20
Industrial Pró www.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Setembro – 2014 – ANO VI edição 56 PERSONALIDADE ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES REFLEXÃO ESTRADAS EM SITUAÇÃO PRECÁRIA PELO PAÍS ENTREVISTA CARLOS ARRUDA, DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL Apagão da infraestrutura Destravar setor de transportes exige investimento de R$ 1 trilhão ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 1

Industrial Pró¡ximo, como gostam de dizer os economistas, podemos fazer alguns voos de galinhas, que são curtos e rá‐ pidos. A economia brasileira, olhando em um gráfico histórico

  • Upload
    tranque

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

IndustrialPrówww.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Setembro – 2014 – ANO VI

edição

56

PERSONALIDADEANTÔNIO ERMÍRIO

DE MORAES

REFLEXÃOESTRADAS EM SITUAÇÃO

PRECÁRIA PELO PAÍS

ENTREVISTACARLOS ARRUDA, DA

FUNDAÇÃO DOM CABRAL

Apagão da infraestruturaDestravar setor de transportesexige investimento de R$ 1 trilhão

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 1

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 2

Expediente Editorial

Ootimismo do empresário de que em algum momento o go‐verno federal fosse acertar a mão, ajustar a política econô‐mica e trazer o Brasil de volta para os trilhos do crescimento

econômico registrou mais um capítulo lamentável e perigoso. OBrasil entrou em recessão técnica ‐ que é quando se repete dois tri‐mestres seguidos com crescimento abaixo de zero (ou seja, ocorreum redução da economia). O resultado de ‐0,6% registrado no se‐gundo trimestre, com revisão do PIB do primeiro trimestre, quepassou a ser ‐0,2% coloca o País em recessão técnica. O governonega que seja uma recessão, mas também nega que a economia es‐teja em seu pior momento nas últimas duas décadas.

Nesta 56ª edição da revista Pró‐Industrial, a logística domina odebate. Vamos tocar na ferida do investimento, o grande gargalopara o crescimento do País, aposta que o governo federal não fez,não conseguiu implantar.

Para destravar a logística brasileira, estudo da ConfederaçãoNacional do Transporte (CNT) prevê que seria necessário investirR$ 1 trilhão. A matéria destrincha este estudo.

A edição traz como entrevistado o administrador Carlos Ar‐ruda, da Fundação Dom Cabral, que revela os motivos da quedado Brasil no ranking mundial de competitividade e os efeitos parao longo prazo. A Pró‐Industrial apresenta estudo da Deloitte apon‐tando onde as empresas emergentes do País estão crescendo mais.Confira o mapa dessa expansão.

Boa LeituraADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º

andar ‐ Ed. Rizzo Plaza, Setor Sul, Goiânia Goiás.CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666.

www.adial.com.br

SUMÁRIO

O lamentável PIB

PRÓ-INDUSTRIAL

Pró-Industrial3

Presidente do Conselho de Administração Cesar HelouVice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filho eAlberto Borges de SouzaVices‐Presidentes e Conselheiros Domingos Sávio Gomes de Oliveira, Valdo Marques,Angelo Tomaz Landim, Alberto Borges de Souza, Ma‐ximiliani Liubomir Slivnik, Vanderlan Vieira Cardoso,Ananias Jus no Jayme, Ricardo Vivolo, Heribaldo Egí‐dio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães dos Santos, Wil‐son Luiz da Costa, Marley Antônio da Rocha, MárcioBotelho Teixeira, Olympio José Abrão, Pedro Henri‐que Pessoa Cunha, Sandro Scodro, Domingos Vile‐fort Orzil, Alfredo Ses ni Filho, Carlos LucianoMar ns Ribeiro, Rivas Rezende da Costa, José AlvesFilho, José Carlos Garrote de Souza, Juliana Nunes,Evaristo Lira Baraúna, Romar Mar ns Pereira, AndréLuiz Bap sta Lins Rocha, Antonio Benedito dos San‐tos e Luiz Alberto Rassi.Diretor Execu voEdwal Freitas Por lho “Chequinho”Projeto Gráfico GráficaContemporânea PUC

COMERCIAL ‐ ANÚNCIOS (62) 3922‐8200 ou (62) 9125‐9526

EMPRESA Votoran m 16‐17

EDITORIAL O lamentável PIB 3. //INFRAESTRUTURA O gargalo de R$ 1 tri‐lhão 4‐6. //REFLEXÃO Estradas precárias e ADIAL LOG 7. // ENTREVISTACarlos Arruda 8‐10.// NOTAS INDUSTRIAIS Regulariza, Eventos e Missões,Agronegócio e Confaz 11.// MARKETING & PRODUTOS Novidades na in‐dústria 12‐13.// NEGÓCIOS Empresas emergentes brasileiras 14‐15.// LEITURA Livros Empresariais 18.// OPINIÃO Cesar Helou 19.//

EMPRESAS E INSTITUIÇÕES CITADAS NA EDIÇÃOVotoran m (3, 16 e 17), CNT (3 a 7), Fundação Dom Cabral (4, 8 e 9), IMD (9), Sefaz (11), SIC (11), Acieg (11), UK Trade & Inves ment (11), Hermano Advo‐

gados (11), Nasa Business Style (11), Fonagro (11), Castro´s Park Hotel (11), Rodovalho Associados (11), Confaz (11), CAE (11), Sefaz‐SP (11), Creme Mel(12), Bunge (12), PepsiCo Brasil (12),, Pepsi (12), Schin (12),Léo Burne Taylor Made (12), Unilever (12), Disney (12),Cremogema (12), Risqué (13), Hyper‐

marcas (13), Piracanjuba (13), Sadia (13), Resicolor (13), Construsul (13), Bank Log (14), Solu (14), Termoeste (14), Proguarda (14), Champion Saúde Ani‐mal (14), Pontal Engenharia (14), Proguarda Serviços (14), Deloi e (14 e 15), Exame PME (14), IBGE (15), Companhia Nitro Química (17), Companhia

Brasileira do Alumínio (CBA), Alcoa (17), Alcan (17), Vale (17), Banco Votoran m (17), Votoran m Par cipações (17), Ventures (17), Stemac (20).

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 3

Pró-Industrial

INFRAESTRUTURA

4

Gargalo de

Baixo investimento nosetor de transportes no Brasil afeta crescimento

R$

1 tr

ilhão

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 4

OBrasil cresce a menos de1,5% ao ano em média. Estaé a realidade do País nos úl‐timos três anos e, se olhar‐mos nos últimos 20 ciclos

anuais, será a realidade em pelo menosquase a metade deles. E, mesmoassim, com a economia incipiente, so‐fremos graves problemas de infraes‐trutura. Imagine se o País crescesse emuma média decente de 4% a 5% aoano, durante uma década, o que tería‐mos?

A resposta é simples: apagão, ra‐cionamento e filas.

Estradas, aeroportos, portos eparque energético não suportariamum “excesso” de crescimento destaforma. O País não está preparado paracrescer muito por muito tempo. Omáximo, como gostam de dizer oseconomistas, podemos fazer algunsvoos de galinhas, que são curtos e rá‐pidos. A economia brasileira, olhandoem um gráfico histórico do PIB, há dé‐cadas faz rasantes voos de galinha.Experimenta um momento de cresci‐mento, dois, três anos, para tombarpara próximo ou abaixo de zero. Ficaali três, mais ou menos, e volta a umnovo voo. Essa é a dinâmica do PIBbrasileiro.

Mas, antes de tudo, para esta dinâ‐mica ser rompida, seria preciso destra‐var os gargalos da logística detransporte no País. Um estudo daConfederação Nacional de Trans‐portes (CNT) aponta que o investi‐mento necessário seria R$ 1 trilhão.Entidade listou 2.045 projetos priori‐tários em todos modais, que incluimovimentação de cargas e passagei‐ros. É um valor quatro vezes maior do

que o governo federal estimava –porque normalmente boa parte dosvalores estimados não se concretizam– investir em todo Plano de Investi‐mento em Logística (PIL), que é esti‐mado em R$ 270 bilhões.

Para a CNT, as necessidades doBrasil são maiores para que o desen‐volvimento do País seja alavancadopor meio de empreendimentos quedarão maior competitividade ao setorprodutivo. Para o coordenador doNúcleo de Logística, Supply Chain eInfraestrutura da Fundação Dom Ca‐bral, Paulo Resende, este é, infeliz‐mente, o atual cenário dos setores deinfraestrutura e transporte no País,atualmente com rodovias e ferroviasem estado precário, mal conservadas;aeroportos com pequena capacidadepara transporte de cargas, além de ter‐minais portuários ineficientes e ope‐rando com excesso de burocracia.

Resende, que já foi entrevistadopela Pró‐Industrial, reforça que o Brasilnão tem planejamento de infraestru‐tura de transporte. “Países emergentese desenvolvidos chegam a investir até8% do seu Produto Interno Bruto (PIB)em logística de transportes. O Brasil ja‐mais passou dos 2%, mesmo nos perío‐dos de pico. A média dos últimos 30anos é de apenas 0,8% do PIB. Isso co‐loca o Brasil na última posição entre osBRICS (Brasil, Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul).”

Pró-Industrial5

R$ 44,4 bilhões

É quanto o prevê de inves mentos necessários, emGoiás, o Plano CNT de Transporte e Logís ca. Segundo

Estudo, seriam R$ 694 milhões em infraestrutrura aero‐portuária; cerca de R$ 13,8 bilhões em inves mentos

ferroviários; R$ 10,8 bilhões em hidrovias; em rodovias,o inves mento seria R$ 17,6 bilhões; e R$ 1,4 bilhão

em armazéns e terminais de cargas.

Alerta

“O Brasil não templanejamento deinfraestrutura detransporte”

Paulo Resende,da Fundação Dom Cabral

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 5

Pró-Industrial6

INFRAESTRUTURA

As propostas da CNT, apresentadasno último dia 28, têm o objetivo decontribuir para alavancar o desenvolvi‐mento do País, reduzir os custos logísti‐cos, aumentar a competitividade dossetores produtivos e permitir mais se‐gurança e desempenho aos transporta‐dores e à população. São intervençõescondizentes com o desenvolvimentoeconômico e social desejado ao Brasil,abrangendo a modernização e a amplia‐ção de rodovias, aeroportos, portos, hi‐drovias, ferrovias e também dosterminais de cargas e de passageiros.

O Plano CNT de Transporte e Logís‐tica é dividido entre projetos de integra‐ção nacional (que incluem obras aolongo de nove eixos estruturantes mul‐timodais) e os projetos urbanos (volta‐dos para o transporte público).

“Uma significativa parcela da infra‐estrutura de transporte, em todas asmodalidades, encontra‐se obsoleta, ina‐dequada ou ainda por construir. Algu‐mas delas operam no limite ou mesmoacima da sua capacidade, enquanto ou‐tras carecem de manutenção”, conclui oestudo. Segundo análise da CNT, essa

situação representa um entrave ao cres‐cimento do país e gera reflexos negati‐vos, como aumento do tempo deviagens, maior custo operacional, au‐mento do número de acidentes e dos ní‐veis de emissão de poluentes.

Para os nove eixos estruturantesanalisados, estão previstas construção eduplicação de rodovias, expansão de hi‐drovias, dragagem em portos, implan‐tação de ferrovias, construção eampliação de aeroportos, construção eadequações de terminais de cargas,entre várias outras intervenções.

Fonte: CNT

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 6

Estradas precárias atrasam o modal

rodoviário brasileiro

Pró-Industrial7

Omodal rodoviário é omais utilizado no País,respondendo por maisde 60% do transporte, se‐gundo a CNT, de tudo

que é produzido no Brasil. Maltrata‐das, as rodovias carecem do mesmo“remédio” que os demais equipa‐mentos de infraestrutura: investi‐mento pesado. Estudo daConfederação aponta que 1,7 milhãode quilômetros (79,3%) sequer é pa‐vimentada. E, na malha rodoviáriafederal, 90% das pistas são simples.Estes números mostram o quanto éfrágil o sistema rodoviário brasileiroe revelam que os problemas relacio‐nados aos acidentes, uma citaçãoconstante, estão mais ligados à infra‐estrutura (estradas precárias) emenos aos caminhões (transportado‐ras) e direção (trabalhadores).

TAMANHO DO BURACOA CNT propõe para solucionar

os gargalos investimentos de R$ 293bilhões em rodovias. Entidade prevêcom estes recursos a duplicação, pa‐vimentação e construção de novasestradas. O volume de investimentoé expressivo. Para se ter uma ideia, ogoverno federal investiu, entre 2007e 2014, R$ 74,9 bilhões em rodovias.

Com esta média de R$ 9,8 bilhõespor ano, demoraria 29,8 anos paraatingir o investimento recomendadopela CNT. Ou seja, o ritmo tem deser, pelo menos, triplicado.

EIXOS

A entidade elegeu como projetosde destaque no modal rodoviário aduplicação das seguintes rodovias:BR‐116 nos Estados de Ceará, Per‐nambuco, Bahia, Minas Gerais, Riode Janeiro, Paraná, Santa Catarina eRio Grande do Sul; BR‐153 em To‐cantins, Goiás, São Paulo, Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do Sul;BR‐101 em Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e SãoPaulo; BR‐070 em Goiás e MatoGrosso, entre Cuiabá e Águas Lin‐das; da BR‐252 na Bahia e da BR‐262no Espírito Santo e Minas Gerais.Entre as novas rodovias necessárias,o Plano destaca a BR‐242, no MatoGrosso, entre Sorriso e Querência.

Goiás é citado no plano de inves‐timento sugerido nos dois eixos:

Norte‐Sul (BR‐153) e Leste‐Oeste(BR‐070). O cenário econômicogoiano, com preponderância doagronegócio e da industrializaçãorecente, exigem cada vez mais o for‐talecimento da operação logística edo transporte de cargas.

ADIAL LOGSempre atento às tendências e

exigências da economia goiana, aADIAL estimulou a criação daADIAL LOG, grupo de trabalhocriado de forma permanente e insti‐tucional para debater, estudar, di‐vulgar e propor melhorias no setorlogístico do Estado.

Entre as missões da ADIALLOG, estão a interação e negocia‐ção com setor público e privado deações políticas e empresariais quemelhorem o ambiente de negóciospara as empresas de transporte elogística em Goiás, além da atua‐ção junto aos poderes Executivo,Legislativo e Judiciário para defesado setor.

A ADIAL LOG tem como obje‐tivo principal buscar maior compe‐titividade para o setor detransportes, assim como para a eco‐nomia goiana. A organização ini‐ciou seus trabalhos com a adesãodos principais operadores logísticosdo Centro‐Oeste, o que respalda suaatuação, contando ainda com apoioinstitucional de sindicatos do setore entidades de classe.

REFLEXÃO

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 7

Nome: Carlos ArrudaÁrea de atuação: Doutor em Administração Internacional, pela University of Bradford, Ingla‐terra, e professor na área de Inovação e Compe vidade da Fundação Dom Cabral (FDC).

ENTREVISTA

Pró-Industrial8

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 8

Michal Gartenkraut

OBrasil caiu da 56ª em 2013para a 57ª colocação noRanking Global de Com‐

petitividade 2014, que conta com umacompilação de 144 países. Entre os Brics(Brasil, Rússia Índia, China e África doSul), a economia brasileira está à frenteapenas da indiana, 71ª colocada. A Suíçamais uma vez liderou o ranking. Em se‐guida vêm Cingapura, EUA, Finlândia eAlemanha. A pesquisa é feita a partir daanálise de dados estatísticos nacionais einternacionais de 2013 a 2014 e de umapesquisa de opinião com 4 mil executivosrealizada entre janeiro e abril deste ano,pela International Institute for Manage‐ment Development (IMD). No Brasil, apesquisa e a coleta de dados são coorde‐nadas e conduzidas pela Fundação DomCabral e coordenada pelo economistaCarlos Arruda. A seguir suas principaisavaliações sobre o tema:

Como o senhor avalia o resultadono Ranking da Competitividadede 2014?

A perda de uma posição não ésignificativa, mas é crítico o movi‐mento de perda de nove posições

em dois anos. O ano de 2012 foi decrescimento da economia e opor‐tunidades em relação à economiamundial, mas o Brasil não soubetirar vantagem dessa situação.Aquele era o momento de o go‐verno tentar resolver questões queremontam aos anos 1990, comolevar adiante reformas dos siste‐mas tributário e trabalhista e sim‐plificar o marco regulatório. Aqueda de posição do Brasil no ran‐king se deu por dois fatores. Pri‐meiro, os critérios analisados sãobaseados em opinião da comuni‐dade empresarial e as pesquisasforam feitas no primeiro semestredeste ano, quando o pessimismo jáestava presente. Segundo, algunspaíses que são vizinhos do Brasilnesse ranking tiveram ganhos rela‐tivos melhores que os do nossoPaís, como foi o caso de Colômbia,México e Turquia.

Mas onde o País mais perde com‐petitividade?

Três fatores críticos foramapontados na pesquisa. O pri‐meiro deles é o ambiente macroe‐conômico. O aumento doendividamento do governo, a di‐minuição no nível de poupança ea volta da inflação fizeram comque o Brasil perdesse algumas po‐

sições nesse critério. O segundopilar que deixou a desejar foiaquele que mediu a eficiência domercado de bens. A não simplifi‐cação dos marcos regulatórios,com a alta taxação para empresasnascentes ou que importam e ex‐portam insumos, produtos e ser‐viços foi o que prejudicou nesseponto. O terceiro fator foi a nãorealização dos projetos de infraes‐trutura básica, como as obras pre‐vistas para a malha viária, portose aeroportos. A falta de consistên‐cia dos planos de governo paraconcretizar esses projetos fez comque o Brasil ficasse prejudicado, jáque outros países que também

“O Brasil perdeupara ele mesmo”

Pró-Industrial9

Agora em2014 aconteceualgo diferente, aperda foi absoluta.O Brasil perdeupara ele mesmo. Acompetitividade,de fato, dimi‐nuiu.”

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 9

estão no ranking estão realizandoessas obras de infraestrutura.

Qual o impacto da infraestruturano indicador?

O Brasil precisa se comprome‐ter com a elevação dos investimen‐tos e melhora da infraestrutura doPaís. Muitas obras do Programa deAceleração do Crescimento (PAC),por exemplo, estão fora do crono‐grama inicial. O que levou o Brasila cair tantas posições nesses últi‐mos anos foi, principalmente, a nãoimplementação dos investimentosem infraestrutura e a questão ener‐gética. Em 2013, o Brasil não teveum bom comportamento nessesetor e está entre os países com astarifas mais caras do mundo.Aliado a isso está a disponibilidadeenergética, que antes não entravana agenda de preocupação dos em‐presários.

O que chamou a sua atençãoneste ano?

O grande destaque deste anofoi a não ação. Mesmo com avan‐ços em determinadas áreas, umPaís perde posições no ranking seoutros obtiverem uma nota maior.O Brasil adotou medidas parasimplificar os tributos sobre afolha das empresas e tentou redu‐zir a burocracia para abertura denegócios, mas países como Co‐lômbia e México avançaram muitomais nesses tópicos. A questão tra‐balhista foi o maior destaque ne‐gativo do Brasil lembrando que otema teve avaliação crítica em vá‐rios indicadores. Em eficiência domercado de trabalho, por exem‐plo, o Brasil caiu 40 posiçõesdesde 2012 (da 69ª para a 109ª, amaior variação negativa entre os12 temas. É importante ressaltarque o País ainda mantém um por‐centual significativo do PIB inves‐

tido em educação e saúde, o que éum resultado positivo, pois mos‐tra que há interesse e atitudes vol‐tadas para a melhoria destes doisfatores. Porém, diante dos resulta‐dos negativos do País nestes pi‐lares, é preciso refletir se essesgastos estão realmente sendo fei‐tos da forma eficiente e em quemedida as ações estão correta‐mente direcionadas.

Qual diferença da queda desteano para os anteriores? O Brasildeixou de ser um forte player nomercado internacional?

O Brasil se mantém como umpaís de potencial. O Brasil é umpaís com um mercado enorme ecom grandes necessidades de in‐vestimentos. Em uma outra pes‐quisa que foi feita, o Brasilapareceu entre os seis países maisinteressantes para se investir nomundo. Mas, de 2010 a 2013, oBrasil vinha perdendo posições re‐lativas, porque a competitividadede outros países estava aumen‐

tando. Agora em 2014 aconteceualgo diferente, a perda foi abso‐luta. O Brasil perdeu para elemesmo. A competitividade, defato, diminuiu.

Como foi a movimentação nesteano?

Na passagem de 2013 para2014, o Brasil perdeu três posiçõesno ranking, passando da 51ª paraa 54ª, ficando à frente da Eslovê‐nia, Bulgária, Grécia, Argentina,Croácia e Venezuela. Os primeiroslugares foram ocupados por Esta‐dos Unidos, Suíça e Cingapura.

Existe um pessimismo por partedo empresariado e executivos?

Além de dados estatísticos, apesquisa do International Institutefor Management Development eda Fundação Dom Cabral consi‐dera as opiniões de executivossobre a economia brasileira. E essefoi um dos itens que mais contri‐buíram para o resultado negativodeste ano, de acordo com o profes‐sor. A percepção da comunidadeempresarial está negativa e isso foiimportante para a queda de posi‐ções. Este ano está crítico nessesentido.

E o baixo desempenho do comér‐cio exterior?

Parte do desempenho negativono ranking se deve à baixa partici‐pação do Brasil no comércio inter‐nacional, já que tanto o setorprivado quando o governo estãofocados no consumo interno. O re‐sultado é fruto do declínio das ex‐portações para mercadostradicionais como Argentina,União Europeia e Estados Unidos,e do aumento das importações deprodutos industriais provenientesprincipalmente da China e de ou‐tros países asiáticos.

Pró-Industrial10

A questão tra‐balhista foi o maiordestaque negativodo Brasil lembrandoque o tema teve ava‐liação crítica. Emeficiência do mer‐cado de trabalho,por exemplo, o Bra‐sil caiu 40 posiçõesdesde 2012.”

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 10

NOTAS INDUSTRIAIS

Pró-Industrial11

Regulariza amplia usodo crédito acumulado

para pagar dívida A Secretaria da Fazenda amplia o alcance da utilização do crédito

acumulado de ICMS para pagamento de dívidas pelo Programa de Incentivo àRegularização Fiscal de Empresas (Regulariza). A mudança beneficia micro epequenas empresas do Simples Nacional e contribuinte com inscriçãosuspensa, paralisada, cassada ou baixada, além de contribuinte não cadastradona Sefaz, inclusive o produtor rural.

De acordo com a Instrução Normativa nº 1.186, assinada pelo secretário daFazenda, José Taveira, esses contribuintes podem liquidar até 70% dívida deICMS utilizando o crédito acumulado, desde que paguem, à vista, no mínimo30% do valor da dívida. Até agora o Regulariza só permitia o uso do créditoacumulado por empresas do regime normal de tributação e em atividade.

O gerente de Recuperação de Créditos da Sefaz, José Ferreira de Sousa,ressalta que o crédito acumulado só pode ser utilizado uma vez. Outra mudançafoi na forma de pagamento do saldo remanescente quando o contribuinteutiliza o crédito acumulado. Foi criada uma nova opção que permite aocontribuinte parcelar parte dos 70% do saldo remanescente. Antes, essepercentual só poderia ser pago com crédito acumulado ou à vista. José Ferreiraorienta que o parcelamento deve ser liquidado em moeda, não sendopermitido o uso de novo crédito acumulado.

Para as empresas regulares, o crédito acumulado pode ser próprio ou deterceiros. As empresas com inscrição estadual suspensa, paralisada, cassada oubaixada só podem utilizar o crédito acumulado de terceiros, já que não podememitir a nota fiscal referente ao crédito. A IN nº 1.186 foi publicada no DiárioOficial do Estado da semana passada.

COMÉRCIO EXTERIOR Confaz pede adiamento da reforma do ICMS

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu na últimasemana, em sua mais recente reunião, sugerir ao Senado adiar as discussõessobre a reforma tributária do ICMS para depois das eleições. O Projeto de Lei(PL) nº 130, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), tentaacabar com a exigência de unanimidade para a aprovação de incentivos fiscaisno Confaz. O relator do PL, senador Luiz Henrique (PMDB‐SC), ainda não foicomunicado oficialmente do pedido do Confaz, segundo José Clovis Cabrera,coordenador da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda de SãoPaulo.

NOTAS

Eventos e missõesRepresentantes de 15

empresas da Catalunha(Região Nordeste da Espanha)se reuniram com membros dogoverno e empresas locais na

última quinta‐feira, para mostrar seusprodutos e áreas de atuação.

A Acieg juntamente com aSecretaria de Indústria eComércio (SIC) e a UK Trade &Investment receberam naúltima sexta‐feira, na sede daAssociação, representantes do Reino Unidoespecializados em exportação e negócios paraorientar empresas goianas a realizaremnegociações com o País.

No dia 10 de setembro,será realizado evento sobreinvestimentos nos EstadosUnidos, com enfoque maiorpara a Flórida, com advogados

americanos de escritórios parceiros daHermano Advogados e um "personal financialadvisor". Será no Nasa Business Style, a partirdas 8h30.

IMPOSTO

EVENTOAgroindústrias

No dia 19 de setembro, será realizado emGoiânia o Fonagro (Fórum Nacional dasAgroindústrias), entre 8h30 e 17h30. Será noCastro's Park Hotel, Auditório Rio Diamantinoe Rio Formoso, na República do Líbano, 1520,Setor Oeste. O evento é realizado pelaRodovalho Associados. Para confirmação depresença: [email protected] ou(62) 3281‐0606.

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 11

A Schin, patrocinadora da Stock Car e da equipeSchin Racing Team, lança uma lata temática comelementos alusivos a essa modalidade doautomobilismo. Criada pela agência Leo Burnett TaylorMade, a embalagem de 350 mililitros serácomercializada em pontos de venda do Paraná, doMato Grosso do Sul e de Salvador.

MARKETING & PRODUTOS

12

A Creme Mel promove até omês de outubro a campanha“Melzinho no Palito”, queoferecerá milhares de palitospremiados. Na compra dequalquer picolé da marca, oconsumidor poderá encontrarum picolé premiado que vale um picolé Fruitmel. A promoção éacompanhada por uma campanha com spot para rádio, além de busdoor emateriais para ponto de venda. Os palitos premiados estão sendocomercializados nos 15 mil de pontos de venda da marca em nove estados ‐Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,Tocantins, Pará e Maranhão ‐ e no Distrito Federal.

Cremogema lança novas embalagens estampadas com aturma do Mickey Mouse, da Disney. São cinco personagensda turma em cinco sabores: Morango, Banana, Chocolate,Aveia, Cereais e Mel e Tradicional. As embalagens trazem noverso jogos infantis. “Mickey e seus amigos fazem parte donosso dia a dia há muito tempo, assim como os produtosCremogema. A Disney é uma empresa que preza pelaqualidade e benefícios nutricionais dos produtos licenciados,assim como a Unilever”, afirma Giovanna Gomes, gerente demarketing da marca.

Cremogema

Pró-Industrial

O Centro de Memória Bunge foicriado em 1994 com o objetivo de reunir,tratar e disponibilizar o patrimôniohistórico da Bunge Brasil. O Centro deMemória Bunge disponibiliza grande partede seu acervo pela internet, com históriasde marcas que fizeram ou ainda fazemparte da história da companhia, incluindoembalagens, anúncios, fotografias, vídeo eáudios.

Bunge

SchinPepsi

A Pepsi apresentou sua novaopção de embalagem: garrafa devidro retornável de 1 litro. “Agarrafa retornável de 1 litros é maisuma opção que a Pepsi oferece aosconsumidores. Temos um amploportfólio para todos os bolsos eocasiões de consumo”, diz NoraMirazon, diretora de Marketing dePepsi, Consumer Engagement eInovação da divisão de bebidas daPepsiCo Brasil. Até agora, a únicaembalagem de vidro da Pepsi noBrasil era a garrafa de 284 mililitros.A marca trabalha também com latade 350 mililitros e garrafas PET comdiversos volumes.

Creme Mel

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 12

A Sadia amplia seu portfólio de linguiçasde frango com o lançamento da a linguiçafrescal, com 30% menos gordura, segundo amarca, e a linguiça defumada, em versãoembalada e pronta para o consumo. “Antesvendida a granel, a linguiça defumada defrango ganhou novo formato de embalagem,que dispensa a manipulação do produto noponto de venda”, explica a gerente deMarketing, Rosângela Barbosa. As novidadespodem ser encontradas com exclusividade nospontos de vendas de São Paulo emembalagens de 900 gramas, a Linguiça deFrango Frescal e de 430 gramas a Linguiça deFrango Defumado.

Sadia

Pró-Industrial13

A linha de esmaltes Risqué, da Hypermarcas, ganha novas embalagens e nova fórmula. Ofrasco agora tem formato mais largo e cônico, além de tampa anatômica. O pincel ganhou acaracterística flat, que, por ser achatada, facilita a aplicação. O rótulo autoadesivo tambémpassou por mudanças: as informações básicas ficam na frente e os detalhes no verso, quepodem ser lidos ao se destacar o adesivo do contrarrótulo. A fórmula hipoalergênica passou aser incorporada oficialmente pela empresa e será vendida sem diferenciação de preço nas140 cores do catálogo. A nova coleção de primavera‐verão 2015 “Bagagens & Viagens” foi aescolhida para divulgar as novidades.

PiracanjubaConsumidores de todo

Brasil já contam com maisuma novidade da Piracanjubanas gôndolas. Trata‐se doleite em pó, nas versões inte‐gral (800g), integral instantâ‐neo (800g) e desnatadoinstantâneo (600g), que po‐derão ser encontradas emembalagens stand‐up pouch (fica em pé nas gôndolas), propiciando ainda mais pratici‐dade para os consumidores. “As embalagens flexíveis oferecem excelente visibilidade nasprateleiras e representam uma alternativa mais leve, quando comparadas com embala‐gens rígidas”, diz Lisiane Guimarães, gerente de marketing da Piracanjuba.

ResicolorAçaí, Amarelo Canário, Azul Bic, Cinza Médio,

Lírio, Papaia, Rosa Pink, Rosa Suave e Verde Maçasão os mais novos lançamentos de cores daResicolor Tintas para os produtos da linha EsmalteColor e Tinta a Óleo. Os tons, que prometem ganhardestaque no mercado, já podem ser visualizados nosite da empresa, que também lançou novo sitewww.resicolor.com.br. Produtos foram lançadosdurante a 17ª Feira Internacional de Construção(Construsul). Ao contrário do publicado na ediçãoanterior da Pró‐Industrial, o único presidente daResicolor é o empresário Jaime Dal Farra.

Risqué

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 13

Oestudo anual realizado desde2006 pela Deloitte, em parce‐ria com a revista Exame PME,aponta as empresas emer‐

gentes do mercado que mais expan‐dem seus negócios no País. Asempresas de melhor desempenho sãoincluídas em um ranking das 250 maisque nesta edição contou com 15 em‐presas, um número que sinaliza cres‐cimento mais ainda poucorepresentativo quando comparadocom outras regiões, como Sudeste, quetem 145 empresas.

A edição atual do estudo, além detrazer o já tradicional ranking das 250pequenas e médias empresas que maiscresceram no País nos últimos três anoscompletos (2011‐2013), revela visões etendências sobre um tema que cada vezmais ganha relevância no universo em‐presarial: qualidade de vida e bem‐estar no ambiente de trabalho.

A Deloitte defende que a trajetóriade expansão das empresas emergentesdo Brasil passa pela consolidação depráticas de saúde e bem‐estar, que pro‐porcionam melhor qualidade de vidaaos funcionários, imagem positiva nomercado e bons resultados financeiros.Essa tendência é reflexo de uma busca,inclusive, por maior atração e retençãode talentos – fator crítico para o desen‐volvimento das organizações.

Entre as mais bem posicionadas doCentro‐Oeste e Norte, a maioria égoiana: Sete das dez pequenas e mé‐dias empresas. Puxam a lista as goia‐nas Bank Log, Soluti, Termoeste,Proguarda, Champion Saúde Animal,Pontal Engenharia e Proguarda Servi‐ços. A Bank Log ficou, ainda, com a se‐gunda posição no ranking nacionalentre as que mais cresceram no País,com expansão de 1.124% no período.

Os critérios para qualificar as em‐

presas no ranking das 250 que maiscrescem foram: Estar em fase operacio‐nal, no Brasil, há mais de cinco anos;Ter obtido receita líquida entre R$ 3milhões e R$ 350 milhões em 2013 (úl‐timo ano do triênio avaliado); Nãofazer parte de um conglomerado em‐presarial com mais de 50% do seu ca‐pital controlado por estrangeiros; Nãoestar vinculada (coligada ou contro‐lada) a grupo empresarial com receitalíquida igual ou superior a R$ 2 bil‐hões por ano, independentemente daorigem de seu capital.

Por possuírem características dife‐renciadas de geração e avaliação de re‐ceita, o que impediria a comparaçãocom outras empresas, não puderamparticipar do estudo: cooperativas, ins‐tituições financeiras e organizaçõessem fins lucrativos e governamentais.Também tiveram sua participação ve‐tada as empresas dos segmentos de

NEGÓCIOS

Pró-Industrial14

Onde as empresasemergentes crescem

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 14

Pró-Industrial15

Inflação de agostoInflação oficial fecha agosto em 0,25% e acumulado passa teto dameta. Situação preocupa.

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2014Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada ediçao, a PRÓ‐INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados.

Inflação em 2014o IPCA acumula taxas de 4,02% no ano e 6,51% em 12 meses,pouco acima portanto do teto da meta do governo, que é 6,5%.

Indústria em 2014PIB industrial deve cair 1,7% em 2014, maior recuo em 5 anos. Será a maiorretração desde 2009, ano marcado pela crise financeira internacional.

Comércio exteriorBalança comercial tem menor superávit para agosto em 13 anos. EmGoiás, números con nuam bons.

PIB em 2014Mercado reduz previsão de alta do PIB de 2014 pela 12ª semana se‐guida. Economistas dos bancos esperam um crescimento de 0,79%.

Desemprego Taxa de desemprego em julho é a menor para o mês desde 2003. Taxa dedesemprego ficou estável de junho para julho de 2014.

auditoria, consultoria e editoras.As edições anteriores do ranking

das PMEs brasileiras que mais crescemmostram que as empresas emergentesde melhor desempenho no Brasil, ape‐sar de sofrerem o impacto das oscila‐ções na economia, tendem a superar osresultados gerais do País com umagrande margem.

De acordo com o Instituto Brasi‐leiro de Geografia e Estatística (IBGE),o Produto Interno Bruto (PIB) nominal

do Brasil – isto é, aquele do qual aindanão foi descontada a inflação – cresceua uma taxa média anual de 12% entre2005 e 2013. No mesmo período, asempresas que figuraram entre as 100primeiras posições em cada uma dasnove edições do ranking “As PMEsque Mais Crescem” apresentaramcrescimento médio anual de 52%. Valeressaltar que, como as empresas sãoretratadas no ranking pela variação desua receita líquida em um determi‐

nado período, a referência do PIB no‐minal é a que permite melhor compa‐ração entre o desempenho do País e odas empresas emergentes que maiscrescem.

Em 2010, o PIB real do Brasil, cor‐rigido pela inflação, foi de 7,5%. Desdeentão, os patamares gerais de cresci‐mento da economia do País se manti‐veram mais baixos, colocando umcenário desafiador para as pequenas emédias empresas.

21%Foi a taxa média decrescimento da receitalíquida anual. Entre2011 e 2013, esta taxafoi maior – 24%

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 15

Em 1918, foi aberta emVotorantim, cidade nointerior de São Paulo,uma fábrica de tecidos.Foi esta empresa o em‐

brião do Grupo Votorantim, que ca‐minha para um século de atuação ea consolidação do empresário Antô‐nio Ermírio de Moraes – falecido em24 de agosto – como um dos grandespensadores da indústria brasileirana última década.

A Votorantim Metais, empresado grupo, é associada da ADIAL(Associação Pró‐DesenvolvimentoIndustrial de Goiás), que presta umahomenagem à companhia, que in‐veste no Estado e participa ativa‐mente do crescimento econômicogoiano.

Antônio Ermínio de Moraes eraengenheiro, assim como seu pai,José Ermírio de Moraes. Antônionasceu a empresa do pai, ainda a fá‐brica de tecido, completava uma dé‐cada. A fábrica foi aberta pelo sogrode José, o português Antônio Inácio.Anos depois, em 1935, a empresadava seus primeiros saltos para ex‐pansão, com a aquisição da Com‐

16

EMPRESAS

A perda deum líder

O BRASIL PERDEU OEMPRESÁRIO ANTÔNIO ERMÍRIODE MORAES, DOGRUPO VOTORANTIM, QUEPOR DÉCADAS PENSOU E SE POSICIONOU AFAVOR DE DESENVOLVIMENTODO PAÍS

Pró-Industrial

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 16

17 Pró-Industrial

panhia Nitro Química. Duas décadas de‐pois, inaugurava a Companhia Brasileirade Alumínio (CBA), pioneira do setor noBrasil – concorrendo com as estrangeirasAlcan, Alcoa e, depois, a Vale. Cinquentaanos após a fundação, a produção saltoude 4 mil toneladas de alumínio para 400mil toneladas.

A empresa se transformou em umamultinacional, comprando fábricas emoutros países. No Brasil, diversificou,abrindo inclusive o Banco Votorantim. Afrente da gestão, Antônio Ermírio de Mo‐raes, que além de conduzir os negócios,era presença constante no debate nosrumos do País, sempre pensando e mani‐festando seu pensamento.

Os princípios dos Moraes foram re‐passados por décadas: Solidez, Ética, Res‐peito, Empreendedorismo e União.

Em continuidade à sua estratégia decrescer de forma consistente e diversifi‐

cada, no final da década de 1980 o Grupopassou a investir em papel e celulose e,três anos depois, ingressou no setor finan‐ceiro, com a constituição do Banco Voto‐rantim. Para fazer frente ao contínuocrescimento de suas operações em diver‐sas áreas, em 2001, criou a holding Voto‐rantim Participações (VPar). Assim, deuo passo decisivo para a internacionaliza‐ção de seus negócios, hoje em andamentoem mais de 20 países.

Ao mesmo tempo que lida com ma‐térias‐primas, Ermírio deu o aval para acriação da Votorantim Ventures, a caçuladas empresas do grupo criada há quasequatro anos. A Ventures é um fundo deinvestimento com trezentos milhões dedólares para investir em áreas tão diver‐sas como biotecnologia, bioinformática,distribuição de MRO, serviços de data‐center e de call center, comércio eletrônicoe biodiversidade.

“Sou um o mista inveterado, esperandobons momentos”

“O Brasil tornou‐se um gigante de pés debarro. Na hora em que os credores fecharam acaixa, nós entramos numa crise sem tamanho”

“Teoria não é solução para os problemas so‐ciais do Brasil. O que se precisa fazer é arregaçaras mangas, melhorar a administração das ver‐bas e aplicá‐las diretamente onde a questão émais urgente”

“Ele (Lula) está fazendo o que pode. Eviden‐temente, ele não tem o preparo que eu gostariaque um presidente vesse, mas ele tem força devontade. Agora, o Lula precisa trabalhar mais eusar um pouco menos o aviãozinho dele”

FRASES DE ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 17

80/20Você acha o seu trabalho opressivo? Tudo se acumula na sua mesa ou na sua caixa de entrada e você

tem a sensação constante de lutar para vencer um volume excessivo de tarefas? É difícil sentir‐se no controleda situação? Se as respostas forem positivas, você não está sozinho. Um grande número de gerentes,

especialmente em tempos difíceis como os de hoje, se sente assim ‐ dominado pela sobrecarga de trabalho,sem poder sobre o próprio tempo e frustrado por não ter mais influência nos processos da empresa.

O LADO OCULTOO livro que todo economista deve ler. Freakonomics ‐ O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta +

Superfreakonomics ‐ O lado oculto do dia a dia, dois best‐sellers da economia, numa edição especial (volume único). Apartir de uma reunião de dados e de perguntas difíceis, nunca feitas e nem imaginadas, os autores Steven D. Levitt eStephen J. Dubner discutem as mais variadas situações cotidianas, estudam a rotina e os enigmas da vida real eapresentam conclusões que desafiam o senso comum. Freakonomics + Superfreakonomics retrata as interfaces daeconomia de um jeito diferente e instigante. A obra trata assuntos distintos que normalmente não são abordados peloseconomistas tradicionais. Os autores decifram a vida cotidiana de uma maneira irreverente sob o olhar econômico.

ERA DO VALUATIONAliando a boa teoria às melhores práticas, o renomado autor Aswath Damodaran escreveu estelivro com o intuito de oferecer aos leitores um material atualizado, objetivo e criterioso sobre o

interessante tema. Laureado professor de negócios, o autor mescla com maestria os fundamentosclássicos sobre finanças, aos conceitos desenvolvidos e consagrados por ele, como o próprio termo

Valuation, disseminado globalmente.

RÁPIDO E CERTEIROComo Convencer Alguém em 90 Segundos é a garantia de uma comunicação de sucesso, transformando as

conexões instantâneas em duradouras e pro¬dutivas relações de negócios. Neste livro, o especialista NicholasBoothman ensina como usar o rosto, o corpo, a atitude e a voz para causar uma primeira impressão marcante,estabelecendo confiança imediata e criando fortes víncu¬los de credibilidade.

GOSTA DE RISCO?Outro livro nesta coluna escrito por Aswath Damodaran, reconhecido como um dos melhores professores

de Finanças dos Estados Unidos, Gestão Estratégica do Risco: Uma Referência para a Tomada de RiscosEmpresariais mostra que o risco, se explorado com inteligência, é fundamental para o sucesso de uma empresa.O leitor vai aprender a determinar quais riscos ignorar, contra quais se proteger e quais explorar. Damodaranoferece um quadro de referências detalhado para a maximização dos lucros pela exposição limitada a algunstipos de riscos e pela exploração de outros.

LEITURA EMPRESARIAL

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 18

PIB, investimentos e incentivos fiscais

CESAR HELOU

Seria uma grande surpresapara qualquer empreendedorno País, principalmente os in‐dustriais, se a política econô‐

mica caminhasse para outro caminhoque não fosse o da recessão – que la‐mentavelmente foi registrada emagosto. Os sinais claros de desaqueci‐mento da atividade econômica jáeram sentidos em 2012, fortaleceram‐se em 2013 e se repetiram neste ano.Os empresários apontaram váriosdesequilíbrios durante a formaçãodesta recessão, mas que o governo fe‐deral ignorou.

O maior de todos os problemas foia falta de uma âncora para sustentar ocrescimento da economia em momen‐tos mais complicados. Com o esgota‐mento do consumo e do comérciocomo alternativa para manter a econo‐mia em, pelo menos, crescimento mo‐derado, defendemos há anos que ogoverno fortalecesse a variável inves‐timento para ser essa âncora.

Não foi assim que ocorreu. Nos úl‐timos quatro trimestres, a economiaregistrou três ciclos de retração da ati‐vidade econômica e uma expansão. Avariável investimento fechou os qua‐tro trimestres negativa. Nem investi‐mentos públicos nem privados. O Paísparou de investir ou está investindo ti‐midamente. Ou seja, com produçãoencolhendo, consumo retraído e in‐vestimento travado, quais as perspec‐tivas? Recessão.

O governo federal poderia ter evi‐

tado essa freada provocando novosinvestimentos. Mas, em vez disso,ficou durante dois anos estimulandoa discórdia entre os Estados que antesrecebiam investimentos (os emer‐gentes) e os que reclamavam de per‐der empresas (os tradicionais). Atentativa de ingerência nestas políticasde incentivos fiscais estaduais, realiza‐das com tributos estaduais, afastou in‐vestidores.

Os Estados emergentes nunca re‐ceberam tão pouco investimentosquanto nos últimos dois anos. Ficarammenos interessantes? Não. Os investi‐dores ficaram acuados, pois o conflito“federativo” gerou insegurança. Emum País de tão poucos marcos regula‐tórios para dar segurança aos investi‐mentos, este ataque do governofederal aos incentivos fiscais provocouum adiamento de novas plantas in‐dustriais. Pior para o País, pois estan‐cou parcialmente um dos poucosmecanismos que funciona correta‐mente na promoção de desenvolvi‐mento regional e investimentonacional.

Mas o empresário não é de desani‐mar. O potencial de crescimento doPaís é gigantesco, mas ficou bem claroneste ciclo de três anos e meio que ascondições para os investimentos ocor‐rerem são essenciais. Investimentosnão brotam de pensamentos ou de pá‐ginas de planos de governo, é precisoum diálogo próximo junto ao setorprodutivo, compreender sua impor‐

tância como promotor de desenvolvi‐mento econômico, mudando a formade relacionar e interagir.

Empresários têm a sua responsabi‐lidade no futuro do País. E, ao mesmotempo, são orgulhosos de terem suaparcela de trabalho para reerguernossa economia nas últimas três déca‐das. Mas, quando se visualiza o em‐preendedor brasileiro, não se dá odevido mérito. Se o projeto funcionano Brasil, pouco se ressalta o papel dosreais produtores deste resultado, queé o setor produtivo, a união de empre‐sários e trabalhadores.

Não é uma questão de vaidade,mas de justiça. Neste momento de re‐flexão do futuro do País, que se res‐salte o papel de quem sua pelo País ede quem vai continuar suando. Em‐presários e trabalhadores carregam oPaís nas costas, com uma indesejávelcarga tributária de quase 40%, que lheé retirada diretamente do preço doproduto ou da renda, sem lhe retornarem reinvestimentos para melhorar oprocesso produtivo.

O PIB em recessão é um sinal clarode que o caminho precisa ser revisado.As crises são essenciais para proporajustes, aparar arestas e promovernovos conceitos de gestão, pública eprivada. Que esta recessão lamentávelnão seja em vão.

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

OPINIÃO

Pró-Industrial19

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 19

Disque Soluções em Energia0800 723 38 00

ou consulte nosso sitewww.stemac.com

ou acesse nossos canais

A STEMAC, líder nacional na fabricação e comercialização de grupos geradores, oferece soluções em energia para diversas aplicações e necessidades, acelerando a produtividade do seu negócio com o que há de melhor e mais inovador no segmento.

Energia einovação parao seu negócio

GRUPOS GERADORES DIESELde 25 a 3438 kVA

CARENADOS E SILENCIADOS

ADIAL 56_Layout 1 05/09/2014 10:48 Page 20