igreja multiplicadora na prática

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/18/2019 igreja multiplicadora na prática

    1/4

    Dicas práticas do processo de implantação de PGMs

    Em outro post (acesse aqui), baseado no livro ‘De volta aos Princípios’ (Fabrício Freitas, Convicção, 2015)

    comentamos sobre a implantação dos princípios de Igreja Multiplicadora; ficou claro que o processo ideal éo pastor/líderes viverem os princípios, depois ensinarem os princípios, conduzindo assim toda a Igreja aviver esses princípios em suas estruturas atuais; se necessário, numa última fase, seria a hora de adequar as

    estruturas que estiverem atrapalhando a prática dos princípios pela membresia na Igreja.

    Este processo nem sempre responde às demandas de igrejas que já estão preparadas para viver PGMs(Pequenos Grupos Multiplicadores); nestes casos, vale ressaltar uma máxima bastante conhecida: etapaspodem até ser abreviadas, mas jamais ignoradas ou suprimidas. Isso quer dizer que, mesmo emcomunidades em que a membresia está aberta a viver em PGMs, o processo de implantação destasestruturas não deve ignorar o ‘viver’ os princípios por parte da liderança e membresia, principalmente aoração e os Relacionamentos Discipuladores (para saber o que é um Relacionamento Discipulador assista àvídeo-aula sobre o tema, acessando aqui e aqui).

    Assim, o presente post não pretende pular nenhuma etapa do processo de retorno aos princípios; pretende

    somente fornecer um ‘check list’ para quem vai implantar ou adequar estruturas numa comunidade que jávive os princípios bíblicos do discipulado. As ideias apresentadas aqui são baseadas em palestras de MarcioTunala (1º Congresso Multiplique Nacional) e no livro ‘Os sete pecados capitais no ministério em PequenosGrupos’ (Bill Donahue e Russ Robinson, Vida). 

    1. Tenha como motivação principal não o crescimento da Igreja, mas a obediência à Palavra de Deus.  Joel Comiskey enfatiza muito bem que a Bíblia é clara em afirmar que o crescimento da Igreja não vem demétodos, nem exatamente de obediência, mas de Deus (1 Coríntios 3.6). A mesma boa semente produziufrutos a 100, 60 e 30 por 1 (Mateus 13); mesmo que não haja crescimento numérico, os valores continuamsendo verdadeiros e a vontade de Deus para a Igreja. E por serem mandamento de Deus, é que devem serpraticados.

    2. Processos de implantação mais eficazes começam do MICRO (pequeno) para o MACRO (grande).

    Por isso, a melhor forma de começar ainda é com o Grupo Piloto formado pelos futuros líderes de PGMs.Outra forma de começar é o modelo Grande Grupo >> Pequeno Grupo; exemplificando: a reunião demulheres tem um tempo de estudo bíblico com todas juntas (imagine 60 mulheres presentes na reunião daMCA – Mulher Cristã em Ação) mas na hora do compartilhar (debater e pensar em pôr em prática o estudoda revista Visão Missionária) há a formação de 5 ou 6 grupos menores; todas as vezes em que houverreunião de mulheres, os mesmos grupos, com as mesmas pessoas, serão formados. Cada um destes gruposdeverá ter líderes permanentes também, que conduzirão a reunião como um autêntico Pequeno Grupo,visando o fortalecimento de relacionamentos discipuladores e a multiplicação.Mais detalhes sobre a ideia Grande Grupo >> Pequeno Grupo podem ser encontrados aqui. 

    3. Foque na mudança de paradigmas. A dificuldade de alguns membros em viver princípios não deve ser vista como algo intransponível, mas comoalgo normal dentro de certos paradigmas. No geral, a membresia de nossas igrejas foi educada asimplesmente apresentar os seguintes resultados:

      Ser assídua aos programas da Igreja;  Obedecer à doutrina;

      Ser dizimista;

     

    Trazer visitas para serem evangelizadas através do culto;Pedir que se multipliquem e se reúnam em PGMs, obedecendo ao princípio do ‘vida na vida’ (Relacionamentos Discipuladores) pode ser muito complicado inicialmente, e só haverá progresso se osparadigmas forem modificados, e se passar a pensar que o bom cristão é aquele que cumpre a GrandeComissão, simplesmente.

    4. Esteja preparado para os desafios da implementação.

    https://www.youtube.com/watch?v=IT-Qd3fBPhYhttps://www.youtube.com/watch?v=IT-Qd3fBPhYhttps://www.youtube.com/watch?v=IT-Qd3fBPhYhttps://www.youtube.com/watch?v=bbz64O03PR0https://www.youtube.com/watch?v=bbz64O03PR0https://www.youtube.com/watch?v=bbz64O03PR0http://media.wix.com/ugd/558c05_2927aef30bfc4feda5ed78e5bda16885.pdfhttp://media.wix.com/ugd/558c05_2927aef30bfc4feda5ed78e5bda16885.pdfhttp://media.wix.com/ugd/558c05_2927aef30bfc4feda5ed78e5bda16885.pdfhttp://media.wix.com/ugd/558c05_2927aef30bfc4feda5ed78e5bda16885.pdfhttps://www.youtube.com/watch?v=bbz64O03PR0https://www.youtube.com/watch?v=IT-Qd3fBPhY

  • 8/18/2019 igreja multiplicadora na prática

    2/4

    Em qualquer contexto, as pessoas nunca devem ser vistas como problemas; a prática mostra que o quediferencia um grande líder de um líder imaturo é que aqueles veem as pessoas como oportunidades, por issosabem lidar com pensamentos diferentes.No geral os tipos mais comuns de oposição são:

     

    Os Alarmistas: “isto é arriscado demais”   Os Tradicionalistas: “ninguém fez isso antes”  

    Os Derrotistas: “isto não vai dar certo”   Os Antagonistas: “eu não concordo porque não concordo” Seja qual for o tipo de oposição, sempre ajuda:

     

    Esclarecer as razões da oposição: é com você ou com o projeto? Quais as razões para ser contra?Líderes maduros crescem bastante neste processo e aperfeiçoam muito o projeto inicial.

      Explique melhor o projeto: às vezes a oposição é causada por desinformação.  Tenha paciência: novas informações e mudanças levam tempo.  A ideia geral é: crescer com quem quer, respeitando quem não quer. Dito de outra forma: pastorei

    e ame a todos, obedeça a Deus, e trabalhe com quem for possível, sem desprezar ninguém.

    5. Confie em Deus.

    Existem muitas formas de se realizar o ministério, mas nenhum modelo é eficaz se a gestão sob supervisãodo Espirito não for uma realidade. A visão deve ser implementada sob muita oração, planejamento, etreinamento de líderes estratégicos.Confiar em Deus significa orar primeiro, agir depois, e lutar com as pessoas, não contra as pessoas.

    6. Respeite as particularidades.

    Cada região, cidade, bairro tem características peculiares e isso precisa ser bem avaliado na implementaçãode qualquer novo projeto. Não pense em simplesmente copiar estruturas, mesmo que estejam funcionandobem em outros lugares.

    7. Estabeleça o objetivo da Multiplicação.

    Os PGMs têm claramente o objetivo de multiplicação. Existem para apoiar os RelacionamentosDiscipuladores e a Evangelização Discipuladora por parte dos membros da Igreja. A EBD, os cultos, asorganizações missionárias da Igreja continuam existindo com a finalidade de dar suporte ao programa deEducação Religiosa e demais demandas da membresia da Igreja.

    Objetivos claros incluem também o calendário de atividades Igreja, que deve cooperar com os PGMs, semprejudicá-los. Uma forma simples de atentar para o calendário da Igreja é classificar as atividadeseclesiásticas em três níveis:

    1.  Nível vermelho: atividades que envolvem toda a Igreja;2.  Nível amarelo: atividades que não envolvem toda a Igreja, mas que se marcadas concomitante

    com outra podem ser prejudicadas;3.  Nível verde: atividades restritas a um grupo específico da Igreja.

    No calendário eclesiástico o ideal é não por mais que uma atividade de nível vermelho ou amarelo por mês.Atividades em demasia, podem cansar a membresia e tirar o foco dos Relacionamentos Discipuladores alémde passar a ideia de que programas são mais importantes.Talvez ajude a entender a importância de focar na multiplicação se todos entenderem os diversos tipos dePGs (veja uma análise aqui).

    8. Estabeleça uma boa liderança de ponta.

    “Líder de ponta” é o termo que se utiliza para descrever a pessoa responsável pelo ministério de Pequenos

    Grupos na igreja. Não significa que o pastor ou líder principal delegue a sua responsabilidade de modelar edemonstrar na prática o que é viver baseado em princípios. A importância do Líder de Ponta está em poderoferecer respostas às demandas quando estas surgirem, uma vez que o pastor poderá estar ocupado com

    outras necessidades reais. Obviamente, dependendo das circunstâncias e quantidade de PGMs o pastor serátambém o líder de ponta.Sugestão do perfil do Líder de Ponta:

    http://www.napraticaim.org/#!faq/c5zxhttp://www.napraticaim.org/#!faq/c5zxhttp://www.napraticaim.org/#!faq/c5zxhttp://www.napraticaim.org/#!faq/c5zx

  • 8/18/2019 igreja multiplicadora na prática

    3/4

      Alguém que tenha coragem de tomar decisões quando necessário.

      Alguém que elabora e cumpre tarefas.

      Alguém capaz de conduzir com amor e equilíbrio os demais PGMs.

      Alguém que leve os grupos a um crescimento constante. 

      Alguém que conheça todo o processo de vida dos PGMs. 

      Alguém que possa sugerir materiais para os PGMs. 

    Segundo o conselho de Jetro (Êxodo 18), o ideal é ter um líder de ponta para todo o sistema de PGMs,coordenadores para as Redes, e supervisores para conjuntos de até cinco PGMs.Entretanto, repetindo, isso não tira a responsabilidade do Pastor ser o exemplo tanto nos RDs como naliderança de PGMs.

    9. Defina como serão as estruturas de treinamento.

    Uma estrutura falha oferece treinamento inconstante (não periódico) e comum (o mesmo de sempre, sematender às demandas dos líderes). Uma boa estrutura obedece à regra: treinamento inicial satisfatório eacompanhamento constante.A ausência de uma boa estrutura de treinamento provoca líderes que não crescem continuamente. Líderes

    cansados e desmotivados ‘desistem’ do sistema. Este é um dos pontos que mais justifica a Liderança dePonta: líderes são treinados e acompanhados constante e individualmente, e não apenas em reuniõesregulares de liderança. Pastores e Líderes de Ponta precisam estar atento para não serem injustos com osliderados.

    O que ensinar aos líderes?

      Como conduzir uma reunião; 

      Como ministrar um estudo bíblico indutivo e participativo; 

      Como desenvolver o coração pastoral em si mesmo; 

      Como lidar com os diversos tipos de membros; 

      Como aconselhar biblicamente; 

      Como liderar pessoas; 

     

    Como evangelizar via relacionamentos e através de outras técnicas também; 

      Doutrinas batistas (este artigo é escrito para batistas); 

    Uma boa estrutura tem eventos regulares (algo em torno de dois por ano) para treinamento edespertamento de novos líderes, e reuniões periódicas (algo em torno de seis por ano) para aperfeiçoamentocontínuo, além do acompanhamento regular de supervisores e coordenadores.

    10. Defina como será a assimilação de novo membros.

    Independente da estrutura que se adote, sempre haverá pessoas novas e não integradas (pessoas quemudam-se de cidade ou bairro, que visitam a igreja por curiosidade, que foram alcançadas por quem não fazparte de PGMs, etc.); falhar em assimilá-las gera ‘duas’ igrejas, desmotiva e fecha o sistema, e, pior, perde -

    se pessoas.As formas de assimilação mais comuns são:

      Colocação – por sorteio ou outra forma, mas sempre de iniciativa da liderança

      Geografia – proximidade das residências dos membros

      Afinidade – idade, gênero, discipulador, etc.

    O critério afinidade tem demonstrado ser o mais eficaz, principalmente por gênero e idade; assim, tem-se arede de PGMs para crianças, para adolescentes, para jovens (todos separados por gênero), para casais,para idosos, e para homens ou para mulheres (quando não for possível a participação nos PGMs de casais).Não basta apenas definir o modelo de assimilação, é preciso que os líderes de PGMs estejam abertos epreparados para executá-lo; é preciso também, dependendo do ‘tamanho’ do culto principal, criar formas

    de divulgar e facilitar o processo de assimilação.

    11. Mantenha os PGs abertos às peculiaridades de cada um.  

  • 8/18/2019 igreja multiplicadora na prática

    4/4

    Lembre-se que o foco é a prática de princípios e não a obediência a estruturas, ainda que muito bemintencionadas.O ideal de um PGM é:

      Reunião com 90 minutos de duração, assim distribuídos: 25 minutos para estudo bíblico, 25minutos para compartilhar, 25 minutos para oração, 10 minutos para ‘Multiplicar’ (enfatizar,orar, esclarecer, etc.) e 10 minutos para ‘Igreja’ (avisos, informações, etc.).

     

    Lanche simples e barato, ao final.  Programa alternativo para crianças presentes.

    Embora ideal, é perfeitamente possível pequenas alterações, desde que os princípios não sejam ignorados.

    12. Defina o material de estudo.

    O foco não é a formação, mas o amadurecimento e multiplicação de discípulos, por isso qualquer materialutilizado deve permitir a discussão prática (tempo do ‘Compartilhar’). Dicas de como elaborar um roteirode estudo bíblico para PGMs está disponível aqui.Os roteiros disponibilizados aos PGMs também podem ser o tema da pregação dominical, que pode seguiruma série temática de 4 a 8 domingos, por exemplo.

    Resumindo:Para check lists mais completos, inclusive como ferramentas práticas de avaliação, é recomendável a leiturado livro ‘De Volta aos Princípios’ (Fabrício Freitas, Convicção, 2015).

    Antes de mais nada:

    ( ) O pastor e demais líderes são exemplo na prática dos princípios: oração, evangelização discipuladora,plantação de igrejas, formação de líderes e compaixão e graça.( ) A igreja está suficientemente informada sobre as bases bíblicas destes princípios.( ) A igreja pratica os princípios bíblicos da Grande Comissão.

    Preparando-se:

    ( ) Os paradigmas já foram trabalhados e as objeções esclarecidas e superadas.( ) O líder de ponta já foi definido.( ) O objetivo da multiplicação está claro e firme.( ) As estruturas de treinamento estão definidas.( ) O processo de assimilação está definido.( ) Os materiais a serem utilizados nos PGMs estão definidos.( ) Os que farão parte do Grupo Piloto já estão definidos.

    Implantando:

    ( ) O Grupo Piloto está se reunindo.( ) O Grupo Piloto iniciou novos PGMs.

    Continuando:

    ( ) Os PGMs estão abertos às peculiaridades de cada um.( ) Novos líderes estão sendo identificados e treinados.( ) Os PGMs estão se multiplicando.