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NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão Objetivo da norma: A NBR 5410 contém prescrições relativas ao projeto, à execução, à verificação final e à manutenção das instalações elétricas a que se aplica. Observe que a garantia de segurança de pessoas e animais domésticos, bem como a conservação dos bens, pressupõem o uso das instalações nas condições previstas por ocasião do projeto. As instalações elétricas de baixa tensão podem ser alimentadas: a) diretamente em baixa tensão: - por rede pública de baixa tensão da concessionária, caso típico de edificações residenciais, comerciais e industriais de pequeno porte (oficinas, por exemplo); - por transformador exclusivo da concessionária, caso típico de edificações residenciais e comerciais de maior porte. b) em alta tensão, através de subestação de transformação, do usuário, caso típico de edificações de uso industrial de médio e grande porte; c) por fonte própria em baixa tensão (gerador ou bateria), caso típico de sistema de alimentação elétrica para serviços de segurança em edificações de qualquer natureza. Aplicação da norma: 1 – Instalações elétricas: a) em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações; b) de reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas;

ILUMINÂNCIA E CÁLCULO LUMINOTÉCNICO

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Page 1: ILUMINÂNCIA E CÁLCULO LUMINOTÉCNICO

NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão

Objetivo da norma:

A NBR 5410 contém prescrições relativas ao projeto, à execução, à verificação final e à manutenção das instalações elétricas a que se aplica. Observe que a garantia de segurança de pessoas e animais domésticos, bem como a conservação dos bens, pressupõem o uso das instalações nas condições previstas por ocasião do projeto.

As instalações elétricas de baixa tensão podem ser alimentadas:

a) diretamente em baixa tensão:

- por rede pública de baixa tensão da concessionária, caso típico de edificações residenciais, comerciais e industriais de pequeno porte (oficinas, por exemplo);

- por transformador exclusivo da concessionária, caso típico de edificações residenciais e comerciais de maior porte.

b) em alta tensão, através de subestação de transformação, do usuário, caso típico de edificações de uso industrial de médio e grande porte;

c) por fonte própria em baixa tensão (gerador ou bateria), caso típico de sistema de alimentação elétrica para serviços de segurança em edificações de qualquer natureza.

Aplicação da norma:

1 – Instalações elétricas:

a) em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;

b) de reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas;

c) de canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.

2 – Esta Norma aplica-se:

a) aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada, com freqüências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente contínua;

b) aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando sob uma tensão superior a 1000 V e alimentados através de uma instalação de tensão igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada (por exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos etc.);

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c) a toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas relativas aos equipamentos de utilização;

d) às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos).

NOTA: A aplicação às linhas de sinal concentra-se na prevenção dos riscos decorrentes das influências mútuas entre essas linhas e as demais linhas elétricas da instalação, sobretudo sob os pontos de vista da segurança contra choques elétricos, da segurança contra incêndios e efeitos térmicos prejudiciais e da compatibilidade eletromagnética.

3 – Esta Norma aplica-se às instalações novas e a reformas em instalações existentes.

NOTA: Modificações destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos elétricos, inclusive de sinal, ou substituir equipamentos existentes, não caracterizam necessariamente uma reforma geral da instalação.

Componentes da instalação elétrica:

Termo empregado para designar itens da instalação que, dependendo do contexto, podem ser materiais, acessórios, dispositivos, instrumentos, equipamentos (de geração, conversão, transformação, transmissão, armazenamento, distribuição ou utilização de eletricidade), máquinas, conjuntos ou mesmo segmentos ou partes da instalação (por exemplo, linhas elétricas).

quadro de distribuição principal: Primeiro quadro de distribuição após a entrada da linha elétrica na edificação. Naturalmente, o termo se aplica a todo quadro de distribuição que seja o único de uma edificação.

Proteção contra choques elétricos:

elemento condutivo ou parte condutiva: Elemento ou parte constituída de material condutor,pertencente ou não à instalação, mas que não é destinada normalmente a conduzir corrente elétrica.proteção básica: Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas em condiçõesnormais.

proteção supletiva: Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas.

proteção adicional: Meio destinado a garantir a proteção contra choques elétricos em situações de maior risco de perda ou anulação das medidas normalmente aplicáveis, de dificuldade no atendimento pleno das condições de segurança associadas a determinada medida de proteção e/ou, ainda, em situações ou locais em que os perigos do choque elétrico são particularmente graves.

dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual (formas abreviadas: dispositivo a corrente diferencial-residual, dispositivo diferencial, dispositivo DR): Dispositivo de seccionamento mecânico ou associação de dispositivos destinada a provocar a abertura de contatos quando a corrente diferencialresidual atinge um valor dado em condições especificadas.

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NOTA O termo “dispositivo” não deve ser entendido como significando um produto particular, mas sim qualquer forma possível de se implementar a proteção diferencial-residual. São exemplos de tais formas: o interruptor, disjuntor ou tomada com proteção diferencial-residual incorporada, os blocos e módulos de proteção diferencial-residual acopláveis a disjuntores, os relés e transformadores de corrente que se podem associar a disjuntores, etc.

SELV (do inglês “separated extra-low voltage”): Sistema de extrabaixa tensão que é eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico.

PELV (do inglês “protected extra-low voltage”): Sistema de extrabaixa tensão que não éeletricamente separado da terra mas que preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um SELV.

Proteção contra choques elétricos e proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas

eqüipotencialização: Procedimento que consiste na interligação de elementos especificados,visando obter a eqüipotencialidade necessária para os fins desejados. Por extensão, a própria rede de elementos interligados resultante.

NOTA A eqüipotencialização é um recurso usado na proteção contra choques elétricos e na proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas. Uma determinada eqüipotencialização pode ser satisfatória para a proteção contra choques elétricos, mas insuficiente sob o ponto de vista da proteção contra perturbações eletromagnéticas.

barramento de eqüipotencialização principal (BEP): Barramento destinado a servir de via deinterligação de todos os elementos incluíveis na eqüipotencialização principal.

NOTA A designação “barramento” está associada ao papel de via de interligação e não a qualquer configuração particular do elemento. Portanto, em princípio o BEP pode ser uma barra, uma chapa, um cabo, etc.

barramento de eqüipotencialização suplementar ou barramento de eqüipotencialização local (BEL): Barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos incluíveis numa eqüipotencialização suplementar ou eqüipotencialização local.

equipamento de tecnologia da informação (ETI): Equipamento concebido com o objetivo de:

a) receber dados de uma fonte externa (por exemplo, via linha de entrada de dados ou via teclado);

b) processar os dados recebidos (por exemplo, executando cálculos, transformando ou registrando os dados, arquivando-os, triando-os, memorizando-os, transferindo-os); e

c) fornecer dados de saída (seja a outro equipamento, seja reproduzindo dados ou imagens).

NOTA Esta definição abrange uma ampla gama de equipamentos, como, por exemplo: computadores;equipamentos transceptores, concentradores e conversores de dados; equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados; sistemas de alarme contra incêndio e intrusão; sistemas de controle e automação predial, etc.

Linhas elétricas:

linha (elétrica) de sinal: Linha em que trafegam sinais eletrônicos, sejam eles de telecomunicações, de intercâmbio de dados, de controle, de automação, etc.

linha externa: Linha que entra ou sai de uma edificação, seja a linha de energia, de sinal, uma tubulação de água, de gás ou de qualquer outra utilidade.

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ponto de entrega: Ponto de conexão do sistema elétrico da empresa distribuidora de eletricidade com a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e que delimita as responsabilidades da distribuidora, definidas pela autoridade reguladora.ponto de entrada (numa edificação): Ponto em que uma linha externa penetra na edificação.

NOTAS

1 Em particular, no caso das linhas elétricas de energia, não se deve confundir “ponto de entrada” com “ponto de entrega”. A referência fundamental do “ponto de entrada” é a edificação, ou seja, o corpo principal ou cada um dos blocos de uma propriedade. No caso de edificações com pavimento em pilotis (geralmente o térreo) e nas quais a entrada da linha elétrica externa se dá no nível do pavimento em pilotis, o “ponto de entrada” pode ser considerado como o ponto em que a linha penetra no compartimento de acesso à edificação (hall de entrada).

2 Além da edificação em si, outra referência indissociável de “ponto de entrada” é o “barramento deeqüipotencialização principal” (BEP), localizado junto ou bem próximo do ponto de entrada (ver 6.4.2.1).

ponto de utilização: Ponto de uma linha elétrica destinado à conexão de equipamento de utilização.

NOTAS

1 Um ponto de utilização pode ser classificado, entre outros critérios, de acordo com a tensão da linha elétrica, a natureza da carga prevista (ponto de luz, ponto para aquecedor, ponto para aparelho de ar-condicionado, etc.) e o tipo de conexão previsto (ponto de tomada, ponto de ligação direta).

NBR-5413 – ILUMINÂNCIA E CÁLCULO LUMINOTÉCNICO

     De acordo com as normas da ABNT, cada ambiente requer um determinado nível de iluminância (E) ideal, estabelecido de acordo com as atividades a serem ali desenvolvidas, segundo a tabela abaixo:

.ILUMINÂNCIA (lux)

TIPO DE AMBIENTE / ATIVIDADE

CLASSE A (áreas de uso contínuo e/ou execução de tarefas simples)

20 - 30 - 50- ruas públicas e estacionamentos

50 - 75 - 100- ambientes de pouca permanência

100 - 150 - 200 - depósitos200 - 300 - 500 - trabalhos brutos e auditórios

CLASSE B (áreas de trabalho em geral)

500 - 750 - 1.000- trabalhos normais: escritórios e fábricas

1.000 - 1.500 - 2.000

- trabalhos especiais: gravação, inspeção, indústrias de tecidos

CLASSE C (áreas com tarefas visuais minuciosas)

2.000 - 3.000 - 5.000

- trabalho contínuo e exato: eletrônica

5.000 - 7.500 - 10.000

- trabalho que exige muita exatidão: placas eletro-eletrônicas

10.000 - 15.000 - - trabalho minucioso especial:

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20.000 cirurgia

     Uma vez conhecido o nível de iluminância, pode-se fazer o cálculo luminotécnico para determinação do número de luminárias necessário para obtenção das condições adequadas de iluminação do ambiente. Inicialmente, é preciso identificar as características do ambiente (comprimento, largura, pé-direito e altura do plano de trabalho), além das cores e tipos de materiais empregados na construção, já que cada um apresenta um grau de reflexão (parte do fluxo luminoso que retorna ao ambiente) diferente, e que também deverão ser considerados. A tabela abaixo mostra alguns exemplos:

CORGRAU DE REFLEXÃO

Branco 70 até 80%Preto 3 até 7%Cinza 20 até 50%Amarelo 50 até 70%TIPO DE MATERIAL

.

Madeira 70 até 80%Concreto 3 até 7%Tijolo 20 até 50%Rocha 50 até 70%

     O passo seguinte é a determinação do RCR do ambiente, através da seguinte fórmula:

     RCR = [5 x h x (L + C)] / (L x C), onde:     • h = pé-direito - altura do plano de trabalho;     • L = largura do ambiente;     • C = comprimento do ambiente.

     A seguir, escolhe-se a luminária a ser utilizada. Para tanto, alguns fatores devem ser levados em conta:

     a) para a luminária:        • tipo de fonte de luz;        • distribuição de luz desejada;        • qualidade do produto;        • economia e rendimento;        • características de instalação e manutenção.

     b) para as lâmpadas:        • Fluxo Luminoso - quantidade de luz, expressa em lúmens, emitida pela lâmpada, fluxo este que permite conhecer a eficiência luminosa e calcular o consumo de cada sistema através do levantamento de seu gasto energético;

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       • Temperatura de cor - grandeza, expressa em Kelvin (K), que indica a aparência de cor da luz. Quanto mais alta, mais "fria" é a cor da luz, e quanto menor, mais "quente";       • Índice de reprodução de cor (IRC) - capacidade de reproduzir as cores com maior fidelidade ou precisão.   A tabela abaixo mostra essas características das lâmpadas fluorescentes mais usuais:

TIPOTEMPERATURA DE COR (K)

"COR" DA TEMPERATURA

FLUXO LUMINOSO (lm)

14W 4.000 Amarela 1.35028W 4.000 Amarela 2.90016W 4.100 Branca 1.07016W trifósforo

4.000 Amarela 1.200

20W 5.000 Branca 1.06020W trifósforo

4.000 Amarela 1.350

32W 4.100 Branca 2.35032W trifósforo

4.000 Amarela 2.700

36W 6.100 Branca 2.50036W trifósforo

4.000 Amarela 3.350

40W 5.000 Branca 2.70040W trifósforo

4.000 Amarela 3.250

110W 5.000 Branca 8.300110W trifósforo

4.000 Amarela 9.350

     Os fabricantes de luminárias normalmente informam, em tabelas apropriadas, o Fator de Utilização (FU) de cada produto, número que varia em função do grau de reflexão e do RCR do ambiente. Assim, uma vez escolhidas a luminária e as lâmpadas, verifica-se o FU da luminária (na tabela específica) e o Fluxo Luminoso da mesma (produto do Fluxo Luminoso da lâmpada multiplicado pela quantidade de lâmpadas da luminária), e aplica-se a seguinte fórmula para obtenção do número de luminárias a serem utilizadas:

     N = [(L x C) x E] / Fluxo da luminária x FU x FD, onde:     • E = iluminância desejada para o ambiente;

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     • FD = Fator de depreciação, normalmente adotado como 0,85, ou seja, correspondendo a 15% de perda.

     Uma vez obtida a quantidade de luminárias necessárias, resta apenas locá-las no ambiente da forma mais adequada.

Fonte: Catálogo Geral da Lumicenter / 99.