14
JANEIRO | FEVEREIRO | MARçO | 2010 | Nº 27 www.apcd-saude.org.br RUA RONDINHA, 54 - C. INGLESA SãO PAULO - SP - CEP 04140-010 IMPRESSO Pode ser aberto pela ECT ODONTOLOGIA NA VIDA DE DÉBORAH ASCENÇÃO C U R S O S A P C D S A Ú D E 1 º S E M E S T R E 2010 VAGAS LIMITADAS. FAÇAM JÁ SUAS INSCRIÇÕES. ÓSSEO ENXERTO IATROGENIA EM ORTODONTIA COMO EVITAR? REINTERVENÇÃO ENDODÔNTICA FRAGMENTOS METÁLICOS ENXERTO BANCO DE OSSOS

iatrogenia em reintervenção ortodontia endodôntica ossos metálicos · 2012-02-01 · conseguido que o diagnóstico e planejamento ortodônticos ... tratável apenas com ortodontia

Embed Size (px)

Citation preview

Janeiro | Fevereiro | Março | 2010 | nº 27

www.apcd-saude.org.brrua rondinha, 54 - C. inglesasão Paulo - sP - CeP 04140-010

IMPRESSOPode ser aberto pela ECT

odontologiana vida de

déborahascenção

Cur

so

s APCD sAúDe

1º semestre

2010Vagas limitadas.

Façam já suas

inscrições.

ÓsseoenXerto

iatrogenia em ortodontiacomo evitar?

reintervenção endodônticafragmentos metálicos

enXertobanco de ossos

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | �

dr. sérgio Yunes - Editor

Foto

cap

a: A

rqui

vo p

esso

al

Capa especial e confraternização diferentes

e Dr. Daniel Kherlakian, com o esclarecedor artigo “Reintervenção endodôntica: remoção de fragmentos metálicos do interior do canal radi-cular. Outros artigos de renomados profissionais constam nas páginas de “O Sorriso”.

Além da festa de confraternização de final de ano em nossa Regional, diretores e associados passaram um natal diferente, em um hotel locali-zado na Mata Atlântica, onde puderam desfrutar de muita beleza e tranqüilidade, recarregando as baterias para enfrentar o ano de 2010!

a atriz Déborah Ascenção é filha do cirurgião-dentista Dr. Luiz Carlos Serrano Lima (Charles) e afilhada

do doutor Wagner Nascimento Moreno. Já atuou no cinema, teatro, vídeos institucionais e faz sucesso, agora, no elenco de “Uma Escolinha Muito Louca”, humorístico da Band, que tem Sidney Magal no papel de professor. Ela é a capa da edição desta revista. Parabéns e muito sucesso Déborah!

Recebemos vários artigos científicos e casos clínicos para publicação. Respeitando a ordem de chegada, informamos que publicaremos todos.

“Como evitar iatrogenia em Ortodontia”, de autoria dos professores doutores José Alberto Martelli Filho e Gilberto Cortese relata as mudanças na metodologia de diagnóstico das deformidades dento-esqueletais. “Tratamento de maxilas atróficas com técnicas sem enxerto ósseo”, com vasta ilustração é o caso clínico enviado pelo ilustre especialista e mestre em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, doutor Cristian Corrêa. Também contamos com a colaboração dos professores Dr. José Eduardo de Mello Jr.

Rua Rondinha, 54 - Chácara InglesaSão Paulo - SP - CEP 04140-010Fone (11) 5078-7960www.apcd-saude.org.brcontato@[email protected] Atendimento: 2ª a 6ª das 9h às 18h

PresidenteGilberto Machado Coimbra1º vice-PresidenteTakashi Yagui2º vice-PresidenteWagner Nascimento MorenoAssessor da PresidênciaAdmar KfouriSecretária GeralArne Aued Guirar Ventura1º SecretárioDurval Paupério SérioTesoureiro GeralOssamu Massaoka 1º TesoureiroKunio ShimabukuroDepto. Assessor de BenefíciosAuro Massatake MineiDepto. Assessores CientíficoCheng Te HuaCidney Hiroaki CatoJum KasawaraLuci Z. FinottiDepto. Assessor de ComunicaçõesLuis IdeDepto. Assessor de Congressos e feirasLuis Afonso de Souza LimaDepto. Assessores CulturalSonia Maria Moraes CecconeValsuir José VezzoniDepto. Assessores de Defesa de ClasseElizabeth Aparecida BragaHelenice Formentin IkegamiDepto. Assessores E.A.PHiroshi MiasiroMilton de Souza TeixeiraSamuel CecconiDepto. Assessores de EsportesCarlos Teruo Itabashi Mauricio FazzuraDepto. Assessores de PatrimônioMoacyr Nunes Leite Jr.Paulo Yoshiteru NagamineDepto. Assessor de PrevençãoLuiz Carlos Serrano LimaNicola Felipe L. BempensanteDepto. Assessor de rel. InternacionaisArnaldo Baptista F. JúniorDepto. Assessores da revista e InformáticaSérgio YunesDepto. Assessores SocialJulia UchidaMarta TashiroMauricio NishimuraDepto. Assessores de TurismoRicardo UgayamaShindi Nakajima jornalista responsávelIsrael Correia de Lima (Mtb 14.204) - Tel. 3477-4156Edição de ArteGuilherme GonçalvesImpressãoInput Comunicação Visual Ltda.

expediente

Editorial

ÍndiceComo evitar iatrogenia em Ortodontia ...4Tratamento de maxilas atróficas com

técnicas sem enxerto ósseo ....................6Reintervenção endodôntica: remoção de

fragmentos metálicos do interior do canal

radicular ........................................... 10Enxerto banco de ossos ...................... 12Defesa profissional ............................. 14

Consultoria odontológica ................... 14Odontologia: Déborah Ascenção ......... 16Cursos APCD Saúde - 1º Semestre 2010 .. 18Festa de Confraternização ................. 20Natal diferente na APCD Saúde ......... 22Poesia ............................................... 23Aniversariantes .................................. 24Indicador Profissional ........................ 26

6

imp

lan

tod

on

tia

20

so

cia

l

22

so

cia

l

durante a última década, alguns professores da área ortodôntica têm chamado a atenção para a necessi-dade de mudanças na metodologia de diagnóstico

das deformidades dento-esqueletais. Em concordância com esse movimento, temos orientado nossos alunos do curso de especialização em Ortodontia da nossa regional a abandonarem a cefalometria numérica como ferramenta de diagnóstico na fase inicial dos tratamentos ortodônticos. Desta maneira, temos conseguido que o diagnóstico e planejamento ortodônticos tenham como objetivo harmonizar os traços faciais, além da correção da má oclusão.

O caso clínico que estamos mostrando serve para enfatizar a necessidade do exposto. A paciente C.R.P.S. de 15 anos de idade, que havia começado um tratamento com outro profis-sional há mais de um ano, procurou nossa clínica. No exame inicial, percebemos o erro de diagnóstico e planejamento. Foram extraídos os dentes 15, 25, 34 e 44, em um padrão III de face com deficiência maxilar. Utilizando a análise facial de perfil de Schwars/Perseo foi possível visualizar claramente a deficiência de crescimento horizontal da maxila, mostrando uma displasia a um nível só corrigível com ortodontia e com-plementação cirúrgica.

ortodontia

Como evitar iatrogeniaem ortodontia

Fig. 1 - análise Facial mostrando o KPF (campo do perfil) de schwars e o KPFm (campo do perfil modificado) de Perseo. a análise do perfil

mostra uma mandíbula bem posicionada no plano sagital. o erro esquelético está na maxila

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

Fig. 2 - Fotos intra-bucais evidenciando a inadequação do plano de tratamento pelas extrações indevidas do 15, 25 e 34 e 44, numa tentativa frustrada de compensar com extrações

dentais uma discrepância esquelética maxilo-mandibular tratável apenas com ortodontia e cirurgia ortognática.

Cruzamento anterior agravado pela mecânica ortodôntica

Dr. Gilberto CorteseEspecialista em Ortodontia; Prof. Ministrador do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD – Jardim Paulista

Dr. José Alberto Martelli FilhoEspecialista em Radiologia; Mestre e Espe-cialista em Ortodontia; Prof. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD – Jardim Paulista

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | �

Fig. 3 - Fotos antes a após cirurgia ortognática de maxila e mandíbula

Fig. 4 - Perfil antes e após cirurgia de maxila e mandíbula

Fig. 5 - Fotos intra-bucais iniciais e após cirurgia ortognática. o preparo ortodôntico pré-cirúrgico incluiu o fechamento dos espaços das extrações do 15 e 25 e manutenção dos espaços das extrações do

34 e 44 para instalação de implantes ósseo-integrados.

Fig. 6 - radiografia panorâmica após cirurgia ortognática e implantes ósseo-integrados nos espaços das extrações do 34 e 44

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

Tratamento de maxilas atróficas com técnicas sem enxerto ósseo

a reabilitação de pacientes com reabsorção se-vera dos maxilares é um desafio ao cirurgião buco-maxilo-facial e ao implantodontista. Com

a evolução da implantodontia nos últimos 10 anos a pro-cura pelo tratamento com implantes dentários por estes pacientes se tornou cada vez mais freqüentes, assim como a evolução das técnicas cirúrgicas de reconstruções ósseas dos maxilares.

Até alguns anos atrás os pacientes que se apresenta-vam com maxilas atróficas possuíam apenas uma alternati-va de tratamento que exigia grandes reconstruções ósseas com enxertos removidos de áreas doadoras extra-bucais como a crista ilíaca e a calota craniana. Além de serem tratamentos realizados sob anestesia geral, apresentam

ImplantodontIa

Figura 1a - Fotos de frente e perfil pré-operatória Figura 1b - Fotos intra-orais pré-operatória

Figura 1c - Posicionamento final que os implantes ocuparão na técnica all-on-4

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | �

Figura 1d - Telerradiografia frontal e perfil e radiografia panorâmica

pós-operatória na técnica all-

on-4

Figura 1e - Fotos de frente e

perfil pós-operatória. foto intra-oral das

próteses fixas definitivas superior e

inferior

Figura 2a - Foto frontal, perfil e intra-oral pré-operatória

Figura 2b - radiografia panorâmica e

telerradiografia frontal e perfil pré-operatória

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | �

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

ImplantodontIa

uma alta taxa de morbidade, tempo de tratamento de no mínimo nove meses e custo elevado.

Neste contexto diversas técnicas foram desenvolvidas com o objetivo de reabilitar estes pacientes com implantes dentários sem a necessidade de enxertos ósseos de maneira rápida, previsível, indolor e de custos reduzidos. Dentre estas técnicas as mais utilizadas são os implantes curtos, os implan-tes inclinados, a técnica All-on-4 e as fixações zigomáticas.

ImPlAnTES CurToSSão implantes que possuem medidas inferiores a 10mm

de comprimento. De acordo com a literatura a utilização de implantes curtos com comprimentos de 8,5mm, 7mm e 5,5mm possuem índices de sucesso semelhantes aos implantes com 10mm ou mais, variando de 97% à 100% (4,7). Esta forma de tratamento pode ser realizada em casos unitários, próteses fixas múltiplas e protocolos. As próteses confeccionadas sobre implantes curtos devem ser unidas sempre que possível, a oclusão deve ser balanceada e devem possuir cúspides baixas (4,7).

ImPlAnTES InClInADoSNo caso de pneumatização do seio maxilar nos quais

temos perdas localizadas de tecido ósseo em altura, podemos inclinar implantes com intuito de fugir destas estruturas anatômicas evitando assim enxertos ósseos e demora na finalização do tratamento. Apesar de inclinados, estes implantes devem estar posicionados de forma que após a correção com abutments angulados sua emergência propicie a reabilitação com próteses estética e funcional-mente corretas.

Além da região do seio maxilar, os implantes inclinados são utilizados com freqüência na região do tuber da maxila e placa pterigóide, auxiliando na diminuição do cantlever em próteses tipo protocolo (6,10).

TéCnICA All-on-4Descrita primeiramente por Maló et al 2005, esta técni-

ca é versátil e apresenta índices de sucesso semelhantes às técnicas convencionais (8,9).

Utilizada nos casos de pacientes desdentados totais e que possuem tecido ósseo localizado somente até a região do primeiro ou segundo pré-molares superiores. Esta técnica é realizada através da colocação de dois implantes anteriores instalados na região dos incivos la-terais ou centrais e dois implantes distais inclinados em 45 graus com emergência na distal do segundo pré-molar ou mesial do primeiro molar (figura 1a, 1b, 1c, 1d, 1e). O intuito principal da técnica é diminuir o cantlever causado pela reabsorção da parede medial do seio maxilar, e que fatalmente levaria o paciente a necessitar de enxerto ósseo para a colocação de seis implantes perpendiculares de primeiro molar a primeiro molar.

Com esta técnica é possível reabilitar o paciente com prótese fixas tipo protocolo sem enxerto e com apenas

Figura 2c - Foto da distribuição dos 4 implantes convencionais anteriores e

das 2 fixações zigomáticas posteriores.

foto da gengiva sutura com os transferentes de moldagem em posição

Figura 2d - Telerradiografia perfil e frontal pós-operatória e fotos de perfil e frontal com 15 dias de pós-operatório

� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

Dr. Cristian CorrêaEspecialista e Mestre em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial; Doutor em Implantodontia; Responsável pelo Credenciamento de Fixações Zigomáticas da Nobel Biocare; Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia da Uningá - Cefos- Belo Horizonte; Pós Graduado em Implantodontia pelo Branemark Osseointegration Center de Barcelona – Espanha; Diretor do [email protected]

ConCluSãoAs técnicas de reabilitação de maxilas atróficas sem

enxertos ósseos são previsíveis, possuem índices de sucesso semelhantes às técnicas convencionais, mas devem ser realizadas por profissionais que dominem estes procedimentos.

BIBLIOGRAFIA1 Branemark PI, Svensson B, Van Steenberghe D. Ten year survivak rates of fuxed prosthesis on four or six implants as modum Branemark in full eden-tulismo. Clin Oral Implants Res 1995;6:227.2 Chow J, Hui E, Lee PK, Li W. Zygomatic implants-protocolfor imeddiate oclusal loading: a preliminary study. J Oral Maxillofac Surg 2006 may; 64(5):804-11.3 Correa C, Joly JC, Violatto AS, Borges MG, Duque I. All-on-4 na mandíbula e fixações zigomáticas na maxila em função imediata: relato de dois casos clínicos. Revista Implant News 2008; 5(1):35-41.4 Corrente G, Abundo R, Des Ambrois AB, Savio L, Perlli M. Shorty pororus implants in the maxilla: a 3 year report of a prospective study. Restorative Dent 2009 feb: 29(1):23-9.5 Duarte LR, Peredo LG, Filho HN, Francischone CE, Branemark PI. Reabilitação de maxila atrófica utilizando quatro fixações zigomáticas em sistema de carga imediata. Impklant News 2004 jan-fev; 1(1):45-50.6 Krekmaov L et al. tilting of posterior mandibular and maxilary implants for improved prothesis support. Int J Oral Maxillofac Implants 2000; 15: 405-414.7 Ktsovilis S, FourmousisI, Karouisi IK, BamisC. A systematic review and meta-analysis on the effect of implant length on the survival of rought-surface dental implants. J Periodntol 2009, nov; 80(11):1700-18.8 Malo P, Nobre MA, Lopes A. The use of computer-guided flapless implant surgery and foour implans placed in imeddiate function to support a fixed denture: Preliminary results after a mean follow-up period of thirtheen months> J Prosthetic Dentistry 2007: 95(6): S26-34.9 Malo P, Rangert B, Nobre M. Branemark system implants for completely edentulous maxillae: a 1 year retrospective clinical study. Clin Implant Dent Relat Res 2005; 7 suppl 1: S88-94.10 Matson T et al. Implant treatment without bone grafting in severly resorbed edentulous maxillae. J Oral Maxillofac Surg 1999; 57:281-287.11 Parel SM, Branemark PI, Ohrnell L-O, Svensson B. Remote implant anchorage for the rehabilitation of maxillary defects. J Prosthet Dent 2001;86:377-81. 12 Rigollizzo MB, Camili JA, Francischone CE, Padovani CR, Branemark PI. Zygomatic Bone: Anatomic bases for osseointegrated implant anchorage. Int J Oral Maxillofac Implant 2005;20:441-7.

quatro implantes o que diminui o custo final do tratamento, além de poder ser realizada em sistema de carga imedia-ta. A cirurgia de instalação dos implantes pode ser feita com incisão ou sem incisão e cirurgia guiada. Esta última opção torna o procedimento rápido, com pós-operatório praticamente imperceptível e o paciente é reabilitado com prótese fixa em no máximo 12 horas após o procedimento cirúrgico e sem edema facial (8,9).

fIxAçõES ZIGomáTICASNaqueles casos onde o paciente possua osso somente

entre a região dos caninos, uma alternativa a reconstrução maxilar posterior com enxertos é a fixação zigomática. Esta técnica se utiliza de implantes que possuem comprimentos que variam de 30 à 52,5mm, buscando ancoragem óssea posterior na região do osso zigomático (1, 11, 12). A posi-ção deste implantes é na região do segundo pré-molar ou primeiro molares superiores bilateralmente e a correção protética de sua inclinação ocorre através de um ângulo de 45 graus que a plataforma oclusal deste implante faz com seu longo eixo. Quando associado com mais dois ou quatro implantes convencionais anteriores entre os pilares caninos se presta para reabilitar os pacientes com próteses fixas tipo protocolo sem a necessidade de grandes enxertos (1, 11, 12) (figura 2a, 2b, 2c, 2d, 2e).

Esta técnica pode ser realizada em sistema de carga imediata, com os mesmos índices de sucesso apresenta-dos na literatura para os implantes convencionais, mas somente deve ser executada por cirurgiões experientes pois existe a necessidade de curva de aprendizado para correta realização deste procedimento (2, 3, 5).

Figura 2e - Fotos intra-

orais da prótese fixa definitiva superior em vista

panorâmica e oclusal

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | �

durante os procedimentos de reintervenção endodôntica, vários materiais podem ser encontrados no interior dos canais radiculares, como: limas, cones de prata, brocas

de Gates glidden, lentulo, condensadores digitais, clipes ou pinos utilizados para a cimentação de coroas provisórias. Independente do tipo de material, a presença de um objeto metálico sempre será um obstáculo à ser transposto para que o retratamento possa ser realizado de forma adequada.

Avaliando-se a literatura endodôntica várias técnicas e aparelhos foram propostos com o objetivo de remover essas interferências do interior de canais com resultados variáveis e algumas vezes pouco pre-visíveis. A utilização do microscópio clínico operatório aliado a insertos de ultrassom com designs específicos para essa finalidade, atualmente se constituem em importantes ferramentas para se alcançar o sucesso na remoção dos mais variados materiais. A combinação destas tecno-logias tem permitido ainda ao clínico realizar procedimentos com mais segurança e previsibilidade.

O grau de dificuldade encontrado pelo operador para a remoção de fragmentos metálicos do interior de canais esbarra no tipo de material a ser desalojado. Instrumentos de aço inox, limas de níquel titânio e cones de prata possuem diferentes níveis de dureza, portanto respon-dem de forma variada a vibração aplicada pelo inserto de ultrassom. Outros fatores como o design do instrumento, tamanho e a posição do fragmento no interior do canal radicular, aliada a anatomia também são dados relevantes e devem ser considerados.

De uma maneira geral instrumentos de maior tamanho (comprimen-to), com menor massa (diâmetro), posicionados antes da curvatura do canal, possuem maior possibilidade de remoção.

O protocolo para a retirada de objetos metálicos deve seguir os seguintes passos: a) acesso coronário, b) acesso radicular - ampliação da entrada do canal até a visualização do fragmento, c) desgaste de dentina ao redor deste expondo de 2 a 3mm da extensão do fragmento e d) deslocamento do objeto - aplicação de inserto de ultrassom sobre a porção do fragmento exposta em movimentos circulares no sentido anti-horário à fim de promover a sua remoção (Técnica Endogroup: Modificada de Ruddle 2004)1.

Apresentaremos à seguir dois casos clínicos em que uma lima manual de aço inox e um cone de prata foram removidos utilizando-se esse protocolo de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Zuolo ML, Kherlakian D, Mello Jr JE, Carvalho MCC, Fagundes MIRC. Reintervenção em endodontia. Livraria Santos Editora 2009.

procEdimEntos

reintervenção endodôntica: remoção de fragmentos metálicos do interior do canal radicular

Figura 1: caso 1 - rX inicial: presença lima fraturada

Figura 2: caso 1 - rX: lima removida

Figura 3: caso 1 - foto da lima removida

10 | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

Dr. Daniel KherlakianProfessor do Curso de Especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista e UNINOVE.

Dr. José Eduardo de Mello Jr.Professor do Curso de Especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista e UNINOVE.

Figura 4: caso 1 - rX final: canal obturado

Figura 5: caso 2 - rX inicial: presença cone de prata

Figura 6: caso 2 - rX: cone removido

Figura 7: caso 2 - foto cone removido

Figura 8: caso 2 - rX canal obturado

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | 11

caso clÍnico

o sucesso das reabilitações utilizando implantes osseoin-tegrados está diretamente relacionado com a quantidade e qualidade óssea (ESPOSITO et al 1998 e TRUHLAR et al

1997). Existem várias técnicas cirúrgicas e vários biomateriais que possibilitam essa reabilitação. O enxerto ósseo autógeno constitui o padrão ouro em comparação com outras técnicas utilizadas nas reconstruções de defeitos esqueléticos. No entanto, questões como morbidade na sua remoção, maior tempo de cirurgia, possibilidade de reabsorção do enxerto, quantidade, e ainda, a necessidade em casos extremos de leito hospitalar para se completar uma cirurgia oral, como nos casos de remoção de blocos ósseos oriundos da tíbia, do ilíaco, ou da calota craniana, induzem a receios para a sua utilização (LOGEART-AVRAMOGLOU et al., 2005 , JORGE et al 2006). Portanto, na existência de desvantagens para a utilização do osso autógeno, o osso proveniente de banco de tecidos surge como uma alternativa. (FONSECA; DAVIES, 1995).

rElATo DE CASoPaciente normotenso PVC 75 anos compareceu ao serviço

do curso de atualização em implantodontia da APCD Saúde por-tando prótese fixa superior com problemas (infiltrações, fraturas radiculares, mobilidade causada por DP, lesões periapicais e cárie) optou-se por realizar exodontia total, que foi realizada juntamente com a confecção de uma prótese total imediata. Após período de 3 meses a atresia era composta de perda óssea horizontal e vertical. Em virtude da extensa reabsorção óssea optou-se pela reconstrução através da utilização do banco de tecidos músculo-esquelético proveniente do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Procedimento este, realizado sob anestesia local e sedação cons-ciente. O grau de reabsorção óssea foi avaliado com a utilização de tomografia computadorizada. Após a cirurgia reconstrutiva o paciente permaneceu sem a prótese total num período de 30 dias. Após este período, uma nova prótese total foi confeccionada e após 5 meses de latência uma nova tomografia foi realizada para o planejamento cirúrgico para a instalação de 12 implantes osseointegrados. Foi realizada prótese implantosuportada após 3 meses da instalação dos implantes. Os implantes utilizados foram os implantes Osseotite NT da Biomet 3i.

ConCluSãoO correto planejamento é o segredo para se obter uma alta

performace de resultados. A utilização de material (tecido ósseo) proveniente do banco de tecidos músculo-esquelético é uma ferramenta importante e que deve ser colocado como opção ao paciente. Devido a pouca literatura atual sobre o tema banco de tecidos com procedência exclusivamente nacional nos procedi-mentos odontológicos, se torna evidente que mais estudos são necessários para melhor avaliar sua aplicação clínica.

Enxerto banco de ossos

Figura 01

Figura 02

Figura 03

1� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

BIBLIOGRAFIA1. Esposito M, Hirsch J-M, Lekholm U, Thomsen P. Biological factors contributing to failures in osseointegrated oral implants (II). Etiopathogenesis. Eur J Oral Sci 1998;106:721–764.2. Jorge RS,Jorge JJ.Luz JGC. Reconstruction of a mandibular critical-sezed defect using iliac graft in rats. Implant dent 2006; 15(3):282-93. Truhlar RS, Orenstein IH, Morris HF, Ochi S. Distribution of bone quality in patients receiving endosseous dental implants. J Oral Maxillofac Surg 1997;55:38–45.4. Adell R, Lekholm U, Grondahl K, Brånemark P-I, Lindstrom J, Jacobsson M. Reconstruction of severely resorbed edentulous maxillae using osseointegrated fixtures in immediate autogenous bone grafts. Int J Oral Maxillofac Surg 1990;5:233–246.5. Triplett RG, Schow SR. Autologous bone grafts and endosseous implants: Complementary techniques. J Oral Maxillofac Surg 1996;54:486–534.6. Chen YB, Chen HC,Hahn LH.Major mandibular reconstruction with vascularized bone grafts:indications and selection of donor tissue. Microsurg ry 1994;15:227-37.7. LOGEART-AVRAMOGLOU, D. et al. Engineering bone: challenges and obstacles. Journal of Cellular and Molecular Medicine, v. 9, n. 1, p. 72-84, Jan./Mar. 2005.8. FONSECA, R. J.; DAVIES, W. H. Bone Induction and the Biology of Grafting; In: Reconstructive preprosthetic oral and maxillofacial surgery. 2.ed. New York: Sanders Company, 1995. cap. 3, p.41-48.9 Malo P, Rangert B, Nobre M. Branemark system implants for completely edentulous maxillae: a 1 year retrospective clinical study. Clin Implant Dent Relat Res 2005; 7 suppl 1: S88-94.10 Matson T et al. Implant treatment without bone grafting in severly resorbed edentulous maxillae. J Oral Maxillofac Surg 1999; 57:281-287.11 Parel SM, Branemark PI, Ohrnell L-O, Svensson B. Remote implant anchorage for the rehabili-tation of maxillary defects. J Prosthet Dent 2001;86:377-81.12 Rigollizzo MB, Camili JA, Francischone CE, Padovani CR, Branemark PI. Zygomatic Bone: Anatomic bases for osseointegrated implant anchorage. Int J Oral Maxillofac Implant 2005;20:441-7.

Figura 04

Figura 03

Figura 03

APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010 | 1�

1� | APCD SAÚDE | jAn | fEv |mAr | 2010

Participando das festas de aniversário do sogro do amigo, Dr. Luiz Carlos Serrano Lima, Cirurgião-Dentista, na sede Regional Saúde da APCD, fiquei encantado com as instalações, a orga-

nização e programa de atendimento aos associados dessa Associação e à população carente do bairro.

Estão situados na Rua Rondinha, 54, no Bairro da Chácara Inglesa, num terreno de 580 m2. É um prédio de três pavimentos. No piso térreo instalaram o salão de festas/reuniões, cozinha e depósito. No piso inferior I instalaram a clínica odontológica, sala de aula, sala de esterilização, sala de RX, almoxarifado e toaletes. No piso inferior II tem mais um salão de festas/aula, reuniões sociais, churrasqueira, forno para pizza, cozinha, toaletes e sauna úmida. Essa Regional tem 827 sócios, mas só 10% freqüentam.

Realizam, em média, seis cursos teóricos e práticos por ano aos associados para atenderem aos clientes cadastrados da comunidade, que somam 200 por mês. Mantêm uma revista informativa excelente, trimestral, de quatro mil exemplares.

Além dos habituais cargos de Diretoria, agregam também: Depto. Assessor de Relações Internacionais, Depto. Assessor de Benefício, Depto. Assessor de Comunicações; Depto. Assessor de Congressos e Feiras; Depto. Assessores de Esportes; Depto. Assessores de Turismo; Depto. Assessores Cultural; Depto. Assessores de Prevenção; Assessor de Previdência; Diagramação; Jornalista Responsável. Seu site: www.apcd-saude.org.br.

Como vimos senhores, trata-se de uma Associação bem estruturada, forte, oferecendo aos seus associados cursos, atendimentos a pessoas

opinião / atEndimEnto

defesa profissionalcarentes ou menos favorecidas, com honorários módicos.

É certo que exercem a medicina circunscrita à área bucal, de grande importância, que protege substancialmente à saúde de todo o organis-mo humano, além, de oferecerem suas importantes investigações das patologias bucais e respectivos tratamentos. E os médicos, em geral, usufruem muito dos mesmos. Essa centralização da área de ação, embora com diversificação de inúmeras especialidades nobres, consegue mais facilmente agregar associados e objetivar o plano de ação da Sociedade. Entendo que, somando tudo isso, a criatividade deles e espírito de união dando um exemplo invejável, torna-se difícil imita-los.

Será que as Associações dos médicos, em particular a SBACV-SP, não consegue tirar algum ensinamento dessa Sociedade dos cirurgiões-dentistas? Seria sensacional, não acham?

Penso que é querer demais com tantos compromissos e responsabi-lidades que nosso Presidentes enfrentam, com a atenção sempre voltada para o bem estar dos associados.

Confesso que fiquei com inveja, no bom sentido. Só vendo para crer na pujança dessa Regional dos Cirurgiões-Dentistas, dos seus programas de trabalho, na disciplina, no respeito à hierarquia que reina entre asso-ciados e diretoria.

Dr. Rubem RinoDiretor do Departamento de Defesa Profissional da SBACV-SP - Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular - Regional São Paulo

a pergunta que faço é: sabemos o que queremos? Qual “injeção de renovação” estamos precisando? Será que estamos preparados para mudar?

As vezes as respostas para nossa renovação está no espelho. Olhe para frente e verifique, quem é a pessoa que iniciou a carreira e qual é a que você vê no espelho. Por que houve tantas mudanças? Tudo bem: crises, família, filhos, convênios, decepções.

Mas por que encontramos colegas que não desanimam. Alguns falam muito e estão na mesma situação nossa. Mas existem profissionais que GOSTAM de ser dentistas. Você era uma pessoa assim. Eu digo que po-demos estar em crise com nosso “casamento” com a odontologia. Mas será que a profissão do lado é mais legal, mesmo? Quantos anos você se dedicou a esse casamento? Temos que pesar isso e tentar “abraçar a cau-sa” novamente. Renove a maneira de atender. Tenha calma e lembre como você atendia no passado. Este é o seu negócio, você nunca vai ser demitido como muito amigos seus em outras áreas. Seu cadastro de pacientes é um tesouro a ser explorado. Valorize tudo que você conquistou até agora e motive-se. Você pode voltar a cuidar bem do seu consultório e dos seus pacientes como era sua proposta lá no início da sua carreira. Caso não souber como, aí sim, motivado pense em ajuda profissional.

Vários tipos de serviços podem ser solicitados. Normalmente os con-sultores passarão um período analisando seu consultório (atendimento, instalações, equipe etc.) Em cima disto podem oferecer treinamento, su-pervisão de atendimento e administrativa, controle e gestão de qualidade

Consultoria odontológica:será que está na hora?

melhorando seu desempenho. Melhorando seu desempenho e dos seus funcionários na venda do seu produto. Promovendo a socialização do seu consultório no relacionamento com outros colegas.

A área de comunicação é muito utilizada quando queremos mudar ou redimensionar nossa imagem. Mudando toda a papelaria do consultório como criação da logomarca, renovação do cartão de visitas, receituário e todos papéis ligados à clínica.

A criação de um site tem se mostrado muito eficiente na conquista de novos pacientes. Seu site pode ser localizado no Google através de palavras chave que pode ser seu bairro, sua rua ou serviços como clareamento dental e emergência por exemplo. Experimente entrar no Google usando algumas palavras associadas.

Como disse antes, muitas destas idéias você pode fazer por conta própria, porém as outras terá que procurar profissionais competentes.

Dra. Maria Teresa RattoCirurgiã-dentista; Doutoranda da Faculdade de Medicina Unicamp; Especialista em Dentística Restauradora; Auditora de Odontologia; Mon-tou seu consultório há 23 [email protected]