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“Tanto a criação do Paraíso como a criação do inferno dependem unicamente do pensamento do homem” I niciei minha vida religiosa há cerca de trinta anos. Até então, minha maneira de pensar era pouco eficaz. Eu sempre pensava: “Não devemos praticar más ações, e sim boas ações.” Ao tentar colocar isso em prática, no entanto, faltava-me coragem. Dessa maneira, eu era completamente indiferente no que se refere ao Bem e ao Mal. Creio que na sociedade existem muitas pessoas com pensamento semelhante ao meu naquela época. Todavia, à medida que minha fé ia se aprofundando, comecei a compreen- der claramente não só a relação entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual, mas também a Vontade Divina, e minha maneira de pensar mudou por comple- to. De que forma isso aconteceu? As más ações tornam-se grandes peca- dos, e as boas ações resultam num bem várias vezes maior, além da nossa imaginação. Assim, juntamente com a grande mudança do meu estado psico- lógico, minha diretriz mudou no sentido de excluir absolutamente o mal e fazer todo o esforço para colocar em prática o bem. Desde então, de forma surpreen- dente e misteriosa, meu destino come- çou a mudar. Minha confiança aumen- tou e, quanto mais eu praticava boas ações, como que em recompensa, as coisas boas vinham às minhas mãos. Logicamente, eu também ia ganhando a confiança da maioria das pessoas, confiança que foi aumentando a cada “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama Shin Verdade Zen Bem Bi Belo IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL JUNHO 2015 EDIçãO ESPECIAL BOLETIM INFORMATIVO 20 ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

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“Tanto a criação do Paraíso como a criação do inferno dependem unicamente do pensamento do homem”

Iniciei minha vida religiosa há cerca de trinta anos. Até então, minha maneira

de pensar era pouco eficaz. Eu sempre pensava: “Não devemos praticar más ações, e sim boas ações.” Ao tentar colocar isso em prática, no entanto, faltava-me coragem. Dessa maneira, eu era completamente indiferente no que se refere ao Bem e ao Mal. Creio que na sociedade existem muitas pessoas com pensamento semelhante ao meu naquela época.

Todavia, à medida que minha fé ia se aprofundando, comecei a compreen-der claramente não só a relação entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual, mas também a Vontade Divina, e minha maneira de pensar mudou por comple-to.

De que forma isso aconteceu? As más ações tornam-se grandes peca-dos, e as boas ações resultam num bem várias vezes maior, além da nossa imaginação. Assim, juntamente com a grande mudança do meu estado psico-lógico, minha diretriz mudou no sentido de excluir absolutamente o mal e fazer todo o esforço para colocar em prática o bem.

Desde então, de forma surpreen-dente e misteriosa, meu destino come-çou a mudar. Minha confiança aumen-tou e, quanto mais eu praticava boas ações, como que em recompensa, as coisas boas vinham às minhas mãos. Logicamente, eu também ia ganhando a confiança da maioria das pessoas, confiança que foi aumentando a cada

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

JUNHO 2015edição especial

BOletim iNfOrmativONº 20

ENSINAMENTO DE MEIShU-SAMA

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O meu nome é Sandra Peixoto Gonçalves, sou membro há 15 anos e neste momen-

to, dedico como missionária do Johrei Center do Porto.

Ao longo do tempo de membro tive dife-rentes dedicações, empenhando-me sempre nas orientações de cada ano. Mas quando me informaram que se iria dar início à formação de Auxiliares de Família, eu relutei em participar, justificando-me por diversas vezes. Na realida-de, eu não queria fazer a formação, pois não estava alinhada com o sonen de expansão da

IMM em Portugal. Nessa altura, dedicava como plantonista há muitos anos e estava bem aco-modada e quietinha no meu canto.

Mesmo sem vontade, participei na forma-ção. Quando estava a terminar, comecei a ter dificuldades para continuar no plantão pois o meu marido queria que deixasse de despender uma manhã inteira no Johrei Center. A pressão que o meu marido fez, para mim, já não era no-vidade, pois já tinha acontecido por diversas vezes.

Certo dia comentei com o Ministro a situ-

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“ Expandir a Obra Divina sem convencionalismos”

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

experiência de fÉ

dia, até os dias de hoje. Essa deve ser a filosofia da felicidade total.

Tais experiências não se limitam a mim. Ao observar numerosas pessoas da sociedade, constato que, apesar do seu grande esforço, as coisas não correm conforme o seu desejo. Muitas vezes, vejo pessoas que ficam desapontadas por te-rem encontrado obstáculos, por terem tido prejuízos, por não verem os seus es-forços reconhecidos e por não ganharem a confiança dos outros. Ao analisá-las mi-nuciosamente, no entanto, infalivelmente descubro os pontos em que elas estão er-radas. Principalmente mentiras ditas com toda naturalidade. Isso é o que há de pior. Tais pessoas, antes de mais nada, devem fazer um exame íntimo de si mesmas, pois certamente descobrirão a causa dos seus problemas no fundo do coração.

Creio que elas compreenderão que a causa de não conseguirem obter os resul-tados desejados, não obstante o seu es-forço, são os seus próprios pecados.

Principalmente os religiosos, como fo-ram escolhidos por Deus e têm o compro-misso de serem pessoas exemplares, não devem desviar-se do caminho. Devem manter a firme disposição de não se en-vergonharem perante o Céu e a Terra. Tais pessoas são amadas por Deus, conse-quentemente a proteção Divina também é maior. Como o seu espírito está sempre alegre, elas gozam de uma vida tranqüila, não criam inimigos, não granjeiam o ran-cor de terceiros e passam a ser respeita-das por muitas pessoas. Assim, tornam-se criaturas felizes.

Meishu-Sama, 1 de fevereiro de 1954

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ação que estava a passar, ao que me respon-deu, que o meu marido estava a ser utilizado para que eu pensasse em mudar a minha de-dicação. Lembro-me que furiosa, retorqui: ”O meu marido sempre quis que eu não dedi-casse. Vou fazer a vontade dele??? Mas por acaso, o ministro está a tentar expulsar-me da minha dedicação?” Passado umas sema-nas uma membro que eu acompanho, assumiu o compromisso de dedicar, no mesmo horário do meu plantão. Assim, o Ministro informa-me que eu tinha todas as condições para iniciar o trabalho missionário fora do Johrei Center.

Protestei com tudo e com todos especial-mente com Meishu-Sama, pois não queria e não queria…. Mas por obediência, lá fui desa-pegando, encaminhando todos os meus ante-passados aprisionados pelo preconceito, ver-gonha, medo, etc.

Assim, aos poucos adaptei- me à nova re-alidade, não sabia muito bem o que fazer, nem por onde começar. Eu estava à espera de outra forma de dedicar. Então pensei, vou abrir a mi-nha casa para ter um núcleo de Johrei. Quando arranjei coragem de perguntar ao meu marido se ele permitia, ele negou-me veementemen-te.Nessa altura fiquei a pensar: “Mas porque é que as pessoas que acompanho abrem a porta e comigo é sempre tão difícil?”

Na minha reunião semanal com o Ministro, estava eu a comentar a posição do meu marido em relação a ter núcleo de Johrei em casa e recebo a seguinte orientação: “É porque tens de pensar nuns moldes diferentes, numa outra forma de expandir os ensinamentos de Meishu-Sama.”

Fiquei a pensar nessa orientação e pensei que a iria aplicar imediatamente no formato que Meishu-Sama desejava. Fui ao altar e co-muniquei a Meishu-Sama que iria aproveitar o aniversário do meu marido para dedicar no ser-vir aos convidados dele. Tenho a ressaltar que, tinha negado, muitas vezes, ao meu marido, festejar o seu aniversário em casa, pois seriam muitas pessoas, despesa e muito trabalho.

Bem, mudei a minha forma de pensar e a minha atitude e o resultado foi que a minha casa parecia um verdadeiro Johrei Center. Grande parte dos amigos dele, receberam Johrei, uns

pela primeira vez e o meu marido, dizia para os amigos irem ter comigo.

Um amigo dele só se ria e dizia que eu es-tava cheia de clientes…. Como não conseguia transmitir Johrei a todos, Meishu-Sama ainda fez mais, uma amiga membro, telefona-me e acaba por vir lá para casa, ajudando-me a mi-nistrar Johrei.

O aprendizado desta experiência é o se-guinte: enquanto eu estava agarrada à “uma forma”, eu só conseguia originar conflito com o meu marido. A partir do momento, que apro-veitei a oportunidade para servir os outros, gerou-se alegria e felicidade, tudo se tornou suave, sem qualquer tipo de impedimento e sofrimento.

Este foi um dos milagres, mas concretiza-ram-se outras situações que na nossa vida es-tavam pendentes (Tínhamos uma torre de alta tensão à porta de casa que foi retirada logo após essa atividade.) originando uma onda de mudança, felicidade e de gratidão na nossa fa-mília.

O meu marido disse-me que iria agradecer a Meishu-Sama, com donativo. Eu respondi-lhe: “Isso é pouco e é o mais fácil para ti. Mediante a graça que tivemos, o esforço é fazer algo que nunca fizestes e tens dificul-dade.” E assim, resolveu participar no Culto aos Antepassados levando toda a família, fa-zendo donativo de gratidão.

Para além destes milagres, também acres-cento outro que para mim é o mais importante. Pela primeira vez, vou receber dois membros de fora que participam neste seminário, ofe-recendo jantar em minha casa e dando apoio a outro membro que disponibilizou a sua casa para passarem a noite. Olhando para trás, este simples jantar jamais aconteceria, por serem pessoas do Johrei.

Materializei com donativo a minha gratidão, a Deus e a Meishu-Sama e aos meus antepas-sados que foram salvos com a minha transição das trevas para a Luz, ou seja, da minha atitude Shojo para Daijo.

Mais uma vez, renovo a minha vontade de servir na expansão da Luz de Meishu-Sama à sociedade, sem grandes convencionalismos.

Muito obrigada!

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

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Boa tarde! Os senhores encontram-se bem?

(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!)Antes de mais nada, gostaria de agradecer

a todos os senhores pela vossa sincera dedi-cação que nos permite expandir a Obra Divina de Salvação de Deus e Meishu-Sama aqui em Portugal e na Espanha.

Quero também agradecer a todos pelo es-forço que fizeram para estarem aqui hoje. Tenho certeza que cada um dos senhores devem ter enfrentado algumas dificuldades para estarem presentes no seminário de hoje. Seja dificulda-de de saúde, económica, familiar, etc. Sempre surge algum obstáculo não é verdade? (Sim!) Esses obstáculos aparecem porque o Mun-do Espiritual nos desafia para saber se quere-mos realmente crescer, aprimorar ou não. Isto faz parte da seleção natural. Graças a Deus e

Meishu-Sama, os senhores, com o apoio dos vossos antepassados, conseguiram chegar até aqui. Parabéns!

Quero agradecer também aos ministros e missionários do Porto, Vila Nova de Gaia e ar-redores, que nos estão a receber com tanto carinho. Nestes eventos sei que existe muito trabalho de preparação e de organização. Não é fácil receber tantas pessoas! Muito obriga-do peça vossa carinhosa receção, simpatia e Makoto. (Makoto é um ideograma japonês a que Meishu-Sama atribuiu o seguinte significa-do: Sinceridade, fé, amor, lealdade, honestida-de, fidelidade, cordialidade, verdade, devoção, correção, constância e altruísmo)

O Seminário de hoje é especial porque te-mos reunidos aqui as colunas Sagradas da Obra Divina de Portugal e Espanha. Os senho-res, para chegarem ao nível em que estão, como

SEMINÁRIO PARA AUXILIARES DE FAMÍLIA E MISSIONÁRIOS PREPARAÇÃO PARA O CULTO DO PARAÍSO TERRESTRE

PORTO - 30 E 31 DE MAIO/2015

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL MINISTRO CARLOS EDUARDO LUCIOw

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um grande antagonismo entre duas teorias so-bre a origem do homem: Os criacionistas que acreditam na teoria de que o homem foi criado por Deus e os evolucionistas que acreditam na teoria de Darwin, de que as espécies foram evo-luindo e o homem descendem do macaco.

Meishu-Sama ensina uma coisa muito im-portante, que acho fundamental no nosso se-minário de hoje: A construção do Paraíso é a construção do homem paradisíaco. Achamos tão bonito falar que estamos a trabalhar para a construção do Paraíso Terrestre, não é? (Sim!) Quando vamos aos Solos Sagrados, que são os protótipos do Paraíso Terrestre, fica-se a dese-jar construir um local como aqueles nos nossos países. Mas eu gostaria de perguntar se mesmo tendo um local materialmente lindo como aque-les, em perfeita harmonia entre a mão de Deus e a mão do homem, mas estando lá pessoas que não têm um sentimento paradisíaco este local, por si só, já seria Paraíso? Se as pessoas que estiverem lá forem antipáticas, agressivas, mal-educadas, cheias de defeitos, por mais beleza natural que haja, por mais belas construções, se alguém for lá e for mal tratado, vai embora e nunca mais vai querer voltar, não é assim? (Sim!)

Por outro lado, se aqui onde não existe toda aquela grandiosidade material mas se quem vier receber calor humano, carinho, atenção, amor, apoio, etc… não será um Paraíso para essa pessoa? Por isso, a construção do Paraíso,

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missionários, passaram por muitas etapas. Tive-ram que superar muitas dificuldades, barreiras, purificações, contrariedades, aborrecimentos e tentações para abandonar a fé, mas foram, com a permissão de Deus e Meishu-Sama, supe-rando-as uma a uma e graças a tudo isso que passaram, o vosso espírito foi temperado. Tal como a espada que Meishu-Sama cita, em um Ensinamento, a qual alternando o fogo, as mar-teladas e a água fria, tempera o aço, que depois corta até ferro. Se os senhores são missionários hoje e estão aqui, é porque foram “temperados” por Deus e Meishu-Sama. Parabéns!

Ter sido encarregado de fazer uma palestra sobre um tema tão importante, talvez o mais im-portante da nossa Igreja, como a Transição da Era da Noite para a Era do Dia e a construção do Paraíso Terrestre, não é nada fácil e dificulta ainda mais quando o público já é tão esclareci-do sobre o assunto. (risos)

Desde a antiguidade que várias religiões, cada uma da sua maneira, fala sobre a constru-ção do Paraíso Terrestre. No Cristianismo fala-se no Advento do Reino dos Céus sobre a Terra. Todos que estudaram na catequese aprenderam que o homem foi criado no Paraíso. Kyoshu-Sama também fala isso: que fomos criados no Paraíso, que está vivo dentro de nós. A Igreja Católica também fala disso através da história do Adão e Eva que foram criados no Paraíso, não foi? No Éden, no “Jardim do Éden”. Existe

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Experiência de Fé da Sra. Sandra Peixoto Gonçalves

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na verdade, é a construção do homem paradisí-aco. Mas quando ouvimos que a construção do Paraíso é a construção do homem paradisíaco, o que pensamos? “Ah, a minha missão é for-mar pessoas paradisíacas”. Pensando assim, a pessoa começa a lutar para querer transformar os outros em seres paradisíacos, quer mudar os outros; mudar o marido, a mulher, os filhos, os pais, o Ministro, os membros, etc. Mas será que a missão de construir o homem paradisíaco é a missão de construir “os outros” como seres paradisíacos ou nos autoconstruirmos como seres paradisíacos? É possível mudar alguém? Os senhores já conseguiram mudar alguém? Pelo contrário! Quando mais tentamos mudar alguém, esse alguém piora. Já viveram essa ex-periência, não é? (Sim!) Quanto mais se insis-te para que uma pessoa mude aquele defeito, mais ela piora, não é assim? Então a quem é que podemos mudar? Só a nós mesmos e com muita dificuldade! Por quê é tão difícil mudar a nós mesmos? Porque temos apego aos nossos defeitos e nos achamos quase perfeitos. Tenho um amigo que diz assim: “Ninguém é perfeito, talvez nem eu!” (risos).

Este ano, no formulário que levaremos ao altar, por ocasião do Culto do Paraíso Terrestre, além do nome das pessoas que gostaríamos de encaminhar, criámos um objetivo prático; uma prática altruísta em casa, no trabalho, na esco-la, na Igreja e na sociedade. Tenho ouvido de algumas pessoas, especialmente dos Ministros, coisas muito interessantes porque através des-se objetivo, eles se propuseram em mudar al-gumas coisas que, sabiam que precisavam me-lhorar, mas não estavam a dar a devida impor-tância. Começaram em casa, com as esposas, a fazer pequenas coisas, quase insignificantes da parte deles, mas que para elas, eram mui-to importantes. Do género de chegar em casa à noite, cansado, querer ver a televisão, querer ouvir um jogo de futebol mas desligar a televi-são e ficar a ouvir a mulher (risos). Vocês estão a rir porque acham que é fácil! Não é fácil, não! Ouvir não é difícil porque os ouvidos estão aber-tos; o difícil é prestar atenção! (risos). Porque nós desligamos e ficamos ouvindo só: “Blá, blá, blá”. Mas elas são espertas, no fim perguntam: “Entendeste?”, “Entendi”, “Então o que é que eu disse? Fala! Estás a ver? Não me escutas!”.

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Outro Ministro também chegava a casa a noi-te, comia depressa e já se levantava para ir ver televisão ou fazer outras coisas e a mulher, que come mais devagar que ele, ficava sentada na mesa, sozinha. Agora, mesmo acabando de co-mer, ele fica sentado na mesa ouvindo a mulher. Isso para elas é uma grande e importante “fatia” do Paraíso dentro do lar.

Não é só fazer o que deixa o outro feliz, é também não fazer o que o deixa infeliz. Porque, na Igreja, como Ministro, ouvir com atenção os membros não é fácil mas consegue-se. Mas em casa, com a mulher e com os filhos, é bem mais difícil. Portanto, essa construção do Paraíso, a construção do Homem paradisíaco é, antes de mais nada, o Homem como “pai”, como “mari-do”, dentro da própria casa. Isso é mais difícil! Ouvir a própria mulher 10 minutos, ao fim do dia, é mais difícil do que um dia inteiro de 12 horas de dedicação fora de casa. Muito mais difícil! Todos os senhores têm família e sabem como é difícil isso. Eu já há muitos anos venho pratican-do a fé dentro do meu lar porque descobri que não existe força missionária sem a prática da fé em casa. O missionário que não consegue fazer a própria família feliz não tem força de salvação. Não toca a alma de ninguém; só toca o intelecto. Explica de cabeça para cabeça; da razão para a razão. A pessoa entende mas não faz, porque a sua alma não foi tocada. A esse missionário falta a prática da fé no local mais importante que é a

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é na família; na separação dos casais, no dis-tanciamento entre pais e filhos, no ódio entre os irmãos, etc. Portanto, o ponto principal para o missionário é este: As práticas básicas da fé na família.

Recentemente, estive em Córdoba visitan-do o aqui presente, senhor Orestes e a sua famí-lia, que me receberam com muito amor. Qual foi a orientação que eu lhe dei? “O senhor orientou-me para praticar Johrei com a minha esposa to-dos os dias!” Se o senhor conseguir isso todos os dias já merece uma medalha! Prestem aten-ção porque estou a falar “todos” os dias! Sem falhar domingos, feriados, Natal, etc. Eu digo que é difícil porque o faço há muitos anos e sei o quanto custa! Não é difícil? “Sim é difícil!” De vez em quando, muitos conseguem; todos os dias é raríssimo!

Esse é um ponto sobre o qual, nós Minis-tros, estamos sempre a refletir. Estou sempre a lembrá-los esta prática dentro do lar e eles es-tão a relatar-me as experiências que vão tendo. Esse ano, quando criámos esse objetivo que di-vulguei no Culto, eu já tinha práticas que realiza-va no lar e por isso decidi melhorar o que já fa-zia. Em casa já ministrava de 20 a 25 minutos de Johrei, todos os dias, à minha mulher e por isso passei a ministrar de 50 minutos a uma hora, todos os dias. Dupliquei a prática. Só estamos os dois em casa, então só posso aumentar o tempo e não a quantidade de pessoas. Logica-mente ela ficou muito feliz e eu também.

Não existe missionário com força de orien-tação se não praticar dentro da própria casa. O missionário que não pratica a fé dentro de casa é demagogo. Ele ensina coisas que não pratica e o Mundo Espiritual não atua através da de-magogia; atua através do Makoto. Ter Makoto é também fazer o que se fala e falar o que se faz; ser transparente. Essas duas coisas têm que caminhar paralelamente. Meishu-Sama nos orientou que o Mundo de Miroku é o Mundo Cristalino e Ele construiu o Palácio de Cristal para representar este mundo.

Também no trabalho e na escola. Isto por-que muitas vezes passamos mais horas por dia com colegas de trabalho e de estudo do que com a própria família. Muitos saem de casa de manhã e só voltam à noite. Estão oito horas no trabalho, fechados com os colegas e o chefe,

sua família. Isso é um Ensinamento de Meishu-Sama que há muitos anos eu lia, sabia de cor, mas não entendia. Meishu-Sama diz assim no Ensinamento “A minha natureza”:

“Quando acordo pela manhã, a minha primeira preocupação é saber o estado de

ânimo dos meus familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem e enquanto não faço

algo para melhorar o seu estado de espirito eu não fico tranquilo.”

Quem diz isso é o Messias Salvador do mundo! Qualquer um de nós poderia imaginar que Ele pensasse: “Quando acordo pela manhã, a minha primeira preocupação é saber como está a salvação do mundo...” Não, esta não era a sua primeira preocupação, mas sim a sua fa-mília, porque esta é a célula da sociedade. Um organismo, por maior que seja, ele é composto por células. Um tumor, por exemplo, por mais agressivo que seja, ele começa com uma pri-meira célula cancerosa que se divide, reproduz-se e vai crescendo até formar metástases. Um organismo sadio é feito por células sadias; um organismo doente é feito por células doentes. Na sociedade ocorre a mesma coisa e por isso onde o mal mais atua é na família, que é a célula da sociedade. A maior parte das pessoas quan-do pensam no mal lembram da máfia, do crime organizado, etc., mas isso é um mal secundário. Onde ele mais trabalha para destruir o Homem

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por terem afinidades com eles. Mas achamos que com aquelas pessoas não é possível pra-ticar a fé. Porque “este” é católico, “aquele” é comunista, “aquele outro” é muito chato, “aque-la outra” é fofoqueira, e assim por diante. Desta forma, para ele, aquelas pessoas com que ele trabalha não tem salvação! (risos) Ele quer sal-var “uma outra pessoa”, só que essa “outra” não aparece. Isto porque Deus não a mandou salvar “uma outra”, ele mandou-a salvar os colegas de trabalho, através da prática da fé naquele am-biente. Ela os quer catequisar e às vezes diz: “Já ofereci Johrei a todos os meus colegas e ninguém quer receber. Acho que eles não têm salvação. Eles não têm merecimento de se tor-narem membros”. Mas, em contra partida, não está a fazer Flor de Luz no trabalho, não está a levar Ikebana para o trabalho, não faz limpeza espiritual no ambiente de trabalho com objetivo de transmitir Luz aos colegas. Fazer difusão não é só ministrar Johrei. Muitas vezes o Johrei vai ser a última coisa, quando tocarmos o coração das pessoas através do nosso comportamento. Quando se sentirem tocados, aí sim consegui-remos ministrar-lhes Johrei. Mas a pessoa quer logo ministrar Johrei, doutrinar, dar aulas de princípios e trazer para a Igreja para receber o Ohikari. Não funciona assim!

Depois, no formulário, temos a prática da fé na sociedade. No início deste mês, quando vol-tei para a Itália, pus-me a pensar: “O que é que eu posso fazer na sociedade?” Desde janeiro do ano passado, com a intensificação das mi-nhas dedicações, deixei de caminhar como fa-zia e devido a estar muito tempo sentado, meus pés começaram a inchar. Justificando para mim mesmo que “não tinha tempo” fui deixando a saúde em segundo lugar e colocando em pri-meiro lugar o servir, mas como os pés não de-sinchavam, percebi que o meu sistema venoso não estava a funcionar bem. Assim, comecei a levantar-me todos os dias, uma hora mais cedo para caminhar. No primeiro dia, enquanto cami-nhava, percebi que as calçadas e as ruas eram muito sujas: maços de tabaco vazios, latas de refrigerantes, garrafas de plástico, publicidades, papel de doces, etc. Assim, decidi como prá-tica altruísta recolher o lixo durante as minhas caminhadas, limpando espiritualmente e mate-rialmente a cidade. Eu moro numa cidade pe-

quena e por isso, com vergonha dos vizinhos, peguei num saco de lixo, numas luvas e fui para o outro lado da cidade onde ninguém me co-nhecia. (risos) Na primeira esquina, abaixei-me para apanhar algo e quando me levanto, quem vinha na minha direcção? O meu vizinho de por-ta! (risos) Ele vinha de carro e quando virou a es-quina apanhou-me com o lixo na mão. Ele ficou tão surpreso que até travou o carro! Ele olhou pra mim e eu olhei para ele, com o lixo na mão. (risos) Aí nos cumprimentamos. Percebi logo a mensagem: “Entendi Meishu-Sama. Eu tenho que, além de apanhar lixo, treinar a humildade também! (risos) Tenho que vencer o meu orgu-lho!” No dia seguinte decidi ir para o outro lado da cidade. Quando me abaixo para apanhar o lixo, quem é que sai do correio? Um morador do meu prédio que é engenheiro e também pre-sidente da assembleia do condomínio. Ele ficou tão sem graça de me ver a apanhar lixo que nem me cumprimentou! Virou-se para o outro lado, para fazer de conta que não me tinha visto. (risos) E fui vivendo situações desse tipo, com pessoas que me olhavam com desprezo, por es-tar a fazer um trabalho tão humilde. Até que, no terceiro dia, apareceu um senhor de idade muito bem vestido, que ao ver-me apanhando o lixo disse: “Bravo! Bravo!”. Então entendi que já es-tava recebendo a aprovação dos antepassados

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daquelas pessoas. No quarto dia, de tanto abai-xar-me e levantar-me começaram a doer-me os joelhos (risos) e as pernas tremiam de cansaço. No primeiro dia consegui apanhar mais de tre-zentos lixos, no segundo dia mais de seiscen-tos e no terceiro dia quase oitocentos. Comecei a contar porque fiquei curioso de quanto lixo conseguiria juntar por dia. Quando o saco fica cheio, esvazio-o no contentor e continuo o meu percurso. Hoje eu estou a apanhar mais de mil lixos por dia. Também ajudou-me fisicamente porque é um bom exercício. Mas chegou um dia em que fiquei muito cansado e pensei: “Eu vou parar de fazer isso. Chega!” Mas, como orienta-dor, senti a responsabilidade de praticar o que eu ensinava e falei para mim mesmo: “Como é que vais parar? Depois, quando fores encontrar com os membros, os missionários, vais dizer o quê? Que moral vais ter para orientar se não es-tiveres a fazer? Espiritualmente és o líder e se desistires, vais emanar essa fraqueza para eles. Mesmo que eles não saibam, vais influenciá-los negativamente. Portanto, pratique o que ensi-nas, custe o que custar!”

Isso também acontecia com Meishu-Sama quando purificava severamente, dava ordem ao seu secretário: “Amanhã de manhã tire-me da cama a tal hora. Tire-me da cama, nem que seja à força!”. Mesmo que a família e as pesso-

as ao seu redor pedissem para Ele descansar, essa era a ordem que Ele dava ao secretário, porque tinha essa responsabilidade de dar o exemplo. Se Ele esmorecesse, os Ministros e os Reverendos iriam dizer: “Ah, ele se rende!”, então eles iriam se render também; fazer cor-po mole. Mas como viam que Meishu-Sama, de qualquer maneira servia a Deus, eles ganhavam força para eles próprios também se superarem.

Porque é que eu estou a dizer isso? Por-que a nossa missão como missionários não é só a de fazer mas também de dar o exemplo. Se os senhores observam os seus Ministros, os seus membros também vão observa-los como auxiliares de família. Talvez não falem mas estão a olhar. Ao esforçarem-se para dar o exemplo, eles vão imitá-los; se fraquejarem, eles também fraquejarão.

Conhecendo as características de um de-terminado missionário, no ponto em que ele tem dificuldade, constatamos que os membros do grupo dele também apresentam a mesma difi-culdade. Ao contrário, há missionários que são bons em donativo e têm grandes experiências. No grupo deles ninguém tem dificuldade em fazer donativo porque eles já formam a pessoa desde o início praticando. E quem pratica vê os resultados. Outro missionário, que é muito bom na assistência religiosa, no seu grupo todos dão assistência religiosa. Isso acontece porque é como se fosse um filho espiritual. Os filhos aprendem pelo exemplo e não pelas palavras. Os membros não vão fazer o que nós disser-mos, mas sim o que nós fizermos. Se formos fazer limpeza espiritual, eles vão nos acompa-nhar, vão achar bonito e vão gostar. Talvez, na primeira vez, fiquem um pouco desambienta-dos mas depois entram no espírito e ficam ma-ravilhados de terem sentido emoções e alegrias nunca sentidas antes. Essa responsabilidade, nós, como líderes, precisamos ter, pois as pes-soas vão se espelhar em nós. Para a pessoa, logo que entra na Igreja, Meishu-Sama é muito distante, é um quadro lá na parede; não está a ver Meishu-Sama ainda, ela vê a nós, que esta-mos vivos à frente dela. Depois, com o tempo, através do exemplo do missionário, ele vai che-gar a Deus e a Meishu-Sama com a leitura e a prática dos Ensinamentos. Mas o primeiro pon-to de referência somos nós, por isso é uma

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grande responsabilidade. Se nós conseguirmos vencer as nossas dificuldades e barreiras, va-mos conseguir passar isso para os membros. Quanto mais fraquejarmos, mais membros fra-cos vamos formar. E depois não adianta dizer ao Ministro: “Os membros do meu grupo não querem nada. O senhor deu-me um grupo de membros que não funciona”. Não é o grupo, é a lei da afinidade. Se quer que o grupo melhore, melhore-se a si. Se quer que o grupo faça, faça primeiro. Não diga para eles fazerem, chame-os para fazerem junto consigo. Quer que o mem-bro entenda o que é dedicação? Chame-o para dedicar junto consigo. Quer que ele entenda o que é Johrei? Chame-o para sentar-se do seu lado e ministre Johrei. Deixe-o ver a ministrar Johrei. Quer que ele entenda sobre donativo? Pegue num envelope, faça donativo e deixe-o ver que você faz. Daí a pouco, quando menos esperar, ele estará com um envelope na mão, a fazer donativo. Aprendem assim: sejam as virtu-des ou os defeitos.

Anos atrás, numa viagem ao Solo Sagrado do Japão, durante uma entrevista com o Reve-rendíssimo Watanabe, ouvi dele uma estória que me marcou muito. Ele me contou que, quando fazia relatório para Kyoshu-Sama, sempre ouvia a seguinte expressão: “Ah! Eu preciso mudar!”. No encontro seguinte: “Ah! Eu preciso mudar!”. Chegou uma altura em que o Reverendíssimo falou? “Kyoshu-Sama, não precisa dar indiretas. Se o senhor quer que eu mude, fale: “Reverendo, mude nisso, nisso e nisso”. Não fique falando que o senhor precisa mudar. Fale logo, fale dire-tamente para mim!”. Então, Kyoshu-Sama res-pondeu: “Não Reverendo Watanabe! Não estou a falar para o senhor dando indiretas. Eu estou a dizer que tenho que mudar porque realmente “eu” é que preciso mudar”. Aí o Reverendíssi-mo disse-me: “Quando ele me falou isso, vi que ele realmente estava sendo sincero; desceu-me um calor da cabeça até aos pés e eu comecei a chorar”. Ele continuou: “Comecei a chorar por-que entendi que “eu” é que precisava mudar. Eu sempre que encontrava com os Reverendos e dizia: “Façam isso, façam aquilo” “Mudem nis-so, mudem naquilo”; os Reverendos que ouviam a minha orientação, por sua vez, diziam para os Ministros: “Vocês têm que mudar nisso e naqui-lo”; os Ministros diziam para os missionários:

“Vocês têm que fazer isso e fazer aquilo”; os missionários diziam para os membros: “Vocês têm de mudar isso e aquilo”; os membros di-ziam para os frequentadores: “Vocês têm que fazer isso e fazer aquilo” e no final o frequen-tador que estava no fim da hierarquia, chegava na rua e dava um pontapé no cachorro pois já não tinha em quem descarregar. (risos) Quando o Reverendíssimo reconheceu a grandiosidade das palavras de Kyoshu-Sama ele falou: “En-tendi! Sou eu que tenho de mudar!”. Ele falou isso para mim chorando: “Kyoshu-Sama sal-vou-me! Eu estava preso na minha presunção, do trabalho que eu tinha realizado a vida inteira, dos grandes resultados que eu tinha obtido e dos elementos humanos que eu tinha formado. Não vou mais dizer-vos o que fazer e também não vou mais cobrar nada. Quem vai mudar sou eu. Vocês façam o que vocês quiserem”. Quan-do ele falou assim, todas as pessoas orienta-das por ele começaram a pensar: “Eu também preciso mudar!” Começou um efeito cascata de todos quererem mudar a si mesmos. Pesso-almente, considero esse dia o início da Era da Luz na Obra Divina. Para quem viveu o período anterior, que era um período Shojo, muito rigo-roso, muito vertical, ouvir o superior dizer que “ele” é que tinha que mudar, parecia inacreditá-vel! A partir daí mudou completamente a Igreja

Vivificação de Flores de Luz

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Messiânica e a prática da Fé Messiânica; entrou Luz com essa postura de fé do Kyoshu-Sama e o efeito “cascata de Luz” chegou a todos nós. Portanto, a experiência de fé que ouvimos hoje da senhora Sandra Peixoto Gonçalves, a qual agradeço muito, demonstra bem esse ponto. Ela estava acomodada na sua dedicação, no seu cantinho, na sua área de conforto. Não tinha vontade de receber formação para Auxiliares de Família. Por isso Deus colocou a dificuldade com o marido no caminho dela. Deus fala-nos através do marido, da esposa, do filho, do che-fe, mas nós temos dificuldade de ouvi-Lo atra-vés dessas pessoas; ao ponto dela falar para o Ministro: “O senhor quer expulsar-me da minha missão?”. Disse que cobrava de todo mundo, reclamou até com Meishu-Sama. Coitado de Meishu-Sama! (risos) Quer salvar as pessoas e

elas vão reclamar com Ele! Mas no infinito amor de Deus, Ele vai mandando outras mensagens e outras situações. Como um Puzzle, a pessoa vai juntando os pedacinhos até que começa a intuir que não são os outros que têm que mudar mas sim ela mesma. A senhora Sandra queria que o marido aceitasse a reunião de Johrei na sua casa mas nunca aceitou fazer festas para o marido porque são muitas visitas, sujam a casa, inco-modam, etc. Ela poderia reunir todos os amigos da Igreja, rezar, trocar Johrei, mas os amigos do marido, virem na sua casa “de jeito nenhum” e ainda achava que estava cheia de razão, não é assim? Este é um modelo que serve para todos nós. Todos nós temos as nossas convicções de que estamos cheios de razão e queremos que os outros aceitem as nossas reivindicações, as nossas vontades e o nosso modo de fazer, mas não aceitamos o dos outros. Quando ela conseguiu mudar isso, mudou tudo! Recebeu os amigos do marido com amor e carinho e o marido, durante a sua festa, mandou os amigos receberem Johrei com ela. Como é que é possí-vel uma mudança tão radical na opinião de uma pessoa? O marido queria fazer o donativo para agradecer e ela disse: “Isso é pouco! É o mais fácil para ti! Mediante a graça que tivemos tens que ir à Igreja”. Pois aconteceu o milagre de re-tirarem, do lado da casa deles, a torre de alta tensão que há muito tempo desejavam. Mas a alta tensão não estava na torre, estava dentro dela. (risos) Como a alta tensão dela desapa-receu, espiritualmente, não tinha mais motivo para a torre existir. Estamos a falar dela porque ela fez a experiência, mas acho que cada de nós também é assim. Quem é missionário tem “Ga” (Ego) forte e se não tiver não tem estrutura, opi-nião, caráter, personalidade e por isso não con-segue servir. Meishu-Sama também ensina que:

“Tem que ter Ga (Ego), mas não pode manifestá-lo.”

Parece uma contradição, mas a pessoa que não tem Gá (Ego), não tem força de realização. Depois, ela começou, mesmo não querendo, a ser obediente à orientação recebida e deixou de ser Shojo para começar a ser mais Daijo, mais flexível, procurando servir sem convencionalis-mos. Todos nós criamos convencionalismos: “A Igreja tem de ser assim”; “a reunião tem que ser assado”; “a dedicação tem de ser assim”.

Estudo da palestra em grupo

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Apresentação das conclusões do estudo

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Criamos uma série de formas porque fomos educados daquela maneira e parece que se não fizermos “daquele jeito” não vai funcionar ou está errado. Não é assim que pensamos? (Sim!) Meishu-Sama ensinava que a Fé Messiânica não tem forma, tem que se adaptar a cada lugar, a cada situação e a cada momento conforme as circunstâncias. Não é Shojo nem é Daijo; é Shojo e Daijo simultaneamente. Isso é muito di-fícil de entender e mais difícil ainda de praticar. Quando olhamos o símbolo do Izunomê, temos a ideia de um equilíbrio estático, parado no cen-tro. Eu pensei assim por muitos anos. Quando olhava esse símbolo dizia: “Eu quero ficar cen-trado mas não consigo”. Com o tempo entendi que Izunomê não é ficar parado no centro mas sim, ter a sabedoria necessária para discernir quando tem que subir ou quando tem que des-cer, quando tem que ir para a direita ou quando tem que ir para a esquerda, ou seja, adequar-se a cada situação em base ao bom senso. Para falar com pessoas diferentes temos que nos adequar a diferentes formas. Seja com um ido-so ou uma criança, seja com uma senhora ou com um homem, sempre temos que procurar a melhor maneira. Quem trata todas as pessoas de maneira igual, com alguém vai errar certa-mente. Com uma mesma pessoa, em determi-nados momentos particulares da vida, já muda! Este é um estudo que não acaba nunca!

A cada 15 de Junho a intensidade da Luz au-menta e quanto mais forte for a Luz, maior será a sombra. Quem está no escuro não tem som-bra. Se entrar numa sala escura, fechar a janela e as portas não vai ver a própria sombra. Agora, quando saímos para a rua, em pleno Sol, onde quer que formos, a sombra sempre nos acom-

panhará. Figurativamente, o que é essa som-bra? São os nossos defeitos. Quanto mais au-mentar a Luz mais veremos os nossos defeitos. Porque Deus nos deixa ver? Para reconhecê-los e assim mudarmos. Muitas pessoas, quando enxergam os próprios defeitos ficam desani-madas, tristes e desmotivadas: “Ah Ministro, eu não posso ser missionária porque tenho estes defeitos… ”, “Graças a Deus que você os re-conhece. Coitado daquele que não enxerga os próprios defeitos; este sim é que está nas trevas! Se você já consegue reconhecê-los é porque já esta na Luz.” Mas a pessoa acha que quando vê os próprios defeitos é que está nas trevas mas é o contrário! Quem não vê os próprios defeitos é que está nas trevas. Quando apareceu o de-feito é porque Deus permitiu para poder corrigi-lo, portanto agradeça e se esforce para mudar! Isso é que é viver na Luz. Ir para o Paraíso é isso! Ir para o Paraíso não é fazer de conta que é “santinho” mas reconhecer que é “diabinho” e se esforçar para virar “santinho”. (risos) E se achar que já é “santinho” está iludido! Construir o Paraíso é isso: Reconhecer as próprias falhas, esforçar-se para melhorar e mudar. Assim, pelo elo espiritual a sua família e quem estiver ligado a si também mudará. Muda dentro de casa, no ambiente de trabalho, na Igreja e na sua missão. Todos vão receber essa influência positiva mes-mo que você não fale, a pessoa com que você tem elo espiritual também muda. Nós queremos que os outros mudem mas não vamos conse-guir mudar ninguém. Se “mudar alguém” fosse possível o mundo já seria um Paraíso porque todos os pais querem que os filhos mudem. Ou existe algum pai que não deseja que os filhos mudem para melhor? Algum pai com um filho

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Apresentação de Fado - Encerramento

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drogado não quer que o filho pare de se drogar? Algum pai de filho perdido na criminalidade não quer que o filho mude? Adianta o pai querer? Quem tem que mudar é o pai. O pai é que tem que mudar, mas ele quer que o filho mude! A esposa quer que o marido mude e vice-versa. A senhora Sandra se perguntava: “Porque é que os outros conseguem abrir a casa para Meishu-Sama mas eu não consigo? Porque para mim é tudo tão difícil? Porque o meu marido não aceita a reunião de Johrei em nossa casa sendo que é para levar Luz para a família?”. A resposta é porque ela só queria fazer a própria vontade.

Existe um poema de Meishu-Sama em que Ele orienta assim:

“Valorizando as coisas boas e jogando fora as ruins,

vamos com alegria, construir o Paraíso Terrestre.”

Essa alegria também é uma característi-ca importante para o missionário. Vendo a foto de Meishu-Sama do altar dá a impressão que era sempre assim, sério, mas onde quer que Ele estivesse sempre procurava fazer as pes-soas rirem. Chegou até a criar a sociedade do riso para escrever e partilhar poemas satíricos e cómicos. Como missionários, não deixem os plantões e as reuniões semanais ficarem pe-sadas, em meio a um ambiente de cobranças e sermões. A missão do missionário não é dar ordens mas sim dar amor e praticar a fé junto. Isto porque, se der ordens e fizer cobranças, o grupo vai enfraquecendo cada vez mais e em pouco tempo não virá mais ninguém. Ninguém gosta de um ambiente assim. Entretanto, num ambiente alegre, descontraído, fraterno e amo-roso todos querem voltar.

Os senhores são os responsáveis, são a coluna do núcleo, do grupo e esse espírito ale-gre tem que emanar dos senhores. Não podem esperar que os membros façam, os senhores é que devem fazer primeiro. Se eu faço uma pa-lestra agradável os membros pensam: “Ah, não posso faltar! O Ministro nos orienta com sabe-doria e alegria. Vou esforçar-me para não faltar.” Mas se for uma palestra chata, pesada, dando lição de moral, pensaremos: “Ah, eu não vou mais lá, ele é muito chato, só dá ordens e faz cobranças”. Não é assim que pensamos? (Sim) Todos pensam dessa maneira. Da mesma for-ma, os membros pensarão dos senhores o que os senhores pensam dos Ministros.

Para encerrar quero ler o último parágrafo do Ensinamento de hoje, o qual considero muito significativo para o que estamos a estudar.

“Principalmente os religiosos, como foram escolhidos por Deus e têm o compro-

misso de serem pessoas exemplares não devem desviar-se do caminho. Devem man-ter a firme determinação de não se envergo-nharem perante o Céu e Terra. Tais pessoas são amadas por Deus, consequentemente a proteção divina também é maior. Como o seu espírito está sempre alegre, elas gozam de uma vida tranquila, não criam inimigos, não granjeiam o rancor de terceiros e pas-sam a ser respeitadas por muitas pessoas.

Assim, tornam-se criaturas felizes.” Vamos agora para as mesas redondas

debater as nossas práticas, criar objetivos e depois teremos a conclusão. Agradeço a vossa atenção e foi um prazer ter estado com os se-nhores.

Muito obrigado!

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29 de Março de 1809: Desastre da Ponte das Barcas No dia 12 de Março de 1809 (durante a 2ª invasão francesa) o general soult entrou em portugal, por chaves e dirigiu-se ao porto. a cidade foi conquistada e saqueada pelas tropas francesas, havendo focos de resistência por parte da população. da serra do pilar, as tropas portuguesas ripostaram como puderam. a 29 de Março, os habitantes do porto em fuga, diri-giram-se para a “ponte das Bar-

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Dedicação de Limpeza Espiritual na Ribeira do Porto

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cas”, tentando passar para o lado de Gaia. perante a fragilidade da ponte e a quantidade de pessoas que a atravessava aquela cedeu e cerca de 4000 pessoas caíram e morreram nas águas do douro.

após esta tragédia soult, que-rendo ganhar a simpatia dos portuenses, proibiu novos saques, mandou patrulhar as lojas, merca-dos e igrejas para evitar novas pi-lhagens, isentou o povo do direito de portagem e mandou distribuir sopa às pessoas carenciadas.

No dia 12 de Maio soult foi ven-cido no porto pelas tropas anglo-lusas, comandadas pelo duque de Wellington e foi obrigado a retirar-se para espanha, atravessando a 18 de Maio a fronteira em Monta-legre, acabando assim a segunda invasão francesa.

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Culto do Paraíso Terrestre

Dias 13 e 14 de Junhonos Johrei Center e Núcleos de Johrei

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