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O poeta e dramaturgo Serguéi Tretiakóv escreveu nove divertidos poemas. Cada um ensina o leitor a recriar um animal a partir de objetos facilmente encontrados em casa. O amigo Aleksandr Ródtchenko e sua esposa construíram maquetes de papel dos bichos e das crianças, a partir de moldes geométricos. Colocando-as sobre uma mesa, e aplicando luz, elas ganham movimento através de um jogo de espelhos e sombra. Temos, assim, um verdadeiro circo de papel em fotos revolucionárias ao longo das páginas, que torna Imitabichos um livro-espetáculo em todos os sentidos – além de uma grande brincadeira. Bilíngue, a edição traz ao leitor brasileiro este material inédito, conta com a certeira tradução de Rubens Figueiredo, texto exclusivo do dramaturgo Jean-Pierre Ryngaert e inclui um encarte com moldes e instruções para montar figuras de papel. Neste pdf, apenas uma breve degustação da obra.
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ediçã
o bilíng
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Basta de cães e de gatos. Mais ambição: é a vez dos cangurus e dos
polvos, das prudentes tartarugas, das estranhas girafas. Nada de
pálidas imitações, é preciso jogar de ser e de não ser, de surpreender
a si mesmo. Uma mochila escolar e os dois gatinhos da casa, eis a
bolsa do canguru, e você ganhou uma prole rebelde. Uma sacola
para o polvo que espia suas presas na sombra; coitado do cavalo
que se divide em dois e de seu cavaleiro no chão. Enquanto você
joga, acredita na brincadeira; se deixar de acreditar, muda de mon-
taria, e, protegido por uma carapaça, volta a caminhar lentamente
e a recuperar o fôlego, como sua amiga tartaruga; ou então inventa
sem pressa formas de papel.
Os poemas-esquetes de Serguéi Tretiakóv encantam com seu
faz-de-conta, homenageiam os animais, fascinando as crianças invento-
ras que se apossam de objetos cotidianos e começam a jogar. As inédi-
tas e revolucionárias ilustrações em fotografia de Alexandr Ródtchenko
revelam o sonho construtivista. Entre o jogo e a arte, entre as crianças
e os artistas, uma bela história… de bichos.
Jean-Pierre Ryngaert
tradução Rubens Figueiredo
imitabichos
rodtchenko
aleksandr
imitabichosserguei tretiakov
A tartaruga anda tão devagarQue parece puxar um arado.Leva duas horas para chegarDa porta até o meu lado.
A tartaruga não faz mal a ninguém.Se o cachorro vem, late e ameaça,Em resposta, ela chia para ele tambémE se encolhe dentro da carapaça.
Um menino rasteja: nas costas, uma bacia.Lá vem o cachorro, curioso demais,Derruba a bacia, vê o que antes não via.Tartaruga e menino não são mesmo iguais? a tartaruga
a tartaruga
Agora escute bem, garotada,A história de uma ave muito falada.Vive nas terras do Sul, cheias de luz,Toda coberta de penas de avestruz.É o avestruz mesmo, e corre feito o vento.Cem quilômetros ele cruza num momento.Não pia nem canta, mas é bicudo.Come prego, come vidro, come tudo.Só é bobo na hora do perigo.Pensando que achou um abrigo,Enfia a cabeça debaixo da asa,Acha que assim entrou numa casa,E que se ele não vê ninguém,Ninguém vê o avestruz também. o avestruz
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Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CiP)(Câmara Brasileira do Livro, sP, Brasil)
Tretiakóv, serguéi [1892-1939]imitabichos: serguéi TretiakóvTítulo original: Samozviériilustrações: aleksandr RódtchenkoTradução: Rubens figueiredoEdição bilínguesão Paulo: Cosac Naify, 201148 pp., 26 ils.
isBN 978-85-405-0005-1
1. Poesia - Literatura infantojuvenil i.Ródtchenko, aleksandr. ii. Título.
11-06463 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:1. Poesia: Literatura infantojuvenil 028.52. Poesia: Literatura juvenil 028.5
© Cosac Naify, 2011© alexandre Lavrentiev por aleksandr Ródtchenko e Varvara stiepánova© Editions MeMo, 2010 para esta ediçãoPrimeira edição publicada pela Editions MeMo, Collection des Trois ourses
Coordenação editorial Isabel Lopes CoelhoCapa e composição Paulo André ChagasTradução da quarta capa Cássia SilveiraRevisão Maria Fernanda AlvaresProdução gráfica Lilia Goes
Nesta edição, respeitou-se o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Esta obra contou com o apoio da Fundação Mikhail Prokhorov
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Basta de cães e de gatos. Mais ambição: é a vez dos cangurus e dos
polvos, das prudentes tartarugas, das estranhas girafas. Nada de
pálidas imitações, é preciso jogar de ser e de não ser, de surpreender
a si mesmo. Uma mochila escolar e os dois gatinhos da casa, eis a
bolsa do canguru, e você ganhou uma prole rebelde. Uma sacola
para o polvo que espia suas presas na sombra; coitado do cavalo
que se divide em dois e de seu cavaleiro no chão. Enquanto você
joga, acredita na brincadeira; se deixar de acreditar, muda de mon-
taria, e, protegido por uma carapaça, volta a caminhar lentamente
e a recuperar o fôlego, como sua amiga tartaruga; ou então inventa
sem pressa formas de papel.
Os poemas-esquetes de Serguéi Tretiakóv encantam com seu
faz-de-conta, homenageiam os animais, fascinando as crianças invento-
ras que se apossam de objetos cotidianos e começam a jogar. As inédi-
tas e revolucionárias ilustrações em fotografia de Alexandr Ródtchenko
revelam o sonho construtivista. Entre o jogo e a arte, entre as crianças
e os artistas, uma bela história… de bichos.
Jean-Pierre Ryngaert
tradução Rubens Figueiredo