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Lídia Scherer Monteiro TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES DA GAUCHIDADE NOS CARTAZES DA EXPOINTER Santa Maria, RS 2018

IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES … · portuguesa) nos cartazes da feira agropecuária internacional Expointer, ao longo dos 40 anos de existência do evento,

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Lídia Scherer Monteiro

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II

IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES DA

GAUCHIDADE NOS CARTAZES DA EXPOINTER

Santa Maria, RS

2018

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Lídia Scherer Monteiro

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II

IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES DA

GAUCHIDADE NOS CARTAZES DA EXPOINTER

Trabalho Final de Graduação apresentado ao

Curso de Publicidade e Propaganda, Área de

Ciências Sociais, da Universidade Franciscana

- UFN, como pré-requisito para aprovação da

disciplina de Trabalho Final de Graduação II.

Orientadora: Profa. Dra. Pauline Neutzling Fraga

Santa Maria, RS

2018

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Universidade Franciscana - UFN

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o artigo

IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES DA

GAUCHIDADE NOS CARTAZES DA EXPOINTER

Elaborado por

Lídia Scherer Monteiro

Como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda

Prof.ª Drª. Pauline Neutzling Fraga

Orientadora

Prof.ª Angélica Moreira Pereira

1ª examinador

Prof.ª Claudia Buzzati Souto

2ª examinador

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IDENTIDADE CULTURAL E PUBLICIDADE: AS REPRESENTAÇÕES DA

GAUCHIDADE NOS CARTAZES DA EXPOINTER¹

Lídia Scherer Monteiro²

Pauline Neutzling Fraga³

Universidade Franciscana, Santa Maria, RS

RESUMO:

O presente artigo é resultado de uma pesquisa de natureza qualitativa que objetivou analisar a

representação da identidade cultural do gaúcho (indivíduo sul-brasileiro, de língua

portuguesa) nos cartazes da feira agropecuária internacional Expointer, ao longo dos 40 anos

de existência do evento, realizado anualmente no município de Esteio/RS. A revisão teórica

abarcou a reflexão sobre os conceitos de cultura e identidade cultural, segundo Jacks (2009),

representações sociais, de acordo com Golin (2009) e gauchidade, baseada em Fraga (2009).

A metodologia proposta selecionou um corpus de 12 cartazes, sendo o critério de seleção

peças que apresentam representações humanas e a técnica qualitativa. Como resultados, pode-

se identificar que a representação de identidade cultural do gaúcho é expressivamente

retratada aos moldes do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).

PALAVRAS-CHAVE: cultura, identidade cultural, identidade regional gaúcha,

representação social, cartaz.

ABSTRACT:

This article is the result of a research of a qualitative nature that aimed to analyze the

representation of the cultural identity of the gaucho (a South-Brazilian individual, Portuguese

language) on the posters of the international agricultural fair Expointer, during the 40 years of

the event, annually in the municipality of Esteio / RS. The theoretical review included

reflection on the concepts of culture and cultural identity, according to Jacks (2009), social

representations, according to Golin (2009) and gauchity, based on Fraga (2009). The proposed

methodology selected a corpus of 12 posters, being the selection criterion pieces that present

human representations and the qualitative technique. As results, one can identify that the

representation of cultural identity of the gaucho is expressively portrayed to the molds of the

Traditional Gaucho Movement (MTG).

KEY WORDS: culture, cultural identity, regional identity gaucho, social representation,

poster.

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1. INTRODUÇÃO

Ao longo do contexto histórico do estado do Rio Grande do Sul, pode-se levar em

conta inúmeras características específicas que definem e identificam esta região, os povos que

no Sul se situaram foram se aproximando por diversos fatores, é possível citar que a

comunicação foi um fator de relevância desta união, criando assim traços de representação em

comum.

De acordo com Brum e Bezzi (2008), as representações sociais são um conjunto de

símbolos e práticas que caracterizam um grupo social determinado por semelhanças, e em

relação ao que compõem o atual cenário regional do estado do Rio Grande do Sul estas

representações foram constituídas devido ao histórico de ocupações e colonização ocorridos

no sul do país durante um longo período de tempo da história.

Brum e Bezzi (2008) também citam que o relacionamento entre as diversas etnias

unificadas que ocorreram no mesmo espaço geográfico começaram a criar e cultuar com o

objetivo de replicar por todos os pertencentes do mesmo grupo comunitário da região,

formando assim que os identificavam. Essa união de características comuns formam a

chamada identidade cultural, que no Rio Grande do Sul, por muitos é considerada bastante

acentuada.

Em 1947 foi dado início a este movimento cultural relacionado à criação do mito do

sujeito sul-rio-grandense, liderado por oito homens que desejavam afirmar e replicar seus

conceitos de cultura gaúcha. Com este propósito foi criado o Movimento Tradicionalista

Gaúcho, que deu origem aos Centros de Tradições Gaúchas, os CTG’s. E para que houvesse

disseminação destes conceitos convencionados por este grupo social, as escolas tiveram papel

importante na disseminação destas ideias.

A instituição escolar é um dos principais ambientes de integração entre

conhecimento de história e aquisição de costumes e valores. Instituições públicas

estaduais, que possuem Departamentos de Tradições Gaúchas (DTG), ou realizam

práticas deste âmbito com frequência, transformam-se em locais para disseminação

de conceitos e imagens, muitas vezes estereotipadas, vindas de espaços e fontes

literárias que apresentam versões históricas e tradições adotadas por grupos sociais

específicos, cultivando um “olhar direcionado” sobre a história e a constituição do

sujeito gaúcho (GOMES, 2015 p. 6).

Se tratando mais especificamente a respeito do surgimento dos Centro de Tradições

gaúchas (CTG’s), segundo Jacks (1987), é possível identificar que o primeiro CTG criado foi

liderado por estudantes do Colégio Julio de Castilhos, alunos vindos do interior, o CTG foi

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chamado de 35 Centro de Tradições Gaúchas, estabelecido da cidade de Porto Alegre na data

de 24 de abril de 1948. Tal nomenclatura foi dada em forma de homenagem à Revolução de

1835, na qual revolucionários do sul do país lutaram para defender seus ideais e por forma de

reconhecimento são mencionados como exemplos e tidos como heróis.

Após a criação do primeiro CTG, muitos outros foram estabelecidos no decorrer na

região sul do Estado e para organização e regulamentação das entidades foi criado um

movimento denominado Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). que também segundo

Jacks (1987) foi dividido em 27 coordenadorias que são chamadas de Regiões

Tradicionalistas (RT), organização criada em 1966 na cidade de Tramandaí que para os

tradicionalistas tinha a função de fiscalizar entidades filiadas que não cumpriam as

deliberações estabelecidas em congresso como uma forma de determinar a política ideal do

movimento, um rumo para que todos seguissem.

Uma identidade cultural pode ser conceituada como conjunto de ações desenvolvidas

por um mesmo grupo que se interliga de diversas formas, principalmente pela sua

comunicação, que acaba sendo um fator importante para a comunidade. Junto a comunicação,

outro ponto que pode ser considerado um reforço da cultura é a publicidade: para Jacks

(1987), a publicidade tem o poder de afirmar a construção de uma identidade, ou seja, traz a

ideia de cultura já formulada por um determinado grupo e replica para seu público em geral

como uma verdade, no sentido da expressão mais original, legítima, mostrando traços da

mesma.

A publicidade dificilmente ficaria imune a um movimento de tamanha expressão, já

incorporado em outros setores da indústria cultura e seria automaticamente levada a

fazer o mesmo, pois ela é a “engrenagem de transmissão” deste mecanismo. É

preciso ressaltar que a publicidade só se abriu às influências nativistas quando os

valores em jogo já estavam consolidados e aceitos pela maioria da população

(JACKS, 1987, p.117).

Para melhor exemplificar como funciona esta forma de replicação da identidade cultural

gaúcha, podemos citar um evento realizado no Rio Grande do Sul e que traduz representações

do gaúcho criadas e divulgadas pelo MTG e da mídia. A Expointer, que teve início em 1901,

ainda com o nome de Exposição Internacional de Animais, em 1972 já contava com a

participação de 13 países, realizada na cidade de Esteiro, no Rio Grande do Sul a exposição

abrange o setor do agronegócio, segundo dados do próprio site Expointer (2017).

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A importância da Expointer se dá, além da exposição da excelência da produção

primária, também pela diversidade de atrações que proporciona, seja na realização

de seminários, workshops voltados ao manejo no campo, palestras, audiências

públicas de interesse do setor agropecuário, dinâmicas de maquinário agrícola,

shows, áreas de lazer, alimentação e uma variedade de atrações que levam centenas

de milhares de pessoas ao parque no período da feira, que se torna centro de

atenções em âmbito estadual e nacional. A Expointer assume a condição de elo entre

o meio rural e o urbano (EXPOINTER, 2017, online).

Desde a primeira edição do evento, a divulgação da Expointer é feita principalmente

pelo seu cartaz oficial, impresso, criado pelo setor de Comunicação da Secretaria da

Agricultura, Pecuária e Irrigação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul que demanda

de colaboradores exclusivos para desenvolvimento da campanha, segundo o site Expointer

(2017).

Devido à relevância econômica da Expointer, que em 2017 se encontrava em sua 40ª

edição, sua comunicação publicitária também alcança alta visibilidade pública. Portanto, as

representações de gauchidade expressas em seus cartazes tornam-se relevantes objeto de

investigação no intuito de se compreender como a cultura gaúcha é midiaticamente difundida.

Considerando-se esse contexto, o problema de pesquisa desta investigação foi assim definido:

como os cartazes de divulgação do evento Expointer representam a identidade cultural

gaúcha? Como objetivo geral, definiu-se compreender de que forma os cartazes de divulgação

do evento Expointer tem representado a identidade cultural gaúcha no transcorrer dos 40 anos

de existência do evento. Noutros termos, identificar quais características são atribuídas a esta

identidade regional via esses cartazes. Por fim, como objetivos específicos, estabeleceu-se: a)

analisar os elementos verbais e não-verbais dos cartazes do evento Expointer; b) observar se

as representações da gauchidade propostas pelos cartazes se modificaram ao longo dos 40

anos de existência do evento; c) identificar a representação da identidade cultural gaúcha mais

recorrente nos cartazes reforça ou atualiza o já consagrado estereótipo do gaúcho midiático

(sul-brasileiros, de língua portuguesa), cuja origem está relacionada à fundação do primeiro

CTG (Centro de Tradições Gaúchas) e ao MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho).

A Expointer – conhecida feira e realizada no Rio Grande do Sul anualmente – consiste

em uma exposição internacional não só de animais, mas de tudo que envolve o setor

agropecuário e agroindustrial, a feira tem o propósito de apresentar as inovações do meio,

premiar os melhores produtores e animais. A primeira Exposição Internacional de Animais,

Expointer, ocorreu no ano de 1972 como é relatado no site Expointer (2017). A partir daí teve

início um ciclo de exposições que contou

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com a participação de vários países e os eventos se repetiram a cada dois anos até o ano de

1984, após esta data, a exposição começou a ser anual e se realiza desta forma até hoje.

Juntamente com os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Paraná, a

primeira edição do evento teve a presença de 13 países como o Canadá, Holanda, França,

Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Suécia, Dinamarca, Bélgica, Uruguai,

Argentina e Chile. Tamanha grandiosidade do evento e importância para a produtividade do

campo é possível ser mensurada com números que apontam sua relevância e assim perceber a

sua evolução tanto econômica como por reconhecimento nacional e mundial além do número

de interessados/visitantes crescente. Segundo o site G1-RS (2017) na última edição da feira,

que ocorreu de 26 de agosto a 03 de setembro de 2017, foram contabilizados mais de 382,6

mil visitantes e R$ 1,937 bilhão em comércio, tendo aumento na maioria dos setores que

compõe a exposição.

Um evento como a Expointer que tem influência nas inovações e mudanças do setor

agropecuário e agroindustrial mundialmente a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação

do governo do Estado do Rio Grande do Sul designa um grupo de profissionais que cuida e

promove a comunicação e desenvolve a divulgação completa da exposição. Por meio de uma

pesquisa exploratória pode ser constatado que tal divulgação ocorreu em diversos veículos

que tratam de assuntos referentes ao agronegócio (CANAL RURAL, 2017; CAMPO E

LAVOURA, 2017; BOM DIA RIO GRANDE, 2017; além de revistas e jornais como

GLOBO RURAL), entre outras.

O estudo contribui ao campo acadêmico ao abordar a relação entre a publicidade e a

criação de estereótipos culturais, como neste caso, as representações sociais da identidade

cultural gaúcha que, ao ser divulgada em um evento de reconhecimento estadual e mesmo

nacional, influencia a constituição do imaginário social dos gaúchos sobre sua própria

identidade gaúcha, divulgando e difundindo sua interpretação própria da cultura do Rio

Grande do Sul. Registra-se também que o objeto empírico desta pesquisa – os cartazes de

divulgação da Expointer – é inédito entre o banco de monografias defendidas junto ao Curso

de Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana e, talvez – não se pode afirmar

com certeza – seja inédito também considerando-se outras instituições e investigadores.

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2. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E A PUBLICIDADE

Para que a temática de representações sociais e sua relação com publicidade regional

gaúcha pudesse ser debatida e analisada com intuito de compreender foi importante buscar os

conceitos já estudados por autores que traduzissem os significados e possíveis interações entre

eles.

Para Hall (2000), representação social é conceituada como uma série de práticas de

produção de sentido por meio de sistemas simbólicos os quais dão sentido ao que entendemos

e é possível considerar também que além de formar a ideia do que somos, estes sentidos das

representações podem formar o que queremos ser.

A representação, compreendida como um processo cultural, estabelece identidades

individuais e coletivas e os sistemas simbólicos nos quais ela se baseia fornecem

possíveis respostas às questões: Quem sou eu? O que eu poderia ser? Quem eu quero

ser? Os discursos e os sistemas de representação constroem os lugares a partir dos

quais os indivíduos podem se posicionar e a partir dos quais podem falar. (HALL,

2000 p. 17)

A representação, como um fenômeno cultural, também é conceituada por Fraga (2009)

que diz que ela necessita da mensagem para se fazer relação para o homem, que por sua vez

irá perceber através da sua cultura, ele sempre identifica representações de acordo com a sua

bagagem cultural que pode ser a que ele está inserido socialmente e além dos suas próprias

percepções e intepretações da realidade.

Para Golin (2004) o conceito de representação social é algo criado no Rio Grande do

Sul, ela afirma ser um tipo de reelaboração histórica do passado pelos antepassados que

forjam uma identidade tradicional inserida em um tempo vago e disfarçada de tradicional, ou

seja, é reformulado com contexto histórico apenas com elementos de valores entendidos como

importantes e relevantes, o autor cita também que a sociedade rio-grandense é compreendida

como sendo não tradicional e sim conservadora.

Quando tratarmos da produção cultural sulina de características “tradicional” há a

necessidade de grafar o termo entre aspas. Ele está impregnado do sufixo nominal

ismo, pois, no âmbito de um movimento sociocultural doutrinado autorepresenta-se

integrado a um corpus que opera na sociedade com a ambição de se converter em

expressão gentílica. Portanto, mesmo que diversas expressões não se encontrem

organizadas sob ditames e a vigilância do Movimento Tradicionalista Gaúcho, assim

mesmo, seu conteúdo se encontra em uma imanência complementar de composição

de “tradicional” (ismo). Trata-se de uma vontade de pertencimento ao gauchismo

(GOLIN, 2004, p. 112).

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Complementando em relação a publicidade, para Fraga (2009) ela vem ocupando cada

vez mais espaço na vida social. As relações de consumo que desempenham um papel na

distinção dos indivíduos e grupos sociais, e que tem o objetivo de diferenciar, identificar,

aproximar e afastar pessoas e suas ideologias, ou seja, a segmentação de mensagens e

públicos está perdendo espaço para a crescente individualização dos discursos persuasivos.

Mesmo ainda não sendo um campo científico autônomo, as pesquisas e a própria

atividade mercadológica desenvolvida pela publicidade contribuem para o campo das

Ciências Sociais – que estudam o comportamento individual e coletivo.

A publicidade enquanto representação midiática nasceu estrategicamente como

solução à necessidade de aprimoramento das transações comerciais, não apenas

diminuindo, para tanto, a resistência dos consumidores, mas também motivando e

fazendo circular abertamente na sociedade os desejos de consumo de diferentes

grupos sociais. E conforme foram se aperfeiçoando e diferenciando as sociais e seus

valores, também a publicidade precisou se transformar – aprimorando as suas

técnicas (FRAGA, 2009, p. 23).

Este crescimento tem a intenção de se fortalecer, reestruturar as estratégias de

identificação com seus públicos, segundo Fraga (2009) a publicidade pode conceber

identidades – identificar o perfil do público para determinado produtos/serviço e marcas – e

também se apropriar das identidades já existentes. A relação entre representação social e

publicidade é citada por Jacks (1999) como elemento a ser trabalhado pelos responsáveis pela

criação na área da publicidade ao elaborar peças que tem o objetivo de interagir com o

público pertencente à cultura em questão, ou seja, para dialogar com a população é necessário

que se use alguns dos códigos compreendidos pelos sujeitos da comunidade em comum.

Segundo Everardo Rocha (1985, p.26), “a publicidade retrata através dos símbolos

que manipula, uma série de representações sociais sacralizando momentos do

cotidiano”. Então estas “representações conferem significados culturais à

publicidade, do mesmo modo que aos outros produtos da indústria cultural e, se

estes valores foram consagrados pela aceitação pública, por que a publicidade não

poderia desempenhar um papel importante na manipulação de símbolos que vão ao

encontro da afirmação identidade cultural? (ROCHA, citado por JACKS, 1999, p.

93).

A publicidade chegou como uma estratégia comercial em meio a sociedade como forma

de circulação maior de consumo, aproximação da sociedade com representações inseridas na

indústria cultural.

3. IDENTIDADE CULTURAL E GAUCHIDADE

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Identidade cultural e gauchidade são dois tópicos relevantes a serem conceituados

quando se quer entender sobre cultura gaúcha, para iniciar podemos citar Gomes (2015), que

diz que a identidade cultural é formada desde a infância e um dos primeiros contatos que com

o que nos cerca culturalmente é a escola, lugar este que o contexto histórico e mostram

hábitos e costumes. Ainda segunda a autora, o conceito de identidade regional indica uma

condição social, relacionada a tradições e costumes que despertam sentimento de

pertencimento por parte das pessoas.

Para Gomes (2015) é possível analisar e fica claro que o Rio Grande do Sul é um dos

estados brasileiros que possui peculiaridades que reforçam a ideia de valorização da sua

própria identidade regional, e em relação à identidade nacional é evidenciada fazendo com

que se mostre mais importante a figura do gaúcho do que da de cidadão brasileiro, o

pertencimento nacional só é destacado na questão de distinguir a identidade com a dos países

vizinhos.

A identidade cultural aos moldes do MTG é bastante consolidada principalmente por

seus criadores e propagadores e devido ao grande número dos Centros de Tradições Gaúchas

e a ampla divulgação via os meios de comunicação de massa – especialmente os pertencentes

ao Grupo RBS (Rede Brasil-Sul de Comunicação), precisamente mais de 1.350 no estado e

outros 500 fora dele, e por difundirem seus ideais sempre em busca de preservar o histórico de

batalhas do Rio Grande do Sul como cita Jacks (2003).

No processo histórico de organização social deste local, os moradores mais

influentes desenvolveram um perfil que representa suas relações com a vida no meio

rural (charqueadores, cidades fazendeiras), e a vida urbana (a mineração, a criação

de polos industriais), associadas às profissões de destaque no crescimento local.

Com a chegada do Movimento Tradicionalista, esses sujeitos encontraram uma

oportunidade de legitimar estas relações, utilizando os mitos do movimento como

uma forma de preservação do passado e de reconhecimento social. O envolvimento

entre a escola e o MTG não ocorreu por acaso, o movimento surgiu dentro de um

espaço escolar, e possuía o objetivo de cultivar essas “tradições” para as próximas

gerações, e assim expandiram suas práticas para os espaços de ensino, através dos

membros de CTGs, que atuavam nas escolas. (GOMES, 2015, p. 37).

Para Ulpiano (1987), a identidade cultural sempre realiza a contextualização do

homem com seu meio, seu grupo social, sua história, e, um processo de consciência que

impede sua alienação. Partindo deste princípio, com a cultura gaúcha não seria diferente, os

gaúchos possuem um conjunto de comportamentos e hábitos recorrentes do cultivo das

tradições divulgadas pelos MTG e CTGs, mídia, poder público. Estas ações são descritas por

Meneses como algo que une o ser humano ao seu meio. É possível citar vários componentes

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que situam e identificam a cultura gaúcha, como a dança de salão nos CTGs (Centro de

Tradições Gaúchas), o amor pelo pago, pelo o cavalo e o chimarrão. O gaúcho tem como sua

principal característica exaltar suas conquistas, por vezes este orgulho mascara suas derrotas,

principalmente na guerra.

Segundo Jacks (1999), no Rio Grande do Sul é possível identificar características de

duas subculturas, a das correntes migratórias como a açoriana, alemã e italiana, que são as

mais representativas, além da polonesa, russa, holandesa, japonesa, judia e negra. E além

dessa existência da gaúcha, uma subcultura que antecedeu todas as outras culturas citadas e

que contém simbologia que afirma sua identidade perante as outras regiões brasileiras.

A hegemonia dessa subcultura mostra: a representação da figura do gaúcho com

suas expressões campeiras, envolvendo o cavalo, a bombacha, o chimarrão e a

construção de um tipo social livre e bravo serviu também de modelo para grupos

étnicos diferentes, o que estaria a indicar que esta representação une os habitantes do

Estado em contraposição ao resto do País (OLIVEN citado por JACKS, 1999, p. 72).

Ainda sobre os significados do gaúcho, Lisboa (2009) relata que o termo pode ser

usado tanto para o homem do campo, que é representado pelo peão – sujeito do meio rural,

ligado a lida campeira, pecuária e agricultura – tanto para qualquer outro sujeito nascido no

Rio Grande do Sul, seja do rural ou urbano. Lisboa (2009) em outras palavras cita que além

desse modelo, também podem ser associadas outras ideias referentes à noção do que pode ser

o gaúcho, como: a do sujeito pilchado (indumentária), como única característica; à do gaúcho

macho (sexo masculino), forte e valente; a do gaúcho dos pampas; a do gaúcho do CTG

(entidade tradicionalista); e a mais atual, a do gaúcho urbanizado (morados da cidade).

A cultura gaúcha conforme os parâmetros do MTG evidencia o orgulho que o gaúcho

mostra por suas origens, pelo seu pago. Este é o ponto que é explorado pelas marcas e

programas. Como cita Lisboa (2009), a gauchidade no âmbito televisivo é além de mostrar

apenas costumes e tradições do povo gaúcho, mas também tem o caráter de produzir sentidos

ao receptor da mensagem.

O gaúcho é um tipo idealizado e possui um estereótipo formulado pelo MTG, porém,

de acordo com uma pesquisa realizada Grupo RBS, por meio da qual 1.800 pessoas foram

entrevistadas, incluindo especialistas no tema, foi possível identificar cinco diferentes tipos de

gaúcho que ilustram o atual cenário do Rio Grande do Sul. As classificações foram separadas

em perfis: o gaúcho fiel, que representa 35% dos entrevistados, que dizem seguir à risca as

tradições além de ser bem religiosos; o gaúcho raiz, que representa 14% dos entrevistados e

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dizem que são bem tradicionalistas, porém, não são ligados à religião;, o gaúcho desapegado,

que representa 13% dos entrevistados e são os que acham que a tradição não é tão importante,

o gaúcho não praticante, que representa 24% dos entrevistados que não frequentam CTG’s

mas apreciam a tradição e usam alguns apetrechos, como a alpargata e ainda o gaúcho

exportação, que representam 14% dos entrevistados e são os gaúchos que moram fora do país,

mas ainda cultivam traços da cultura gaúcha.

Com a pesquisa é possível identificar como se dá a formas de cultuar uma tradição,

ainda sobre o estudo realizado pelo Grupo RBS podemos observar que a região da campanha é

onde mais se concentram os tradicionalistas e outro dado apontado na pesquisa é que 73% dos

entrevistados, independentemente da idade, afirmam valorizar a tradição gaúcha.

Podemos também citar a participação de uma figura pública que fez parte deste

levantamento a cantora, jornalista e apresentadora de televisão Shana Muller.

A estampa desta mulher gaúcha tem inspirado jovens meninas a cantar e a se vestir.

Em 2014, a artista lançou a grife Shana Müller Original, criada em parceria com a

Santa Fé, de Gramado. Além disso, é colunista do Jornal Zero Hora, onde uma vez

por mês assina a coluna Pampianas.

É a primeira mulher a apresentar o Galpão Crioulo, programa exibido há mais de

três décadas na RBSTV, ao lado de Neto Fagundes, desde 2012. Nos palcos, Shana

Müller canta e encanta! Comunica-se com o público e prende a atenção, com um

repertório regional gaúcho e latino-americano (SHANA MÜLLER, 2017, online).

O estudo foi apresentado pelo programa Jornal do Almoço que faz parte da grade de

programação do Grupo RBS e teve o apoio de pesquisa do site Consumoteca como citado

pelo próprio programa Jornal do Almoço (2017) que pode confrontar dados e chegar nos

resultados da pesquisa, que foi apresentada ao público no dia 10 de novembro de 2017. O

levantamento tem a importância de ressaltar a relevância do estudo cultural a fim de

identificar perfis e características e como elas são adaptadas e reformuladas ao longo do

tempo.

4. EXPOINTER: 40 ANOS DE HISTÓRIA

A Expointer é considerada a maior feira de exposição de animais da américa latina,

além de ser a maior feira nacional e internacional de agropecuária. A feira teve seu início no

dia 24 de fevereiro de 1901, porém com o nome de Exposição Estadual do Rio Grande do Sul,

foi somente no ano de 1972 que passou a ser denominada Exposição Internacional de

Animais. Foi a partir daí que o evento começou a contar com a presença de representantes de

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vários estados como São Paulo, Santa Catarina e Paraná, e também com representação

internacional como França, EUA, Alemanha, Uruguai, etc como o próprio site do evento

Expointer (2017) cita.

No ano de 1974, segundo Expointer (2017), o governo da Alemanha doa três esferas,

que serviam como estande do seu país, para o governo do Estado do Rio Grande do Sul. As

esferas foram cobertas com as cores do Estado do RS e hoje são consideradas um

símbolo/ícone da feira. O ano de 1977 foi um marco na história da Expointer, pois, o local do

evento passou a ser chamado de Parque Estadual de Exposições Assis Brasil (PEEAB), como

uma forma de homenagear um dos maiores políticos e produtores rurais do Estado no começo

do século XX.

Já na década de 90, no ano de 1998, ocorre expansão da área total do Parque de

Exposições Assis Brasil, que contava com 64 hectares e passou a ter 141. A Expointer de

1999 ficou marcada por mudanças significativas, como a criação de uma logomarca que

trouxe uma identidade visual à feira. A partir de então, a feira bate o recorde de público a cada

ano que se passa. Em 2011, a Expointer ficou marcada com a implantação de um sistema

informatizado de acesso ao parque que garantiu uma entrada ágil, segura e eficiente aos

visitantes (EXPOINTER, 2017).

A última edição, ocorrida de 26 de agosto a 03 de setembro de 2017, segundo a Veja

(2017) não apresentava expectativa de crescimento muito maior em relação à edição anterior

de 2016, que chegou a movimentar 1,92 bilhão de reais. Porém os números foram positivos

para a maioria dos setores.

5. METODOLOGIA

A pesquisa realizada é de modo qualitativo a fim de explorar características imagéticas

específicas dos cartazes com intuito de identificar elementos, pois, fazer uma pesquisa

qualitativa tem como finalidade principal captar componentes sem necessidade de

abrangência de todo o universo envolvido.

De acordo com Guerra (2014) na pesquisa qualitativa o pesquisador tem o objetivo de

se inteirar na compreensão dos fenômenos que estuda, seja ações de grupos ou organizações.

Este tipo de pesquisa, Guerra (2014), também relata preocupa-se com a interpretação e

inserção no meio pesquisado.

Para Moraes (1999) a análise de conteúdo é considerada uma metodologia de pesquisa

constituída por descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, que ajudam a

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12

reinterpretar as mensagens e atingir uma compreensão de seus significados. Moraes (1999)

cita também que, e constituída por 5 etapas principais, preparação das informações,

unitarização ou transformação do conteúdo em unidades, descrição e interpretação.

6. UNIVERSO DA PESQUISA

Consiste em todos os 40 cartazes impressos criados para divulgação das 40 edições de

existência da Expointer desde 1972 (ano da criação do evento) até o atual de 2017 (última

edição, no ano passado).

Na Tabela 1, disponível no Apêndice A estão representados os 40 cartazes referentes às

40 edições da Expointer, juntamente com seu ano de edição, slogan, instituições

promotoras/realizadoras, apoiadores/patrocinadores e os tipos de elementos que compõem

cada cartaz de divulgação – representações humanas, figuras culturais, símbolos

característicos do evento.

Foram analisados 12 cartazes que apresentavam representações de figuras humanas

(incluindo-se figuras de esculturas, por exemplo) ou de partes do corpo humano (figuras de

mãos, por exemplo). Assim, serão analisados os cartazes das seguintes edições/anos: 5ª edição

(1979), 8ª edição (1985), 14ª edição (1991), 16ª edição (1993), 19ª edição (1996), 20ª edição

(1997), 21ª edição (1998), 35ª edição (2012), 36ª edição (2013), 38ª edição (2015), 39ª edição

(2016) e 40ª edição (2017) de acordo com a prévia pesquisa exploratória já levantada pela

autora do estudo concluindo que as edições mencionadas contêm conteúdo condizente com o

estudo apresentado.

Para se tornar possível analisar as características presentes nos 12 cartazes extraídos da

Expointer, foi necessário criar um conjunto de categorias que identificassem e aspectos de que

natureza expostos nos mesmos. Os cartazes também foram agrupados por de símbolos

semelhantes, ou seja, com elementos que tivessem relação, como as roupas, objetos, idades e

características.

Para que pudessem serem detalhadas e identificar as características das peças, foram

desenvolvidos três critérios de avaliação dos cartazes, classificados como: Ícones da tradição

gaúcha, Iconografia, Cores dos textos verbal e não verbal.

Os três critérios de avaliação que serão usados neste estudo foram baseados em alguns

dos critérios estipulados na dissertação de Fraga (2009) que foram escolhidos para

identificação de elementos também imagéticos de peças impressas, portanto fica propício

reaplicar para que haja uma boa definição da pesquisa.

a) ícones associados à cultura gaúcha: por esta categoria objetivou-se observar os

elementos materiais tais como cuia, lenço, chapéu.

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Alguns dos ícones que a pesquisa busca identificar são mencionados por Jacks (1999)

que é a pilcha, nome da indumentária utilizada pelo gaúcho (homem) e o chimarrão, bebida

típica do gaúcho a roda de chimarrão que pode;

b) iconografia: será importante na identificação de elementos e personagens que

compõe os leitautes dos cartazes;

c) cores dos textos verbal e não verbal: foi escolhido devido ele ser um componente

fundamental para análise do cartaz por mostrar que tipo de cores são usadas e qual o

fundamento das mesmas;

d) personagens humanos: por essa categoria pretendeu-se analisar as imagens que

retratassem personagens de corpo inteiro ou plano que revelassem partes do corpo de

personagens, como rostos e mãos.

A forma de analisar os cartazes foi através da identificação dos mesmos, por meio de

comparação da imagem já elaborada para o evento e resultados apontado em texto explicativo

com descrição dos elementos compostos na peça publicitária com o intuito de encontrar

resposta ao problema de pesquisa.

7. ANÁLISE E RESULTADOS

A pesquisa teve como intuito adentrar e compreender os conceitos de identidade e

representações principalmente, e para tal, foram captados elementos para análise em busca de

resposta das definições apresentadas, estas concepções estão dispostas nos próximos

parágrafos e seguidas de explicações complementadas e justificadas pelos próprios autores

citados anteriormente, sendo assim, a mesma tem a finalidade de apontar resultados de uma

investigação científica.

7.1 O CARTAZ COMO MÍDIA E O CORPUS DE 12 CARTAZES DA EXPOINTER

A função dos cartazes para Moles (1974) é de que o cartaz tenha seis principais

funções, começando pela função de informar algo, ou seja, preço, lugar, produto e outros

fatores que envolvem a divulgação, a segunda função é convencer, usar da argumentação para

persuadir o público, a terceira é a educadora, que como o cartaz se situa em meio a sociedade

ele adquire a tarefa de propagar algo cultural, algo que vai ser lido e transmitido, a quarta

função se trata da ambiência, um cartaz não tem, obrigatoriamente, que fazer parte da

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composição harmônica do ambiente em que é colocado, a quinta função fala da estética geral

do cartaz, que possui o caráter de trazer consigo poesia, beleza para o local de fixação e por

último a sexta função que remete a criação de mecanismos, os responsáveis por estimular o

consumo e movimentar o mercado.

O primeiro cartaz é uma representação idêntica à estátua do Laçador criada por

Antônio Caringi, inaugurada em 20 de setembro de 1958 em homenagem ao 123º aniversário

da revolução farroupilha e localizada na cidade de Porto Alegre. No segundo cartaz, é

possível identificar o desenho de um homem a cavalo segurando um tipo de lança. A

composição dos cartazes é feita respectivamente por estátua com bandeiras e homem com

uma lança da mão, o desenho do formato do mapa do Rio Grande do Sul.

As cores de fundo dos cartazes são claras, tom cinza com representações sobrepostas,

no primeiro cartaz há representação imagética da estátua do laçador também em cor cinza

com o entorno feito com bandeira dos países participantes do evento e uma espécie de laço

nas cores da bandeira do Rio Grande do Sul e o texto verbal na cor preta, no segundo cartaz

há a representação de um homem a cavalo também em tons de cinza e branco com bandeiras

das cores dos países das mesmas e o texto na cor azul e vermelho.

Figura 1; cartazes A e B.

Fonte: http://www.expointer.rs.gov.br/exposicao-40-expointer

No cartaz C da Figura 2 aparece a cuia de chimarrão, item símbolo da cultura gaúcha

como bebida típica, já no cartaz D, da Figura 2, não foi possível identificar ícones relevantes

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que remetessem a cultura gaúcha, podendo classificar como cartaz genérico, que pode ser

produzido para qualquer região ou evento do setor rural.

O cartaz C da Figura 2 possui a imagem de uma mão (masculina) segurando uma cuia

de chimarrão onde está desenhado o mapa do mundo no porongo e na imagem do cartaz D da

Figura 2 também mãos (masculinas) segurando itens da agricultura como os grãos, animais

como, equinos, ovinos e gado de corte.

No cartaz C da Figura 1 apresenta uma cuia com suas cores normais (cor típica do

material de fabricação de cuias, ou seja, o porongo) e fonte do texto em branco sobrepostas

em fundo verde e preto, no segundo cartaz o fundo é em tom claro, bege, com imagem de

produtos e animais da agricultura e com fonte do texto marrom e verde.

Figura 2; cartazes C e D.

Fonte: http://www.expointer.rs.gov.br/exposicao-40-expointer

Os símbolos da cultura gaúcha estão identificados no cartaz pelo chapéu e pelo lenço

nos dois homens que estão representando a imagem do gaúcho oriundo da regulamentação do

MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho).

Em ambos cartazes (E e F) da Figura 3 possuem a imagem de um homem com lenço e

chapéu e no segundo (cartaz F, Figura 3) aparece ainda a imagem da cuia de chimarrão e toda

imagem é formada por pequenos pontos/desenhos.

No cartaz à esquerda, o fundo é composto pela imagem de um campo verde com céu

azul claro, na frente a imagem do gaúcho com camisa de tom cinza, lenço branco com

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bandeiras dos países participantes do evento, chapéu preto e fonte da escrita em roxo, já no

segundo cartaz a composição da imagem é feita por pontos e formam a imagem de um gaúcho

com camisa branca. Lenço vermelho e chapéu marrom.

Figura 3; cartazes E e F.

Fonte: http://www.expointer.rs.gov.br/exposicao-40-expointer

Os ícones da cultura gaúcha estão mais presentes no último cartaz, da 40ª edição do

evento, onde aparece a imagem do gaúcho com chapéu e lenço no pescoço. No primeiro

cartaz apresenta-se a imagem representativa de neto e avo no campo com os animais e

maquinário agrícola, que mostra como é a vida no espaço rural, no segundo cartaz a criança

ainda é representada como figura do meio rural, juntamente com os demais integrantes deste

tipo de produção, os profissionais e colaboradores, no terceiro cartaz mostra somente crianças

em um campo verde com os símbolos da Expointer representados em formato de balão

remetendo a infância e ao futuro do campo. As cores dos quatro cartazes têm ligação devido

ao fato de ter o campo verde em todas as imagens e o céu que está azul com tons alaranjados

remetendo ao entardecer do dia.

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Figura 4; cartazes G, H, I e J.

Fonte: http://www.expointer.rs.gov.br/exposicao-40-expointer

Nestes cartazes pode-se observar que a cultura gaúcha não está representada em

nenhuma característica imagética ou em texto verbal presente na peça publicitária, das quais

já foram citadas pelos autores estudados anteriormente sobre representações e cultura do Rio

Grande do Sul.

Os elementos que compõe os cartazes são trabalhadores do meio rural (agricultores e

profissionais das indústrias), homens e mulheres (diferentes idades), adultos, campo verde,

céu claro e azul, verduras, animais e as esferas símbolo do evento Expointer.

As cores são semelhantes nos dois cartazes por conter céu azul e campo verde, além de

textos verbais em preto, azul e branco, e roupas dos personagens em tons de azul, verde e

branco.

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Figura 5; cartazes L e M.

Fonte: http://www.expointer.rs.gov.br/exposicao-40-expointer

7.2 SÍNTESE ANALÍTICA

Na figura 1, cartaz A, pode se observar a presença imagética de uma estátua que

representa a real estátua do laçador, situada em Porto Alegre, obra símbolo dos gaúchos, já no

cartaz B, está representada a imagem de um homem a cavalo, com vestimentas que remetem à

indumentária gaúcha, como lenço, camisa e etc.

Na figura 2, cartaz C, pode ser identificado um dos símbolos da cultura gaúcha que é o

chimarrão, mencionado por Jacks (1999, p. 89) “bebida simbólica que traduz uma prática

democrática, associativa e fraternal”. No cartaz D da figura 2 já não se tem características da

imagem do gaúcho como as citadas pelos autores que dissertam sobre o simbolismo que

envolve a figura do gaúcho.

Na figura 3, cartaz E, é possível identificar características da cultura gaúcha devido

apresentação de indumentária gaúcha que veste o homem que está na imagem. Na Figura 3,

cartaz F também possui traços que remetem a indumentária típica gaúcha descrita pelo MTG

que está apresentada na figura do homem.

Na Figura 4, cartaz G traz a imagem de duas pessoas, um idoso e uma criança, que

retratam a imagem de avô e neto, na composição do cartaz não está explicito representações

gaúchas. Na Figura 4, cartaz H, estão expostos vários elementos, seis representações

humanas, com idades diferente, ambos os sexos e a ideia de profissões diferentes entre eles

também, a cultura gaúcha não está apresentada na peça publicitária.

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Na Figura 4, cartaz I, mostra as representações humanas de três crianças, de ambos os

sexos (duas meninas e um menino), também não mostra traços de representações de cultura

gaúcha em sua elaboração. E na figura 4, cartaz J (última edição do evento) a identidade

cultural gaúcha volta a ser retratada em elementos, como a representação do homem usando a

indumentária que está posicionado acima dos demais integrantes da peça publicitária.

A Figura 5, cartaz L não faz referência a uso de indumentária ou algo relativo a cultura

gaúcha, apenas representações humanas de ambos os sexos, além de elementos que

identificam o evento Expointer (esferas símbolo). E na Figura 5, cartaz M, também pode-se

identificar semelhantes ao do cartaz L que mostrar pessoas e elementos remetentes a feira, e

também sem as representações culturais descritas anteriormente.

Sobre a análise dos 12 cartazes do corpus de pesquisa, pode-se montar uma tabela para

melhor identificar e visualizar cada elemento de representação cultural aparente e quais os

mais recorrentes, a Tabela elaborada está disponível no Apêndice 2, Tabela B, nela estão

citados os elementos que mais foram ocorrentes nas peças publicitárias de acordo com análise

feita.

Para concluir, pode-se dizer que é possível notar a presença de diversos elementos nas

composições dos cartazes, também é notável que nem todos os analisados e descritos

apresentaram traços de representações gaúcha – as quais citadas por alguns autores

mencionados no referencial e elaboradas pelo MTG – também pode-se afirmar que ao longo

da criação dos cartazes (uma peça por edição/ano) os critérios de elementos foram mudados

sem relação com os demais, nem sempre se apresentou o mesmo contexto imagético e âmbito

cultural.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente foi problematizado que, como os cartazes de divulgação do evento

Expointer representam a identidade cultural gaúcha? Após, houve busca por referências de

autores em relação ao assunto para pesquisa e aplicação do mesmo em forma de análise pode-

se constatar resultados da pergunta feita na introdução do estudo.

De acordo com os objetivos propostos pela pesquisa, foram analisados inicialmente os

elementos verbais e não-verbais dos cartazes do evento Expointer, e foi possível identificar

neles características que representam a cultura gaúcha como as dispostas pelos autores citados

na pesquisa, tais elementos foram representados por imagens, desenhos, cores símbolos e

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textos verbais, que em alguns dos casos era visivelmente remetente a cultura gaúcha abordada

pelo MTG.

Já o segundo objetivo que era o de observar as modificações das representações da

Gauchidade nos cartazes ao longo das 40 edições do evento, e como observado nos cartazes

do evento, pode-se constatar que as imagens eram elaboradas com diferentes elementos

imagéticos a cada edição, porém, sempre reforçando a imagem do gaúcho, como um homem,

que faz uso de costumes moldados e de indumentária típica da região sul do Brasil.

E como terceiro objetivo que seria o de buscar identificar os elementos apontados

como os mais recorrentes nas peças publicitárias que reforçassem ou atualizassem o

estereótipo do gaúcho pode ser reconhecido que foi a representação do gaúcho como um

homem (sexo masculino) que usa indumentária típica como lenço, camisa e chapéu e faz

referência a representação ditada pelo MTG.

O modelo de estudo apresentado nesta pesquisa serve e interessa para área da

comunicação como um fator de identificar mensagens imagéticas de cultura inseridas na

publicidade, não só identificando a imagem de representação do gaúcho, mas de qualquer

outra cultura representada por ilustrações em peças publicitárias, fazendo com que seja

possível apontar características e decifrar mensagens com melhor entendimento deste campo

que ainda tem muito a explorar.

Como o estudo apresentado (aparentemente) é inicial e inédito na área da

comunicação, devido ao fato de não ser encontrado outros trabalhos/artigos acadêmicos de

mesmo campo de estudo, ou seja, representação cultural nos cartazes do evento Expointer,

fica a oportunidade de melhor desenvolver a temática novamente, em próximos estudos, mais

atuais, com complementações de novos autores e outros pontos de vista.

O presente estudo teve como principal finalidade uma pesquisa avançada para a

conclusão do curso de Publicidade e Propaganda, porém, ao longo deste processo de

desenvolvimento de pesquisa qualitativa, muitos pontos foram levantados e compreendidos

através da mesma, assim como outras atividades acadêmicas exercidas ao longo da jornada

universitária, essa também contou com desafios/dificuldades e aprendizados que serviram

para auxiliar na composição e criação de métodos de pesquisa melhor elaborados e

específicos de temáticas.

As principais dificuldades apontadas para introdução a pesquisa, foram principalmente

se distanciar, ou seja, se deslocar dos conceitos já intrínsecos e individuais já tidos em relação

a temática (tradicionalismo gaúcho), e também tentar elaborar conteúdo que não fosse

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resultante de conceitos pessoais, acrescentado citações já estudadas sem “copiá-las” e também

não obter espécie de enaltecimento entre algumas características por conhecimento individual,

como elogios e comentários que qualificavam a temática dissertada na pesquisa.

O estudo foi de grande valor a academia devido ao fato de explorar novos conhecimentos e

áreas e ainda por ir em busca de significaR muitas vezes já subentendidos de diferentes formas.

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REFERÊNCIAS

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vendas. Disponível em < https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/pavilhao-da-

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para-negocios-em-2017/ > Acesso em 16 de out. 2017.

APÊNDICE 1, TABELA 1:

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2

Edição: 1ª /1972

Título do Evento:

1ª Exposição Internacional

de Animais do Rio Grande

do Sul

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras e roseta.

Edição: 2ª/1974

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais do Rio Grande do Sul

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras, globo e laço.

Edição: 3ª/1976

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras, círculo e fotografia.

4

Edição: 4º/1978

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Globo e fotografias.

Edição: 5ª/1979

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras e estátua laçador.

Edição: 6ª/1982

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Bandeiras e fotografias.

Edição: 7ª/1984

Título do Evento:

Exposição Internacional de Animais

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura,

Ministério da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Cores da bandeira do Brasil em fundo azul.

Edição: 8ª/1985 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura,

Ministério da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras, mapa Rio Grande

do Sul, desenho homem e cavalo.

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25

Edição: 9ª/1986

Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura,

Ministério da Agricultura e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Esferas símbolo, foto.

Edição: 10ª/1987 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Fotografia

Edição: 11ª/1988

Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Chapéu e bandeiras.

Edição: 12ª/1989 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Chapéus e bandeiras.

Edição: 13ª/1990 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Varig e

Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Bandeiras, capa de cavalo e campo.

Edição: 14ª/1991 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Varig e

Banco do Brasil.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Chimarrão, corres da bandeira e mão humana.

Edição: 15ª/1992 Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Varig e

Banco do Brasil.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Planeta terra e boleadeiras.

Edição: 16ª/1993

Título do Evento: Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Varig e

Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Homem gaúcho, campo e bandeiras.

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Edição: 17ª/1994 Título do Evento: Expointer

Slogan: Um mundo de

negócios e atrações.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Varig e

Banco do Brasil.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Planeta terra e bandeiras.

Edição: 18ª/1995 Título do Evento: Expointer

Slogan: A maior exposição

agropecuária e agroindustrial

da América do Sul.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banco do

Brasil.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Planeta terra, luz no RS, bandeiras, esferas símbolo.

Edição: 19ª/1996

Título do Evento: Expointer

Slogan: A maior feira

agropecuária e agroindustrial

da América do Sul.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Mãos humanas, animais e

alimentos.

Edição: 20ª/1997 Título do Evento: Expointer

Slogan: Vencendo pela

qualidade.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Avô

e neto, animais e campo.

Edição: 21ª/1998

Título do Evento: Expointer

Slogan: Vencendo pela

qualidade.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Gaúcho com chimarrão.

Edição: 22ª/1999

Título do Evento: Expointer

Slogan: Agropecuária

desenvolvendo o Rio

Grande.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Roseta em branco.

Edição: 23ª/2000

Título do Evento: Expointer

Slogan: Agropecuária

desenvolvendo o Rio

Grande.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Planeta terra e bandeiras.

Edição: 24ª/ 2001 Título do Evento: Expointer

Slogan: Agropecuária

desenvolvendo o Rio

Grande.

Promoção/Realização:

Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da

Agricultura, FETAG e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Nuvens em amarelo.

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Edição: 25ª/2002

Título do Evento:

Expointer

Slogan: Agropecuária

desenvolvendo o Rio

Grande.

Promoção/Realização:

Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da Agricultura, FETAG e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Terra.

Edição: 26ª/2003

Título do Evento:

Expointer

Slogan: A força do

agronegócio movimentando

a nossa economia.

Promoção/Realização:

Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da Agricultura, FETAG e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Fotografias e esferas

símbolo.

Edição: 27ª/2004 Título do Evento: Expointer

Slogan: A força do

agronegócio movimentando a

nossa economia.

Promoção/Realização:

Governo do Estado, Secretaria

da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura, FETAG e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul,

Big, Nacional e Polar.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Campo, céu e esferas símbolo.

Edição: 28ª/2005

Título do Evento:

Expointer

Slogan: A força do

agronegócio movimentando

a nossa economia.

Promoção/Realização: Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da Agricultura, FETAG e

FARSUL.

Apoio/Patrocínio:

Banrisul.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Esferas símbolo, bandeira do RS e céu.

Edição: 29ª/2006

Título do Evento:

Expointer

Slogan: A força do agronegócio movimentando a nossa economia.

Edição: 30ª/2007

Título do Evento:

Expointer

Slogan: O melhor do

agronegócio está aqui. Promoção/Realização:

Edição: 31ª/2008 Título do Evento: Expointer

Slogan: O melhor do

agronegócio está aqui.

Promoção/Realização: Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e

abastecimento.

Apoio/Patrocínio: Banrisul

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Edição: 32ª/2009

Título do Evento:

Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura,

Pecuária, pesca e

agronegócio.

Apoio/Patrocínio: SulGás,

Irga, Banrisul, Corsan,

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Promoção/Realização: Não

identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Esferas símbolo, cores da bandeia do RS.

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura e

abastecimento, Ministério da

Agricultura, Prefeitura de

Esteio, FETAG, SENAR,

Casa Rural e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Rosetas da cor da bandeira

do RS.

Rosetas formando a palavra

Expointer, céu e campo.

CEEE

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Roseta e fotografias.

Edição: 33ª/2010

Título do Evento:

Expointer

Slogan: O melhor do

agronegócio está aqui.

Promoção/Realização:

Governo do Estado,

Secretaria da Agricultura,

Pecuária, pesca e

agronegócio.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Roseta, céu e campo.

Edição: 34ª/2011

Título do Evento:

Expointer

Slogan: Qualidade e

inovação para o Rio Grande

crescer.

Promoção/Realização: Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da Agricultura, Prefeitura de Esteio, FETAG, SENAR,

Casa Rural e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: SulGás,

Banrisul, Corsan, CEEE.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Céu,

esferas símbolo, planeta

terra representado.

Edição: 35ª/2012 Título do Evento: Expointer

Slogan: Rio Grande

sustentável, economia mais

forte.

Promoção/Realização:

Governo do Estado, Secretaria da Agricultura e abastecimento, Ministério da Agricultura, Prefeitura de Esteio, FETAG, SENAR,

Casa Rural e FARSUL.

Apoio/Patrocínio: Banrisul e

outros não identificados.

Personagens e elementos (Humanos e animais): Três pessoas, esferas símbolo, céu

e campo.

Edição: 36ª/2013

Título do Evento:

Expointer

Slogan: Não Possui

Promoção/Realização:

Não identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Três Crianças, balões com

esferas símbolo, céu e campo.

Edição: 37ª/2014

Título do Evento:

Expointer

Slogan: A festa do campo.

Do desenvolvimento. De

todos os gaúchos.

Promoção/Realização: Não

identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Balões com esferas símbolo, céu e lavoura.

Edição: 38ª/2015

Título do Evento:

Expointer

Slogan: Com o campo, todo

o estado cresce.

Promoção/Realização: Não

identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais):

Cinco pessoas, animais,

alimentos, campo, céu,

esferas símbolo.

Edição: 39ª/2016

Título do Evento: Expointer

Slogan: Com o campo, o Rio

Grande dá certo.

Promoção/Realização: Não

identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Seis pessoas, animais, trator, alimentos, céu e campo.

Edição: 40ª/2017

Título do Evento:

Expointer

Slogan: O campo cria o

futuro.

Promoção/Realização:

Não identificado.

Apoio/Patrocínio: Não

identificado.

Personagens e elementos

(Humanos e animais): Quatro pessoas, animais,

alimentos, esferas símbolo, céu e lavoura.

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APÊNDICE 2, TABELA 2:

Elemento Repetições Observação

Lenço 4 5ª, 16ª, 21ª e 40ª edição.

Chapéu 7 8ª, 16ª, 20ª, 21ª, 38º, 39ª e 40ª edição.

Cuia/chimarrão 2 14ª e 21ª edição.

Cores da Bandeira do RS 5 14ª, 21ª, 35ª, 36ª e 40ª edição.