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IDENTIFICAÇÃO
USO DO JORNAL IMPRESSO NAS AULAS DE
GEOGRAFIA DO ENSINO MÉDIO
Autor Geni Silveira Garcia
Escola de Atuação Colégio Estadual Arthur de Azevedo
Município da Escola
Núcleo Regional de
Educação
São João do Ivaí
Ivaiporão
Orientador Prfª Drª Jeani Delgado Paschoal Moura
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual de Londrina
Disciplina/Área Geografia
Produção Didático -
pedagógica
Caderno Pedagógico
Relação
Interdisciplinar
Sociologia; História;
Público Alvo
Localização
Alunos do Ensino Médio
São João do Ivaí
Apresentação: Esse material didático pedagógico foi elaborado para
aplicação do projeto de implementação pedagógica
da escola na disciplina de Geografia com o objetivo
de desenvolver o senso crítico do aluno a partir da
análise dos conteúdos de Geografia e a realidade
exposta descobrindo, no jornal impresso, uma fonte
de leitura acessível.
Palavras-chave Jornal Impresso; Aluno Crítico; Conteúdos de
Geografia.
APRESENTAÇÃO
Com a globalização, muitos acreditam que somente usando recursos
midiáticos, como a internet, é possível criar um processo de ensino de qualidade,
porém o que se verifica é o uso inadequado desses recursos nas salas de aula.
Outra questão refere-se às surpresas que podem ocorrer, quando se imagina que o
fato de os alunos terem acesso a computadores e internet, os torna sujeitos com
maior capacidade de aprendizagem.
Cabe a escola e aos professores fazer a filtragem do excesso de informações que são lançadas para o consumo de massa e senso comum, e instigar uma maior participação dos alunos, incentivando-os a trazer para a sala de aula a realidade vivida no seu cotidiano, para que assim consigam refletir, diante do confronto entre a realidade do seu dia a dia e o conhecimento científico, contribuindo para uma visão crítica. (CARVALHO; TSUKAMOTO, 2008, p. 21)
A mídia, portanto, pode constituir-se em benefício ao ensino, mas também
como forma de tornar o aluno mais pacífico na sala de aula e na sociedade devido a
manipulação da mídia, principalmente dos meios de comunicação em massa, como
a televisão.
A cultura veiculada pela mídia transformou-se na força dominante de socialização: suas imagens e celebridades substituem a família, a escola e a Igreja como árbitros de gosto, valor e pensamento, produzindo novos modelos de identificação, estilo, moda e comportamento. Com o advento da cultura da mídia, os indivíduos são submetidos a um fluxo, sem precedentes, de imagens e sons dentro de sua própria casa; novos mundos virtuais de entretenimento, informação, sexo e política estão reordenando percepções de espaço, de tempo e anulando distinções entre realidade e representação. (LEITE, 2004, p. 1-2).
Observa-se que diariamente os alunos são bombardeados de informações
que acabam influenciando a sua visão de mundo. Maciel (2009) alerta que com
essas informações o indivíduo tem a percepção de que está bem informado, quando
na verdade o conhecimento que adquiriu é superficial e conta com uma questão
ideológica para atender interesses políticos, econômico, entre outros.
E o jornal impresso? Qual a sua influência? Como pode ser utilizado para
que na escola o professor possa contextualizar conteúdos levando em consideração
a leitura crítica do mundo?
Socialização (2 Aulas- atividade 1 e 2)
Aplicação de um questionário aos alunos com o objetivo de diagnosticar a
relação destes com esta linguagem midiática.
1. Você tem acesso diariamente ao jornal impresso no seu dia-a-dia? ( ) sim ( ) não 2. Onde você tem acesso ao jornal impresso? ( ) em casa ( ) na escola ( ) no trabalho 3. Que assuntos você se interessa ao manipular o jornal impresso? ( ) economia ( ) lazer ( ) esporte ( ) política ( ) outros.Quais? ________________________________________________ 4. Você já utilizou jornal impresso nas aulas por solicitação do professor?? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes 5. Qual (is) disciplina (s) foi utilizado o jornal impresso?
______________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Você acredita que o jornal impresso pode colaborar na compreensão dos
conteúdos da disciplina de Geografia? ( ) sim ( ) não
Com base nesses dados serão elaborados gráficos que serão apresentados
no artigo final a fim de verificar como o jornal impresso está presente no cotidiano
dos alunos.
ATIVIDADE 1
(4 aulas)
Conhecendo o jornal impresso
Em pesquisas realizadas por Carvalho e Tsukamoto (2008), Archela e
Calvente (2008) e Katuta (2009), entre outros autores, revelam que o jornal impresso
ATIVIDADE 2
Para o primeiro encontro será apresentado o vídeo Intervozes –
Levante sua voz
Sinopse: Esse vídeo foi produzido pelo Intevozes Coletivo Brasil de
Comunicação Social e demonstra o direito a liberdade de
comunicação e o controle dos meios de comunicação em nosso país.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=KgCX2ONf6BU
Acesso em: 01 out. 2012 Após o vídeo será solicitado que os alunos façam grupos e discutam
sobre a influência da mídia na vida cotidiana e como isso pode afetar
os valores, culturas, crenças entre outros.
Orientações
Metodológicas
ATIVIDADE 3
é a mídia mais acessível para os professores e alunos por ser um material
relativamente mais em conta e por estar presente na maioria das escolas. As
experiências de Archela e Calvente (2008) demonstram que o uso do jornal, como
recurso pedagógico na sala de aula, pode trazer um maior conhecimento a ser
explorado e a inserção dos conteúdos de Geografia de forma contextualizada. “A
utilização de jornais nas aulas de Geografia enriquece e motiva a aprendizagem,
contribuindo para a percepção da relação entre o conteúdo discutido, o espaço
geográfico vivido e o dia-a-dia das pessoas” (ARCHELA; CALVENTE, 2008, p. 98).
Assim, o jornal impresso constitui-se em um instrumento pelo qual o
professor poderá aproximar os conteúdos científicos das experiências vivenciadas
cotidianamente.
A fim de apresentar o jornal impresso na sala de aula de forma dinâmica e
contextualizada, será utilizada a técnica do Mapa Conceitual.
Mapa conceitual é um termo criado por Joseph Novak na década de 70
sendo definido como “uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento.
Trata-se de uma representação gráfica em duas dimensões de um conjunto de
conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes”
(SABIO, 2012, p. 1). Essa ferramenta baseou-se na aprendizagem significativa de
David Ausubel podendo ser utilizado em pesquisas, planejamento e avaliação.
Torna-se um rico instrumento para:
ensinar um novo tópico; auxiliá-los a se manter mais atentos aos conceitos-chave e às relações entre eles; instrumento de análise de anormalidades cognitivas que propiciam deficiência de aprendizagem; auxiliá-los a transmitir uma imagem geral e clara dos tópicos e das suas relações; reforçar a compreensão e aprendizagem; permitem a visualização dos conceitos-chave e resumem suas inter-relações; formar hábitos de estudo; proporcionar maior independência e autonomia ao desenvolver a consciência de responsabilidade pelo aprendizado e a postura de buscar aprofundar o rigor e a organização. (SABIO, 2012, p.2).
Portanto, essa forma de construir os conhecimentos a partir de relações com
o todo, exige um esforço cognitivo diferenciado que consiste em frisar os conceitos
importantes.
Para saber mais clique em: http://mapasconceituais.cap.ufrgs.br/mapas.php
Para apresentar o jornal impresso para os alunos, resgate de forma didática
as suas principais partes, utilizando o mapa conceitual a seguir:
Mapa Conceitual – Seções do Jornal Impresso:
Jornal impresso
Está dividido em
folhas
Principais notícias
geografia
Presente nas
noticias
Manchetes
OpiniãoPolítica
Geral Mundo
Economia Cidades
Esporte
Folha 2
Classificados
Gastronomia
Horóscopo
Charges
Cinema
Palavras cruzadas
matemática
história
Com a utilização deste mapa conceitual, demonstrar aos alunos os
conteúdos de Geografia presentes nas notícias e que será trabalhado
posteriormente.
Após essa explanação, solicite aos seus alunos que escolham uma parte do
jornal e elaborar o mapa conceitual de uma notícia ou de um caderno (política,
economia, esporte, ou outro).
Será apresentado aos alunos o programa Microsoft Vision 2007 em aparelho
de data show para os alunos compreender como elaborar o mapa conceitual
utilizando o computador.
(4 aulas)
Elaboração de uma Hemeroteca
Hemeroteca é o termo utilizado para conceituar a organização documental
de informações impressas. Segundo Buonocore (1976, apud Medeiros et. al , 2012,
p. 8) “ hemeroteca é um termo de origem grega, onde heméra significa “dia” e théke,
significa “depósito” ou “coleção”.”
Para Ferreira (1986 apud Medeiros et. al, 2012, p. 8) “ o termo hemeroteca
significa “seção das bibliotecas em que se colecionam jornais e revistas”.”
Dessa forma, podemos definir a hemeroteca como um acervo de jornais que
serão organizados por conteúdo de geografia em ficha específica.
ATIVIDADE 5
Elaborar uma hemeroteca com notícias do jornal impresso que
contenham conteúdos de geografia analisando dentro das dimensões
analítico-descritiva, dimensão normativo-avaliativa e dimensão
prescritiva.
A hemeroteca será elaborada durante o bimestre.
Obs. O conteúdo será escolhido durante a implementação da
proposta.
A elaboração da hemeroteca contará com os seguintes passos:
1. Escolher um assunto relacionado com o conteúdo de geografia.
2. Solicitar que os alunos procurem em mais de um jornal sobre o assunto
solicitado a fim de realizar leituras e observar as diferenças em relação
ao assunto tratado;
3. Fazer a leitura e identificar os dados solicitados na ficha de hemeroteca;
4. Preencher os espaços da ficha da hemeroteca redigindo com suas
palavras o que entendeu da notícia e/ou do conteúdo;
5. Selecionar trechos, citações do jornal que sejam relevantes para
transmitir a notícia dentro de uma das dimensões;
6. Auto correção e reescrita do texto caso necessário.
Dessa forma, o professor será o mediador que irá orientar a análise em cada
dimensão, relacionar o conteúdo de geografia com o assunto, graduar as
dificuldades na escolha do assunto e dos conteúdos conforme os alunos forem
evoluindo.
Antes da escolha da notícia, Carvalho (2002 apud PAULINO, 2009, p. 24)
aponta três dimensões passíveis de serem tomadas como instrumentos de análise
do recurso midiático, no caso, o jornal impresso:
- dimensão analítico-descritiva: as abordagens apontam para alguns dos temas, questões ou aspectos que estão envolvidos num problema, simultaneamente descrendo e analisando a realidade; - dimensão normativo-avaliativa: implícita ou explicitamente as abordagens remetem para preferências e valores, envolvendo opções ideológicas; - dimensão prescritiva: com frequência as abordagens remetem para a ação, contendo orientações explícitas ou veladas para que a mesma ocorra.
Hemeroteca:
Encaminhamento
Metodológico
A dimensão analítico-descritiva tem por objetivo abordar os temas a partir da
problematização relacionada à realidade. A dimensão normativo-avaliativa analisa
as questões ideológicas presentes nas notícias e a dimensão prescritiva tem por
finalidade a ação com orientações sobre determinado aspecto. A abordagem
utilizada nessas dimensões tem por função: “a) definir problemas; b) diagnosticar
causas; fazer juízos de valor; d) sugerir soluções” (PAULINO, 2009, p. 25).
Os questionamentos fundamentados na proposta de Carvalho (2002 apud
Paulino, 2009) assim como as suas abordagens, remetem a sala de aula para um
espaço de construção coletiva do saber. Coletiva no sentido de aprender juntos, com
as experiências dos alunos, do professor e os conteúdos escolares.
A referida autora sugere os seguintes questionamentos: “quais os temas
mais recorrentes no meio de comunicação em foco que permitem compreender e
reconhecer previamente as potencialidades do material a ser trabalhado; verificar a
frequência do aparecimento da temática, ”mensurar a superfície, em termos de
espaço ocupado nas publicações, que é dedicada às temáticas” (PAULINO, 2009, p.
26).
A metodologia da problematização, proposta por Okamura e Moura (2008),
será utilizada como estratégia para trabalhar com o jornal impresso (local e regional)
em sala de aula, no que se refere à elaboração da hemeroteca e da construção do
jornal escolar a partir dos conteúdos geográficos e nas perspectivas de Freinet
(1974) que aborda o uso do jornal na sala de aula oferecendo subsídios para a
construção do mesmo em relação à diagramação, composição e impressão.
FICHA DE HEMEROTECA
IDENTIFICAÇÃO
Nome
N° Série
Hemeroteca
N°
Data de
Entrega
Visto do
Professor
1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
2. HEMEROTECA
3. VOCABULÁRIO E OU GLOSSÁRIO
Ao final do bimestre os alunos farão apresentação da hermeroteca
juntamente com os demais materiais produzidos durante a implementação do
projeto.
Fo
Formação de Leitores Críticos
(3 aulas)
A partir de uma notícia do jornal impresso (regional e/ou
local) solicitar que os alunos, em grupo de três, retirem todas as
informações possíveis em relação a leitura do texto, imagens, ideias
explícitas, implícitas, questionar o porquê dos temas, qual o
destaque, fazer uma análise qualitativa, ou seja, fazer confrontos de
perspectivas: qual a perspectiva implícita, as críticas, os
comentários de especialistas; observar as metáforas, as figuras de
estilo, a análise sobre a fonte e, principalmente, o título da notícia,
as diferentes formas de entender o que contém a notícia.
Obs. A notícia estará vinculada a conteúdos de geografia.
Após realizarem essa atividade, um aluno de cada grupo
apresentará o que foi solicitado e o professor fará intervenções
necessárias baseadas na interpretação da leitura em relação a
concepção de mundo que temos em relação a nossa cultura,
sociedade, classe econômica, etc.
Esse trabalho será guardado para montar um portfólio ao
final do desenvolvimento da implementação do projeto.
Ao final da aula solicitar aos alunos que tragam a notícia do
jornal para a próxima aula relacionado com o conteúdo de
geografia.
ATIVIDADE 6
Hoje vivemos em um
mundo de cegos. As
pessoas não sabem mais
ver, pois não tem mais o
olho interior. Vive-se um
tipo de cegueira
generalizada.
BavcarDocumentário:
JANELA DA ALMA
Direção: João Jardim
Produção: Brasil, 2001
Com: José Saramago, Wim Wenders
Eugen Bavcar
série: Auto-Retratos
O jornal impresso constitui-se em um instrumento para que o professor
possa apresentar os conteúdos de Geografia de maneira contextualizada. Com a
utilização dessa mídia nas aulas o estudante terá a oportunidade de aproximar seu
saber cotidiano com os conteúdos construídos socialmente.
Ao trazer jornais para a sala de aula, podemos estimular a leitura crítica e o aprofundamento das informações relacionadas ao espaço geográfico. Muitas vezes, as notícias trazem informações superficiais, características de muitas informações com as quais, na atualidade, os alunos são bombardeados cotidianamente. (ARCHELA; CALVENTE, 2008, p.91)
Com isso, o aluno pode relacionar os conteúdos de Geografia com a
realidade exposta nos jornais impressos. Conhecer a ideologia, a intenção dos
autores do jornal em relação às notícias, assim como a fidedignidade das mesmas,
Orientações
Metodológicas
contribui para que o aluno construa uma identidade histórica baseada em fatos e
conteúdos que serão vivenciados por ele na sociedade.
Assim, os alunos poderão participar explicitamente, analisando o fluxo das
informações, desenvolver “a atenção, observação, discriminação, comparação,
classificação, análise, argumentação, síntese, indução e dedução” (ARCHELA;
CALVENTE, 2008, p. 93-94).
Analisar a fonte, o interesse de quem escreve e de quem lê, o momento
político, econômico, cultural e social o qual se encontra a cidade, o estado, o país
e/ou o mundo, permite que o aluno desenvolva o seu senso crítico e faça relações
com outras esferas e problemas da modernidade, “ [...] estimula também a leitura e o
envolvimento crítico com os acontecimentos, apreendendo os processos que
desencadeiam os atos, que podem parecer, em uma leitura não critica, isolados”
(ARCHELA; CALVENTE, 2008, p. 98), tornando-se um sujeito ativo e construtor do
seu conhecimento.
Segundo Antonello (2009) a mídia impressa traz em seu bojo a manipulação
das informações conforme os seus interesses; o resultado é a distorção da
realidade. Ressalta ainda que apesar dessa constatação, não se trata de uma regra,
por isso as diferentes situações que ocorrem, devem ser minuciosamente estudadas
e exploradas em sala de aula. A ideologia de um fenômeno pode ser demonstrada
por meio do jornal impresso sendo explicada de maneiras distintas que envolvem o
saber científico e a realidade social, cultural e econômica.
O papel do professor é relevante mais uma vez, pois, “um dos principais
papéis dos educadores é o de fazer com que os alunos pensem sobre coisas que
até então não tinham pensado. Mostrar a eles que o espaço não é apenas um palco
por onde andamos” (KAECHER, 2000, p. 151-152).
Em relação aos alunos, observa-se que os meios de comunicação
apresentam milhares de informações de diversas áreas as quais estão presentes
ideologias e concepções também diferenciadas. Nesse sentido, faz-se necessário
que os alunos aprendam a reconhecer esses aspectos para poderem analisar,
decidir e transformar a sua realidade, contribuindo para uma formação cidadã.
[...] cabe a escola e aos professores fazer a filtragem do excesso de informações que são lançadas para o consumo de massa e senso comum, e instigar uma maior participação dos alunos, incentivando-os a trazer para a sala de aula a realidade vivida no seu cotidiano, para que assim consigam refletir, diante do confronto entre a
realidade do seu dia a dia e o conhecimento científico, contribuindo para uma visão critica. (CARVALHO; TSUKAMOTO, 2008, p. 21).
Segundo Archela e Calvente (2008), com o uso do jornal, a motivação e a
participação ocorrem de forma natural. Não se trata do aluno aprender o que quer e
quando quer, mas de construir conhecimentos de forma significativa, conduzido pela
autonomia e competência do professor. Para isso o professor deve conhecer e
dominar os conteúdos da disciplina, pois podem surgir assuntos que vão além
daqueles explícitos na notícia, exigindo do mesmo o preparo e a busca por
constante aprendizagem. Segundo Freire (1996, p. 25) “Quem ensina aprende ao
ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”.
Para a formação de um leitor crítico é importante ressaltar que a geografia é
um saber abstrato mas que existe por formas reais, ou seja, o saber geográfico é
abstrato para o aluno em relação aos conteúdos escolares. Observa-se que os
mesmos demonstram desinteresse em aprender Geografia, pois acreditam que é
somente memorizar conceitos, fazer classificações, sem ter nenhuma relação com
seu cotidiano, porém, infelizmente, verifica-se que tais práticas ainda ocorrem nas
escolas.
Na busca de um aluno crítico, a leitura é um instrumento emancipador na
sociedade e a compreensão desse processo é fundamental para que o professor
organize sua metodologia e estratégias para contribuir de forma significativa.
Numa abordagem histórico crítica o professor deve confrontar as diferentes
ideias e saberes prévios dos alunos, instigando-os a questionar imagens, conceitos
sobre determinado assunto.
( 3 aulas)
A mídia impressa pode constituir-se em benefício ao ensino, mas também
como forma de tornar o aluno mais pacífico na sala de aula e na sociedade devido a
manipulação da mídia, principalmente, da impressa, a qual é usada por uma parcela
da sociedade para manter o status quo.
ATIVIDADE 7
Por meio de uma aula expositiva explicar sobre os
padrões de ocultação das notícias.
Após essa explanação, solicitar aos alunos que em
grupo façam anotações sobre esses padrões nas notícias que
trouxeram, com a ajuda do professor.
Solicitar aos alunos que tragam, para a próxima aula,
jornais antigos que tenham acesso
Orientações
Metodológicas
Esses padrões são apresentados por Antonello (2009, p. 44-45) como o
padrão de ocultação que insiste na permanência do silêncio sobre os fatos reais,
criado pelo meio jornalístico; o padrão de fragmentação que remete ao leitor a falta
de conexões com os assuntos, não permitindo uma análise da realidade; o padrão
da inversão, que busca descontextualizar os temas, trocando de lugar a sua
importância para a população; e o padrão da indução que articula a manipulação da
notícia para atender os interesses particulares de grupos sociais.
Ao desvendar os mecanismos da construção do discurso midiático é
possível abarcar a essência do fato jornalístico e, assim apreender que se o discurso
da mídia é um espelho, o mesmo não reflete a realidade “real”, mas apresenta-a
como fragmento dessa realidade. (CHARAUDEAU, 2006, p. 20, apud ANTONELLO,
2009, p. 87).
2 aulas
ATIVIDADE 7
Elaborar questões referentes ao jornal para entrevista com um
ex aluno do colégio, formado em jornalismo e que mantém um
jornal semanal do município e região.
Será apresentada uma coletânea de jornais para que os
alunos manipulem, além de slides em data show para que
observem a evolução na impressão do jornal.
(2 aulas)
Entrevista com o jornalista Herithon Paulista.
O professor poderá optar por usar o roteiro abaixo ou criar um roteiro com os grupos
de alunos.
1) Qual sua formação?
2) Há uma divisão na atuação do jornalista? Como para fazer as imagens,
escrever as notícias, selecionar os conteúdos, organizar as informações antes
de serem impressas?
3) Há quanto tempo existe o jornal Folha do Ivaí?
4) Como você seleciona as notícias para o jornal?
5) O jornal abrange quais municípios da região
6) Há pressão por outros órgãos para a publicação ou não das noticiais?
7) Como você recebe as informações para o jornal? Há contribuição da
comunidade?
8) Qual fonte você utiliza para checar as informações que recebe?
9) Onde acontece a impressão do jornal Folha do Ivaí?
10) O que você acha interessante mencionar nessa entrevista sobre o jornal
impresso?
Após a entrevista o professor pode solicitar aos alunos que produzam um
texto em duplas ou individualmente descrevendo o que contribuiu para conhecer
melhor a elaboração do jornal, ou seja, o que o aluno aprendeu com a entrevista.
ATIVIDADE 8
(4 aulas) – ( duas para a visita e duas para a elaboração do mural)
Visita a sede de impressão do Jornal Impresso
Após a visita o professor irá solicitar aos alunos que elaborem um mural com
fotos e legenda para ser colocado no pátio do colégio ao final da implantação do
projeto.
Álbum Temático Sanfonado
(4 aulas)
ATIVIDADE 9
ATIVIDADE 10
O Álbum Temático Sanfonado é um instrumento para apresentar
temas por meio de imagens como fotografia, charges, ilustrações,
entre outros.
Esse material foi confeccionado durante as aulas do curso específico
aos professores PDE (2012) na disciplina de Geografia organizado
pela estagiária Deisihany Armelin Santana.
Elaboração do Álbum Temático Sanfonado
Materiais: Cartolina, lápis, borracha, estilete, régua (metal), cola.
Modo de Fazer: - Papel: dividir em tiras com largura de 9 cm (cortar todas as tiras
antes de dobrar).
- Com todas as tiras medir a cada 12 cm e vincar com o auxílio de um clips e
com a régua. Fazendo na sequencia e colando as tiras conforme vai necessitando.
- Quando o sanfonado chegar ao tamanho desejado, planejar a capa.
Capa Dupla:
- Terminar o sanfonado com uma aba de cada lado. Medir 7cm/5cm para
fazer o corte vertical para entrada da aba, com largura de 4,5cm. Para a aba medir
7,4cm/3,1cm para ponteira, aparando o restante com a dobra.
- Fazer a mesma coisa do outro lado. Com isso, os dois lados do álbum
permanecem fechados, possibilitando a abertura do álbum dos dois lados.
Capa volta única:
Com 38 cm comprimento e 9 cm de largura(é preferível colar o sanfonado
antes de cortar a largura). Colar a primeira capa (lado na capa recortada com 38
cm). Após medir 6 cm/6 cm e fazer um corte vertical para entrada da aba com
4,7cm, deixando bordas com 2,2cm cada lado. Medir 1 cm para dobra, mais 12cm
para lado oposto a capa mais 1cm para dobra. Medir 6,3cm para a aba de 4 cm de
largura no meio e 3,8cm na ponta (para entrada no corte feito na capa colada.
Aparar o restante até a dobra.
Observação: Esse álbum pode ser confeccionado com outras medidas,
conforme a necessidade.
Org. do material: DEISIHANY ARMELIN SANTANA (2012).
Atividade em Grupo
Dividir a sala em grupos de três elementos e distribuir o material.
Confeccionar o álbum temático sanfonado conforme instruções.
Na sequência solicitar aos alunos que separem imagens dos jornais por
tema, ou seja, cada grupo ficará com um tema sendo: economia, social, indústria,
espaço geográfico, política, fatos internacionais e charge.
Após elaborarem o algum temático sanfonado o grupo deverá colar no
mínimo cinco e no máximo dez imagens de acordo com o tema. Os alunos deverão
elaborar um texto crítico por grupo descrevendo se a imagem correspondia ao fato
descrito do jornal ou se houve manipulação pelo impacto das imagens. Esse texto
será colado no final do álbum.
O grupo deverá apresentar o álbum elaborado assim como o texto elaborado
para o grupo geral.
Obs. As imagens deverão apresentar conteúdos de geografia.
(4 aulas)
Exposição dos trabalhos realizados.
Para a apresentação dos materiais na exposição em uma aula os
professores e alunos deverão organizar os materiais, revendo-os e arrumando-os
caso seja necessário.
O professor deverá observar todos os materiais, fazendo correções,
melhorando o que for preciso,principalmente da hemeroteca que será um material
que ficará na biblioteca do colégio.
Será realizada a exposição dos trabalhados realizados no pátio do colégio
com os seguintes materiais:
Fotos diversas das atividades realizadas durante a implementação do
projeto;
Apresentação dos mapas conceituais elaborados pelos alunos;
Apresentação da hemeroteca;
Atividade sobre a formação do leitor crítico;
Texto sobre a entrevista;
Fotos da visita a sede do jornal impresso;
Álbum temático sanfonado.
Os alunos estarão presentes e irão demonstrar como realizaram a atividade
e o que aprenderam com as mesmas.
Atividade 11
Referências:
ANTONELLO, Ideni Terezinha Antonello. Reestruturação produtiva, transformações espaciais no campo brasileiro e a mídia impressa. In: KATUTA, Ângela Massumi et al. (org.) (Geo)Grafando o Território: a mídia impressa no ensino de geografia. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p. 41-48. ______, O discurso midiático sobre a reestruturação econômica e territorial no e do espaço rural norte paranaense. IN: KATUTA, A. M. et. al. Geografia e mídia impressa. Londrina, Moriá, 2009. ARCHELA, Rosely Sampaio; CALVENTE, Maria Del Carmen M. H. Jornais diários como motivadores para o ensino de geografia. In:______. (org.) Ensino de geografia: tecnologias digitais e outras técnicas passo a passo. Londrina: EDUEL, 2008. p.91-99. CARVALHO. F.A; TSUKAMOTO, R.Y. O jornal como instrumento de ensino e a perspectiva dos professores de geografia das escolas estaduais de Londrina. In: GRATÃO, L.H.B.; CALVENTE M.C.M.H; ARCHELA, R.S. (org.) Múltiplas Geografias: ensino-pesquisa-reflexão. v. V. Londrina: Humanidades, 2008. p. 19-44. FREINET, Célestin. O Jornal Escolar: Temas Pedagógicos. Lisboa: Editorial Estampa, 1974. KAERCHER, Nestor André. Geografizando o jornal e outros cotidianos: práticas em geografia para além do livro didático. In: CASTROGIOVANNI, Antonio (org.). Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 135-169. KATUTA, Ângela Massumi. Ensino de Geografia: conceitos, linguagens e mídia impressa. In:______. et al. (org.) (Geo)Grafando o Território: a mídia impressa no ensino de geografia. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p.13-21. MEDEIROS, R.; MELO, E.S.F.; NASCIMENTO, M.S; Hemeroteca Digital Temática: socialização da informação em cinema. Disponível em: http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/1/2964/1/SNBUHemerotecaCinema.pdf Acesso em 22 set. 2012. OKAMURA, C.T. MOURA, J. D. P. A metodologia da problematização aplicada ao ensino-aprendizagem de geografia. In: GRATÃO, L.H.B.; CALVENTE M.C.M.H; ARCHELA, R.S. (org.). Múltiplas Geografias: ensino-pesquisa-reflexão. Vol. V. Londrina: Humanidades, 2008. p. 45-68. PAULINO, Eliane Tomiasi. A questão agrária na mídia impressa. In: KATUTA, Ângela Massumi et al.(org.). (Geo)Grafando o Território: a mídia impressa no ensino de geografia. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p.23-30.
SABIO, Aida Rosa Dieguez, et al. Utilização de Mapas Conceituais na Educação.
Disponível em: http://oficinacmaptools.pbworks.com/f/artigo_aida_olinda_rita.pdf
Acesso em 21 set. 2012.