Indeferimento Da Interceptação Telefônica

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  • 7/24/2019 Indeferimento Da Interceptao Telefnica

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    D E C I S O

    Vistos, etc.

    A Autoridade Policial do Departamento de Crimes contra o

    Patrimnio representou, com fundamento na Lei n 9.296, de junho de 1996, aue!ra do si"ilo telefnico das identi#cadas na decis$o de %s. 21 destes autos,utili&adas possi'elmente pelos autores dos crimes de uadrilha ou !andoarmado e rou!o, na modalidade de assalto a 'e(culos, ainda n$o identi#cadospor seus nomes, mas conhecidos pelos 'ul"os ou prenomes de )arcelo,Den(lson, *antos, )aruinho, roue, )a&inho, domin"os e *ou&a, suspeitos docometimento de crimes de 'e(culo.

    Di& a autoridade Policial ue a estat(stica de rou!os de carro'em "radati'amente aumentando e se espalha por toda a cidade e asuadrilhas se diferenciam pelo destino ue + dado aos carros aps os rou!os,al"uns no cometimento de outros delitos, outros s$o adulterados ecomerciali&ados por 'alores !em a!ai-o do mercado, enuanto outros s$ole'ados para o#cinas de desmanches, apresentando relatrio so!re a mat+ria.

    A"ora, 'em a Autoridade Policial pela terceira 'e&, reuerera reno'a$o do pedido referente aos n/meros utili&ado por 0*345 74*8ALD4 7:74 D4* *A;4*< 0D:L*45 8A7 D:L*4 D4**A;4*, 0C8L5 8ALD:C C4*;A D: =:*>* e a ue!ra dos terminais ;C) ?1962@2B2, utili&ado por 3 e do ;C) ?9 922?12.

    4 Promotor de =ustia opinou desfa'ora'elmente aospedidos de reno'a$o.

    breve relatrio.

    Decido.;ratase de uma a$o cautelar de intercepta$o telefnica,preparatria, inaudita altera pars, com a #nalidade 'iolar o si"ilo dacomunica$o telefnica, mediante ordem judicial, dos celulares usados pelosal'os, ue s$o os poss('eis autores do delito de rou!o contra 'e(culos.

    o inu+rito policial instalado apurase o crime de rou!o,punido com a pena de reclus$o, e j e-istem nomes como poss('eis autores dodelito por se encontram em poder dos celulares citados.

    A Carta )a"na em seu art. B, E, "arante a preser'a$o daintimidade das comunicaFes telefnicas. *ua ressal'a, a meu entender n$o seaplica G esp+cie, dada a desnecessidade de tal intercepta$o. Destarte,

    'eri#case a miti"a$o da "arantia do direito G intimidade em decorrHncia danecessidade de se 'aler do instrumento da ue!ra de si"ilo de dados ecomunicaFes para elucida$o de fato criminoso apenado com reclus$o.

    A intercepta$o telefnica ser le"(tima uando se 'eri#carue esses parImetros s$o su#cientes para harmoni&ar o con%ito, de maneira aasse"urar a cada direito, o m-imo de efeti'idade poss('el. :m assim sendo,as interceptaFes das comunicaFes telefnicas constituem 'aliosoinstrumento in'esti"ati'o no sentido de se !uscar meios de pro'a para odesmantelamento de or"ani&aFes criminosas.

    De acordo com a Lei n 9.296J96, a utili&a$o deintercepta$o pretendida, s ser poss('el uando n$o esti'erem presentesnenhuma das hipteses de 'eda$o do pedido insculpidas no art. 2 do citadoprecepti'o, de'endo, portanto, para a autori&a$o da ue!ra do si"ilotelefnico a e-istHncia de ind(cios su#cientes de autoria, o fato in'esti"ado ser

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    punido com reclus$o, al+m da di#culdade da o!ten$o da pro'a por outrosmeios.

    As decisFes ue deferiram as interceptaestelefnicasforam fundamentadas dentro do conte-to pro!atrio contido nos autos,mediante pr+'ia oiti'a do )inist+rio P/!lico, tendo este =u(&o entendido ue asdili"Hncias da Autoridade Policial aponta'am para ind(cios ra&o'eis de

    participa$o no crime de rou!o. $o h constran"imento ile"al uando o)a"istrado condutor da a$o penal indefere, em decis$o de'idamentefundamentada, as dili"Hncias ue entende protelatrias ou desnecessrias,dentro de um ju(&o de con'eniHncia.

    Desta forma, por ser o pleito uma medida e-cepcional n$opoder ser reno'ada inde#nidamente, sendo necessria pela AutoridadePolicial ue representa pela ntercepta$o ou por sua reno'a$o, ademostra$o da necessidade e impossi!ilidade de eleucidar os fatos delitosospor ualuer outro meio, al+m da presena do fumus boni iuris e dopericulumin mora,reuisitos fundamentais para a concess$o da presente medida, ue, in

    casu, se es'a(ram ao lon"o das interceptaFes e de suas reno'aFes, n$oe-istindo neste momento, justa fundamenta$o para o prosse"uimento daue!ra dos si"ilos telefnicos.

    A jurisprudencial neste sentidoK

    P74C:**>AL P:AL A7;4 12 DA L: D: :;47P:C:;:* ;:7C:P;AMN4 ;:L:OCA :E::*: D4 A7;4 2 DAL: 9.296J1996 ):DDA :E;7:)A Q>: :C:**;A:*;A7 D:8DA):;: O>DA):;ADA 4 P:7C>L>) )47A A>*RCA D:*;: 7:Q>*;4 :**:CAL PA7A A

    C4C:**N4 D4 P:DD4 C477:MN4 PA7CALD:O:7DA.2.1A intercepta$o telefnica como meio de!usca de pro'a, + medida de ultima ratio, e-tremada,e-cepcional, uma 'e& ue a re"ra + a preser'a$o daintimidade, conforme alerta =o$o 7. Pari&atto SComentrios GLei 9.296J96, L:D, Leme, *P, 1996T, de'endo serfundamentadamente demonstrada pelo =ui& Sart. BT, anecessidade e a imprescindi!ilidade daintercepta$o.2.2Ausente um dos reuisitos necessriospara o deferimento do pedido, ual seja, o periculum in

    mora, n$o poderia o ma"istrado, como acertadamente n$o ofe&, ter decido pela intercepta$o, pois ue esta medida dee-ce$o se fa& totalmente dispens'el, na uest$o su!judice.

    Posto isto, inde#ro o terceiro pedido de reno'a$o daue!ra de si"ilo telefnicos da opera$o *)A, ra&$o pela ual, determino oarui'amento dos autos.

    4#ciese. Arui'ese.*al'ador, de outu!ro de 21@.

    !"#EDO S$%OS CO&%O '&I( DE DI#EI%O

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