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Impacto do uso das cores, pelos designers de interiores, no cotidiano familiar na sociedade
contemporânea brasileira Julho/2016
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
Impacto do uso das cores, pelos designers de interiores, no
cotidiano familiar na sociedade contemporânea brasileira.
POLLYANA SALLES - [email protected]
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Vitória, ES, 09 de outubro de 20015
Resumo
Esta pesquisa analisa o uso das cores, suas propriedades e utilização pelos designers de
interiores brasileiros na sociedade contemporânea. Para tanto, o objetivo da pesquisa foi
identificar a importância da utilização das cores para a criação de espaços que não
comprometam a qualidade de vida de seus moradores. Nesse contexto, o trabalho
buscou identificar qual o impacto do uso das cores, pelos designers de interiores, no
cotidiano das famílias e na qualidade de vida das mesmas na sociedade contemporânea
brasileira. Nesse processo, a cor poderá possibilitar a manifestação dos sentimentos,
emoções, e com isso a criação de espaços que estimulem a qualidade de vida de seus
moradores A mesma tinha como objetivo identificar o impacto do uso das cores, pelos
designers de interiores, no cotidiano das famílias e na qualidade de vida das mesmas na
sociedade contemporânea brasileira. Para tanto, adotamos como método de investigação
a pesquisa bibliográfica, e quanto à coleta de dados, esta pesquisa possui estratégia
documental, por se basear em artigos e livros, relacionados à problemática em questão.
Os resultados demonstram que há escassez de trabalhos voltados a problemática em
questão, o que muitas vezes compromete o trabalho dos designers de interiores, no
sentido de criar espaço que não traduzam apenas à estética. Assim, além disso, a análise
das cores, numa perspectiva multidisciplinar, mostrou-se crucial para os profissionais da
área de design de interiores, pois possibilita aos mesmos uma visão que contemple os
vários aspectos relacionados ao uso das cores, ou seja: estético, social, cultural e
psicológico, entre outros.
Palavras-chave: Uso das cores; Designers de interiores; Cotidiano familiar.
1. INTRODUÇÃO
Impacto do uso das cores, pelos designers de interiores, no cotidiano familiar na sociedade
contemporânea brasileira Julho/2016
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Apesar da importância da cor no cotidiano dos seres humanos, discutir seu conceito e
suas especificidades é um desafio para todos que sobre essa questão se debruçam. Isso
se deve a complexidade inerente ao seu estudo.
Na atualidade, considerando que os espaços públicos estão cada vez mais esvaziados,
como consequência de diversos fatores, entre eles: violência urbana, o apelo midiático
para os condomínios fechados e suas comodidades, o consumismo exacerbado, entre
outros, o papel do designer de interiores torna-se preponderante, na medida em que a
casa ocupa um lugar de destaque nesse contexto.
Assim, analisar a relação entre a cor e seus significados torna-se relevante no cotidiano
familiar. Entretanto, segundo Pedrosa (apud LEMGRUBER, 2004:61), o conceito de
cor é quase indecifrável.
Deste modo, ele a define como sensação. [...] O empenho na difícil
tarefa de encerrar a cor em um conceito rigoroso, além de não ser
fundamental para o estudo, conduz ao risco de descrevê-la em apenas
um de seus aspectos ou de fixar uma visão restrita para tão ampla
questão.
Essa dificuldade é reforçada quando analisamos os fatores que influenciam e definem a
escolha das cores, que segundo Perrenoud (2015) são:
Fisiológicos: fatores neuronais, estado de saúde, idade ...;
Sociológicos e culturais: grupos de referência, família, papéis sociais e
religiosos, status, estilo de vida ...;
Psicológicos: aprendizagem, percepção, motivação, personalidade e auto-
imagem ...
Outra variável a ser considerada é o desenvolvimento tecnológico, que coloca os
profissionais e consumidores diante de uma variedade sem precedentes de cores. Nesses
termos, ao analisar o percurso de geração de sentido promovido pela utilização das
cores no jornalismo virtual, Guimarães alerta para o fato de que
Paradoxalmente, não é raro também nos encontrarmos diante de um processo de
petrificação das relações entre cores e seus significados. Ou seja, ao mesmo
tempo em que assistimos ao exagero e à consequente vulgarização no uso das
cores no jornalismo, temos a redução das possibilidades de produção de sentido
pelas cores. (GUIMARÃES, 2006:1).
Além disso, é importante destacarmos que a utilização das cores por designers de
interiores, muitas vezes é feita com base em tendências lançadas pelo mercado, pelas
preferências do designer, entre outras variáveis, o que leva a um espaço que não traduz
as características e necessidades da família e, dessa forma contribui para a construção
de um ambiente que não reflete as características daqueles que nele habitam.
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Nesse sentido, este artigo buscou identificar a importância da utilização das cores para a
criação de espaços que não comprometam a qualidade de vida de seus moradores. A cor
nesse processo poderá possibilitar a manifestação dos sentimentos, emoções, e com isso
a criação de espaços que estimulem a qualidade de vida de seus moradores.
Também consideramos a escassez de estudos na área, o que contribui para a
importância de trabalhos que contemplem essas questões. Dessa forma, esta pesquisa
foi orientada pelo problema de pesquisa: Qual o impacto do uso das cores, pelos
designers de interiores, no cotidiano das famílias e na qualidade de vida das mesmas na
sociedade contemporânea brasileira?
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Método adotado
Nesta pesquisa, adotamos como método de investigação a pesquisa bibliográfica. Foi
realizado um estudo bibliográfico de publicações em artigos e livros. Aqui vale destacar
a diferença da coleta de dados na pesquisa documental e pesquisa bibliográfica.
Segundo Appolinário,
Normalmente, as pesquisas possuem duas categorias de
estratégias de coleta de dados: a primeira refere-se ao local onde
os dados são coletados (estratégia-local) e, neste item, há duas
possibilidades: campo ou laboratório. [...] A segunda estratégia
refere-se à fonte dos dados: documental ou campo. Sempre que
uma pesquisa se utiliza apenas de fontes documentais (livros,
revistas, documentos legais, arquivos em mídia eletrônica, diz-se
que a pesquisa possui estratégia documental (ver pesquisa
bibliográfica). Quando a pesquisa não se restringe à utilização de
documentos, mas também se utiliza de sujeitos (humanos ou não),
diz-se que a pesquisa possui estratégia de campo (apud SÁ-
SILVA; ALMEIDA & GUINDAN, 2009:02).
Assim, quanto à coleta de dados, esta pesquisa possui estratégia documental, por se
basear em artigos e livros, relacionados à problemática em questão.
2.2 As cores e suas propriedades
Conforme já citado anteriormente, além dos aspectos fisiológicos, os aspectos
sociológicos, culturais e psicológicos interferem na escolha da cor numa dada
sociedade.
Esse fato se dá desde a pré-história. Pesquisas demonstram que o uso das cores na arte
pré-histórica revela a sua finalidade onde,
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Antes mesmo de aparecer em rochas ao ar livre por volta de
10.000 a.C., a arte pré-histórica já era exprimida nas
profundezas das cavernas desde aproximadamente 32.000 a.C.
Em 1880, o arqueólogo amador espanhol Sanz de Sautuola, o
primeiro a decifrar a natureza das pinturas pré-históricas na
caverna de Altamira, na Espanha, foi ridicularizado num
primeiro momento. Mas a sua ideia ganhou terreno e, em 1901,
a revelação das 180 gravuras e pinturas da caverna de Font-de-
Gaume, na França, explodiu. (BELNET, 2012:1).
Segundo as pesquisas, a teoria mais aceita é a de que os desenhos possuíam um sentido
místico e ao desenhá-los os homens pré-históricos buscavam possuir a alma dos animais
e, assim, facilitar a sua captura (Figura 1) Com isso, percebemos que a utilização da
arte, e da cor, já possuía um significado simbólico, e
As cores mais usadas eram os tons avermelhados, o amarelo, o
castanho e o branco. Elas eram aplicadas com instrumentos
rudimentares ou mesmo com a boca, com auxílio de canudos.
Supõe-se que após obter um pó colorido a partir da trituração de
rochas, os artistas sopravam, através de um canudo, sobre a mão
pousada na parede da caverna. (ESPAÇO DAS ARTES,
2009:s/n).
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Figura 1 – Pintura pré-histórica
Fonte:
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/homem_das_cavernas_pintura_rupestre_imprimi
r.html
Essas pesquisas demonstram que as cores não se restringem ao gosto individual. Pelo
contrário,
Os resultados das pesquisas demonstram que cores e
sentimentos não se combinam ao acaso nem são uma questão de
gosto individual – são vivências comuns que, desde a infância,
foram profundamente enraizadas em nossa linguagem e em
nosso pensamento. (HELLER, 2013:17).
Com base nessas colocações, constatamos que o uso das cores deve ser feito de forma a
atender aos diversos fatores que as mesmas influenciam, e com isso maximizar seu
efeito. Para tanto, é necessário que os profissionais que a utilizem não se restrinjam
apenas a seus instintos naturais, mas também ao conhecimento. Nesse sentido, Frota
(2009:1-5), apresenta a teoria das cores e as suas propriedades, de acordo com os efeitos
que causam à percepção. Classifica-as em: primárias, secundárias, terciárias e
complementares, conforme apresentadas a seguir.
1) Primárias São aquelas que não podem ser decompostas e que através delas são criadas
todas as outras cores.
Cores-luz primárias: vermelho, verde e azul.
Cores-pigmento primárias: ciano, magenta e amarelo.
Figura 2 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
Secundárias São formadas pela mistura de duas cores primárias
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Cores-luz secundárias: Ciano (verde+azul), magenta (vermelho + azul),
amarelo (vermelho + verde).
Figura 3 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
Cores-pigmento secundárias: verde (ciano + amarelo), vermelho (magenta +
amarelo), azul (magenta + ciano).
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Figura 4 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
2) Terciárias São obtidas pela mistura de uma primária e uma secundária. São ao todo seis,
indepenentes da síntese: laranja, oliva, turquesa, celeste, violeta e rosa
Figura 5 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
3) Complementares
São as cores opostas que, se misturadas, resultam no ponto final de cada síntese.
Ou seja, branco na aditiva e preta na subtrativa.
Figura 6 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
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Além da classificação, o autor apresenta o círculo cromático das cores, que trata a
representação das cores do espectro visível, mostrando suas formações através das
primárias e as relações entre si.
Figura 7 – Cores-luz primárias e cores-pigmento primárias
Fonte: http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-propriedades-parte
1 e 2
Legenda: 1-12: Matizes
3, 7, 11: Cores-luz primárias / Cores-pigmento secundárias
1, 5, 9: Cores-pigmento primárias / Cores-luz primárias
2, 4, 6, 8, 10, 12: Cores terciárias
A: Cores Complementares
B: Cores quentes
C: Cores frias
D: Cores análogas
E: Escala de neutralização.
Em sua pesquisa, Heller (2013) amplia as possibilidades de uso e dos efeitos das cores.
Para tanto, a autora consultou duas mil pessoas em toda a Alemanha, objetivando
identificar como as cores afetam a emoção e a razão. Nesse sentido, a autora constata
que, “Um terço da criatividade consiste de talento, um terço de influências ambientais
que estimulam dons especiais e um terço de conhecimentos aprendidos a respeito do
setor criativo em que se trabalha.” (HELLER, 2013:17). Assim, Heller expõe em seu
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trabalho como o contexto influencia a utilização da cor, na medida em que a mesma não
é destituída de significado e as impressões, do que a autora classifica das 13 cores
psicológicas: vermelho, amarelo, azul, verde, laranja, violeta, rosa, cinza, marrom, ouro
e prata.
Além disso, a autora discute conceitos como: agressividade, beleza, coragem, devoção,
energia, força, inveja... Porém, esses conceitos são analisados num dado contexto
cultural, social e psicológico. Como exemplo, podemos citar o tópico em que a mesma
discute o desaparecimento das cores da Idade Média, como resultado das mudanças
políticas, econômicas e sociais que resultaram na ascensão da burguesia. (HELLER,
2013).
De acordo com o contexto e seu simbolismo, a autora identificou as cores preferidas e
as menos apreciadas. Na pesquisa, azul é considerada a cor predileta (figura 7). Isso
porque é a “Cor da simpatia, da harmonia e da fidelidade, apesar de ser fria e distante. A
cor feminina e das virtudes intelectuais. Do azul real ao azul jeans” (HELLER,
2013:21).
Para cada uma das 13 cores, Heller (2013) identifica o número de tons de cada uma, sua
simbologia, o contexto da predominância e a psicologia das mesmas.
O azul possui 111 tons. O vermelho, que ocupa o segundo lugar, possui 105 tons, e
assim sucessivamente.
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Figura 8 – Cores preferidas, menos apreciadas e contrárias.
Fonte: Heller, 2013, p.49
No livro Histórias de Estilo e Décor, Barbosa no capítulo Decoração de Bom Humor,
apresenta a visão do designer Jonathan Adler em seu livro My Prescripitions for Anti-
depressive Living. Nele o autor parte “[...] da premissa de que ser feliz é chique”
(ADLER, apud BARBOSA, 2011:254). Com isso, o autor “[...] pretende uma
intervenção terapêutica em sua vida, mais especificamente uma transfusão de alegria,
irreverência e individualidade” (2011:254).
Essa proposta é também uma crítica ao “bom gosto” dominante, “[...] imposto por
arquitetos e styles makers (ADLER, apud BARBOSA, 2011:254). Essa crítica se
embasa na falta de pessoalidade, vitalidade e humanidade do gosto dominante. Segundo
o autor, uma boa decoração pode substituir anos de terapia. Para isso, entre outras
medidas, propõe,
Cerque-se, por onde mais circula em casa, de seus mais
interessantes móveis e objetos. Não deixe o mais valioso e mais
importante para a sala de visitas, apenas para inglês ver em dia
de festa. Não hesite em exagerar. A ousadia pode expressar
personalidade suplantar o mau gosto inexpressivo ou o bom
gosto correto. Dê aos objetos, com sentido para você, uma nova
função. Por que não colocar flores num suporte de guarda-
chuvas, ou plumas num castiçal? Um enorme trono num
ambiente pequeno pode fazer efeito assim como um banquinho
de tirar leite de vaca pode trazer charme a uma casa palaciana.
(ADLER, apud BARBOSA, 2011:255).
Um bom exemplo do proposto pelo autor pode ser visualizado nas fotos 1, e 2,
apresentadas a seguir, de casas do interior brasileiro. Para muitos as mesmas podem ser
sinônimo de excesso ou de falta de equilíbrio. Entretanto, para seus moradores pode ser
altamente representativa de seus valores, culturas e tradições.
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Fotos 1 e 2 – Interior de casas brasileiras
Fonte:
https://www.google.com.br/search?q=imagens+do+interior+de+casas+brasileiras&biw=1093&bih=534&
tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0CDQQ7AlqFQoTCI6n6rfavcgCFYGRkAodDD8NZQ&dp
r=1.25#imgrc=C5fs0vBjT2VZQM%3A
E nas fotos 3 e 4, podemos identificar o orgulho dos moradores em relação a suas
origens e crenças.
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Foto 3 - Casa brasileiríssima
Fonte:http://casa.abril.com.br/materia/brasil-invisivel-fotos-de-casas-brasileiras#2
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Foto 4 - Casa brasileiríssima
Fonte:http://casa.abril.com.br/materia/brasil-invisivel-fotos-de-casas-brasileiras#4
A diversidade cultural que envolve tradições, valores, crenças entre outros, o clima, o
acesso à informação, a formação do designer e seu posicionamento perante o mercado,
entre outros fatores, deveriam estar presentes na escolha das cores dos designers
brasileiros. Isso pode ser identificado nos projetos de Sig Bergmain, em que diversos
elementos são incorporados ao seu trabalho, dando identidade a seus projetos (fotos 5,
6, 7 e 8).
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Foto 5 - Residência R.S.
Fonte: http://sigbergamin.com.br/trabalhos/residencia-r-s/
Foto 6 - Residência Trancoso Sig Bergamin
Fonte: http://sigbergamin.com.br/trabalhos/residencia-s-b-trancoso/
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Foto 7 - Residência Campo Sig Bergamin
Fonte: http://sigbergamin.com.br/trabalhos/residencia-campo-s-b/
Foto 8 - Residência P.
Fonte: http://sigbergamin.com.br/trabalhos/residencia-p/
“Por essas e outras, importantes revistas internacionais já o classificaram como um dos
100 profissionais de arquitetura de interiores mais importantes do mundo.” Seu trabalho
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pode ser traduzido a partir da colocação do publicitário Nizan Guanaes ao dizer que
“Sig Bergamin é a única pessoa que não copia Sig Bergamin.” (Disponível em
http://sigbergamin.com.br/arquiteto/).
Entretanto, pela escassez de estudos, percebe-se que as pesquisas sobre o tema são
bastante escassas. Com isso, podemos identificar que grande parte dos designers de
interiores, independente do local de atuação, tende a seguir o definido como tendência
pelo mercado. Assim, não é raro encontrarmos espaços familiares com as mesmas
características, independente de sua localização e da história e origem de seus
moradores.
Com isso, as casas tendem a se tornar espaços de exposição e/ou ostentação, e com isso
perdem a sua singularidade e não refletem os que nele habitam nem o contexto em que
estão inseridos.
3. CONCLUSÃO
A análise das cores, numa perspectiva multidisciplinar, é crucial para os profissionais da
área de design de interiores, pois possibilita aos mesmos uma visão que contemple os
vários aspectos relacionados ao uso das cores, ou seja: estético, social, cultural e
psicológico, entre outros.
Por outro lado, constata-se, no Brasil, a escassez de pesquisas na área, o que leva a um
desconhecimento dessa problemática, comprometendo assim o desempenho dos
profissionais, e, consequentemente impactando negativamente os espaços familiares
brasileiros, que muitas vezes são construídos levando em conta, prioritariamente os
aspectos estéticos resultantes de tendências mercadológicas e/ou pessoais dos designers
de interiores.
Assim, ressaltamos a necessidade de pesquisas futuras para enriquecimento e
aprofundamento das questões aqui levantadas.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Maria Ignez. Histórias de estilo e décor. São Paulo: Metalivros, 2011.
BELNET, Frédéric. O homem das cavernas era um verdadeiro artista?. História Viva.
7.12.12. Disponível em:
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/homem_das_cavernas_pintura_rupestr
e.html. Acesso em: 15/09/2015.
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ESPAÇO DAS ARTES. Arte pré-histórica: o início das artes. 2009, Disponível em :
HTTP://MODERNIDADEARTES.BLOGSPOT.COM.BR/2009/03/CAVERNAS-
SALOES-DE-ARTE.HTML. Acesso em: 15/09/2015.
FROTA, Rafael. Teoria da cor: a cor e suas propriedades. Disponível em:
http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-a-cor-e-suas-
propriedades-parte 1 e 2. Acesso em 18/09/2015
GUIMARÃES, Luciano. O repertório dinâmico das cores na mídia: produção de sentido
no jornalismo visual. In: XV ENCONTRO DA CAMPÓS, 2006, UNESP, Bauru, SP.
HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São
Paulo: Gustavo Gili, 2013.
LEMGRUBER, Regina. O universo da cor de Israel Pedrosa. Revista Brasileira de
Design da Informação, [1] 2004.
PERRENOUD, Osvaldo. IPOG. Curso de Design de Interiores, Vitória, 2015.
SÁ-SILVA; Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; GUINDAN, Joel
Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de
História & Ciências Sociais, Ano I - Número I - Julho de 2009.