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IDEOLOGIA - HISTÓRICO E DEFINIÇÕES
Professora: Letícia Paião
O que é Ideologia?
Necessidade do homem de fixar seu modo de sociabilidade através de Instituições determinadas. Produção de idéias e representações para explicar e compreender sua própria vida individual, social, suas relações com a natureza.Essas idéias e representações serão produzidas e difundidas pela classe dominante para legitimar e assegurar seu poder econômico, social e político.Por esse motivo que essas idéias difundidas escondem dos homens a maneira real como suas relações sociais são produzidas e a origem das formas sociais de exploração econômicas e de dominação política.
HISTÓRICO
A Ideologia ela aparece e é concebida em diferentes momentos históricos.
1. Ideólogos franceses - após Revolução francesa – 1801
2. Auguste Comte – positivismo
3. Émili Durkheim – criar sociologia como ciência
4. Marx – Materialismo Dialético
1 – França (1801) – ideólogos franceses
Após Revolução Francesa – elaborar uma ciência da gênese das idéias – tratando-as como naturais.
Explica a relação do corpo humano como um organismo vivo em contato com o meio ambiente.
Teoria das Faculdades sensíveis: (formação de todas as nossas idéias)
- querer (vontade)- julgar (razão)- sentir (percepção)- recordar (memória)
Teóricos materialistas – As idéias e ações humanas possuem causas naturais físicas. Conhecimento científico produzido pela observação e pela experimentação.
Moral: nascem das necessidades, interesses e desejos que podem ser cientificamente conhecidos e controlados pelo homem.
Teoria De Tracy – Estudo da vontade – aparecem elementos de Ideologia
- Procuram saber como o trabalho e as diferentes formas de sociedade (família e corporação) atuam sobre o indivíduo e sobre os grandes grupos sociais (massa).
Teoria de Cabanis – Influencia moral sobre o físico – ideologia natualista e materialista – Século XVIII
Natureza tem as condições necessárias e suficientes para o progresso – e que é o cérebro influencia sobre o resto do organismo.
DECLARAÇÃO DE NAPOLEÃO –GOLPE 18 BRUMÁRIO – DISCURSO AO CONSELHO DE ESTADO EM 1812
TODAS AS DESGRAÇAS QUE AFLIGEM NOSSA BELA FRANÇA DEVEM SER
ATRIBUÍDAS Á IDEOLOGIAMETAFÍSICA QUE BUSCA COM
SUTILEZAS AS CAUSAS PRIMEIRAS, QUER FUNDAR SUAS BASES A
LEGISLAÇÃO DOS POVOS – em vez de adaptar as leis ao conhecimento do
coração humano e às lições da história
IDEÓLOGO É AQUELE QUE INVERTE AS RELAÇÕES ENTRE AS IDÉIAS E O
REAL
IDEOLOGIA
Ciência natural da aquisição,
pelo homem, das idéia
calcadas pelo real
Sistema de idéias
condenadas a desconhecer sua relação real com a realidade
Declaração de
Bonaparte
2. Auguste Comte - positivismo
IDEOLOGIA – transformação no seu significado:
- atividade filosófica científica – formação de idéias a partir da
observação das relações entre corpo humano e o meio ambiente, tomando como ponto de partida as sensações
- conjunto de idéias de uma época: opinião geral ou elaboração teórica dos
pensadores dessa época
O Positivismo de Auguste ComteExplica que o espírito humano se transforma por meio de um progresso ou evolução
CADA FASE DO ESPÍRITO HUMANO – leva-o a criar um conjunto de idéias para explicar a totalidade dos fenômenos naturais e humano.
Constitui – IDEOLOGIA – de cada fase – sinônimo de TEORIA
IDEOLOGIA / TEORIA = organização sistemática de todos os conhecimentos científicos , desde a formação das idéias mais gerais, como a matemática, até as menos gerais como a Sociologia e as mais particulares – moral
LEMA POSITIVISTA – SABER PARA PREVER E PREVER PARA SABER
3 CONSEQUÊNCIAS DA CONCEPÃO POSITIVISTA DA IDEOLOGIA:
1. Reduz a simples organização sistemática e hierárquica das idéias. Para o positivismo nunca se questiona sobre a origem das coisas, ,pois lida-se apenas com o que se pode observar a olho nu.
2. relação autoritária entre teoria e prática – teoria manda por ser possuidora das idéias e a prática obedece
3. a prática é uma mera técnica que aplica automaticamente as regras, normas e princípios vindos da teoria.
LEMA: ORDEM E PROGRESSO
Só há progresso onde houver ordem, e só há ordem onde a prática estiver subordinada à teoria
CONHECIMENTO CIENTÍFICO DA REALIDADE
SÓ POSSUI O PODER DE PERTENCER QUEM POSSUIR O SABER
3. Émile Durkheim – Regras do método sociológico
Sociologia da Ciência – afirma que o conhecimento racional e objetivo é necessário a sociedade.
REGRA FUNDAMENTAL: objetividade científica – deve haver uma separação entre o sujeito e o objeto do conhecimento para garantir a objetividade e neutralidade do cientista
Relações sociais são tratadas como coisas diretamente observáveis e transparentes para o olhar do sociólogo.
IDEOLOGIA: todo conhecimento da sociedade que não respeite a tais critérios de objetividade. É um resto, sobra de idéias antigas e pré-científicas. São preconceitos inteiramente subjetivas, individuais ou fantasmas que o pensador acolhe por fazer parte de toda tradição social em que está inserido
UM SOCIÓLOGO NÃO – CIENTÍFICO ASSUME UMA ATITUDE IDEOLÓGICA
1. Atitude subjetiva – pensador não tomou distância em relação a sociedade que vai estudar
2. idéias carregada de preconceito – partindo das idéias para ir aos fatos
3. uso de palavras vazias
PRINCÍPIO METODOLÓGICO – tratar o fato social como coisa a liberar o cientista da ideologia
“ tomar sempre objeto da investigação um grupo de fenômenos previamente isolados e definidos por características exteriores que lhes sejam comuns e incluir na mesma investigação todos os que correspondem a essa definição”
CONVERTE FATO SOCIAL EM COISA CIENTÍFICA
POSITIVISMO IDEOLÓGICO – O objeto da ciência deve ser isolado, imóvel, e só é conhecido quando classificado e submetido a leis de freqüência e de Constancia.
POSITIVISMODefende a neutralidade. O sujeito não deve tomar posição por um dos lados do objeto. Deve manter um afastamento para que possa fazer juízo correto do que está analisando. Isto é, a ideologia contamina a pesquisa, a produção e a análise da realidade
MARXISMODefende o engajamento, a vontade, o posicionamento político e ideológico claro. A intencionalidade é parte integrante das escolhas do sujeito. A ideologia está presente nelas e não se deve mascará-la, ao contrário, torná-la visível, separando o fenômeno e a essência. Desmascarando a pseudo concreticidade (o que parece concreto mas é alienação)
Positivismo X MarxismoObjetividade: Isto é, a separação clara entre o sujeito e o objeto. O olhar sobre a realidade deve ser objetivo, distanciado e científico
Subjetividade: Todo sujeito tem uma relação com o objeto. Isto é, esta interação entre o sujeito e objeto é dialética, contraditório, construída a partir da relação. O objeto não é inerte.
Positivismo X Marxismo
O fato social isolado como verdade. O fato social é a verdade, e deve ser visto separado das interpretações, paixões, versões (consideradas como ideologia), sob pena. Vale o fato, o acontecido, que não pode ser reinventado.
O fato como versão. Deve ser analisado sob prisma da ideologia, do conflito de versões, da contradição que o envolve. O fato é apropriação, precisa de interpretação, e sua análise e explicação é sempre uma versão. È relativo e sócio-historicamente construído
POSITIVISMOEmpirismo ( a experiência sensível, a comprovação) e tecnicismo ( a técnica é vista como anterior e mais importante que o ser humano. A ciência, visto com não ideológica, só tem compromisso com a técnica.)
MARXISMOEmpirismo ( toda ciência requer experimentação, comprovação, hipóteses) e humanismo (o ser humano é centro do processo científico e histórico, toda ciência deve estar a serviço da melhoria da vida humana e sua existência em sociedade. A ciência deve estar submetido à uma ética humanitária.
PositivismoPrimado da Ordem e das Hierarquias definidas, como valor incontestável e necessário à harmonia social e o funcionamento do corpo coletivo. Seja nas Forças Armadas, na Igrejas, na família, na escola, na fábrica, na vida social. O conflito e a troca de papéis sociais desorganiza a ordem e desestrutura a hierarquia.
MarxismoO mundo social é contradição, as mediações (negociações, relações) devem ser entendidas como inerentes deste mundo em conflito. O conflito não é um mal, ao contrário, é o móvel da dialética. As hierarquias e estruturas, quanto rígidas e permanentes, resultam na dominação e opressão de uma pessoa, classe, Estado ou regime político sobre as outras
As Leis (da natureza e produzidas pelos homens) são imutáveis, imperam sobre as vontades, sua letra é dogma, e serve como árbitro das paixões e das vontades.
A dialética como móvel. As leis são produtos de correlações de forças contextualizadas sócio-historicamente. A luta social, os distintos interesses em jogo, definam a hegemonia que se torna lei. Como histórica, é mutável, relativa.
Positivismo A sociedade é tomada como um Corpo social. Como na biologia, as células compõe os órgãos, que obedecem funções determinadas, e o funcionamento orgânico requer harmonia e cada um defendendo seus distintos papéis e funções.
MarxismoProcessos com continuidades e rupturas. A mudança social se dá na confrontação e ruptura dos papéis, na subversão do legal, na contestação da idéia de corpo e na inversão das hierarquias.