Upload
lamkiet
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento
Silvana Flora de Melo
Influência dos exercícios de corrida contínua ou
acumulada nos efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP
do átrio direito de ratos Wistar
São Paulo
2012
i
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento
Silvana Flora de Melo
Influência dos exercícios de corrida contínua ou
acumulada nos efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP
do átrio direito de ratos Wistar
Tese apresentado ao Programa de Mestrado de Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu como requisito a Título de Mestre.
São Paulo
2012
ii
Melo, Silvana Flora de
M528i Influência dos exercícios de corrida contínua ou acumulada nos efeitos
do envelhecimento nos níveis de ANP do átrio direito de ratos wistar /
Silvana Flora de Melo. – São Paulo, 2012.
52 f.: il.; 30 cm.
Orientador: Romeu Rodrigues de Souza.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2012.
1. Aspectos biológicos – Envelhecimento. 2. Atividade física – Idosos.
3. Exercícios físicos. I. Souza, Romeu Rodrigues de. II. Universidade São
Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação
Física. III. Título
CDD 22 – 613.70446
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecário: Ricardo de Lima – CRB 8/7464
iii
Silvana Flora de Melo
Influência dos exercícios de corrida contínua ou acumulada nos
efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP do átrio direito de
ratos Wistar
Dissertação de Mestrado apresentada à banca examinadora da Universidade São Judas Tadeu, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre no Programa de Mestrado de Ciências do Envelhecimento.
Área de concentração: Aspectos biológicos e funcionais do envelhecimento
Orientador: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
São Paulo
2012
iv
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Silvana Flora de Melo
Influência dos exercícios de corrida contínua ou acumulada nos
efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP do átrio direito de
ratos Wistar
Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora da Universidade São Judas Tadeu, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre no Programa de
Mestrado de Ciências do Envelhecimento.
Área de concentração: Aspectos biológicos e funcionais do envelhecimento
Orientador: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
Data:____ /____ /_______
Banca examinadora:
Prof. Dr. ____________________________ Instituição:______________________
Assinatura:__________________________ Julgamento:_____________________
Prof. Dr. ____________________________ Instituição: ______________________
Assinatura:__________________________ Julgamento:_____________________
Prof. Dr. ____________________________ Instituição: ______________________
Assinatura:__________________________ Julgamento:_____________________
v
DEDICATÓRIA
Aos meus familiares, pelo apoio e
palavras encorajadoras para que eu
nunca desistisse do meu sonho.
vi
AGRADECIMENTOS
À Deus por sempre me proporcionar muita força, porque desde o início deste curso
muitas lágrimas rolaram e neste término muita luta e vitória.
À minha família que sempre esteve presente na minha vida e sustentando todos os
pilares que eram necessários.
Ao Professor Dr. Romeu Rodrigues de Souza, primeiramente, pelo carinho e
dedicação para a realização dessa tarefa tão difícil.
Ao Professor Paulo pelas aulas de inglês com muita dedicação e carinho.
Aos amigos, em especial Rosangela Garoto e Armando Bega, pela presteza e apoio
sempre acompanhados de sorrisos encorajadores.
Aos colegas, professores e coordenadores do Programa de Mestrado da
Universidade São Judas.
À minha filha Laís que sempre esteve ao meu lado mesmo com a minha
irritabilidade.
Ao meu amor, Marcos de Oliveira, que sempre me deu carinho nos momentos de
desabafos.
vii
“Pensar é o trabalho mais difícil que
existe. Talvez por isso tão poucos se
dediquem a ele.” – HENRY FORD
“A verdadeira educação consiste em
pôr a descoberto ou fazer atualizar o
melhor de uma pessoa. Que livro
melhor que o livro da humanidade?”
– MAHATMA GANDHI
viii
RESUMO
Autora: Silvana Flora de Melo
Orientador: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento – Universidade São Judas Tadeu
Os cardiomiócitos dos átrios produzem e secretam um hormônio, o peptídeo natriurético atrial (ANP) que atua como vasodilatador e na reabsorção de água e sódio, facilitando a natriurese e a diurese, diminuindo a pressão arterial. Vários trabalhos demonstram que a prática de exercícios tem influência nos grânulos de ANP dos cardiomiócitos dos átrios em jovens. São escassos, entretanto, estudos sobre efeitos de exercícios em grânulos de ANP de cardiomiócitos de idosos. Neste trabalho, temos como objetivo avaliar os efeitos de dois tipos de exercícios, de corrida contínua e corrida acumulada nos grânulos de ANP em ratos idosos. Vinte ratos Wistar machos adultos, com 12 meses de idade, foram divididos nos seguintes grupos, com 5 animais por grupo: grupo controle (GC), com animais que foram sacrificados aos 12 meses; grupo sedentário idoso (GS), cujos animais foram sacrificados aos 16 meses; grupo corrida contínua (GCC), com animais que foram sacrificados aos 16 meses e grupo corrida acumulada (GCA), com animais também sacrificados aos 16 meses de idade. Cortes ultrafinos do átrio direito foram examinados ao microscópio eletrônico de transmissão. A densidade numérica (número de grânulos por miócito) e o diâmetro dos grânulos de ANP foram medidos por meio de técnicas morfométricas, utilizando o sistema de análise de imagens, Axio Vision (Zeiss). Os resultados mostram semelhanças morfológicas entre os componentes dos cardiomiócitos dos quatro grupos. Os grânulos do tipo A aparecem com seu aspecto típico, mostrando um halo nítido e os do tipo B sem a presença deste halo. Os grânulos estão presentes nos cortes dos cardiomiócitos dos animais dos quatro grupos em número e tamanhos variados. Em todos os cortes analisados, geralmente os grânulos estão em maior número junto a um dos polos do núcleo, entre miofibrilas e mitocôndrias. De acordo com os resultados obtidos no presente estudo sobre os efeitos dos exercícios físicos de corrida contínua e acumulado nos grânulos atriais dos cardiomiócitos de ratos Wistar podemos concluir que o envelhecimento promoveu diminuição significante nos níveis de ANP dos cardiomiócitos. Isso aconteceu por conta principalmente dos grânulos do tipo A, em que houve perda significativa tanto do número como do diâmetro destes grânulos com o envelhecimento.
Palavras-chave: Cardiomiócito, Átrio direito, Atividade física, Idosos.
ix
ABSTRACT
Author: Silvana Flora de Melo
Advisor: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
Post-graduate Program in Sciences of Aging – São Judas Tadeu University
The cardiomyocytes of the atria produce and secrete a hormone, atrial natriuretic peptide (ANP) that acts as a vasodilator and sodium and water reabsorption, facilitating natriuresis and diuresis, lowering blood pressure. Several studies have shown that exercise has influence on ANP granules the cardiomyocytes of the atria in young people. But jobs are scarce on the effects of exercise on cardiomyocyte ANP granules elderly. In this paper, we aim to evaluate the effects of two types of exercises, running and running continuously accumulated in the granules of ANP in aged rats. Twenty adult male Wistar rats with 12 months of age, were divided into groups with five animals per group: control group (CG), with animals that were sacrificed at 12 months, the sedentary elderly (GS), whose animals were sacrificed at 16 months, group race is on (GCC), with animals that were sacrificed at 16 months and accumulated race group (GCA), also with animals sacrificed at 16 months old. Ultrathin sections of the right atrium were examined under a transmission electron microscope. The numerical density (number of granules per myocyte) and the diameter of the granules of ANP were measured by morphometric techniques, using the image analysis system, Axio Vision (Zeiss). The results show morphological similarities between the components of the four groups of cardiomyocytes. The granules of type A with its typical aspect appear, showing a clear halo and type B without the presence of the halo. The granules are present in cuts of cardiomyocytes in the four groups of animals in number and sizes. In all sections analyzed, usually in excess beads are next to one pole of the nucleus of myofibrils and mitochondria. According to the results obtained in this study on the effects of exercise running continuously and accumulated in the granules of atrial cardiomyocytes of Wistar rats can be concluded that aging promoted a significant decrease in levels of ANP cardiomiócitos.Esta decline happened mainly due to the the granules of the type in which there was significant loss of both the number and diameter of these beads with aging.
Keywords: Cardiomyocytes; right atrium; Physical Activity; Elderly.
x
Lista de Figuras
Figura 1 – Animais sob treinamento em esteira ergométrica programável.................. 26
Figura 2 – Micrografia eletrônica de corte de cardiomiócito de rato Wistar.................. 28
Figura 3 – Micrografia eletrônica de cortes de cardiomiócitos de átrio direito de
ratos Wistar dos grupos GC, GS, GCC e GCA. Aumento original: x5000.................... 31
Figura 4 – Micrografia eletrônica de cortes de cardiomiócitos do átrio direito de
ratos Wistar dos grupos GC, GS, GCC e GCA. Aumento original: x15000.................. 32
Figura 5 – Micrografia eletrônica de corte ultrafino de cardiomiócito do átrio direito
de rato do GS............................................................................................................... 33
Figura 6 – Gráfico representativo do número total de grânulos por cardiomiócito....... 34
Figura 7 – Gráfico representativo do diâmetro de grânulos do tipo A nos grupos
GC, GS, GCC e GCA................................................................................................... 35
Figura 8 – Gráfico representativo do número de grânulos do tipo B nos grupos
GC, GS, GCC e GCA................................................................................................... 36
Figura 9 – Gráfico representativo do diâmetro dos grânulos do tipo A nos grupos
GC, GS, GCC e GCA................................................................................................... 37
Figura 10 – Gráfico representativo do diâmetro dos grânulos do tipo B nos
grupos GC, GS, GCC e GCA)...................................................................................... 38
Figura 11 – Histograma de distribuição de frequências dos grânulos de ANP
do tipo A nos grupos de animais estudados, de acordo com seu tamanho
(P – pequenos, M – médios e G – grandes)...................................................................39
xi
Lista de Abreviatura e Siglas
ANP – Peptídeo Natriurético Atrial
N – Núcleo
M – Mitocôndria
MF – Miofibrila
GC – Grupo controle
GS – Grupo sedentário
GCC – Grupo corrida contínua
GCA – Grupo corrida acumulada
xii
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... viii
ABSTRACT................................................................................................................ ix
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1.1 Importância dos estudos sobre o envelhecimento .......................................... 15
1.2 O ANP: produção, armazenamento e secreção .............................................. 16
1.3 Efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP dos átrios............................... 19
1.4 Influência do exercício nos efeitos do envelhecimento nos tecidos e na
PA.......................................................................................................................... 19
1.5 Efeitos do exercício nos níveis de ANP nos átrios.......................................... 21
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 24
2.1 Geral............................................................................................................... 24
2.2 Específico........................................................................................................ 24
2.3 Justificativa...................................................................................................... 24
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 25
3.1 Animais utilizados........................................................................................... 25
3.2 Exercício físico aplicado aos animais............................................................. 25
3.3 Preparação do material para exame ao microscópio eletrônico..................... 27
3.4 Análise quantitativa do ANP............................................................................ 29
xiii
4. RESULTADOS...................................................................................................... 30
4.1 Análises morfológicas dos cardiomiócitos...................................................... 30
4.2 Densidade de grânulos tipos A e B em conjunto (número de grânulos
por miócito).......................................................................................................... 34
4.3 Densidade de grânulos tipo A........................................................................ 35
4.4 Densidade de grânulos tipo B....................................................................... 36
4.5 Diâmetro dos grânulos do tipo A................................................................... 37
4.6 Diâmetro dos grânulos do tipo B................................................................... 39
5. DISCUSSÃO..................................................................................................... 40
6. CONCLUSÃO................................................................................................... 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 44
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 Importância dos estudos sobre o envelhecimento
O crescimento da população idosa no Brasil vem ocorrendo de forma
bastante acelerada. As estatísticas mostram que a faixa etária com maior
crescimento na maioria dos países em desenvolvimento é a acima de 60 anos. No
Brasil, as projeções indicam que a proporção de idosos passará de 8,6%, em 2000,
para quase 15%, em 2020. Em termos absolutos seremos, em 2025, a sexta
população de idosos no mundo, isto é, com mais de 32 milhões de pessoas acima
de 60 anos. Além disso, a proporção de pessoas com mais de 80 anos também
apresenta um aumento significativo (IBGE, 2005).
Para Neri (2007) o envelhecimento compreende os processos de
transformação estrutural e funcional que acontece com o organismo, implicando
assim a diminuição gradual da sobrevivência. O envelhecimento saudável resulta
da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na
vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. O bem-
estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, seria o resultado do equilíbrio entre
as várias dimensões da capacidade funcional do idoso (RAMOS, 2003; NERI,
2007). Neste sentido, pesquisas que visam minimizar as perdas funcionais dos
idosos são importantes.
Os termos envelhecimento e senescência se referem às alterações
progressivas que ocorrem nas células, nos tecidos e nos órgãos (BALCOMBE;
SINCLAIR, 2001). O envelhecimento é um processo que se inicia no nascimento e
continua até que chegue a morte. É um fenômeno complexo da biologia que se
manifesta em todos os tecidos e órgãos. Esse processo afeta a fisiologia do
organismo e exerce um impacto na capacidade funcional do indivíduo ao torná-lo
mais suscetível às doenças crônicas.
16
No contexto da transição demográfica, o perfil de saúde em nosso país
também sofre mudanças. No lugar das doenças infectocontagiosas estamos nos
deparando com as doenças crônicas não transmissíveis. Entre elas as mais
frequentes são a hipertensão e o diabetes. Um estudo realizado em uma cidade do
interior de São Paulo com egressos de grupos de terceira idade ilustra este fato.
Das 225 pessoas idosas que pararam de frequentar os grupos com idade média de
68 anos, para as mulheres, e 75, para os homens, 42 o fizeram por motivo de
doença. As mais citadas foram a hipertensão e o diabetes (VAROTO et al., 2004).
Embora o envelhecimento seja influenciado por vários fatores, tais como:
sociais, psicológicos contexto socioeconômico e história de vida (MARKSON, 2000;
FREITAS et al., 2002), o conhecimento dos fatores biológicos relacionados com o
controle da hipertensão, como é o caso do ANP, podem ser úteis para propiciar aos
indivíduos ao envelhecerem melhor qualidade de vida (MENDONÇA, 2008).
1.2 O ANP: produção, armazenamento e secreção
Os cardiomiócitos dos átrios produzem o hormônio peptídeo natriurético
atrial (ANP) (KISCH et al., 1956; PALADE, 1961; De BOLD, 1985; IIDA et al., 1988;
CALIARI; TAFURI, 1993; SILVA et al., 2003) o qual fica armazenado no citoplasma
dos cardiomiócitos sob a forma de grânulos. O ANP é um hormônio hipotensor.
Tem ação diurética, atuando nos túbulos renais. Ele controla a ação do sistema
renina-angiotensina do sistema simpático e os fluidos extracelulares circulantes,
aumentando o fluxo e a permeabilidade capilar. Agindo como vasodilatador diminui
a pressão sanguínea e a reabsorção de água e sódio facilitando a natriurese e a
diurese (OHBA et al., 2001; MCGRATH et al., 2005).
Os grânulos de ANP localizam-se geralmente junto ao núcleo do
cardiomiócito, próximo às mitocôndrias e ao complexo de Golgi (PALADE, 1961;
JAMIESON; PALADE, 1964; IIDA et al., 1988). A distribuição de grânulos nos átrios
direito e esquerdo não é igual. GAMA et al. (2007) mostraram presença de maior
número de grânulos nos cardiomiócitos atriais direitos do que nos esquerdos.
17
Skepper et al. (1988) analisaram a heterogeneidade dos grânulos atriais em
ratos e verificaram que eles medem de 100 a 250 micrômetros de diâmetro com
variações, em diferentes espécies. Para comprovar as ações do ANP, Stewart et
al., (1992) e Schiebinger; Greening (1992) mostraram que a retirada bilateral dos
átrios eliminava a liberação do ANP e bloqueava a excreção de água e sódio com
retenção de líquidos nos tecidos corporais, devido ao aumento do volume
plasmático.
Os grânulos de ANP foram descritos pela primeira vez por Bruno Kisch
(1956, apud Silva et al., 2003) em cobaias. Posteriormente, quando se constatou
que esses grânulos continham uma substância química que atuava como fator
natriurético, passou a ser denominado de peptídeo natriurético atrial (PALADE,
1961). Para verificar a função do ANP dos grânulos, De Bold (1985) prepararam
extrato de átrios e injetaram em peritônio de ratos. Observaram aumento na
diurese, excreção renal de sódio, diminuição da pressão arterial e aumento do
hematócrito nos animais que receberam essa substância. A partir dessa
descoberta, numerosos trabalhos têm sido realizados sobre os cardiomiócitos
atriais e sobre os grânulos de ANP em várias situações.
Os autores descrevem quatro diferentes tipos de grânulos nos cardiomiócitos
dos átrios, os quais foram classificados de acordo com seu conteúdo e
eletrondensidade. São os tipos A, B, C e D. Os grânulos do tipo A e B são os mais
estudados e conhecidos. Morfologicamente, segundo Marei (2002), os grânulos do
tipo A contêm um material bastante eletrondenso e caracterizam-se pela presença
de uma membrana bastante evidente separada do conteúdo por um halo vazio de
20 nm junto à face interna de sua membrana. São armazenados principalmente nos
átrios e em menor quantidade nos ventrículos e rins (GIRALDO, et al., 2011).
Os grânulos do tipo B contêm o peptídeo natriurético cerebral (BNP),
existindo em outros órgãos, mas sendo secretados principalmente pelos
cardiomiócitos. São mais pálidos, contendo granulações de aspecto fibroso. Ambos
os tipos (A e B) liberam seu conteúdo na circulação sanguínea em resposta à
dilatação ventricular e à sobrecarga de pressão. Os respectivos peptídeos
18
promovem natriurese, vasodilatação e inibição do sistema renina angiotensina e da
atividade do sistema nervoso simpático. Em relação ao BNP, embora seja
produzido pelos átrios, sua principal fonte de produção são os ventrículos
(SEOUNG et al., 2003). O BNP dos grânulos tipo B, que causa aumento do GMP
cíclico sendo importante para aumentar a superfície de filtração do glomérulo e
para impedir hipertrofia do miocárdio em algumas situações como no diabetes
(ROSENKRANZ et al., 2003).
A liberação do ANP de ambos os tipos ocorre por dois mecanismos:
encurtamento da musculatura dos átrios (CHO et al., 1991) e aumento da volemia,
com dilatação das paredes das cavidades atriais (SKEPPER et al., 1989). Além
disso, existe uma relação entre a liberação do ANP e a ação de outros hormônios.
Assim, Schiebinger e Greening (1992), utilizando norepinefrina, endotelina e
vasopressina, mostraram que estes hormônios atuam como mediadores
responsáveis pela liberação do ANP. Lachance e Garcia (1991) e Seul et al. (1992)
observaram em ratos que o ciclo contração-relaxamento das fibras musculares do
complexo atrioventricular promovia um aumento da secreção do ANP.
Vários estudos têm demonstrado o uso do ANP em pacientes com doenças
cardiovasculares (MOUTON et al., 1992; MASSARU et al., 2001; KITASHIRO et al.,
2001; SWARD et al., 2001; HENRY, 2002; MCGRATH et al., 2005). Kitashiro et al.
(1999) observaram em pacientes internados com hipertensão arterial que o uso de
ANP intravenoso reduzia a pressão sanguínea sistólica, pré-carga e pós-carga e
melhorava o desempenho do ventrículo esquerdo. Massaru et al. (2001)
compararam o efeito do ANP associado à nitroglicerina na remodelação do
ventrículo esquerdo em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM). Neste
estudo foi administrado ANP e nitroglicerina e observou-se nos sujeitos que
receberam ANP que o tratamento surtiu efeito significativo na remodelação do
ventrículo esquerdo. Outros pesquisadores realizaram trabalhos com infusão
intravenosa contínua de ANP em pacientes portadores de fibrilação atrial e
insuficiência cardíaca congestiva e observaram melhora nas primeiras 24 e 48
horas da fibrilação atrial; melhora na resistência vascular periférica; pressão arterial
19
sistólica; além de decréscimo significativo na resistência vascular pulmonar;
acréscimo na excreção de diurese e sódio e decréscimo significativo de creatinina
com melhora da hemodinâmica (KITASHIRO et al., 1999; MCGRATH et al., 2005).
No estudo de Sward et al. (2001) foi infundido ANP intravenoso contínuo em
pacientes com disfunção renal aguda e notou-se resposta significativa na
hemodinâmica nas primeiras 48 horas; aumento da filtração glomerular e fluxo
renal; diminuição da resistência vascular renal com aumento na fração de filtração.
A manutenção de níveis adequados de ANP nos átrios é fundamental para
fazer frente, juntamente com outros mecanismos, às variações de PA que ocorrem
nas diferentes situações no dia a dia.
1.3 Efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP dos átrios
Numerosos estudos sobre o miocárdio de idosos têm sido realizados
abordando seus aspectos mecânicos. Modernas técnicas de investigação
ampliaram as pesquisas científicas sobre o coração de idosos, analisando outros
aspectos, além do mecânico, do miocárdio nessa faixa etária. Entre estes aspectos
está a produção e secreção de ANP. Como já citado em parágrafos anteriores, a
manutenção dos níveis de ANP, nos idosos, é fundamental para o controle da PA
(IKEME, 1989; KOTCHEN et al., 1982; MARMOT et al., 1984. Assim alguns
trabalhos foram realizados procurando conhecer os efeitos do envelhecimento na
produção de ANP. De Souza et al. (2005) verificaram que os níveis de ANP nos
átrios diminuem com o envelhecimento. Haller et al. (1987) e Onuoha et al. (1998)
observaram que pessoas idosas apresentam níveis de ANP elevado no plasma
sanguíneo.
1.4 Influência do exercício nos efeitos do envelhecimento nos tecidos e na PA
A prática regular de atividade física é tida como estratégia auxiliar para a
redução do impacto do envelhecimento sobre a autonomia funcional e qualidade de
vida (KIRKENDAL; GARRET, 1998; SUZANNE et al., 1999). Por outro lado, é
20
comum associar-se a autonomia às incapacidades desencadeadoras de
dependência física e psíquica (JÓIA et al., 2008), desconsiderando os problemas
ambientais, sociais, culturais e econômicos que, seguramente, em maior ou menor
extensão, participam do processo (PAPALEO; RIBEIRO, 1996). Muitos autores têm
estudado sob diferentes ângulos a relação entre o exercício físico regular e os
níveis de autonomia/independência do idoso, nos aspectos biológicos e
psicossocioculturais. (SUZANNE et al., 1999; JÓIA et al., 2008; BURITI et al., 2006;
MATSUDO et al., 2008).
O processo de envelhecimento biológico determina alterações no aparelho
locomotor que causam limitações às atividades da vida diária e, assim,
comprometem a qualidade de vida da pessoa idosa. A diminuição do nível de
atividade pode levar o idoso a um estado de fragilidade e de dependência.
Evidências atuais demonstram que a atividade física traz benefícios à saúde das
pessoas mais velhas, mantendo independência funcional (GRIMBY, 1995) e
melhorando sua qualidade de vida (CRESS et al., 2004).
Os impactos positivos da prática regular de exercícios físicos para a saúde
são evidenciados na literatura. Somados aos inúmeros benefícios relacionados à
saúde em geral, a atividade física parece exercer um efeito positivo sobre vários
processos cognitivos em idosos (HILLMAN, 2006).
As vantagens da prática de exercícios para idosos dependem de como se
processa o envelhecimento e da rotina de exercício físico praticada. Sabe-se que
os bens à saúde ocorrem mesmo quando a prática de atividade física é iniciada em
uma fase tardia da vida, por sujeitos sedentários, sendo benéfica inclusive para
portadores de doenças crônicas (ELIOT; LONG; BOONE, 1992), prevenindo
principalmente as doenças associadas à inatividade, como coronariopatias,
diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, acidente vascular cerebral,
osteoporose, osteoartrite e câncer de próstata, mama e cólon intestinal.
Quanto ao efeito dos exercícios na prevenção e recuperação das perdas
motoras decorrentes do processo de envelhecimento, conhece-se bem a relação
21
entre treinos específicos e a melhora do órgão ou sistema exercitado, como, por
exemplo, prática de alongamento muscular e ganho de flexibilidade, ou treino de
equilíbrio e melhora no desempenho em testes de equilíbrio (JUDGE;
UNDERWOOD; GENNOSA, 1993). Para que os efeitos do treinamento de
exercícios permaneçam, sua prática deve tornar-se parte da rotina diária
(MARCUS, 1995; MARCUS; RAKOWSKI; ROSSI, 1992; SHEPARD, 1990;
WILLIAMS; LORD, 1995).
Portanto, a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo a prática de
exercícios físicos regulares, tem sido recomendada como uma estratégia
fundamental de auxílio na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, seja
como alternativa não medicamentosa, seja concomitante a tratamentos
farmacológicos (FARINATTI; FERREIRA, 2006). Além dos benefícios do exercício
físico na redução da pressão arterial (PA) de repouso em longo prazo, estudos
evidenciam que uma sessão isolada deles é capaz de reduzir a PA pós-esforço a
valores abaixo dos obtidos no período pré-exercício, no fenômeno denominado
hipotensão pós-exercício (HPE) (SUZANNE et al., 1999).
1.5 Efeitos do exercício nos níveis de ANP nos átrios
Os estilos de exercícios aeróbio ou anaeróbio dizem respeito ao tipo de
metabolismo energético que está sendo utilizado preferencialmente, e este aspecto
não tem relação com os efeitos salutares dos exercícios. Ambos os tipos de
exercícios podem ser graduados para serem suaves, moderados ou exaustivos.
A realização do exercício físico aeróbico constitui um estresse fisiológico
para o organismo em função do grande aumento da demanda energética em
relação ao repouso, o que provoca grande liberação de calor e intensa modificação
do ambiente químico muscular e sistêmico (MORAES et al., 2005).
O efeito agudo dessa prática, do ponto de vista hemodinâmico, para a
diminuição na PA após uma única sessão de aeróbica somente poderia ser
22
explicada por uma queda na resistência vascular periférica total ou por uma
redução no débito cardíaco (NEGRÃO; RONDON, 2001; ALEX et al., 2007).
Pode-se dizer que uma única sessão de exercício prolongado de baixa ou
moderada intensidade provoca queda estendida na PA. Isso depende,
basicamente, de uma diminuição do débito cardíaco associado à redução do
volume sistólico (NEGRÃO; RONDON, 2001).
O aumento da excreção urinária de sódio e, consequentemente, a
diminuição da atividade da renina plasmática também são respostas que têm sido
utilizadas para explicar a diminuição da PA após exercício físico aeróbico
(HADDAD et al., 1997).
O exercício, tanto em jovens como em idosos, coloca em ação vários
mecanismos morfofisiológicos para manter a homeostase ante a sobrecarga. Em
corredores de elite, bem como em atletas participantes de ultramaratona jovens, foi
observado aumento significativo dos níveis de ANP plasmático (OHBA et al., 2001).
Em jovens, os níveis de ANP no plasma tiveram aumento em 236% durante o
exercício com bicicleta e aumento de 77% com exercício de hand-grip sendo este
um exercício especifico para o membro superior (BARLETTA et al., 1998).
A resposta do miocárdio ao treinamento físico depende de vários fatores,
entre eles o tipo de exercício, ou seja, estímulos diferentes vão produzir efeitos
diferentes, e a idade dos sujeitos. Por exemplo, o corredor de longa distância
(exercício aeróbico) experimenta extensos períodos de esforço moderado, com
pequena elevação do débito cardíaco e frequência cardíaca e aumento
relativamente pequeno da pressão arterial. Em contraste, o levantador de peso
(exercício anaeróbico) tem períodos curtos de exercício extremamente intenso, com
pequena elevação do débito cardíaco e acentuada elevação da PA (ANDERSON et
al.,1987).
Estudos realizados demonstraram que o exercício aumenta a produção e os
níveis plasmáticos do ANP no idoso (HALLER et al., 1987; ONUOHA et al., 1998).
23
Entretanto, não há estudos comparativos mostrando a influência de diferentes tipos
de exercícios sobre os efeitos do envelhecimento nos níveis de ANP dos
cardiomiócitos atriais. Como o átrio direito é a fonte mais importante do ANP (DE
SOUZA et al., 2005), neste trabalho comparamos a influência dos exercícios
contínuos ou acumulados nos efeitos do envelhecimento no conteúdo de ANP do
átrio direito.
Recomenda-se que os indivíduos idosos devam realizar atividade física de
intensidade moderada, por pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias
da 2 semana, de preferência todos, de forma contínua ou acumulada. O
conhecimento da aplicação destes tipos de exercícios para a promoção da saúde
mostrou conclusões diferentes de acordo com o sexo e o local analisado
(ANDRADE, 1999).
O treinamento físico moderado regular promove queda da pressão arterial
por redução da atividade simpática e do tônus simpático cardíaco (ZANESCO,
2007). Este, por sua vez, determina diminuição da freqüência cardíaca e
conseqüente queda do débito (SULLIVAN, 2000). Somado a isso, pesquisas
experimentais têm mostrado a capacidade do exercício em melhorar a sensibilidade
dos presso-receptores em animais normotensos e espontaneamente hipertensos,
favorecendo o controle da pressão arterial (BRUM et al,2000 e IZDEBSKA et al,
2006). Pacientes com níveis elevados de renina circulante tendem a ter menor
resposta ao exercício (SULLIVAN, 2000) enquanto aqueles com maiores níveis de
noradrenalina apresentaram melhora mais significativa.
24
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
O objetivo geral deste trabalho é avaliar a influência de dois tipos de
exercícios, corrida contínua ou acumulada nos efeitos do envelhecimento nos níveis
de ANP do átrio direito em ratos Wistar.
2.2 Específico
Avaliar a influência de dois tipos de exercícios, corrida contínua ou acumulada
nos efeitos morfoquantitativos do envelhecimento sobre os grânulos de ANP:
densidade (número por miócito) e tamanho (diâmetro) dos grânulos de ANP tanto do
tipo A como do B dos cardiomiócitos do átrio direito.
2.3 Justificativa
O ANP é um importante fator no controle da PA. Como no envelhecimento
ocorre diminuição da produção de ANP nos átrios, é fundamental conhecer a
influência de diferentes formas de exercícios para minimizar os efeitos do
envelhecimento no ANP. Como os tipos de atividades propostas neste trabalho são
largamente utilizadas para idosos, justifica-se a escolha desses dois tipos de
exercícios para estudo.
25
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Animais utilizados
Para a realização deste trabalho foram utilizados 4 grupos de ratos Wistar
machos adultos, com 12 meses de idade, com 5 animais por grupo: grupo controle
(GC), cujos animais foram sacrificados aos 12 meses; grupo sedentário idoso (GS),
sacrificados aos 16 meses; grupo corrida contínua (GCC), sacrificados aos 16
meses e grupo corrida acumulada (GCA), sacrificados aos 16 meses. Os animais
foram mantidos em gaiolas coletivas (3 em cada) em ambiente com temperatura de
23º C e ciclo claro-escuro controlado de 12 horas. Os ratos tiveram livre acesso à
dieta contendo 52% de carboidratos, 21% de proteínas e 4% de lípides (Nuvilab
CR1, Nuvital Nutrientes Ltda., Curitiba-PR) e receberam água ad libitum. Ao final do
protocolo de treinamento, os animais foram eutanasiados, o coração foi retirado, e
as aurículas direitas extraídas e processadas para análise e captura de imagens ao
microscópio eletrônico de transmissão, as quais foram utilizadas para realizar
estudos morfométricos em programa apropriado de exame de imagens.
3.2 Exercício físico aplicado aos animais
O grupo de ratos de treinamento contínuo foi submetido a um protocolo de
corrida em esteira ergométrica com velocidade e carga constante (0,3 km/h) 1x ao
dia, 5 dias da semana, com duração de 30 minutos. O grupo de treinamento
acumulado foi treinado de forma semelhante, porém sendo 15 minutos pela manhã
e 15 minutos à tarde.
26
A figura 1 ilustra os animais sob treinamento em esteira ergométrica
programável. A esteira é composta por 10 raias com tampa de acrílico
independente em cada uma delas, sendo a parte superior das tampas em cor
escura. É possível treinar 10 ratos em cada sessão de exercício.
Figura 1: Ilustra os animais sob treinamento em esteira ergométrica programável.
27
3.3 Preparação do material para exame ao microscópio eletrônico
Os animais dos 4 grupos foram eutanasiados com injeção intraperitonial de
pentobarbital sódico em dose excessiva. Um fragmento de cerca de 0,5 cm de
comprimento do átrio direito de cada animal foi retirado do coração. Os fragmentos
foram colocados em solução fixadora de glutaraldeído a 5% em solução tampão
fosfato (0,2 m, ph 7,3) durante três horas. A seguir lavados três vezes com a
mesma solução tampão por 5 minutos cada, e colocados subsequentemente em
uma solução de tetróxido de ósmio a 1% em tampão fosfato durante 2 horas. Os
fragmentos permaneceram durante a noite no acetato de uranila a 0,5% e, após
serem lavados com o tampão foram desidratados em séries crescentes de álcool e
óxido do propileno, durante 8 horas, sob rotação. Os fragmentos foram incluídos
em resina pura e aí permaneceram durante 5 horas e, então, finalmente deixados
na mesma resina a 60º C durante 5 dias. Foram feitos cortes semifinos os quais
foram colocados em lâminas histológicas e analisados para verificar sua validade.
Os cortes ultrafinos foram obtidos com uma faca de diamante, em ultramicrótomo
(Sorvall MT-2), e após terem sido contrastados com acetato de uranila e citrato de
chumbo analisados ao microscópio eletrônico de transmissão (JEOL, ICB, USP).
Foram capturadas 10 fotomicrografias eletrônicas de cada animal em campos
obtidos aleatoriamente.
28
A figura 2 mostra uma micrografia eletrônica de corte de cardiomiócito do
átrio direito de rato Wistar indicando grânulos de ANP, em meio a mitocôndrias e
miofibrilas.
Figura 2: Micrografia eletrônica de corte de cardiomiócito do átrio direito de rato Wistar
mostrando grânulos de ANP de vários tamanhos no citoplasma do cardiomiócito. As setas brancas
indicam grânulos do tipo A e as amarelas, os do tipo B. M – Mitocôndrias; (N) – Núcleo da célula; G
– Aparelho de Golgi. Barra: 1µm.
29
3.4 Análise quantitativa do ANP
Para comparar os efeitos quantitativos dos dois tipos de exercícios sobre o
conteúdo de ANP dos cardiomiócitos dos átrios, foi realizada uma pesquisa dos
grânulos de ANP utilizando um programa de análise de imagens computadorizado
(Axio Vision, Zeiss) do laboratório de estudos morfoquantitativos e imuno-
histoquímicos (LAMI) da Universidade São Judas Tadeu. Nas fotomicrografias de
cortes ultrafinos, utilizando o programa citado, foram obtidas a densidade numérica
dos grânulos (numero por miócito) e medidos os diâmetros dos grânulos de ANP
em dez fotomicrografias por animal, com ampliação final de x5000 (para a
densidade numérica) e x15000 (para a medida dos diâmetros). As medidas obtidas
para cada animal e cada grupo foram tabuladas e as médias dos grupos
comparadas estatisticamente pelo Anova e teste pos hoc de Tukey, sendo o nível
de significância, p<0,05, com o objetivo de verificar a existência ou não de
diferenças entre os grupos.
30
4. RESULTADOS
4.1 Análise morfológica dos cardiomiócitos
Os cortes ultrafinos dos cardiomiócitos mostram aspectos morfológicos com
padrões semelhantes com poucas variações nos quatro grupos estudados, ou seja,
os efeitos tanto do envelhecimento como dos exercícios nos grânulos e nos
cardiomiócitos foram pouco evidentes. Em todos os grupos, os cardiomiócitos
apresentam núcleo central e citoplasma contendo miofilamentos com seu aspecto
típico, formado por sarcômeros nos quais se destacam as linhas Z. Os grânulos
contendo o ANP estão geralmente situados em torno do núcleo do cardiomiócito,
em grupos com números variados (Figura 3).
31
Figura 3: Micrografias eletrônicas de cortes de cardiomiócitos de átrio direito de ratos Wistar
dos grupos GC (A), GS (B), GCC (C) e GCA (D) com pequeno aumento. Observar a presença
de numerosos grânulos de ANP (Setas) junto ao núcleo (N) da célula. Barra: 2 µm.
32
Com aumentos maiores, podem ser vistas numerosas mitocôndrias no
citoplasma do cardiomiócito, em que se encontram os grânulos de ANP, junto ao
núcleo em meio às miofibrilas do cardiomiócito. Aparentemente o GS apresenta
menor número de grânulos do que os demais grupos (fig. 4), especialmente os de
menor diâmetro.
Figura 4: Micrografias eletrônicas de cortes de cardiomiócitos de átrio direito de ratos Wistar
dos grupos GC (A), GS (B), GCC (C) e GCA (D) com aumento maior que o da figura 3. As setas
mostram os grânulos de ANP junto ao núcleo (N) e entre mitocôndrias (M) e miofibrilas (MF).
Observar redução de grânulos, no GS especialmente dos de pequeno diâmetro e grande número de
grânulos de grande diâmetro no GCA. Barra: 1 µm.
33
Na figura 5, podem ser reconhecidos grânulos do tipo A e do tipo B. Os
grânulos do tipo A geralmente são maiores, apresentam contorno nítido e um halo
claro envolvendo uma área escura internamente. Os do tipo B geralmente são
menores do que os do tipo A e sua superfície não é bem delimitada apresentando
minúsculas saliências como espículas. Em todos os grupos foram encontrados
mais grânulos do tipo A que do tipo B. No GS frequentemente foram vistos grânulos
pouco corados, pálidos e difíceis de serem qualificados como do tipo A ou B (Figura
5).
Figura 5: Micrografia eletrônica de corte ultrafino de cardiomiócito do átrio direito de rato do
GS. Observar grânulos com halo (Tipo A) (setas amarelas) e sem halo (Tipo B) (setas vermelhas)
entre mitocôndrias (M) e próximos ao núcleo (N). As setas azuis mostram corpúsculos que não
podem ser identificados como grânulos de qualquer tipo. Barra: 1 µm.
34
4.2 Densidade de grânulos tipos A e B em conjunto (número de grânulos por
miócito)
A figura 6 é o gráfico representativo da densidade numérica de grânulos
(número médio de grânulos por miócito) nos grupos GC, GS, GCC e GCA. O
número de grânulos por miócito foi significantemente menor no GS do que no GC
(P<0.05) e significantemente maior no GCA do que nos demais grupos (p<0,05).
Figura 6: Gráfico representativo do número total de grânulos por cardiomiócito.
*Significante vs. GC e GCC (p<0.05); ** Significante vs. GCA.
35
4.3 Densidade de grânulos tipo A
A figura 7 é o gráfico representativo da densidade numérica de grânulos do
tipo A (número médio de grânulos por miócito). O número de grânulos por miócito
foi significantemente menor no GS do que no GC (P<0.05) e significantemente
maior no GCA do que no GS (p<0,05).
Figura 7: Gráfico representativo do número de grânulos do tipo A por cardiomiócito.
*Significante vs. GC, GS e GCC (p<0.05) e; **Significante vs. GCA.
36
4.4 Densidade de grânulos tipo B
A figura 8 é o gráfico representativo da densidade numérica de grânulos do
tipo B (número médio de grânulos por miócito). O número de grânulos por miócito
foi significantemente menor no GS e do que no GC (P<0.05) e significantemente
maior no GCA do que nos demais grupos (p<0,05).
Figura 8: Gráfico representativo do número de grânulos do tipo B por cardiomiócito.
*Significante vs. GC, GCC e GCA (p<0.05) e; **Significante vs. GC e GCC.
37
4.5 Diâmetro dos grânulos do tipo A
A figura 9 é o gráfico representativo do diâmetro dos grânulos do tipo A nos
grupos GC, GS, GCC e GCA. O valor médio do diâmetro dos grânulos do tipo A foi
significantemente menor no GS do que no GC (p<0,05) e significantemente maior
no GCA que no GCC (p<0,05).
Figura 9: Gráfico representativo do número de grânulos do tipo A por cardiomiócito.
*Significante vs. GC, GCC e GCA (p<0.05) e; **Significante vs. GCA.
38
4.6 Diâmetro dos grânulos do tipo B
A figura 11 é o gráfico representativo do diâmetro dos grânulos do tipo B nos
grupos GC, GS, GCC e GCA. Não houve diferença significante entre os valores dos
grupos.
Figura 10: Gráfico representativo do diâmetro dos grânulos do tipo B nos grupos GC,
GS, GCC e GCA.
39
Para saber se o efeito do envelhecimento e do exercício foi semelhante nos
diferentes grânulos de acordo com seus diâmetros, os grânulos foram distribuídos
aleatoriamente em três grupos, pequenos (diâmetros entre 10 e 30 nm), médios
(diâmetros entre 31 e 60 nm) e grandes (diâmetros entre 61 e 90 nm). A seguir foi
construído o histograma de distribuição de frequências dos grânulos dos três
grupos, o qual aparece na figura 10. A observação desse histograma mostra que a
perda de grânulos que ocorreu no GS se deveu especialmente à perda de grânulos
de tamanho pequeno.
Figura 11: Histograma de distribuição de frequências dos grânulos de ANP do tipo A nos
grupos de animais estudados, de acordo com seu tamanho (P – pequenos, M – médios e G –
grandes).
40
5. DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo é avaliar os efeitos do envelhecimento nos
níveis de ANP do átrio direito de ratos Wistar e verificar se a realização de exercícios
aeróbios de corrida contínua ou acumulada poderia ter influência naqueles efeitos e
se essas influências são ou não diferentes. Para tanto, foram utilizados 4 grupos de
animais, sendo um grupo controle, com 12 meses de idade e os grupos
experimentais: um grupo idoso, com 16 meses de idade e os dois grupos
exercitados, um com exercícios contínuos e outro com exercícios acumulados. Os
animais com 12 meses de idade foram considerados como no início do
envelhecimento, de acordo também com outros autores (ÁGUILA et al., 1988). O
átrio direito de cada animal foi retirado e submetido às técnicas de fixação e
preparação para fazer cortes que foram examinados ao microscópio eletrônico de
transmissão. As fotomicrografias eletrônicas foram utilizadas para fazer as
contagens e medidas dos grânulos de ANP, realizadas em sistema de análise de
imagens adequado. Após a análise morfológica e o término das contagens e
medidas dos grânulos de ANP e da análise estatística dos dados, os resultados
mostraram alterações promovidas nos cardiomiócitos e nos grânulos de ANP tanto
pelo envelhecimento como pelos dois tipos de exercícios somados ao
envelhecimento. Embora se saiba que existem 4 tipos de grânulos (A, B, C e D),
neste trabalho foram analisados apenas os efeitos do envelhecimento e do exercício
sobre grânulos dos tipos A e B, que são os mais conhecidos e estudados (BERGER;
RONA, 1971; MAREI, 2002; GIRALDO et al., 2011).
Os efeitos morfológicos do envelhecimento isoladamente foram relativamente
discretos nos cardiomiócitos e nos grânulos de ANP, tanto nos do tipo A como no do
B. Com o envelhecimento aparecem no citoplasma grânulos pouco corados e sem
apresentar suas características típicas, dificultando assim que sejam identificados
como do tipo A ou do tipo B.
41
Em relação à quantidade de grânulos e, portanto, de ANP no átrio, o presente
estudo mostrou que o envelhecimento promoveu diminuição significante nos níveis
de ANP dos cardiomiócitos. Estes resultados confirmam os de outros autores
(KORYTKOVSKI; LANDENSON, 1991; WU et al., 1997; LAI et al., 2000). Esta
diminuição correu por conta principalmente dos grânulos do tipo A, em que houve
perda significante tanto do número como do diâmetro destes grânulos com o
envelhecimento. Os grânulos do tipo B aparentemente sofreram influência do
envelhecimento. Houve diminuição significante na densidade dos grânulos B em
relação ao GC. Entretanto, Reckelhoff et al. (2000) não encontraram redução nos
níveis de ANP em ratos idosos. Uma possível explicação para estes resultados
diferentes é que sejam devidos a diferentes metodologias utilizadas. Porém em
relação ao diâmetro não houve alteração significativa. As causas destes resultados
não são conhecidas.
Foi demonstrado que a resposta natriurética ao ANP (OR et al., 1993;
POLLACK et al., 1997) e a ação hipotensora do ANP (MULKERRIN et al., 1993) são
ambas atenuadas com o envelhecimento, o que poderia contribuir para o aumento
da pressão arterial frequente nessa fase da vida. Essa observação está de acordo
com o nosso estudo que observou uma diminuição significativa da densidade do
granulo de ANP do tipo A e B o que explicaria o aumento da PA em idosos.
A princípio pensou-se que a menor capacidade do rim do idoso de excretar
sódio (menor resposta natriurética ao ANP) poderia ser consequência de uma menor
sensibilidade deste órgão ao ANP. Entretanto, depois, outros trabalhos mostraram
que este fenômeno não se deve a diminuição dessa sensibilidade renal (DEPRIEST
et al., 1990). Sugeriu-se então que os cardiomiócitos dos idosos é que seriam menos
sensíveis ao excesso de cloreto de sódio no sangue, pois tanto a elevação de
pressão como de sódio no sangue são fatores que estimulam a ação do ANP.
Para confirmar ou não esta hipótese, Reckelhoff et al. (2000) injetaram uma
solução salina hipertônica em ratos jovens e idosos e verificaram que os níveis de
ANP nos átrios de ambos os grupos eram semelhantes, concluindo que os corações
dos animais idosos respondiam do mesmo modo que os de jovens submetidos a
42
uma sobrecarga de cloreto de sódio. Ou seja, a menor capacidade do idoso de
excretar sódio não é devida a uma menor habilidade do miocárdio dos átrios de
produzir ou secretar ANP. O estudo demonstrou que no idoso existe uma menor
produção do ANP do tipo A, sendo que se está em menor quantidade no átrio
poderá estar também em menor quantidade no plasma com o que que poderá
ocorrer o aumento da PA. Por outro lado outro autor detectou que existe uma menor
sensibilidade dos receptores do rim em relação ao ANP como por exemplo Lai et al.
(2000) que lançaram a hipótese de que o rim do idoso responde menos à ação do
ANP para excretar sódio, porque ocorreriam alterações nessa ação. Realmente esta
suspeita se confirmou, pois, estes autores realizaram um trabalho em que injetaram
extrato de átrios de ratos idosos e de ratos jovens em ratos de 4 meses de idade e
verificaram diferentes respostas destes dois grupos à ação da injeção do ANP. Os
resultados mostraram que os extratos de átrios de ratos idosos tinham uma ação
hipotensora maior que a dos extratos de ratos jovens. Sugeriram que este resultado
poderia ser uma ação compensatória para prevenir elevações de pressão comuns
nos idosos.
Quanto aos efeitos do exercício nos grânulos de ANP, durante o
envelhecimento, os resultados do presente trabalho mostraram que o exercício de
corrida acumulada foi mais eficaz para reverter os efeitos do envelhecimento nos
grânulos do que o exercício de corrida continua, pois não somente reverteu a perda
de grânulos de ANP observada com o envelhecimento como houve aumento desses
grânulos, o que não foi detectado nos animais que realizaram o exercício de corrida
continua.
Estes resultados estão de acordo com os achados de estudos realizados os
quais demonstraram que o exercício aumenta a produção e os níveis plasmáticos do
ANP no idoso (HALLER et al., 1987; ONUOHA et al., 1998). Entretanto, estes
autores não realizaram comparações entre tipos de exercícios.
Em jovens corredores de elite, bem como em atletas participantes de
ultramaratona, foi observado aumento significativo dos níveis de ANP plasmático
(OHBA et al., 2001), o que pressupõe também um aumento na produção nos átrios,
43
tal como observamos neste trabalho, em idosos. Ou seja, ao que parece as
respostas dos átrios em relação à produçção de ANP nos átrios parece não
depender da idade. O mesmo raciocínio vale para outros tipos de exercícios,
também em jovens, pois os níveis de ANP no plasma tiveram aumento em 236%
durante o exercício com bicicleta e aumento de 77% com exercício de hand-grip
sendo este um exercício especifico para o membro superior (BARLETTA et al., 1998).
Não foram encontrados na literatura consultada outros trabalhos específicos sobre
efeitos de exercícios no ANP em idosos.
44
6. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo sobre os efeitos do
exercício físico de corrida contínua e acumulada nos grânulos atriais dos
cardiomiócitos de ratos Wistar podemos concluir que:
1. O envelhecimento promoveu diminuição significante nos níveis de ANP dos
cardiomiócitos nos grupos de ratos sedentários.
2. Esta diminuição aconteceu por conta principalmente dos grânulos do tipo A,
em que houve perda significante tanto do número como do diâmetro destes grânulos
com o envelhecimento.
3. A corrida acumulada manteve os níveis de ANP nos cardiomiocitos,
impedindo os efeitos do envelhecimento.
4. A corrida acumulada não somente manteve os níveis de ANP como
aumentou a densidade dos grânulos do tipo A nos cardiomiocitos.
45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁGUILA, M.B.; MANDARIM-DE-LACERDA, C.A.; APFEL, M.I. R. Estereologia do
miocárdio de ratos jovens e idosos. Arq. Bras. Cardiol., vol. 70, n. 2, p. 105-
109,1988.
ALEX, S.M. et al. Efeito hipotensivo dos exercícios resistidos realizados em
diferentes intervalos de recuperação. Rev. SOCERJ, Rio de Janeiro, vol. 20, n. 1,
p. 53-59, 2007.
ANDERSON, J.V.; DONCKIER, J.; PAYNE, N.N.; BEAHAM, J.; SLATER, J.D.H.;
BLOOM, S.R. Atrial natruretic peptide: evidence of action as a natriuretic hormone
at physiological plasma concentration in man. Clin. Sci. n. 72, p. 305-312. 1987.
BALCOMBE, N.; SINCLAIR, A. Ageing: definitions, mechanisms and the magnitude
of the problem. Best Pract Res. Clin. Gastroenterol, n. 15, p. 835-849, 2001.
BARLETTA, G.; STEFANI L.; DEL BENE, R.; FRONZAROL, C.; VECCHIARINO, S.;
LAZZER, C.; FANTINI, F.; LA VILLA, G. Effects of exercise on natriuretric peptides
and cardiac functin in man. International Journal of Cardiology, n. 65, p. 217-225,
1998.
BERGER, E. Rona; BERGER, J.M.; RONA, G. Functional and fine structural
heterogeneity of atrial cardiocytes. Methods Achiev Exp. Pathol. vol. 5, p. 540-590,
1971.
BURITI, M.; CAMPELO, C.P. In: WITTER, G. Envelhecimento: Referências teóricas
e pesquisa. São Paulo: Alínea, 2006.
BRUM PC, DA SILVA GJ, MOREIRA ED, IDA F, NEGRÃO CE,KRIEGER EM.
Exercise training increases baroreceptor gain sensitivity in normal and
hypertensive rats. Hypertension 2000;36(6):1018-22.
46
CALIARI, M.V.; TAFURI, W.L. O coração endócrino. A descoberta do peptídeo
natriurético atrial. Arq. Bras. Cardiol., vol. 61, n. 5, p. 283-286, 1993.
CHO, K.W.; SEUL, K.H.; KIN, S.H.; SEUL, K.M.; KOHGY. Atrial pressure, distention,
and pacing frequency in ANP secretion in isolated perfused rabbit atria. Am. J.
Physiol, n. 260, p. R39-R46, 1991.
CRESS, M.E.; BUCHNER, D.M.; PROHASKA, T.; RIMMER, J.; BROWN, M.;
MACERA, C. et al. Physical activity programs and behavior counseling in older
adult populations. Med Sci Sports Exerc. vol. 36, n. 11, p. 1997-2003, 2004.
DE BOLD, A.J. Atrial natriuretic factor: a hormone produced by the heart. Science, n.
230, p. 767-770, 1985.
DEPRIEST, D.; ZIMMERMANN, C.; BAYLIS, C. Renal effects of administered atrial
natriuretic peptide in the conscious, aging rat. Life Sci, Morgantown: Department of
Physiology, West Virginia University, vol. 46, n. 11, p. 785-792, 1990.
DE SOUZA, R.R.; GAMA, E.F.; MACEDO, E. Estudo quantitativo dos grânulos atriais
e sua relação com o fator natriurético em ratos corredores. In: XXVIII Simpósio
Internacional de Ciência do Esporte, 2005, São Paulo. Revista Brasileira de
Ciência e Movimento, vol. 13, p. 167-167, 2005.
ELIOT, R.S.; LONG, D.R.; BOONE, J.L. Rehabilitation. In: ELIOT, R.S. (ed.). Stress
and the heart. New York: Futura, 1992.
FARINATTI, P.T.V.; FERREIRA, M.S. Saúde, promoção da saúde e educação física:
conceitos, princípios e aplicações. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2006.
FREITAS, E.V.; PY, L.; NERI, A. L.; CANÇADO, Fax; GORZONI, M.L.; Rocha, S.M.
Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
47
GAMA, E.F.; E.A., LIBERTI; DE SOUZA R.R. Atrial natriuretic peptide (ANP) –
granules in the guinea pig atrial and auricular cardiocytes: an immunocytochemical
and ultrastrutural morphometric comparative study. Annals of Anatomy, vol. 189, p.
457-464, 2007.
GIRALDO, S.C.; GOMÉZ, C.A.J.; BARRERA, J.D.R.; GOMÉZ, M.C.C. Peptídeo
natriurético cerebral: utilidad clínica. Medicina & Laboratório, vol. 17, n. 3-4,
Programa de Educación Médica Contínua Certificada Universidad de Antioquia,
Edimeco, 2011.
GOETZ, K.L. Physiology and pathology of atrial peptides. American Journal
Physiology – Endocrinol. Metab. 17, vol. 254, n. E1-E15, 1988.
GRIMBY, G. Muscle performance and structure in the elderly as studied
crosssectionally and longitudinally. J Gerontol A Biol. Sci Med. Sci, vol. 50 (Spec),
p. 17-22, 1995.
HADDAD, S. et al. Treinamento físico de membros superiores no deficiente físico.
Arq. Bras. Cardiol., vol. 69, n. 3, p.169-173, 1997.
HALLER, B.G.; ZUST, H.; SHAW, S.; GNADINGER, M.P.; UEHLINGER, D.E.;
WEINDMANN, P. Effect of posture and ageing on circulatory atrial natriuretric
peptide level in man. Hypertension, vol. 5, p. 551-556, 1987.
HILLMAN C.H.; MOTL R.W.; PONTIFEX, M.B.; POSTHUMA, D., STUBBE, J.H.,
Booms3. ma DI, et al. Physical activity and cognitive function in a cross-section of
younger and older community-dwelling individuals. Health Psych. vol. 25, n. 6, p.
678-687, 2006.
IIDA, H.; BARRON, W.M.; PAGE, E. Monensin turns on microtubule-associated
translocation of secretory granules in cultured rat atrial myocytes. Circ. Res., vol.
62, p. 1159-1170, 1988.
48
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Projeção da
expectativa de vida para 2050. [citado 14.01.2005] Disponível em:
<http://ibge.gov.br/estatistica/população/projeção>
IKEME, A.C. Hypertension studies in developing coutries. Clin. Exp. Hypertens, n.
A11, p. 825-839, 1989.
IZDEBSKA E, IZDEBSKI J, CYBULSKA I ET AL. Moderate exercise training reduces
arterial chemoreceptor reflex drive in mild hypertension. J Physiol Pharmacol
2006;57(Suppl)11:93-102.
JAMIESON, J.D.; PALEDE, G.M. Specifc Granules in Muscle Cells. Rockefeller
Institute. The Journal of Cell Biology, n. 93, 1964.
JÓIA L.C.; RUIZ, T.; DONALÍSIO, M.R. Grau de satisfação com a saúde entre idosos
do município de Botucatu, Estado de São Paulo, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde,
vol. 17, p. 187-194, 2008.
JUDGE, J.O.; UNDERWOOD, M.; GENNOSA, A. Exercise to improve gait velocity in
older persons. Arch. Phys. Med. Rehabil., [S.L], vol. 74, n. 4, p. 400-406, abr.
1993.
KIRKENDALL, D.T.; GARRETT Jr., E. The effects of aging and training on skeletal
muscle. Am. J. Sports Med., vol. 26, p. 598-602, 1998.
KISCH, B. Electron Microscopy of the Atrium of the Heart. I. Guinea Pig. Exp. Med.
Surg., n. 14, p. 99-112, 1956.
KITASHIRO, S.; SUGIURA, T; TAKAYAMA, Y; TSUKA, Y; IZUOKA, T; TOKUNAGA,
S; IWASAKA, T. Long-term administration of Atrial Natriuretric Peptide in patients
with Acut Heart Failure. J. Cardiovasc. Pharmacol., vol. 33, n. 6, p. 948-952, 1999.
49
KORYTKOWSKI, M.T.; LADENSON, P.W. Age-relatedchanges in basal and sodium-
stimulated atrial and plasmaatrial natriuretic factor (ANF) in the rat. J. Gerontol.,
vol. 46, B107±B110, 1991.
KOTCHEN, J.M.; McKEAN, HE AND KOTCHEN, T.A. Blood pressure trends with
aging. Hypertension, n. 4 (suppl. III): lll, p. 128-134, 1982.
LACHANCE, D.; GARCIA, R. Synergism of atrial pressure and adrenergic stimulation
for ANF release in the rat. Regulatory Peptides, vol. 34, p. 55-60, 1991.
LAI, K. M.; JOHNSON, K. L.; SCRIMSHAW, M. D.; LESTER, J.N. Binding od
waterborne steroid estrogens to solidphases in river and estuarine systems.
Environmental Science and Technology, vol. 34, n. 18, p. 3890-3894, 2000.
MARCUS, B.H. Exercise behavior and strategies for intervention. Research Quarterly
for Exercise and Sport, [S.L], vol. 66, n .4, p. 319-323, dez. 1995.
______. RAKOWSKI, W.; ROSSI, J.S. Assessing motivational readiness and
decision making for exercise. Health Psychology, USA, vol. 11, n. 4, p. 257-261,
1992.
MAREI, H.E.S. Fine structural and immunohistochemical localization of cardiac
hormones (ANP) in the right atrium and hypothalamus of the white rat. European
Journal of Morphology, vol. 40, p. 37-41, 2002.
MARKSON, E.W., HOLLIS-SAWYER, L.A. Intersections of aging. Readings in social
gerontology. Los Angeles: Roxbury Publishing Company, 2000. 512p.
MARMOT, M.G. Geography of blood pressure and hypertension. B. Med. Bull, vol.
40, p. 380-386, p. 1984.
50
MASSARU, M.D.; TAKAYOSHI; TSUMOTO, MD ATSUYUKI; WADA, MD KEIKO;
MOEDA, MD NAOKO; MABUCHI, MD TAKASHI; TSUTSUI, MD HAJIME; HORIE,
MD MASSATO; OHNISHI, MD MASAHIKO; KINOSHITA, MD. Intravenous atrial
natriuretric peptide prevents left ventricular remodeling in patients with first anterior
acut myocardial infartion. J. Am. Coll. Cardiol., n. 137, p. 1820-1826, 2001.
MATSUDO, S.M., MATSUDO, V.K.R.; BARROS NETO, T.L. Impacto do
envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da
aptidão física. Rev. Bras. Ciên. e Mov., vol. 4, p. 21-32, 2008.
MCGRATH, M.F.; MERCEDES, L.; DE BOLD, K.; DE BOLD, A.J. The endocrine
function of the heart. Trends Endocrinol. Metab., vol. 16, n. 10, p. 469-477, 2005.
MENDONÇA, R.T. et al. Medicalização de mulheres idosas e interação com
consumo de calmantes. Saúde e Sociedade, São Paulo, vol. 17, n. 2, p. 95-106,
abr.-jun. 2008.
MORAES, R.S. et al. Diretrizes para reabilitação cardíaca. Arq. Bras. Cardiol., São
Paulo, vol. 84, n. 5, p. 431-440, 2005.
MOUTON, R.; LOCHNER, J.V.; LOCHNER, A. New emphasis on atrial cardiology.
SAMJ, vol. 82, n. 4, p. 222-223, 1992.
MULKERRIN, E.C.; BRAIN, A.; HAMPTON, D.; PENNEY, M.D.; SYKES, D.A.;
WILLIAMS, J.D.; et al. Reduced renal hemodynamic response to atrial natriuretic
peptide in elderly volunteers. Am. J. Kidney Dis. n. 22, p. 538-544, 1993.
NEGRÃO, C.E.; RONDON, M.U.P.B. Exercício físico, hipertensão e controle
barorreflexo da pressão arterial. Rev. Bras. Hipertens., São Paulo, vol. 8, n.1, p.
89-95, 2001.
51
NERI, A.L. (org.). Palavras-chave em gerontologia. 2. ed. rev. Campinas: Atomo-
Alínea, 2007.
OHBA, H.; TAKADA, H.; MUSHA, H.; NAGASHIMA, J.; MORI, N.; AWAYA, T.;
OMIYA, K.; MURAYAMA, M. Effects of prolonged strenuous exercise on plasma
levels of atrial natriuretic peptide and brain natriuretic peptide in healthy men. Am.
Heart J., Japan, vol. 141, n. 5, p. 751-758, 2001.
ONUOHA, G.N.; NICHOLLS, D.P.; PATTERSON, A.; BERINGER, T. Neuropeptide
secretion in exercise. Neuropeptides, vol. 32, n. 4, p. 319-325, 1998.
OR, K., RICHARDS, A.M., ESPINER, E.A., YANDLE, T., GILCHRIST, N.,
SAINSBURY, R. Effect of low dose infusions of ile-atrial natriuretic peptide in
healthy elderly males: evidence for a postreceptor defect. J. Clin. Endocrinol.
Metab. vol. 76, p. 1271–1274, 1993.
PALADE, G.E. Secretory granules in the atrial myocardium. Anat. Rec., vol. 39, p.
262, 1961.
PAPALÉO N.; RIBEIRO, J. Envelhecimento: desafio na transição do século. In:
PAPALÉO, N. Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 3-12.
POLLACK A.; SKVORAK J.P.; NAZIAN, S.J.; LANDON, C.S.; DIETZ, J.R. Alterations
in atrial natriuretic peptide (ANP) secretion and renal effects in aging. Journals of
Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, vol. 52, fasc. 4,
p. B196-B202, 1997. The Gerontological Society of America.
RAMOS, Luiz Roberto. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em
idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso. Cad. Saúde Pública [on-
line], São Paulo, vol. 19, n. 3, p. 793-797, 2003.
52
RECKELHOFF, J.F.; ZHANG, H.; SRIVASTAVA, K. Gender differences in the
development of hypertension in SHR: role of the renin angiotensin system.
Hypertension, vol. 35, p. 480-483, 2000.
RONDON, M.U.P.B.; BRUM, P.C. Exercício físico como tratamento não
farmacológico da hipertensão arterial. Rev. Bras. Hipertens., São Paulo, vol. 10, n.
2, p. 139-194, 2003.
ROSENKRANZ A.C., WOODS R.L., DUSTING G.J.; RITCHIE, R.H. Antihypertrophic
actions of the natriuretic peptides in adult rat cardiomyocytes: importance of cyclic
GMP. Cardiovasc. Res., n. 57, p. 515–522, 2003.
SCHIEBINGER, R.J.; GREENING, K.M. Interaction between stretch and hormonally
stimulated atrial natriuretic peptide secretion. Am. J. Physiol, n. 262, p. H78-H83,
1992.
SEOUNG, Woo Lee; SONG, Joon Ho; KIM, Gyeong A.; LIM, Hee Jung; KIM, Moon-
Jae. Plasma Brain Natriuretic Peptide concentración on assessment of Hydration
Status in Hemodialysis Patient. American Journal of Kidney Diseases, n. 6, p.
1257-1266, 2003.
SEUL, K.H.; CHO, K.W.; KIM, S.H. Right atrial predominance of atrial natriuretic
peptide secretion in isolated perfused rat atria. Regulatory Peptides, vol. 39, p. 67-
81, 1992.
SHEPHARD, R.J. The scientific basis of exercise prescribing for the very old. Journal
of the American Geriatrics Society, USA, vol. 38, n. 1, p. 62-70, jan. 1990.
SILVA, L.B.; FERREIRA, C.A.; BLACHER, C.; LEÃES, P.; HADDAD, H. Peptídio
Natriurético Tipo-B e Doenças Cardiovasculares. Arq. Bras. Cardiol., vol. 81, n. 5,
p. 529-534, 2003.
53
SKEPPER, J.N.; NAVARATMAN, V. Analysis of the apparent heterogeneity of
specific heart granules in rat atrial myocytes; an ultrastructural study including
immunocytochemistry. Histochem. J., n. 20, p. 1-10, 1988.
______; ______; MARTENSZ, N.D. Effects of expansion of blood volume and
bilateral vagotomy on specific heart granules and release of atrial natriuretic
peptide in the rat. Cell. Tissue Res., n. 258, p. 211-218, 1989.
STEWART, J.M.; DEAN, R.; BROWN, M.; DIASPARRA, D.; ZEBALLOS, G.A.;
SCHUSTEK, M.; GEWITZ, M.H.; THOMPSON, C.L.; HINTZE, T.H. Bilateral atrial
appendectomy abolishes increased plasma atrial natriuretic peptide release and
blunts sodium and water excretion during volume loading in conscious dogs. Circ.
Res., vol. 70, p. 724-732, 1992.
SUZANNE, G.; LEVEILLE, J.M.; GURALNIK, L.F.; JEAN, A.L. Aging successfully
until death in old age: opportunities for Increasing active life expectancy. Am. J.
Epidemiol., n. 149, p. 654-656, 1999.
SWARD, K.F.V.; RICHSTEN, S.E. Long-term infusion of atrial natriuretric peptide
(ANP) improves renal blood flow and glomerular filtration rate in clinical acut renal
faliure. Acta Anaesthesiol Scand, vol. 45, p. 536-542, 2001.
VAROTO, V.A.G.; TRUZZI, O.M.S.; PAVARINI, S.C.I. Programas para idosos
independentes: um estudo sobre seus egressos e a prevalência de doenças
crônicas. Texto Contexto Enferm., vol. 13, n. 1, p. 107-114, jan.-mar. 2004.
WILLIAMS, P.; LORD, S.R. Predictors of adherence to a structural exercise program
for older women. Psychology and Aging, Washington, vol. 10, n. 4, p.617-624, dez.
1995.
WU, S.Q., KWAN, C.Y.; TANG, F. The effect of aging on ANP levels in the plasma,
heart, and brain of rats. Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and