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Transdutores

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  • Instrumentao e Medida Transdutores e Condicionamento de Sinal

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    Universidade da Beira Interior

    CAPTULO 4

    TRANSDUTORES E CONDICIONAMENTO DE SINAL

    4.1. Aspectos Fundamentais dos Transdutores

    4.1.1. DEFINIO

    Um transdutor um dispositivo que faz corresponder, segundo uma determinada lei, uma

    grandeza de sada a uma grandeza de entrada [VIM 4.3].

    - Os transdutores mais comuns convertem grandezas fsicas em grandezas elctricas, como

    a tenso ou a resistncia.

    - Estas grandezas elctricas devem ser devidamente condicionadas, para que as medies

    resultantes tenham utilidade prtica.

    - As pontes de medio e a amplificao so duas formas muito utilizadas para o

    condicionamento do sinal captado pelo transdutor.

    Define-se como transdutor, um dispositivo que transforma um qualquer tipo de energia em um

    determinado outro tipo de energia.

    Exemplo: altifalante um tipo de transdutor que efectua a converso de um sinal elctrico num

    campo magntico varivel e consequentemente num conjunto de ondas acsticas.

    Assim sendo, importa ter em considerao que um sensor sempre um dispositivo que converte

    dada forma de energia num sinal elctrico, enquanto que um transdutor poder no ser.

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    Transdutores podero inclusivamente ser parte de um sensor.

    Exemplo: no caso de um sensor qumico, poder ser necessrio que parte deste converta

    inicialmente energia qumica em energia trmica, onde funcionaro os ditos transdutores (pilha

    termoelctrica), e posteriormente converta calor num sinal elctrico. A combinao destes dois

    dispositivos constitui ento o sensor qumico que produz um sinal elctrico em resposta a uma

    reaco qumica. Este exemplo faz prever a complexidade de alguns tipos de sensores e elucida

    perfeitamente a relao entre sensores e transdutores.

    Cada transdutor tem a sua especificidade, produzindo a variao de diferentes grandezas

    elctricas, com leis prprias.

    4.1.1.1. Noo de sensor

    Define-se como sensor um dispositivo que recebe um qualquer sinal exterior e responde a este

    com um sinal elctrico correspondente.

    O propsito dos sensores precisamente responder a um determinado tipo de estmulo ou sinal

    caracterstico de dada propriedade fsica e converte-lo num sinal elctrico compatvel com o

    circuito electrnico que ir interpret-lo.

    4.1.2. GENERALIDADES

    Uma cadeia de medio de uma determinada grandeza (uma temperatura, uma intensidade

    luminosa, uma fora, uma velocidade, ) constituda por diversos andares que, em conjunto,

    realizam a medio, o condicionamento, a visualizao e o registo dos resultados.

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    O dispositivo de entrada, de interface entre o mundo exterior e a cadeia de medio, recebe a

    grandeza a ser medida e gera um sinal elctrico de sada que uma funo do sinal de entrada.

    Este sinal condicionado de modo a adequar a sua forma e amplitude aos andares seguintes da

    cadeia.

    O transdutor o primeiro elemento da cadeia de medio, que proporciona um sinal de sada

    utilizvel como resposta grandeza fsica.

    Os sinais de entrada podem representar temperaturas, deslocamentos, foras, velocidades,

    intensidades luminosas, pH, entre muitos outros. O sinal elctrico de sada apresenta

    normalmente a forma de uma tenso, de uma corrente, de uma carga, de uma capacidade ou de

    uma resistncia.

    Como sugerem os exemplos acima referidos, nos diferentes tipos de transdutores esto

    envolvidas mltiplas formas de energia, tais como:

    - energia mecnica,

    - energia qumica,

    - energia luminosa,

    - energia trmica,

    - energia elctrica,

    - etc...

    Exemplo: num termistor (transdutor de medio de temperatura) a energia de entrada uma

    energia trmica e a de sada uma energia elctrica.

    Nos extensmetros a grandeza de entrada uma forma de energia mecnica (uma deformao) e

    a sada uma energia elctrica (neste caso uma resistncia elctrica).

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    4.1.3. CRITRIOS DE CLASSIFICAO

    Os transdutores podem ser classificados de acordo com o:

    - tipo de aplicao,

    - mtodo de converso de energia que utilizam,

    - natureza do sinal de sada,

    - entre outras...

    De qualquer um destes mtodos de classificao no resulta uma diviso bem definida. No

    entanto, o princpio elctrico envolvido na transduo um critrio frequentemente utilizado para

    a classificao de transdutores.

    4.1.4. CARACTERSTICAS GERAIS DOS TRANSDUTORES

    Em qualquer cadeia de medio, os dispositivos que interagem com o mundo exterior, intervindo

    na medio de grandezas fsicas, tm um papel importante na qualidade da medio. Sendo o

    transdutor o dispositivo que tem como misso converter a grandeza fsica a medir noutra

    grandeza de sada, o conhecimento das suas caractersticas fundamental para uma seleco

    cuidada do transdutor.

    Numa primeira fase de seleco, vrias so as caractersticas bsicas a serem definidas,

    particularmente:

    - Que especificao deve ser conhecida relativamente mensuranda,

    - Qual o princpio fsico melhor adequado medio,

    - Quais as caractersticas de exactido exigidas pela medio.

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    Para se contemplar a primeira questo deve caracterizar-se o mais completamente possvel a

    mensuranda, dando toda a informao disponvel.

    Na definio das caractersticas da mensuranda deve interferir toda a informao que esteja

    disponvel sobre a mensuranda, principalmente:

    - A gama de variao da mensuranda atravs da definio do limite inferior e superior

    admitidos para a mensuranda; por exemplo, o valor mnimo e mximo da temperatura que

    se vai medir,

    - As grandezas de influncia (grandeza que no mensurada mas que interfere no valor da

    medio [VIM 2.7]); por exemplo, a variao de temperaturas a que est sujeito um

    extensmetro, usado para medio de deformaes.

    Relativamente segunda questo, as caractersticas de entrada e sada da cadeia de medio

    devero ser conhecidas.

    - Exactido, a exactido global da cadeia de medio depende da exactido parcial de cada

    umas das suas componentes. Deste modo, na escolha do transdutor mais adequado, dever

    tambm fazer-se intervir a exactido das outras componentes da cadeia.

    - Caracterizao completa, dividida em vrios nveis: especificaes das caractersticas da

    mensuranda; definio das caractersticas elctricas e mecnicas; especificao das

    caractersticas elctricas de actuao do transdutor.

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    Sendo a sada de um transdutor uma grandeza elctrica, necessrio definir tambm um conjunto

    de caractersticas comuns a outros sistemas elctricos e electrnicos, particularmente:

    - Impedncias de entrada e de sada,

    - Resistncia de isolamento elctrico entre diferentes componentes do transdutor,

    - Tipo de sada: analgica, digital, modulada,

    - Distoro harmnica, caracterizao de rudo, bem como outras que sejam consideradas

    importantes.

    A configurao, as dimenses, recomendaes de montagem, tipo, localizao das ligaes

    elctricas, mecnicas e de fluidos so um conjunto de caractersticas mecnicas que so

    fornecidas, com intuito no apenas de facilitar o manuseamento e instalao do transdutor bem

    como dar as indicaes necessrias para a correcta ligao aos outros subsistemas.

    As caractersticas de actuao apresentam-se em quatro grandes grupos:

    - Caractersticas estticas,

    - Caractersticas dinmicas,

    - Caractersticas ambientais,

    - Caractersticas de fiabilidade.

    4.1.4.1. Caractersticas estticas

    O comportamento do sensor/transdutor afasta-se do ideal por:

    - Impossibilidade fsicas,

    - Dificuldades tecnolgicas,

    - Imperfeies de construo,

    - Limitaes de custos.

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    Neste mbito, as caractersticas estticas so definidas em condies em que a grandeza de

    entrada varia muito lentamente no tempo, e consequentemente, a funo de transferncia (a

    relao entre o estmulo e a resposta correspondente, em condies definidas [VIM 5.9]);

    Caractersticas:

    - Gama de medidas:

    Conjunto de valores que a varivel pode tomar de forma a que o sensor funcione

    correctamente (campo de medida).

    - Alcance:

    Diferena entre os extremos superior e inferior que definem o campo de medida.

    - Calibrao:

    Procedimento por meio do qual se fazem corresponder sucessivos valores da grandeza a

    medir aos respectivos sinais de sada (os valores de entrada do sensor devem cobrir toda a

    gama de medida).

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    - Histerese do transdutor:

    Diferena mxima obtida entre leituras de um ciclo de calibrao.

    - Curva de erro:

    Erro a diferena algbrica entre o seu valor de sada e aquele que se obteria se o sensor

    respondesse de acordo com a curva de referncia.

    - Exactido:

    Valor percentual da mdia do erro em relao ao alcance.

    - Repetibilidade:

    Caracterstica que um sensor tem em reproduzir um determinado valor de sada quando o

    sinal de entrada aplicado com o mesmo valor, nas mesmas condies e na mesma

    direco.

    Define-se em termos da diferena mxima em relao ao alcance.

    - Linearidade:

    A maioria dos sensores no apresenta a caracterstica de sada coincidente com uma recta.

    Uma no linearidade nula indica que a curva de calibrao uma recta.

    definida como o desvio mximo percentual, em relao ao alcance, entre a curva de

    calibrao e essa recta.

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    Curva de referncia Linearizao

    Curva de referncia/linearizao Curva de erro

    - Sensibilidade:

    Para cada ponto da gama de medida corresponde derivada da sua curva de calibrao.

    Representa a forma como varia o sinal de sada quando se faz variar o sinal de entrada.

    - Resoluo:

    Em diversas situaes, a sada no funo contnua da varivel medida.

    Assim, a resoluo corresponde variao mxima da entrada a que corresponde a menor

    variao na sada.

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    - Estabilidade:

    Capacidade em manter a sua curva de calibrao.

    4.1.4.2. Caractersticas dinmicas

    - Caractersticas que relacionam a resposta do transdutor com as variaes temporais do

    sinal de entrada;

    - So caractersticas no domnio do tempo, tais como tempo de atraso, tempo de subida e

    tempo de resposta, ou caractersticas no domnio das frequncias, principalmente a

    frequncia de corte superior, a frequncia de corte inferior e a largura de banda.

    4.1.4.3. Caractersticas ambientais

    - Caractersticas que relacionam a actuao do transdutor com as condies externas do

    ambiente envolvente, tais como a temperatura, a humidade, a presso atmosfrica e

    interferncias electromagnticas.

    4.1.3.4. Caractersticas de fiabilidade

    - Representam a esperana de vida do transdutor com uma srie de condies;

    - Ciclo de vida - nmero mnimo de operaes sem alterao das caractersticas;

    - Vida operativa - intervalo de tempo de operao contnua ou descontnua;

    - Vida de armazenamento - intervalo de tempo de exposio determinadas condies de

    armazenamento sem alterao das suas caractersticas.

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    4.1.4. PRINCPIOS GERAIS DE TRANSDUO

    Num transdutor, a uma variao de uma grandeza entrada corresponde uma variao sada de

    um parmetro elctrico como, por exemplo, a variao de uma resistncia, de uma capacidade, de

    uma indutncia, de uma tenso ou de uma corrente elctrica. As seguintes tabelas apresentam, de

    uma forma breve, alguns exemplos de transdutores.

    O critrio de classificao dos transdutores usado nestas tabelas a grandeza elctrica de sada

    envolvida na transduo. O primeiro grupo de transdutores exige uma alimentao externa. No

    segundo grupo, os transdutores geram uma tenso, so os transdutores autogeradores. So assim

    designados porque geram uma tenso elctrica ou uma corrente elctrica quando estimulados por

    uma energia, no sendo necessria alimentao elctrica externa.

    Parmetro elctrico e Tipo de transdutor

    Princpio de funcionamento e natureza do dispositivo

    Aplicao tpica

    Transdutores que exigem alimentao externa Resistivos Potencimetro Uma solicitao externa produz

    o deslocamento de um cursor que origina a variao de uma resistncia

    Deslocamento, presso

    Extensmetro resistivo A resistncia de um condutor varia por solicitaes externas

    Deslocamento, fora, binrio

    Termmetro resistivo A resistncia de um condutor metlico ou a resistncia de um semicondutor (como o termistor) variam com a temperatura

    Temperatura

    Higrmetro resistivo A resistncia de um material condutor varia com a humidade

    Humidade relativa

    Clula fotoelctrica A resistncia da clula varia com a luz incidente

    Rel fotossensvel

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    Parmetro elctrico e Tipo de transdutor

    Princpio de funcionamento e natureza do dispositivo

    Aplicao tpica

    Transdutores que exigem alimentao externa Capacitivos Sensor de capacidade varivel

    A distncia entre duas placas paralelas varia com uma fora externa

    Deslocamento, presso

    Microfone capacitivo A presso sonora origina a variao da capacidade entre uma placa fixa e um diafragma mvel

    Voz, msica, rudo

    Dielctrico varivel H uma variao de capacidade por variao de caractersticas do dielctrico

    Nvel de lquidos, deslocamentos

    Parmetro elctrico e Tipo de transdutor

    Princpio de funcionamento e natureza do dispositivo

    Aplicao tpica

    Transdutores que exigem alimentao externa Indutivos Transdutor magntico A auto-induo ou a induo

    mtua de uma bobina alimentada em AC varia por alterao do circuito magntico

    Presso, deslocamento

    Transdutor relutivo A relutncia de um circuito magntico varia com a mudana de posio do ncleo magntico de uma bobina

    Presso, deslocamento, Vibrao, posio

    Transformador diferencial A tenso diferencial em dois enrolamentos secundrios de um transformador varia com a posio de um ncleo magntico

    Presso, deslocamento, Vibrao, posio

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    Parmetro elctrico e Tipo de transdutor

    Princpio de funcionamento e natureza do dispositivo

    Aplicao tpica

    Transdutores que exigem alimentao externa Tenso e corrente Efeito de Hall A diferena de potencial numa

    placa semicondutora de germnio depende da interaco do fluxo magntico com a corrente aplicada ao transdutor

    Fluxo magntico, corrente

    Clula fotoemissiva H emisso electrnica provocada por radiao incidente numa placa com propriedades fotoemissivas

    Luz e radiao

    Tubo fotomultiplicador H emisso de electres secundrios provocada por radiao incidente num ctodo fotossensvel

    Luz e radiao

    Parmetro elctrico e Tipo de transdutor

    Princpio de funcionamento e natureza do dispositivo

    Aplicao tpica

    Transdutores autogeradores (no exigem alimentao externa) Termopar Gera-se uma diferena de

    potencial que uma funo da diferena de temperaturas em duas junes de materiais diferentes

    Temperatura, fluxo trmico, radiao

    Bobina mvel O movimento de uma bobina mvel num campo magntico gera uma tenso.

    Velocidade e vibrao

    Transdutor piezoelctrico Gera-se uma f.e.m. quando se aplica uma fora a determinados materiais cristalinos, como o quartzo

    Som, vibrao, acelerao, variao de presso

    Clula fotovoltaica Gera-se uma tenso na juno de um semicondutor quando a energia radiante estimula a clula

    Medio de luz, clula solar

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    4.2. Transdutores de Temperatura

    Desde h muito tempo que a temperatura tem sido medida atravs do fenmeno da expanso

    trmica cuja aplicao precisamente o conhecido termmetro lquido-gasoso.

    Na transduo de temperatura em sinais elctricos muitos mtodos so utilizados actualmente,

    entre os quais:

    - mtodo resistivo;

    - mtodo termoelctrico;

    - mtodo semicondutor;

    - mtodo ptico;

    - mtodo por meio de detectores piezoelctricos.

    Medir temperatura requer essencialmente a transmisso de uma pequena poro de energia

    trmica do objecto para o sensor, que este converter num sinal elctrico com o intuito de ser lido

    por um circuito adequado.

    O processo de medio pressupe (embora nem sempre) o contacto entre o objecto e o sensor,

    uma vez que quando o objecto aquece ou arrefece o mesmo dever acontecer com o respectivo

    sensor.

    Este facto promove a fuga de calor para o sensor, alterando a temperatura real do objecto. Isto

    acontece com todos os tipos de medio por meio de sensor seja qual for o mtodo utilizado.

    Fica portanto a ideia de que o processo de medio, neste caso da temperatura, no alheio

    existncia de erros de leitura e respectiva impreciso.

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    Existem duas formas de processar sinais oriundos de medio de temperaturas: A forma

    equilibrada e a forma antecipada. Na primeira, a medio de temperatura completa (directa)

    quando no existe gradiente trmico entre a superfcie de contacto e o elemento sensitivo da

    prova do sensor.

    No mtodo ou forma antecipada o ponto de equilbrio nunca alcanado, ele simplesmente

    determinado de forma antecipada por meio da respectiva proporo das variaes que se fazem

    sentir no sensor.

    de notar que o equilbrio trmico entre o objecto de medio e o sensor um processo

    relativamente lento, pelo que o primeiro mtodo (equilibrado) pode levar algum tempo a revelar o

    valor correcto da medio.

    Exemplo: um termmetro electrnico de utilidade mdica pode medir a temperatura da gua em

    aproximadamente 10 s. enquanto que leva cerca de 3 a 5 min. a medir a temperatura corporal.

    No intuito de visualizar a influncia que o sensor provoca na medio da temperatura do objecto,

    servem os seguintes grficos:

    Figura 4.1: A Sensor idealmente acoplado com o objecto. B O sensor perdeu calor para o meio ambiente.

    O caso B mostra que nesta situao o sensor nunca encontra a actual temperatura T1 do objecto

    mas sim uma temperatura T2 que corresponde temperatura T1 decrescida da diferena T

    referente ao valor libertado para o ambiente.

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    O tpico sensor de temperatura de contacto com o objecto consiste nos seguintes componentes:

    - O elemento sensitivo: composto de um material responsvel pela mudana de

    temperatura do prprio sensor, que dever ter um baixo coeficiente de calor especfico e

    alta condutividade trmica bem como boa sensibilidade temperatura.

    - Os contactos: so condutores metlicos que realizam o interface entre o elemento

    sensitivo e o circuito electrnico externo. Estes devero ter baixa condutividade trmica

    bem como baixa resistncia elctrica, para evitar fugas de calor e alteraes do valor lido

    pelo circuito.

    - A cpsula de proteco: material que reveste o elemento sensitivo e o separa do meio

    envolvente, protegendo-o. Este deve ter baixa resistncia trmica e alto isolamento

    elctrico.

    Os sensores de no-contacto (sensores de radiao trmica) com o objecto so basicamente iguais

    aos sensores de contacto, com a particularidade de que no 1 caso o calor conduzido

    directamente do objecto para o sensor enquanto que no 2 caso o sensor detecta alteraes de

    temperatura por meio de radiao trmica emanada do objecto. Assim sendo, estes segundos tem

    algumas caractersticas prprias baseadas na sua forma de funcionamento, como por exemplo,

    um maior tamanho pelo facto de necessitarem de uma maior rea de contacto com o ar.

    As seguintes imagens apresentam a estrutura geral dos sensores de temperatura.

    Figura 4.2: A - Sensor de contacto ; B - Sensor de radiao trmica.

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    4.2.1. SENSORES DE TEMPERATURA EM CIRCUITO INTEGRADO

    Um dos grandes problemas que afectam os dispositivos semicondutores a alterao das suas

    caractersticas devido s variaes de temperatura a que se encontram sujeitos. Contudo, este

    efeito, tantas vezes indesejvel, pode ser utilizado na construo de sensores de medida de

    temperatura. Os dispositivos que utilizam este tipo de tecnologia so geralmente precisos,

    lineares e de baixo custo. Estes sensores, porm, cobrem uma pequena faixa temperaturas, em

    geral entre 50 C e os 150 C.

    Tabela 4.1: Caractersticas do sensor de temperatura LM335.

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    4.2.2. TERMOPARES

    A importncia da temperatura na Instrumentao resulta de esta ser a varivel de processo

    (grandeza fsica) mais medida em diversas indstrias de processos. Para alm da importncia para

    fins de produo, onde o seu desgoverno poder por em risco a qualidade dos produtos, esta

    reveste de elevada importncia em situaes onde o seu descontrolo possa pr em risco a

    segurana de pessoas e bens.

    De uma forma ou de outra, todos os materiais so afectados pela temperatura e com base neste

    princpio que se baseiam todos os mtodos e princpios da medida de temperatura.

    Os termopares so, de longe, os dispositivos de medida de temperatura mais utilizados na

    indstria. So simples, robustos, baratos e simples de utilizar. Os termopares cobrem

    praticamente toda a gama de temperaturas vulgarmente medidas na industria de processos e em

    geral podem ser usados para medida de temperaturas compreendidas entre 273 C e 2300 C.

    A tenso elctrica no produzida na juno dos condutores, mas sim ao longo dos condutores

    que o constituem. O gradiente de electres existente nos condutores provocado pela exposio ao

    gradiente de temperatura origina a diferena de potencial elctrico caracterstico dos termopares.

    4.2.2.1. Coeficiente de Seebeck

    Um condutor com uma extremidade temperatura T1 e a outra temperatura T2 experimenta uma

    tenso V. Essa tenso resulta do produto entre o coeficiente de Seebeck e a diferena de

    temperaturas. Na Equao 4.1, S, representa o coeficiente de Seebeck que, por sua vez,

    expresso em V/C.

    V = S ( T2 - T1 ) (4.1)

    Se efectuarmos a anlise de malhas a um termopar, ao modelo representado pela Figura 4.3,

    obteremos a Equao 4.2.

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    V = (SA SB) (T1 T0) (4.2)

    (SA SB) = SAB Coeficiente de Seebeck relativo (4.3)

    V = SAB(T1 T2) (4.4)

    Figura 4.3: Anlise de um termopar simples.

    4.2.2.2. Efeito dos cabos de ligao

    Os termopares encontram-se geralmente afastados dos aparelhos de medida, pelo que

    necessrio o prolongamento dos seus terminais com outros condutores. Na situao em que os

    condutores de prolongamento so idnticos, como indicado na Figura 4.4, a equao da fora

    electromotriz apresentada pela Equao 4.5. A Equao 4.5 mostra que o potencial elctrico

    depende da temperatura da juno de medida e da temperatura da ligao (juno de referncia

    ou juno fria). Na situao particular em que a juno de referncia se encontra 0 C (gelo

    fundente) a fora electromotriz representada pela Equao 4.6.

    V = SAB(T2 T1) (4.5)

    V = SABT2 (4.6)

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    Figura 4.4: Termopar com condutores de extenso idnticos.

    Em muitas aplicaes de termopares so utilizados condutores de extenso com coeficientes de

    Seebek aproximados aos dos materiais que os constituem (cabos complementares), tal como

    apresentado na Figura 4.5. Estes condutores encontram-se normalizados e so diferentes para

    cada tipo termopar. Nesta situao, a fora electromotriz representada pela Equao 4.7.

    V SAB(T2 T0) (4.7)

    Figura 4.5: Termopar com condutores de extenso.

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    4.2.2.3. Efeito da juno num Termopar

    O material da juno no produz efeitos indesejveis, desde que esteja todo mesma

    temperatura, como ilustra a Figura 4.6. O material C encontra-se temperatura T1, pelo que a fora

    electromotriz resultante desta situao representada pela Equao 4.8:

    V = SAB(T1 T0) (4.8)

    Figura 4.6: Termopar com um terceiro material intercalado.

    4.2.2.3. Medio da temperatura com um Termopar

    A Figura 4.7 mostra a fora electromotriz em funo da temperatura (com juno de referncia a

    0 C) para os vrios termopares normalizados. Se a temperatura da juno de referncia for

    imposta a 0 C podemos obter a temperatura directamente a partir das curvas da Figura 4.7. Estas

    curvas foram obtidos a partir dos quadros com as foras electromotrizes para os termopares

    descritos na bibliografia.

    Quando a juno de referncia no est temperatura de 0 C, necessrio compensar esse

    desvio antes de poder determinar a temperatura. Este procedimento denominado compensao

    da juno fria. A Equao 4.9 traduz esse procedimento.

    V(0 C T2) = V(0 C T1) + V(T1 T2) (4.9)

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    Uma outra forma de obter a temperatura a partir da fora electromotriz consiste na aplicao de

    uma frmula matemtica como a representada pela Equao 4.10. O inverso conseguido

    aplicando a Equao 4.11.

    T = a0 + a1V + a2V2+ + anV

    n (4.10)

    V = b0 + b1T + b2T2+ + bnT

    n (4.11)

    Figura 4.7: Fora electromotriz em funo da temperatura para os termopares standard.

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    23

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    4.2.2.4. Termopares na Instrumentao Moderna

    A Figura 4.8 ilustra a estrutura de um sistema de medida de temperatura baseado em computador

    com um termopar. O procedimento a adoptar consiste na medida de duas grandezas fsicas

    distintas: a tenso do termopar V(T1 T2) e a temperatura da juno fria. O conhecimento da

    temperatura da juno fria permite determinar a tenso V(0C T1), que dever ser adicionada

    tenso V(T1 T2) para se obter a tenso V(0C T2), e assim compensar o efeito da juno fria. Uma

    vez corrigido o efeito da temperatura da juno fria, o computador calcula a temperatura T2 a

    partir da tenso V(0CT2).

    Figura 4.8: Medida de temperatura com auxlio de um computador.

    4.2.3. TIPOS DE TERMOPARES

    Com o propsito de estabelecer uniformidade na designao dos termopares, em relao

    composio dos condutores os constituem, e fornecer informao para a sua identificao foram-

    lhes atribudos designaes (ex. J, K, ) e um cdigo de cores, tal como inidcado nas Tabela 4.2

    e Tabela 4.3.

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    Tabela 4.2: Tipos de termopares.

    Tabela 4.3: Cdigo de cores para alguns termopares normalizados.

    4.2.4. TERMMETROS RESISTIVOS

    Este tipo de sensores tem como grandes vantagens a sua simplicidade de aplicao em circuitos

    electrnicos, a sensibilidade e estabilidade de funcionamento. Os sensores termoresistivos podem

    ser divididos em trs grupos:

    - RTD`s (Detectores de temperatura por resistncia ou transdutores metlicos),

    - Termistores;

    - Detectores por juno PN.

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    4.2.4.1. Transdutores metlicos (RTDs)

    Introduo

    Esta designao geralmente atribuda aos sensores metlicos por serem precisamente

    constitudos por metal. Estes so fabricados sob a forma de arame ou de uma fina pelcula.

    Os transdutores metlicos recorrem a elementos sensores (como a platina, o cobre e o nquel,

    etc...) cuja resistncia aumenta com a temperatura.

    So dispositivos conhecidos pela sua estabilidade e elevada exactido numa gama elevada de

    temperaturas.

    A vantagem da independncia da resistividade dos metais relativamente temperatura permite

    us-los para medir temperaturas com eficincia.

    Exemplo:

    - RTDs de platina so utilizados por permitir medir temperaturas com exactido, e se

    manter estvel por perodos muito longos de funcionamento, sendo por isso bastante

    resistente.

    - RTD`s de tungstnio so utilizados para temperaturas superiores a 600 C por resistirem

    alta temperatura e garantirem igualmente um bom funcionamento.

    Tipos de RTDs

    Os RTD`s podero ser basicamente de dois tipos:

    - Em pelcula fina, geralmente de platina depositada num determinado substrato idntico a

    uma micro membrana de silicone.

    - Em arame, geralmente tambm em platina suportado por um adesivo vidrado resistente a

    alta temperatura, que por sua vez se encontra inserido num tubo de cermica. Usualmente

    utilizado em indstria e aplicaes cientficas por garantirem boa estabilidade.

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    A variao da resistncia, RT, com a temperatura, T, para uma grande parte dos materiais

    metlicos modelada por uma equao do tipo:

    RT = R0 ( 1 + 1 T + 2 T 2 + ... + n T n ) (4.12)

    Em que o nmero de coeficientes necessrios depende do grau de exactido pretendido e da gama

    de temperaturas de medio.

    Os transdutores metlicos mais comuns so os de platina, pois apresentam um comportamento

    quase linear:

    RT = Rref ( 1 + T ) onde, = 0,0039 / C (4.13)

    A sensibilidade de um RTD o coeficiente da variao de sada pela variao da entrada:

    T refRTD ref

    R RRS RT T

    = = = (4.14)

    Ligao de um RTD

    - Com fonte de corrente a dois fios:

    ( ) ( )0 2 2T f ref RTDV R R I R S T I R= + = + + f I (4.15) A parcela 2 Rf I ter valor desconhecido, caso a resistncia, Rf, no for conhecida.

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    - Com fonte de corrente a quatro fios:

    Esta montagem prefervel, porque a medio da tenso realizada com alta impedncia, sendo

    desprezveis as quedas de tenso nos fios de ligao.

    - Com ponte de medida a trs fios:

    Esta montagem:

    - Minimiza o efeito da resistncias dos fios de ligao;

    - Se a condio R

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    A sensibilidade da ponte e transdutor:

    0

    4RTDV ES ST R

    = = (4.19)

    Se for imposta uma resistncia de referncia igual a R, isto , Rref = R:

    0 4TV E = (4.20)

    4ES = (4.21)

    A sensibilidade desta configurao aumenta com o coeficiente trmico do RTD e com o aumento

    do valor da fonte de tenso.

    Erros provocados pelo auto-aquecimento (efeito de Joule) sero dados por:

    2

    4T T

    EPR

    = (4.22)

    0 a TT F P = (4.23)

    Exemplo: Se um RTD com factor de auto-aquecimento Fa = 0,5 C / mW e Rref = 100 estiver inserido numa ponte alimentada com uma tenso de 1 V, qual o erro de auto-aquecimento?

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    4.2.4.2. Termistores

    Os termistores constituem outro tipo de resistncias sensveis temperatura.

    So constitudos por materiais semicondutores.

    A sua caracterstica apresenta uma forte no-linearidade:

    Figura 4.9: Curva caracterstica de um termistor.

    Que pode ser expressa pela expresso:

    (4.24)

    So largamente utilizados para medir temperaturas, especialmente para valores na gama 100 C

    a 300 C.

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    Vantagens:

    - Altos valores de resistncia;

    - Fortes sensibilidades;

    - O efeito das resistncias dos fios de ligao pode ser

    negligenciado sem perda de preciso.

    Tal como nos RTD, o efeito do auto-aquecimento poder constituir uma fonte de erro.

    Existem dois tipos que se destinguem pela relao dos declives em relao variao da

    temperatura:

    - NTCs (sensores com coeficiente de temperatura negativos) e;

    - PTCs (sensores com coeficiente de temperatura positivo).

    Termistores NTC

    Um termistor convencional de metal-xido possui um coeficiente de temperatura negativo, ou

    seja, a sua resistncia diminui com o aumento da temperatura.

    Num termistor NTC, a sua resistncia (como em qualquer outro sensor) determinado pelas suas

    dimenses fsicas e material resistivo.

    A relao entre a resistncia e a temperatura altamente no linear para estes sensores. O

    circuito equivalente a um termistor o representado na Figura 4.10.

    Figura 4.10: Circuito equivalente a um termistor.

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    Em geral os termistores podem ser classificados em trs grandes grupos dependendo do mtodo

    pelo qual so fabricados.

    - Tipo de ampola: que pode ser simples ou coberto de vidro ou epxido, ou ento

    encapsulados numa capa de metal.

    - Em chip com contactos superficiais para as ligaes;

    - Por depsito de materiais semicondutores num substrato apropriado, como o vidro,

    alumnio ou silicone. Estes termistores so indicados para sensores integrados e para uma

    classe especial de detectores trmicos infravermelhos.

    De entre os vrios termistores, as superfcies de contacto metalizadas, sejam elas laminadas, no

    revestidas ou em chip so todas elas estveis.

    Uma moderada estabilidade pode ser obtida por revestimento com epxido.

    O tipo de termistor por ampola com arames condutores incrustados no corpo cermico permite-

    lhes operar em altas temperaturas, nomeadamente acima dos 550 C.

    Quando exigida uma resposta rpida prefervel a utilizao dos termistores de ampola,

    contudo tornam-se demasiado dispendiosos em relao aos termistores em chip, alm disso estes

    ltimos causam bastante menos dificuldade na criao de um bom estado de valor nominal na

    medio de temperatura.

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    Um dos factores a ter em considerao nos termistores a sua possibilidade de causar erros na

    leitura com o funcionamento por longos perodos de tempo. Estes no devem ser superiores a

    1% /ano.

    Figura 4.11: Grfico comparativo da estabilidade entre os termistores de ampola e os termistores em chip em modo

    de funcionamento prolongado.

    Um outro factor a ter em conta o efeito de aquecimento interno, ou efeito de Joule provocado

    pela passagem de corrente elctrica pelo seu interior o que provoca um aumento da temperatura

    do sensor induzindo o sistema de aquisio em erro. Em determinadas aplicaes este efeito

    desejado, por exemplo na medio de temperatura de um fluido em fluxo ou radiao trmica.

    Figura 4.12: A Efeito de Joule provocado no sensor inserido no sistema; B Diferena de temperatura

    introduzida por efeito de Joule aquando do incio da medio do objecto.

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    As caractersticas relativas relao entre resistncia e temperatura, na maioria dos casos o efeito

    de Joule indesejvel. A resistncia nominal do termistor dever ser alta e o acoplamento com o

    objecto deve ser maximizado.

    1. As caractersticas relativas corrente ou resistncia face ao tempo.

    2. As caractersticas relativas tenso face corrente, em aplicaes em que o efeito de

    Joule no pode ser desprezado.

    Termistores PTC

    1. Todos os materiais podem ser chamados materiais PTC, contudo os seus coeficientes

    de temperatura de resistividade (TCR) so bastante baixos. Pelo contrrio, materiais

    cermicos PTC num certo limite de temperatura so caracterizados por uma larga

    dependncia de temperatura. So fabricados de substncias cermicas policristalinas,

    onde os componentes base, usualmente materiais altamente resistivos fazem

    semicondutividade pela adio de dopante. Na parte superior da curva da temperatura

    de um material compsito, as propriedades ferroelctricas mudam rapidamente

    resultando numa subida da resistncia, muitas vezes alguma ordem de magnitude.

    Uma funo curva caracterstica de transferncia para o termistor PTC, mostrada na

    Figura 4.13 numa comparao com as respostas NTC e RTD.

    Figura 4.13: Funes de transferncia de termistores PTC e NTC quando comparadas com RTD.

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    importante compreender que para o termistor PTC, dois factores tomam um papel chave:

    temperatura ambiente e um auto-aquecimento.

    A temperatura sensvel do termistor PTC reflectida numa caracterstica Volt-Ampere.

    Figura 4.14: Caracterstica Volt-ampre de termistor PTC.

    H vrias aplicaes onde o efeito auto-regulao de um termistor PTC pode ser bastante til:

    1. Proteco de circuito: um PTC termistor pode funcionar como fusvel indestrutvel em

    circuitos elctricos sensvel a correntes excessivas. A Figura 4.15 A) mostra um PTC

    termistor ligado em srie com uma fonte de tenso E alimentando a carga com corrente i.

    2. Um pequeno termstato do auto-aquecimento (Figura 4.15 B): para a microelectrnica,

    biomedicina, qumica, e outras aplicaes podem ser designadas com um nico PTC

    termistor.

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    Figura 4.15: Aplicaes de termistores PTC. A: circuito limitador de corrente; B: microtermostto.

    3. Circuitos de atraso de tempo podem ser feitos com os termistores PTC graas a longa

    transio de tempo entre a aplicao da fora elctrica no seu aquecimento para um ponto

    resistivo baixo. A Figura 4.16 mostra um simples aparelho de desmagnetizao onde a

    corrente elctrica numa bobina e o correspondente campo magntico decai em magnitude

    conforme o termistor PTC aquece. Quando o oscilador desligado, o termistor est frio e

    a sua resistncia baixa. Depois de se ligar o oscilador, a corrente que atravessa a bobina

    aquece o termistor resultando num incremento gradual na sua temperatura.

    Figura 4.16: Aparelho desmagnetizador com um termistor PTC atenuador. A: diagrama do circuito; B:

    Corrente segundo a bobina.

    4. Medidores de fluxo e detectores de nvel de lquidos que funcionam sobre o princpio de

    dissipao de calor podem ser feitos de uma maneira muito simples com os termistores

    PTC.

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    4.2.4.3. Semsores semicondutores de juno PN

    Um semicondutor de juno PN num dodo e um transstor bipolar apresenta perfeitamente uma

    dependncia trmica.

    Se a juno ligada a um gerador de corrente constante, a tenso resultante torna-se a medida da

    temperatura de juno.

    Um aspecto atractivo dum sensor o seu alto grau de linearidade (Figura 4.17), que por uma lado

    advm do simples mtodo de calibrao usando apenas 2 pontos para definir um declive

    (sensibilidade) e uma intercepo.

    Figura 4.17: Dependncia de tenso para temperatura de um semicondutor de juno sob correntes constantes.

    Normalmente, para uma juno de silicone funcionando a 10 A, o declive aproximadamente -2,3 mV/C e decresce at cerca de -2,0 mV/C para 1mA de corrente.

    Qualquer dodo ou transstor pode ser usado como um sensor de temperatura, no entanto, existem

    aparelhos especiais com este fim, como seja o caso do sensor MTS 102 da Motorola

    Semiconductor Produts, Inc.

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    Um circuito prtico para um transstor usado como sensor de temperatura mostrado na Figura

    4.18 B. A fonte de tenso E com uma resistncia estvel R utilizada em vez de uma fonte de

    corrente.

    Figura 4.18: A: Dodo; B - Dodo interligado ao transstor.

    Quando a temperatura aumenta, a tenso diminui o que resulta num pequeno aumento na

    corrente. Isto causa alguma reduo na sensibilidade a qual, em contrrio, manifestamente no

    linear. Contudo, esta no linearidade pode ser suficientemente pequena para uma aplicao

    particular, ou pode ser cuidada durante o processamento do sinal. Isto faz dum transstor (um

    dodo) um sensor de temperatura muito atractivo para muitas aplicaes, devido sua

    simplicidade e baixo custo.

    4.2.5. OUTROS TIPOS DE SENSORES/TRANSDUTORES DE TEMPERATURA

    4.2.5.1. Sensores pticos de temperatura

    Medio da temperatura em ambientes duros e hostis quando fortes campos elctricos,

    magnticos ou electromagnticos, ou altas tenses fazem medies muito susceptveis

    interferncia, ou muito perigosas para o operador. Uma maneira para resolver o problema usar

    mtodos de medio de temperatura por no contacto. Contudo, tambm h sensores de contacto

    ptico que podem detectar temperatura a transmitir informao sem necessitar de nenhum

    aparelho elctrico no local da medio.

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    4.2.5.2. Sensores floropticos

    Estes sensores baseiam-se na capacidade de um composto especial de fsforo para dar um sinal

    fluorescente em resposta excitao da luz. A forma da pulsao de resposta uma funo da

    temperatura. A declinao da pulsao de resposta altamente reprodutvel segundo um amplo

    limite de temperatura. termicamente estvel, relativamente inerte e benigno dum ponto fixo

    biolgico, e insensvel avaria pela maioria dos qumicos ou pela exposio prolongada

    radiao ultravioleta (UV). Esta emisso fluorescente est no fundo da regio vermelha, e a

    declinao florescente essencialmente experimental.

    4.2.5.3. Sensores Interferomtricos

    Outro mtodo de medio de temperatura baseado na modulao da intensidade da luz pela

    interveno de 2 raios de luz. Um raio a frequncia, enquanto o outro viaja segundo a

    sensibilidade mdia da temperatura e um tanto retardado dependendo da temperatura. Estes

    resultados num meio fase e uma excitao subsequente do sinal de interferncia. Para medies

    de temperatura, pode ser usada uma camada fina de silicone porque o seu ndice refractivo muda

    com a temperatura, modulando assim a distancia de viagem da luz.

    4.2.5.4. Sensores de soluo termocrmica

    Para aplicaes biomedicinais, onde interferncias electromagnticas podem representar um

    problema, um sensor de temperatura pode ser fabricado com de uma soluo termocrmica, como

    por exemplo o cloreto de cobalto.

    A funcionamento deste sensor baseado no efeito da dependncia de temperatura de uma

    absoro espectral num alcance de 400-800 nm pela soluo termocrmica. Isto implica que o

    sensor deve consistir numa fonte de luz, um detector, e uma soluo de cloreto de cobalto a qual

    termicamente ligada com o objecto.

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    4.2.5.5. Sensores acsticos de temperatura

    Sob condies extremas, a medio da temperatura pode-se tornar uma tarefa difcil. Essas

    condies incluem um limite de temperatura crognica, nveis elevados de radiao dentro de

    reactores nucleares, etc..

    Outra condio no usual a medio de temperatura dentro de uma cerca selada com um meio

    conhecido, no qual sensores de contacto no podem ser introduzidos e a cerca no transmissvel

    para radiao infravermelha. Debaixo de condies to raras, os sensores acsticos de

    temperatura podem-se tornar bastante teis. Um principio de manuseamento de tal sensor

    baseado numa relao entre temperatura do meio e velocidade do som. Um sensor acstico de

    temperatura composto por 3 elementos: um transmissor ultra-snico, um receptor ultra-snico,

    e um tubo de gs selado hermeticamente. O transmissor e o receptor so placas de cermica

    piezoelctricas que so acusticamente desligadas do tubo para assegurar a propagao do som

    principalmente sobre o gs fechado, que na maior parte dos casos ar seco. Alternativamente, os

    cristais transmissores e receptores podem ser incorporados numa cerca selada com contedo

    conhecido cuja temperatura tenha de se medir. Isto , um tubo intermdio no necessrio em

    casos que o meio interno, o seu volume e massa so constantes.

    4.2.5.6. Sensores piezoelctricos de temperatura

    O efeito piezoelctrico, em geral, o fenmeno dependente da temperatura. Assim, um sensor de

    temperatura baseado na variao da frequncia de oscilao de um cristal de quartzo pode ser

    projectado. Desde que o quartzo seja um meio no isotrpico, a frequncia de ressonncia de

    uma lmina altamente dependente da orientao cristalogrfica da lmina o to chamado

    ngulo de corte. A dependncia de temperatura da frequncia de ressonncia pode ser

    aproximadamente um polinmio de 3 ordem.

    Deve ter-se em considerao, que as ligaes trmicas do objecto de medio com a lmina de

    oscilao so complexas, pelo que todos os sensores de temperatura piezoelctricos tm uma

    resposta lenta quando comparados por exemplo com termistores.

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    40

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    4.3. Transdutores de Deformao

    4.3.1. INTRODUO

    A extensometria uma tcnica utilizada para a anlise experimental de tenses e deformaes em

    estruturas mecnicas e de alvenaria. Estas estruturas apresentam deformaes sob carregamento

    ou sob efeito da temperatura. importante conhecer a extenso destas deformaes e muitas

    vezes precisam ser monitoradas constantemente, o que pode ser feito de diversas formas. Os

    extensmetros elctricos so largamente utilizados para medir deformaes em estruturas como

    pontes, mquinas, locomotivas, navios e ainda associados a transdutores para medir presso,

    tenso, fora e acelerao. So ainda associados a outros instrumentos de medidas para uso desde

    anlise experimental de tenso at investigao e prticas mdicas e cirrgicas.

    4.3.2. EXTENSMETROS RESISTIVOS

    Transdutor passivo que converte uma deformao numa variao de resistncia.

    Este transdutor colocado sobre a superfcie sujeita a esforos mecnicos, de modo a

    acompanhar as deformaes provocados na superfcie.

    O seu baixo custo, a exactido da medida e a facilidade de utilizao so os principais mritos

    deste transdutor.

    Figura 4.20: Tipos de extensmetros resistivos.

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    A variao de resistncia dada por:

    (1 2 ) lR Rl

    = + (4.25) em que o coeficiente de Poisson.

    A sensibilidade de um extensmetro dada por:

    / 1 2/

    R RKl l

    = = + (4.26)

    R / R=K (variao unitria de resistncia)

    l / l= (variao unitria de comprimento)

    Exemplos de sensibilidade para extensmetros de vrios materiais:

    - Constantan: K = 2,1;

    - Tungstnio: K = 4,0;

    - Semicondutor: K = 150.

    Condicionamento de sinal:

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    42

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    4.4. Transdutores de Deslocamento

    Os transdutor para medir o deslocamento ou a posio, podem ser do tipo resistivo, indutivo

    (principalmente o transdutor LVDT) e capacitivos.

    4.4.1. TRANSDUTORES RESISTIVOS - POTENCIMETROS

    O potencimetro o dispositivo mais simples que se utiliza para obter uma tenso elctrica

    proporcional a uma posio que se pretende medir. constitudo por um condutor elctrico sobre

    o qual se pode deslocar um contacto mvel, o cursor, como se representa na seguinte figura.

    Os circuitos em que se inserem estes potencimetros de medida de posio devem ser projectados

    de forma a que a corrente atravs do cursor seja o mais pequena possvel, a fim de aumentar o

    tempo de vida do potencimetro.

    Admitindo a corrente no cursor nula, a tenso de sada depende apenas da posio em que se

    encontra o potencimetro.

    Figura 4.21: Potencimetros.

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    43

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    Designando por:

    L - curso do potencimetro linear,

    l - posio actual do potencimetro,

    RL - resistncia total do potencimetro,

    R(l) - resistncia do troo correspondente a l

    tem-se:

    ( ) kllR = ; lL

    RlRklR LL == )(

    ivLlv =0

    Para o potencimetro angular as relaes so semelhantes:

    Mivv =0

    em que representa o curso angular do potencimetro e M o seu curso mximo.

    A resoluo de um potencimetro (bobinado) est limitada ao curso do potencimetro e ao

    nmero total de espiras da bobina.

    Para contornar esta dificuldade e tambm para os casos de correntes reduzidas, podem ser

    utilizados potencimetros de resistncia de carvo, mas estes tm o inconveniente de terem uma

    classe de preciso baixa e pouca estabilidade, sendo a sua durao muito curta quando o numero

    de movimentos do cursor elevado.

    Os potencimetros so utilizados para medir deslocamentos superiores a 10 mm e ngulos

    superiores a 10. Tm a vantagem de ser baratos, serem simples, precisos e estveis. Em

    contrapartida apresentam a desvantagem de oferecer resistncia ao movimento e terem inrcia

    mecnica, o que limita a frequncia de resposta, indo esta de 0 a 20 Hz.

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    44

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    4.4.2. TRANSDUTORES CAPACITIVOS

    A capacidade entre dois condutores uma funo da sua configurao geomtrica, da sua posio

    e da constante dielctrica do meio que os separa.

    O movimento de rotao ou de translao pode ser usado de diversas formas para alterar a

    capacidade de um condensador.

    Uma aplicao clssica dos transdutores capacitivos a medio de nvel de lquidos.

    Neste tipo de detectores possvel ajustar parmetros de sensibilidade que se traduziro na

    resposta do detector, no que diz respeito distncia e histerese de deteco. Estes so

    influenciados pela qualidade do detector e pelo facto de ser ou no blindado.

    Os detectores capacitivos blindados so adequados para encontrar objectos mais difceis de

    detectar. So tambm mais sensveis e portanto mais susceptveis de disparar falsamente, devido

    acumulao de sujidade na face do sensor. Os detectores capacitivos no blindados esto

    geralmente equipados para ignorar a sujidade. So mais resistentes variao de humidade e

    mais apropriados para a deteco de lquidos e de partculas de pequena dimenso.

    Figura 4.22 Transdutor capacitivo.

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    4.4.3. TRANDUSTORES INDUTIVOS - LVDT

    O transformador diferencial de variao linear, LVDT (Linear Voltage Differential Transformer),

    dispositivo electromecnico constitudo por um enrolamento cilndrico primrio, dois

    enrolamentos cilndricos secundrios e uma parte mvel ncleo ferro magntico, como se

    representa esquematicamente na figura seguinte.

    Trata-se de um transdutor muito utilizado para a medio de deslocamentos.

    A posio do ncleo mvel determina a ligao magntica entre o enrolamento primrio e cada

    um dos enrolamentos secundrios. Mais especificamente, os enrolamentos secundrios esto

    espaados de forma simtrica em relao ao enrolamento primrio e ligados entre si em serie e

    em oposio. A posio do ncleo proporcional posio ou ao deslocamento que se pretende

    medir.

    Figura 4.23 Transformador diferencial de variao linear.

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    46

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    O enrolamento primrio alimentado a uma tenso alternada, Vi(t).

    Produz uma tenso AC, VO(t), na sada, proporcional ao deslocamento do ncleo do

    transformador:

    VO(t)=V1(t) - V2(t)

    Quando o ncleo se encontra na posio intermdia, a tenso, VO(t) nula.

    Quando se move do centro, a tenso num dos enrolamentos secundrios aumenta, diminuindo no

    outro enrolamento.

    O LVDT utiliza-se para medir pequenos deslocamentos da ordem dos milmetros. H sensores

    com gama de medida inferior a 2 mm, havendo no entanto LVDTs para gamas de 250 mm e at

    superiores.

    A resoluo do LVDT ilimitada, uma vez que a tenso de sada varia de uma forma continua

    em funo da posio do ncleo. Esta est limitada pela electrnica associada. O ncleo move-se

    sem contacto mecnico, no havendo pois problemas de atrito ou de histerese. No tem o

    problema de poder ser danificado por ultrapassar o fim de curso. um dispositivo simples,

    robusto e estvel e por este motivo muito usado.

    A linearidade dos LVDTs depende da posio. Para LVDT com uma gama de medida inferior a

    10 mm a linearidade melhor de 0,25 % do fim da escala.

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    4.5. Condicionamento de Sinal

    A funo dos condicionadores de sinal converter a grandeza de sada para uma tenso, onde a

    amplitude e a frequncia so determinadas pela sada do transdutor.

    As funes complementares so:

    - compensao da grandeza;

    - linearizao;

    - ...

    4.5.1. CONDICIONADORES DE TRANSDUTORES FONTE DE CORRENTE

    O condicionador geralmente utilizado nestas situaes o conversor corrente tenso com

    amplificador operacional.

    -+

    v0

    v2

    v1

    R

    I

    A aco negativa estabelecida pela resistncia de realimentao, R, mantm nas entradas do

    amplificador operacional uma diferena de potencial praticamente nula:

    v1 v2 0

    Esta diferena de potencial tambm aplicada impedncia, Zc , do transdutor, tal como (quando

    aplicvel) impedncia, Zl , dos fios de ligao do transdutor ao amplificador operacional.

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    -+

    v0

    v2

    v1

    R

    I Cc Rc Cl Rl

    Transdutor Fios de ligao Conversor corrente-tenso

    Em resultado, as impedncias Zc e Zl no so percorridas por corrente, e toda a corrente I

    fornecida pelo transdutor atravessa a resistncia R e determina a tenso de sada, v0:

    v0 = - I R

    Dificuldades: A resistncia, R, dever ser elevada para correntes fracas. No entanto, para

    resistncias superiores a 109 existe o risco de causar de dificuldades devido obstruo que provocam, ao rudo, sua instabilidade e ao seu custo.

    Uma montagem alternativa para correntes fracas consiste numa ligao em T de resistncias mais

    fiveis que permitam obter o mesmo ganho de converso.

    -+

    I

    vo

    v2

    v1

    R2R1

    R3

    Transdutor

    V

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    Aplicando a Lei dos Ns:

    0 11

    3 2 3 2

    1

    1

    V V R I VR IV 0I IR R R R

    V V R IIR

    + = + = =

    =

    1 21 0

    3

    R R2I R I V IRR

    =

    1 20 1

    3

    R RV I R RR

    = + + 2

    20 1

    3

    1 RV I R RR

    = + + 2

    Quando R2

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    4.5.2. CONDICIONADORES DE SINAL DE TRANSDUTORES RESISTIVOS

    Duas situaes distintas:

    4.5.2.1. Medida da resistncia R(m).

    Exemplo: medir o valor R(T) de uma resistncia de platina. O conhecimento do valor de uma

    resistncia de platina torna possvel deduzir a partir deste, a temperatura atravs de uma tabela

    normalizada de valores ou aps calibrao.

    O condicionamento apropriado consiste numa montagem com 4 fios alimentados por uma fonte

    de corrente.

    Montagem com 4 fios

    O transdutor resistivo, R(m), est ligado a uma fonte de corrente, Ia, e ao dispositivo de medida da

    resistncia de entrada, Ri. Os fios de ligao a este dispositivo possuem uma resistncia, Rl.

    R(m) Ri

    I2

    Fonte de correnteconstante

    Rl

    Rl

    Ia

    I1vm

    Instrumentode medida

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    A tenso de medida, vm, aos terminais da resistncia, Ri ser dada por:

    ( )( ) 2m al i

    R mv IR m R R

    = + + iR

    Se Ri >> Rl e Ri >> R(m) vm = R(m) Ia

    4.5.2.2. Medida da uma variao da resistncia R(m). Pretende-se medir a variao de uma resistncia quando a mensuranda varia um valor m a partir de um valor original m0. o caso de um termstor que permite a medida de uma pequena variao

    da temperatura, T, em torno de um dado valor, T0, ou no caso de um extensmetro para medir a deformao.

    O condicionador utilizado neste caso a Ponte de Wheatstone.

    Ponte de Wheatstone - Circuito alimentado a tenso:

    R2 R4

    R1 R3

    A BvmE

    m Av V V= B

    2

    1 2A

    RV ER R

    = +

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    4

    3 4B

    RV ER R

    = +

    2 4

    1 2 3 4m

    R Rv ER R R R

    = + +

    ( )( )2 3 1 41 2 3 4mR R R Rv E

    R R R R= + +

    Ponte de Wheatstone - Circuito alimentado a corrente:

    R2 R4

    R1 R3

    A BvmIa

    m Av V V= B

    ( )3 42

    1 2 3 4A a

    R RV R I

    R R R R+= + + +

    ( )1 24

    1 2 3 4A a

    R RV R I

    R R R R+= + + +

    2 3 1 4

    1 2 3 4m A B a

    R R R Rv V V IR R R R

    = = + + +

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    53

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    )

    Caso 1:

    Constituio da ponte: 3 resistncias fixas: Para R1 = R3 = R4 = R0

    Um transdutor com resistncia R0 e variao R2:

    R2 = R0 + R2:

    A tenso de desequilbrio da ponte vir:

    - Alimentao em tenso:

    ( )( )(

    20 2 0 0

    0 2 02 2m

    R R R Rv E

    R R R + = +

    0 22

    0 04 2m

    R Rv E2R R R

    = +

    - Se R2

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    Se R2

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    - Alimentao em tenso:

    ( )( )( ) (

    ( )()

    )

    2 3 1 4

    1 2 3 4

    0 2 0 0 0

    1 2 0 0

    0 2 0 12

    0

    2 2

    4

    m

    m

    m

    R R R Rv ER R R R

    1R R R R R Rv ER R R R

    R R R Rv ER

    = + +

    + + = + +

    =

    - Alimentao em corrente:

    ( ) ( )

    ( )

    2 3 4 1

    1 2 3 4

    0 2 0 0 0 1

    0 1 2

    0 2 12

    0

    2 1

    0

    4

    4

    4

    m a

    m a

    m a

    m a

    R R R Rv IR R R R

    R R R R R Rv I

    R R R

    R R Rv I

    R

    R Rv IR

    = + + +

    + + = + +

    =

    =

    Neste caso, podem ser associadas as montagens descritas em seguida:

    - Montagem Push-Pull;

    - Montagem a 3 fios.

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    Montagem Push-Pull:

    Se R1 e R2 so as resistncias de 2 transdutores nos quais a mensuranda impe variaes iguais

    e de sentido contrrio (exemplo: caso de 2 extensmetros em superfcies distintas de uma placa,

    que apresentaram deformaes iguais mas de sentido contrrio: um compresso e outro

    traco).

    Se R1 = - R2 = R

    - Alimentao em tenso: 0 2

    mR Ev

    R=

    - Alimentao em corrente: 2m aRv I =

    Montagem a 3 fios:

    Para eliminar a influncia da eventual variao da resistncia Rl dos fios de ligao, dever ser

    realizada com a montagem a 3 fios.

    A variao da resistncia do ramo AC no se deve variao da resistncia dos fios de ligao,

    Rl, pelo que a resistncia do ramo AD varia em funo do transdutor (R) e eventualmente em funo de Rl.

    R0' R0

    Rm R0

    Rl vmEA B

    C

    D

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    R1 = R0 + RlR2 = R(m) + RlR3 = R4 = R0

    Se R1 = Rl R2 = R + Rl

    Quando R e Rl

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    A tenso de medida, vm, ser dada por:

    - Alimentao em tenso: 0

    mRv E

    R=

    - Alimentao em corrente: m av R I=

    4.6. Bibliografia

    D.M. Considine, Process/Industrial Instruments and Control Handbook, McGraw-Hill, Fourth

    Edition.

    T.W. Kerlin, Practical Thermocouple Thermometry, Instrument Society of America, 1999.

    Standard ISA-MC96.1-1982 Temperature Measurement Thermocouples, Instrument Society

    of America, 1982.

    G. Asch, Les Captures en Instrumentation Industrielle, Dunod, 1985.

    Apist, Sensores Energia e Ambiente, 1994.

    I.R. Sinclair, Sensors and Transducers, 2 edio.

    J. FRADEN, Handbook of Modern Sensors, San Diego, Springer, 2 edio.

    Introduo Tipos de RTDs Termistores PTC