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II SIMPÓSIO BAIANO DE PRODUÇÃO ANIMAL Adversidades na produção animal
Itapetinga – BA, 12 de maio de 2017
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Qualidade Fisiológica de Sementes de Cultivares de Panicum maximum Comercializadas no Norte de
Minas Gerais1
Cléverton Lopes Lacerda2, Weudes Rodrigues Andrade3, Andréia Márcia Santos de Souza David4, Eleuza
Clarete Junqueira de Sales4, Josiane Cantuária Figueiredo5, Édipo Alves Lacerda2,
Gabriel Santos Souza David6, Cleisson Dener da Silva7
1 Parte de trabalho de pesquisa do segundo autor. Aporte financeiro do CNPq, FAPEMIG e Capes. 2 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Montes Claros
(Unimontes), Janaúba, MG-Brasil. E-mail: [email protected] 3 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB), Itapetinga, BA-Brasil. 4 Professora do Departamento de Ciências Agrárias da Unimontes, Janaúba, MG-Brasil. 5 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal do Semiárido da Unimontes, Janaúba, MG-
Brasil. 6 Graduando do Curso de Zootecnia da Unimontes, Janaúba, MG-Brasil. 7 Graduando do Curso de Agronomia da Unimontes, Janaúba, MG-Brasil.
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de cultivares de Panicum
maximum comercializadas no norte de Minas Gerais. O delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente casualizado, constituído de três cultivares de Panicum maximum (Mombaça, BRS Zuri e
Tanzânia) com cinco repetições por tratamento. Os parâmetros avaliados foram: germinação e índice de
velocidade de germinação. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste Tukey a 5% de probabilidade. Concluiu-se que há variação na qualidade fisiológica das sementes de
cultivares de Panicum maximum comercializadas no norte de Minas Gerais, sendo que somente as cultivares
Mombaça e BRS Zuri atenderam aos padrões mínimos de germinação para comercialização de sementes
dessa espécie.
Palavras–chave: capim-mombaça, gramíneas forrageiras, germinação, vigor
Physiological Quality of Cultivars Seeds of Panicum maximum Marketed in Northern Minas Gerais
Abstract: The objective of this work was to evaluate the physiological quality of seeds of cultivars of
Panicum maximum commercialized in the north of Minas Gerais. The experimental design was a completely
randomized design consisting of three cultivars of Panicum maximum (Mombasa, BRS Zuri and Tanzania)
with five replications per treatment. The evaluated parameters were: germination and rate of germination.
The data were submitted to analysis of variance and the means were compared by the Tukey test at 5%
probability. It was concluded that there is variation in the physiological quality of the seeds of Panicum
maximum cultivars marketed in the north of Minas Gerais, with only the cultivars Mombaça and BRS Zuri
meeting the minimum germination standards for the commercialization of seeds of this species.
Keywords: forage grasses, germination, mombasa grass, vigor
Introdução
O Brasil é considerado o maior produtor, consumidor e exportador de sementes de forrageiras. No
Brasil, as espécies forrageiras ocupam a maioria da área de pastagens cultivadas, pela sua adaptação as mais
variadas condições de solo e clima, com vantagens sobre outras espécies, por proporcionar produções
satisfatórias de forragem em solo com baixa fertilidade (Maranhão et al., 2010).
A utilização de sementes de gramíneas forrageiras com baixo valor cultural na implantação das
pastagens é responsável pela baixa densidade inicial de plantas, contribuindo para a predominância de plantas
invasoras e consequente degradação da área.
As características fisiológicas têm sua ação determinada pelo ambiente durante a produção, a colheita,
beneficiamento e armazenamento (Laura et al., 2009). Portanto os métodos de produção, assim como as
regiões de origem dessas sementes podem interferir diretamente na qualidade final das sementes que são
repassadas para os produtores.
II SIMPÓSIO BAIANO DE PRODUÇÃO ANIMAL Adversidades na produção animal
Itapetinga – BA, 12 de maio de 2017
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de cultivares de Panicum
maximum comercializadas no norte de Minas Gerais.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de Ciências
Agrárias da Universidade Estadual de Montes Claros (DCA/UNIMONTES), em Janaúba, Minas Gerais.
Foram utilizadas sementes de cultivares de Panicum maximum comercializadas no norte de Minas Gerais,
safra de 2014.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualisado, constituído de três tratamentos
que conssitiram nas cultivares (Mombaça, BRS Zuri e Tanzânia), com cinco repetições por tratamento.
O teste de germinação foi realizado utilizando-se cinco repetições de 50 sementes, distribuídas sobre
duas folhas de papel germitest, umedecidas com volume de água destilada equivalente a 2,5 vezes o peso do
papel seco, em caixas de plástico do tipo gerbox (Brasil, 2009). As caixas foram mantidas em germinadores
sob temperatura alternada de 25 e 35ºC sob oito horas de exposição à luz branca e 16 horas de escuro. As
avaliações foram realizadas aos 10 e 28 dias após a semeadura, e os resultados expressos em porcentagem de
plântulas normais.
O índice de velocidade de germinação (IVG) foi determinado, anotando-se diariamente, no mesmo
horário, o número de plântulas emergidas até 28 dias após a semeadura (Maguire, 1962).
Os dados foram submetidos à análise de variância em nível de 5% de probabilidade. Quando
significativos, os efeitos dos tratamentos (cultivares) foram comparados pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade.
Resultados e Discussão
Analisando a germinação das cultivares, observa-se que as maiores porcentagens foram verificadas
para as sementes das cultivares Mombaça e BRS Zuri, com valores de 75 e 70% de germinação,
respectivamente, diferindo dos resultados encontrados para a cultivar Tanzânia, que obtiveram apenas 10%
de germinação (Tabela 1). Os resultados evidenciam grande discrepância entre as cultivares. Esses resultados
sugerem a falta de fiscalização na comercialização de sementes de cultivares de Panicum maximum no norte
de Minas Gerais.
Vale destacar que as porcentagens de germinação obtidas nas sementes das cultivares Mombaça e
BRS zuri estão acima do valor mínimo estabelecido pela Instrução Normativa nº 30, que é de 40% (Brasil,
2008).
Tabela 1 - Germinação (GER) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de cultivares de
Panicum maximum comercializadas no norte de Minas Gerais.
Cultivares Germinação (%) Índice de velocidade de
Germinação
Mombaça 75 A 12,3 A
BRS Zuri 70 A 9,9 B
Tanzânia 10 B 1,2 C
Coeficiente de Variação (%) 9,91 12,12
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si, pelo teste Tukey, a 5% de significância.
O índice de velocidade de germinação das sementes foi influenciado pelas diferentes cultivares
(Tabela 1). Nota-se que os maiores valores de IVG foram observados para sementes da cultivar Mombaça.
Valores intermediário de IVG foram observados para a cultivar BRS Zuri, seguido da cultivar Tanzânia que
apresentou valores inferiores. Maiores valores de IVG indicam que as sementes germinaram mais
rapidamente e de forma homogênea, sendo, portanto, mais vigorosas.
De acordo com Pariz et al. (2010), maiores valores de IVG é importante para caracterizar uma
uniformidade de desempenho, com ótima taxa de germinação, em menor tempo, o que permite inferir que
uma grande quantidade de sementes tem potencial para rápido e uniforme estabelecimento, em condições de
campo, proporcionando a rápida formação de pastagens, e de maneira mais uniformes.
II SIMPÓSIO BAIANO DE PRODUÇÃO ANIMAL Adversidades na produção animal
Itapetinga – BA, 12 de maio de 2017
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Conclusões
Há variação na qualidade fisiológica das sementes de cultivares de Panicum maximum
comercializadas no norte de Minas Gerais, sendo que somente as cultivares Mombaça e BRS Zuri atenderam
aos padrões mínimos de germinação para comercialização de sementes dessa espécie.
Literatura citada Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Normas e padrões para produção e
comercialização de sementes de espécies forrageiras de clima tropical. Brasília, DF, MAPA. 2008, 13 p.
Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes/.
SNDA/DNDV/CLAV, Brasília, Brasil. Mapa/ACS, 2009. 399 p.
Laura, V. A., Rodrigues, A.P.D.C., Arias, E.R.A., Chermouth, K.S., Rossi, T. Qualidade Física e Fisiológica
de Sementes de Braquiárias Comercializadas Em Campo Grande-MS. Ciência e Agrotecnologia v.33, n.1, p.
326–332, 2009.
Maguire, D. J. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop
Science, Madison, v.2, n.2, p. 176-177, 1962
Maranhão, C. M. de A.; Bonomo, P.; Pires, A. J. V.; Costa, A. C. P. R.; Martins, G. C. F.; Cardoso, E. O.
Características produtivas do capim-braquiária submetido a intervalos de cortes e adubação nitrogenada
durante três estações. Acta Scientiarum. Animal Sciences Maringá, v. 32, n. 4, p. 375-384, 2010.
Pariz, C. M. et al. Ferreira, L.R., Sá, M.E., Andreott, M., Chioderoli, C.A., Ribeiro, A.P. Qualidade
fisiológica de sementes de brachiaria e avaliação da produtividade de massa seca, em diferentes sistemas de
integração lavoura-pecuária sob irrigação. Pesquisa Agropecuária Tropical v.40: p.330–340, 2010.