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Marilyn Strathern o efeito etnográfico

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Notas para a Prova de Antropologia: Evans-Pritchard (Os Nuer)Publicado em 04/09/2011 por Al Almeida[Ateno 1: Bem vindos ao Festival dos Erros de Digitao e Gramtica][Ateno 2: O que segue abaixo est uma confuso da molstia]Evans-Pritchard, Tempo e Espao, in Os NuerNotas do texto resenhado1. Introduo: antropologia social2. Tempo e Espao:As relaes scias dos Nuer so influenciadas por limitaes ecolgicasEle [o autor] distingue os conceitos de tempo espao em dois tipos: aqueles que so principalmente influenciados pelo meio ambiente, o tempo ecolgico e os que so principalmente reflexos das relaes mtuas dentro da estrutura social, o tempo estrutural.3. Guerras e o sistema poltico:Existe pouca solidariedade interna nas tribos Nuer.Entre tribos e entre segmentos de tribos, porm, existe uma grande solidariedade.Os conflitos so partes importantes da manuteno da estrutura social, diferentemente de Radcliffe-Brown, que pensa no conflito como orientao das formas de pensamento e no como algo cuja funo seja balancear a estrutura.Falta de centralidade governamental.Chefe: funo de mediador.4. Concluso:Evans-Pritchard, como dissemos, se preocupa em estabelecer os princpios estruturais da sociedade Nuer, embora fique claro que em seu trabalho a etnologia ocupa a maior parte; fica claro que era algo realmente necessrios, dada a falta de material disponvel com informaes detalhadas sobre esse povo.Notas do texto indicadoAs limitaes ecolgicas e outras influenciamsuas relaes sociaisRelaes ecolgicas significativo para a compreenso do sistema social, que um sistema dentro do sistema ecolgico.Estamos interessados principalmente na influncia das relaes ecolgicas sobre essas instituiesTempo ecolgico e tempo estrutural referem a sucesses de acontecimento que possuem bastante interesse para que a comunidade os note e relacione, uns aos outros, conceitualmente.As mudanas de estao e da lua repretem0se, ano aps ano, de modo que um Nuer situado em qualquer ponto do tempo possui um conhecimento conceitual daquilo que est a sua frente e pode predizer e organizar sua vida de acordo com ele. O futuro estrutural de um homem est, igualmente, j fixado e ordenado em diversos perodos, de modo que as mudanas totais de status por que passar um menino em sua ordenada passagem pelo sistema social.O tempo ecolgico parece ser e cclico.O ciclo ecolgico de um ano.Os meses marginais podem ser classificados de tot ou mai, j que fazem parte de um conjunto, pois o conceito de estaes deriva mais das atividades sociais do que das mudanas climticas que as determinam e o ano consiste para os Nuer num perodo de residncia na aldeia e em outro de residncia no acampamento.Os aspectos pelos quais as estaes so definidas com maior clareza so aqueles que controlam os movimentos das pessoas: gua, vegetao, movimentos dos peixes, etc; sendo as necessidades do gado e as variaes no suprimento de alimentos que traduzem principalmente o ritmo ecolgico para o ritmo social do ano. [principais estaes: tot e mai]O calendrio uma relao entre um ciclo de atividades e um ciclo conceitual e os dois no podem ser isolados, j que o ciclo conceitual depende do ciclo de atividades do qual deriva seu sentido e funo; o calendrio est ancorado ao ciclo de mudanas ecolgicas.Os Nuer no usam muito os nomes dos meses para indicar a poca de algum acontecimento, mas, ao invs disso, referem-se geralmente a alguma atividade de destaque que est em processo na poca de sua ocorrncia; o tempo para elas, consiste numa relao entre vrias atividades.Quando os Nuer desejam definir a ocorrncia de um acontecimento com vrios dias de antecedncia: referncia s fases da Lua.O relgio dirio o gado, o circulo de tarefas pastoris, e a hora do dia e a passagem do tempo durante o dia so para o Nuer, fundamentalmente, a sucesso dessas tarefas e suas relaes mtuas. Eu voltarei para a ordenha, partirei quando os bezerros estiverem de volta, etc. clara que, em ltima anlise, a contagem de tempo ecolgico totalmente determinada pelo movimentos dos corpos celeste, mas apenas algumas de suas unidades e notaes baseiam-se diretamente nesses movimentos (po exemplo, meses, dia, noite e algumas partes do dia e da noite), e presta-se ateno e seleciona-se tais pontos somente porque sosignificativos para as atividades sociais. So as prprias atividades notadamente as de tipo econmico, que constituem as bases do sistema e fornecem a maioria de sua unidades e notaes, e a passagem do tempo percebida na relao que uma atividade mantem com as outras.Os movimentos dos copos celeste permitem que os Nuer selecionem pontos naturais que so significativos em relao s atividades. Da, no uso lingustico, as noites, ou melhor, os sonos, serem unidades de tempo definidas com maior clareza do que o dias, ou sis, porque so unidades indiferenadas de atividade social; e os meses, ou melhor, as luas, embora sejam unidades de tempo claramente diferenadas, enquanto que o dia, o ano e suas estaes principais so unidades ocupacionais completas. [o tempo no possui o mesmo valor durante todo o ano].Os Nuer no possuem uma expresso equivalente ao tempo de nossa lngua; no creio [o autor] que eles jamais tenham a mesma sensao de lutar contra o tempo ou de terem de coordenar as atividades com um passagem abstrata do tempo, porque seus pontos de referncia so principalmente as prprias atividades, que, em geral, tm o carter de lazer. Os acontecimentos seguem uma ordem lgica, mas so controlados por um sistema abstrato, no havendo pontos de referncia autnomos aos quais as atividades devem se conformar com preciso. Os Nutem tm sorte [Fofo!].Eles pensam com muito maior facilidade em funo das atividades e de sucesses de atividades e em funo da estrutura social e das diferenas estruturais do que em unidades puras de tempo.Podemos concluir que o sistema nuer de contagem de tempo dentro do ciclo anual e das partes do ciclo consiste numa srie de concepes das mudanas naturais e que a seleo de pontos de referncia determinada pela significao que essas mudanas naturais tm pa as atividades humanas.Num certo sentido, todo o tempo estrutural, j que uma ideao de atividades colaterais, coordenadas ou cooperativas: os movimentos de um grupo. De outra forma, conceitos desse tipo no poderiam existir, pois preciso que tenham um significado semelhante para cada membro do grupo. A hora da ordenha e a hora das refeies so aproximadamente as mesmas para todas as pessoas.Existe, contudo, um ponto onde podemos dizer que os conceitos de tempo cessam de ser determinados por fatores ecolgicos e tornam-se mais determinados pelas inter-relaes estruturais, no sendo mais um reflexo da dependncia do homem da natureza, mas um reflexo da interao de grupos sociais.Uma vez que o tempo para os Nuer uma ordem de acontecimentos de significao importante para um grupo, cada grupo possui seus prprios pontos de referencia, e o tempo e, em consequncia, relativo ao espao estrutural, considerado em termos de localidade.Os Nuer possuem outra maneira de indicar de modo grosseiro quando os fatos ocorreram; no em numero de anos, mas em referencia ao sistema de conjuntos-etrios. A distancia entre os acontecimentos cessa de ser calculada em termos de tempo, tais como ns compreendemos, e calculada em termos de distncia estrutural, sendo a relao entre grupo e pessoas. , portanto, inteiramente relativo estrutura social. Assim, um Nuer pode dizer que um acontecimento ocorreu depois que o conjunto etrio Thut nasceu ou no perodo de iniciao do conjunto etrio Boiloc, mas ningum pode dizer h quantos anos aconteceu. O tempo , aqui, calculado em conjuntos; preciso dizer apenas que no podemos traduzir com preciso a contagem de conjuntos para uma contagem em anos, mas podemos estimar de modo grosseiro um intervalo de dez anos entre o comeo de conjuntos sucessivos.Qualquer relacionamento de parentesco precisa ter um ponto de referncia numa linha de ascendentes, ou seja, um ancestral comum, de modo que tal relacionamento sempre possui uma conotao temporal abrigada em termos estruturais.Maneira pela qual um indivduo percebe o tempo ele pode calcular a passagem do tempo em referncia aparncia fsica e ao status de outros indivduos e s mudanas em sua prpa vida, mas tal mtodo de contagem do tempo no possui uma ampla validez coletiva. Os aspectos do problema que esto diretamente relacionados com a descrio anterior dos modos de vida e com a descrio a seguir das instituies politicas.J observamos que o movimento do tempo estrutural , em certo sentido, uma iluso, pois a estrutura permanece bastante constante e a percepo do tempo no mais do que o movimento de pessoas, frequentemente enquanto grupo, atravs da estrutura. Assim, os conjuntos etrios sucedem-se uns aos outros para sempre, mas jamais h mais de seis existindo ao mesmo tempo e as posies relativas ocupadas por esses seis conjuntos so, a todo momento, pontos estruturais fixos atravs dos quais passam conjuntos reais de pessoas em eterna sucesso; o sistema nuer de linhagens pode ser considerado como um sistema fixo; a profundidade e amplido das linhagens no aumenta a menos que haja mudanas estruturais.Alm dos limites do tempo histrico, encontramos um plano de tradio no qual se pode supor que um certo elemento do fato histrico tenha sido incorporado num complexo de mitos; Os fatos tm, por conseguinte, uma posio na estrutura, mas nenhuma posio no tempo histrico, da maneira como ns o entendemos. Alm da tradio, situa-se o horizonte do mito puro, que sempre visto na mesma perspectiva temporal. Um fato mitolgico no precede outro, pois os mitos explicam costumes de significado social geral, mais do que3 as inter-relaes entre segmentos determinados, e no so portanto estruturalmente estratificados; O mundo, os povos e as culturas existem, todos, juntos, a partir do mesmo passado remoto.A histria termina h um sculo e a tradio, medida generosamente, leva-nos para trs apenas dez a doze geraes na estrutura de linhagem, e, se estivermos certos ao supor que a estrutura de linhagem jamais cresce, segue-se que a distncia entre o comeo do mundo e o dia de hoje permanece inaltervel. O tempo assim, no contnuo, mas um relacionamento estrutural constante ente dois pontos, a primeira e a ltima pessoa numa linha de descendncia agntica. A pouca profundidade do tempo nuer pode ser avaliada pelo fato de que a rvore sob a qual comeou a existir a humanidade ainda estava de p, na regio ocidental da terra nuer, h alguns anos.A contagem do tempo uma concepo da estrutura social; Ele no tanto um meio de coordenar um acontecimento, quanto de coordenar relacionamentos e consiste, portanto, notadamente em olhar-se para trs, j que os relacionamento tm de ser explicados em termos de passado.Conclumos que o tempo estrutural um reflexo da distncia estrutural.A distncia ecolgica uma relao entre comunidades definida em termos de densidade e distribuio, e com referncia a gua, vegetao, vida, animal e de insetos []A distncia estrutural de ordem muito diversa, embora sempre seja influenciada e, em sua dimenso poltica, amplamente determinada pelas condies ecolgicas. Por distncia estrutural queremos dizer a distncia entre grupos de pessoas dentro de um sistema social, expressa em termos de valores. A natureza da regio determina a distribuio das aldeias e, por conseguinte, a distncia entre elas, porm os valores limitam e definem a distribuio em termos estruturais e fornecem um conjunto diferente de distncia; os valores atribudos residncia, parentesco, linhagem, sexo e idade diferenciam grupos de pessoas atravs da segmentao, e as posies relativas que os segmentos ocupam uns em relao aos outros fornecem uma perspectiva que nos permite falar das divises entre eles como divises do espao estrutural.As condies fsicas que so responsveis pela escassez de alimentos e tambm uma tecnologia simples provocam um baixa densidade e uma distribuio esparsa das reas de fixao. A falta de coeso poltica e de desenvolvimento pode ser relacionada com a densidade de distribuio dos Nuer.J notamos que a distncia estrutural a distncia entre grupo de pessoas na estrutural social e que ela pode ser de diferentes tipos. Aqueles que nos interessam no presente relato so a distncia poltica, de linhagem e de conjunto etrio.Os Nuer do valores s distribuies locais. Poder-se-ia pensar que fcil descobrir quais so esses valores, mas, uma vez que esto incorporados em palavras, no se pode compreender seu alcance de referncia sem um conhecimento considervel da linguagem do povo e da maneira como esta usada, porquanto os significados variam de acordo com a situao social e uma palavra pode referir-se a uma variedade de grupos locais.[inserir a figura da p. 127]Uma aldeia no uma unidade no segmentada, mas sim uma relao de vrias unidades menores.Uma aldeia compreende uma comunidade, vinculada pela residncia comum e por uma rede de parentesco e laos de afinidades, cujos membro, como j vimos, formam um acampamento comum, cooperam em muitas atividades e azem refeies nos estbulos e abrigos contra o vendo dos outros. Uma aldeia o menor grupo nuer que no especificamente de ordem de parentesco e a unidade politica da terra dos Nuer. As pessoas de uma aldeia tm um forte sentimento de solidariedade contra outras aldeias e grande afeio por sua localidade, e, apesar dos hbitos nmades dos Nuer, as pessoas que nasceram e cresceram em uma aldeia sentem sades dela e provavelmente voltaro para l e faro ali suas casas, mesmo quando residiram em outros lugres por muitos anos.Distrito agregado de aldeias ou acampamentos que se comunicam fcil e frequentemente entre si. As pessoas dessas aldeias participam das mesmas danas, casam-se entre si, executam vendetas, fazem expedies de saque conjuntas, partilham dos acampamentos da estiagem ou fazem acampamentos na mesma localidade, etc. esse agregado indefinido de contatos no constitui uma categoria ou grupo poltico nuer, porque as pessoas no veem sem si mesmas, nem so visas pelas demais, como uma comunidade nica, mas distrito, a esfera de contatos sociais de um homem ou dos contatos sociais das pessoas de uma aldeia e , portanto, relativo pessoa ou comunidade da qual se fala. Um distrito tende a corresponder a um segmento tribal tercirio ou secundrio, de acordo com o tamanho da tribo. A esfera dos contatos sociais de um homem pode, ento, no coincidir inteiramente com qualquer diviso estrutural.Cada tribo possui um nome que tanto se refere a seus membros, quanto regio que ocupa. Cada uma tem seu territrio particular e possui e defende seus prprios locais de construo.Os membro de um tribo tm um sentimento comum para com sua regio e portanto para com os demais membros. Um homem e uma tribo v os habitantes de outra como um grupo indiferenado, para o qual ele tem um padro indiferenado de comportamento, enquanto v a a si mesmo como membro de um segmento de sua prpria tribo; O sentimento tribal baseia-se tanto na oposio s outras tribos, como no nome comum, no territrio comum, na ao conjunta na guerra, e na estrutura comum de linhagem de um cl dominante.Todas as suasbrigas provem dos pastos, que disputam, o que no impede que uns viajem pelas terras dos outros sem qualquer risco; Em teoria, uma tribo era considerada uma unidade militar e, se duas sees de tribos diferentes mantinham hostilidades, cada uma podia depender do apoio das demais sees de sua tribo; na prtica, porm, muitas vezes elas somente entrariam na luta se o outro lado estivesse recebendo assistncia de sees vizinhas. Quando uma tribo unia-se para a guerra, havia uma trgua nas disputas internas dentro de suas fronteiras. [poltica]Alianas militares entre tribos, frequentemente sob a gide de um deus que falava por intermdio de seu profeta, eram de curta durao, no havia qualquer obrigao moral para form-la e, embora a ao fosse harmnica, cada tribo lutava separadamente sob seus prprios lideres e vivia em acampamentos separadas dentro da regio inimiga.Existe pouca solidariedade dentro de uma tribo e as disputas so frequentes e de longa durao. Com efeito, a disputa uma instituio caracterstica da organizao tribal.Uma tribo foi definida por: um nome comum e distinto; um sentimento comum; um territrio comum e distinto dos demais; uma obrigao moral de unir-se para a guerra; e uma obrigao moral de resolver brigas e disputas atravs de arbitramento; uma tribo uma estrutura segmentada e h oposio entre seus segmentos; dentro de cada tribo existe um cl dominante e a relao entre a estrutura de linhagem desse cl e o sistema territorial da tribo de grande importncia estrutural; uma tribo constitui uma unidade dentro de um sistema de tribos; os conjuntos etrios so organizados tribalmente.Tribos adjacentes opem-se umas s outras e lutam entre si. Algumas vezes elas se juntam contra os Dinka, mais tais combinaes constituem federaes frouxas e temporrias para uma finalidade especfica e no correspondem a qualquer valor poltico ntido; Mas entre as tribos nuer no h organizao comum ou administrao central e, da, no h qualquer ude poltica a que possamos nos referir como formando uma nao; as tribos adjacentes e as dinka que se encontram frente a elas, formam sistemas polticos, uma vez que a organizao interna das tribos pode ser integralmente compreendida apenas em termos de sua oposio mtua e da oposio comum frente aos Dinka que as ladeiam.Alm desses sistemas de relaes polticas diretas, todo o povo nuer se v como uma comunidade nica e sua cultura como uma cultura nica. A oposio aos vizinhos d aos Nuer uma conscincia de grupo e um forte sentimento de serem exclusivos. Sabe-se que algum Nuer por sua cultura, que muito homognea, especialmente por sua lngua; Contudo seu sentimento de comunidade mais profundo do que o reconhecimento de identidade cultural; um Nuer jamais um estrangeiro para outro Nuer, como o para um Dinka ou Shilluk. Seu sentimento de superioridade, o desprezo que demonstram a toados os estrangeiros e sua disposio para lutar contra este constituem um vnculo de comunho, e a lngua e valores comuns permitem pronta comunicao entre si.As tribos so grupos exclusivos politicamente, mas no correspondem exatamente esfera de relaes sociais de um indivduo, embora essa esfera tenda a seguir as linhas da diviso poltica.Fazer distino entre: distncia poltica no sentido de distncia estrutural entre segmentos de uma tribo [a maior unidade poltica] e entre tribos dentro de um sistema de relaes polticas; distncia estrutural geral no sentido de uma distncia no poltica entre vrios grupos sociais na comunidade que fala a lngua nueras relaes estruturais no polticas s mais fortes entre tribos adjacentes, mas uma estrutura social comum abrange toda a terra nuer; e a esfera social de um indivduo, sendo seu crculo de contatos sociais de um tipo ou de outro com outro nuer.A estrutura poltica dos Nuer somente pode ser compreendida quando colocada em relao a de seus vizinhos, com quem formam um nico sistema poltico. O povo dinka o inimigo imemorial dos nuer. Assemelham-se na ecologia, cultura e sistemas sociais, de tal modo que os indivduos pertencentes a um dos povos so facilmente assimilados pelo outro; e, quando a oposio de equilbrio entre um segmento politico nuer e um segmento poltico dinka se transforma num relacionamento onde o segmento nuer torna-se totalmente dominante, resulta numa fuso e no uma estrutura de classes. Sempre tem havido inimizade entre os dois povos. Quase sempre os Nuer tm sido os agressores, e eles encaram pilhar os Dinka como um estado normal de coisas e como um dever, pois tm um mito que explica e justifica esse fato. A guerra entre Dinka e Nuer no meramente um conflito de interesses, mas tambm um relacionamento estrutural entre os dois povos; e tal relacionamento requer um certo reconhecimento por ambos os lados, de que cada um, at determinado ponto, a partilha dos sentimentos e hbitos do outro. Somos levados por essa reflexo a notar que as relaes politicas so profundamente influenciadas pelo grau de diferenciao cultural existente entre os Nuer e seus vizinhos.Uma pessoa membro de um grupo poltico de qualquer espcie em virtude de no se membro de outros grupos da mesma espcie. Ela os v enquanto grupo e os membro deste a veem enquanto membro de um grupo, e as relaes da pessoa com eles so controladas pela distncia estrutural entre os grupos envolvidos. Mas uma pessoa no se v como membro de um segmento do grupo que se situa fora e em posio oposta a outros segmentos do grupo. Portanto, uma pessoa pode ser membro de um grupo e, contudo, no ser membro dele. Este um princpio fundamental da estrutura poltica nuer. Assim, uma pessoa membro de sua tribo em relao a outras tribos, mas no membro de sua tribo na relao que seu segmento mantm com outros segmentos do mesmo tipo.Os valores polticos esto sempre em conflito, falando-se em termos de estrutura, um valor vincula uma pessoa a seu grupo e um outro a um segmento do grupo em oposio a outros segmentos do mesmo, e o valor que controla suas aes uma funo da situao social em que a pessoa se encontra. Pois uma pessoa v a si mesma como membro de um grupo apenas enquanto oposio a outros grupos e v um membro de outro grupo como membro de uma unidade social, por mais que esta esteja fragmentada em segmentos opostos.As relaes polticas so relativas e dinmicas. Estas so colocadas melhor enquanto tendncias para conformar-se a certos valores em certas situaes, e o valor determinado pelos relacionamentos estruturais das pessoas que compe a situao. Assim, se e de que lado um homem ir lutar depende do relacionamento estrutural das pessoas envolvidas na luta e do seu relacionamento com cada um dos lados.Precisamos fazer referncia a outro importante princpio da estrutura poltica nuer: quanto menos o grupo local, mais forte o sentimento que une seus membros; Mas tambm evidente que, quanto menor o grupo, maiores os contatos entre seus membro, mais variados so esses contatos e mais cooperativos so eles; Os laos tornam-se menos e mais distantes quanto maior for o grupo, e a coeso de um grupo politico depende sem dvida alguma do nmero e fora dos vnculos de tipo no politico.Tambm deve ser dito que as realidades polticas so confusas e conflitantes. So confusas porque nem sempre, mesmo num contesto poltico, esto de acordo com os valores polticos, embora tenham tendncias a conforma-se a eles, e porque os vnculos sociais de tipo diverso operam no mesmo campo, algumas vezes reforando e outras indo em sentido contrrio a eles. So conflitantes porque os valores que as determinam, devido relatividade da estrutura poltica, esto, eles tambm em conflito. A coerncia das realidades polticas pode ser vista apenas quando o dinamismo e relatividade da estrutura poltica so compreendidos e quando a relao da estrutura poltica com outros sistemas sociais levada em considerao.Roteiro de Leitura: Evans-PritchardTempo e espao, captulo 3 em Os Nuer: uma descrio do modo de subsistncia e das instituies polticas de um povo nilota. E. Evans-Pritchard procura nos mostrar em Os Nuer: uma descrio do modo de subsistncia e das instituies polticas de um povo nilota (1999), que os conceitos de tempo e espao desse povo so reflexos de sua relao com o meio ambiente e das relaes que mantm entre si no interior da estrutura social. Explique como essa concepo dos conceitos de tempo e espao entre os Nuer influenciada pelo Durkheim.Como Evans-Pritchard define estrutura social?Essa definio de estrutura social influenciada porque autortem por base que linha terico-metodolgica?Descreva, em suas prprias palavras, o conceito Nuer de tempo ecolgico e de tempo estrutural.Qual a relao entre os Nuer e os Dinka, segundo Evans-Pritchard?Como o mito recontado E-P acerca das relaes entre os Nuer, os Dinka e Deus (1999:138) retrata estes povos e as relaes que mantm entre si?Ao descrever o sistema poltico dos Nuer, E-P afirma que se trata de um sistema poltico segmentrio, acfalo e igualitrio. A) Explique o que o autor quer dizer com isso. B) Discuta ao menos uma das crticas que foram feitas em relao a esta descrio do sistema poltico dos Nuer.Notas de aula A inteno da pesquisa de Evans-Pritchard a questo da administrao da colnia. (administltica indireta; as pesquisas trabalhavam para a administrao colonial; no os ingleses que ocupavam a administrao, mas sim os nativos; eles precisavam compreender como funcionava o sistema poltico da regio para melhor domin-la)[O livro foi publicado em 1940, neste mesmo ano o autor publicou Sistemas Polticos Africanos, este livro tambm tinha o mesmo papel das pesquisas exploratrias. EP dizia no prefcio que escreveu o livro para os estudantes de antropologia e para o governo imperial]A questo principal do livro a poltica: eles criam uma tipologia dos sistemas polticos.Encontraram sistemas sem Estado os quais chamaram de acfalos e os Nuer um deles (Estados primitivos). H nisto uma classificao evolucionista e pejorativa.O auto muito influenciado pelas categorias do entendimento (Durkhein);Como o autor define estrutura social? Estrutura social: conjunto social como o conjunto de relaes entre os grupos sociais que compe uma sociedade ou um povo (Radcliffe-Brown); a estrutura social consiste na soma total das relaes sociais de todos os indivduos num dado momento do tempo. Embora no possa ser naturalmente vista em sua integridade, em qualquer momento dado podemos observ-la; toda realidade fenomenal a est.Carta de Radcliffe-Brown para Lvi-Strauss uso o termo estrutura social num sentido to diferente do seu que a discusso fica difcil e com poucas probabilidades de ser proveitosa, para voc a estrutura social nada tem a ver com a realidade mas com modelos que so construdos, eu considero a estrutura social uma realidadeEstrutura social para Lvi-Strauss: influenciada pelos linguistas; discutir os aspectos formais dos fenmenos sociais; tem a ver com o inconsciente, uma infraestrutura, tem uma relao entre os temas, que forma os sistemas (uma estrutura deve ser sistmica [ideia de transformao]; o modelo pertence a um grupo de transformaes; previsvel; seu funcionamento pode explicar todos os fatos observados).Sistema social nuer [p. 107]um sistema dentro do sistema ecolgico parcialmente dependente deste e parcialmente existindo por direito prprio possvel fazer uma tipologia dos sistemaso sistema dentro do sistema ecolgico; ele se refere a como um grupo constri suas relaes com o meio ambiente, no colada, porque h outros grupos que formam outros sistemas sociais parecidos. H determinantes ecolgicos e como cada grupo constri sua relao social com ele. A relao social dependente da relao que estabeleceram com o meio ambiente, tem a ver com a estrutura social que os outros grupos sociais constroem.O autor trabalha com duas categorias do entendimento [Durkheim]: scio-espacial e scio-temporal, essas duas categorias so aplicadas aos sistemas: tempo ecolgico e tempo estrutural (tempo) distncia ecolgica e distncia estrutural (espacial). O que est mais associado ao tempo e distncia ecolgica.Os nuer tm a caractersticas de ter as duas esferas, temporal e espacial, relacionadas com a ecologia.Nuerum povo nilota (assim como os dinka; eles tambm so muito parecidos; evivem do gado); Nilohamitas: shiluk e luo;O gado to importante que o ciclo econmico e o calendrio esto pautados pela vida do gado; h duas estaes: chuva e seca;eles migram conforme a necessidade do gado; o ciclo das estaes est relacionado com a direo do nuer, o gado precisa se alimentar e povo que vive dele tambm, assim se dirigem para onde tem comida para o gado. Ficam uma parte na aldeia e outra nos acampamentos.NiloHamitas: Shiluk e Luo, vivem perto, mas no so ascefalos, tem um Estado primitivo.As categorias scio-estruturais dependem exclusivamente das relaes mtuas entre os grupos, dentro da estrutura social.A antropologia de EP descritiva e visual, porque ele um funcionalista-estruturalista. A forma de descrever uma estratgia de convencimento [todo mundo faz isso][tempo ecolgico: o tempo tem a ver com as atividades] Eles tem dificuldade de nomear o tempo no perodo entre 10h e 12h porque o dia comea s 4h quando tudo se movimenta em funo do gado (curral, estbulo, etc); h diferenciao entre as atividades sociais, isto muito diferente do nosso tempo que tem por base a economia industrial, recebemos salrio por hora de trabalho, nosso tempo sistemtico e regrado; a lgica tem a ver com a lgica de produo. Da percebe-se quando e porque se criou o relgio que tem a ver com o tempo social do trabalho.O vocabulrio tambm est associado atividade social, por exemplo, h vrios nomes para o gado, mas poucos para outras coisas.Categorias de tempo estrutural: conjunto etrios = 7 (6 + 1 extinto); gerao do sistema de parentesco = 4 avs, pais, filhos e netos; linhagens. ( um povo sem escrita). Assim, a profundidade temporal limitada (conjuntos etrios).Para classificar o tempo, eles recorrem aos eventos (casamento, nascimento, guerra).Tempo estrutural enquanto reflexo da distncia estrutural (p. 119 ed. 1999)Linhagem: so agnticasconsistem de pessoas que traam sua ascendncia exclusivamente atravs dos homens at um ancestral comum [p. 11tem mais dois pargrafos]O sistema poltico Nuer: distncia ecolgica (acampamentos e aldeias); distncia estrutural: sistema politico: inclui todos os povos com os quais tem contato (quando EP quer retratar a forma de organizao politica que no diz respeito apenas aos nuer, mas suas relaes com outros grupos) [lembrar do mito dos nuer e dinka que ainda com as diferenas, consideram-se irmos, filhos do mesmo deus, lembrar tambm que unem-se para guerrear com um outro grupo que no seja irmo]Crtica: ele no deu importncia s alianas, ficou muito fixo nas questes patrilineares, matrimnio e sistema de parentesco bilateral.EP coloca trs esferas: poltico-jurdico segmentos tribais e linhagens; domestico parentesco bilateral e casamento; cultural religio e ritual. A esfera cultural superestrutural; A domstica sub-estrutural e poltico-jurdico estrutural. Assim, d mais importncia politica, deixando meio de lado as alianas (para ele a importncia apenas local, no percebendo que as alianas e incorporaes entre nuer e dinka afeta todo o sistema social)Povo: todas as pessoas que falam a mesma lngua e que tem, sob outros aspectos, a mesma cultura e se consideram diferentes de agregados semelhantes.Tribo: maior segmento poltico nuerSegmentos globais.Seo primria: Ver o que est acima na p 127Linhagem: agnticas, traa pelo lado masculino e no topo tem um ancestral comum, a maior o cl.[ver o diagrama da p. 214 e 256; para a professora uma parte irritante, tudo muito arrumadinho; uma tentativa de dar uma ordem s coisas, porm as coisas so mais confusas do que localizar as linhagens em um tringulo, clssico do estrutural-funcionalista que quer se aproximar da exatido]Sistema politico:Sociedades:Segmentaria ( nisso que ele utiliza para criar segmentos/linhagens: como ela funciona; tudo funciona com relao aos segmentos, eles so complementares e tambm esto em oposio; isso a base do sistema poltico)Agntico (no puramente patrilinear; e nas linhagens matrilineares tem menos status)Acfalo (o papel que ele atribuiu aos chefes como um rbitro, talvez no seja isso exatamente)Igualitrio (um sistema no pode ser igualitrio e hierrquico ao mesmo tempo, mas tem o aspecto das guerras que so travadas entre iguais)Hierrquico (idem; quanto moradia, linhagem, etc)Estes trs ltimos itens uma confuso da porraE quanto contemporaneidade.Livro [1991] Etnicidade Nuer Militarizada o tema a violncia etnitizada que passou a permear a vida dos nuer e dinkaIdentidade:Performtica: para se ser membro de um grupo preciso desempenhar um determinado papel;Essencialista (sangue): um outro povono se pode tornar um dinkaQuando EP escreveu poderia haver um nuer-dinka [sei l] No Sudo independente que liderado pelo Isl [sei l]Marilyn Strathern o efeito etnogrficoEm 1980: dinka-nuer vivem em local com petrleo; passou a se construir oleodutos de propriedade de um grupo canadense essa terra que era de pastagem passou a ser muito disputada; os dinka e os nuer se juntam e formam um partido SPLA, que incialmente queriam um Estado democrtico e secular, ideia defendida para o Sudo como um todo.Em 1990: o SPLA tem uma disputa de liderana que originalmente tem uma liderana dos dinka, [sei l] h uma ciso que passa a defender uma autodeterminao de independncia do sul do Sudo. Essa disputa de liderana alimentada pelo exrcito sudans, para matarem-se entre si e portanto, manter o controle do petrleo, isso traz uma mudana na identidade e diz respeito s mulheres, que foram muito valorizadas devido ao seu papel reprodutivo, elas agora passam a ser alvo privilegiado de rapto e matana: diminuio da reproduo e humilhao do grupo.IDENTIDADE ETNICA SITUACIONAL, NO FIXA, A TRADIO NO ALGO IMUTVEL.Tais mudanas alteram a identidade dos nuer e dos dinkaReviso para a prova:Evans-Pritchard: no Geertz tem uma discusso sobre tempo e o espao. O tempo e espao estrutural diz respeito ao grupo e estrutura, sei l com o homem e o ambiente; categorias do entendimento: tempo e espao esto na estrutura; relao dos homens com o meio ambiente; os Nuer por serem nmades, com apenas 02 estaes, faz com que vivam uma parte do tempo na aldeia e nos acampamentos, o espao ecolgico importante para este povo.Tempo e espao na estrutura social, tem os segmentos, unidades polticas, patrilineares: possvel entender a estrutura deles.A questo de como define estrutura social: sua concepo baseada na linha metodolgica Radcliffe-Brown: estrutural-funcionalista. A nica diferena com essa linha que a histria importante, ele acha que a antropologia deve incorporar mais a histria.Importante fazer uma distino entre a linha estruturalista francesa [Lvi-Strauss]Questo com os Dinka: como eles esto incorporados na vida social dos Nuer, questo da briga pelo gado; a diferena entre eles para pegar o gado de um e do outro [mito]Sistema poltico acfalo e igualitrio [?]. Aspectos contemporneos questionam esse sistema.So acfalos em sua contraposio [sei l] e igualitrios porque inclui todas as aldeias, embora haja cls dominantes; eles tm posies equivalentes entre si, olha-se ento para os segmentos; embora sejam equiparados, s alguns cls so dominantes, assim h uma hierarquia [sei l]; os dinkas s so incorporados quando casam com uma mulher dos Nuer, assim, os filhos tero uma posio dentro do grupo dominante.