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PARLAMENTO MÊS DA MULHER CENSO: SOMOS MAIS DE 25 MILHÕES DE ANGOLANOS Saem os dados finais do último recenseamento geral do País Vestibular da USP inclui ROMANCE DE PEPETELA INAUGURADA NOVA SEDE DO ESPECIAL PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO ANO 3 - n o 10 - MAI/2016

INAUGURADA NOVA SEDE DO PARLAMENTO · mentos afectos aos serviços da administração pública central e ... em seguida, após o corte da fita, ... das de estrutura metálica. Fo-

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PARLAMENTO

MÊS DA MULHER

CENSO: SOMOS MAIS DE 25 MILHÕES DE ANGOLANOSSaem os dados finais do último recenseamento geral do País

Vestibular da USP inclui ROMANCE DE PEPETELA

INAUGURADANOVA SEDE DO

ESPECIAL

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULOANO 3 - no 10 - MAI/2016

editorial

CARTA À JUVENTUDE ANGOLANAMarço e Abril são, respectivamente, meses dedicados à Mulher e à Juventude angola-

nas, segmentos importantes da nossa comunidade no Brasil. Os compatriotas que aqui residem são em sua maioria estudantes – mulheres e homens - que têm em sua frente uma responsabilidade enorme no processo de desenvolvimento e reconstrução do país.

Como estudantes, a sua primeira e principal tarefa consiste em estudar, apren-dendo o melhor possível, independente dos cursos e áreas do saber, pois todas elas são importantes para o País – tanto cursos médios quanto universitários. A dedica-ção e o esmero na aplicação diária são fundamentais com vista ao fim preconiza-do – receber formação adequada e contribuir no desenvolvimento do país, tentando aprender com os ensinamentos e a experiência brasileira e adaptar o aprendizado às nossas realidades econômica, social e cultural.

Apesar das dificuldades que quase todos os estudantes enfrentam nesta fase para suportar as despesas decorrentes dos estudos, a vontade suprirá todos os obstácu-los e conseguirão, sem sombra de duvida, sair do Brasil com o objectivo cumprido. Não será fácil mas o esforço que fizerdes será a bandeira que um dia vos guiará para a concretização dos vossos sonhos.

Prova disso foi a forma abnegada e organizada como aqui em São Paulo a nossa juventude se mobilizou para comemorar o seu mês - não obstante todos os dias também serem seus - trocando experiências no campo do saber. Essa mobilização se traduziu na realização de encontros voltados para a discussão de temas impor-tantes: uma palestra sobre “Pan-africanismo” e a “1ª Feira Cientifica Angolana”.

Esta jornada cientifica da juventude angolana, organizada por um grupo de estudan-tes, é reflexo da determinação de nossos jovens com relação aos seus planos e projectos com aplicabilidade prática em várias áreas do saber e das necessidades do país. Estas acções demonstraram que o caminho escolhido consis-te na elevação do saber e do conhecimento que é, sem dúvida, a vossa prioridade.

A diversidade cultural, ideológica, social e econômica não poderá abstrair-vos do ideal que vos trouxe ao Brasil, pelo contrário, essa diversidade vos dará mais força ainda, pois ela é, sem dúvida, um dos motores que impulsio-nará Angola para frente. Precisamos de todos – engenheiros, médicos, agrônomos, electri-cistas, gestores, etc - e isto catapultará o país para patamares mais elevados.

Vamos incentivar iniciativas como estas, cien-tes do verdadeiro papel da juventude e respei-tando sua irreverência e seu espirito renovador.

Unidos construiremos Angola.

DR. BELO MANGUEIRAEmbaixador/Cônsul Geral

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sumário

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO

ANO 4 - no 10 - MAI/2016

DIREÇÃO GERALCônsul Geral: Belo Mangueira Vice-cônsul: Alice Mendonça

ADMINISTRATIVAVice-cônsul da área consular: Isaú Boco

Vice-cônsul das comunidades: Alves Fernandes

REDAÇÃOEditor-chefe: Flavio Carrança

Editor-assistente: Vasco SuamoRepórter: Danilsa de Almeida

JORNALISTA RESPONSÁVELFlavio Carrança MTb nº 12.724

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃOO Nome da Rosa Editora

www.nomedarosa.com.brEditora de arte: Júlia Melo

Designer: Marcela de Barros

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para a redação:

[email protected]

www.consuladogeraldeangolasp.net

actividade presidencial

»» Combater»gestão»econômica»“danosa”»no»Estado»06

»» Presidente»inaugura»»nova»sede»da»Assembleia»»Nacional»08

»» Angola»tem»hoje»mais»de»»25»milhões»de»habitantes»10

actividade ministerial

»» Medicina»tradicional»salva»vidas»em»Angola»12

»» Acordo»facilita»cooperação»com»Moçambique»13

actividade consular

»» Capão»Redondo»»acolhe»festividades»»do»Dia»da»Paz»14

»» Fotos»sobre»Angola»exibidas»em»Osasco»16

»» Relações»Brasil/Angola»discutidas»na»Unifesp»17

»» Empresários»criam»organismo»de»apoio»18

»» Consul»Belo»Magueira»recebe»troféu»“Mama»África”»19

especial

»» OMA»realça»papel»»da»mulher»no»poder»para»estabilidade»social»20

»» O»sonho»de»deixar»sua»marca»no»mundo»24

»» Nair»Almeida»encerra»»a»carreira»»25

economia

»» Nasce»a»primeira»siderurgia»de»Angola»26

»» Empresa»angolana»entra»no»mercado»europeu»26

»» Fundos»europeus»no»sector»agrário»26

»» Investimentos»fazem»crescer»»a»criação»de»peixes»27

»» Cabinda»terá»Porto»de»Águas»Profundas»27

comunidade

»» Empresário»já»morou»embaixo»de»ponte»30

»» Angolano»é»melhor»aluno»de»Administração»na»UNORP»33

»» Médicos»terminam»especialização»na»USP»34

»» Unesc:»Estudantes»ganham»espaço»de»trabalho»36

»» Jovens»discutem»Panafricanismo»38

»» Associação»Palanca»Negra»elege»nova»directoria»39

»» Toma»posse»nova»direcção»»da»Angosp»39

»» Jovens»angolanos»»realizam»feira»científica»»em»São»Paulo»40

cultura

»» Romance»angolano»é»leitura»obrigatória»na»Fuvest/USP»44

»» Escola»de»Samba»Pérola»Negra»homenageia»»Angola»»49

»» Coral»da»UNASP-EC»lança»primeiro»CD»50

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Durante reunião ordinária do Comité Central do MPLA, o Presidente José Eduardo dos Santos criticou a falta de disciplina na execução dos orçamentos e anunciou que em 2018 deixará a vida política

COMBATER GESTÃO ECONÔMICA "DANOSA" NO ESTADO

Em discurso proferido na abertura da 11.ª reunião ordinária do Comité Cen-

tral do MPLA, , realizada em Luanda no dia 11 de março, na qual participaram mais de 260 delegados, José Eduardo dos Santos disse que é necessá-rio “prestar mais atenção ao desempenho dos quadros aos quais foram confiadas tarefas de gestão, assim como comba-ter com mais firmeza a gestão económica danosa ou irrespon-sável nas empresas públicas”, mas também a “falta de dis-ciplina na execução dos orça-mentos afectos aos serviços da administração pública central e local”. O discurso presidencial

teve lugar dois dias depois de a Igreja Católica angolana ter referido que a crise económi-ca e financeira que Angola en-frenta não foi causada apenas pela queda do preço do petró-leo, mas pela “falta de ética, má gestão do erário público e cor-rupção generalizada” no país.

O Presidente Angolano tam-bém defendeu que é preciso “tomar providências para co-locar no aparelho governativo quadros que tenham sentido de responsabilidade e a consciên-cia necessária, para o Partido fazer cumprir a sua orientação para o desenvolvimento de ins-tituições do Estado”. Além dis-so, reconheceu que as metas

inicialmente preconizadas para o desenvolvimento do país fica-ram “muito aquém dos resulta-dos pretendidos”, no que toca ao aumento da produção, eficiência das empresas públicas e do fun-cionamento do sector bancário.

SAÍDA DA VIDA POLÍTICAO Presidente do Movimento

Popular de Libertação de An-gola (MPLA) e Chefe de Estado Angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou na mesma reunião que vai deixar a vida po-

lítica activa em 2018. “Em 2012, em eleições gerais, - disse ele - fui eleito Presidente da Repúbli-ca e empossado para cumprir um mandato que nos termos da Constituição da República ter-mina em 2017. Assim, eu tomei

a decisão de deixar a vida polí-tica activa em 2018”, declarou o Presidente, que lembrou ter integrado o movimento antico-lonial em 1960, aos 18 anos, e que em 1974 foi eleito membro da direção do MPLA.

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actividade presidencial

» Acompanhado pelo Presi-dente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, José Eduardo dos San-tos descerrou, na tarde do dia 10 de novembro, a placa inaugural da nova sede do Parlamento angolano e, em seguida, após o corte da fita, realizou uma visita guiada às instalações. "A Na-ção agradecerá os ganhos que

dai advirem, particularmente os consensos que deverão prevale-cer para o bem comum e a dinâ-mica democrática no seu todo", disse Dias dos Santos no dis-curso feito durante a cerimônia.

A Sala do Plenário acolheu cerca de 800 convidados que testemunharam o acto inaugu-ral da nova sede do Parlamento angolano, entre os quais esta-

vam Chefes de Estado e seus representantes, membros do Executivo, o Governador da Pro-víncia de Luanda, deputados, ex-deputados, funcionários par-lamentares, entidades eclesiás-ticas, autoridades tradicionais, magistrados e outros convida-dos, que assistiram atentamen-te a exibição de um vídeo sobre a história da obra do edifício.

PRESIDENTE INAUGURA NOVA SEDE DA ASSEMBLEIA NACIONAL

No âmbito das comemorações dos 40 anos de independência de Angola, foi inaugurado o novo edifício-sede da Assembleia Nacional

O imponente edifício está lo-calizado no distrito urbano da Ingombota, dentro do perímetro do Centro Político Administrati-vo, numa área de implantação de 72 mil metros quadrados e com 54 mil metros quadrados de construção. A nova Assem-bleia Nacional tem capacidade para albergar 1.200 pessoas nas várias salas de reuniões, e conta com 4.600 assentos, dos quais 1.400 destinados a con-vidados. Dos grandes números do empreendimento, desta-cam-se a utilização de 11 mil toneladas de aço, 70 mil metros cúbicos de betão e 370 tonela-das de estrutura metálica. Fo-ram utilizados no imóvel cabos de potência de baixa tensão equivalentes a 500 quilómetros

O líder da bancada parlamen-tar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, disse à imprensa que as novas instalações vão corres-ponder àquilo que será a activi-dade parlamentar, com maior capacidade de comunicação com os cidadãos. “Um edifício como esse só pode represen-tar um avanço para aquilo que são as tarefas do Parlamen-to no plano da fiscalização, no

Com 54 mil m²de construção, a nova Assembleia conta com 4.600 assentos, dos quais 1.400 destinados a convidados

plano legiferante, no plano da comunicação com os cidadãos, por isso eu penso que todos os deputados deverão estar rego-zijados e não só os deputados, toda a população, todas as insti-tuições, por termos um edifício com essa dimensão”, frisou.

Por sua vez, o líder da banca-da parlamentar da UNITA, Raul Danda, considerou boas as ins-talações físicas, melhores que as anteriores, mas observando que o importante é a actividade a ser desempenhada pelos deputados.

“Ter um edifício sem que haja dignificação daquilo que é a ins-tituição não valerá grande coisa, mas também temos de admitir que, de facto, se precisa de ins-talações em condições para se desenvolver o trabalho de forma mais airosa, um bocadinho mais calma”, referiu o presidente da bancada parlamentar do maior partido da oposição.

Para o líder da segunda maior força da oposição, a CASA-CE, André Mendes de Carvalho “Miau”, trata-se de mais uma realização para Angola, pela sumptuosidade da obra, mas é preciso que o seu funcionamen-to esteja à altura do mesmo. “Esperamos é que a organiza-ção e o funcionamento do par-lamento correspondam ao as-pecto majestoso deste edifício. Estamos satisfeitos, é uma inau-guração que vem a calhar com o quadragésimo aniversário da in-dependência, mas repito, o mais importante não é forma, mas o conteúdo”, asseverou.

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actividade presidencial

A população angolana é constituída actual-mente por 25 milhões 789 mil 024 ha-bitantes, seis milhões 945 mil e 386 dos

quais vivem na capital do país, Luanda. De acordo com os dados, apresentados pelo Director Geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), Camilo Ceita, deste universo 12 milhões 499 mil 041 são homens, e 13 milhões 289 mil 983 mulheres. Os dados definitivos do Recenseamento Geral da Po-pulação e Habitação (RGPH), realizado em 2014, foram divulgados no final de março, em Luanda, pelo INE, órgão que, através do Gabinete Central do Censo, coordenou a operação.

Segundo o director do INE, Camilo Ceita, além de Luanda, as províncias mais populosas do país são: Huíla (2.497.422), Benguela (2.231.385), Huambo (2.019.555), Cuanza Sul (1.881.873), Uíge (1.483.118) e Bié com 1.455.255 habitantes. Já a província do Cunene conta com 990.087 habi-tantes, Malanje (986.363), Lunda Norte (862.566), Moxico (758.568) e Cabinda com 716.076 ha-bitantes. As províncias menos populosas são as do Zaire com 594.428 habitantes, Lunda Sul (537.587), Cuando Cubango (534.002), Namibe (495.326), Cuanza Norte (443.386) e Bengo com 356.641 habitantes.

Os dados também apontam que a população angolana é extremamente jovem e que a espe-rança de vida subiu para 60 anos. Em relação aos estrangeiros residentes em Angola, foram recen-seadas um total de 586.480 pessoas, represen-tando 2,3 por cento do total da população. Por ou-tro lado, o Censo de 2014 recolheu informações sobre a religião e, com efeito, concluiu que 41 por cento da população residente no país pratica reli-gião católica e 38 por cento é protestante.

Angola não realizava um censo geral desde 1970 e as estatísticas apresentadas vão contribuir para as políticas do Estado viradas para a reso-lução dos problemas da população. Camilo Ceita declarou que, doravante, já não serão utilizadas estatísticas por estimativas, pois todos os dados estão disponíveis com a apresentação dos resulta-dos definitivos. Segundo ele, mais de 100 mil pes-soas, entre recenseadores e técnicos garantiram o êxito do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, cujos resultados preliminares fo-ram divulgados em Outubro do ano passado.

MELHORAR A GESTÃOO Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil

do Presidente da República, Edeltrudes Costa, afirmou que o país passa agora a dispor de in-formação estatística oficial e detalhada a nível nacional, provincial, municipal e comunal, permi-tindo, deste modo, apoiar, de forma abrangente, todos os planos e programas de desenvolvimento

em curso. Costa, que falava em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse que o Censo Geral da População e Habitação foi um esforço gigantesco que valeu a pena, pelos resultados obtidos. Ele sublinhou que o Governo se regozija com o engajamento de toda a população neste processo que constituiu um exercício de cidadania e uma prova de ma-turidade de que podem ser obtidos êxitos ainda maiores na construção do país.

“A realização do Censo foi um feito marcante, um claro sinal do nosso compromisso com o de-senvolvimento, e exprime a vontade do Executivo de melhor conhecer para melhor gerir”, declarou o Chefe da Casa Civil do Presidente da República, lembrando que é através dos dados demográ-ficos da população obtidos com a realização do Censo que o Governo planifica e destina as ver-bas para os sectores mais importantes do país, como a saúde, educação, habitação, segurança social, infraestruturas e outros sectores.

Edeltrudes Costa disse ainda que “é por via do planeamento elaborado pelo diagnóstico através do Recenseamento Geral da População e Habi-tação, realizado pelo INE, que são geradas as políticas públicas para suprir as necessidades do país a vários níveis, permitindo promover, assim, o ordenamento e a gestão do território, com o objectivo de uma distribuição mais equitativa dos recursos e uma intensificação do combate à de-sigualdade social e à pobreza”.

Mais de 100 mil pessoas, entre recenseadores e técnicos, fizeram o Recenseamento Geral de 2014

ANGOLA TEM HOJE MAIS DE 25 MILHÕES DE HABITANTESDados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) realizado em 2014, foram divulgados no final de março

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actividade presidencial

actividade ministerial

» Os ministros do Interior de Moçambique e de Angola assinaram um acordo para a facilitar a ob-tenção de vistos para passaportes ordinários dos cidadãos dos dois países, no dia 12 de fevereiro, em Maputo. “Este acordo vai permitir um incremento de visitas e troca de experiências a nível dos dois países”, disse o Ministro do Interior de Moçambi-que, Jaime Basílio Monteiro, falando à imprensa, momentos após a assinatura do acordo com o seu homólogo angolano, Ângelo Tavares.

Destacando a importância do mecanismo para “dois países que partilham laços históricos”, Jai-me Basílio Monteiro sublinhou que o acordo vai dinamizar as relações entre os Estados no que respeita às actividades do sector privado. “É nos-so desejo que os homens de negócios não experi-mentem mais dificuldades nas operações que en-volvem os dois estados”, sublinhou o governante, acrescentando, sem muitos detalhes, que os dois países estão a envidar esforços para aumentar o nível de cooperação na segurança.

Por sua vez, o Ministro do Interior de Angola disse que o acordo irá permitir o crescimento da movimentação de pessoas entre os dois Estados, aproximando os dois povos no âmbito do fortaleci-mento das relações bilaterais. “No quadro desta vi-sita, identificámos novas áreas para a cooperação e é nossa ambição fortalecer essa relação”, afirmou Ângelo Tavares, que manteve também um encon-tro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Em Luanda, o chefe da diplomacia angola-na, Georges Rebelo Pinto Chikoti, lembrou que a aproximação entre os dois países foi muito discu-tida entre os dois estadistas, aquando da visita do Presidente Filipe Nyusi a Angola. Durante a visita do líder moçambicano, referiu, “constatou-se que existe um grande potencial entre os empresários angolanos e moçambicanos que gostariam de ver uma maior aproximação entre os dois países.”

Angola dispõe de 61 mil terapeutas tradicionais registados pelo Minis-

tério da Saúde, informou em janeiro deste ano, na cidade do Luena, o presidente da Câma-ra Profissional dos Terapeutas de Medicina Tradicional, Kitoko Maiavangua, que falava depois da cerimónia de licenciamento concedido a terapeutas tradi-cionais do Moxico.

Disse também que milhares de terapeutas exercem a activi-dade de forma legal e que con-tribuem para a salvação de vidas humanas em todo o país. Maia-

MEDICINA TRADICIONAL SALVA VIDAS NO PAÍS

Governo estimula terapeutas a obterem licença oficial para trabalhar

vangua frisou que continua o processo de catalogação de no-vos profissionais da área. “Os in-teressados pelo exercício da ac-tividade, disse, devem contactar as representações provinciais da Câmara Profissional dos Tera-peutas de Medicina Tradicional, primeiro passo para a legaliza-ção dos terapeutas tradicionais.”

Maior agilidade na obtenção de vistos nos passaportes de angolanos e moçambicanos deve incrementar cooperação econômica entre os dois países

ACORDO FACILITA COOPERAÇÃO COM MOÇAMBIQUE

ANGOLA DISPÕE DE 61 MIL TERAPEUTAS TRADICIONAIS REGISTADOS

PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE

A atribuição de licenças para o exercício da actividade é resultante de uma campa-nha de sensibilização lança-da em Setembro de 2015 pelo Ministério da Saúde com vista à valorização dos terapeutas tradicionais, informou Kitoko Maiavangua que precisou que o Moxico tem 3.413 terapeutas registados e licenciados pelo Ministério da Saúde, um nú-mero que pode aumentar devi-do à continuação da campanha de sensibilização.

Segundo o Ministro das Relações Exteriores, “com este acordo de facilitação de vistos, assinado entre os dois Estados, agora será mais fácil o processo para os empresários e os angolanos e moçambicanos que queiram viajar para ambos os países”. O gover-nante declarou ainda que “o mais importante que se notou durante a visita do estadista moçambicano a Angola é a vontade dos dois países de acelerarem a sua aproximação, sobretudo económica”, enfatizou. Fontes: Angop e Agência Lusa

O Ministro Georges Chikoti discutiu o acordo com o Presidente Filipe Nyusi

12 13AngolaYetu

actividade consular

Apresentação de músi-cas folclóricas, poesia, peça teatral e comidas

típicas marcaram o Acto Cen-tral em alusão aos 14 anos da Paz e Reconciliação Nacional, que aconteceu na noite do dia 3 de Abril. O local foi o Salão Multiuso do Centro Universi-tário Adventista de São Paulo, Campus 1, localizado no bair-ro Capão Redondo, zona sul da capital paulista.

O Hino Nacional angolano deu abertura à programação, segui-do por um minuto de silêncio em memória das pessoas que morreram durantes os 30 anos de conflito armado que assolou o país. Dirigindo-se ao público, o Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, contou a história do início e do término da guerra civil. O diplomata apontou também os ganhos que o país obteve após

CAPÃO REDONDO ACOLHE FESTIVIDADES DO DIA DA PAZ Mais de duzentas pessoas participaram do evento organizado pelo Consulado Geral de Angola em conexão com a Associação dos Estudantes Angolanos

significa amigo na língua Kim-bundo) subiu ao palco cantando e dançando a música “Crucifixo”, dos Irmãos Kafala, performance que foi seguida pela apresenta-ção de uma peça teatral sobre o tema “os 14 anos de Paz”. Pros-seguindo a programação musi-cal, o vocal Kuimba apresentou um pout pourri de músicas an-golanas e o Coral de Angolanos do Centro Universitário Adven-tista de São Paulo, Campus 1, encerrou a parte artística da cerimônia com a apresentação de canção “Angola País Novo”, de Matias Damásio. A festa ter-minou com um jantar em que foram servidos alguns pratos tí-picos da gastronomia angolana.

o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 4 de Abril de 2002. Concluindo, dirigiu-se aos estudantes, ressaltando as vantagens de ter uma formação adequada, uma vez que Angola precisa de bons quadros nacio-nais para se desenvolver.

Na sequência, uma poesia intitulada “Que pátria é esta” foi declamada pelo estudante Gelson. A plateia vibrou quando o vocal Makamba (palavra que

Cultura e civismo marcaram o ato comemorativo dos 16 anos de Paz e Reconciliação Nacional

14 15AngolaYetu

actividade consular

Inicio da Luta Armada em Angola, Independência e Reconstrução Nacional foram os temas de exposição realizada na região oeste da Grande São Paulo

FOTOS SOBRE ANGOLA EXIBIDAS EM OSASCO

a exposição. Bueno também realçou da importân-cia de estreitar as relações com Angola, uma vez que Osasco possui um acordo de geminação com o município de Viana, em Luanda, segundo o qual ambas municipalidades comprometem-se em for-talecer os laços de amizade e solidariedade, bem como desenvolver acções tendentes a potenciar o bem estar das respectivas populações.

O Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo, falou da importância do dia 4 de Fevereiro para a Nação angolana e agradeceu a prefeitura por manter a Casa de Angola, cujo ob-jectivo é divulgar e preservar a cultura afrodescen-dente e que servirá de elo entre as duas cidades. Como símbolo da parceria, o Embaixador ofertou uma bandeira nacional de Angola e vinte e nove li-vros de diversos escritores angolanos para compor o acervo da casa. Ainda na programação, foi exibido um vídeo que retrata a reconstrução de Angola.

» A exposição foi aberta em 4 de Fevereiro, mes-ma data em que, no ano de 1961, um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a casa de reclusão e a cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos, ameaçados de morte. Em res-posta ao ataque, o regime colonial-fascista reagiu brutalmente com assassinatos, torturas e deten-ções arbitrárias, que levaram alguns nacionalis-tas a organizarem-se para a luta de libertação.

Organizada pelo Consulado Geral de Angola em São Paulo, a iniciativa foi resultado de uma parceria com a Prefeitura de Osasco por intermé-dio das Coordenadorias de Relações Internacio-nais e da Mulher, Igualdade Racial e Diversidade Sexual. A mostra itinerante permaneceu por 30 dias na Casa de Angola de Osasco (localizada na Avenida Visconde de Nova Granada, 513 – Km 18, na cidade de Osasco), seguindo posteriormente para outros pontos de fácil acesso da cidade.

Representando o Prefeito de Osasco, Jorge La-pas, o Secretário de Relações Exteriores, Diogo Bueno, parabenizou a iniciativa e agradeceu o fac-to de o Consulado escolher a cidade para realizar

» Durante o evento realizado na noite de 13 de Maio, no audi-tório do campus de Osasco da-quela Universidade, o embaixa-dor Belo Mangueira ministrou uma palestra sobre “Relações Bilaterais entre Angola e Bra-sil”. O diplomata começou sua exposição apresentando a loca-lização geográfica de Angola e lembrando que o País é banha-do pelo Oceano Atlântico, o que facilita a circulação de bens e serviço por via marítima.

Mangueira explicou para os estudantes a actual estratégia política do governo de Ango-la, destacando pontos como a consolidação da democracia, desenvolvimento econômico, redução de importações, au-mento na exportação, forma-ção de quadros, diversificação

Consul Belo Mangueira falou sobre o tema para alunos do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo

RELAÇÕES ANGOLA/BRASIL DISCUTIDAS NA UNIFESP

da economia e fortalecimento do País nas relações interna-cionais (SADC, União Africa-na, Grandes Lagos e ONU).

O Embaixador reforçou que o Brasil foi o primeiro país a reco-nhecer Angola como Nação, no ano de 1975, logo após a con-quista da independência con-tra o colonialismo português.

Mangueira rememorou alguns acordos assinados entre Angola e Brasil durante os 40 anos de parceria estratégica, ressaltan-do o facto de que o Brasil se tor-nou um dos principais parceiros para reconstrução e desenvol-vimento de Angola. Em respos-ta a uma pergunta da plateia, Mangueira disse que saída do Partido dos Trabalhadores do comando do poder executivo no Brasil não irá mudar os acordos já assinados e que espera que os laços entre os dois países continuem fortes.

16 17AngolaYetu

actividade consular

Cerca de 60 pessoas participaram do acto de lançamento

» Idealizado por empresários em co-nexão com a Câmara de Comércio Angola Brasil e o Consulado Geral de Angola em São Paulo, o novo instituto pretende congregar, ajudar e facilitar a atuação do empresariado angolano no Brasil e também prestar auxílio aos empresários brasileiros que preten-dem investir em Angola. Como parte de seu trabalho para aprimorar o sec-tor, a entidade deve mediar e arbitrar as questões que envolvam o empresa-riado angolano no Brasil.

Cerca de 60 pessoas participaram da cerimônia que consagrou a iniciativa, realizada durante a tarde de 29 de Abril nas instalações da Chancelaria ango-lana em São Paulo. O Presidente da entidade, Joel Carlos, disse aos parti-cipantes do evento que “O Instituto vem exatamente para reunir todos os re-cursos dentro de uma plataforma para que os interesses de cada empreende-

» Evento internacional criado pela en-tidade sem fins lucrativos Centro Cul-tural Africano, o Prêmio África Brasil é entregue anualmente a personalidades, empresas e governos que se destaquem com projetos acções sociais e que con-tribuam para a inclusão sociocultural e ambientalmente sustentável dos afro-descendentes. Este ano a cerimônia de entrega da honraria foi realizada duran-te a noite de 23 de maio, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, na região central da capital paulista.

O Consul Geral de Angola em São Paulo, embaixador Belo Mangueira foi

EMPRESÁRIOS CRIAM ORGANISMO DE APOIO

CONSUL BELO MAGUEIRA RECEBE TROFÉU “MAMA ÁFRICA”

Instituto Angolano de Comercio Exterior e Mediação nasce para aprimorar empresariado angolano no Brasil

Cerimônia de entrega do XI PrêmioÁfrica Brasil fez parte das atividades comemorativas do Dia da África

dor sejam alcançados em curto prazo e com eficiência”. Integram a direcção do Instituto Joel Carlos, (Presidente); Adriano Campus (Vice-Presidente; Lu-tungissa Vitor (Secretário Geral) e Hé-dio Silva (Assessor Jurídico).

um dos homenageados da noite. Se-gundo o fundador do Centro Cultural Africano, Otunba (rei) Adekunle Ade-ronronu, “O Consul Belo Mangueira é um dos nossos premiados por que está fazendo um trabalho genial, de unir a força do povo africano aqui em São Paulo.” Agradecendo a homenagem, Mangueira afirmou que o prêmio não é só seu:” Ele pertence também aos fun-cionários do Consulado Geral e á co-munidade angolana, por que sem eles seria difícil fazer com que a cultura angolana chegasse aos pontos em que ela chegou aqui no Brasil.”

Ao lado de Adekunle Aderomnu e sua esposa Falilat Aderonmnu, Belo Mangueira exibe o trofeu,

entregue pelo Consul da Nigéria, Muntari Kaita

18 19AngolaYetu

especial mês da mulher

A Organização da Mu-lher Angolana (OMA), a maior entidade social

feminina do País, tem traba-lhado para sensibilizar e edu-car as mulheres no sentido de que tenham consciência do seu real valor no crescimen-to de Angola. No centro das preocupações da OMA estão o progresso do povo angolano e

PARA ESTABILIDADE SOCIAL

OMA REALÇA PAPEL DA

NO PODERMULHER

a implementação de estraté-gias para inclusão e reconhe-cimento da mulher no desen-volvimento da sociedade. Para assinalar a passagem do Dia da Mulher Angolana, Angola Yetu traz uma entrevista que a Secretária para Relações Inter-nacionais da OMA na diáspora, Amália Maria Alexandre, conce-deu à repórter Danilsa Almeida.

A conversa girou em torno da diversidade e da complexidade dos problemas que estão colo-cados para a mulher e a socie-dade angolanas, evidenciados no Programa de Acção da OMA, que define os caminhos que a entidade trilha para obter so-luções eficazes no domínio da saúde, educação e alfabetiza-ção, combate a pobreza, violên-cia contra a mulher e a rapari-ga, educação para a cidadania, direitos da mulher.

Angola Yetu: O mês de Março é considerado o mês da mulher. O que representa este mês, particularmente para as mulheres angolanas?AMÁLIA ALEXANDRE: O mês de Março tem uma data histórica a nível nacional em que o nosso povo, em particular as mulhe-res, recorda os esforços e a con-tribuição da mulher angolana na luta de libertação nacional, na conquista da Paz e hoje na luta pela unidade nacional e a conso-lidação da paz e da democracia.

A.Y: Em Angola a luta pela igualdade do género ainda é uma questão de grandes discussões. Como tem sido a aceitação da mulher na política, no poder e em órgãos de tomada de decisão? A.A: Reconhecemos que é um pro-cesso paulatino, mas o país tem dado passos significativos para que a mulher conquiste os seus espaços na sociedade e o exem-plo é que temos mulheres em quase todos os órgãos de decisão.Hoje em Angola temos 36,8% de mulheres no Parlamento, existe paridade de 50% na Presidên-

cia das Comissões de trabalhos especializadas da Assembleia Nacional. Contamos com duas mulheres como vice-presiden-tes da Assembleia Nacional, mulheres como vice-presiden-tes do grupo parlamentar do partido maioritário, o MPLA, ministras e secretárias de Esta-do com pastas importantes, go-vernadoras em duas províncias de grande peso no rendimento nacional, líderes comunitárias, empresariais e religiosas. To-das se destacam pelo seu pro-fissionalismo e activismo.

A.Y: De que forma o estatuto da OMA defende os direitos das mulheres, e quais os mecanismos utilizados para a aplicabilidade das leis que as protegem?A.A: Os estatutos da OMA pri-mam pela observância do di-reito à igualdade entre homens e mulheres, enquanto direito

fundamental, para que possam participar de forma igual na vida pública e privada. Além disso, em folhetos bem como por meio de outros instrumentos jurídicos le-gais nacionais e internacionais, com linguagem acessível e em línguas nacionais, a entidade di-vulga a Constituição, o Código da Família, a Lei contra a violência doméstica e a Lei Geral do Tra-balho. Para elevar a consciên-cia cívica dos cidadãos, a OMA advoga que as questões de gé-nero sejam integradas nos pro-gramas políticos, económicos, sociais, culturais, financeiros e que se evidenciem pela realiza-ção sistemática de programas de sensibilização sobre os Direitos Humanos em estabelecimentos escolares, comunidades urbanas e rurais. Com a criação do Minis-tério da Família e Promoção da Mulher e a aprovação da Lei da Maternidade, a OMA tem dado grandes passos neste campo.

A Secretária para Relações Internacionais da OMA, Amália Maria Alexandre, luta pela participação igual da mulher angolana na vida pública e privada

por Danilsa Almeida

20 21

especial mês da mulher

A.Y: Olhando para a sociedade angolana, nos defrontamos com o crescimento de actos que lesam os direitos das mulheres, particularmente as violações de menores e maus tratos no seio familiar. Como a OMA encara esses actos e o que mais se deve fazer para por cobro a estas práticas?A.A: A OMA encara com muita preocupação, tendo em con-ta que a Camarada Secretária Geral da Organização tem feito esforços em manter contactos

com entidades governamentais (Ministérios do Interior, da Defe-sa, Justiça e Direitos Humanos) para realçar sobre as violações de menores ou maus tratos no seio familiar, apresentando pro-postas para que, dada a gravida-de de seus actos nas famílias e na sociedade, não seja concedi-da liberdade provisória aos pre-sumíveis autores.Para pôr cobro a estas práti-cas a OMA tem recomendado o desenvolver de um esforço e acções de carácter preventivo

e de intervenção em situações de violência sexual e maus tra-tos contra homens, mulheres, crianças e adolescentes. Além disso, é preciso criar, desenvol-ver e garantir a execução de po-líticas de maior sustentabilidade das famílias mais carenciadas, que são as monoparentais, de forma a garantir condições bási-cas de sustento e educação dos filhos menores.É necessário o envolvimento de todas as instituições especiali-zadas e interessadas, incluindo as famílias, no combate a estas práticas, de tal forma que sejam desmitificadas e analisadas pela sociedade angolana como um problema transversal e de risco iminente, que se choca com os principais objectivos do Progra-ma do MPLA, particularmente no capítulo da estabilidade, re-conciliação e coesão social.

A.Y: As medidas preventivas de carácter politico-legal protegem as mulheres de todas as formas de agressão ou é preciso mais alguma iniciativa para que se cumpra com a nova lei contra a agressão no seio da família?A.A: Acredito que estamos no bom caminho, mas precisamos reforçar o sistema judicial e não só, de maneira a tornar mais apuradas as investigações sobre as diversas denúncias de redes de prostituição existentes e resi-dências que são utilizadas para concentrar crianças e adoles-centes com o fim de exploração sexual. Que haja maior midiati-zação dos casos comprovados, em especial das penas aplica-das como forma de prevenção.

QUE CONTINUEMOS FIRMES E UNIDAS NA DEFESA DOS MESMOS IDEAIS, RUMO À

PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA MULHER.”

A.Y: Nota-se também, que outro problema social no seio da juventude é a droga e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, podendo pôr em causa o crescimento sadio desta camada da sociedade. Quais as medidas propostas pela OMA para resolver esse problemas? A organização entende que os programas escolares deveriam interferir mais, contribuindo para a melhor consciencialização da Juventude?A.A: A OMA tem desenvolvido es-tudos quantitativos e qualitativos para análise desta situação que afecta mais a franja juvenil, crian-do campanhas de sensibilização e mobilização da sociedade, em especial os órgãos de comunica-ção social, contra os segmentos que comprovadamente represen-tam factores de risco à popula-ção infanto–juvenil. Procuramos também promover acções con-ducentes a uma postura activa e consciente da juventude, en-quanto agente impulsionador do desenvolvimento da sociedade e actuamos para assegurar melho-res condições e um ambiente ten-dente ao reforço e à expansão de iniciativas de micro finanças sus-tentáveis, que oferecem oportuni-dades de crédito aos jovens que desejem iniciar o seus próprios negócios, permitindo desse modo o sustento das suas famílias.

A.Y: Qual tem sido a participação da OMA nos programas de sensibilização, educação e inclusão social das mulheres?A.A: Na qualidade de maior orga-nização sócio-politica feminina de Angola, a OMA tem contribuído

consideravelmente para a pro-moção de vários diplomas em prol das famílias, da promoção e desenvolvimento da Mulher, nas múltiplas vertentes da vida politica, económica social, cul-tural e contra a violência do-méstica. Tem também levado a cabo iniciativas e campanhas sobre a igualdade de direitos, de oportunidades e de acesso aos recursos, à divisão equitativa das responsabilidades familia-res e a parceria harmoniosa en-tre mulheres e homens, requi-sitos fundamentais para o seu bem-estar e de suas famílias, bem como para a consolidação da democracia. Trabalhamos ainda pela erradicação da po-breza, com base em um cresci-mento económico sustentável, no desenvolvimento social, na protecção ambiental, na justiça social, no processo de desen-volvimento económico e social, em oportunidades iguais e na

plena participação, em condi-ções de igualdade, de mulhe-res e homens, como agentes e beneficiários de um desenvol-vimento sustentável orientado para o indivíduo. Queremos o reconhecimento explícito e a reafirmação do direito de todas as mulheres de controlarem to-dos os aspectos de sua saúde em especial o de sua própria fertilidade são essenciais ao seu empoderamento.

A.Y: É notável que muitos desafios se enfrentam para que se tenha consciência do grande valor e papel da mulher numa sociedade. Neste Março Mulher, qual é a mensagem da OMA para a Mulher Angolana em especial as que vivem no Brasil.A.A: Que continuemos firmes e unidas na defesa dos mesmos ideais, rumo à promoção e de-senvolvimento da Mulher.

22 23

especial mês da mulher

Depois de enfrentar e vencer a fal-ta de equipamentos e o reduzi-do interesse das empresas pelo

segmento, Rose Palhares conseguiu se estabelecer no mercado da moda an-golana. Passados apenas três anos do início de sua actividade empresarial, ela conta com uma equipa de 25 pessoas a trabalhar para a sua marca e, para além de Angola, tem clientes também em Portugal e Moçambique.“Quando comecei não existia quase nada para os estilistas. Não havia fábricas, tecidos de qualidade e costureiros. Conseguir for-mar uma equipa para o mundo da con-fecção foi a minha maior batalha”.

Formada em Design de Moda pela Uni-versidade do Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina, sul do Brasil, Rose aca-lentou precocemente o sonho de con-quistar um espaço no mundo da moda. “Desde muito nova sonhei ser designer de moda” declarou em janeiro à jornalista Paula Brito, do site Dinheiro Vivo, acres-centando que, como muitas meninas, co-meçou por vestir as bonecas e mais tarde fazer roupas para ela própria vestir.

Sua forte convicção e a ambição de con-seguir obter o que deseja fizeram com que dúvidas nunca existissem, nem mesmo o desânimo por conta dos deságios e obje-ções. Rose tem na sua marca característi-cas peculiares que a distinguem de outras estilistas pelo estilo que trabalha nas suas coleções e busca sempre o novo e dife-rente. Trabalha sempre com uma gran-

O SONHO DE DEIXAR SUA MARCA NO MUNDO

Nascida em Luanda, a estilista Rose Palhares está hoje entre os nomes emergentes mais reconhecidos da indústria da moda angolana

Rose Palhares estudou Design de Moda no Brasil

de variedade de tecidos africanos, como seda, caxemira e sablé algodão, tentando sempre implementar algo de inovador. “Eu posso dizer que quando crio, não sigo ten-dências e isso já deu para ver que é algo muito característico nas minhas peças. Elas não únicas e novas”.

A música, a pintura e o desejo de seus clientes para vestirem sua marca são elementos motivadores para desenhar as peças, que, quando são vestidas pe-las pessoas, representam para ela um

grande prestígio. E isso por que sempre sonhou em ser uma estilista reconheci-da, tendo como factores de inspiração a força da mulher angolana, o clima e a gastronomia do País. Quando ques-tionada sobre o seu papel na afirmação do reconhecimento internacional para moda angolana, ela explica que “O papel que eu desempenho para ganhar essa notoriedade é simplesmente trabalhar e expor a minha arte em forma de roupa. Agarro todas as oportunidades e quando eu erro vejo sempre o lado do aprendiza-do. Apenas isso”.

Rose já foi nomeada para a catego-ria de estilista do ano no Angola Top Ten Awards, concurso que visa premiar os melhores nas áreas da música, moda, jornalismo, mídia e artes. Sabendo que existem outras jovens que sonham em ter um bom posicionamento quando regres-sarem para Angola, ela dá um conselho para as jovens estudantes de moda: “Se-jam vocês mesmas e lembrem sempre que o maior concorrente são vocês, e vi-vam pela moda acima de tudo.

Nair Almeida encerra a carreira

ANDEBOLISTA DO

CLUBE 1º DE AGOSTO

FINALIZA BRILHANTE

TRAJECTÓRIA NOS

PAVILHÕES DO JOGO

DA SUPER TAÇA

DE ANGOLA

» “Chegou a hora de dizer adeus. Não um adeus, mas um até sempre, porque é assim que será.”, comentou nas redes sociais a atleta Nair Filipe Pires de Almeida, que em fevereiro despediu-se da actividade como uma referência do andebol nacional e internacional, com um currículo re-cheado de títulos continentais, participações em campeonatos do mundo e jogos olímpicos. Os pontos altos dessa trajectória de 20 anos são a conquista do 7º lugar do campeonato do mundo em 2007 na França, e a eleição de melhor atleta do Campeonato Africano das Nações, realizado em Angola em Janeiro de 2008.

Nair gosta de viajar e conhecer outras cultu-ras, quando mais nova tinha interesse em cur-sar medicina, mas optou pela prática desportiva onde iniciou aos 11 anos de idade. Desde mui-to nova, despertou a atenção dos técnicos pela grande habilidade na sua modalidade, o que lhe deu muita visibilidade como talento

Em sua caminhada como andebolista, venceu 13 campeonatos provinciais, 12 Taças dos Clubes Campeões Africanos, oito Taças de Angola e oito Super Taças de Angola, divididas entre Petro e 1.º de Agosto, participações em Jogos Olímpicos de 2004, 2008 e 2012, cinco participações em cam-peonatos do mundo, três medalhas de ouro em jo-gos Panafricanos (Jogos Africanos), MVP em 2008, no Campeonato Africano das Nações, realizado em Angola. Em declaração a Angop, a ex-jogadora comentou que “Só me resta agradecer a Deus por esse maravilhoso dom que mudou a minha vida”.

24 25

economia

» Em comunicado en-viado aos veículos da imprensa, a Aceria de Angola informa que aplicou cerca de 280 mi-lhões de euros (300 mi-lhões de dólares) para começar a implantação da primeira siderurgia no País. De acordo com o texto, divulgado em dezembro último, a unidade industrial, já inaugurada oficialmente, “vai criar 600 postos de trabalho directos”, a que se soma a estimativa de três mil indirectos. Localizado a 30 km de Luanda, o projecto, diz o informe, vai “permitir produzir quinhentas mil toneladas de aço por ano”, tendo como prioridade a fabricação de varão de aço.Em termos de matéria-prima, a empresa elaborou uma estratégia para recolher sucata oriunda de material de guerra, navios e “outros resíduos me-tálicos nocivos”. Até 2019, está previsto que a produção possa atingir um milhão de toneladas de aço por ano, com um investimento adicio-nal de 500 milhões de dólares, de acordo com o comunicado da em-presa. Georges Choucair, presidente do conselho de administração da Aceria de Angola, diz que a ideia é recuperar o investimento em cinco anos. Apesar de não dizer quem são os acionistas, o informe revela que 70% do capital é de investidores angolanos, cabendo o res-tante a investidores de outras nacionalidades.

Fonte: www.angonoticias.com

» A União Europeia (UE) vai financiar este ano, com cinco milhões de euros, a execução da segunda fase do projecto Sanga, que consiste na criação de infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento da pecuária em cinco províncias. A informação foi prestada em Janeiro à Angop, no Lubango, pelo representante do Fundo da Nações Unidades para a Alimentação (FAO) na região sul, Matteo Tonini, que disse que esta fase engloba a construção de 15 farmácias veterinárias municipais nas províncias da Huíla, Benguela, Namibe, Cunene e Huambo. Matteo Tonini acrescentou que o montante serve igualmente para apoiar as campanhas de vacinação bovina, a reabilitação dos postos e mangas de vacinação, abertura de chimpacas e furos de água.

Fonte: Jornal de Angola

» A Nasa Comercial afigura-se entre as empresas que prestam serviço ao sector petrolífero. Com três subsidiárias, o grupo marcou passos importantes que lhe permitiram aderir ao mercado internacionalO grupo angolano Nasa Comercial concluiu o processo de abertura de duas sucursais nas cidades de Aberdeen (Inglaterra) e de Lisboa (Portugal), numa altura em que o mercado regista uma recessão de actividades devido a pressão da escassez de divisas e a queda do preço do petróleo no mercado internacional. Cerca de 10 mil euros foram investidos para a abertura das duas representações que servirão de ponte entre o mercado angolano e o europeu.

Fonte:exame.co.ao

NASCE A PRIMEIRA SIDERURGIA DE ANGOLA

Empresa angolana entra no mercado europeu

Fundos europeus no sector agrário

» A primeira fase da construção do porto de águas profundas do Caio, na província de Cabinda, está em curso. Avaliada em dois mil milhões de dólares, a construção do Porto do Caio será dividida em três fases, informa a Angop. A primeira, que vai custar 600 milhões de dólares, consiste na construção de um cais de atracação para dois navios de longo curso e do quebra-mar. A segunda fase, que inclui a construção da base logística (armazéns), e a terceira e última fase, dependem da conclusão da primeira, bem como do tráfego e da demanda do mercado. Outra acção a ser desenvolvida é o deslocamento da população que se encontra na área definida por Decreto Presidencial para a execução do projecto,“Em função do resultado desta fase, será definida a data do arranque da segunda”, explicou em janeiro ao Jornal de Angola o presidente do Conselho de Administração do Porto de Cabinda, Nazareth Neto, que informou já ter o Executivo disponibilizado as verbas necessárias para o arranque do projecto, alertando no entanto existirem ainda por parte da entidade privada uma série de factores ainda por solucionar.

» A criação de peixes, aquicultura, está a proliferar em Angola, desde projectos experimentais à produção indus-trial, passando pela formação de técnicos angolanos, al-guns dos quais trocam a pesca do rio pelos tanques. Em todo o país, segundo a previsão do Governo angolano, a produção de peixe em aquicultura em 2015 é estimada em 60 mil toneladas, um crescimento de 50 por cento face a 2013. Segundo o Governo, a crescente aposta e investi-mento em aquicultura é uma forma de garantir a segu-rança alimentar e nutricional da população e combater a fome, além de reduzir a pobreza da população.

Notícia publicada pela Agência Lusa, em 12 de dezem-bro de 2015, cita o exemplo da produção em aquicultura feita em Laúca, no médio Kwanza. Segundo a reportagem, a Unidade Demonstrativa de Peixe de Laúca, instalada pela Odebrecht na margem direita do rio e funcionando em caráter experimental, já fornece todas semanas uma tonelada de peixe ao vizinho refeitório que a construtora brasileira montou para apoiar a construção do Aproveita-mento Hidroelétrico de Laúca.

Este projeto experimental em Laúca, que até poderá ser alargado a outras espécies, é apenas um dos vários pon-tos de produção de aquicultura que proliferam por todo o país, actividade que mereceu mesmo a constituição de uma Secretaria de Estado própria em 2014. O mesmo tem vindo a acontecer com centros de larvicultura, para ga-rantir a base da produção, que estão a ser construídos no país, como um do género a instalar no sul, na província do Cuando Cubango, por 12 milhões de euros. O Minis-tério das Pescas angolano prevê para 2016 um programa de desenvolvimento da aquicultura com uma dotação de 1,037 biliões de kwanzas (sete milhões de euros).

INVESTIMENTOS FAZEM CRESCER A CRIAÇÃO DE PEIXES NO PAÍS

Cabinda terá Porto de Águas Profundas

26 27AngolaYetu

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Proprietário de uma bem sucedida escola de idiomas, o angolano Crispim Calonge está há 21 anos no Brasil, mas antes circulou pelo Planeta, passou por provações, experimentou aventuras e obteve conquistas POR VASCO SUAMO

EMPRESÁRIO JÁ MOROU EMBAIXO DE PONTE

Logo depois que chegou a São Paulo, em 1995, an-tes de passar no vestibu-

lar na USP, onde se formou em Letras, Crispim Clemente Ma-teus Calonge teve por um bom tempo, como moradia, a ponte Bernardo Goldfarb – que passa sobre o rio Pinheiros e serve de ligação entre a rua Butantã e a avenida Prof. Francisco Mo-rato, na zona oeste da capital paulista. Ao longo dos anos, no entanto, sua vida mudou para muito melhor e, hoje, ele é pro-prietário da escola de idiomas “Boutique Of Languages By Chrispim Calonge”, também sediada na capital paulista, que vem conquistando espaço no ramo educacional. Nasci-do na cidade do Dundo, capi-

mantífera de Angola, que lhe concedeu a transferência para a sede em Luanda.

Aos 16 anos, Crispim con-cluiu o ensino médio no Institu-to de Educação Garcia Neto, em Luanda. Considerado melhor aluno da turma, foi convidado pela professora Arlete Santos, que na época leccionava Meto-dologia de Ensino de Língua no Garcia Neto, a substituí-la no colégio enquanto fazia mestra-do na Inglaterra. Crispim acei-tou, passando assim a ensinar inglês no período nocturno.

tal da Lunda Norte (Província do Leste de Angola) e de etnia tchokwe, o empresário é casa-do com uma brasileira, pai de um rapaz de 17 anos e de uma menina recém-nascida.

Quando ele tinha apenas 10 anos, sua família descobriu que dois irmãos mais velhos eram portadores de anemia falcifor-me. Em busca de melhor trata-mento, sua mãe era obrigada a viajar com os filhos para Luan-da. “O país estava mergulhado na guerra civil, – conta Crispim - era comum vermos aviões abatidos no ar, e este era o nos-so maior medo”. Como medida de precaução a família se mu-dou para a capital. Na época, seu pai trabalhava na Diamang, actual Endiama - Empresa Dia-

DE LUANDA A MOSCOUAs mudanças na vida de Cris-

pim começaram a acontecer em 1992, quando foi convidado a trabalhar nas primeiras elei-ções presidenciais de Angola e, além de dinheiro, recebeu ali-mentos como remuneração pelo serviço prestado. Ele, sua mãe e mais um irmão transportavam comida ao Dundo para ser co-mercializada. Mas dias após de terem chegado a Lunda Norte, o processo de guerra civil reco-meça. “Minha mãe estava numa ponta da rua vendendo e eu na

outra esquina. Repentinamente, começou o tiroteio, tentei cha-mar meu irmão estava jogar fu-tebol ao lado, mas não consegui e decidi fugir sozinho. Enquan-to corria, avistei uma aeronave descendo em direção ao aero-porto para levar os estrangeiros que viviam na cidade. Como já falava inglês, não hesitei, fiz-me de estrangeiro falando inglês e subi a bordo sem saber o desti-no”, recorda.

O avião parou por alguns mi-nutos em Luanda para abaste-cer e seguiu em direção à Re-

pública de Malta. Crispim ficou em Malta por aproximadamen-te dois meses, até conseguir uma oportunidade para ir para a Rússia, onde permanceu cer-ca de cinco meses até regres-sar para Angola. Em Luanda, teve conhecimento da abertura de um processo de candidatu-ras para bolsas de estudos na Rússia, oferecido pelo Governo de Lunda Norte. Candidatou-se e foi beneficiado.

Com mais 40 angolanos, de-sembarcou em Moscou, por-tando travelers cheques para serem convertidos na moeda russa. A operação no entanto não teve êxito. Consequente-mente, Crispim e seus colegas foram abrigados em alojamen-tos sem condições habitacio-nais, passando frio e fome por não conseguirem pagar as des-pesas do dormitório estudantil. Mesmo sendo o mais novo en-tre os estudantes, Calonge foi eleito representante do grupo, viajando para Angola em busca do dinheiro para seus colegas. O destino dos estudantes seria Kiev, na república da Ucrânia mas, atendendo às dificulda-des financeiras, acabaram por permanecer em território rus-so. Já nessa época, nas horas vagas, Calonge dava aulas de inglês para russos e outros es-trangeiros, porém não estava contente. “Apesar de ter uma vida mais tranquila, compara-da à que tinha em Angola, não era suficiente. Fiquei só dois anos na Rússia”. Por conta do frio, do choque cultural e da in-satisfação pessoal, decidiu em 1995 viajar para o Brasil para tentar a vida.

30 31AngolaYetu

comunidade

DE MOSCOU AO RIO DE JANEIRO

Portando a mala com roupas e duzentos dólares, desembar-cou no Aeroporto Internacional Galeão, na cidade do Rio de Ja-neiro: “Eu não sabia o que fazer, estava totalmente desorienta-do, mais perdido que cego em tiroteio”, conta. Calonge trocou o dinheiro e comprou a passa-gem para São Paulo. Durante o voo, conheceu uma estudan-te angolana que lhe deu abrigo na maior metrópole brasileira, mas por uma questão de espa-ço, passados três dias, foi con-vidado a abandonar a casa.

Sem ter para onde ir, viveu por alguns meses debaixo do Viaduto Bernardo Goldfarb, no bairro Pi-nheiro, Zona Sul da capital pau-lista: “Viver na rua não é confor-tável para ninguém. Apesar das

grandes dificuldades que tive-mos em Angola, não me lembro em ter visto alguém morando na rua e agora, me ver em condição de rua! Isso me matou, mas eu não tinha alternativa, não pode-ria contar com ninguém. Evitei revelar para minha família minha situação para não causar sofri-mento”. Conta o professor que passou fome, frio e uma inquie-tação constante, uma vez que na época era comum ataques contra moradores de rua. Nessa época, lavava louça e roupa de cama em

Sou angolano e tenho orgulho de fazer parte de uma geração que aprendeu muito(...).

Angola me fez homem, por isso sou um sucesso no que faço”

um hotel próximo à ponte, rece-bendo em troca banho e um pra-to de comida por dia: “Eu tinha fé que era uma situação temporá-ria, tudo iria se resolver”.

Meses depois prestou ves-tibular e foi aprovado no curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP). Como alu-no da instituição, o angolano tentou uma vaga na residência estudantil, mas o abrigo lhe foi negado por não possuir um comprovante de residência. Du-rante alguns meses, saía da rua

para universidade: “No inverno era mais complicado, enquanto outros colegas usavam casaco na escola para se proteger frio, eu me agasalhava com minhas cobertas em sala de aula”.

Por ser um dos poucos alunos negros e estrangeiro na univer-sidade, muitas vezes foi alvo de racismo por parte de colegas e funcionários da instituição. “Vá-rias vezes fui impedido de en-trar pelo portão exclusivo para alunos. Todos entravam, mas na minha vez sempre era inter-pelado. O que você quer aqui? - perguntava o segurança”.

HAPPY ENDMas o tempo passou e Cris-

pim alcançou seu objectivo. Conseguiu um bom trabalho, casou-se e teve o primeiro filho, actualmente com 17 anos. Hoje é empresário no ramo educa-cional, proprietário da escola de línguas “Boutique Of Languages By Chrispim Calonge”, funda-da em 2012. Todas as terças e sextas-feiras, durante duas ho-ras, dá aulas gratuitas de portu-guês no Centro de Acolhimento de Refugiados, mantido pelo Governo do Estado de São Paulo e pela Prefeitura da capital pau-lista. O tchokwe planeja um dia voltar a viver em Angola. E quan-do lá estiver, almeja encontrar um país justo e mais equilibrado socialmente, uma Angola recu-perada pelo esforço que dedica à educação e aos valores mo-rais de convivência social: “Sou angolano e tenho orgulho de fazer parte de uma geração que aprendeu muito, muito de tudo. Angola me fez homem, por isso sou um sucesso no que faço”.

» Participação frequente nas aulas, boas notas, bom comportamento e compromisso com os estudos, foram os critérios que levaram o estudante angolano Garcia João Bole a ganhar o título de melhor aluno do curso de administração de empresas do Centro Universitário do Norte Paulista (Unorp). A premiação, concedida pelo corpo docente do Conselho Regional de Administração, coincidiu com a outorga de grau dos alunos do curso, que aconteceu dia 1 de Fevereiro, no salão multiuso da Universidade, em São José do Rio Preto.

“Quando cheguei ao Brasil, tinha simplesmente a minha mala com roupas e o sonho de fazer uma faculdade no exterior”, conta Garcia, que pisou no solo brasileiro em Outubro de 2011 para prestar vestibular. Confiante no aprendizado adquirido em Angola, durante o ensino médio, foi admitido para fazer o curso universitário. Distante da família, o angolano procurou se focar nos estudos para terminar o curso e voltar para Angola para ficar perto da família e ajudar na reconstrução do país. Garcia dedica o mérito a todas as pessoas que lhe prestaram apoio durante a fase de formação e a nação angolana.

Angolano é melhor aluno de Administração na UNORPBOA FORMAÇÃO RECEBIDA EM ANGOLA, AUTOCONFIANÇA

E FOCO NOS ESTUDOS SÃOS SEGREDOS DO SUCESSO

REVELADOS POR GARCIA JOÃO BOLE

32 AngolaYetu

comunidade

» A cerimônia que deu por encerrado o curso de pós-graduação e especialização de 13 médi-cos angolanos das Clínicas Multiperfil e Giras-sol foi realizada, em 22 de Fevereiro, no auditó-rio do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Instaladas na capital de Angola, as duas instituições de saúde com carácter privado prestam serviços à população do País e são be-neficiadas por um convênio de especialização de médicos com a Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo - FMUSP.

O Diretor da Escola de Educação Permanen-te do Hospital das Clinicas, o Professor/Doutor Décio Mion Júnior abriu a cerimônia explicando o Programa de Cooperação Internacional para Profissionais da Saúde, no qual as clínicas ango-lanas estão inseridas. O objectivo, segundo ele, é trazer médicos de outros países para receberem formação especializada e regressarem aos paí-ses de origem onde farão uso dos conhecimentos adquiridos. O Dr. Manuel Felipe Dias dos Santos, Presidente do Conselho de Administração e Di-

MÉDICOS TERMINAM ESPECIALIZAÇÃO NO USP

Curso é resultado de convênio que prevê a formação de 70 especialistas até 2018

retor Geral da Clinica Multiperfil, lembrou que o convênio firmado pelas instituições participantes tem um programa que culminará em 2018 com 70 médicos especialistas formados pela Univer-sidade de São Paulo.

Representando os profissionais angolanos participantes do cursos, o Gastroenterologista Gonçalves Bravo falou, de maneira descontraída, sobre as dificuldades enfrentadas no período de formação e agradeceu a oportunidade de se es-pecializar naquela que é considerada a melhor universidade do Brasil. Bravo se referiu também à importância do convênio entre as instituições, lembrando que em Angola grande parte dos téc-nicos na área da saúde é integrada por estran-geiros, razão pela qual a qualificação da mão de obra nacional é de extrema importância.

Para José Adilson Rodrigo Alves, especialista em patologia clínica e medicina laboratorial, dei-xar a família foi a maior dificuldade, por nunca ter se sentido preparado para viver distante por mui-

Medico Jose Adilson Rodrigo Alves e sua familia

Bruna C. B. da Rocha especializou-se em patologia clínica

Este convênio irá reduzir o número de pessoas que saem do país em busca de tratamentos (...)”

to tempo. Ele exaltou a importância do convênio entre as instituições, lembrando que a área de formação em Medicina foi parcialmente destruída durante os 30 anos de duração da guerra civil que assolou o país. “A nossa Faculdade de Medicina tem formado médicos, mas para formação espe-cializada ou residência médica carecemos de mais condições, é necessário recorrer a outros países e o Brasil é um dos mais acessíveis”, frisa.

Uma das formadas da turma, a especialista em patologia clinica, Bruna Cláudia Basto da Rocha, contou à Angola Yetu que o processo acadêmico foi intenso e ao mesmo tempo prazeroso, pelo facto de estudar numa das melhores universida-des da América Latina e receber ensinamentos de professores conceituados na medicina bra-sileira. “Este convênio é de grande importância para Angola, uma vez que irá reduzir o número de pessoas que saem do país em busca de tra-tamentos especializados no exterior. Do mesmo modo, reduzirá a mão de obra estrangeira em território nacional”, declarou Claudia.

34 35AngolaYetu

comunidade

» A exibição de um vídeo-documentá-rio sobre a reconstrução de Angola du-rante os 14 anos de paz e a entoação do Hino Nacional do País marcaram a abertura da cerimônia de inauguração das instalações de trabalho da entidade de representação dos estudantes ango-lanos em Criciúma. Realizado no final da tarde de 27 de Abril, no anfiteatro da Universidade Extremo Sul Catarinense (Unesc), o evento, que contou com a presença de mais de 120 pessoas, teve

UNESC: ESTUDANTES GANHAM ESPAÇO DE TRABALHOInaugurada a sede da Associação dos Alunos Angolanos de Criciúma (ASSAC)

a participação do do Reitor da Univer-sidade, Gildo Volpato e do Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Ango-la em São Paulo.

Em seu discurso, o reitor Gildo Volpa-to disse que actualmente a instituição catarinense alberga 142 estudantes an-golanos, razão pela qual a direcção dis-ponibilizou o local para que a Associação possa desenvolver suas actividades e re-solver os problemas que assolam a co-munidade naquela cidade. Volpato des-

A iniciativa teve apoio do Consulado Geral

tacou também a importância da parceria existente entre a Universidade Extremo Sul Catarinense e o Consulado Geral de Angola em São Paulo.

O Consul Geral, Embaixador Belo Man-gueira, começou seu discurso parafra-seando o primeiro presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto, que defendia o investimento na educação com a finali-dade de formar bons quadros nacionais para tornarem possível a exploração e a transformação dos recursos naturais que o País possui. “O Consulado Geral – disse Mangueira - está de portas abertas e tra-balhará em parceria com a associação, buscando resolver na os problemas que afectam os estudantes.”

Direcção da Associação dos Estudantes Angolanos em Criciúma

142 estudantes angolanos frequentam a UNESC actualmente

Ainda na programação, a nova direção da Associação dos Estudantes Angolanos em Criciúma foi apresentada: Manuel de Almeida, Presidente; Vladmir Quindongo, Vice-presidente; João Carlos, Secretário Geral; Ivania Cristovão, Tesoureira; Luisa De Matos, Secretária Cultural e Duarte Ngongo, Secretário Desportivo. Segun-do presidente da ASSAC, a concessão do novo espaço é um grande: “Para os estu-dantes, é um grande conforto saber que eles têm um local para recorrer, destina-do a oferecer orientações relacionadas a qualquer dúvida que eles tiverem”, res-saltou Manuel de Almeida.

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comunidade

» As contribuições dos pio-neiros do Panafricanismo e o legado que deixaram para as gerações presentes, sobretu-do a sua importância para a libertação de África do sistema colonial, bem como a neces-sidade da unidade dos povos africanos, foram os principais temas abordados no ciclo de palestras realizado dia 7 de maio na Câmara Municipal de São Paulo.

» Durante reunião realizada dia 7 de maio em uma sala do Hotel Vitória, no bairro do Brás, re-gião central da capital paulista, foi eleita e tomou posse a nova direcção da Associação Angolana do Município de São Paulo – Angosp.

Marcada pela presença de um público jovem que lotou a sala em que foi realizada, a ini-ciativa fez parte das comemora-ções do Dia da Juventude ango-lana e demonstrou o interesse desse contingente na diáspora em conhecer os problemas do continente e sua historia para, respeitando a diversidade exis-tente, unir os povos africanos em torno de objectivos comuns de desenvolvimento e paz.

JOVENS DISCUTEM PANAFRICANISMO

Toma posse nova direção da Angosp

Ciclo de palestras enfocou a linha de pensamento que impulsionou e orientou diversos processos de libertação dos povos africanos

Organizado por um grupo de estudantes angolanos, o even-to foi aberto com um recital de poesias de Gelson dos Santos. O primeiro palestrante foi o histo-riador e especialista em assun-tos africanos, Mahfouz Ag Ad-name, que falou sobre a Invasão Europeia e a Independência Co-lonial em África; o professor Dr. Abreu Paxe, escritor e docente da Faculdade ISCED em Luan-da, abordou a Diversidade Cul-tural em África, enquanto a Dra. Solange Barbosa, coordenadora da Unesco no projeto Rota dos Escravos, falou sobre o Pana-fricanismo; na última palestra do ciclo, o Gestor de Qualidade Emanuel Bravo analisou a Vida e Obra de Lúcio Lara.

Iniciativa fez parte das comemorações do Dia da Juventude Angolana

Ao centro, em traje étnico, o presidente eleito Carlos Francisco João

» O novo corpo directivo da Associação dos Angolanos no Estado de São Paulo, Palanca Negra, foi eleito dia 15 de Maio, durante assembleia realizada nas dependências do Consulado Geral de Angola em São Paulo. Após discurso do Embaixador Belo Mangueira, os candidatos à presidência, Carlos Francis-co João (Mandume), e Betilson João Kapata, apresentaram os respectivos planos de trabalho para o mandato, que foram ava-liados e questionados pelos re-presentantes das associações das demais cidades. Com voto secreto, por unanimidade, Car-los Francisco João (Mandume), foi eleito novo Presidente de As-sociação Palanca Negra.

Associação Palanca Negra elege nova directoria

No final da programação, An-tónio da Silva, Adido para as Co-munidades, leu a acta e o termo de posse do novo quadro dire-tivo da associação, que conta com os seguintes integrantes: Carlos Francisco João, Presi-

dente; Hermenegildo Chissapa Epalanga, Vice Presidente; José Gomes Emília, Vice Presidente; Nicolas Cativa, Primeiro Secre-tário; António Vitória, Segundo Secretários e Domingos Júlio Ebo, Tesoureiro.

Durante a eleição, presenciada pelo Consul Geral Embaixador Belo Mangueira, foi escolhido para exercer a Presidência da entidade Jorge Do-mingos Mateus, que terá como Vice-presidente Carlos Alberto Simão (Terror), como Secretário Geral Venceslau Lemos da Rocha (Kulau) e como responsável pelas finanças Mario da Conceição António (Toy Curia).

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comunidade

Localizado em dois dos bairros mais no-bres de São Paulo - Jardins e Itaim Bibi - o Etolie Hotels é ideal para visitantes

do Brasil ou do exterior que estão na cidade a trabalho ou para desfrutar de dias de lazer na cidade. E o melhor, com a sensação de esta-rem em casa, já que com suítes e restauran-tes amplos, discrição e sofisticação, o Etoile oferece todo o conforto que só uma casa tem.

Associado a Preferred Hotels & Resorts e ao Circuito Elegante, o Etoile Hotels se destaca pela excelência dos produtos e serviços ofertados: apartamentos extre-

ETOILE HOTELS: HOSPEDAGEM SOFISTICADA COM TOQUE DE CASA

Unidades Jardins e Itaim se destacam por conforto, sofisticação e privacidade

mamente espaçosos, arejados, com hi-dromassagem, cozinha completa, mimos exclusivos como menus de sabonetes e de travesseiros, enxovais Trussardi, produtos Granado, wifi incluído, recepção bilíngue, room service 24 horas, serviços de con-cierge, mordomia personalizada, abertura de cama, restaurante com grande parte de seus produtos orgânicos e preparados para dietas e restrições alimentares, carta de vinhos selecionada pela Mistral, serviços e produtos especiais para crianças, além de aceitar cachorros de pequeno porte.

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» Sob o lema “conhecimento, transformação e desenvolvimento”, a primeira Feira Cientifica An-golana foi realizada dia 14 de maio na Câmara Municipal de São Paulo e reuniu estudantes pro-venientes de diferentes universidades do Brasil e das diversas áreas do conhecimento. Os projec-tos apresentados tiveram foco maior no desen-volvimento econômico, político, social, educacio-nal, ambiental e cultural do País.

Hélio Penttinali, estudante de Tecnologia de In-formação, por exemplo, trouxe a proposta da Tec-nologia Voip, que visa apresentar às empresas as formas de comunicação existentes no mercado;

JOVENS ANGOLANOS REALIZAM FEIRA CIENTÍFICA EM SÃO PAULO

Estudantes angolanos da capital paulista organizam apresentação de projetos voltados para o desenvolvimento de Angola

já Alberto Laurindo da Silva, estudante de Enge-nharia de Produção, propôs o reaproveitamento pós consumo de óleo e gordura (tecnologia bra-sileira) para produção de biodiesel em Angola; e o estudante de Marketing, Marseu de Carvalho, apresentou proposta de regulamentação dos vendedores ambulantes em Luanda, com a cria-ção de um sindicato e o estabelecimento de pa-drões de exigência para o exercício da actividade. Também fizeram parte da programação palestras sobre empreendedorismo e sobre o papel da mu-lher, uma exposição de obras de arte, literatura e moda angolanas e ainda uma apresentação do Coral Unasp do Capão Redondo.

Organizado pelos estudantes Ana Masseca, Denise Karina, DivaldoVicente, Dúrcia Tamires, Emanuel Bravo, Leopold Brás, Marcia Patrocínio e Sun-Hin Pereira, o evento contou com apoio do Consulado Geral de Angola em São Paulo, Grê-mio dos Estudantes Angolanos do Unasp, Embai-xada de Angola no Brasil, Representação Comer-cial da República de Angola no Brasil, União dos Estudantes Angolanos no Brasil-Rio de Janeiro, Câmara do Comércio Angola Brasil, Associação Palanca Negra e o Instituto Angolano do Comér-cio Exterior e Mediação.

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INFORME PUBLICITÁRIO INFORME PUBLICITÁRIO

O Etoile Jardins fica na rua José Maria Lisboa, que apesar do ar residencial, está próxima às charmosas e badaladas ruas dos Jardins, como a Oscar Freire. A re-gião chama a atenção pela qualidade dos restaurantes, bares e cafeterias, além da presença das lojas de grandes marcas na-cionais e internacionais. O hotel também está perto da Avenida Paulista e dos prin-cipais centros financeiros e turísticos da cidade. Tudo isso faz do Etoile Jardins um ambiente para uma hospedagem acon-chegante e sofisticada, muito procurado por famílias em viagens.

Nos seus 17 andares de um charmoso prédio com tijolos aparentes, cercado por árvores, o hotel tem 21 apartamentos dis-poníveis em quatro categorias: Luxo, Su-per Luxo, Etoile e Magnum - a suíte presi-dencial. Os quartos vão de 66 m2 a 180 m2, muito acima da média dos outros hotéis da cidade. Há opções com 1, 2 ou 3 dormi-tórios, todos com lavabo, closet, varanda, TVs de plasma ou LCD, além dos outros diferenciais já citados.

LAZERO Etoile Jardins disponibiliza para o hós-

pede um espaço de descanso e lazer reser-vado, com piscina climatizada ao ar livre, fitness center, sala de pilates, sauna seca com ducha circular e vestiário. O destaque é o spa Jacuzzi J480 com 48 jatos d’água e capacidade para seis pessoas, que traz a combinação exata de água e ar para promo-ver o melhor da hidroterapia.

O spa Jacuzzi possui quatro apoios de cabeça, assentos anatômicos, cascatas com cromoterapia e caixas de som à prova d’água, que ao liberarem a entrada do cabo USB, permitem que o usuário desfrute de músicas de sua preferência, numa perfeita sintonia entre luxo e bem-estar. É o único hotel do Brasil a contar com este produto.

RESTAURANTE Aberto ao público, o restaurante Jorge

do Etoile Jardins tem no cardápio pratos feitos, preferencialmente, com produtos or-gânicos. Charmoso e agradável, com gran-des janelões com vista para as árvores, o restaurante disponibiliza uma variedade de pratos quentes e saladas fresquinhas que atendem a todos os gostos. Outro serviço oferecido pelo restaurante é o café da ma-nhã à la carte, com diferentes opções, algo que confere ar ainda mais distinto ao local.

ETOILE JARDINS

Com a mesma filosofia de acolher bem os hóspedes e proporcionar a eles um serviço sofisticado, de qualidade e similar à sua pró-pria casa, o Etoile Itaim tem como principais características conforto, elegância e priva-cidade. Assim como na unidade Jardins, o Etoile Itaim está bem localizado, na esquina das ruas Pedroso Alvarenga e Bandeira Pau-lista – local privilegiado por ter fácil acesso a uma das mais novas áreas de negócios, lazer, cultura e gastronomia da cidade, no bairro que concentra uma moderna região de escritórios – o que faz com que seja muito procurado por executivos – e vastas opções de restaurantes e bares.

Inaugurado em 2002 e com arquitetura contemporânea, o Etoile Itaim tem 15 anda-res, sendo que o último é reservado para sua área de lazer, com deslumbrantes vistas da cidade. Dispõe de 60 apartamentos - com um único padrão de suíte de luxo - que se diferen-ciam apenas pela metragem: o menor apar-tamento tem 60 m2 e o maior 80 m2, também muito acima da média de outros hotéis. Todos eles têm lavabo, cozinha americana equipa-da, estação de trabalho, closet, cofre digital, TVs de plasma ou LCD de 32 polegadas, além dos outros diferenciais já citados.

LAZERO Etoile Itaim também dispõe de uma

área de lazer e está localizada na cobertura do hotel, com uma vista panorâmica para a cidade. Para atender todas as necessida-des, o espaço fica aberto das 7h às 22h. Pis-cina climatizada com serviço de restaurante no deck, saunas seca e úmida, ducha cir-cular, dois vestiários e acesso à rede wire-less proporcionam uma agradável união de relaxamento e bem-estar. O fitness center, também na cobertura, tem espaço comple-to com equipamentos modernos de muscu-lação para auxiliar quem não descuida da saúde nem mesmo quando em viagem.

RESTAURANTEO restaurante da unidade Itaim é exclusi-

vo para hóspedes. Seguindo a mesma linha do Etoile Jardins, traz pratos provenientes de produtos orgânicos, visando uma ali-mentação equilibrada e saudável, e tam-bém oferece café da manhã à la carte. Pos-sui uma charmosa área externa, com área verde, que convida ao relaxamento depois de um dia corrido.

ETOILE ITAIM

Etoile Hotelswww.etoilehotels.com.br

Unidade Jardins: 11 3088-9822Unidade Itaim: 11 3704-0101Facebook: Etoile HotelsInstagram: @etoilehotels

NOS HOTÉIS ETOILE, O HÓSPEDE ENCONTRA UM SERVIÇO SOFISTICADO, DE QUALIDADE, SIMILAR À SUA

PRÓPRIA CASA

cultura

A inclusão da obra do es-critor angolano entre os nove títulos de leitura

obrigatória para os exames da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), no triénio 2017, 2018 e 2019, foi resultado da vigência da Lei 10639/03 que torna obrigatório o ensino de história, cultura africana e afro-brasileira nas escolas do País.

O professor Antônio Carlos Hernandes, Pró--Reitor de Graduação da USP, instância res-ponsável pela escolha das obras da lista da Fuvest, reconhece que, ao introduzir um novo universo cultural na realidade escolar brasileira, a legislação teve um peso impor-tante na selecção. Segundo ele, desde que a lei foi promulgada,

Mayombe, de Pepetela, é o primeiro livro de um autor africano entre as obras a serem lidas pelos candidatos ao ingresso

na Universidade do Estado de São Paulo (USP)

em 2003, os alunos de todo o país já foram formados nesse contexto educacional.

Outro factor importante, tam-bém decorrente da legislação é, segundo Hernandes, a procura de professores do ensino funda-

mental e médio da rede pública pelo conhecimento da cultura africana em geral e da literatura africana de língua portuguesa. ”Há muitos anos, explica o Pró--reitor, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da

USP vem oferecendo cursos de extensão sobre literaturas africa-nas de língua portuguesa, neste caso sob a responsabilidade do curso de Letras dessa unidade, e cursos de extensão interdiscipli-nares que contam com docentes

de vários departamentos dessa mesma faculdade”. Ele acrescenta que essa demanda dos professores é um indicador das mu-danças geradas pela lei na escola.

Quanto à escolha de Mayombe, Hernandes ex- plica que Pepetela é um

dos mais reconhecidos escri-tores angolanos, com diversas obras já consideradas canô-nicas para a literatura de seu país, tendo se transformado em referência para outros es-critores africanos.” Entre as

ROMANCE ANGOLANO É LEITURA OBRIGATÓRIA NA FUVEST

UM ROMANCE (...) QUE APRESENTA UMA ESTRUTURA

NARRATIVA INSTIGANTE, INTELIGENTE E ORIGINAL.” - PROF. ANTÔNIO CARLOS HERNANDES

obras de Pepetela, explica o Pró-reitor, está Mayombe, um romance que se passa no pe-ríodo da guerra de libertação de Angola contra o colonialismo português e que apresenta uma estrutura narrativa instigante, inteligente e original.”

Em entrevista concedida à Angola Yetu, Pepetela manifes-tou seu contentamento: “Fiquei muito satisfeito pela notícia, sobretudo pelo facto de o Brasil começar a valorizar a literatura dos países africanos que foram também colonizados por Portu-gal. Penso ser altura de dar a conhecer aos jovens brasileiros de onde vêm algumas das raí-zes da sua própria História e Cultura”, declarou.

Ele afirma que o romance é o único que aborda a difícil luta que os angolanos tiveram que travar contra o obscuran-tista regime português de en-

tão, acrescentando que talvez daí venha a sua importância: ”Um romance é feito de per-sonagens e estes representam diferentes extractos sociais e diferentes origens geográ-ficas e étnicas. Há alianças e conflitos, como em todas as relações humanas. Mas o ob-jectivo principal, para além

das diferenças entre pessoas e grupos, - explica - era obter a independência para o país. Neste percurso doloroso pela independência, se forja a uni-dade da Nação, que hoje existe, orgulhosa de si própria.”

Pepetela imagina que para um jovem brasileiro será curio-so saber que, do outro lado do mar, ali bem à frente, se pas-saram cenas que moldaram o futuro, e que é um conjunto de vontades individuais que supe-ram todos os obstáculos para atingir o bem maior. “Espero sinceramente – diz ele - que isso ajude os jovens estudan-tes a ganharem coragem para vencer a dificuldade que é en-frentar uma prova, se os outros jovens à sua frente, do outro lado do mar, também tiveram a coragem de o fazer.”

O coordenador da Fuvest reconhece a importância da lei 10639 para essa escolha

A FUVEST seleciona alunos para a USP e a Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

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cultura

Para os jovens estudantes angolanos que vivem no Bra-sil, o escritor deixa uma men-sagem: “Que se formem, não para obter um diploma, mas para ganharem as competên-cias necessárias ao desenvolvi-mento do país. Angola está em crise, como sempre esteve, de uma forma ou outra. E só foi superando as constantes cri-ses porque teve pessoas capa-zes de as enfrentar. Cada vez é mais fácil, porque temos mais quadros, gente, não só com estudos, mas com vivências diferentes, e de que podemos aproveitar. Outro aspecto: mes-mo que à distância pareça por vezes um país em queda, deve-mos sempre pensar que a for-ça real de Angola não vem das riquezas que de facto possui no solo e sub-solo, mas na quali-dade da sua juventude.”

FICÇÃO E HISTÓRIANo Brasil, uma das maiores

especialistas da literatura afri-cana de língua portuguesa e da obra de Pepetela é Rita Chaves, provavelmente a mais impor-tante estudiosa do assunto. O romance Mayombe foi o tema da tese de mestrado dessa Pro-fessora Associada de Literaturas Africanas de Língua Portugue-sa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da USP. Ela contou à reportagem de Angola Yetu que estava nos seus primeiros contactos com as Literaturas Africanas quando leu Mayombe, que a impressio-nou muito: “A combinação entre a temática e a proposta narra-tiva do Pepetela significava um desafio interessante para quem

FIQUEI MUITO SATISFEITO (...) PELO FACTO DE O BRASIL COMEÇAR A VALORIZAR A LITERATURA DOS PAÍSES AFRICANOS QUE FORAM TAMBÉM COLONIZADOS POR PORTUGAL.” - PEPETELA

tra a construção da nacionalida-de como um tema constante que constitui um elemento matriz em seu repertório. A professo-ra lembra que, tanto nas obras quanto em suas entrevistas, Pepetela revela a sua grande preocupação com a formação da nacionalidade em Angola. “Em Mayombe, - escreve - essa preocupação está presente em vários aspectos. Para além da luta de libertação nacional, que é o assunto da obra, percebe--se o foco na diversidade étnica e racial do país que se formava

tem interesse na relação ficção e história. Também me fascinou o tratamento dado à utopia. Nós (no Brasil) acabávamos de sair de longos anos de autoritarismo e para uma jovem, como eu era, esse encontro com outra luta foi arrebatador. O continente africa-no estava muito distante do nos-so quotidiano e Mayombe foi para mim uma espécie de ponte com um mundo a ser conhecido.”

No artigo Pepetela: Romance e utopia na história de Angola, Rita Chaves diz que a leitura do conjunto da obra do autor mos-

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como um dado que precisava ser enfrentado para evitar con-flitos após a independência. Essa espécie de bomba relógio deixada pelo colonialismo era um perigo e era fundamental que a pluralidade fosse vis-ta como riqueza cultural e não como uma ameaça. Construir um imaginário que aproximasse os vários povos que formam An-gola foi uma preocupação que

O autor e a obra Nascido em Benguela em 1941, Carlos Maurício Pestana dos Santos, “Pepetela”, mudou-se em 1958 para Lisboa, onde estudou no Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Letras. Posteriormente, durante o seu exílio na França e Argélia, licenciou-se em Sociologia. Foi comandante do MPLA, professor de Sociologia na Universidade angolana, desempenhando altos cargos políticos no Ministério da Educação. Em 1980 recebeu por Mayombe o Prémio de Literatura Africana, da União de Escritores de Angola e, em 1997, o Prémio Camões . Na sua extensa obra literária, além de Mayombe, outros títulos se destacam: As aventuras de Ngunga (1972), Muana Puó (1978), Yaka (1985), Luandando (1990), A geração da utopia (1992), A gloriosa família (1997), Jaime Bunda, agente secreto (2001), Predadores (2005) e O quase fim do mundo (2008).

marcou não só a obra de Pepe-tela, mas o próprio projecto da literatura angolana.”

Rita Chaves considera impor-tantíssima, embora tardia, a de-cisão da FUVEST. “Há décadas - comenta - que as literaturas africanas de língua portuguesa circulam entre nós. Com gran-de dificuldade, é verdade, mas conquistando espaços. Desde 2003, quando o Presidente Lula assinou a lei que determinava a inclusão de conteúdos da Histó-ria e da Cultura Africana e Afro--Brasileira em todos os níveis, nós estávamos à espera dessa decisão. A lei de 2003 e a me-dida da FUVEST são, na reali-dade, resultado de movimentos sociais e educacionais que in-sistem em variadas formas de inclusão social.”

Para a professora, essa abertura de espaço para as li-teraturas africanas, a exemplo do que já ocorreu em outras universidades, significa tam-bém abrir a discussão para esse continente tão maltratado pelo pensamento dominante no Brasil. Segundo ela, a des-peito do salto dado a partir de 2003, África e suas diversas realidades continuam muito distantes dos brasileiros. A in-clusão do Mayombe, na opinião de Rita Chaves, pode e deve também servir para reduzir a miopia das editoras brasileiras que insistem em ignorar um mercado importante.

“Nós, na USP e em dezenas de universidades brasileiras, revela a professora, “temos imensa dificuldade em sele-

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cultura

“Querem hoje que eu seja tribalista?De que tribo ? pergunto eu. de que tribo, se eu

sou de todas as tribos, não só de Angola,como de África? Não falo eu o swahili, não aprendi eu o haussa com um nigeriano? Qual é a minha língua, eu, que não dizia uma frase sem empregar palavras de línguas diferentes? E agora, que utilizo para falar com os camaradas, para deles ser compreendido? O português. A que tribo pertence a língua portuguesa? Eu sou o que é posto de lado porque não seguiu o sangue da mãe kimbundo ou o sangue do pai umbundo. Também Sem Medo, também Teoria, também o Comissário, e tantos outros mais.

A imensidão do mar que nada pode modificar ensinou-me a paciência. O mar une, estreita, o mar liga. Nós também temos o nosso mar interior, que não é nem o Kuanza, nemo Loje,

Fala de Muantiânvua, personagem de Mayombe, um ex-marinheiro que como guerrilheiro assume o nome de imperador na tradição cultural de Angola:

nem o Kunene. O nosso mar, feito de gotas-diamante, suores e lágrimas esmagados,o nosso mar é o brilho da arma bem oleada que faísca no meio da verdura do Mayombe,lançando fulgurões de diamante ao sol da Lunda.

Eu, Muatiânvua, de nome de rei, eu que escolhi a minha rota no meio dos caminhos do Mundo, eu, ladrão, marinheiro, contrabandista, guerrilheiro, sempre à margem de tudo ( mas não é a praia uma margem ? ), eu não preciso de me apoiar numa tribo para sentir a minha força. a minha força vem da terra que chupou a força de outros homens, a minha força vem do esforço de puxar o cabo e dar à manivela e de dar murros na mesa duma taberna situada algures no Mundo, à margem da rota dos transatlânticos que passam, indiferentes, sem nada compreenderem do que é o brilho-diamante da areia duma praia.”

TRECHO DE MAYOMBE

cionar material para trabalhar-mos. Poucos autores são edi-tados no Brasil e a distribuição dos livros é precária, com ex-cepção, é claro, de nomes como Mia Couto e o próprio Pepetela. Todos os semestres promove-mos o crime de solicitar que os alunos façam cópias dos tex-tos de muitos escritores. Seria muito positivo que os editores abrissem os olhos para essa produção. Acredito também que seria produtivo uma articulação mais efectiva entre os estudio-sos e os professores brasileiros e entidades culturais e políticas dos países africanos, especial-mente os de língua portuguesa, para uma pressão maior em contextos que possam divulgar autores e obras.”

Praça do Relógio, no centro do Campus da Universidade de São Paulo (USP), considerada a melhor escola de nível superior do Brasil

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» Rainha de bateria e dançari-nos angolanos, samba enredo que começava com “Vem no to-que de Angola, levanta a poeira do Chão” e carro alegórico afro foram os elementos que mar-caram a homenagem da es-cola Pérola Negra a Angola no carnaval de São Paulo de 2016. Considerada uma das mais tra-dicionais escolas do carnaval paulistano, a Pérola Negra abriu o desfile dos grupos especiais na noite de Sexta-feira, 5 de Fe-vereiro, no Sambódromo, locali-zado na zona norte da capital.

A empresária angolana Car-men Mouro deu o título de ino-vadora à Pérola Negra, que se tornou a primeira escola de samba brasileira a ter uma Rai-nha de Bateria estrangeira. Car-men, que chegou pela primeira vez ao Brasil em 1994, fugindo do conflito armado que assolava o país na época, morou em Sal-vador por 9 anos. Depois de ter se formado, regressou para An-gola e se estabilizou socialmen-te. De volta à terra do Samba, a empresária conta que sempre sonhou dançar no carnaval bra-sileiro, mas nunca pensou que um dia viria ser Rainha de Bate-ria. “Na minha vida, nessa faixa

Empresária angolana foi rainha da bateria da agremiação paulistana

ESCOLA DE SAMBA PÉROLA NEGRA HOMENAGEIA ANGOLA

pequeno acompanho o Brasil pela TV e na época de carnaval achava muito bonito, muito co-lorido, mas era uma festa que só assistia pela televisão e hoje estou aqui, participando como dançarino! E como não bastas-se estou representando o meu país, não tem coisa melhor”, disse o folião à Angola Yetu.

etária que eu tenho, 38 anos, é uma coisa extremamente inédi-ta, um desafio”.

Ainda nas atracções da Pé-rola, o Carro Alegórico Afro chamou atenção dos especta-dores principalmente por conta da escultura da Palanca Negra Gigante, símbolo de Angola. E também tiveram destaque seis dançarinos angolanos tipica-mente caracterizados. Para o estudante de jornalismo Al-berto Suamo, - que está no Brasil há dois anos - participar do desfile foi uma das maiores experiências da vida:“Desde

Além de Carmen Mauro, alguns foliões angolanos participaram do desfile

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» O Coral de Angolanos do Centro Universitário Adventista de São Paulo-UNASP-EC rea-lizou uma apresentação para o lançamento do seu primeiro CD. O evento aconteceu dia 16 de Abril na Galeria Olido, região central da cidade, e contou com o apoio do Consulado Geral de Angola em São Paulo.

Intitulado Kumossy, o CD possui 11 faixas musicais no estilo gospel, entre as quais se incluem cinco músicas em por-tuguês e seis nos dialetos ango-

CORAL DA UNASP-EC LANÇA PRIMEIRO CDApresentação fez parte das comemorações dos 14 anos de paz em Angola

lanos Kimbundo e Umbumdo. O embaixador Belo Mangueira saudou a iniciativa com palavras de estima e encorajamento aos jovens integrantes do conjunto e agradeceu a presença dos con-vidados. Na sequência, cantou--se o hino nacional de Angola e o coral realizou sua apresentação.

Intitulado Kumossy, o CD possui 11 faixas musicais no estilo gospel com letras em português e nos

dialetos Kimbundo e UmbumdoF

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