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Ida e Volta
Do hipertexto ao pensamento ou
do pensamento ao hipertexto
Ana Gabriela Souza
Proposta
Proposta original: como se dá a leitura de um livro sem texto, por uma criança?
Uma criança que lê um livro sem texto, não realiza conexões e se torna co-autora assim como o processo do hipertexto?
primeira vista sobre o que pode se constituir numa pesquisa futura
A produção da linguagem humana
Os três paradigmas de produção da linguagem humana: (Santaella) primeiro paradigma: linguagem verbal, visual e
sonora, em seu modo de produçào artesanal linguagem sonora: voz, murmúrio, sussurro, grito, canto linguagem visual: expressões da visão via mão,
manuscritos linguagem verbal: articulações do aparelho fonador relação mais íntima entre produtor e receptor
A produção da linguagem humana
segundo paradigma: processos de produção da linguagem mediados pela tecnoloogia: aqui há o corte: fonte / meios produtores / receptores
terceiro paradigma: as produções derivadas de matrizes numéricas, geradas por computadores e vídeos. Processos infográficos de produção de linguagens verbais, visuais e sonoras. Virtualidade e simulação
A produção da linguagem humana - exemplo
Chapeuzinho Vermelho Paradigma I – a narração da história por um
contador Paradigma 2 –
Le Dernier Chaperon Rouge, 1996 Paradigma 3 –
Chapeuzinho Vermelho, de Angelo Lago ( Hipermidia)
O hipertexto / a hipermídia - definição
O hipertexto é um documento com a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda a informações que estendem ou complementem o texto principal.
O hipertexto / a hipermídia - definição
“Essa informações são amarradas por meio de elos associativos, os links. Os links permitem que o usuário avance em sua leitura na ordem que desejar. (...) Através dessas estruturas interativas o leitor percorre a trama textual de uma forma única, pessoal. (Leão, 1999:15)
O hipertexto / a hipermídia - definição
“Hipermídia, por sua vez, é uma tecnologia que engloba recursos do hipertexto e multimidia (...).” (Leão, 1999: 16)
O hipertexto / a hipermídia - precursores
Vannevar Bush, Memex, 1945 idéia central: a mente humana trabalha por
associações a não-lineariedade era um problema a ser
solucionado “Seu projeto Memex (Memory Extension), uma máquina
anterior ao computador, mistura de microfilme e célula fotoelétrica, era um potente aparelho para armazenar dados de diferentes tipos, permitindo elos entre os documentos, No Memex, a consulta era feita a partir de elos assiciativos, assim o usuário podia contruir seu trajeto de leitura de acordo com seu interesse.” (Leão, 1999: 20)
O hipertexto / a hipermídia - precursores
O hipertexto / a hipermídia - precursores
Douglas Engelbart criação de ferramentas que o auxiliassem nas
diversas operações mentais processador de texto utilização de redes a interface de janelas mouse
O hipertexto / a hipermídia - precursores
Ted Nelson inventor do termo hipertexto (o sonho de manter
os pensamentos em sua estrutura multidimensional e não-sequencial) “As idéias não precisam ser separadas nunca mais (...)
Assim eu defino hipertexto simplesmente como escritas não-seqüênciais, conexões possíveis de se seguir, oportunidades de leitura em diferentes direções.” (Nelson, 1992: 161 citado por Leão, 1999: 21)
O hipertexto / a hipermídia – o leitor
“O que escolher diante do que temos disponível?” (Cunha, 2007)
“O leitor em hipermidia é um leitor ativo, que está a todo momento estabelecendo relações próprias entre diversos caminhos. Como um labirinto a ser visitado, a hipermídia nos promete surpresas, percursos desconhecidos...” (Leão, 1999: 16)
O hipertexto / a hipermídia – o leitor
“O receptor imerge nesse ambiente em processo de busca, interagindo com os nós e nexos de um roteiro multilinear e labirintico, que ele ajuda interativamente a construir. Como usuário, também escolhe um percurso entre muitas possibilidades e estabelece sua co-participação na produção das ...
O hipertexto / a hipermídia – o leitor
... mensagens. Desse modo, a mistura de variadas modalidades da linguagem, textos, imagens, sons, ruídos e vozes em ambientes multimidiáticos é capaz de promover o acesso a espaços comuns entre a produção e recepção, simular encontros antes inimagináveis e intocáveis, além de providenciar mecanismos de interação e de manipulação.” (Cunha, 2007)
O hipertexto / a hipermídia – o leitor
“(...) todos os campos e processos de comunicação humana, após a digitalização, juntaram-se na constituição da hipermídia.” (Cunha, 2007)
“Ligando à sintese de sons, ruídos, vozes, imagens, escrita em ambiente midiático, a digitalização permite o reticular de fluxos informacionais em um desenho estrutural para a inserção do leitor imersivo.”(Cunha, 2007)
O hipertexto / a hipermídia – o leitor
“Os sistemas hipermidiáticos oferecem o suporte maleável e multidimensional mais adequado para exprimir o pensamento em sua complexidade do que os meios que dispúnhamos anteriormente, a oralidade e a escrita. Sabe-se que a mente humana não segue uma linha de raciocínio linear, tal qual o suporte impresso nos exige assumir.” (Leão, 1999: 65)
O percurso do pensamento
Litografia de Escher, Relatividade, 1953
O livro sem texto
primeiro publicado no Brasil: Ida e Volta, de Juarez Machado, em 1976
O livro sem texto
“Ao prescindir do verbo, dão (os autores) toda possibilidade para que a criança o use... oralizando estas histórias, colocando um texto verbal, desenvolvendo algumas das situações apenas sugeridas (...), ampliando um detalhe proposto e daí refazendo o todo, de modo novo e pessoal... Criando uma história a partir duma cena colocada, misturando várias. musicalizando ...
O livro sem texto
alguma relação, sonorizando uma descoberta feita, inventando enfim as possibilidades mil que narrativas apenas visuais (quando inteligentes e bem feitas) permitem e estimulam ... (...). Estes livros são sobretudo experiências de olhar... De um olhar multiplo pois se vê com os olhos do autor e do olhador/leitor, ambos enxergando o mundo e as personagenns de modo ...
O livro sem texto
diferente, conforme percebem esse mundo.” (Abramovich, 1989)
Esse tipo de livro é de grande importância para a criança, pois a torna co-autora da obra, criadora de um texto verbal e até mesmo de outros textos visuais.” (Dominiciano, s/d: 3)
Ida e Volta – Juarez Machado
Ida e Volta – Juarez Machado
Ida e Volta – Juarez Machado
Ida e Volta – Juarez Machado
Ida e Volta – Juarez Machado
Ida e Volta – Juarez Machado
referências bibliográficas
DOMINICIANO, Letícia. Livros sem texto para crianças pré-escolares: produção e leitura. In: Anais do 16º COLE / Unicamp – Congresso de Leitura do Brasil. Campinas, 2007. Disponível em http://www.alb.com.br/anais16/. Acesso em 12 nov 2008
CUNHA, Maria Zilda (2007). Hibridismo, multiplas linguagens e literatura infantil e juvenil. In: Encontro Regional da ABRALIC: literatura, artes, saberes, São Paulo. USP. Dobras da Leitura, São Paulo, ano IX (54-55), abr/maio 2008. Disponível em : www.dobrasda leitura.com. Acesso em 08 nov 2008
LEÃO, Lúcia. O labirinto da hipermidia: Arquitetura e navegação no ciberespaço. São Paulo, Iluminuras, 1999.