INCLUSÃO+ADAPTAÇÃO+ CRIATIVIDADE E SENSIBILIZAÇÃO=

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA APRENDENDO MÚSICA NA

ESCOLA.

Tatiane Carolina de Lima Santos Pós graduada em Educação Musical

FACCAMP

Por que adaptar práticas pedagógicas musicais para crianças com deficiência?

• A presença da música em sala de aula, mesmo que, não seja num momento de educação musical já chama a atenção de uma criança com deficiência, tenha ela a deficiência que for.

• A arte e todos os seus eixos ( musica, artes visuais, teatro e dança) contribuem e muito para o desenvolvimento de habilidades perdidas ou não adquiridas pelas crianças com deficiência.

• Já a música envolve o organismo humano em diversos níveis e pode influenciar: nas habilidades cognitivas, lingüísticas e motoras. As pessoas com deficiência estão num estado diferente dos demais indivíduos, porém pode haver uma modificação, por esta razão não falamos mais a pessoa deficiente e sim a pessoa com deficiência, devido a isto, este estado pode se modificar com o tempo. É necessário acreditar sim, nas capacidades de cada individuo, pois cada um tem uma forma de se desenvolver.

• O objetivo principal desse projeto é convidar todos os professores do ensino básico e outros a usar a educação musical como instrumento de evolução e modificação de todas as crianças, inclusive as com deficiência, uma vez que, elas podem através das aulas adaptadas desenvolver alguma habilidade, seja ela motora, cognitiva ou lingüística. Conquistando assim uma vivência escolar mais satisfatória e diferente do que já vive. Tudo isso contando com o profissional docente atuante na sala regular. Mas será fácil adaptar uma aula de música para um aluno com deficiência auditiva, visual, intelectual, e tantas outras? Será que só o material adaptado garante a inclusão?

• Primeiramente é importante que todos os professores compreendam que nenhum aluno precisa ficar isento da uma educação musical devido a sua deficiência ou dificuldade. Todos os professores são capazes de incluir e ensinar música. Não há uma regra para adaptar a aula ou os instrumentos, basta usar um pouco da criatividade, da reciclagem, da pesquisa e ter boa vontade. E não há necessidade de os professores serem músicos para ensinar música, basta vivenciar e se empenhar, assim como fazem com as demais disciplinas.

• É importante sensibilizar e orientar sobre a importância da educação musical e quanto ganho de experiência profissional se tem quando nos propomos a incluir os alunos com deficiência na educação musical.

• A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação. (MARIA TERESA EGLÉR MANTOAN)

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• Tudo que envolve a educação, todas as formações, discussões, reuniões que já ocorrem em horários extra classe são de extrema importância e os professores não podem parar de estudar e repensar sua prática. Porém o que vemos é uma grande preocupação em alfabetizar, subir índices, elaborar planos e novas estratégias para o ensino da matemática. As demais disciplinas acabam ficando mais de lado por não ter tanta relevância nos gráficos e tabelas, como é o caso da educação musical.

• A maioria dos professores acabam dando aula de educação musical de forma a cumprir a rotina e a grade curricular.

• A música é uma das formas mais genuínas de se relacionar com o mundo. E também colabora com os quatro pilares educacionais (UNESCO): Aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conviver.

Como fazer então para que haja mais música e inclusão?

• Pensando um pouco que essa questão da inclusão e o conhecimento das especificidades da deficiência tem melhorado com a presença do Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas escolas, é preciso um segundo passo, onde os especialistas ou profissionais da música levem os professores da sala regular a pensar na parte pedagógica, ajudando-os na vivência e experimentação das aulas de Educação Musical. Já o terceiro passo fica com o professor que possui sua didática pessoal e sabe quais objetivos quer alcançar e como mediar a aprendizagem, tendo assim mais intimidade para criar e adaptar sua aula de música aos alunos que convive diariamente.

• Os profissionais do AEE e da música podem sim e devem ajudar o professor a adaptar, quando necessário, as aulas de educação musical, mas será de grande satisfação, significado e valia se o professor da sala obtiver essa conquista.

Beneficiando alunos com deficiência através da Educação Musical.

• O AEE deve estar ciente de todos os projetos e aulas de Educação Musical.

• Os especialistas da Música devem deixar os professores mais seguros com relação a educação musical, ajudando-os a enxergar os benefícios da música.

• O professor deve com ajuda ou não adaptar as aulas de educação musical para colher bons frutos desse trabalho.

Todos esses momentos poderiam ocorrer através de vivências da prática e oficinas para compartilhamento de idéias na adaptação das aulas.

VIVENCIANDO NA PÓS

Acima, Professora Liliane, Doutora em Música, experimentando a

sensação de sentir as libras nas notas musicais

Abaixo, jogo construído para ajudar alunos com

deficiência a aprender as cifras.

Pentagrama utilizado nas partituras musicais adaptado para alunos com deficiência visual, notas musicais em braille, construidas com EVA para melhor ilustrar, mas podem ser feitas na “reglete”

Jogo Corrida das notas. Pode ser utilizado para

auxilio de crianças com deficiência

intelectual, autista e todas as crianças,

pois o brincar, o lúdico abrange a todos igualmente

Ideia de partitura para aluno com T.E.A. (transtorno do espectro autista) para exploração da flauta.

Trabalho de sensibilização musical para alunos com Paralisia Cerebral – tema do Artigo da minha pós graduação em educação musical.