adaptado por Carlini-Cotrim et al. (1989)1 sendo utilizado nos 05 levantamentos nacionais feitos pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas).

Através do resultado deste questionário podemos identificar:

• Dados sociodemográficos correlacionados ao uso de drogas – (sexo, idade, série escolar, escala socioeconômica).

• Freqüência do aluno na Escola.• Padrão de uso psicotrópico, tabaco, maconha, cocaína, anfetamínicos (estimulantes),

solventes, ansiolíticos, anticolinérgicos, barbitúricos, álcool, opiáceos, alucinógenos, orexígenos, outras drogas como os anabolizantes (substâncias sintéticas que estimulam o crescimento da massa muscular) e questões relativas ao uso injetável de droga.

• Além das questões já citadas, foram incluídas mais onze questões relativas ao consumo de álcool, pois esta foi a droga apontada como a mais consumida segundo os estudos anteriormente publicados em todo o Brasil.

• No questionário também constam questões sobre o relacionamento com os pais, esportes e trabalho.

2 – Alguns procedimentos foram necessários para a uniformidade na coleta de dados, seguindo uma metodologia que determina a confiabilidade dos resultados estatísticos:

• O questionário foi aplicado em sala de aula, coletivamente, de preferência sem a presença do professor.

• Os alunos foram orientados a não colocarem identificação pessoal no caderno do questionário.

• O aplicador fez uma breve explicação dos objetivos do trabalho e orientou quanto a não obrigatoriedade no preenchimento do mesmo; deixou claro que eles tinham a opção de devolver os questionários em branco;

• Ao término do preenchimento dos questionários, os alunos o entregaram ao aplicador da sala, que colocou os cadernos em envelopes fechados, garantindo assim o sigilo do procedimento.

• Cada Diretor de Escola foi chamado para dois encontros preparatórios às aplicações dos questionários, com a presença da Supervisora Municipal e da Dirigente Regional de Ensino. Nesses encontros foram estabelecidos os cronogramas para a aplicação do I Levantamento em acordo entre a equipe da Coordenação de Assistência Social e as Direções das Escolas.

• Cada escola recebeu duas aplicadoras por sala de aula, num primeiro momento, e uma, num segundo momento, que serviam de suporte para qualquer intercorrência.

3 – A validade das respostas pôde ser verificada uma vez que o questionário aplicado possui relações implícitas entre várias respostas, além de uma questão sobre uma droga fictícia (questão 14), a qual foi incluída para esta finalidade.

17

A consistência das respostas e a resposta à questão sobre a droga fictícia foram testadas. Por exemplo, se um aluno responde na questão 10 que nunca fez uso de álcool e na questão 30 afirma que a bebida preferida é vodca, o questionário é descartado da pesquisa. Ao todo foram descartados 72 questionários, sendo 11 por apresentarem inconsistências e 61 por terem sido entregues em branco.

4 – Para fins de comparação, duas pesquisas foram utilizadas:

• o “V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras”2, realizado pelo CEBRID em 2004. No presente trabalho citaremos esta pesquisa como o “V Levantamento Nacional”;

• o trabalho “uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e fatores sociais associados” realizado por profissionais da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP nas escolas públicas e privadas de Campinas no ano de 1998 e publicado em 2004 na Revista Brasileira de Saúde Pública3.

5 – As respostas não informadas foram excluídas dos percentuais apresentados neste relatório. Em geral, menos de 1% dos questionários apresentou esta condição. Para que os percentuais pudessem ser comparados com a presente pesquisa, os dados do V Levantamento Nacional foram corrigidos para retirar dos percentuais os dados não informados nas tabelas com as características da amostra.

18

Drogas pesquisadas e definições

As definições utilizadas são as mesmas do V Levantamento Nacional. Foram pesquisados 14 tipos de drogas, além de álcool e tabaco. Entre as drogas foram pesquisadas:

Droga Comentário1 Maconha Incluindo haxixe no mesmo grupo

2 Cocaína Incluindo mesclado, merla, bazuca ou pasta de coca

3 Crack

4 Anfetamínicos

Remédios para emagrecer ou ficar acordado sem receita médica – exemplos: Hipofagin, Moderex, Glucoenergan, Inibex, Desobesi, Reactivan, Pervitin, Dasten, Isomeride, Moderine, Dualid, Preludin. Adoçante e chá estão excluídos.

5 Solventes Substâncias inalantes: lança-perfume, Ioló, cola, gasolina, benzina, acetona, removedor de tinta, thiner, aguarráz, éter, esmalte, tinta, etc. Cocaína está excluída desta classificação.

6 Ansiolíticos Tranquilizantes, ansióliticos, calmantes ou antidistônicos sem receita médica – exemplos: Diazepan, Dienpax, Lorum, Valium, Librium, Lorax, Rohypnol, Psicosedin, Somalium, Lexotan e Rivotril.

7 Anticolinérgicos

Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio (saia-branca, véu-de-noiva, trombeteira, zabumba,cartucho).

8 Barbitúricos Sedativo ou barbitúrico sem receita médica. Exemplos – Optalidon, Fiorinal, Gadernal, Tonopan, Nembutal, Comital e Pentotal.

9 Opiáceos Remédios sem receita médica quando usados para alterar o estado de consciência como Silador, Dolantina, Tramal (Tramadol), Meperidina, Tengesic, Demerol, Algafan, Tylex e drogas como heroína, morfina ou ópio.

10 Xaropes Xaropes como Pambenyl, Setux, Tussiflex, Gotas Binelli, Silentós, Belacodid e Eritós quando usados para alterar o estado de consciência.

11 Alucinógenos

Substâncias como LSD (ácido), chá de cogumelo, mescalina, êxtase ou ketamina.

12 Orexígenos Remédios como Periatin, Periavita, Cobavital, Buclina, Vibazina, Apetivit, Profol e Nutrimaiz, quando utilizados para alterar o estado de consciência.

13 Energéticos Álcool misturado com bebidas energéticas como Red Bull, Flash Power, Flying, Horse, Bad Boy, Blue Energy, Online e Viper.

14 Esteróides Medicamentos anabolizantes para aumentar a musculatura ou para dar mais força como Androlone, Anabolex, Durabolin, Equipoise, Androviron, Primobolan, Decadulaborin, Durateston, Parabolan.

Tabela 1: Drogas pesquisadas nesta pesquisa.

Com relação à freqüência de uso, a pesquisa relaciona cinco tipos de uso:Tipo de uso Definição

1 Uso na vida: Uso da droga psicotrópica ao menos uma vez na vida.

2 Uso no ano: Uso da droga psicotrópica nos doze meses anteriores à pesquisa.

3 Uso no mês Uso da droga psicotrópica nos 30 dias anteriores à pesquisa.

4 Uso freqüente Uso da droga psicotrópica seis ou mais vezes nos 30 dias anteriores à pesquisa.

5 Uso pesado Uso da droga psicotrópica vinte ou mais nos 30 dias anteriores à pesquisa.

Tabela 2: Definições utilizadas para a freqüência no uso de drogas e álcool.

19

Características da Amostra

A pesquisa em Amparo foi realizada em um universo composto pelos 5.599 alunos da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e 1ª a 3ª séries do ensino médio das escolas públicas estaduais do Município. A amostra foi composta por 2.846 alunos pesquisados, ou 50,8% dos estudantes, cobrindo todos os períodos e todas as séries de todas as escolas. Esta amostra permite um desvio padrão de 5% para as afirmações sobre cada série e 2% para as afirmações sobre a população estudantil como um todo.

Características da Amostra Número de alunos que participaram da pesquisa

Número total de alunos matriculados em 2007

Ensino Fundamental (5ª à 8ª séries) 1.681 3.309Ensino Médio (1º à 3º séries) 1.165 2.290Total de Pesquisados 2.846 5.599Percentual da população total de estudantes 50,8% 100%Tabela 3: Características da amostra: Número de alunos pesquisados.

A amostra, tanto para o ensino fundamental, quanto para o ensino médio, foi bastante homogênea, com cada série tendo aproximadamente 400 alunos pesquisados.

Nível Fundamental

Série 5a série 6a série 7a série 8a série TotalPeríodo Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Noite

EscolasRangel Pestana - 80 - 91 - 77 58 20 - 326Noedir Mazzini - 22 - 28 30 - 26 - - 106Ariosto R. Persicano - 23 - 36 - 26 - - 39 124Paulo Turolla 34 - 25 - - - - - - 59Dionysia Gerbi Beira - 24 - 24 49 - 29 - - 126José Scalvi de Oliveira 24 29 47 - 31 - 43 - - 174Francisco da Silveira Franco

- 26 - 29 - 34 31 - 22 142

Dr. Coriolano Burgos 13 - 27 - 29 - 19 - - 88Luís Leite - 69 - 86 - 23 76 - - 254Nelson Alves de Godoy - 25 - 25 24 - 35 - - 109Maria AP. Santos Castro

- 30 - 34 36 - 32 - - 132

Total 71 328 99 353 199 160 349 20 61 1.640Tabela 4: Número de estudantes do ensino fundamental na amostra, por escola, série e período.

Nesta amostra, aproximadamente 60% dos alunos pertencem ao ensino fundamental.

Nível Médio

Série 1a série 2a série 3a série TotalPeríodo Manhã Tarde Noite Manhã Noite Manhã Noite

EscolasRangel Pestana 108 - - 60 20 37 30 255Dionysia Gerbi Beira 27 - 29 15 29 - 52 152Francisco da Silveira Franco 27 - 53 15 26 17 38 176

Dr. Coriolano Burgos 28 56 12 60 32 56 27 271Luís Leite 54 - 31 38 24 17 24 188Nelson Alves de Godoy 22 - 21 - 29 - 20 92Total 266 56 146 188 160 127 191 1.134Tabela 5: Número de estudantes do ensino médio na amostra, por escola, série e período.

20

Cada gênero representou metade da amostra, com ligeira maioria para jovens do sexo masculino (50,8%). A idade dos alunos pesquisados representa a idade típica dos estudantes das séries analisadas. Poucos alunos (0,9%) possuem mais do que 18 anos de idade e 71,5% possuem menos do que 16 anos de idade. Afirmações sobre a população estudantil como um todo devem levar em consideração esta distribuição.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

<10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 >18

Figura 1: Idade dos alunos da amostra.

A defasagem idade/série também foi pesquisada. Foram considerados “em fase” alunos com até 11 anos de idade cursando a 5ª série do ensino fundamental, generalizando esta condição para as demais séries, somando-se o número correspondente de anos à idade e à série. A defasagem em Amparo mostrou-se menor que na amostra obtida na capital paulista, o que pode ser visto na tabela 1.

Defasagem Série/Idade (anos)

Amparo São Paulo

Não tem 78,3% 69,9%1 a 2 20,0% 24,4%>= 3 1,6% 5,7%

100,0% 100,0%Tabela 6: Defasagem série/idade, comparação entre Amparo e São Paulo (V Levantamento Nacional).

Podemos observar que a defasagem idade/série é de 30% na Capital contra 22% em Amparo. No país, a defasagem é pouco maior que 50%.

Com relação à classe social, a amostra de Amparo mostrou um perfil de renda mais alto do que na Capital Paulista. A classificação sobre a renda leva em consideração as respostas sobre a presença de itens de consumo, escolaridade dos pais e existência de empregados na residência, seguindo a escala socioeconômica da Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME). A tabela abaixo mostra uma comparação entre as populações das classes A, B, C, D e E em Amparo e em São Paulo.

21

0%

10%

20%

30%

40%

50%

A B C D E

Figura 2: Distribuição de classes sociais dos alunos que freqüentam as escolas públicas em Amparo em comparação com a Capital (São Paulo).

Por causa da idade, a maioria (3/4) dos entrevistados não trabalha e, portanto, não possui renda própria.

Figura 3: Comparação entre estudantes que trabalham e que não trabalham na amostra pesquisada.

Com relação à religião, pouco mais da metade declarou ser católica e aproximadamente um quarto não ter religião.

Trabalha: 25%

Não trabalha: 75%

22

Amparo São Paulo

26,3%

1,5%

0,3%

5,7%

11,6%

54,6%

Não tem religião

Católica

Protestante/Evangélica

Espírita

de Matriz Africana

Outras

Figura 4: Religião declarada pelos estudantes da amostra em Amparo.

23

Resultados

Neste trabalho utilizou-se uma ferramenta estatística para analisar o significado das diferenças observadas: o teste do χ2 (lê-se teste “do qui-quadrado”). Isto foi necessário porque o fato dos percentuais obtidos apresentarem diferenças, não significa que se possa tirar alguma conclusão, já que se trata da análise de uma amostra e não da população como um todo. É preciso analisar se eles diferem o suficiente dos valores esperados. Assim, em algumas análises será feita menção ao significado estatístico de uma afirmação. O cálculo do coeficiente de correlação, também foi utilizado em alguns casos.

Relacionamento Familiar

Foi perguntado aos jovens como era o relacionamento com os pais, com o intuito de identificar se famílias com perfil mais rígido ou mais liberal influenciam em seu comportamento quanto ao uso de álcool e drogas. Também foi considerada uma opção intermediária (moderado).

Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, de onde podemos concluir que a visão do jovem sobre seu pai ou sua mãe – se autoritários ou liberais – não altera o seu comportamento frente ao uso de álcool ou de drogas em geral.

Os quadros abaixo apresentam os resultados comparativos para o uso de álcool e drogas. Embora haja diferenças entre os percentuais – por exemplo, 34% dos estudantes que fazem uso pesado dizem ter pai autoritário contra apenas 30% dos estudantes que dizem nunca terem bebido – não se pode afirmar que esta opinião afete o comportamento dos jovens do ponto de vista estatístico.

Uso do Álcool Como você acha que sua mãe é

Como você acha que sua pai é

Opinião sobre o comportamento dos

pais

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Autoritário(a) (mandão/mandona) 24% 21% 30% 34%

Moderado(a) 56% 56% 51% 49%Liberal (boa praça) 20% 23% 19% 17%

100% 100% 100% 100%Tabela 7: Não há relação entre a opinião do jovem quanto ao caráter de seus pais e o uso de álcool (teste do χ2 para p<0,01).

Uso de drogas Como você acha que sua mãe é

Como você acha que sua pai é

Opinião sobre o comportamento dos

pais

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Autoritário(a) (mandão/mandona) 25% 23% 30% 33%

Moderado(a) 58% 53% 56% 48%Liberal (boa praça) 18% 24% 15% 19%

100% 100% 100% 100%Tabela 8: Não há relação entre a opinião do jovem quanto ao caráter de seus pais e o uso de drogas (teste do χ2, p<0,01, separados para a opinião sobre o pai e sobre a mãe).

24

O V Levantamento Nacional mostrou que a característica moderada dos pais influencia de modo a produzir um menor uso pesado de álcool e drogas. Uma análise da tabela acima mostra esta mesma tendência nos dados obtidos neste primeiro levantamento em Amparo, porém sem produzir diferenças relevantes do ponto de vista estatístico.

As questões acima dizem respeito à forma com que os pais se relacionam com seus filhos, mas não avalia a qualidade da relação. A importância desta característica fica evidente quando se avaliam as questões 37 a 39.

Nelas se pergunta se o jovem se relaciona bem com seus pais e se estes possuem um bom relacionamento entre si. Neste caso, as diferenças são estatisticamente significativas e torna-se evidente que um bom relacionamento é determinante para uma menor incidência principalmente no uso do álcool.

Uso doÁlcool

Relacionamento entre os pais

Relacionamento do jovem:com o pai com a mãe

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Não tenho (pai/mãe) 7% 6% 3% 0%

Bom 81% 67% 82% 70% 92% 89%Regular 6% 14% 6% 11% 4% 7%

Ruim 1% 5% 1% 6% 0% 3%Não tenho contato 12% 13% 5% 6% 1% 0%

100% 100% 100% 100% 100% 100%Tabela 9: Há relação entre a qualidade do relacionamento familiar e o uso de álcool (teste do χ2, p<0,01, separados para a relação entre os pais, para a relação com o pai e com a mãe).

Entre os estudantes que nunca beberam, 81% possuem pais com um bom relacionamento em casa, 82% se relacionam bem com o pai e 92% se relacionam bem com a mãe. Entre aqueles que fazem uso pesado de álcool, estes números se reduzem para 67% de pais com bom relacionamento, 70% com bom relacionamento com o pai e 89% com bom relacionamento com a mãe.

O teste em separado para as opções (bom/regular/ruim), para as perguntas sobre pai, mãe e sobre o relacionamento entre os pais mostrou que o mau relacionamento é decisivo em todos os casos para aumentar a incidência no uso de álcool. Observou-se também que bom relacionamento com o pai é especialmente importante para se evitar o uso pesado de álcool.

25

Para o uso de drogas, a qualidade do relacionamento também é importante. A tabela abaixo apresenta um resumo dos resultados:

Uso deDrogas

Relacionamento entre os pais

Relacionamento do jovem:com o pai com a mãe

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Não tenho (pai/mãe) 6% 8% 1% 1%

Bom 75% 68% 79% 65% 92% 80%Regular 9% 10% 9% 15% 5% 14%

Ruim 2% 5% 2% 5% 0% 3%Não tenho

contato 14% 16% 5% 8% 1% 3%

100% 100% 100% 100% 100% 100%Tabela 10: Há relação entre a qualidade do relacionamento familiar e o uso de drogas (teste do χ2, p<0,01, separados para a relação entre os pais, para a relação com o pai e com a mãe).

Várias pesquisas têm mostrado que um bom relacionamento entre e com os pais possui correlação positiva com o não uso de álcool e drogas (ver notas do V Levantamento Nacional), o que foi confirmado na pesquisa de Amparo.

Religião

Da mesma forma que a qualidade do relacionamento familiar, diversas pesquisas têm mostrado que a religião pode proteger o jovem do uso de álcool e de drogas. O V Levantamento Nacional confirmou esta tendência, quando mostra que a adoção de uma religião reduz a possibilidade do uso pesado, tanto de álcool como de drogas. Outra pesquisa, realizada em Campinas, por pesquisadores da UNICAMP3, mostra que a educação religiosa pode reduzir em 1,7 vezes a possibilidade do uso de drogas entre jovens.

Em Amparo esta tendência foi apurada para o uso de drogas, na qual observou-se menor incidência da opção religiosa entre os usuários pesados1. Entretanto, entre os usuários pesados de álcool, esta tendência não foi observada.

Uso de drogas:Amparo Sudeste

Você segue alguma religião?

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca

usaram

Estudantes que fazem

uso pesado

Sim 74,7% 64,6% 68,9% 54,7%Não 25,3% 35,4% 31,1% 45,3%

100% 100% 100% 100%Tabela 11 Comparação entre Amparo e a região Sudeste (V Levantamento Nacional) sobre a influência da religião no uso de drogas. Tanto em Amparo quanto na região Sudeste observada-se que a religião atua protegendo o jovem do vício.

1 Cabe apontar que mesmo para o uso de drogas, o teste estatístico apresentou valor acima do limite, com p=0,03.

26

Uso de álcool:Amparo Sudeste

Você segue alguma religião?

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Estudantes que nunca beberam

Estudantes que fazem

uso pesado

Sim 70,1% 72,9% 68,9% 64,7%Não 29,9% 27,1% 31,1% 35,3%

100% 100% 100% 100%Tabela 12 Comparação entre Amparo a região Sudeste (V Levantamento Nacional) sobre a influência da religião no uso de álcool. Na região Sudeste observada-se que a religião atua protegendo o jovem do vício; em Amparo esta tendência não foi detectada.

Esporte

Assim como em outras pesquisas, a prática desportiva não surgiu como fator determinante para o uso de álcool e drogas no presente trabalho. O mesmo resultado foi constatado pelo V Levantamento Nacional para todas as regiões brasileiras.

Trabalho

Como já foi apresentado na descrição da amostra, apenas um em cada quatro entrevistados declararam trabalhar. Entretanto, entre os que trabalham, há um percentual muito maior de usuários de álcool e drogas.

No caso do uso de álcool, a prevalência de estudantes que trabalham com carteira assinada é mais do que 3 vezes maior entre os usuários pesados do que entre os não usuários. Para estudantes que trabalham sem carteira assinada, esta razão sobe para pouco mais do que 4 vezes.

A tabela abaixo descreve os percentuais obtidos para o caso do uso pesado de álcool, comparado aos que nunca experimentaram.

ÁlcoolX

Trabalho

não usuários uso pesado

Não trabalha 88,8% 56,9%Sim, com carteira assinada 3,1% 10,6%

Sim, sem carteira assinada 8,0% 32,6%

100% 100%Tabela 13 Comparação entre não-usuários e usuários pesados de álcool, com relação ao trabalho.

O mesmo fenômeno se observa, embora com menor intensidade, para os usuários de drogas. Neste caso, o percentual de usuários pesados com carteira assinada é 1,5 vezes maior que o percentual de não usuários com carteira assinada e 2,3 vezes maior para o caso de não ter carteira assinada.

27

DrogasX

Trabalho

não usuários uso pesado

Não trabalha 78,2% 53,2%Sim, com carteira assinada 5,9% 8,9%

Sim, sem carteira assinada 15,9% 38,0%

100% 100%Tabela 14 Comparação entre não-usuários e usuários pesados de drogas, com relação ao trabalho.

Estes resultados ocorrem também no V Levantamento Nacional, porém com menor intensidade do que na pesquisa em Amparo. Na comparação com a região Sudeste, o número de trabalhadores é de 1,5 a 2,5 vezes maior entre os que fazem uso pesado de álcool e drogas do que entre aqueles que nunca experimentaram. Os dados da pesquisa realizada pela UNICAMP3 apontam que a probabilidade de que um estudante que trabalha fazer uso de drogas é 2,5 vezes maior do que dos estudantes que não trabalham.

Uma análise mais detida profunda que o uso de qualquer droga e álcool é maior entre estudantes trabalhadores do que entre os não-trabalhadores. O gráfico abaixo mostra esta tendência para o uso de maconha, cocaína, crack, solventes e álcool.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Maconha Cocaína Crack Solventes Álcool

Entre os que trabalhamEntre os que não trabalham

Figura 5: Comparação da ocorrência de uso freqüente de maconha, cocaína, crack, solventes e álcool entre os estudantes que trabalham e os que não trabalham no mês anterior à pesquisa. A prevalência no uso é maior em todos os casos.

Neste Gráfico comparamos o uso freqüente (uso de no mínimo 6 vezes no mês anterior à pesquisa) entre estudantes trabalhadores e não trabalhadores. Observa-se que a incidência é duas vezes maior entre estudantes que trabalham para o uso do álcool, e três vezes maior para o uso da maconha.

28

Renda

Os estudantes foram classificados em 5 classes sociais, segundo os critérios sócio-econômicos da ABIPEME. Conforme vimos na caracterização da amostra, a população estudantil de Amparo apresenta um perfil de renda melhor que o observado na Capital Paulista. O senso demográfico de 2000 apontou que a renda per-capita o Município ocupava a 31ª posição no Estado de São Paulo. A abaixo mostra o perfil de renda de Amparo comparado com a região.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

< 1 1 a 2 2 a 3 3 a 5 5 a 10 >10

AmparoReg. Gov.

Figura 6: Rendimento do responsável pelo domicílio em Amparo e na Região de Governo (em salários mínimos).

Notamos que a situação deste município é melhor do que a média da região administrativa de Bragança Paulista, da qual Amparo faz parte, uma vez que há proporcionalmente menos gente ganhando menos e mais gente ganhando mais em Amparo do que no resto da região.

O resultado do perfil socioeconômico apresentado pela presente pesquisa confirma estes dados, fato que será determinante para compreender a incidência do uso de drogas em Amparo.

Na tabela abaixo, apresentamos os dados para o uso na vida de maconha para cada classe social.

0,0%

2,5%

5,0%

7,5%

10,0%

12,5%

A B C D E

Figura 7: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de maconha (ao menos uma vez) na vida.

29

Em nossa amostra 228 jovens afirmaram ter experimentado maconha na vida. Os resultados estão estratificados por classe social na Tabela 15:

Uso de maconha: A B C D E TotalNúmero de jovens que fizeram uso na vida, distribuídos por classe social

42 88 78 13 7 228

Tabela 15: Número de jovens que responderam afirmativamente à questão sobre uso de maconha na vida, distribuídos por classe social, na amostra desta pesquisa.

Desta tabela também podemos observar que o número de estudantes das classes A/B que fizeram uso de maconha ao menos uma vez na vida é de 130 alunos, enquanto que o número de jovens que fizeram uso e pertencem às classes D/E é de apenas 20. Assim, o número de jovens das classes A/B que fizeram uso de maconha ao menos uma vez na vida é 6,5 vezes maior que o número de jovens das classes D/E que experimentaram maconha.

Na figura abaixo apresentamos os dados comparativos para o uso de solventes.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

A B C D E

Figura 8: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de solventes (ao menos uma vez) na vida.

Para solventes, o uso na vida pelas classes A/B é 6,4 vezes maior que para as classes D/E.

O uso de drogas em geral também segue a mesma tendência, com alta prevalência na classe A, decrescendo até a classe D e formando um pico isolado na classe E.

30

0,0%4,0%8,0%

12,0%16,0%20,0%24,0%28,0%32,0%

A B C D E

Figura 9: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fizeram uso de drogas (ao menos uma vez) na vida, exceto álcool.

Também para o caso geral, o número de alunos das classes A/B que fizeram uso de drogas ao menos uma vez na vida é aproximadamente seis vezes maior que o número de alunos nas classes D/E nestas condições.

Há dois fatos a serem considerados: a renda explica o acesso às drogas, o que é confirmado por diversas pesquisas sobre o mesmo tema. Entretanto, há o aumento de incidência na classe E, o que não pode ser atribuído exclusivamente ao tráfico – imaginando-se que o usuário da classe E trafica para sustentar seu vício. Isto possivelmente ocorre. Mas também deve-se levar em conta o caso dos solventes, que são produtos químicos para finalidades diversas, em geral de baixo custo, e portanto acessíveis à população de baixa renda.

Quando se compara o uso de álcool pelas diferentes classes sociais, o uso das classes A/B quando comparado às classes D/E atinge números extremos. Observa-se na Figura 10 que aproximadamente 9% dos estudantes que pertencem às classes A e B fazem uso freqüente de álcool, contra aproximadamente 4% dos estudantes das classes D e E, ou seja, ocorre aproximadamente o dobro da prevalência de uso freqüente entre as classes A/B comparadas às classes D/E. Entretanto, o número de usuários pertencentes às classes A e B é 13 vezes maior que o dos usuários das classes D e E.

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

12,0%

A B C D E

Figura 10: As barras indicam o percentual de jovens de determinada classe social que fazem uso pesado de álcool.

31

Há diferenças no consumo de bebidas entre classes sociais: a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) realizou o em 2007 o “I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira4”, analisando vários aspectos do consumo de álcool. A tabela abaixo mostra os resultados do consumo divididos por classe social.

Tipo de bebida Classe Sócio-EconômicaTotal A B C D E

Vinho 25% 38% 27% 25% 24% 18%Cerveja 61% 45% 61% 65% 59% 51%Bebidas “ice” 2% 2% 3% 1% 1% 0%Destilados 12% 15% 8% 9% 15% 31%Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%Tabela 16: Porcentagem do total de doses dos tipos de bebida alcoólica consumidos por classe socioeconômica (SENAD4, 2007).

Para chegar a esses números, os entrevistadores perguntaram com que “freqüência” a pessoa consumia cada uma das bebidas e qual a “quantidade” que cada uma foi consumida em um único dia, nos últimos 12 meses. A categoria “cerveja” incluía cerveja e chope. Bebidas “ice” são destilados misturados com refrigerantes ou sucos industrializados. “Destilados” incluem cachaça, uísque, vodca, conhaque e rum (SENAD, 2007).

Localização das Escolas

O consumo em função da localização das escolas em Amparo também foi avaliado. Foram analisadas apenas as escolas de ensino médio, as quais possuem maior prevalência no uso de substâncias psicotrópicas devido à idade dos alunos. Consideramos as Escolas Estaduais “Luiz Leite”, “Rangel Pestana” e “Coriolano Burgos” como escolas centrais, e as Escolas “Dionísia Gerbi Beira” (São Dimas), “Nelson Alves de Godoy” (Três Pontes) e “Francisco da Silveira Franco” (Arcadas), como escolas periféricas.

Selecionando maconha, cocaína e crack, as escolas centrais apresentaram o dobro de uso na vida do que as escolas periféricas, conforme se observa na Figura 11.

17,20%

8,50%

Escolas Centrais Escolas Periféricas

Figura 11: Uso na vida de maconha, cocaína e crack. Comparação entre as escolas centrais e periféricas. Considerou-se as Escolas Estaduais “Luiz Leite”, “Rangel

32

Pestana” e “Coriolano Burgos” como escolas centrais e as Escolas “Dionísia Gerbi Beira” (São Dimas), “Nelson Alves de Godoy” (Três Pontes) e “Francisco da Silveira Franco” (Arcadas) como escolas periféricas.

Esta tendência não está relacionada com o perfil de renda dos estudantes destas escolas, como poderia, a princípio, se pensar. Para se chegar a esta conclusão comparou-se o número de estudantes das diferentes classes sociais para cada escola. Este número não apresentou correlação estatística (coeficiente de correlação -0,09) com o uso de drogas.

Classificação Sócio-Econômica A B C D E Razão (A+B)/(D+E)

Escolas do CentroRangel Pestana 13% 39% 40% 6% 2% 6,7Dr. Coriolano Burgos 11% 41% 37% 9% 3% 4,7Luís Leite 10% 34% 44% 11% 2% 3,4Total 11% 38% 41% 8% 2% 4,8

Escolas da PeriferiaFrancisco da Silveira Franco 18% 37% 36% 7% 1% 6,5Nelson Alves de Godoy 13% 27% 46% 10% 2% 3,2Dionysia Gerbi Beira 10% 33% 43% 11% 3% 3,1Total 14% 34% 41% 9% 2% 4,1

Tabela 17: Perfil de renda nas escolas de ensino médio de Amparo em 2007.

A mesma relação entre centro e periferia foi encontrada na pesquisa realizada pela UNICAMP3 na cidade de Campinas em 2004. O resultado neste caso foi ainda mais dramático, com as escolas do centro de Campinas apresentando quatro vezes mais uso de drogas do que as escolas da periferia.

Defasagem Série/idade

O uso de drogas pode ser associado à defasagem do aluno na escola com relação à idade esperada para sua série, bem como que alunos que fizeram uso na vida de drogas apresentam maior defasagem entre série e idade e apresentam quantidade de faltas superior aos alunos que nunca experimentaram drogas.

Os resultados da pesquisa são apresentados na Tabela 18 são muito semelhantes aos obtidos pelo V Levantamento Nacional e concordam com outras pesquisas sobre o assunto.

Características Uso na vida de alguma droga

Não SimDefasagem Série/Idade (anos)

Não tem 80,6% 70,7%1 a 2 17,9% 27,1%Maior ou igual à 3 1,5% 2,2%

Dias em que faltou à escola nos últimos 30 dias

Vim todos os dias 56,9% 42,3%1 a 3 28,7% 31,0%4 a 8 10,5% 16,8%Maior ou igual à 9 3,9% 9,8%

Tabela 18: Defasagem Série/idade e dias que faltou à escola nos últimos 30 dias. Comparação com o uso de drogas.

33

Período

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

Solventes Maconha Cocaína

DiurnoNoturno

Figura 12: Uso freqüente de drogas nas escolas do ensino médio em Amparo. Comparação entre os períodos diurno e noturno.

Ao contrário do que se pensa uso de drogas é mais difundido no período diurno (manhã e tarde) do que no período noturno em Amparo. A Figura 12 mostra o resultado do consumo freqüente de álcool, maconha, solventes e cocaína para as escolas do ensino médio. Observa-se praticamente o dobro do uso freqüente de maconha, 50% a mais no uso freqüente de solventes e um terço a mais no uso freqüente de cocaína no período diurno do que no período noturno.

Por outro lado, o uso freqüente de álcool é maior no período noturno do que no diurno.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Diurno Noturno

Figura 13: Uso freqüente de álcool nas escolas do ensino médio em Amparo. Comparação entre os períodos diurno e noturno.

Uso de drogas segundo a gênero

O uso de drogas está distribuído entre ambos os sexos. Há uma tendência, mencionada em outras pesquisas de que jovens do sexo masculino sejam maioria no uso de maconha, cocaína, crack e energéticos, enquanto que as meninas prefiram os anfetamínicos (moderadores de apetite) e os ansiolíticos. Embora a Tabela 19 confirme esta tendência, observamos um grande equilíbrio no uso entre os gêneros no caso de Amparo. Com exceção dos esteróides (usados pelos homens para ganhar massa muscular), dos anfetamínicos (usado pelas meninas para emagrecer) e do uso freqüente da cocaína pelos meninos, nenhum percentual excedeu a marca de 60%, o que mostra o equilíbrio entre os sexos no uso de álcool e drogas.

34

Uso na vida Uso frequenteMasc Fem Masc Fem

Maconha 58% 42% 54% 46%Cocaína 54% 46% 67% 33%Crack 60% 40% - -Anfetamínicos 30% 70% 30% 70%Solventes 55% 45% 47% 53%Ansiolíticos 32% 68% - -Anticolinérgicos 52% 48% - -Barbitúricos 48% 52% - -Alucinógenos 41% 59% - -Energéticos 54% 46% - -Esteróides 86% 14% - -Tabaco 48% 52% - -Álcool 51% 49% 54% 46%Tabela 19: Uso de álcool e drogas, distribuição por gênero e freqüência de uso.

Uso de drogas segundo a idade

É preocupante que a quantidade de crianças com idade entre 10 e 12 anos que já fizeram uso na vida de algum tipo de droga, seja de 15%. Na maioria dos casos, estes jovens utilizaram solventes (12%), o que é altamente perigoso para a saúde.

Tipos de uso: Sexo % Idade (anos) %Masc. Fem. 10-12 13-15 16-18 >18

Uso na Vida 24% 22% 15% 22% 33% 44%Uso no Ano 16% 16% 10% 15% 23% 36%Uso no Mês 11% 10% 7% 9% 14% 28%Uso Frequente 4% 4% 2% 3% 7% 8%Uso Pesado 3% 3% 1% 2% 5% 8%

Tabela 20 Tipos de uso de drogas, exceto álcool, distribuídos segundo gênero e idade.

Na tabela abaixo apresentamos a idade do primeiro uso das principais substâncias psicotrópicas pesquisadas.

Tipo de substância Idade Média do Primeiro uso

(em anos)Álcool 13,97Solventes 14,83Maconha 15,80Anfetaminas 16,05Ansiolíticos 16,06Cocaína 16,32Crack 17,00Barbitúricos 17,18Anticolinérgicos 17,40

Tabela 21: Idade do primeiro uso das principais substâncias pesquisadas1.

1 As médias calculadas nesta pesquisa foram corrigidas para levar em consideração a idade do indivíduo que responde ao invés de média simples. Fazendo a média simples, os resultados são os seguintes: Álcool: 12,75; Solventes: 13,37; Maconha: 14,24; Anfetaminas: 13,66; Ansiolíticos: 13,87; Cocaína: 14,81; Crack: 14,7; Barbitúricos: 13,62; Anticolinérgicos: 14,84. Resultados em anos.

35

O álcool é a primeira substância psicotrópica ao alcance dos jovens, cujo acesso se em idades precoces e com maior freqüência dentro da própria casa. A tabela abaixo mostra o percentual de jovens que já usaram álcool entre os usuários de maconha, solventes, cocaína e crack:

Percentual de jovens que já experimentaram álcool entre os usuários de:

Solventes Maconha Cocaína Crack

95% 99% 100% 100%

Tabela 22: Uso de álcool na vida entra usuários de solventes, maconha, cocaína e crack.

Praticamente todos os usuários de drogas encontrados em nossa amostra também são usuários de álcool. De fato, uma análise dos dados de nossa pesquisa mostra que a maioria dos jovens experimentou primeiro álcool antes das demais drogas:

MaconhaÁlcool

CocaínaM aconha

Solventes

Crack

95%

73%

50%

69%92%70%

82%44%

Figura 14: Seqüência do uso na vida de drogas. Nesta figura, os percentuais indicam a fração de jovens que uma droga antes de outra. Considerados apenas jovens com 16 anos ou mais. Questionários com idades de início de uso não informadas não foram incluídos nos percentuais.

Nesta figura, para jovens com 16 anos ou mais, observamos que:• O uso de álcool antecedeu o uso de solventes em 69% dos casos,

de maconha em 73% dos casos,de crack em 92% dos casos ede cocaína em 95% dos casos.

• O uso de maconha antecedeu o uso de cocaína em 44% dos casos ede crack em 82% dos casos.

• O uso de solventes antecedeu o uso de crack em 70% dos casos.• O uso de cocaína antecedeu o uso de crack em 50% dos casos.

A anterioridade é considerada comparando-se idade em anos que o entrevistado atribui ao início do uso de cada droga. Os percentuais não incluem os casos em que o início de uso ocorre com a mesma idade (em anos) para ambas as drogas, o que é especialmente importante para comparações entre maconha e cocaína. No caso dessas drogas, há 44% de usuários de cocaína que experimentaram maconha em idades menores e outros 44% que experimentaram maconha com a mesma idade que experimentaram cocaína. No entanto, há poucos casos em que o jovem usou cocaína antes de maconha. Conclui-se (como representamos na Figura 14), que a maconha precede a cocaína na maioria das vezes.

Não foram considerados os casos em que a idade de início não foram declaradas pelo jovem.Além disto há mais usuários freqüentes e pesados de álcool entre os usuários de drogas do que a média. De fato, a Figura 15 mostra que os usuários de drogas são usuários pesados de álcool em percentuais muito maiores – entre o dobro e o quádruplo da incidência – do que a média da população pesquisada.

36

Uso pesado de álcool

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Cocaína Maconha Crack Solventes entre osparticipantes da

amostra

Figura 15: Uso pesado de álcool entre os usuários de drogas em geral.

Desta forma, concluímos que o uso do álcool – uma droga lícita, na maioria das vezes oferecida pelas famílias e pelos amigos – precede o uso de todas as demais drogas. Esta é uma das principais conclusões desta pesquisa.

37

Estatísticas do uso de drogas em geral

De uma forma geral, o uso de drogas em Amparo supera o uso na capital. A Tabela 23 apresenta a prevalência no uso de drogas, conforme o tipo de uso (uso na vida, no ano, no mês, freqüente e pesado), para os Municípios de Amparo (dados do presente levantamento) e de São Paulo (obtidos em 2004, no V Levantamento Nacional).

O uso na vida em Amparo é mais intenso para maconha, cocaína, crack, anfetamínicos, solventes, ansiolíticos sem receita médica, alucinógenos, energéticos misturados com álcool e esteróides. O uso frequente é maior em Amparo para maconha, cocaína, crack, anfetamínicos, solventes, ansiolíticos sem receita médica e anticolinérgicos. Nota-se que o uso de cocaína possui aproximadamente o dobro da prevalência tanto para o uso na vida quanto para o uso freqüente.

Município Amparo SP Amparo SP Amparo SP Amparo SP Amparo SPTipo de uso na vida no ano no Mês Frequente PesadoMaconha 8,2% 6,6% 5,3% 5,5% 3,2% 3,8% 1,5% 1,2% 1,1% 0,4%Cocaína 3,3% 1,7% 2,3% 1,3% 1,2% 1,0% 0,5% 0,2% 0,1% 0,1%Crack 1,3% 0,3% 0,9% 0,4% 0,5% 0,3% 0,1% 0,0% 0,1% 0,0%Anfetamínicos 3,5% 3,2% 2,6% 3,0% 2,6% 1,5% 0,7% 0,5% 0,5% 0,3%Solventes 17,1% 16,3% 10,7% 13,7% 5,4% 8,7% 1,9% 1,2% 1,4% 0,8%Ansiolíticos 3,2% 2,9% 2,3% 2,5% 1,2% 1,6% 0,3% 0,2% 0,3% 0,2%Anticolinérgicos 0,8% 0,9% 0,6% 0,8% 0,4% 0,6% 0,2% 0,1% 0,2% 0,1%Barbitúricos 0,8% 0,9% 0,6% 0,9% 0,4% 0,7% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1%Opiáceos 0,8% 0,2% - - - - - - - -Xaropes 0,1% 0,3% - - - - - - - -Alucinógenos 1,2% 0,7% - - - - - - - -Orexígenos 0,0% 0,7% - - - - - - - -Energéticos 15,2% 13,6% - - - - - - - -Esteróides 0,8% 0,4% - - - - - - - -Total de tipos de uso 23,1% 23,1% 16,0% 19,4% 10,3% 13,8% 4,0% 3,0% 2,8% 2,0%

Tabaco 21,5% 26,2% 13,8% 17,0% 8,4% 10,8% 3,9% 4,2% 2,7% 2,9%Álcool 71,2% 69,8% 57,7% 68,4% 40,3% 47,5% 14,5% 12,2% 7,9% 6,9%

Tabela 23: Uso de drogas psicotrópicas, álcool e tabaco por estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública em Amparo e em São Paulo; os dados de São Paulo foram obtidos do V Levantamento Nacional em 2004.

Álcool

O álcool é a substância que o jovem tem contato nas idades mais precoces. Embora uma parcela significativa (cerca de 3,5%) tenha experimentado antes dos 9 anos de idade, a idade média da amostra para o primeiro contato é 12,7 anos, resultado muito semelhante ao do V Levantamento Nacional, que é de 12,5 anos. Nesta pesquisa, utilizamos a média corrigida, que leva em consideração a idade do estudante pesquisado e sua declaração sobre a idade do primeiro uso, o que produz um resultado de 13,9 anos.

38

0%

5%

10%

15%

menosde 9

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 16: Distribuição de idades em que os jovens experimentaram álcool pela primeira vez.

O álcool tem uma importância especial: um estudo realizado no México mostrou que todos os alunos usuários de drogas ilícitas iniciaram consumindo álcool e tabaco. Além disso, o álcool e o tabaco foram as drogas que tiveram as menores médias de idades para o primeiro uso, resultado que também foi observado nesta pesquisa.

O fato do álcool anteceder as demais drogas é grave, mas o fato mais alarmante é que, como podemos observar na Figura 17 abaixo, o álcool é oferecido pela primeira vez em casa na maioria dos casos, tendo sido oferecida por familiares e amigos em quase 60% das vezes.

0%

10%

20%

30%

40%

Em casa Bares Casa de amigos Não Lembro

Figura 17: Local que estava quando experimentou álcool pela primeira vez.

Em 12% das vezes, o jovem comprou a bebida sozinho, o que significa que foi comprada ilegalmente, uma vez que em todos os casos a compra foi feita por menores de 18 anos de idade.

Local PercentualEm casa 36%Bares 22%Casa de amigos 18%Não Lembro 24%Tabela 24: Local que estava quando experimentou álcool pela primeira vez

39

0%

10%

20%

30%

40%

Familiares Amigos Comprei sozinho Outros Não Lembro

Figura 18: Quem ofereceu bebida pela primeira vez.

Quem ofereceu PercentualFamiliares 27%Amigos 32%Comprei sozinho 12%Outros 5%Não Lembro 24%

Tabela 25: Quem ofereceu bebida pela primeira vez.

O uso de álcool em Amparo encontra uma prevalência semelhante à da capital do Estado. As diferenças observadas estão dentro da precisão da pesquisa. O uso pesado de álcool ocorre em aproximadamente 8% da população estudantil pesquisada, o que significa que cerca de 500 estudantes de escolas públicas ingerem álcool no mínimo 20 vezes por mês em Amparo.

0%

20%

40%

60%

80%

Uso na vida Uso no ano no Mês Frequente Uso pesado

Figura 19: Tipos de uso de álcool. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004).

Embora haja correlação entre a intensidade do uso e defasagem idade/série, conforme se observa na tabela abaixo, esta diferença é relativamente pequena.

Álcool: Tipo de uso:Defasagemidade/série:

nunca usou Já usou Usofreqüente

Usopesado

em fase 79% 78% 77% 75%com defasagem 21% 22% 23% 25%

Tabela 26: Defasagem escolar e tipos de uso de álcool pelos estudantes. Observam-se diferenças, porém com pouco significado estatístico.

40

Amparo São Paulo

Por outro lado, quando se observa a freqüência na escola, há diferenças significativas: neste caso, a diferença possui grande significado do ponto de vista estatístico, sendo que o uso do álcool influi negativamente na freqüência, como podemos ver pela Tabela 27.

41

Álcool: Tipos de usoFaltas nos últimos 30 dias

nunca usou Já usou Uso frequente

Usopesado

não faltou 67% 48% 41% 43%1 a 3 25% 31% 30% 28%4 a 8 6% 14% 19% 18%>9 3% 6% 10% 11%

Total 100% 100% 100% 100%Tabela 27: Freqüência escolar nos 30 dias que antecederam a pesquisa e tipos de uso de álcool pelos estudantes. Observam-se diferenças importantes entre os grupos de não usuários e usuários.

Por estes dados observamos que, mesmo usando intensamente o álcool e faltando às aulas, o aluno segue sem ser reprovado.

Solventes

Os solventes são a droga mais utilizada em Amparo, o que é preocupante por serem substâncias neurotóxicas, que produzem seqüelas muitas vezes irreversíveis e eventualmente podem levar à morte. De fato, o V Levantamento Nacional mostrou que solventes são as drogas de maior uso na vida, independente da classe social a que pertence o aluno ou à cidade em que reside (o estudo foi realizado nas 27 capitais brasileiras). Tratam-se de substâncias de fácil acesso e que precisam de melhor regulamentação para a venda, uma vez que a prevalência no uso de solventes no Brasil é uma das maiores do mundo.

0,0%

4,0%

8,0%

12,0%

16,0%

20,0%

Uso na vida Uso no ano no Mês Frequente Uso pesado

Figura 20: Tipos de uso de solvente. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004).

Os solventes são utilizados desde antes dos nove anos de idade, sendo que, em média, o início do uso se dá aos 14,8 anos de idade. A Figura 21 mostra a distribuição das idades de início do uso dos solventes como droga psicotrópica pelos jovens.

42

Amparo São Paulo

0%

1%

2%

3%

4%

5%

menosde 9

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 21: Idade em que o jovem usou solventes como droga psicotrópica pela primeira vez.

Maconha

A maconha é a segunda droga mais utilizada em Amparo, com prevalência de 1,5% de uso freqüente, número que é 20% superior ao da capital paulista e 30% superior à média brasileira. Na comparação com São Paulo, o uso na vida, o uso freqüente e o uso pesado de maconha são maiores em Amparo do que em São Paulo, como podemos observar na Figura 22.

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

Uso na vida Uso no ano no Mês Frequente Uso pesado

Figura 22: Tipos de uso de maconha. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004).

A idade média para o início do uso de maconha é aos 15,8 anos de idade. A Figura 23 mostra um perfil para a idade do primeiro uso da droga na população pesquisada.

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

menosde 9

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 23: Idade em que o jovem usou maconha pela primeira vez.

43

Amparo São Paulo

Quando se estratifica o uso de maconha por faixa etária, verificamos que para estudantes com idades acima de 16 anos, a prevalência no uso freqüente da droga (uso de, no mínimo, 6 vezes por mês) sobe para valores entre 3,5 e 5%. Até o início da idade adulta, 40% da população pesquisada terá experimentado maconha ao menos uma vez. A figura abaixo mostra o percentual de jovens que já fizeram uso ao menos uma vez na vida, segundo a idade do indivíduo pesquisado.

0,0%5,0%

10,0%

15,0%20,0%25,0%30,0%

35,0%40,0%45,0%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 maiores18

Figura 24: Percentual de jovens que já fizeram uso de maconha na vida, segundo a idade do indivíduo pesquisado (em anos). Aproximadamente 40% dos jovens terá experimentado maconha até o início da idade adulta.

Cocaína

Depois do solvente e da maconha, a cocaína ocupa o terceiro lugar entre as drogas mais consumidas em Amparo. Esta droga deve ter atenção especial, uma vez que seu efeito psicotrópico é relativamente intenso e seu uso em Amparo atinge níveis superiores às médias nacionais. A presente pesquisa detectou que o uso na vida e o uso freqüente de cocaína ocorrem em Amparo com aproximadamente o dobro da prevalência que ocorre na cidade de São Paulo. A Figura 25 mostra o percentual dos tipos de uso de cocaína em Amparo, em comparação com São Paulo, conforme os dados desta pesquisa e do V Levantamento Nacional.

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

Uso na vida Uso no ano no Mês Frequente Uso pesado

Figura 25: Tipos de uso de cocaína. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004).

A idade do primeiro uso de cocaína ocorre após a do primeiro uso da maconha, conforme se observa em uma comparação entre a Figura 23 e a Figura 26. Em média o primeiro uso da cocaína

44

São PauloAmparo

se dá aos 16,3 anos, embora a pesquisa tenha detectado o primeiro uso em crianças com menos de 9 anos de idade.

0%

1%

2%

3%

4%

menosde 9

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 26: Idade em que usou cocaína pela primeira vez (em anos).

Entre os estudantes pesquisados, o uso de cocaína é progressivamente maior com a idade, conforme se observa na Figura 27. Ao terminar o ensino fundamental, aproximadamente 3% dos estudantes terão experimentado cocaína; mais de 10% dos jovens terão experimentado cocaína no início da idade adulta.

O uso de cocaína também ocorre com maior incidência entre as classes A e B, onde seu uso é 9 vezes maior do que nas classes D e E. O uso de cocaína também é 4,4 vezes maior entre os estudantes que trabalham em comparação com os estudantes que não trabalham, indicando que o fator econômico é fundamental para o acesso a esta droga.

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

12,0%

10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 27: Percentual de jovens que já fizeram uso de cocaína na vida, segundo a idade do indivíduo pesquisado (em anos). Mais de 10% dos jovens terá experimentado cocaína até o início da idade adulta.

Crack

O primeiro uso do crack ocorre em média aos 17 anos de idade, ou seja, em idades posteriores ao álcool, aos solventes, à maconha e à cocaína (nesta ordem). O perfil de idades para o uso do crack está representado na Figura 28.

45

0%

1%

2%

3%

4%

menosde 9

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Figura 28: Idade em que usou crack pela primeira vez (em anos).

A principal preocupação com o uso do crack deve-se concentrar nas últimas séries do ensino médio, quando o percentual de uso na vida torna-se 7 vezes mais intenso que nas primeiras séries do ensino médio, atingindo pouco mais que 3%.

A prevalência do crack é menor, sendo que apenas 1,3% dos estudantes pesquisados fizeram uso na vida. Ainda assim, este número é 4,3 vezes maior que o encontrado em São Paulo em 2004, no V Levantamento Nacional, conforme se observa na Figura 29.

0,0%

0,4%

0,8%

1,2%

1,6%

Uso na vida Uso no ano no Mês Frequente Uso pesado

Figura 29: Tipos de uso do crack. Comparação entre Amparo (2007) e São Paulo (2004).

Observa-se que o uso do crack em Amparo surge em todos os casos acima dos percentuais obtidos em São Paulo. Trata-se de uma tendência que deve ser considerada.

O uso do crack está disseminado em todas as classes sociais, mas o seu uso pelas classes A/B é 3 vezes maior do que entre as classes D/E e 9 vezes maior entre estudantes que trabalham do que entre os que não trabalham. Entretanto, o uso na vida na classe E, tomada em separado, apresenta prevalência de 6,2% entre os estudantes desta classe social, percentual que é no mínimo três vezes maior do que o de qualquer outra classe social.

46

AmparoSão Paulo

Projeção sobre a população jovem

A projeção dos dados obtidos – ou extrapolação – para a população geral dos jovens de Amparo deve ser feita com cautela. A amostra foi tomada em sala de aula, com os alunos presentes no dia da aplicação do questionário, portanto em ambiente específico com população específica.

Não se pode considerar que esta extrapolação produza o número exato de usuários em Amparo. Mas, feitas as considerações sobre as limitações desta inferência, podemos ter uma idéia do tamanho do problema e dimensionar nossas ações a partir destas informações. Trata-se do que é possível conhecer neste momento.

A Tabela 28 mostra a projeção dos dados obtidos (em percentuais) para a população jovem do Município de Amparo.

Uso freqüente Percentuais de usuários freqüentes por faixa etária obtidos na pesquisa

Estimativa do número de usuários freqüentes na população total com base na população estimada pelo IBGE.

Faixa etária (anos) 10 aos 15 mais de 16 10 aos 14 15 aos 20 20 aos 24 10 aos 24População Total 4.998 5.579 6.130 16.707Maconha 0,8% 3,2% 40 177 194 411Cocaína 0,3% 1,3% 13 71 78 161Crack 0,2% 0,1% 8 7 8 22Anfetamínicos 0,5% 1,3% 25 71 78 173Solventes 1,7% 2,5% 83 141 155 380Ansiolíticos 0,2% 0,6% 10 35 39 84Anticolinérgicos 0,2% 0,3% 10 14 16 40Barbitúricos 0,2% 0,1% 8 7 8 22Álcool 11,1% 23,3% 554 1.299 1.428 3.281Tabela 28: Total estimado de usuários freqüentes de drogas e álcool em Amparo na população geral, na faixa dos 10 aos 24 anos de idade. Projeção a partir dos percentuais obtidos da amostra pesquisada. Os percentuais encontrados em nossa pesquisa para a faixa etária dos 10 aos 15 anos foi utilizados para inferir qual é o número total de usuários das diferentes substâncias na população estimada entre 10 e 14 anos de idade. Da mesma forma, os dados obtidos para a população acima de 16 anos foram utilizados para inferir o número de usuários na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade. Utilizamos a população estimada pelo IBGE para 2007, a partir dos dados do Censo de 2000.

A generalização dos dados para a população geral, no caso do álcool, mostra que 554 jovens na faixa entre 10 e 14 anos de idade fazem uso freqüente (6 ou mais vezes por mês). Destes, aproximadamente 120 têm até 12 anos de idade. Entre os que fazem uso pesado, aproximadamente 300 são menores de 15 anos de idade.

Pouco mais de 3 mil jovens entre 10 e 24 anos de idade possuem o hábito de beber com freqüência e mais de 1.700 fazem uso pesado do álcool, o que deixa este contingente exposto ao risco do vício, com conseqüências devastadoras para o resto da vida.

Uma atenção especial deve ser dedicada aos solventes, visto que seu uso é bastante disseminado na população. Como se trata de um conjunto de substâncias vendidas no comércio legal, em geral em locais bem determinados, cabe pensar em ações específicas para conter este uso.

A projeção dos percentuais indica uma população usuária freqüente de maconha em 411 indivíduos com uso maior ou igual a 6 vezes por mês. Para a cocaína há 161 jovens e para o crack, apenas 22.

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Entretanto, especialmente para a cocaína e o crack, este número é seguramente maior.

Contribuem para esta distorção o fato de que muitos dos usuários não estão na escola – seja porque não estão matriculados ou porque faltam muito às aulas – de modo que ficaram excluídos da pesquisa.

Desta forma, é muito provável que parte dos dados quantitativos sobre as drogas mais pesadas – cocaína e crack – estejam subestimados, o que não invalida as conclusões do trabalho, uma vez que estas respondem por aspectos qualitativos do comportamento dos jovens.

O método utilizado neste trabalho é internacionalmente utilizado. Entretanto, como lembram os autores da pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, embora este método seja considerado um bom procedimento para se obter informações sobre comportamentos privados, pois o anonimato é explicitamente garantido, deve-se considerar que o tipo de questionário utilizado no presente trabalho mede o relato do consumo de drogas e não o consumo em si; portanto, deve-se ter cautela na interpretação dos dados3.

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Conclusões

1. Enquanto o caráter dos pais – se autoritário ou liberal – parece ter pouca ou nenhuma influência no uso de drogas e álcool pelos jovens, a qualidade relacionamento entre pais e filhos e entre os pais é decisivo no uso destas substâncias.

2. Um bom relacionamento com o pai é essencial para se diminuir as chances do uso pesado de álcool pelo jovem.

3. A religião declarada tem pouca interferência, mas a educação religiosa interfere fortemente protegendo contra o vício.

4. A pesquisa não evidenciou (confirmando outras pesquisas anteriores) que a prática de algum tipo de esporte evite o uso de álcool ou de drogas.

5. A renda familiar é um fator determinante para o acesso às drogas e ao álcool.6. A prevalência no uso de drogas decresce da classe A até a classe D, mas apresenta um pico

na classe E.7. A prevalência no uso de álcool decresce da classe A até a classe E. Entretanto, a classe E

usa 2,5 vezes mais bebidas destiladas do que a classe A.8. O número de usuários das classes A/B é, em média, seis vezes maior que o das classes D/E

para o uso de drogas e treze vezes maior para o uso de álcool.9. Os estudantes que trabalham têm maior prevalência no uso de álcool e de drogas, para todas

as drogas e em qualquer freqüência de uso.10.A pesquisa mostra que os jovens começam com o uso do álcool, passando para drogas mais

potentes com a idade. A tendência do uso de drogas começar pelo uso do álcool é confirmada por outras pesquisas.

11.Usuários de drogas também são usuários de álcool com maior freqüência e intensidade do que os demais.

12.A venda ilegal de álcool para menores de idade foi evidenciada pela pesquisa quando 12% da população estudantil afirma ter comprado sozinhos a primeira dose. Em todos os casos estes jovens eram menores de idade.

13.Os solventes são a droga mais utilizada em Amparo, o que é preocupante por serem substâncias neurotóxicas que podem levar à morte. A maioria destas substâncias são facilmente encontradas no comércio e podem ser livremente adquiridas pelos jovens.

14.O uso na vida, o uso freqüente e o uso pesado de maconha são ligeiramente maiores em Amparo do que em São Paulo.

15.Esta droga deve ter atenção especial, uma vez que o uso de cocaína em Amparo atinge níveis superiores às médias nacionais. O uso na vida e o uso freqüente de cocaína ocorrem em Amparo com aproximadamente o dobro da prevalência que ocorre na cidade de São Paulo.

16.Embora seja uma droga com prevalências menores, o crack em Amparo surge acima dos percentuais obtidos em São Paulo em qualquer freqüência de uso.

17.O uso de drogas é mais difundido nas turmas do período diurno do que no noturno.18.O uso de álcool é mais difundido nas turmas do período noturno.19.Há grande equilíbrio entre gêneros para o uso de drogas e álcool em Amparo, com exceção

da cocaína (homens), dos esteróides (homens) e dos anfetamínicos (mulheres).20.Aproximadamente 15% das crianças com idade entre 10 e 12 anos que já fizeram uso na vida

de algum tipo de droga. A maioria usou solventes.21.Mais de 3 mil jovens possuem o hábito de beber com freqüência em Amparo e pelo menos

1.700 jovens já fazem uso pesado de álcool, expondo esta população ao vício e às suas conseqüências.

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Anexo 1: Questionário utilizado na pesquisa

O questionário utilizado nesta pesquisa foi o mesmo utilizado pelo CEBRID no V Levantamento Nacional. A seguir, reproduzimos o seu conteúdo.

Este questionário sobre o uso de drogas será aplicado com o objetivo de traçar o diagnóstico do consumo de drogas entre estudantes do ensino fundamental (a partir da 5ª série) e do ensino médio na Rede Pública de Ensino do Município de Amparo.

Você não deve colocar seu nome no questionário, pois ele é anônimo. Ou seja, não poderemos saber quem respondeu cada questionário depois que ele nos for devolvido.

É muito importante que você seja sincero e só responda depois de ler com bastante atenção as perguntas e as alternativas dadas. Basta marcar um x na resposta que você achar mais certa.

Caso não queira participar da pesquisa, deixe seu questionário em branco.

Exemplos:

Uma pessoa costuma tomar refrigerante, mas já faz 2 meses que não toma.A Você já tomou algum refrigerante? (Exemplos:Guaraná,Soda Limonada)

1. Sim2. Não

B De um ano para cá você tomou refrigerante?1. Sim2. Não

C De um ano para cá você tomou refrigerante?1. Não2. Sim, fumei de 1 a 5 dias3 Sim, fumei de 6 a 19 dias4 Sim, fumei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou refrigerante pela primeira vez?1. Nunca tomei refrigerante2. Eu tinha 7 anos.3 Não lembro

E Se você já tomou refrigerante , escreva o nome do que você tomou por ultimo.1. Nunca tomei refrigerante2. O nome é guaraná.

Uma outra pessoa tomou refrigerante em 10 dias no último mês.A Você já tomou algum refrigerante? (Exemplos:Guaraná,Soda Limonada)

1. Sim2. Não

B De um ano para cá você tomou refrigerante?1. Sim2. Não

C De um ano para cá você tomou refrigerante?1. Não2. Sim, fumei de 1 a 5 dias3 Sim, fumei de 6 a 19 dias4 Sim, fumei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou refrigerante pela primeira vez?1. Nunca tomei refrigerante2. Eu tinha 6 anos.3 Não lembro

E Se você já tomou refrigerante , escreva o nome do que você tomou por ultimo.1. Nunca tomei refrigerante2. O nome é Soda limonada

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Idade: ...... anosSexo: 1. Masculino

2. Feminino

1A Você já fumou cigarro?(Não vale maconha)

1. Sim2. Não

B De um ano para cá você fumou algum cigarro?1. Sim2. Não

C De um mês para cá, você fumou algum cigarro?1. Não2. Sim, fumei de 1 a 5 dias3 Sim, fumei de 6 a 19 dias4 Sim, fumei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando fumou cigarro pela primeira vez?1. Nunca fumei2. Eu tinha ... anos anos:3 Não lembro

E Quantos cigarros você fuma por dia?1. Não fumo2. De 1 a 10 cigarros por dia3 De 11 a 20 cigarros por dia4 Mais de 20 cigarros por dia

2A Você já experimentou maconha (ou haxixe)?

1. Não2. Sim

B De um ano para cá você usou maconha?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você usou maconha?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando experimentou maconha pela primeira vez?1. Nunca experimentei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Quantos baseados/fininhos geralmente você usou em cada ocasião?1. Não uso2. (Usei) baseados/fininhos por vez:

3A Você já usou cocaína, mesclado, merla, bazuca ou pasta de coca?

1. Não2. Sim

B De um ano para cá você usou cocaína, mesclado, merla, bazuca ou pasta de coca?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você usou cocaína, mesclado, merla, bazuca ou pasta de coca?1. Não2. Sim,usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim,usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando usou cocaína, mesclado, merla, bazuca ou pasta de coca pela primeira vez?

1. Nunca usei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

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E Se você já usou desses produtos, escreva o nome do que usou por último:1. Nunca usei2. Cocaína3 Mesclado4 Merla5 Bazuca6 Pasta de coca

4A Você já usou crack?

1. Não2. Sim

B De um ano para cá você usou crack?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você usou crack?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando usou crack pela primeira vez?1. Nunca usei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Quantas pedras geralmente você usou em cada ocasião?1. Nunca usei2. (Usei) pedras por vez:

5A Você já usou algum remédio para emagrecer ou ficar acordado(ligado) sem receita médica? (Exemplos:

Hipofagin, Moderex,Glucoenergan, Inibex, Desobesi, Reactivan, Pervitin, Dasten, Isomeride, Moderine, Dualid, Preludin. Não vale adoçante nem chá)

1. Não2. Sim

B De um ano para cá você usou remédio para emagrecer ou ficar acordado sem receita médica?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você usou remédio para emagrecer ou ficar acordado sem receita médica?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando usou remédio para emagrecer ou ficar acordado sem receita médica, pela primeira vez?

1. Nunca usei esses remédios2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Se você já tomou remédio para emagrecer ou ficar acordado sem receita médica, escreva o nome do que você usou por último

1. Nunca usei2. O nome é .....................

6A Você já cheirou algum produto para sentir um “barato” qualquer? (Exemplo: lança-perfume, Ioló, cola,

gasolina, benzina, acetona, removedor de tinta, tíner, aguarráz, éter,esmalte, tinta. Não vale cocaína)1. Não2. Sim

B De um ano para cá você já cheirou algum produto para sentir um “barato” qualquer?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você já cheirou algum produto para sentir um “barato” qualquer?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando cheirou algum desses produtos para sentir um “barato” qualquer pela

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primeira vez?1. Nunca cheirei nada2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Se você cheirou algum desses produtos escreva o nome do que cheirou por último1. Nunca cheirei2. O nome é .....................

F Quando você cheirou algum desses pro dutos, onde você conseguiu? (Exemplos: lança-perfume, Loló, cola, gasolina, etc.)

1. Nunca cheirei2. Comprei3 Tinha em minha casa4 Ganhei de amigos5 Não lembro6 Outros

G Onde você estava quando usou algum desses produtos pela primeira vez? (Exemplos: lança-perfume, IoIó, cola, gasolina, benzina, acetona, esmalte, etc.)

1. Nunca cheirei2. Em minha casa3 Bares/danceterias/boates4 Casa de amigos/conhecidos5 Não lembro

7A Você já tomou algum tranquilizante, ansiólitico, calmante ou antidistônico sem receita médica?

(Exemplos: Diazepan, Dienpax, Lorium,Valium,Librium,Lorax,Rohypnol,Psicosedin, Somalium, Lexotan,Rivotril)

1. Não2. Sim

B De um ano para cá, você tomou algum tranqüilizante, ansiolítico, calmante ou antidistônico sem receita médica?

1. Não2. Sim

C De um mês para cá você tomou algum tranqüilizante, ansiolítico, calmante ou antidistônico sem receita médica?

1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou algum tranqüilizante, ansiolítico, calmante ou antidistônico sem receita médica pela primeira vez?

1. Nunca tomei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Se você já tomou algum tranqüilizante, ansiolítico, calmante ou anditistônico, sem receita médica, escreva o nome do que tomou por último.

1. Nunca tomei2. O nome é .....................

8A Você já tomou Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio (saia-branca, véu-de-noiva,

trombeteira, zabumba,cartucho) para sentir algum “barato”?1. Não2. Sim

B De um ano para cá, você tomou Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio para sentir algum “barato”?

1. Não2. Sim

C De um mês para cá você tomou Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio para sentir algum “barato”?

1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio para sentir

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algum “barato”?1. Nunca tomei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Se você já tomou Artane, Asmosterona, Bentyl, Akineton ou chá de lírio para sentir algum “barato”, escreva o nome do que tomou por último.

1. Nunca tomei2. O nome é .....................

9A Você já tomou algum sedativo ou barbitúrico sem receita médica? (Exemplos: Optalidon, Fiorinal,

Gadernal, Tonopan, Nembutal, Comital, Pentotal)1. Não2. Sim

B De um ano para cá, você tomou algum sedativo ou barbitúrico sem receita médica?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você tomou algum sedativo ou barbitúrico sem receita médica?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou algum sedativo ou barbitúrico sem receita médica?1. Nunca tomei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Se você já tomou algum sedativo ou barbitúrico sem receita médica, escreva o nome do que tomou por último.

1. Nunca tomei2. O nome é .....................

10A Você já tomou alguma bebida alcoólica? (Cerveja, chopp, vinho, pinga, “caipirinha”, aperitivos, sidra,

outros)1. Não2. Sim

B De um ano para cá, você tomou alguma bebida alcoólica?1. Não2. Sim

C De um mês para cá você tomou alguma bebida alcoólica?1. Não2. Sim, usei de 1 a 5 dias3 Sim, usei de 6 a 19 dias4 Sim, usei em 20 dias ou mais

D Que idade você tinha quando tomou pela primeira vez uma bebida alcoólica?1. Nunca tomei2. Eu tinha .... anos.3 Não lembro

E Qual o tipo de bebida alcoólica que você tomou por último.1. Nunca tomei2. Cerveja ou chopp3 Pinga ou uísque ou vodca ou conhaque4 Licor5 Cidra ou champanhe6 Vinho7 Outros

F Quantos copos você tomou nessa última vez?1. Nunca tomei2. Um só gole3. Menos de um copo4. ....... copo(s)

11Você já usou Silador, Dolantina, Tramal (Tramadol), Meperidina, Tengesic, Demerol, Algafan, Tylex, heroína, morfina ou ópio para sentir algum “barato”?

1. Não usei

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2. Sim. Qual? ..........................................12

Você já usou xaropes para sentir algum “barato”? (Exemplos: Pambenyl, Setux, Tussiflex, Gotas Binelli, Silentós, Belacodid, Eritós)

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

13Você já usou LSD(ácido), chá de cogumelo, mescalina, êxtase ou ketamina para sentir algum “barato”?

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

14Você já tomou Holoten, Carpinol ou Medavane para sentir algum “barato”?

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

15Você já usou algum dos remédios abaixo para sentir algum “barato”? Periatin, Periavita, Cobavital, Buclina, Vibazina, Apetivit, Profol e Nutrimaiz.

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

16Você já usou alguma bebida energética misturada com álcool para sentir algum “barato”? (Red Bull, Flash Power, Flying, Horse, Bad Boy, Blue Energy, Online, Viper)

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

17Você já usou ou usa agora medicamento anabolizante para aumentar sua musculatura ou para dar mais força? (Androlone, Anabolex, Durabolin, Equipoise, Androviron, Primobolan, Decadulaborin, Durateston, Parabolan)

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

18Quem lhe aconselhou a usar esse anabolizante?

1. Nunca usei2. Amigo da escola3 Amigo da academia de ginástica4 Parente5 Não me lembro

19Em que lugar você comprou ou conse guiu o anabolizante?

1. Nunca usei2. Farmácia3 Em academia4 Amigo/parente5 Não me lembro

20Das drogas citadas neste questionário você já usou alguma injetando na veia ou no músculo?

1. Não2. Sim. Qual? ..........................................

21Você conhece alguém que injeta droga?

1. Não2. Sim.

22Você já ouviu falar de outras drogas não citadas neste questionário e que as pessoas usam para sentir algum “barato”?

1. Não2. Sim, os nomes dessas drogas são: ..........................

23Até que grau seu pai(ou responsável) estudou?

1. Nunca estudou2. Fez até a 1ª série ou 2ª série ou 3ª série3 Fez até a 4ª série ou 5ª série ou 6ª série ou 7ª série

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4 Fez até a 8ª série ou 1º colegial ou 2º colegial5 Terminou o 3º colegial6 Fez faculdade, mas não terminou o curso7 Fez faculdade completa (terminou o curso)8 Não sei

24A Na sua casa tem: A. Televisão? (Não vale quebrada)

1. Não2. Sim, quantas? ................................................

B Na sua casa tem: B. Rádio? (Não vale quebrado)1. Não2. Sim, quantos? ................................................

C Na sua casa tem: C. Aspirador de pó? (Não vale quebrado)1. Não2. Sim, quantos? ................................................

D Na sua casa tem: D. Máquina de lavar roupa? (Não vale quebrada)1. Não2. Sim, quantas? ................................................

E Na sua casa tem: E. Automóvel?1. Não2. Sim, quantas? ................................................

F Na sua casa tem: F. Empregado(a)que recebe salário e trabalha todo dia?1. Não2. Sim, quanto(o)s? ................................................

G Na sua casa tem: G. Banheiro com água encanada?1. Não2. Sim, quantos? ................................................

25Quantos dias você não veio à escola nos últimos 30 dias?

1. Vim todos os dias2. 1 a 3 dias3 4 a 8 dias4 9 ou mais dias

26Você já tomou alguma bebida alcoólica até se embriagar (“porre”)?

1. Não2. Sim

27 De um mês para cá, você tomou alguma bebida alcoólica até se embriagar (“porre”)?

1. Não2. Sim, de 1 a 5 dias3 Sim, de 6 a 19 dias4 Sim, em 20 dias ou mais

28Onde você estava quando experimentou bebida alcoólica pela primeira vez?

1. Nunca bebi2. Em casa3 Bares/danceterias/ boates4 Casa de amigos/conhecidos5 Não lembro

29Quem lhe ofereceu bebida alcoólica pela primeira vez?

1. Nunca bebi2. Familiares3 Amigos4 Comprei sozinho5 Outros6 Não lembro

30Qual a bebida alcoólica que você costuma tomar com mais frequência?

1. Não costumo beber2. Cerveja ou chopp

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3 Pinga4 Uísque5 Vodca6 Conhaque7 Licor8 Sidra ou champanhe9 Vinho10 Outros ...................................................

31Quantas doses você costuma beber cada vez?

1. Não bebo2. ................................ doses

32Onde você costuma tomar bebidas alcoólicas com mais freqüência?

1. Nunca bebi2. Em casa3 Bares/danceterias/boates4 Casa de amigos/conhecidos5 Outros ...................................................

33Com quem você costuma tomar bebidas alcoólicas com mais freqüência?

1. Não costumo beber2. Familiares3 Amigos4 Sozinho5 Outros ...................................................

34Você já comprou pessoalmente alguma bebida alcoólica?

1. Não2. Sim. Onde? ............................................3 Já tentei, mas não consegui.

35Você acha que alguém na sua família bebe demais? (Pode assinalar mais de uma alternativa)

1. Não2. Pai3 Mãe4 Irmãos5 Outros .....................................................

36Depois de beber você já: (Pode assinalar mais de uma alternativa)

1. Nada aconteceu2. Brigou3 Sofreu acidentes (atropelamentos, quedas, etc)4 Dirigiu5 Faltou à escola6 Faltou ao trabalho7 Outros(especificar) ...................................

Por fim, por favor, responda mais estas últimas questões:

37Como é o seu relacionamento com seu pai?

1. Não tenho pai2. Bom3 Regular4 Ruim5 Não tenho contato com meu pai

38Como é o seu relacionamento com sua mãe?

1. Não tenho mãe2. Bom3 Regular

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4 Ruim5 Não tenho contato com minha mãe

39Como é o relacionamento entre seus pais?

1. Bom2. Regular3 Ruim4 Não vivem juntos

40Como você acha que seu pai é?

1. Autoritário (mandão)2. ModeradoLiberal (boa praça)

41Como você acha que sua mãe é?

1. Autoritária (mandona)2. Moderada3 Liberal (boa praça)

42Você segue alguma religião?

1. Não2. Sim. Qual? .................................................

43Você prática esportes?

1. Não2. Sim. Qual? .................................................

44Você trabalha?

1. Não2. Sim, com carteira assinada3 Sim, sem carteira

Veja se não deixou nenhuma questão em branco.

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Referências

60

1 Carlini-Cotrim, B.; Carlini, E. A.; Silva Filho, A. R.; Barbosa, M. T. S. – “O uso de drogas psicotrópicas por estudantes do primeiro e segundo graus da rede estadual, em dez capitais brasileiras”, 1987. Em: Consumo de drogas psicotrópicas no Brasil, em 1987. Centro de Documentação do Ministério da Saúde (Série C: Estudos e Projetos 5), Brasília, 09-84, 1989.2 J. C. F. Galduróz, A. R. Noto, A. M. Fonseca e E. A. Carlini, V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID, Departamento de Psicologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal Paulista, parcialmente patrocinada pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (2004).3 M. Soldera, P. Dalgalarrondo, H. R. Corrêa Filho e C. A. M. Silva, “Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e fatores sociais associados”, Rev. Bras. Saúde Pública, 38(2): 277-83 (2004).4 R. Laranjeira, I. Pinsky, M. Zaleski e R. Caetano (texto e org.) e P. C. A. V. Duarte (Revisão Técnica Cientifica), I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (2007).