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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDUC
CAMPUS DE CAICÓ-RN
IAGLIANA DO NASCIMENTO SILVA
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA: O SABER FAZER PARA ALÉM
DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DE ENSINO BÁSICO
CAICÓ-RN
2016
1
IAGLIANA DO NASCIMENTO SILVA
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA: O SABER FAZER PARA ALÉM
DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DE ENSINO BÁSICO
Trabalho de monografia apresentado ao Curso de
Pedagogia do Departamento de Educação do
Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito para a conclusão da Atividade
Curricular Monografia II, sob a orientação da Prof.ª
Ma. Célia Fonsêca de Lima.
CAICÓ-RN
2016
2
Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior
do Seridó -
Silva, Iagliana do Nascimento.
A Atuação do Pedagogo na Empresa: o saber fazer para além da
instituição escolar de ensino básico / Iagliana do Nascimento
Silva. - Natal: UFRN, 2016.
53f: il.
Orientador: Ma. Célia Fonsêca de Lima.
1. Pedagogia Escolar. 2. Pedagogia Empresarial. 3. Atuação do
Pedagogo. I. Lima, Célia Fonsêca de. II. Título.
RN/UF/BS-Caicó CDU 37:658
3
IAGLIANA DO NASCIMENTO SILVA
Trabalho de monografia apresentado ao Curso de Pedagogia do Departamento
de Educação do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a conclusão da Atividade
Curricular Monografia II, sob a orientação da Prof.ª Ma. Célia Fonsêca de Lima.
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA: O SABER FAZER PARA ALÉM
DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DE ENSINO BÁSICO
Aprovada em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________________________ Profª Ma. Célia Fonsêca de Lima – Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES-DEDUC) - Caicó/RN
_____ Profª Dra. Christiane Medeiros Cavalcante - Examinadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES-DEDUC) – Caicó/RN
__ Prof. Me.Djanni Martinho dos Santos Sobrinho - Examinador
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES- DEDUC) – Caicó/RN
4
Dedico a DEUS por não ter me desamparado em todos os momentos deste trabalho, por ter sido um companheiro fiel nessa caminhada e a minha MÃE, por ter me dado força constantemente e me fazer persistir
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS, por não ter desistido de mim e não me fazer
desistir nesse trabalho, dando-me forças para seguir todo o processo.
A minha mãe, VERA LÚCIA DO NASCIMENTO SILVA, por ter me
confortado com suas palavras nos momentos mais difíceis.
A meu companheiro, ANDERSON PATRÍCIO DE OLIVEIRA SILVA, por me
incentivar nessa caminhada.
A minhas irmãs, IAPONIRA, ILÂNIA e IAPONEIDE, por sentirem junto
comigo as emoções dos momentos mais significativos.
A minha orientadora, Ma. CÉLIA FONSÊCA DE LIMA, por dedicar-se
constantemente neste trabalho.
Aos examinadores, Christiane Medeiros Cavalcante e Djanni Martinho dos
Santos Sobrinho, por terem aceitado o convite para participar da banca.
Aos professores, João Luiz de Azevedo filho e Ionara Régia Silva
Guimarães, por não ter medido esforços para me ajudar, contribuindo, com seus
conhecimentos, na lapidação e estruturação dessa escrita.
E a todos que direto ou indiretamente contribuíram com o desenvolvimento
deste trabalho.
6
Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.
Paulo Freire
7
RESUMO
O presente trabalho, intitulado: “A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA: O SABER FAZER PARA ALÉM DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DE ENSINO BÁSICO” realizou-se com os profissionais da pedagogia nas empresas SENAI/RN (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e SEBRAE/RN (O Serviço Brasileiro de apoio as Micro e Pequenas Empresas), ambas situadas na cidade de Caicó-RN. Este, teve o objetivo de compreender como o pedagogo desempenha sua função em empresas de ensino profissionalizante analisando esse processo e descrevendo a sua importância. Para a fundamentação teórica utilizou-se Libâneo (2008), Ribeiro (2010), Candinha (2011), Lopes (2011), Abrantes (2012), dentre outros. Para realização da coleta de dados utilizou-se pesquisa bibliográfica, documental e aplicação de questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas sobre os desafios e a necessidades da atuação do pedagogo na empresa. Constatou-se que a presença do pedagogo em âmbitos empresariais se faz necessária devido o processo de ensino-aprendizagem que as empresas fomentam. Assim o pedagogo empresarial configura-se como um profissional capaz de atuar nos aspectos didático-metodológico-administrativos dos cursos, programas e projetos promovidos por essas instituições, uma vez que os desenvolvem, trazendo com ele benefícios como: formação do profissional e a realização de análise crítica das situações dos cursos, projetos e programas desenvolvidos pelas empresas.
PALAVRAS-CHAVES: Pedagogia Escolar. Pedagogia Empresarial. Atuação do pedagogo.
8
ABSTRAC
This work, entitled “THE PEDAGOGUE’S PERFORMANCE IN THE COMPANY: THE KNOW-HOW IN ADDITION TO THE EDUCATIONAL INSTITUTION OF BASIC EDUCATION” was held with teaching professionals in companies SENAI / RN (national service for industrial training) and SEBRAE / RN (Brazilian service to support micro and small enterprises), both of them located in Caico city – RN. This, we aimed to understand how the teacher plays its role in vocational education companies analyzing the process and describing its importance. For the theoretical foundation was used Libâneo (2008), Ribeiro (2010), Candinha (2011), Lopes (2011), Abrantes (2012), among others. To perform the data collection was used bibliographical research, document and application of structured questionnaire with open and closed questions about the challenges and the teacher's performance needs of the enterprise. It was notice that the presence of the pedagogue in enterprise environments is necessary because of the teaching learning process that companies promote. So the business pedagogue configured herself as a professional able to act in the educational, methodological and administrative aspects of the courses, programs and projects promoted by these institutions as they develop them, bringing with it benefits such as: professional training and conducting critical analysis of the situations of the courses, projects and programs developed by companies. KEYWORDS: School pedagogy. business pedagogy. pedagogue's performance.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 10
2 PEDAGOGIA ESCOLAR E PEDAGOGIA EMPRESARIAL: BREVE
HISTÓRICO................................................................................................ 13
3 PEDAGOGIA EMPRESARIAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕES................ 22
4 O PEDAGOGO NA ÁREA EMPRESARIAL.............................................. 26
4.1 O FAZER PEDAGÓGICO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLAR....................... 26
4.2 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL..................... 30
5 NECESSIDADES E BENEFÍCIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO
NUMA EMPRESA DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE............................... 33
5.1 METODOLOGIA.................................................................................................. 33
5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES - SENAI/RN E SEBRAE/RN.......... 34
5.2.1 SENAI/RN......................................................................................................... 34
5.2.2 SEBRAE/RN..................................................................................................... 36
5.3 RESULTADOS DAS COLETAS DE DADOS....................................................... 38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 45
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 47
APÊNDICE................................................................................................................. 50
ANEXO....................................................................................................................... 52
10
1 INTRODUÇÃO
A Pedagogia empresarial ainda é um tema muito discutido, tanto nos
ambientes corporativos, quanto entre os próprios pedagogos, uma vez que a
necessidade da sua atuação vem crescendo a cada dia, devido as mudanças
que vem ocorrendo do mundo do trabalho em consequência da globalização.
Caracteriza-se como uma das possibilidades de atuação vinculada à ideia da
necessidade de formação e preparação dos recursos humanos nas empresas
que segundo Ribeiro (2010, p.5) trata-se, “[...] especificamente em treinamento
pessoal, responsável pela preparação e formação de mão de obra para o
atendimento das especificidades da organização”.
Quando se trata de empresas que oferece o ensino profissionalizante,
especificamente como: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do
Rio Grande do Norte e do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE) também do Estado do Rio Grande do Norte,
desempenham além da formação e preparação dos recursos humanos da
empresa, realizam ações e planejamentos de formação para o oferecimento de
cursos profissionalizantes voltados para a necessidade do mercado de trabalho
da região.
Nesse contexto, este trabalho desenvolve conhecimentos a respeito da
pedagogia empresarial em empresas que oferece cursos profissionalizantes e
seu objetivo geral é identificar os benefícios e as necessidades do pedagogo em
empresas que oferece cursos profissionalizantes. E, os seus objetivos
específicos são: conhecer a atuação desse profissional nessas empresas e
analisar a função exercida por esses profissionais em empresas de ensino
profissionalizante. Sua problemática central é, quais são os benefícios e as
necessidades do pedagogo em empresas de ensino profissionalizante,
especificamente, SEBRAE/RN e SENAI/RN?
Vale salientar que a escolha pela temática foi por considerar relevante e
atual pautado no interesse intenso que a pesquisadora tem com o assunto, o
que possibilitou a realização de construção de novos conhecimentos.
11
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa que para Severino (2002), na
abordagem qualitativa o pesquisador procura aprofundar-se na compreensão
dos fenômenos que estuda, interpretando-os segundo a perspectiva dos
participantes da situação, sem se preocupar com representações numéricas e
estatísticas. Quanto aos procedimentos utiliza-se de consulta bibliográfica,
documental e do instrumento questionário estruturado com perguntas abertas e
fechadas aplicados com os pedagogos empresariais que trabalham em
empresas que oferece o ensino profissionalizante, especificamente o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) - RN e do Serviço Brasileiro de
apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) – RN com sede na cidade de
Caicó-RN.
Na sua fundamentação foram utilizados os constructos teóricos de Libâneo
(2008), Cambi (2010), Ribeiro (2010), Candinha (2011), Lopes (2011), Abrantes
(2012), dentre outros que embasaram o percurso desta escrita e contribuíram
para o entendimento da temática abordada.
Para favorecer o entendimento de todo este trabalho, suas discursões
foram organizadas em quatro capítulos e as considerações finais que serão
apresentadas a seguir:
No capítulo: PEDAGOGIA ESCOLAR E PEDAGOGIA EMPRESARIAL:
breve histórico, será ressaltado alguns fatos históricos que marcaram a
pedagogia escolar da civilização grega até a idade contemporânea, surgindo
nesta época, os primeiros indícios da pedagogia empresarial.
No segundo capítulo: PEDAGOGIA EMPRESARIAL: conceitos e
definições, discutiremos o que é a pedagogia empresarial; em qual ramo ela se
desenvolve; com que se ocupa e em quais processos ela desencadeia.
O terceiro: O PEDAGOGO NA ÁREA EMPRESARIAL foi dividido em duas
subseções: O fazer pedagógico em espaços não escolar e Campo de atuação
do Pedagogo Empresarial. Na primeira subseção serão destacados alguns
ambientes que o pedagogo pode atuar que não sejam as escolas de ensino
básico, portanto, apresenta ONGs, hospitais, destacando as principais atividades
desenvolvidas pelo pedagogo nessas instituições, assim como também, será
12
enfatizado a formação continuada deste profissional; na segunda subseção
ficará compreendido como o pedagogo atua nas empresas; que atividades
desenvolvem; o que compete a ele exercer; entre outros aspectos interligados
ao pedagogo nas empresas.
O quarto capítulo apresenta a análise dos dados coletados, um dos pontos
fortes deste trabalho, explanando a metodologia utilizada, a caracterização da
instituição e os resultados obtidos durante a realização do referido trabalho
dando respostas ao problema levantado.
E por último, têm-se as considerações finais. Nessa se apresenta as
questões relevantes que proporcionaram apresentar os resultados relevantes e
considerados importantes.
Enfim, espera-se que este trabalho possa contribuir para uma reflexão dos
interessados ao tema e que os subsídios aqui apresentados, sejam relevantes
para os pedagogos empresariais e para as empresas que apostam nesses
profissionais para seu crescimento e desenvolvimento interno e externo.
13
2 PEDAGOGIA ESCOLAR E PEDAGOGIA EMPRESARIAL: BREVE
HISTÓRICO
Nesse capítulo será ressaltado alguns fatos históricos que marcaram a
pedagogia escolar da civilização grega até a idade contemporânea, surgindo
nesta época, os primeiros indícios da pedagogia empresarial.
O tema “Pedagogia” é tão abrangente que, para ser melhor compreendido,
faz-se necessária uma breve reflexão do que vem a ser a Pedagogia, como e
onde surgiu, como se deu sua evolução no processo histórico educacional e
quais mudanças ocorreram até os momentos atuais.
A Pedagogia nos remete a uma vasta situação histórica da educação, pois
como já se sabe, a Pedagogia é a ciência da educação, porém sua aproximação
com esse termo, só será constatada na civilização grega, com os filósofos, no
nascimento da paideia, como bem retrata Cambi (1999, p.87):
Se a noção de paideia deve ser procurada já nas fases mais remotas da cultura grega, atingindo a cultura dos médicos, depois a dos trágicos e por fim a dos filósofos, é todavia na época dos sofistas e de Sócrates que ela se afirma de modo orgânico e independente e assinala a passagem – explícita – da educação para a pedagogia, de uma dimensão pragmática da educação para uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características universais e necessárias da filosofia. Nasce a pedagogia como saber autônomo, sistemático, rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme, e não mais como éthos e como práxis apenas.
É a partir dessa época que os indícios da relação da Pedagogia com a
Ciência começa a ser percebida, pois as reflexões filosóficas de Sócrates, Platão
e Aristóteles irão contribuir para esse processo, ao trazer à tona várias
mudanças na formação do homem, que incidiram de forma significativa na
“tradição pedagógica ocidental” (CAMBI, 1999, p. 89), uma vez que, com esses
pensamentos sobre educação, eles passaram a ver a Pedagogia como uma
dimensão teórica, estando esta paralela ao surgimento de um modelo complexo
e autônomo da formação humana. Essas mudanças causaram impactos na
14
identidade cultural e educativa grega, que passou por uma fase de maturação e
decadência dessa tradição, a qual estes povos já estavam acostumados.
Vale salientar que a educação na Grécia se desenvolveu em duas esferas:
na classe dominante e na do povo, a primeira era voltada aos adolescentes
aristocráticos com característica esportiva e cortês, na oratória e na música,
assim, abrangia segundo Cambi, (1999, p.77) “tanto os aspectos esportivos
quanto o cortês-oratório-musical.” A educação do povo era voltada aos filhos dos
agricultores, com práticas de iniciação para a inserção social dos jovens na
sociedade adulta.
Os impactos que a civilização grega sofreu em suas tradições culturais e
educativas, influenciaram significativamente a educação romana, sendo esta
muito semelhante. Assim confirma Luzuriaga (1979, p.58), “embora a cultura e a
educação romana se desenvolvessem mais tarde que a grega, ambas seguiram
marcha semelhante, como parte de um todo [...]”. Assim, a educação em Roma
desenvolveu-se sob o caráter prático, civil e familiar.
Algumas características educativas que surgiram em Roma e que foram
destaques em sua civilização, valem ser enfatizadas. Dessa forma, a educação
em Roma caracterizou-se por um “espirito de sobriedade e austeridade,
operosidade e disciplina” na qual seu conteúdo se desenvolvia “de um lado, a
educação física, com caráter pré-militar mais que esportivo e, de outro, a
educação jurídica-moral, baseada na Lei das Doze Tábuas”. (AQUINO et.al,
(apud MARQUES, 2012, p.19).
Ainda sobre a educação romana Luzuriaga (1979, p. 63), relata que:
A política escolar do Estado romano começa com César, que concede o direito de cidadania aos mestres de artes liberais, e continua com Vespasiano, no século I da era cristã, que libera de impostos os professores de ensino médio e superior, [...]. Marcos Aurélio criou depois cátedras de filosofia, também estipendiadas pelo Estado. De grande interesse é também a criação por Trajano, de bolsas para estudantes, sob a forma de instituições alimentícias.
15
Assim os direitos e deveres educacionais se tornaram mais valorizados no
Ocidente Romano com o avanço da política escolar. Quanto a isso, veja alguns
aspectos da educação de Roma que valem a pena ser mencionados: a criação
de escolas públicas municipais, o advento do cristianismo (a educação passa a
ter a Igreja como agência central) e a relação da educação com conhecimentos
da psicologia. De acordo com Luzuriaga, (1979) é nessa relação que se observa
a importância de Quintiliano, o pedagogista romano, que se importou
significativamente com o “conhecimento de psicologia em educação”.
(LUZURIAGA, 1979, p.67).
Como já foram mencionados alguns aspectos e algumas características
educativas romana, convém agora, darmos continuidade a esse breve contexto
histórico da Pedagogia partindo para a Idade Média.
A Idade Média foi a época que sofreu transformações no contexto social,
cultural e educativo, influenciando de maneira significativa o mundo moderno.
Assim como no império romano, só que de forma mais acentuada, a Igreja foi a
propulsora do desenvolvimento da Idade Média, ou seja, ela foi a principal
protagonista de algumas mudanças que houve no mundo medieval,
principalmente no âmbito educacional, que se desenvolveu em um grande
sincronismo religioso. Assim, afirma Cambi (1999, p. 146) que,
Da Igreja partem os modelos educativos e as práticas de formação, organizam-se as instituições ad hoc e programam-se as intervenções, como também nela se discutem tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, práticas e modelos para as classes altas, uma vez que é típico também da Idade Média o dualismo social das teorias e das práxis educativas [...].
Algumas transformações neste campo foram tão ferrenhas que se tornaram
heranças para nós, como por exemplo, os modelos de educação que divergiam
de acordo com a classe social, o planejamento de práticas e intervenções, a
relação entre teoria e prática, a estrutura da escola que segundo Cambi (1999,
p. 146), era “ligada à presença de um professor ensinando a vários alunos; as
práticas disciplinares e avaliativas; a alguns conteúdos culturais como o ensino
16
da gramática”. Foram modificações causadas na educação daquela época, que
perduram até a contemporaneidade.
Continuando nossa retrospectiva histórica, a época medieval foi dividida
em duas fases, a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média, ambas com grandes
alterações na educação. A primeira foi caracterizada como estática e hierárquica
no campo social e que repercutiu no educativo, pois estabeleceu modelos,
locais, práticas e processos de formação, radicalmente divergentes entre as
classes inferiores e a nobreza, que seguem formas e percursos totalmente
distintos uma da outra. A educação na Alta Idade Média foi dividida entre
aprendizagem e escola, povo e nobreza. Já a segunda é caracterizada como
conflitual e complexa, articulada e plural.
Assim como a sociedade oscila diante dos conflitos, com a educação
também acontece o mesmo, modificam-se as técnicas, as ideologias, o trabalho,
nasce as corporações que depois serão lugar de formação profissional, as lutas
sociais irão efervescer diante do protagonismo do povo. De acordo com Cambi,
(1999, p. 173), “A cidade educa através de suas lutas politicas, entre facções e
grupos sociais, afirmando cada vez mais a centralidade do paradigma racional”.
É na Idade Média que a educação irá institucionalizar-se no nível superior,
fazendo assim emergir as maiores universidades que se tornarão fundamentais
no processo de formação e aprendizagem e centros de intelectualidade.
Partindo para a Idade Moderna, esta também sofre reviravoltas em seu
contexto geográfico, político, cultural, social, pedagógico, enfim, uma revolução
em nível máximo, que abarca todos os âmbitos de uma sociedade, inclusive e
principalmente o educativo. Muda-se a formação do homem, os fins da
educação, os meios educativos, as teorias pedagógicas e a escola se fortalece
cada vez mais ocupando um lugar mais central e orgânico na sociedade.
Nessa época, nascem várias pedagogias, nas quais se resume, em cada
uma delas, várias mudanças no contexto moderno, de acordo com Cambi (1999)
é na Modernidade que a Pedagogia cresce efetivamente como ciência, pois vai
controlar racionalmente as variáveis que influenciam o processo da formação
humana; surge também uma pedagogia social, que desempenha a função de
17
formar o “homem-cidadão”; e por último, aparece a pedagogia antropológico-
utópica, que ao desafiar a pedagogia existente coloca este desafio como o
verdadeiro sentido do fazer pedagógico destacando aqui Comenius e Rousseau.
A escola ganha ênfase na modernidade pelo papel que a ela é atribuído, ou
seja, de formar e instruir o homem para uma sociedade estatal dotada de
ideologias e comportamentos dominantes, pois ela passa a ser entendida como
uma agente reprodutora social. Isso é enfatizado com clareza na fala de Cambi
(1999, p. 211) quando diz que:
Em relação a essas finalidades civis, a escola também muda: torna-se pública e estatal, instituição cada vez mais central da sociedade, que - por meio da iniciação de valores coletivos e através da reprodução da divisão do trabalho – reproduz sua complexa organização. Mudado os fins, devem mudar também “programas e métodos”. E não se trata de dar espaço a novas disciplinas ou de renovar a hierarquia dos saberes curriculares, mas sim de repensar toda a cultura escolar, ir em busca de um novo centro para ela, de um novo núcleo em torno do qual se faça girar todo o saber escolar.
Dessa forma, a escola passa a ser a principal reprodutora do modelo de
homem que a sociedade exige, é nela que serão desenvolvidos projetos
educativos, que contribuirão na formação do indivíduo, uma formação controlada
e dirigida pelo Estado, despertando neste um interesse no domínio da sociedade
civil.
Quanto aos programas e métodos de ensino que surgem para atender
essas mudanças, vale lembrar do Ratio studiorum1. Esse plano surgiu com o
processo de reorganização que disciplina os gestos, os controles do indivíduo,
tornando isso um instrumento de conformação.
Ainda na Idade Moderna, surgem dois paradigmas, o social e o científico,
que serão fundamentais para evolução da Pedagogia, uma vez que faz entrar
em declínio o modelo metafísico-religioso típico da Idade Média. O social
concretiza-se num modelo produtivo que se organizará sob ideologias e
1 Um plano de estudos criado pelo os jesuítas que segundo Cambi (1999, p..205), “[...] fixava um
programa minucioso de estudo e de comportamento, o qual tinha ao centro a disciplina, o internato e as “classes de idade”, além de graduação do ensino/aprendizagem”.
18
objetivos políticos e culturais, que formará um homem ativo e útil para a
sociedade que se modifica, esse paradigma se engajará em caracterizar sob o
aspecto da eficiência, de produção e de governo, a sociedade. Já o científico,
concretiza-se num modelo racional-empírico que se organizará de forma
controladora, sob a lógica e o experimento e se tornará cada vez mais central na
modernidade.
Com o surgimento desses paradigmas o mundo moderno passa por
transformações efervescentes, o que contribuíram para a evolução
principalmente da educação, e que serão amadurecidas cada vez mais na
contemporaneidade. Uma delas foi a Revolução Industrial, que nasceu na
modernidade e foi enfatizada na contemporaneidade, sendo que seu processo e
disseminação colaboraram para a centralidade da educação/pedagogia,
tornando-as fator fundamental da vida social ideológica, que delineou-se numa
dimensão reprodutiva de ordem e a função produtividade como estilo de vida,
individual e coletivo, como afirma Cambi (1999, p.383),
A importância social da ideologia afirmou também mais centralidade da pedagogia, que, do modo mais descoberto e mais orgânico, encarregou-se dos objetivos ideológicos de uma sociedade, na transmissão de conhecimentos, de comportamentos, de atitudes mentais (por exemplo: a produtividade como estilo de vida, individual e coletivo; a organização escolar dos conhecimentos que sublinha sua ordem hierárquica e, ainda, a função produtiva – como ocorreu nas sociedades industriais).
Na época Contemporânea, a criança, a mulher, o deficiente e as etnias
foram gradativamente ganhando espaço, e reintegrando-se como novos sujeitos
da educação. Nessa época houve inúmeras variações no contexto educacional,
uma vez que surgiram vários pensadores que deram suas contribuições no
século XIX. Na metade deste século, a pedagogia passa por influências de dois
modelos ideológicos, o positivismo e o socialismo, e após isso, nasce a
Pedagogia científica e a experimental.
Nas primeiras décadas do século XX, a pedagogia se defronta com
algumas experiências de emancipação na educação, conhecidas como os
movimentos das escolas novas, influenciando de tal forma que a escola
19
tradicional regressa para surgir novas ideias de formação, tendo em vista que
ela se torna ineficaz no atendimento aos novos protagonistas sociais: os das
classes populares e médias, não deixando, porém, de existir. Falando a respeito
desse movimento Libâneo (1990, p.94) ressalta que,
Eis aí o objetivo do movimento da escola nova: modernizar o ensino, isto é, colocá-lo a serviço das necessidades sociais. Os princípios da escola nova [...] coincidiam com os princípios da filosofia liberal, que exigiam uma escola prática, um ensino útil para a sociedade, vale dizer, para a indústria moderna.
Dessa forma, foi a partir desse movimento que as pesquisas no campo da
instrução organizativa e institucional das escolas avançaram, tendo como
influente a psicologia infantil, que transfigurou no eixo principal dessas
experiências. O processo educativo da criança teve grandes temas como: a
motivação, o fazer, a socialização entre outros. O movimento da Escola Nova
seguiu até a segunda metade desse século, de acordo com Libâneo (1990), e
mesmo com avanços e transformações passou a ser criticado por ofertar uma
insatisfeita formação ao público infantil.
Após a revolução cultural de 1968, conhecida pelos movimentos
estudantis, políticos e cultural, a pedagogia se desenvolve cada vez mais central
frente à sociedade industrial que também ganha impulso no decorrer das ultimas
décadas desse século.
Paralelo a essas reformulações, na área empresarial surge indícios da
necessidade de um pedagogo na empresa, com o aparecimento de uma “nova
abordagem à gestão dos negócios de uma empresa” Ferreira(2006, p.67),
conhecida como Desenvolvimento Organizacional (DO). Nesse sentido, começa
a se falar em educação na empresa, como pode ser percebido na fala de
Bennis, (apud FERREIRA, 2006, p.76):
DO é uma complexa estratégia educacional, com a finalidade de mudar crenças, atitudes, valores, e estrutura das organizações, para que elas possam se adaptar melhor aos novos mercados, tecnologias e desafios.
20
Sobre as atividades de intervenções do Desenvolvimento Organizacional,
Ferreira (2006) ressalta a presença da educação nos ambientes empresariais;
das várias atividades, a de educação e treinamento é a que mais descreve a
necessidade de um pedagogo/educador na empresa. Sobre essa atividade,
Ferreira (2006, p.84) diz que:
Visam aperfeiçoar habilidades e conhecimentos de indivíduos. Existem diferentes formas de propiciar o aprendizado e várias abordagens possíveis. Por exemplo, o indivíduo pode ser educado de forma isolada do seu grupo de trabalho (em um grupo contendo estranhos) ou em contato com seu grupo de trabalho, [...].
Dessa forma, o pedagogo/educador pode lidar com pequenos e grandes
grupos de pessoas no que concernem as formas de aprendizagem do individuo,
diversificando as abordagens de ensino de acordo com o perfil de cada
profissional.
Como pode ser visto, aparentemente as empresas já necessitavam da
presença de um pedagogo para tocar, junto aos administradores, os planos de
ação/intervenções que nelas pretendessem ser desenvolvidos, uma vez que as
transformações sociais exigiam mudanças também nessa área, ou seja, as
empresas também tiveram que acompanhar os avanços sociais que pautavam,
nesse momento, os processos industriais e tecnológicos.
Será com o crescente avanço tecnológico na década de 1970 e 1980 que o
pedagogo empresarial se definirá como profissional nas empresas, tendo em
vista que o investimento na educação e treinamento passará a ser de longo
prazo, tendo como objetivo direto, a produtividade empresarial. É a partir desse
momento que a presença do Pedagogo nos ambientes empresariais se torna
ponto fundamental, pois ele passará a contribuir com a qualidade e o
desenvolvimento desses treinamentos.
Na última década do século XX, a competitividade entre empresas foi o que
desencadeou uma revisão nos seus modelos de gestão, fazendo-as assim
perceberem que, para sobreviver em um mercado competitivo, teriam que
21
preparar seu pessoal para as mudanças que o mundo tecnológico exigia. Com
isso, os treinamentos se tornaram cada vez mais constantes e,
consequentemente, a presença do pedagogo delineou-se efetivamente nas
empresas. Assim sendo, de acordo com Ferreira (1980, p.117),
[...] o responsável pela execução do treinamento não pode ser apenas um técnico, ou uma autoridade no assunto; é preciso, também, que ele possua qualidades de professor, conhecimentos de pedagogia e completo domínio das técnicas e processos específicos de treinamento.
Deste modo, o pedagogo passou a atuar junto ao departamento de
Recursos Humano, pois este passa a necessitar dos conhecimentos do
profissional de pedagogia para desenvolver técnicas apropriadas para a
formação e preparação das especificidades do pessoal, tendo como prioridade
atender aos objetivos das empresas, que nesse momento focavam-se na
profissionalização dos funcionários tendo como finalidade acompanhar a
produtividade e a economia.
Nesse sentido, as empresas reconhecem a importância do
aperfeiçoamento de seus profissionais, acompanham a sociedade atual e
entendem que, mudanças são necessárias para não ficarem a mercê de uma
forma tradicional de trabalho, correndo o risco de perder para outra que possui e
investe no capital intelectual dos seus profissionais, pois essas empresas veem
nesse processo o que Libâneo (2008, p.27) chamou de “requisito para
enfrentamento da intelectualização do processo produtivo”.
Contudo, ainda é recente a inserção do pedagogo nas empresas se
comparamos à existência desse profissional nos âmbitos escolares, uma vez
que o pedagogo surge bem antes como profissional. Mas, quem é esse
profissional? É no capítulo a seguir que discutiremos o que é a pedagogia
empresarial; em qual ramo ela se desenvolve; com que se ocupa e em quais
processos ela desencadeia.
22
3 PEDAGOGIA EMPRESARIAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Como observamos no capítulo anterior, a Pedagogia, desde muito tempo
vem sofrendo grandes alterações, tanto no seu campo teórico como prático, por
isso que ela se tornou ampla, visto que, com o decorrer do tempo, além de
atender a área educativa passou a abranger também os enfoques parciais das
demais áreas do conhecimento (Sociologia, Psicologia, Linguística, entre
outras), no que concerne a uma aproximação global sobre problemas educativos
dessas áreas.
Essa amplitude é mais enfatizada quando se fala em ação e/ou
intervenções pedagógicas, ocorrendo estas não apenas na escola ou na família,
mas também nos serviços públicos, nos movimentos sociais, nos meios de
comunicação, nas empresas, dentre outros campos. Segundo Libâneo (2008,
p.29) a Pedagogia “ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos,
maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo,
bem mais globalizante.”
Para Libâneo (2008), a Pedagogia como ato educativo não se restringe
apenas ao campo do saber escolar, ela ultrapassa esse campo estando
presente onde se prestar necessário uma intervenção e/ou intenção humana
educativa para atender as exigências sociais. Mas então o que é pedagogia
empresarial? Quais conceitos e definições são utilizados para caracterizá-la?
Segundo Candinha et al. ( 2011, p.32) Pedagogia Empresarial é:
[...] um ramo da Pedagogia que se ocupa em delinear frentes para que ocorra o desenvolvimento dos profissionais, como um diferencial entre as empresas. Ela procura favorecer uma aprendizagem significativa e o aperfeiçoamento do capital intelectual (produto da Pedagogia Empresarial) para o desenvolvimento de novas competências que atendam ao mercado de trabalho.
23
Assim, a Pedagogia Empresarial semeia uma aprendizagem significativa e
necessária para o aperfeiçoamento dos funcionários, ou seja, semeia o capital
intelectual, tornando-se esse, seu principal objetivo dentro de uma empresa.
Ainda sobre Pedagogia Empresarial, Ribeiro (2010, p.11), comungando das
ideias de Candinha (2011), esclarece que:
A pedagogia empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticados como indispensáveis/necessários à melhoria da
produtividade.
Nessa perspectiva, as empresas, reconhecendo as vantagens em investir
no seu capital intelectual, passam a valorizar a Pedagogia Empresarial no
âmbito de atividades laborais, no designío de esta, com seus serviços, poder
atender as especificidades e as demandas de cada organização com relação
aos seus funcionários. Portanto, ela serve de suporte à estruturação das
mudanças internas e externas da empresa, assim como à ampliação da
aquisição de conhecimentos nesses espaços.
Nesse mesmo propósito sobre Pedagogia Empresarial, Abrantes (2012,
p.141) diz que:
[...] se ocupa do desenvolvimento do capital intelectual da empresa, ou seja, do desenvolvimento das pessoas, homens e mulheres. Por meio de métodos e recursos didático-pedagógicos, as pessoas aprendem e se modificam [...].
A partir dessa lógica, entende-se que o capital intelectual transfigura-se
como referência da pedagogia empresarial e é nesse âmbito que os pedagogos
exercem a maior parte de seu trabalho nas organizações corporativas, tendo em
vista que, toda empresa pode ser considerada essencialmente espaço
educativo, estrutura-se como organizações de pessoas, cada uma delas com
suas peculiaridades, na qual faz-se necessário os serviços dessa pedagogia
para atender aos objetivos de cada empresa.
24
Quando as empresas estão precisando fazer alguma mudança na estrutura
do pessoal, podemos dizer, precisando de novas medicações, é a pedagogia
empresarial que se caracteriza como esse medicamento, assim, para Trindade
et al. (2011, p.82) ela é, “um antibiótico para os males das empresas, não só das
grandes mas também de todos os locais onde haja atividades de negócios”.
Dessa forma a pedagogia empresarial pode assinalar-se como recurso
para estruturar a formação profissional dos funcionários, quando o assunto é
mudança interna e/ou externa, tendo em vista que eles precisam se habilitar
para acompanhar o mundo tecnológico, não permitindo às empresas se
tornarem obsoletas quanto ao mercado globalizado.
Nessa mesma linha de pensamento e esclarecendo em outras palavras o
que é a pedagogia empresarial, Costa (2016, p. 3) diz que,
A pedagogia empresarial é o pedagogo na qualidade de sujeito pensante da educação, dotado de competência em recursos humanos, capacitado para identificar, selecionar, desenvolver ou educar e avaliar pessoas no e para o âmbito organizacional.
Ou seja,
Em outras palavras, é o pedagogo, no âmbito organizacional, focado em procurar estratégias, metodologias e recursos (tecnológicos ou não) que propiciem não somente melhor aprendizagem, mas também adequada e autônoma apropriação de conhecimentos, tendo como objetivos principais: 1- Desenvolver a capacidade de aprender a aprender e consequentemente: 2- Gerar mudanças qualitativas no comportamento dos profissionais envolvidos, fazendo com que estes melhorem, não só a qualidade das suas atuações, mas, também, como pessoas.
A pedagogia empresarial é um processo educacional que ocorre dentro das
empresas e se realiza por profissionais capacitados em orientá-las e direcioná-
las a desenvolver competências e habilidades necessárias para saberem lidar
com o mercado competitivo a partir de aprendizagens, principalmente não
formais, para seus alunos.
Nesse sentido, Abrantes (2012, p. 94) definindo pedagogia empresarial diz
que,
25
A pedagogia empresarial pode ser definida como relacionada à aprendizagem das empresas e de seus funcionários ou, como é conhecida atualmente, capital intelectual. A proposta da pedagogia empresarial é ajudar as empresas a “aprender a aprender”, isso dentro do contexto da educação continuada [...].
Como a aprendizagem nas empresas se caracteriza como propostas
educacionais mais flexíveis e abertas com métodos diversificados, como por
exemplo, aprendizagem em curto prazo, a pedagogia empresarial,
diferentemente da pedagogia escolar de ensino básico, funciona de maneira
mais adaptável, porque lida direto e principalmente com adultos. Nessa mesma
lógica, Farias (2009, p. 27) define a pedagogia empresarial como “arte ou ciência
de orientar adultos a aprender. O termo remete, portanto, a um conceito de
educação voltada para o adulto [...]”. Ou seja, ela se torna mais flexível e
adaptável por buscar meios para educar corporativamente o ser que já traz uma
carga de conhecimentos e experiências formais e/ou formais em sua vida,
diferente da pedagogia escolar que educa crianças conduzindo-a e lapidando-a
para a vida.
Ainda sobre pedagogia empresarial, Lorensini (2015, p.17) define como
sendo “um novo campo de atuação do profissional pedagogo”, isto é, ela pode
ser vista como uma nova área de atuação desse profissional, uma especificidade
da Pedagogia que se desenvolve dentro das empresas com ideais definidas,
relacionadas principalmente ao comportamento das pessoas.
26
4 O PEDAGOGO NA ÁREA EMPRESARIAL
Este capítulo foi dividido em duas subseções: a primeira trata-se do fazer
pedagógico em espaços não escolar aonde serão destacados alguns ambientes
que o pedagogo pode atuar que não sejam as escolas de ensino básico,
portanto, apresenta ONGs, hospitais, destacando as principais atividades
desenvolvidas pelo pedagogo nessas instituições, assim como também, será
enfatizado a formação continuada deste profissional.
Para a segunda subseção vamos discutir o campo de atuação do
Pedagogo Empresarial aonde ficará compreendido como o pedagogo atua nas
empresas; que atividades desenvolvem; o que compete a ele exercer; entre
outros aspectos interligados a esse profissional.
4.1 O FAZER PEDAGÓGICO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
Por muito tempo a atuação e a formação do pedagogo ancoraram-se
apenas na ideia da docência, na prática pedagógica que se restringia apenas ao
âmbito escolar. Foi com o advento da globalização, que fez a sociedade se
tornar cada vez mais complexa em termos de organização social, que o
pedagogo passou a preencher outras instâncias formativas.
Com a sociedade que se formou, a intencionalidade educativa passou a
inserir-se em outros contextos, abarcando diversos tipos de formação e
necessitando assim, de um profissional que soubesse lidar principalmente com a
diversidade do sujeito, além de atribuir um papel social transformador. Sendo
assim este profissional, o pedagogo, passa a atuar em vários âmbitos, sob
várias modalidades, em diferentes lugares, formais ou informais.
O campo de atuação do pedagogo amplia-se, e esse profissional precisa
buscar formas para capacitar-se, uma vez que, além de ter uma extensa área de
atuação, o curso de graduação em Pedagogia possibilita que o profissional
pedagogo, busque sua formação continuada em diversas áreas do
27
conhecimento. É notável na fala de Frizon (2006, p.48) a importância dessa
formação.
A sociedade, o trabalho cobra, cada vez mais, que o sujeito saiba acompanhar e aplicar em suas atividades as evoluções, as transformações tecnológicas que vão surgindo e isso demanda formação continuada e implica estratégias de aprendizagem persistentes e continuadas.
Nesse contexto, quando se fala em formação continuada, ressaltando aqui
o pedagogo, não quer dizer que ele esteja despreparado para exercer seu papel
em âmbitos não escolares, mas sim, enfatizar que na sociedade do
conhecimento ao qual se vive hoje, é necessário que este profissional se
qualifique para não ficar obsoleto diante das atualidades socioeducativas. Assim
sendo, a formação do pedagogo vai lapidando-se na medida em que o seu
espaço de atuação exige dele aperfeiçoamento adequado para desenvolver seu
papel, ou seja, será na prática que o pedagogo irá perceber as necessárias e
específicas formações que contribuirão para sua atuação em determinados
espaços, uma vez que nestes, existem peculiaridades humanas, pedagógicas e
ambientais. Nesse contexto, ele passa a ser identificado como o pedagogo
especialista que conduz e direciona ações pedagógico-educativas.
O pedagogo pode estar presente em várias instâncias, desempenhando
vários papéis, pelo fato de existir uma grande diversidade de práticas educativas
intencionais que, torna imprescindível a presença deste profissional. Podem ser
destacadas assim duas esferas para suas atividades, a esfera escolar e a
extraescolar. Enfatiza-se aqui a extraescolar, onde o pedagogo irá atuar como
instrutor, formador, animador, entre outros, desenvolvendo atividades
sistemáticas e pedagógicas (não escolares) em órgão público e privado, estatais
e não estatais, podendo então caracterizá-lo como pedagogo especialista com
formação stricto sensu. A respeito disso Libâneo (2008, p. 38,39) caracteriza
esse pedagogo como:
[...] um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não-formal e informal, decorrente de novas realidades - novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos de
28
vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental [...]
Atuando ainda,
não apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional etc.
Nesse sentido, percebe-se quão necessária é a presença do pedagogo em
múltiplos ambientes que se desenvolvam atividades educativas intencionais, ou
seja, pode-se dizer que é comum encontrarmos pedagogos em âmbitos
diversos; consequência da sociedade, do conhecimento, que se formou
atualmente, visto que, quando existe conhecimento, existe direta ou
indiretamente práticas educativas sendo efetivadas.
Por ser uma prática eminentemente humana, a educação acontece em
diversos espaços diferentes das intuições escolares, não se restringindo apenas
a este ambiente.
A educação está em todo lugar. Para Brandão (apud BRAGA, SOUZA,
SILVA e SILVA, 2014, p. 01),
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.
Sendo assim, ela vai além dos muros das escolas, se expandindo cada
vez mais para outras dependências que tenham intencionalidades educativas
com relação ao sujeito, como as Organizações não governamentais (ONGs), os
hospitais, as empresas, os abrigos, os sindicatos, as instituições de medidas
socioeducativas, entre outros.
29
Com sua formação, o pedagogo pode atuar, tanto em vários âmbitos, como
desempenhar mais de uma função em um mesmo ambiente.
De acordo com Braga et.al (2014), no Centro de Referência da Assistência
Social (CRAS), o pedagogo atua como mediador, promovendo a socialização e
interações dos grupos formados nesse ambiente. Planeja e desenvolve
atividades que fortalecem os vínculos internos, além de atuar como agente
transformador por meio de práticas socioeducativas e de convivência, visto que
ele lida com crianças e adolescentes que se encontram em um elevado índice
de vulnerabilidade ou que vem de comunidades carentes, e, em outros casos,
que sofre com a desestruturação familiar; transfigurando em muitos casos, como
o principal protagonista na vida desses indivíduos, pois conseguem resgatar
principalmente a autoestima e motivá-lo a crescer como sujeito social.
Nas ONGs, a função do pedagogo pode ampliar-se ainda mais. De
acordo com Barros e Santos (2010), ele lida com crianças e adolescentes em
nível de vulnerabilidade, mas nesse ambiente (alguns possuem biblioteca
própria) ele desenvolve práticas de leitura e produção de texto com essa
categoria, também com categorias de gêneros, desenvolvendo trabalhos
educativos de conscientização, organizando e executando palestras; pode ainda
fazer acompanhamento de cursos de qualificação que as ONGs oferecem para
adultos, motivando-os para o crescimento profissional e grupal. Nesse contexto,
o pedagogo passa a formular e praticar atividades planejadas, assim como
monitorar e avaliar não somente estas, como as demais práticas educativas
existentes na ONGs.
Nos hospitais, o pedagogo pode desenvolver seu papel nos ambulatórios,
nas brinquedotecas (quando existem nesses espaços), nas enfermarias, nas
classes hospitalares. Na perspectiva de Silva e Farango (2014), as atividades
mais comuns do pedagogo hospitalar são: desenvolver atividades recreativas
com o objetivo de amenizar os impactos causados pelo o afastamento do
convívio familiar, social e escolar das crianças e adolescentes hospitalizados;
assim como o acompanhamento educacional desses pacientes, que acontece na
classe hospitalar, no qual é direito dos sujeitos presentes nesse ambiente, uma
vez que precisam dar continuidade ao seu desempenho escolar e também
desenvolver palestras de conscientização para doações.
30
Existem outras áreas que o fazer pedagógico se faz necessário e que
aqui não foram mencionadas, mas que, assim como nestas, é imprescindível a
presença do pedagogo desempenhado papéis educativos, formativos,
recreativos e, principalmente, se desenvolvendo e crescendo como profissional
capacitado para atuar em diversos âmbitos. Como exemplo, no campo
empresarial, onde veremos a seguir.
4.2. CAMPO DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL
Quando um pedagogo chega a atuar em uma organização corporativa ele
precisa de formação específica para poder desenvolver competências e
habilidades necessárias para atuar nesse campo de trabalho.
A área empresarial é um dos espaços mais recentes que este profissional
pode atuar; a participação dele na empresa passou a ser efetivada a partir da
exigência de um novo perfil do profissional que atua no mercado de trabalho,
tendo em vista que o pedagogo insere-se nas empresas que possuem
programas de formação para seus funcionários.
Discutindo sobre o novo formato nas relações empresarias, Lopes et al
(2011, p.59), destacando os profissionais da área estratégica; da área de
recursos humanos; e o pedagogo empresarial, ressalta que:
Neste formato a demanda por cursos, por participação em eventos específicos de construção de conhecimento e por promoção de situações de aprendizagens individualizadas ou socializadas pode vir de qualquer um dos três setores, porém a efetivação será realizada em parceria, e o acompanhamento inicial, processual e final, como organizações de grupos, “metodologias”, elaboração de relatórios, aplicação dos conhecimentos, será a cargo do pedagogo empresarial.
Nessa lógica, a demanda por cursos de aperfeiçoamento procurados pelas
empresas demostra a importância do pedagogo nesses ambientes, uma vez que
todo processo didático-metodológico passa por suas mãos, sendo ele um dos
principais agentes na formação dos aprendizes que buscam o ensino
profissionalizante para seu aperfeiçoamento e formação profissional. Além disso,
31
ele não só efetua o papel de um professor/instrutor de adultos, mas também de
assessoramento e apoio, como ressalta Ribeiro (2010, p.32), esse profissional,
[...] organiza cursos como gestão de tempo, treinamento e desenvolvimento da criatividade cede lugar a ideia de um assessor para assuntos de processos de formação e desenvolvimento organizacional que atua (ele próprio) a partir de critérios estratégicos.
Sendo assim, o pedagogo empresarial pode exercer várias funções dentro
de uma mesma empresa, em especial a de ensino profissional, pois ele pode
atuar nos dois âmbitos desta empresa, o pedagógico e o didático, porque sua
formação o qualifica para atuar neste campo, visando ao desenvolvimento do
treinamento, planejamento e capacitação. Por isso, um dos conhecimentos
necessários refere-se à cultura organizacional desta empresa.
Sabe-se que o sistema empresarial é rodeado de complexidade e
crescimento, que é transmitido, consequentemente, ao papel do pedagogo
empresarial, uma vez que para desenvolver suas funções, precisa ter
competência para perceber e utilizar as estratégias de aprendizagens
adequadas para não desperdiçar tempo, exigindo dele a compreensão desse
nível de complexidade. Como diz Lopes (2013, p. 41- 42):
[...] É de responsabilidade do pedagogo inserir o indivíduo no contexto de aprendizagem e não perdê-lo de vista dentro deste mesmo contexto. [...] O pedagogo não poderá se fechar na metodologia apenas. Semelhante a conhecer uma disciplina (não é o mesmo que dominá-las), ele precisa estudar a empresa, conhecê-la em todas suas estruturas para então formular e/ou selecionar, elaborar métodos, práticas e vivências adequadas ao assunto.
Assim, o tempo e os métodos são fatores a serem observados nas
empresas que apostam no desenvolvimento do capital intelectual de seus
funcionários, assim como a atuação do pedagogo, pois é seu dever e sua
responsabilidade uma vez contratado, promover e reconstruir conceitos básicos
como criatividade, autonomia coletiva e individual e espírito de equipe, para uma
32
conduta consistente, na qual a aprendizagem se realize pelos próprios
aprendizes e que as suas metas sejam claramente informadas e definidas.
Com isso, cabe ao pedagogo buscar meios e instrumentos que
desenvolvam não só o aperfeiçoamento, mas também a aprendizagem dos
funcionários das empresas para atender os objetivos das mesmas, assim como
proporcionar ao aprendiz autonomia suficiente para ele perceber-se capaz de
atingir não só as metas profissionais, mas também pessoais, tendo em vista que,
paulatinamente esse processo desenvolve, em especial, sua autoestima.
As empresas contratam os serviços de um pedagogo empresarial para que
ele desenvolva metodologias apropriadas para a promoção e estruturação das
aprendizagens dos funcionários, ou seja, ele contribui na articulação entre o
desenvolvimento dos funcionários e as estratégias organizacionais. Para isso,
ele precisa identificar e conhecer a cultura institucional que se pratica nesse
ambiente, pois é ele que desenha e ordena as formas de convivências dos
indivíduos. Cabe ao pedagogo respeitar essa cultura, uma vez que, nela existem
fundamentos ideológicos que sejam talvez o mais significativo, por conter
vestígios de sua fundação e ainda por ela caracterizar e estruturar a identidade
de cada empresa.
Percebemos que o pedagogo empresarial não deve se fechar em
metodologias e/ou programas já estabelecidos para exercer na empresa, ao
contrário disso, ele precisa desenvolver juntamente com os demais profissionais
que atuam nessa área, metodologias, atividades, programas e ideias inovadoras,
que mesmo respeitando a cultura das empresas, não as deixe estagnada em
uma sociedade complexa e competitiva.
Diante do exposto, eis a problemática central: quais são as necessidades e
benefícios da atuação desse profissional numa empresa de ensino
profissionalizante?
33
5 NECESSIDADES E BENEFÍCIOS DA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NUMA
EMPRESA DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE
Este capítulo apresenta a análise dos dados coletados, um dos pontos
fortes deste trabalho, explanando a metodologia utilizada, a caracterização da
instituição e os resultados obtidos durante a realização do referido trabalho
dando respostas ao problema levantado.
Nos dias atuais, a formação nas empresas está sendo entendido como
uma parte constituinte das mudanças sociais, provocando e operacionalizando o
aperfeiçoamento profissional nesse âmbito. Com isso, empresas de ensino
profissionalizante se desenvolvem com a finalidade de qualificar os aprendizes
para o mercado de trabalho atual, o qual exige cada vez mais, um perfil de
trabalhador informado, atualizado, preparado para atender as mudanças e as
exigências da sociedade globalizada, especialmente em um novo contexto
empresarial.
Nessa perspectiva, julgou-se importante buscar subsídios necessários
através da coleta de dados para após realizar a análise interpretativa desses
dados e pudéssemos identificar quais os benefícios e as necessidades dessas
empresas quando contratam os pedagogos empresariais para atuarem em seu
ambiente.
5.1. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa que para Severino (2002),
nessa abordagem qualitativa o pesquisador procura aprofundar-se na
compreensão dos fenômenos que estuda, interpretando-os segundo a
perspectiva dos participantes da situação, sem se preocupar com
representações numéricas e estatísticas.
Quanto aos procedimentos utiliza-se de consulta bibliográfica, que
segundo Gil (2002, p. 44) “é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”, visando a solidificação
de conceitos e visão teórica por meio de leituras relacionada ao tema
pesquisado e também utilizou-se da pesquisa documental para apresentar as
empresas SEBRAE – RN e SENAI – RN, pesquisa realizada nos sites das
34
referidas empresas. Vale salientar que na pesquisa documental, de acordo com
Gil (2002, p. 46), “[...] estão os documentos conservados em arquivos de órgãos
públicos e instituições privadas, tais como associações científicas, igrejas,
sindicatos, partidos políticos etc”.
A pesquisa utiliza também como técnica de investigação um questionário.
Segundo Gil (2010, p. 121) questionário é,
Uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamentos presente ou passado.
Esse questionário está composto de 9 (nove) questões (Ver apêndice)
com perguntas abertas e fechadas e, que foi aplicado com os pedagogos
empresariais que trabalham em empresas que oferece o ensino
profissionalizante, especificamente o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) - RN e do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE) – RN com sede na cidade de Caicó-RN.
Será apresentado a seguir as caracterizações das instituições onde foi
coletado os dados e logo após, será realizado a análise dos dados coletados,
confrontando e relacionando-os com base nos autores estudados para dar
resposta ao problema levantado sobre a temática em estudo.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES - SENAI/RN E SEBRAE/RN
5.2.1 SENAI/RN
A partir de informações retiradas do site da empresa Portal Senai
(http://www.senai.com.br), acesso em Jun. 2016, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) foi criado pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), que organiza e administra essa entidade de direito privado, por
meio do decreto-lei nº 4.048 de Janeiro de 1942. O SENAI investiu em cursos
35
sistemáticos de formação profissional, em tecnologia de ponta e no
desenvolvimento de seu corpo técnico; intensificou o treinamento dentro das
empresas e expandiu a assistência às mesmas, além de ter instalado centros de
ensino para pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Atualmente, o SENAI - RN amplia o ensino de acordo com as
necessidades industriais, a qualidade da educação profissional, bem como a
oferta de cursos de qualificação profissional e técnicos em nível médio, por meio
da educação à distância. É uma instituição constituída por órgãos normativos
(Conselho Nacional do SENAI) e órgãos de administração nacional e regional,
com jurisdição em cada uma das 27 unidades, sendo uma dela o SENAI do Rio
Grande do Norte (SENAI/RN).
O SENAI/RN desenvolve ações pautadas em objetivos estrategicamente
definidos para atender a evolução do setor industrial do Rio Grande do Norte,
com o intuito de contribuir para aumento da qualidade e produtividade das
empresas norterriograndenses.
Quando foi criada a base no Rio Grande do Norte, os cursos oferecidos
eram realizados nas instalações da antiga Escola Industrial de Natal. Atualmente
o Estado conta com seis unidades operacionais: Centro de Educação e
Tecnologia Aluísio Bezerra, instalado na cidade de Santa Cruz; Centro de
Tecnologia em Informática Aluízio Alves, Centro de Educação e Tecnologias
Clóvis Motta, Centro de Tecnologia do Gás e Energia Renováveis, os três com
sede em Natal; Centro de Educação e Tecnologia em Construção Civil Rosária
Carriço localizada em Parnamirim; Centro de Educação e Tecnologia Ítalo
Bologna, instalado em Mossoró e a unidade móvel Manoel Torres de Araújo,
situada em Caicó, na qual abriga laboratórios tecnológicos que atendem em
áreas onde não existem bases fixas totalizando assim, sete bases de
atendimentos.
Em Caicó/RN, essa unidade está localizada na Rua Praça Dom José
Delgado, nº 200, bairro Paraíba; a qual oferece hoje um total de 14 cursos,
sendo alguns com mais de uma turma e aproximadamente 400 alunos atendidos
nessa unidade.
Com a missão de elevar a competitividade e o desenvolvimento sustentável
do Rio Grande do Norte, o SENAI-RN promove a educação profissional e
tecnológica visando a melhoria contínua da eficácia dos processos internos,
36
oferecendo cursos presenciais e à distância, nos níveis de formação continuada,
educação profissional técnica de nível médio e educação profissional tecnológica
de graduação e pós-graduação.
As modalidades de ensino são: iniciação profissional, aprendizagem
industrial, habilitação, qualificação, aperfeiçoamento e especialização
profissionais. Os cursos oferecidos na área de construção civil são: almoxarifado
de obras; aplicador de revestimento cerâmico; assistente de gerenciamento de
obras; eletricista de instalações prediais; encarregado de obras, entre outros.
Na área de segurança alguns são: combate a incêndio NR 23; comissão interna
de prevenção de acidentes; segurança no trabalho; segurança no sistema
elétrico de potência etc. Na área da informática tem cursos de Instalador e
reparador de redes de computadores; manutenção e suporte em tecnologias da
informação; montador e reparador de computadores, entre outros. Na área da
eletrônica alguns cursos são: comandos eletrônicos, consumo consciente de
energia; eletricista de manutenção etc. São vários cursos distribuídos pelos
municípios do Estado fomentado por esta instituição, nos quais são pré-
estabelecidos o horário, dias e período de duração, carga horária, objetivos,
matrizes curriculares, público alvo.
Assim, o SENAI/RN funciona dentro de um processo global de
desenvolvimento humano que conta com uma estrutura física de talentos
humanos e metodológicos para desenvolver competências na formação
profissional tanto de seus alunos, como também de seus funcionários.
5.2.2 SEBRAE-RN
A partir de informações retiradas do site da empresa Portal Sebrae
(http://www.sebrae.com.br), acesso em Jun. 2016, o Serviço Brasileiro de apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), foi criado em 1972 como, Centro
Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequenas Empresas (CEBRAE) e era
vinculada ao governo federal. Foi com o decreto nº99.570 que foi alterada sua
denominação e a desvinculação com o governo. O SEBRAE foi instituído com o
foco em atender as pequenas e médias empresas, realizando a capacitação
empresarial por meio de consultorias caso a caso e treinamentos gerenciais.
É uma entidade privada sem fins lucrativos que opera como um serviço
37
social autônomo, uma instituição de capacitação voltada para o fomento e
difusão de programas, que têm como um dos principais objetivos estimular a
competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e pequeno
porte. Atua no fortalecimento do empreendedorismo e na aceleração do
processo de formalização da economia, por meio de parcerias com os setores
público e privado, programas de capacitação, acesso ao crédito e à inovação,
estímulo ao associativismo, feiras e rodadas de negócios.
O SEBRAE fomenta educação empreendedora, capacitação dos
empreendedores e empresários; articulação de políticas públicas sob a criação
de um ambiente mais favorável; acesso à tecnologia e inovação. É constituído
por uma sede nacional em Brasília, que é responsável pelo direcionamento
estratégico do sistema, definindo diretrizes e prioridades de atuação e por 27
unidades administrativas da federação que desenvolvem ações de acordo com a
realidade regional e as diretrizes nacionais, sendo uma delas o SEBRAE do Rio
Grande do Norte (SEBRAE/RN).
O SEBRAE/RN busca consolidar um modelo de desenvolvimento nacional
baseado na facilitação do acesso à insumos produtivos, entre os quais
conhecimento, crédito, tecnologia e capacitação, em favor de micro e pequenos
negócios e empreendimentos emergentes, buscando atender a sua missão de
promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e
pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo, contribuindo para a
geração de condições favoráveis à valorização e ao melhor aproveitamento do
esforço humano, com aumento da competitividade de empresas e produtos.
O SEBRAE/RN, conta com nove unidades administrativas distribuídas pelo
Estado, sendo elas: Escritório Regional do Mato Grande, em João Câmara;
Escritório Regional do Vale do Açu, situado em Assú; Escritório Regional do
Oeste, em Mossoró; Escritório Regional do Médio Oeste, localizado em Apodi;
Escritório Regional do Alto Oeste, em Pau dos Ferros; Escritório Regional do
Seridó Ocidental, em Caicó; Escritório Regional do Seridó Oriental, situada em
Currais Novos; Escritório Regional do Trairi, em Santa Cruz e o Escritório
Regional do Agreste, em Nova Cruz e uma sede localizada em Natal.
38
Em Caicó seu escritório está situado na Rua General Dantas, nº 215, no
centro da cidade. Só neste início de ano já foram atendidos aproximadamente
2.000 (duas mil) pessoas/empresas, em forma de orientação técnica, palestras,
oficinas, consultorias e cursos, dados referentes apenas ao primeiro projeto
desta unidade.
O SEBRAE/RN divide seus serviços e atendimentos em seguimentos
distintos, dentre os quais planejamento, empreendedorismo, finanças, mercado
e vendas, cooperação, inovação, pessoas, organização, leis e normas os
constituem. Em todos esses seguimentos são oferecidos cursos e palestras
presenciais e a distância, oficinas, Workshops, dentre outros. Podemos citar, por
exemplo, no seguimento planejamento, as palestras presenciais: Gestão De
Resultados Para Clínicas Odontológicas; Tecnologia Da Informação Para
Alimentação Fora Do Lar; Gestão Do Visual De Loja; os cursos presenciais:
Consultoria Integrada De Gestão - Financeiro; Conquistando Clientes - Técnicas
De Negociação, dentre outros tantos já ofertados.
Assim o SEBRAE/RN apoia os gestores na promoção da sustentabilidade
junto aos pequenos negócios, promovendo a formação empreendedora nos
demais segmentos para o desenvolvimento sustentável das empresas.
5.3. RESULTADO DA COLETA DE DADOS
Como a presente pesquisa foi desenvolvida com a finalidade de
compreender qual a necessidade e o benefício do profissional pedagogo nas
empresas de ensino profissionalizante, assim como sua atuação nesses
ambientes, os dados coletados serão organizados, analisados e detalhados a
seguir, bem como os resultados obtidos a respeito da finalidade proposta. Então,
para não identificar as pedagogas que participaram da pesquisa, as mesmas
serão aqui denominadas de pedagoga X e Y quando mencionadas.
Inicialmente as participantes foram questionadas sobre o seu trabalho na
instituição, e como elas o desenvolvem. Ficou entendido que ambas assumem o
papel de suporte aos professores dos cursos ofertados, orientando e
acompanhado diariamente a sua prática, tanto no planejamento como nas aulas,
39
e também na gerência de programas e projetos, realizando capacitações,
consultorias e orientações empresariais.
Pode-se perceber que as pedagogas atuam de forma semelhante quanto
ao papel exercido nas instituições. Porém, uma se aproxima mais dos aspectos
didático-pedagógicos, por estar em contato constante com a prática dos
professores, e a outra dos aspectos administrativo-pedagógicos por atuar mais
na gerência e organização dos cursos e programas. Assim, observa-se o quanto
é abrangente a atuação do pedagogo; podendo ele exercer uma ou diversas
funções em um mesmo ambiente, em uma mesma área de trabalho;
caracterizando-se como um profissional capaz de desenvolver pluralmente
atividades de cunho educativo-pedagógico.
É notório que os campos para a atuação do pedagogo se ampliam e este
profissional, estando capacitado adequadamente para cada contexto, passa a
ocupar espaços não escolares, como por exemplo, os meios sociais, políticos,
comunicacionais e empresariais.
Nesse contexto, Libâneo (2008, p.44 a 45) considera o pedagogo como:
[...] um profissional especializado em estudos e ações relacionados com a ciência pedagógica, pesquisa pedagógica e problemática educativa, abordando o fenômeno educativo em sua multidimensionalidade [...] um profissional não diretamente docente que lida com fatos, estruturas, processos, contextos, situações referentes à prática educativa em suas várias modalidade e manifestações.
Seu processo de integração de novas áreas, sejam elas de micro ou macro
abrangências, provoca mudanças na profissionalização do pedagogo. Esse
contexto pode ser comprovado com as falas das pedagogas quando são
questionadas se elas sentiram necessidade de ampliar a sua formação; ambas
responderam que sim, e acrescentou a pedagoga X:
“[...] que o SENAI é uma instituição que difunde e investe no conhecimento
de seus profissionais por meio de capacitações e aperfeiçoamentos, mantendo-
os atualizados”;
40
A pedagoga Y, disse que:
“o currículo do curso de Pedagogia não contempla a formação de um
pedagogo para atuar na área empresarial e, portanto, ela precisa buscar a
formação complementar para a sua atuação na empresa”.
É importante que a atuação do pedagogo configure-se em novas fronteiras
e em novas possibilidades, para que passe a atingir um modo plural e
multidimensional em sua prática, não ficando restrita apenas em espaços
escolares, tendo em vista que, a gama de cursos de formação continuada
existente para este profissional, abre caminhos para que ultrapasse os muros
das escolas de ensino regular e exerça funções distintas da docência.
Nessa lógica, as pedagogas foram questionadas se sua prática no
ambiente empresarial é diferente da prática do professor de ensino básico. Foi
constatado que sim, que a prática do pedagogo na esfera empresarial se torna
mais diversificada; de acordo com as falas delas, isso pode acontecer porque
um dos principais e mais complexo motivo que provoca essa diversidade da
prática específica da pedagogia empresarial (e ainda no domínio do ensino
profissionalizante), é o fato do pedagogo ter que aperfeiçoar métodos e
conceber estratégias que eduquem (qualifique, profissionalize) em curto prazo
seus participantes, uma vez que essas empresas tem o foco na aprendizagem
para o mercado de trabalho de forma prática e eficaz.
Assim, além de precisar ter sensibilidade para perceber estratégias e
métodos apropriados para o processo de aprendizagem, o pedagogo
empresarial precisa estar atento as mudanças constantes do mundo globalizado,
porque elas se tornam fatores determinantes nas empresas que acompanham a
competitividade do mercado, e com isso, os aspectos didático-metodológicos
precisam também ser alterados de acordo com a demanda dessas mudanças.
Nesse sentido, complementa Ribeiro (2010, p. 24) que,
O pedagogo que atua na empresa precisa ter sensibilidade suficiente para perceber quais estratégias podem ser usadas e em quais circunstâncias para que não desperdice tempo demais aplicando
41
numerosos métodos e, com isso, percam-se de vista os propósitos tanto da formação quanto da empresa. Ao planejar um programa de formação/treinamento, a seleção de métodos obedece ao princípio do desenvolvimento concomitante de competências técnicas e de relacionamento social.
Mas, isso não pode se tornar um obstáculo para este profissional, visto
que, estando preparado para atuar na área empresarial, esse processo não se
transfigura como uma dificuldade. Pode-se comprovar tal afirmação, na fala das
pedagogas quando são questionadas se sentiram dificuldades em desenvolver
as atividades que a elas foram destinadas. Ambas respostas foram não, e
entendeu-se pelas suas falas que, dentro das organizações a assistência e
orientação são subsídios inerentes à inserção de todo profissional, incluindo o
pedagogo.
Assim, é percebido que as aptidões necessárias para a sua atuação não
são motivos de inquietações das empresas com relação ao pedagogo
empresarial; cabe apenas a empresa orientá-lo e assisti-lo nos primeiros dias de
trabalho, ou quando suas atividades forem alteradas, uma vez que viabilizam
bem o desenvolvimento das atividades educacionais dessas organizações.
Nesse contexto Ribeiro (2010, p. 33) ressalta:
[...] cabe destacar a relevância que o desenvolvimento de competências têm no âmbito das organizações, pois, refere-se à capacidade de adequar/transformar conhecimentos e tecnologias. Considerando-se que, por outro lado, competência remete à ideia de pessoalidade, é necessário que o pedagogo empresarial compreenda que, no contexto organizacional, os conhecimentos demandados ou construídos refletem os significados construídos pelas pessoas que compõem a organização.
Pensando nessas aptidões do pedagogo empresarial e na especificidade
de uma empresa de ensino profissionalizante, questionou-se às pedagogas
quais as necessidades de sua atuação nesse ambiente. Pelas respostas obtidas,
verificou-se que a primeira necessidade é o auxílio e o suporte para os docentes,
no planejamento de forma sistemática e estratégica, buscando novos caminhos
e criando novos recursos para alcançar resultados positivos no processo de
ensino-aprendizagem dos cursos ofertados; e a segunda necessidade é a
42
execução, coordenação, acompanhamento e a avaliação dos programas e
projetos dentro da empresa.
Sendo assim, fica comprovado que as empresas necessitam do pedagogo
em seu quadro de funcionários, por ser ele o agente que lida com o processo
interno ou externo da formação humana fomentada por essas instituições; por
ser um profissional apto a interpretar informações diferenciadas, advindas das
mudanças globais, transformá-las em conhecimento e aplicá-los no processo; e
ainda, porque ele contempla metodologias e estratégias de aprendizagem
adequadas às suas necessidades, considerando o contexto e os objetivos a
serem atendidos, assim como, promovendo a estruturação na formação dos
profissionais destas empresas, qualificando-os.
Elucidada a necessidade do pedagogo na empresa, questionou-se às
pedagogas quais os benefícios de sua presença neste ambiente. Nas respostas
interpretadas constatou-se que as empresas terão como benefícios um
profissional capaz de auxiliar no processo de formação e qualificação dos alunos
que lá estão inseridos, contribuindo com a disseminação da educação
profissional e também de ter um profissional capacitado em conhecimentos do
processo desenvolvido para fazer a análise crítica das situações e para elaborar
projetos.
Logo, se comprova que empresas de ensino profissionalizante que
contratam o pedagogo empresarial para atuar em seu âmbito, tem como
benefício, a contribuição para o processo do desenvolvimento de ensino-
aprendizagem de qualidade para os discentes; uma vez que, as pedagogas
apresentam os requisitos necessários, como por exemplo, conhecimento do
processo de desenvolvimento de ensino-aprendizagem; apoio os docentes e os
discentes; visita e organização dos cursos, inclusive determinado horários do
seu funcionamento. Nesse contexto, conclui-se que estes profissionais trazem
consigo benefícios relevantes, por serem capazes de contribuir com a
continuidade do processo do desenvolvimento de ensino-aprendizagem
qualificado.
Assim os benefícios da atuação desses profissionais são significativos para
o crescimento dessas empresas, uma vez que ampliará seu espaço e
43
credibilidade no mercado competitivo que se concretiza hoje, e que irá contribuir
significativamente com o processo que alavanca as empresas nos dias atuais.
Desse modo, ratifica-se Cezar, Bianchini e Piassa (2008, p.3),
E para atender as mudanças constantes no mercado de trabalho, onde as empresas se obrigam a ter cada vez mais responsabilidades sociais e atender os clientes com alto padrão de qualidade, entra em cena o pedagogo empresarial para atuar na área de gestão de pessoas, nas organizações de diferentes portes e setores, viabilizando o desenvolvimento e a integração dos processos de gestão e os relacionamentos internos e externos, bem como a implementação de programas de ação em relação à formação, aperfeiçoamento, processos de superação do conhecimento, das competências e das habilidades e mudanças no comportamento das pessoas na empresa que propiciem as almejadas vantagens competitivas gerenciais.
Assim, as empresas investem no capital intelectual de seus funcionários,
propiciando a difusão do conhecimento e lapidando-o para o mercado de
trabalho, mas para tanto precisa contar com os benefícios que o pedagogo
empresarial traz consigo, para a aquisição desses conhecimentos.
Nesse contexto, Rodrigues (2010, p. 50) diz que:
O conhecimento pode ser considerado um ativo corporativo. E as empresas estão compreendendo que saber gerir esses ativos intangíveis pode ser uma grande vantagem competitiva. A Gestão do Conhecimento procura ser a bússola que orienta a empresa na direção de aproveitar seus recursos intangíveis para obter uma vantagem competitiva.
Então,
Para trabalhar com Gestão do Conhecimento na empresa é necessária uma mudança no modo de pensar a organização, principalmente no que diz respeito às suas competências e capacidades que lhe permitam não somente que ela atenda as mudanças que ocorrem atualmente no mundo organizacional, mas, sobretudo que se antecipe a esses desafios de maneira criativa e proativa.
Ratifica-se que, para acontecer o que está posto na fala de Rodrigues
(2010), a atuação do pedagogo se faz necessária nos ambientes corporativos
44
que investem no capital intelectual, por ser um profissional capaz de
proporcionar um ambiente dinâmico e criativo para o desenvolvimento do
processo de aprendizagens nas corporações empresarias, contribuindo para a
ampliação do conhecimento interno de cada indivíduo que faz parte desse
processo.
Portanto, constata-se diante dos dados coletados e analisados, o quanto se
configura necessária e beneficente a presença do pedagogo na área
empresarial, sendo esses dois aspectos os eixos articuladores de sua atuação
nas empresas de ensino profissionalizante.
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ambiente corporativo atual tem buscado investir no capital intelectual
dos seus funcionários com a finalidade de permanecer ativo frente à
competitividade existente na sociedade do conhecimento, assim como,
desenvolver o potencial humano como ferramenta para o processo de exortação
empresarial.
Para tanto, esse é um processo que demanda aspectos peculiares na
forma de educar, exigindo das empresas o desenvolvimento de métodos
eficazes, que incentivem e desenvolvam nesses funcionários o espírito de
crescimento intelectual, pessoal e profissional; é com esses pressupostos que o
pedagogo empresarial se insere nas empresas que fomentam o ensino
profissionalizante.
No meio empresarial, pode-se perceber que o pedagogo passa a exercer
funções diferentes da docência e se torna um colaborador efetivo nas empresas,
desenvolvendo atividades tais como: instrutor, organizador, formador, orientador,
consultor, dentre outros. Assim, cada empresa por ter suas especificidades,
contrata este profissional para atender demandas e objetivos da qual ela
necessita, então, ele tem o dever e o compromisso, como um bom profissional,
de atingir os objetivos dessa empresa a partir do desenvolvimento do seu
trabalho.
Com esse trabalho pode-se identificar e compreender quais as
necessidades e os benefícios que o pedagogo empresarial traz para as
empresas de ensino profissionalizante, sendo este o eixo que norteou essa
pesquisa ficando confirmado que a presença do pedagogo em âmbitos
empresariais traz benefícios quando estes de forma mediadora consegue
estruturar toda a formação e qualificação dos funcionários e também organizar e
estruturar todo o funcionamento pedagógico-administrativo dos cursos
profissionalizantes oferecidos pelas empresas pesquisadas.
Quanto as necessidades da atuação do pedagogo empresarial, ficou
constatado que se faz necessário devido ao processo de desenvolvimento de
46
ensino-aprendizagem que as empresas fomentam. Assim, o pedagogo
empresarial configura-se como um profissional capaz de atuar nos aspectos
didático-metodológico-administrativos dos cursos, programas e projetos
promovidos por essas instituições, como já foi dito anteriormente, uma vez que
os desenvolvem, trazendo com ele benefícios como: formação de qualidade dos
aprendizes e análise crítica das situações dos projetos, cursos, e programas
realizados na empresa, pois todos passam por avaliações.
Dessa forma, conclui-se que as empresas de ensino profissionalizante
necessitam de auxilio e suporte para os docentes que nelas estão inseridos,
também como necessitam de planejamento, organização, acompanhamento e
avaliação dos programas, projetos e cursos ofertados. Essas necessidades são
ferramentas fundamentais para que essas organizações não se percam em meio
ao mercado competitivo que hoje se estabelece na sociedade atual.
Portanto, esse trabalho se fez importante porque mostrou o quanto é
imprescindível e indispensável a inserção do pedagogo empresarial em
empresas que fomentam o ensino profissionalizante, uma vez que a
contribuições deste são significativas para o progresso da empresa, dos
profissionais e consequentemente dos aprendizes que estão inseridos nestes
ambientes, assim como, o progresso dele próprio como profissional e como
pessoa, pois, a cada processo de mudança que ele enfrenta, se aperfeiçoa
ainda mais pelas as experiências que passa em cada processo.
Assim, esse estudo trouxe uma discussão atual sobre os campos de
atuação do pedagogo, que se integra nesse âmbito, a área empresarial e foi
desenvolvido também para compreender a importância deste profissional nas
empresas de ensino profissional.
47
REFERÊNCIAS
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49
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50
APÊNDICE
51
APÊNDICE – Questionário
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDUC
CAMPUS DE CAICÓ – RN
Esse questionário tem como finalidade auxiliar na realização da pesquisa
que busca saber quais as necessidades e os benefícios da atuação do
pedagogo nas empresas de ensino profissionalizante SEBRAE-RN e SENAI-RN
ambas com unidade/escritório em Caicó e apresentar considerações importantes
que possam auxiliar esse processo
1. Qual a sua formação?
2. Depois que você passou a fazer parte dessa instituição sentiu a necessidade
de ampliar sua formação? Por quê?
( ) Sim ( ) Não
3. Você desenvolve a mesma função desde sua inserção nesta organização?
Quais foram ampliadas?
( ) Sim ( ) Não
4. Como você desenvolve seu trabalho nesta instituição? E em qual
departamento?
5. Quando você passou a ser integrante desta organização sentiu dificuldades
em desenvolver as atividades que a você foram destinadas? Por quê?
( ) Sim ( ) Não
6. Em sua opinião qual (quais) necessidade (s) da sua atuação neste ambiente?
7. Em sua opinião qual (quais) benefício (s) da sua atuação neste ambiente?
8. Quais pontos positivos você ressalta quanto à sua atuação neste ambiente?
9. Em sua opinião sua prática profissional nesta organização diferencia da
prática do professor do ensino regular? Por quê?
52
ANEXO
53