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II COMPETIÇÃO DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL (CAEMP) DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) CAEMP Uma disputa entre: SUL PETRÓLEO S/A (Doravante simplesmente “Sul Petróleo”) Requerente vs. IRINEU EVANGELISTA (doravante simplesmente “Irineu”) Requerido Porto Alegre/RS 4 de dezembro de 2015

II COMPETIÇÃO DE A E (CAEMP) - Educon - Centro de ...Ata de Assembleia Geral Ordinária realizada em 26 de fevereiro de 2014 1. DATA, HORA E LOCAL: Dia 26 de fevereiro de 2014, às

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II COMPETIÇÃO DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL (CAEMP) DA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS)

CAEMP

Uma disputa entre:

SUL PETRÓLEO S/A

(Doravante simplesmente “Sul Petróleo”)

Requerente

vs.

IRINEU EVANGELISTA

(doravante simplesmente “Irineu”)

Requerido

Porto Alegre/RS

4 de dezembro de 2015

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CASO

1. A sociedade Sul Petróleo S/A(“Sul Petróleo” ou “Companhia”) é uma sociedade anônima

fechada, com sede na cidade de Rio Grande, Rio Grande do Sul. Constituída no início

de 2005 por três engenheiros de energia e possui como atividade principal a exploração

de petróleo na região sul do país, segundo seu estatuto social (Anexo I).

2. Nos primeiros meses de 2014, os acionistas nomearam para a função de Diretor

Presidente da sociedade o acionista1, Sr. Irineu Evangelista (“Irineu”, “Diretor” ou

“Administrador”), por meio de Ata de Assembleia Ordinária. (Anexo II). O Termo de

Posse do Administrador foi firmado em 16/04/2014 (Anexo III).

3. A partir da metade de 2014, a Sul Petróleo começou a passar por sérias dificuldades

financeiras, em virtude da perda de algumas concessões de exploração, mas conseguiu

manter as demais atividades até outubro de 2014. A partir de então, esgoelado pelas

dívidas e sem liquidez financeira, o Administrador tomou algumas medidas de urgência,

na tentativa de obter recursos para sanar dívidas de curto prazo, manter a Companhia

em funcionamento e reduzir seus prejuízos.

4. Dentre tais medidas, insere-se a venda de uma grande propriedade rural, com potencial

petrolífero, localizada em Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul. Em 10/12/2014, a

propriedade – ainda inexplorada pela Sul Petróleo - foi vendida para a empresa

Evangelista Investimentos Agropecuários Ltda. (“Evangelista Investimentos”), cujo

controle é detido pelo marido de sua tia, sem que tenha sido incluído no preço avaliação

o referido potencial petrolífero. O preço da venda foi imediatamente pago pela

compradora, em espécie, o que deu sobrevida financeira à sociedade.

5. Em 03/03/2015 foi realizada a Assembleia Geral Ordinária da Companhia, na qual houve

debates acalorados entre os acionistas e a administração, especialmente no que se

refere à venda do imóvel rural. Ao final, apesar das reclamações dos acionistas,

restaram aprovadas, por maioria, com divergência registrada em ata, as contas e

demonstrações financeiras do administrador referentes ao ano anterior. (Anexo IV).

6. Após a AGO, Irineu convocou uma coletiva de imprensa para ressaltar a importância da

sua ativa participação na assembleia, como acionista e administrador, para esclarecer

eventual confusão acerca da venda do referido imóvel.

7. No final do mesmo mês, foi divulgada a notícia de que havia sido descoberto um grande

poço de petróleo na propriedade rural vendida à Evangelista Investimentos, com ampla

repercussão na mídia nacional e internacional, e imensa valorização do imóvel.

1 Irineu detém 0,01% das ações ordinárias da Companhia.

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8. Imediatamente, os acionistas convocaram Assembleia Geral Extraordinária e

deliberaram pela destituição de Irineu do cargo de Diretor Presidente da sociedade.

Além disso, inconformados com a situação, os acionistas deliberaram pela instauração

de arbitragem perante a CAEMP, com base na cláusula compromissória contida no

Estatuto Social (Anexo V), argumentando que o Administrador agiu de má-fé ao vender

o bem a uma empresa de propriedade de um familiar, sem considerar o potencial de

exploração de petróleo. Alegam, ainda, que Irineu detinha informações privilegiadas

sobre a operação, uma vez que era de sua responsabilidade, como administrador, ter

conhecimento acerca do potencial petrolífero das terras, tendo agido em conflito de

interesses com a companhia.

9. A fim de obstar os efeitos da deliberação dos acionistas da companhia, Irineu propôs

uma ação cautelar inominada perante o Poder Judiciário, solicitando sua manutenção no

cargo de Diretor. O pedido foi deferido pelo juiz togado, o qual entendeu que a

permanência do administrador no cargo servia aos interesses da empresa,

especialmente em um momento de instabilidade financeira. A companhia, uma vez

intimada da decisão, interpôs recurso de agravo de instrumento, o qual foi recebido com

efeito suspensivo pelo TJRS, haja vista a alta indagação da questão e a iminência da

instauração do procedimento arbitral (Anexo VI).

10. Irineu também se opôs ao pedido de instauração da arbitragem, alegando que não pode

estar vinculado a esta cláusula compromissória, uma vez que não houve sua expressa

manifestação sobre ela quando passou a exercer as funções de administrador da

sociedade. Além disso, argumenta que, justamente em função da crise, teve de realizar

a operação de forma célere. A única interessada no imóvel foi a Evangelista

Investimentos, que, por mera coincidência, tem relação com sua família. O pagamento

do preço foi utilizado para saldar dívidas já vencidas.

11. Todos os administradores anteriores da Companhia estavam vinculados à cláusula

compromissória, uma vez que o modelo antigo do Termo de Anuência utilizado continha

tal previsão.

12. Irineu salientou, em notificação enviada aos demais acionistas, que não reconheceria a

instalação da arbitragem para dirimir o conflito, mas que, no entanto, apresentaria

defesa nos procedimentos visando à proteção de seus direitos. A assinatura do Termo

de Arbitragem (Anexo VII) ocorreu em 29 de maio de 2015, no qual restaram definidos

os requerimentos das partes.

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ANEXO I – ESTATUTO SOCIAL

ESTATUTO SOCIAL DA

SUL PETRÓLEO S.A.

Capítulo I

Denominação, Sede, Foro, Objeto e Duração

Artigo 1º - SUL PETRÓLEO S.A. (“Companhia”) é uma sociedade anônima fechada, que se

rege pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis, em especial a Lei n.º 6.404, de 15 de

dezembro de 1976, conforme alterada, e por este Estatuto Social.

Artigo 2º - A Companhia tem sede e foro na cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do

Sul, na General Vitorino, 869, Centro, 90.450-203, podendo abrir e fechar filiais, escritórios ou

outros estabelecimentos e dependências em qualquer parte do território nacional ou no exterior,

por decisão do Conselho de Administração.

Artigo 3º - A Companhia tem por objeto social: a) a exploração, produção e comercialização de

petróleo e seus derivados, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; b) prestação de serviços

técnicos e outros serviços no setor de petróleo e gás natural, bem como participação de qualquer

atividade do setor; c) a pesquisa, a lavra, a refinação, o processamento, o comércio e o

transporte, mediante autorização ou concessão da União, de petróleo de poço, de xisto ou de

outras rochas, de seus derivados, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, apoio

marítimo e apoio portuário para auxílio à exploração e produção de petróleo e gás no mar, além

das atividades vinculadas à energia, podendo promover a pesquisa, o desenvolvimento, a

produção, o transporte, a distribuição e a comercialização de todas as formas de energia

permitidas por lei bem como quaisquer outras atividades correlatas ou afins; e (d) o comércio,

exportação e distribuição de commodities em geral, inclusive agrícolas, próprios ou de terceiros,

em seus estados in natura, brutos, beneficiados ou industrializados. A Sociedade poderá, ainda,

para a consecução de seu objeto, participar do capital de outras sociedades.

Artigo 4º - O prazo de duração da Companhia é indeterminado.

(...)

Artigo 31 - A Diretoria será composta de, no mínimo, 1 (um) e, no máximo, 3(três) membros,

eleitos pelo Conselho de Administração, pelo prazo de 3(três) anos, acionistas ou não,

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residentes no País, admitida a reeleição. Dentre eles serão eleitos: 1 (um) Diretor Presidente e

até 2 (dois) Diretores Vice-Presidentes; em todos os casos atendidos os requisitos estabelecidos

na legislação aplicável e no presente Estatuto Social.

Parágrafo único – a Diretoria e demais órgãos dessa sociedade estão expressamente vinculados

a este Estatuto Social.

Artigo 32 – Compete à Diretoria a prática de todos os atos necessários ao funcionamento da

Companhia, exceto os que, por lei ou por este Estatuto, sejam atribuição de outros órgãos ou

exijam autorização especial da AG.

(...)

Artigo 40– Da Cláusula de Resolução de Disputas

Toda e qualquer controvérsia decorrente ou relacionada ao presente estatuto será, a partir da

presente data, resolvida por Arbitragem, a ser administrada pela CAEMP, de acordo com as

normas de seu Regulamento de Arbitragem.

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ANEXO II – ATA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

SUL PETRÓLEO S.A.

CNPJ/MF nº 11.356.287/000X-00 NIRE nº 8094427L

Ata de Assembleia Geral Ordinária realizada em 26 de fevereiro de 2014

1. DATA, HORA E LOCAL: Dia 26 de fevereiro de 2014, às 9h, na sede social da

Companhia, localizada na Rua General Vitorino, 869, Centro, 90.450-203, na cidade de Rio

Grande, Estado do Rio Grande do Sul.

2. PRESENÇAS: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia,

conforme assinaturas no Livro de Presença de Acionistas.

3. PRESENÇA LEGAL: (...)

4. MESA: (...)

5. CONVOCAÇÃO: (...)

6. PUBLICAÇÕES: (...)

7. ORDEM DO DIA: (i) Tomada de contas da administração e exame, discussão e votação

das demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de

dezembro de 2013, previamente disponibilizadas aos acionistas e apresentadas ao Registro do

Comércio como anexo à presente Ata; e (ii) eleição da Diretoria.

8. DELIBERAÇÕES: Foi aprovada, pela totalidade dos acionistas presentes, a lavratura da

presente ata na forma do sumário, nos termos do art. 130, § 1º, da LSA, bem como:

(i) foram aprovadas, sem ressalvas e por unanimidade dos acionistas presentes

representativa da integralidade do capital social, as contas da administração e as demonstrações

financeiras da Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de

2013(balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício, mutações do patrimônio

líquido, fluxo de caixa e valor adicionado, bem como notas explicativas);

(ii) eleger para o cargo de Diretor da companhia o Sr. IRINEU EVANGELISTA, brasileiro,

casado, economista, residente e domiciliado à rua Visconde do Uruguai, número 1889,

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apartamento 75, cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, CEP 11111-11110,

inscrito no CPF/MF sob o número 011.002.003-04, documento de identidade 1236540000

SSP/RS, (...), com mandato de três anos contados a partir desta data.

(iii) O Sr. Irineu Evangelista, ora eleito para o cargo de Diretor-Presidente, questionou sobre a

forma de eventual resolução de litígio entre o administrador e a sociedade, ao que foi respondido

pelo sr. Presidente da mesa que no Estatuto Social há cláusula compromissória que prevê

arbitragem, mas que o assunto seria debatido posteriormente, caso necessário.

(...)

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ANEXO III – TERMO DE POSSE

SUL PETRÓLEO S.A.

CNPJ/MF nº 11.356.287/000X-00 NIRE nº 8094427L

TERMO DE POSSE DE DIRETOR

Neste ato, o Sr. IRINEU EVANGELISTA, brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado

à rua Visconde do Uruguai, número 1889, apartamento 75, cidade de Porto Alegre, Estado do

Rio Grande do Sul, CEP 11111-11110, inscrito no CPF/MF sob o número 011.002.003-04,

documento de identidade 1236540000 SSP/RS, mediante a assinatura do presente Termo de

Posse e na forma do art. 149 da Lei nº 6.404/76, é investido no cargo de Diretor Presidente da

Sul Petróleo S.A., sociedade anônima de capital fechado, com sede na Rua General Vitorino,

869, Centro, 90.450-203, na cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul, inscrita no

CNPJ/MF sob o nº 11.356.287/000X-00, com seus atos constitutivos registrados na Junta

Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o nº 8094427L (“Companhia”), para o qual foi

eleito na Ata de Assembleia Geral Ordinária realizada em 26 de fevereiro de 2014, com o

mandato de 3 (três) anos, permitida a reeleição, com todos os poderes, direitos e obrigações que

lhe são atribuídos na forma da lei e do Estatuto Social. O diretor ora empossado indica o

endereço mencionado neste Termo de Posse para o fim de recebimento de citações e

intimações em processos administrativos e judiciais relativos a atos de gestão. O diretor ora

empossado declara, sob as penas da lei, que (i) não está impedido por lei especial, ou

condenado por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra

a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que

temporariamente, o acesso a cargos públicos, como previsto no §1º do art. 147 da Lei nº

6.404/76; (ii) atende ao requisito de reputação ilibada estabelecido pelo §3º do art. 147 da Lei nº

6.404/76; e (iii) não ocupa cargo em sociedade que possa ser considerada concorrente da

Companhia, e não tem, nem representa, interesse conflitante com o da Companhia, na forma

dos incisos I e II do §3º do art. 147 da Lei nº 6.404/76.

O Diretor declara que conhece as cláusulas do estatuto social da Companhia.

Rio Grande, 16 de abril de 2014

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ANEXO IV – ATA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Ata de Assembleia Geral Ordinária realizada em 03 de março de 2015

1. DATA, HORA E LOCAL: Dia 03 de março de 2015, às 9h, na sede social da Companhia.

2. PRESENÇAS: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia,

conforme assinaturas no Livro de Presença de Acionistas.

3. PRESENÇA LEGAL: (...)

4. MESA: (...)

5. CONVOCAÇÃO: (...)

6. PUBLICAÇÕES: (...)

7. ORDEM DO DIA: (i) tomada de contas da administração e exame, discussão e votação

das demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de

dezembro de 2014, previamente disponibilizadas aos acionistas e apresentadas ao Registro do

Comércio como anexo à presente Ata; e (ii) Discussão acerca da venda pela sociedade de

imóvel com potencial de exploração de petróleo;

8. DELIBERAÇÕES: Foi aprovada, pela maioria de 60% dos acionistas presentes, a

lavratura da presente ata na forma do sumário, nos termos do art. 130, § 1º, da LSA, bem como:

(i) a aprovação das contas da administração e as demonstrações financeiras da

Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2014 (balanço

patrimonial, demonstração de resultado do exercício, mutações do patrimônio líquido, fluxo de

caixa e valor adicionado, bem como notas explicativas), constando voto dissidente de acionistas

representando 40% do capital social da sociedade, no qual consta laudo geológico atestando o

amplo potencial petrolífero da região em que está localizado o imóvel.

(...)

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ANEXO V – ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Ata de Assembleia Geral Extraordinária realizada em 03de abril de 2015

1. DATA, HORA E LOCAL: Dia 03 de abril de 2015, às 9h, na sede social da Companhia.

2. PRESENÇAS: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia,

conforme assinaturas no Livro de Presença de Acionistas.

3. PRESENÇA LEGAL: (...)

4. MESA: (...)

5. CONVOCAÇÃO: (...)

6. PUBLICAÇÕES: (...)

7. ORDEM DO DIA: (i) destituição do Diretor-Presidente da Companhia, Sr. Irineu

Evangelista; e (ii) instauração de procedimento arbitral perante a CAEMP contra o Diretor-

Presidente ora destituído por infração aos arts. 153 e ss da Lei 6.404/76.

8. DELIBERAÇÕES: Foi aprovada, pela totalidade dos acionistas presentes, a lavratura da

presente ata na forma do sumário, nos termos do art. 130, § 1º, da LSA, bem como:

(i) foi aprovada, sem ressalvas e por unanimidade dos acionistas presentes representativa

da integralidade do capital social, a destituição do Sr. Irineu Evangelista, por infração aos arts.

153 e ss da Lei 6.404/76.

(ii) foi aprovado, sem ressalvas e por unanimidade dos acionistas presentes a instauração

de procedimento arbitral contra o Diretor-Presidente ora destituído, para o cumprimento do

disposto no art. 159 da Lei 6.404/76, tendo em vista sua responsabilidade civil pelos danos

causados à Companhia na forma do art. 158 da Lei 6.404/76.

(...)

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ANEXO VI – DECISÃO MONOCRÁTICA TJRS

GC Nº 700685665K2 (Nº CNJ: 04677D-02.2014.8.21.6000) 2014/Cível

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EFEITO SUSPENSIVO. DIREITO EMPRESARIAL. ADMINISTRAÇÃO DE SOCIEDADE ANÔNIMA. AÇÃO CAUTELAR INOMINADA PARA MANUTENÇÃO DE DIREITOR DESTITUÍDO EM ASSEMBLEIA DE ACIONISTAS. ESTATUTO SOCIAL COM CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES PARA DEFERIMENTO DA MEDIDA. EFEITO SUSPENSIVO DEFERIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 700685665K2 (Nº CNJ: 04677D-02.2014.8.21.6000)

COMARCA DE RIO GRANDE

SUL PETRÓLEO S/A

AGRAVANTE

IRINEU EVANGELISTA AGRAVADO

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

Vistos.

(...)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER

JUDICIÁRIO

---------- RS ------

----

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Inobstante a inclusão da arbitragem no estatuto social da

agravante, é possível a postulação perante o Poder Judiciário de medidas de

urgência enquanto ainda não instaurado o procedimento arbitral,

posicionamento consolidado pelo julgamento do Recurso Especial nº 1.297.974

– RJ, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, o qual foi adotado pela reforma

da Lei de Arbitragem nos arts. 22-A e ss.

No entanto, em uma análise prévia do caso, entendo que estão

ausentes os requisitos autorizadores da concessão da cautelar, haja vista a

deliberação majoritária dos sócios no sentido da destituição do Diretor, ora

agravado, e a alta indagação da questão. Ainda, tendo em vista a iminência da

instauração do procedimento arbitral, como noticiado pela empresa agravante,

tenho que tal questão, a qual guarda estreita relação com a solução final a ser

dada ao caso, deverá ser submetida aos árbitros, os quais são competentes

para apreciar o mérito da controvérsia em sua integralidade.

Assim, recebo o presente agravo no efeito suspensivo, a fim de

sustar os efeitos da decisão que determinou a reintegração do agravado na

administração da sociedade agravante.

Comunique-se.

Intime-se.

Diligencias legais.

Porto Alegre, 06 de maio de 2015.

DES. GREGÓRIO SMITH Relator.

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ANEXO VII – TERMO DE ARBITRAGEM

CAEMP – CÂMARA DE ARBITRAGEM EMPRESARIAL

TERMO DE ARBITRAGEM

PROCEDIMENTO ARBITRAL Nº 002/2015

I – QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: SUL PETRÓLEO S.A., sociedade anônima de capital fechado, com sede na Rua

General Vitorino, 869, Centro, 90.450-203, na cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do

Sul, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 11.356.287/000X-00.

Requerido: IRINEU EVANGELISTA, brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado à

rua Visconde do Uruguai, número 1889, apartamento 75, cidade de Porto Alegre, Estado do Rio

Grande do Sul, CEP 11111-11110, inscrito no CPF/MF sob o número 011.002.003-04,

documento de identidade 1236540000 SSP/RS.

II – ÁRBITROS

Pela requerente, foi indicada como árbitra a Sra. Ludmila Vargas, advogada especialista em

direito societário, graduada em engenharia de minas e de petróleo.

Pelo Requerido, foi indicado como árbitro o Sr. Ricardo Tavares, advogado especialista em

responsabilidade civil.

Os árbitros nomearam como presidente do tribunal arbitral a Sra. Susana Gomes, advogada,

Doutora em Processo Civil.

Os árbitros declaram que responderam o questionário de desimpedimento, o qual foi submetido

previamente às partes, reiterando que estão aptos a exercer suas funções com imparcialidade e

independência. As partes declaram que não tem qualquer oposição aos árbitros nomeados.

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III – MATÉRIA OBJETO DO PROCEDIMENTO ARBITRAL

O objeto da arbitragem, instaurada com base da cláusula compromissória prevista no estatuto

social da Requerente, é a responsabilização do requerido pela alienação de imóvel da

Requerente em conflito de interesses, o que ocasionou em sua destituição do cargo de Diretor e

o ajuizamento de ação cautelar perante o Poder Judiciário. Os requerimentos das partes são os

seguintes:

1) PELA REQUERIDA

1.1. Na jurisdição:

a) O tribunal possui jurisdição para decidir sobre a presente controvérsia, tendo em

vista que o Requerido, na qualidade de diretor e de acionista da Companhia, está

vinculado à aplicação da clausula compromissória estatutária.

1.2. No mérito:

a) Que o tribunal Arbitral deve decidir sobre a medida de urgência proposta pelo

requerido perante o poder judiciário no sentido de mantê-lo afastado da

administração.

b) O Requerido deve ser responsabilizado pelos prejuízos advindos da alienação do

imóvel de propriedade da companhia, o qual tinha potencial de exploração de

petróleo, atividade principal da empresa Requerente.

2) PELO REQUERIDO

2.1. Na jurisdição:

a) O tribunal não possui jurisdição para decidir sobre a presente controvérsia, tendo

em vista que o Requerido não anuiu expressamente à cláusula compromissória no

termo de posse.

2.2.No mérito:

a) Que o tribunal Arbitral deve decidir sobre a medida de urgência proposta pelo

requerido perante o poder judiciário no sentido de mantê-lo na administração da

empresa.

b) O Requerido não deve ser responsabilizado pelos prejuízos advindos da

alienação do imóvel de propriedade da companhia, tendo em vista que foi uma

medida necessária em função da situação econômica da empresa.

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IV – SEDE E LEI APLICÁVEL

O procedimento arbitral será realizado na cidade de Porto Alegre, RS, podendo os árbitros e as

partes se reunir em outras localidades, mediante concordância prévia. A sentença arbitral será

tida como proferida em Porto Alegre, RS.

A lei aplicável ao procedimento e ao mérito da controvérsia é a legislação brasileira, sendo

vedado aos árbitros o julgamento por equidade.

V – VALOR DA CAUSA E CUSTAS DO PROCEDIMENTO ARBITRAL

A requerente estima o valor da causa em R$ (...).

As custas iniciais do procedimento arbitral foram calculadas com base na estimativa da

requerente e foram pagas por ambas as partes na proporção de 50% para cada uma.

Os honorários dos árbitros são aqueles previstos no regulamento da CAEMP.

O valor da causa poderá ser ajustado ao final do procedimento arbitral, por deliberação do

tribunal arbitral, ocasião em que poderá ser necessária a respectiva complementação das custas

e honorários devidos.

As partes concordam que cada uma delas arcará com 50% das custas do procedimento arbitral,

entre perícias, honorários dos árbitros, deslocamentos e outros, independentemente do resultado

da sentença arbitral, sendo vedado aos árbitros estabelecerem sucumbência diversa.

VI – DO REGULAMENTO APLICÁVEL

Pela assinatura do presente termo, as partes e árbitros ficam vinculados ao regulamento da

CAEMP e se comprometem a cumprir fielmente o que for estabelecido na sentença arbitral.

Todas as comunicações, peças processuais e documentos devem ser enviadas pelas partes à

Secretaria da CAEMP no endereço eletrônico [email protected], as quais serão

remetidas aos árbitros e aos procuradores das partes.

VII – CONCILIAÇÃO

Oportunizada a conciliação em cumprimento ao disposto no art. 21, § 4º da Lei 9.307/96, não

houve aceitação pelas partes.

Page 16: II COMPETIÇÃO DE A E (CAEMP) - Educon - Centro de ...Ata de Assembleia Geral Ordinária realizada em 26 de fevereiro de 2014 1. DATA, HORA E LOCAL: Dia 26 de fevereiro de 2014, às

VIII – DO CRONOGRAMA DO PROCEDIMENTO ARBITRAL E DAS ALEGAÇÕES INICIAIS

As partes e árbitros concordam que o procedimento arbitral deverá observar estritamente o

cronograma previsto para seu bom andamento.

A sentença deverá ser proferida em um período máximo de 16 (dezesseis) meses a contar da

submissão das alegações iniciais pelas partes.

Eventuais pedidos de esclarecimento poderão ser enviados conforme previsto no Cronograma.

O Tribunal Arbitral deliberou que as partes deverão enviar suas alegações iniciais até a data

prevista no Cronograma, observando-se o objeto e os pedidos delimitados no item III do

presente termo. A discussão sobre o quantum indenizatório, caso cabível, será realizada em um

segundo momento do procedimento arbitral.

Porto Alegre, 29 de maio de 2015.

ASSINATURA DOS ÁRBITROS ASSINATURA DAS PARTES

/S/ LUDMILA VARGAS

/S/

IRINEU EVANGELISTA

/S/ RICARDO TAVARES

/S/

SUSANA ALMEIDA

/S/ SUL PETRÓLEO S/A

TESTEMUNHAS

1. ____________/S/____________ NOME: CPF:

2. ____________/S/____________ NOME: CPF:

/S/

SECRETÁRIO DA CAEMP