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Madri será a sede da Jor- nada Mundial da Juventu- de 2011 Agosto 2008 Reflexões Onde se encontra o amor ao próximo hoje em dia ? Pag. 3 O Chefe Escoteiro Católico como um fiel. Pag. 7 O Mundo do Escoteiro Católico Esta Edição: Igreja Pag. 12 MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI AOS JO- VENS DURANTE A VI- GÍLIA DA JORNADA MUNDIAL DA JUVEN- TUDE. . PAG 16-19 ESPECIAL “Língua portuguesa”

INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

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The mothly bulletin 2008

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Madri será a sede da Jor-nada Mundial da Juventu-

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Reflexões

Onde se encontra o amor ao próximo hoje em dia ? Pag. 3

O Chefe Escoteiro Católico como um fiel.

Pag. 7

O Mundo do Escoteiro

Católico

Esta Edição:

Igreja

Pag. 12

MENSAGEM DO PAPA

BENTO XVI AOS JO-

VENS DURANTE A VI-

GÍLIA DA JORNADA

MUNDIAL DA JUVEN-TUDE. .

PAG 16-19

ESPECIAL

“Língua portuguesa”

Page 2: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

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EditorialEditorial É muito interessante o racionalismo humano no que diz respeito às experiências do dia-a-dia. Pensando bem, o ser humano age todo momento servindo a interesses próprios, porém, são muito poucos os que agem sem esperar nenhu-ma recompensa, simplesmente por estar ajudando os ou-tros. A maioria dessas pessoas são escoteiros e é justa-mente sobre isto que gostaria de falar hoje. Você conse-gue se comportar, realmente, de acordo com a lei escotei-ra? É uma reflexão profunda e talvez começando pelo se-gundo artigo da lei escoteira, "O escoteiro é Leal", nós po-demos refletir se somos verdadeiramente leais dentro de nosso movimento e não acabamos por deixar de fazer algo que nos comprometemos. Então, é momento de mudar pa-ra formar melhores cidadãos, líderes dentro de nossas co-munidades, pois temos que ser um exemplo vivo de que o escotismo tem justamente a intenção de inserir valores dentro de nossas sociedades. Sendo assim, temos que fa-zer com que a imagem do escotismo em nossos países fixe bem o conceito de que “ser um escoteiro” é sinônimo constante de lealdade, honra, responsabilidade, serviço ao próximo, apoio incondicional, tolerância e muitos outros aspectos que nos fazem ser verdadeiros seres humanos.

Em nossa bíblia podemos encontrar um bom

exemplo de lealdade em Rut 1:1-17.

Daniel Nisttahuz Molina Diretor de Publicação e Difusão CICE-AMÉRICA

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

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EQUIPEEQUIPE

Page 3: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

A realidade é que nossas famílias, co-munidades, países, do mundo inteiro, pare-cem ter esquecido do que é ter o amor pró-ximo. Existem muitos “próximos” que estão ao nosso redor e que não amamos como Jesus havia dito. As pessoas diminuem os outros somente por-que tem outra cor de

pele, diferente condi-ção social, pela roupa que usa, pelas capaci-dades que tem, pelas preferências que pos-suem, pelo seu país de origem, pela língua que falam e etc... e são incontáveis as ra-zões pelas quais as pessoas discriminam umas as outras. Quem não foi discri-minado ou discrimi-

nou alguma vez ? To-dos passamos alguma experiência deste ti-po, mas este proble-ma nunca se solucio-nará se alguém me discrimina e eu discri-mino em seguida ou-tra pessoa. A cadeia da discriminação e do desamor pelo próximo cresce cada vez mais. Nós, como seguidores de Jesus Cristo, ape-nas observamos o que acontece. Vamos lem-brar que não se pode amar a Deus se não amamos ao próximo. Além disso, São Paulo escreve em sua carta aos Efésios que prati-quem a humildade, mansidão, tolerância e paciência com a-mor: “Com toda hu-mildade e mansidão, suportamos com paci-ência uns aos outros no amor”. (Ef. 4:2). Cristo se referiu ao amor de Deus como o primeiro e maior mandamento: “Amarás ao teu próxi-mo com todo o teu coração, e com toda sua alma, e com toda sua mente. Este é o

primeiro e grande mandamen-to.” (Mat.22:37,38) Este amor deve ser transmitido aos po-bres, aos fracos, aos infelizes e aos margi-nalizados porque é neles que encontra-mos a Deus. Tratemos de “amar” nosso pró-ximo apesar de todas aquelas diferenças que temos, que nos impede de aceitar que as pessoas são iguais perante a Deus, com mesmos direitos, de-veres, capacidades e dons que Deus nos deu. Comecemos hoje com o próximo que está perto de nós, de-monstrando esse a-mor que faz falta no mundo, para que não existam mais injusti-ças, desigualdades e o ódio entre as pesso-as. Que todos juntos possamos construir um mundo novo, cheio de pessoas que se amam. “AMA A TEU PRÓ-XIMO COMO A TI

MESMO”.

3 Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Onde Encontramos Hoje em Dia o Amor Onde Encontramos Hoje em Dia o Amor

ao Próximo?ao Próximo?

ReflexõesReflexões

Por Ximena Romero— CICE AMERICA

Page 4: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

O escotismo tem como missão con-tribuir para a edu-cação dos jovens a fim de que partici-pem na construção de um mundo po-voado por melho-res adultos, desejo-sos e prontos a de-sempenhar um papel construtivo na socie-dade, estimulados, portanto, a atuar com consciência de coletividade para de-senvolver todo o seu potencial individual. Mas como “não po-deria existir um es-cotismo sem religi-ão”, hoje em dia é parte da responsabi-lidade dos escoteiros católicos a tarefa de cuidar do meio ambi-ente natural e zelar pelo bom desenvolvi-mento das socieda-des, das mais diver-sas maneiras, atra-vés do caminho de Cristo. O escotismo católico exercita e orienta os jovens na direção de Deus, pe-lo caminho das virtu-des, os chamando a servir seus irmãos, cuidando assim em

fazer o bem como o e-xemplo do Cristo que foi um mo-delo perfeito de vida hu-mana, qual apontando para a dire-ção da feli-cidade é “o caminho, a verdade e a vida” (Jô 14,6). Des-te jeito eles chegam a ser homens e mu-lheres capazes de assumirem responsa-bilidades na Igreja e na sociedade. As áreas de atuação dos escoteiros são numerosas e varia-das: saúde das cri-anças, alfabetização, educação das crian-ças, a paz e a prote-ção ambiental, a luta contra o desempre-go, os diretos da cri-ança, a agricultura e a alimentação. Os escoteiros e a paz. Baden-Powell disse: “Eu me pus mãos à obra para transfor-mar o que era uma

arte em ensinar aos homens a como fazer guerra em ensinar aos jovens a como fazer a paz; neste sentido, o escotismo não tem nada em co-mum com os princí-pios militares.” Na oportunidade do centenário do esco-tismo, a organização mundial do movi-mento escoteiro (WOSM) desejou transmitir novamen-te como é importan-te a promessa esco-teira. Nesta ocasião, a c a m p a n h a “Presentes para a Paz”, permitiu a to-dos os escoteiros, bandeirantes e mem-bros do escotismo, fazer crescer a paz

nas comunidades. Os “Presentes para a Paz”, são presentes de educação, de compreensão, de to-lerância e de respeito em relação aos ou-tros. Os escoteiros do mundo inteiro atua-ram em três assun-tos: - Arbitrar con-flitos sem violên-cia: solução de con-flitos, negociação, mediação e conten-ção da raiva. - Com-bater os pré-julgamentos: iden-tificar os pré-julgamentos e este-reótipos como racis-mo, intolerância reli-giosas, intimidação e discriminação contra a mulher. - Encora-jar uma maior soli-dariedade: solidari-edade com grupos não privilegiados, co-mo refugiados de guerra, pessoas des-locadas da socieda-de, idosos que pe-dem asilo, crianças de rua e minorias ét-nicas.

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“Procurem deixar este planeta num estado melhor do que aquele no qual encontraram.” Baden- Powell

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Por Sylvia Said Hanna Youssef - CICE AMERICA

Page 5: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

Os escoteiros e a saúde. Os escoteiros do mundo inteiro tem tido há muitos anos um papel central na luta contra a SIDA (AIDS), abrindo ca-minho e indicando a direção nas suas co-munidades, utilizan-do bases pedagógi-cas de programas educacionais que são liderados por jo-vens para os jovens, como campanhas e atividades de sensi-bilização que tem como objetivo frear o crescimento da SI-DA (AIDS). Trabalhando jun-tos. Os Jamborees são uma atividade esco-teira que reúnem jo-vens do mundo in-teiro e as aldeias mundiais de de-senvolvimento fo-ram introduzidas em todas as programa-ções dos Jamborees. Essas iniciativas se tornaram constantes e é avaliado que cer-ca de um milhão de jovens participaram diretamente delas. Estas aldeias consti-tuem um espaço in-formativo orientado para a ação com o intuito de promover a educação para o desenvolvimento da paz e um ambiente

segundo o princípio do “aprender fazen-do”. As organizações escoteiras criaram atividades baseadas nos seus projetos de desenvolvimento e oficinas foram pro-postas por institui-ções como ONU, PNUF, Fundo das

Nações Unidas para a Infância, Organiza-ção Mundial de Saú-de, Organização Mundial do Trabalho e numerosas ONGs sobre questões como drogas, prevenção à SIDA (AIDS), nutri-ção e higiene, habi-tação, saneamento, reciclagem, conser-vação/preservação da fauna e da flora, etc. Os escoteiros e as bandeirantes do mundo inteiro se comprometeram em

uma campanha a a-tingir a meta de um milhão de árvores plantadas, e chega-ram até agora ao n ú m e r o d e 2.393.685 árvores. Os escoteiros de Ghana, que também se comprometeram com a luta contra as

mudanças climáti-cas, estão plantando mudas de moringa. Todo o mundo vi-sando o desenvol-vimento. Hoje, temos mais de 28 milhões de esco-teiros pelo mundo. É a maior rede de jo-vens existente no mundo e uma mara-vilhosa ferramenta educativa que per-mite aos jovens de todas as culturas e todos os países, o-lharem par ao futuro e aprender a cons-

truí-lo. Os escoteiros da Á-frica do Sul lideram um movimento de sensibilização contra a SIDA (AIDS), os escoteiros do Egito lutam contra o tra-balho infantil, os es-coteiros da Arábia Saudita desenvol-vem a compreensão inter-cultural e inter-religiosa, os escotei-ros da Nova Zelândia trabalham sobre a questão da saúde e do suicídio dos jo-vens, os escoteiros do Brasil procuram desarmar os jovens e combater a violên-cia. “Sejam sempre fi-éis à sua Promes-sa Escoteira, mes-mo quando vocês deixarem de ser crianças, e que Deus os ajude a consegui-lo.”, são as últimas palavras da carta de despedi-da que Baden-Powell endereça ao conjun-to dos “Scouts”.

5 Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

" Planting Trees" um dos selos que come-moram os 100 anos do escotismo, feito pe-los escoteiros da Inglaterra (Reino Unido).”

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JuventudeJuventude e e ReligiãoReligião

Existe um problema a nível mundial que tem sido analisado por mui-tos autores ao redor do mundo. Sociólogos e psi-cólogos tem buscado de-terminar as causas do desinteresse dos jovens por pertencer e praticar uma religião. Muitas ci-dades européias, depois de realizarem estudos e estatísticas notaram que uma grande quantidade de jovens de diferentes camadas sociais aponta-ram a religião como sen-do uma das áreas menos importantes em suas vi-das. Porém, este fato está acontecendo não só na Europa ou em países do primeiro mundo, mas também em países em desenvolvimento. A fé em Cristo, ou em outra divindade, é a cada mo-mento que passa mais difícil de ser encontrada nos jovens e, se esta e-xiste, é complicado que os ideais religiosos se mantenham. Ainda mais quando as mudanças culturais e ideológicas de nosso mundo ocorrem de maneira tão rápida. De onde nasceu este di-lema? Muitos especialis-tas consideram que as mudanças culturais, es-pecificamente a transi-ção para a modernidade

e a pós-modernidade, trouxeram consigo novos desafios pa-ra manter o catoli-cismo dentro do interesse da popu-lação. O jovem pós-moderno se ca-racteriza por bus-car sua liberdade e

autonomia de decisão. Isto implica em romper os vínculos com todos os sistemas que possuem uma forma de pressão a um estilo de vida orien-tado. Isto, segundo psi-cólogos, pode levar ao desinteresse por toda forma de poder político e religioso, pois ambos re-presentam “limites” para suas condutas. Nasce uma pessoa individualis-ta que se afasta dos ob-jetivos comuns e de lon-go prazo, para lutar ape-nas pelos seus objetivos pessoais e imediatos. Todas estas mudanças são impulsionadas pela rápida tecnologia e a presença total dos meios de comunicação em massa na vida diária do jovem, se tornando ago-ra imprescindíveis para o ser humano. Porém, em muitos casos, não cum-prem seu papel no seio da sociedade, tornando-se um mau passivo. O jovem escolherá do mundo, tudo aquilo que lhe sirva, tudo aquilo que melhore sua vida em tempo real, deixando de lado o passado e o futuro. Segundo Andrés Vela: “ O jovem crente de hoje se sente autori-zado a fragmentar sua vida religiosa (...) e a escolher cada um dos

seus elementos indepen-dente dos outros”. Tudo isto com o objetivo de encontrar uma vida com mais liberdade, porém, confusa em valores. Tal como menciona Jesús Rojano: “Existe hoje u-ma quantitativa vivência cristã de baixo conteúdo, que tem se chamado de cristianismo ‘light’, ou ‘a la carte’, que é este ca-tolicismo divulgado com pouca prática, pouca responsabilidade e sem formação”. As ofertas religiosas são cada vez maiores, se encontrando todo o tipo de seitas e grupos religiosos que buscam atender as ex-pectativas dos jovens, oferecendo propostas diferentes e mais atrati-vas para as novas neces-sidades que eles possu-em. Para combater estas modificações culturais é imprescindível (J. Roja-no) manter um diálogo entre religião e cultura, onde a Igreja deveria ser sincera e humilde, come-çando talvez não com suas “Divinas Palavras” mas de forma mais sim-ples e humana”. E, além de que, é muito impor-tante levar em conta as características da socie-dade, já descritas anteri-ormente. Assim, a Igre-ja, poderá estabelecer para si mesma, novas formas de tratamento para com os jovens, rompendo um pouco das barreiras e limitações e que ao invés de estabe-lecer proibições, dê con-selho e exemplo. Como menciona Rojano, “ Ne-cessitamos uma fé que afete tanto a cabeça

(dimensão intelectual), como o coração (dimensão afetiva e de experiências) e as mãos (dimensão prática e sócio política). Voltando ao ponto anterior, podemos mencionar que uma das atividades que vão per-mitir que os jovens se mantenham dentro de uma religião, no caso do catolicismo, será o servi-ço constante e direto, enfocando sua cidade ou qualquer outra comuni-dade local. Serão estes os momentos de ajuda ao próximo, que nos per-mitirão ter uma proximi-dade com os valores que a Igreja professa. Vive-mos tempos difíceis, on-de a tradição familiar re-ligiosa está se perdendo e as gerações são cada vez mais diferentes uma das outras, onde os go-vernos capitalistas difun-dem uma vida de consu-mo, superficial, e os go-vernos socialistas promo-vem uma sutil irreligiosi-dade, uma sociedade on-de os meios de comuni-cação não são utilizados para promover os valo-res, mas sim para co-mercializar com a mente. O desafio está presente tanto para jovens, como para adultos. Nos resta, como parte desta socie-dade, prestar a orienta-ção necessária, onde prevaleça a solidarieda-de, a responsabilidade, o companheirismo e todos os valores que enrique-çam a nossa juventude e será por fim, decisão de cada um fazer sua Pro-messa.

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008 6

http://tbbbarva.org/images/jovenes.jpg

Page 7: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

O chefe escoteiro cató-lico deve ser uma pes-soa crente, que tenha optado pelo escotismo católico como um meio para levar a cabo seu compromisso cristão. Para o chefe, seu tra-nalho como formador é uma ferramenta evan-gelizadora para ser uti-lizada na construção do reino de Deus entre os homens e mulheres através de um exem-plo de vida. Esta iden-tidade crente que o chefe possui tem de modelar todo o seu conteúdo de pessoal e seu trabalho educativo. Motivação cristã de um chefe escoteiro católico Jesus de Nazaré e seu Evangélio estão pre-sentes na motivação para o trabalho e o compromisso de todo chefe escoteiro católi-co. Esta motivação cristã é a identidade tanto do chefe com sua seção como com seu grupo em geral. A identidade cristã de todo o chefe católico

se situa no nível dos “por que”. Convém ter desde o primeiro mo-mento tal motivação. Aqui não se trata de deslegitimar outras motivações, mas sim ser honesto e coerente com is ideais do nosso movimento. Deixando de lado uma série de motivações insuficien-tes para ser um chefe, vamos tentar aprofun-dar nas motivações cristãs que todo o che-fe escoteiro católico deve assumir. Acolhida à mensagem de Jesús Jesús insistia: “crê na boa nova” (Mc. 1, 14). Se Jesús nos pede al-go, é que creamos Ne-le. Um chefe escoteiro católico deve crer na atualidade e na opera-tividade da boa nova de Jesús, no compro-misso de Deus com os homens. Receber esta boa notícia o colocará em disposição de ser-vir aos demais, de en-tregar seu tempo, de viver a doação gratuíta

como uma bem aven-turança. Esta acolhida da mensagem de Jesús será agradecida plena de Fé. Escutar e aprender de Jesús Nunca devemos perder de vista a quem segui-mos. Nós que somos seguidores de Jesús devemos nos por em atitude de discípulo. “Mestre, que tenho de fazer para herdar a vi-da eterna?” (Lc. 10, 25). Isto supõe que o chefe escoteiro católico deve estar sempre próximo do Evangélio, perguntando “Senhor que devo fazer nesta ocasião?”, refletindo constantemente, con-frontando suas atitu-des com as atitudes da história de Jesús, utili-zando a Palavra de Deus como critério e sustento de sua atuaç-ão. Alternativa de vida O seguidor de Jesús está direcionado a vi-ver uma experiência de

ruptura que o porá di-ante de um novo estilo de vida. Este novo es-tilo de vida é um ca-minho de liberdade, uma rota para escol-her. O chefe escoteiro católico tem de experi-mentar esta ruptura. Ruptura esta com uma série de contra-valores que a sociedade nos apresenta diariamente como sendo valores. Ruptura com os obstá-culos que impedem a liberdade das pessoas (dinheiro, consumis-mo, manipulação das mentes, ... O chefe de-ve estar “Sempre Aler-ta” para servir, em oposição a vontade de dominação que impe-ra. O chefe vive a du-pla experiência de sen-tir-se perdoado e de perdoar em oposição às constantes brigas. O chefe escoteiro católico é um instrumento de reconciliação, em opo-sição permanente ao ódio, a discriminação, a vingança... Jesús está conosco alimen-tando todos estes valo-res, Jesús está por de trás de todas as atitu-des.

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O Chefe Escoteiro Católico como um

Crente

O Mundo do O Mundo do EscoteiroEscoteiro CatólicoCatólico

Resumo: IM Diego Sáez, Chefe Nacional COPASCA, Scouts de Argentina.

Bibliografia básica: I ASOMATE! Fé e escotismo, MSC Espanha.

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

A Fé e a inteligência cooperam com a graça divina, São Tomás de Aquinho nos deixou esta definição “Crer é um ato de entendimen-to que acende a verdade divina por força da vontade movida por Deus, pelo meio da graça”

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Viver sentindo-me seguro “nas mãos de Deus”. O mestre “não tinha onde deitar a cabe-ça”. Sua casa e sua família eram aqueles que iam aceitando sua mensagem e seu estilo. O estilo esco-teirocatólico é um imenso espaço aber-to a confiança de Deus Pai. É um “rali” que não para, uma “rota” a seguir con-fiando totalmente na mão de Deus, sendo missionário para seu encontro. Vontade missionária Jesús chama seus seguidores a conti-nuar sua missão sal-vadora. É daí que um seguidor de Jesús se sente fortemente motivado a ser testa-do a ser transmissor do Evangélio no seu meio. O chefe escoteiro católico é um discí-pulo missionário, que vai disseminando uma ideologia e um método eficaz, de-monstrando seu esti-lo de vida através do exemplo, pelo meio da sua promessa. Características da identidade cristã de um chefe escoteiro católico Relacionaremos al-gumas característi-cas da identidade cristã de um chefe

escoteiro católico, que de uma forma nítida formam uma série de exigências derivadas da moti-vação cristã anterior-mente descrita. a.- Viver a fé em comunidade. Existem muitos crist-ãos batizados, mas poucos cr istãos evangelizados. O chefe escoteiro cató-lico deve ser sujeito e objeto da evangeli-zação, pela qual de-ve ter uma experiên-cia de comunidade (que é o ambiente de evangelização por excelencia). A formação de uma pequena comunidade cristã pode possibili-tar a vivência de uma Fé mais perso-nalizada, mais seleti-

va e con-trastada. b.- Viver a Fé como um projeto de vida. A Fé e a vi-da não se apresentam como dois momentos fechados e d i fe rentes um do ou-tro. É bem melhor o contrário, a união Fé-Vida onde o cristianismo entende e

experimenta a imi-tação de Jesús “vós sois a luz do mundo e o sal da terra”. Um chefe escoteiro católico vive sua Fé desde um projeto de vida que compartilha com os demais. Este projeto de vida será motivo de comemo-rações, será força para avançar e será um guia par ao tra-balho do dia a dia. c.- Viver a Fé a partir de uma re-

visão da vida. O chefe escoteiro católico deve ir cons-truindo dentro de sí uma consciência so-bre Deus, uma cons-ciência sobre como é este Deus que se faz presente em nossas histórias e deve ir recisando sua vida de acordo com as exigências desse Deus e dessa história da salvação que diá-riamente prossegue. É aqui onde há ne-cessidade de ver no-vamente a vida in-terior de cada um, permanentemente. d.- Viver a Fé como uma atitude de compromisso. É dizendo, vivendo-a plenamente e traba-lhando para transfor-mar as situações rei-nantes de desigual-dade e injustiça ao seu redor. Pedro, u-ma vez, vivendo sua Fé com tenacidade e com paciência, acei-tando que este é um trabalho lento.

Ó Senhor, “Tu que é maior do que tudo que se pode imaginar, mais ainda, é maior do que nosso deficien-te pensamento possa conceber (...) Na intenção, Sen-hor, de penetrar em tua profundidade, de nenhuma maneira podendo comparar com com ela minha inte-ligência, desejo compreender tua verdade, ainda que perfeitamente, esta verdade que minha razão crê e ama. Porque não busco compreender para crer, tenho de crer para chegar a compreender”. São An-selmo.

8 Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

“O Escoteiro ama a Deus" Desenho realizado em 1940 por NORMAN ROCKWELL

Page 9: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

Este símbolo “kanji”, significa o

espírito de unidade, harmonia,

cooperação, amizade, paz, e

engloba como um todo, uma

cápsula da cultura japonesa

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Acontecerá em 2011 o 22º Jamboree, nos cam-pos de Rinkaby / Kristi-anstad, Skane, no Sul da Suécia. O tema do J a m b o r e e s e r á “Simplesmente Escotis-mo”. Em 2001 o Jambo-ree Nacional Sueco con-tou com 26.500 partici-pantes, e recentemente, nos dias 14 a 22 de ju-lho de 2007, realizaram outro Jamboree Nacio-nal, o “jiingijamboree”. O campo se encontra nas proximidades da costa, rodeada por uma terra arenosa, com mui-tos bosques e pinheiros. A terra arenosa absorve a água da chuva e por

isso não existe risco al-gum de alagamento em caso de chuva. A área do acampamento mede aproximada men-te 1,5Km por 1,5Km. Pequenas áreas do bos-que estão divididas por Sub-campos. A tempe-ratura é variável tendo de dia 22 graus e a noi-te uma média de 17 graus centígrados. O sol nasce às 5 horas da ma-nhã (05:00) e o pôr do sol é as 9h da noite (21:00). Existem poços de água potável pelo local do a-campamento que possui também um amplo a-bastecimento de água e

JAPÃO SERÁ A SEDE DO 23ºJAMBOREE ESCOTEIRO

MUNDIAL EM 2015

O 22º Jamboree Mundial Escoteiro.

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

sistema de energia e-létrica no t e r r e n o , pronto es-

pecialmente para o Jam-boree Mundial Escoteiro. Na parte sul do campo, existe um espaço para a arena central, com o formato de um anfitea-tro natural. Além disto, existem praias próximas ao local do acampamen-to, com dunas de areia formadas pelo vento, criando uma charmosa paisagem. O acampa-

mento poderá ser visita-do por aqueles que se programarem para ir à praia. O 22º Jamboree Mundial Escoteiro da Suécia em 2001 estará aberto des-de o dia 27 de julho ao dia 7 de agosto de 2011. Mais informações : http://www.worldscoutjamboree

Julho 2011 Abertura do campo

Julho 27 2011 Chegada dos partici-

pantes

Agosto 7 2011 Partida dos partici-

pantes

Agosto 8 2011 Fechamento do campo

No dia 17 de julho, na última conferência mundial realizada na Ilha de Jeju-Coreia do Sul, a WOSM anunciou oficialmente a sede do Jamboree Escoteiro Mundial em 2015, que se realizará em Kirarahama ou na Praia de Kirara na prefeitura de Yama-guchi/Japão, após uma árdua propagan-da, convites e reuniões com as diferentes organizações nacionais tanto em Singa-pura como no Japão. O tema do evento será a “WA”, que signi-fica “Espírito de Unidade”. Mais informações: http://www.23wsj.jp/

Page 10: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

““PeregrinaçãoPeregrinação ESCOTEIRA”ESCOTEIRA”

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Sabia Que...Sabia Que... Quando Baden-Powell publicou pela primeira vez seu livro “Escotismo para Rapazes”, mui-tos jovens se interessaram pelo escotismo, porém uma grande confusão sobre para qual religi-ão estaria direcionado o livro, pois aparentemente, não estava dirigido a religião alguma. Em suas quase 400 páginas, apenas se referia a Deus ou a religião. Portanto, Baden-Powell, viu que era muito importante esclarecer este aspecto definindo a religião em dois simples pontos:

1.- Crer em Deus. 2.– Praticar o bem ao próximo

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Brasil, a próxima sede da conferência Brasil, a próxima sede da conferência e seminário mundial da CICE e seminário mundial da CICE

No mês de julho foram incluídos 4 países à fraternidade mundial escoteira, sendo eles: Associação Nacional de Esco-teiros do Camboja, Associação de Escoteiros de Montene-gro, Escoteiros da Síria e a Organização Nacional de Esco-teiros da Ucrânia. Com estes novos membros, chegamos a ser 160 países com seu escotismo reconhecido mundialmente. Desta forma, re-cordamos que em Janeiro deste ano o Kasakistão também se uniu a WOSM e que na última Conferência estes partici-param e receberam seus certificados de membros do Esco-tismo Mundial. É muito bom saber que cada vez mais países vão se unindo a este movimento tão grande e essencial para a vida dos

jovens e cidadãos a nível mundial. Sabemos que o número de países membros vem crescendo ao longo dos anos. Mais informações: http://www.scout.org/en/information_events/news/2008/world_scouting_membership_rises_to_160_national_scout_organizations

PEREGRINAÇÃO ESCOTEIRA PARA LIDERES NACIONAIS E RESPONSÁVEIS

REGIONAIS. (Roma/Itália, 17 a 20 de novembro de 2008)

O Papa Bento XVI proclamou na festa de São Pedro e São Paulo que entre junho de 2008 e junho de 2009, será o “Ano jubilar Paulino”, em comemoração do milenar nascimento do apóstolo São Paulo. Esta é mais uma razão impor-tante para convidar os cape-lães e chefes escoteiros de responsabilidades regionais e nacionais a peregrinar a esta que precederá a conferência mundial da CICE. Esposas e esposos também estão cordi-almente convidados. O lema do evento é:

“Testemunhas da Fé no passado e no presente”.

Já somos 160 países com EscotismoJá somos 160 países com Escotismo

No seminário mundial da CICE, realizado em Jeju-Coreia, houve a eleição da próxima sede da conferência e do seminário mundial para 2011, onde foi escolhida cidade de Curitiba/Brasil, como o centro dos próximos eventos. Algumas autoridades da União dos Escoteiros do Brasil (UEB), como delegado do Brasil, Marco Aurélio de Mello Castriani, combinou uma reunião com o secretário

mundial da CICE, Dr. Baldur Hermans, com a finalidade de ter uma organização de êxito e com ampla participação. Te-mos a certeza de que a UEB organizará uma excelente con-ferência e seminário mundial e desde a secretaria regional, daremos total apoio, e é com uma alegria muito grande que nossa região interamericana será a sede deste evento de-pois de décadas. Esperamos que esta proximidade geográfi-ca trará uma numerosa participação dos delegados da regi-ão interamericana de escotismo.

Page 11: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

No final de junho nosso secretário mundial, Dr. Baldur Hermans, teve um encontro formal com o “Conselho Pontifício para os laicos”, seu pre-sidente Cardeal Rylko e o secretário Monsenhor Ciemens, que entrega-ram o documento oficial

que reconhece a CICE como parte da Igreja Católica.

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Dá tudo pelo ReinoDá tudo pelo Reino - 28/07/2008 ( Fray Natacho ): Quisera eu ser o pai de uma família que vai desenhando seus velhos e novos tesouros. Sabedoria é uma coisa mara-vilhosa destinada a ajudar-nos a fazer sempre o melhor. Jesus pinta o Reino dos Céus em três pinceladas (parábolas): Os dois primeiros possuem o mesmo tom, e a terceira é de uma tonalidade diferente (Mt 13,44: -52). O ensino das primeiras duas parábolas é

que o reino dos céus é inestimável, e para a terceira mensagem nos re-corda que a seleção de bons e maus será no final dos tempos. O Evangelho nos apresenta a essência da nossa vida: Buscar e apropriar-nos do Reino de Deus. Jesus nos explica usando parábolas e o temos visto nestes domingos anteriores e atualmente. Nesta ocasião, Jesus nos ensina que o Reino dos céus é inestimável. Jesus diz-nos que o Reino dos céus é semelhante a um tesouro que um homem encontra no campo. O tesouro se encontra na surpresa, de maneira repentina: não aparenta que será um grande tesouro. Não é o fruto um trabalho e sim algo que se encontra gratuitamente. O Reino dos céus é Deus que se dá ao homem e que se dá quando menos se espera por ele. Deus se dá gratuitamente ao homem e por isso é um tesouro: Deus é gratuito.

Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Conferência mundial da CICE Jeju/Coréia, Julho 2008Conferência mundial da CICE Jeju/Coréia, Julho 2008 Apesar da pouca participação de delegados das diferentes regiões fora da Ásia e da Eu-ropa, o seminário foi um sucesso, com uma organização perfeita por parte dos escotei-ros católicos da Coréia, que se dedicaram dando atenção e estando sempre dispostos, apoiando tudo que fosse necessário, para a excelência do seminário. Pode-se sentir u-ma extraordinária cooperação por parte da estrutura da Igreja Católica Coreana quanto ao local que foi escolhido, que possuía todas as comodidades e confortos para um even-to deste nível. Os debates e a grande participação, dos quais muitos eram jovens com um nível de compromisso admirável, fizeram do seminário uma experiência inovadora. Neste informativo da CICE, felicitamos e agradecemos a nossos irmãos escoteiros da Coréia, que o Cristo e Maria, nos une espiritualmente em um só coração.

Vaticano Vaticano reconhecereconhece oficialmente à CICE como parte oficialmente à CICE como parte de sua de sua organizaçãoorganização

Estamos acostumados a comprar e a vender tudo por dinheiro, a colocar preço inclusive na água... o que nos faz suspeitar de tudo o que é de graça. Depreciamos o gratuito porque, sem querer, fazemos a seguinte reflexão: “como será isto para que estejam dando de graça?” Não deixa de ser uma triste mentalidade esta, mas para nossa desgraça, é verdadeira. Deus é gra-tuito não porque vale pouco, mas sim porque não tem preço. O que mais vale, é o que custa menos, o que é gratuito: a vida. Nenhum de nós pagou um centésimo para receber a vida, nos deram-na totalmente de graça. Feliz-mente para nós, sobre tudo para os que são pobres de dinheiro, as realida-des mais bonitas da vida não se podem comprar com dinheiro se dão gratui-tamente, como o amor, a amizade, a fidelidade, a felicidade, a paz de cora-ção, a compreensão e etc. O Reino dos Céus é isso que todos andamos atrás. E o homem de hoje não sabe porque vive nem para que vive, está rodeado de pequenos aparatos que lhe satisfazem e vivem só para eles, porém, não lhe chegam ao coração. A maior angústia do homem atual é que não se encontra este tesouro que salve sua vida, dando-lhe uma causa para viver e para morrer. Tudo aquilo que satisfaz as necessidades do homem é um valor para ele. O Evangelho de hoje desmonta nossa escala de valores e nos faz ver que o supremo de todos eles é o Reino dos Céus, ou seja, é Deus que se dá ao homem. Deus em Cristo, que nos ama.Temos de apren-der a discernir. Na primeira leitura deste domingo teremos o exemplo de Salomão (Re 3,5-13) que não se deixou fascinar pelo brilho das riquezas ou da ambição de poder pediu a prática do trabalho podendo discernir: diz ao Senhor: “Dá-me um espírito atento para governar bem o teu povo” (v.9.). O Cristão de hoje deveria pedir a Deus a ciência de distinguir os valores e deixar o Deus ser Deus. Deus enviou seu Filho a este mundo para estabelecer seu Reino e para ensinarmos o caminho para chegar ao reino que é a nossa felicidade. Santo Agostinho exclamou: “Nós fizemo-lo, Senhor, para ti, e o nosso cora-ção está inquieto até que recai sobre Ti." http://www.infodecom.com/Manager.php?var=6190

“Consequentemente:

Examinado o pedido apresentado ao Conselho Pontifício para o Laicos pelo Dr. Baldur Hermans,

general secretária de ICCS;

Após um estudo detalhado do texto dos estatutos, que foi revisado durante o último Conselho de

mundo de ICCS, realizado Tunísia em setembro 2005;

À luz do artigo 134 da constituição apostólica para a cúria romana Bônus Pastor e de acordo com

o cânon 322 do Código Canônico;

O Conselho Pontifício para a laicidade decreta:

1. A confirmação do reconhecimento da Conferência Católica Internacional de Escotismo como

uma associação privada internacional para fiéis, com personalidade jurídica, com força de acordo

com cânones 298-311 e 321-329 do Código Canônico;

2. A aprovação do estatuto, de que apropriadamente foi modificado, autenticada devidamente por

este Departamento, e depositada em nossos arquivos.

Page 12: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

IGREJAIGREJA O Papa anuncia em Sydney que Madri será a sede da Jornada Mundial da Ju-

ventude de 2011

Bento XVI: ” Chegou a hora de dizermos adeus, porém: até a próxima! A-gradeço a todos por terem participado no Dia Mundial da Juventude 2008, aqui em Sidney, e espero que voltemos a nos ver em

três anos. O Dia Mundial da Juventude 2011 será realizado em Madri, na Es-panha. Até lá, rezemos uns pelos outros, e demos ao mundo um alegre testemu-nho de Cristo e que Deus te abençoe. ”A capital da Espanha passará a ser a se-gunda cidade daquele país a receber a JMJ, a outra foi Santiago de Compostela em 1989. Após a comunhão, no encerramento da JMJ em Si-dnei/Austrália, que se reali-zou nos dias de 15 a 20 e julho, Bento XVI anunciou que irá acolher este evento em Madri no ano de 2011.

Em sua oração lembrou Maria que “era uma grande mulher, um grande dom de si mes-ma”, dizendo que era preci-samente o Espírito Santo que lhe deu forças e coragem, lhe incutindo amor, e acabou por permitir que ela concebesse em seu ventre, seu filho. “Ele disse que representa a humanidade” e recordou que na vida real teve muitas difi-culdades em seu caminho po-rém, permaneceu fiel a sua promessa e foi recompensa-da. “Por isso, proclamo aos jovens permanecerem fiéis a promessa que tem feito ao Senhor.”

12 Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Seu Melhor Sorriso

Santa Teresa do Menino Jesus conta no seguinte trecho: -“Me ofereci para levar uma irmã do-ente para a capela do refeitório. Toda tarde, quando via a irmã sacudindo o relógio de ampulhe-ta, sabia o significado do que ela queria dizer: Venha! No começo

ela me deu trabalho. Logo, me aju-dava prontamente e em seguida, começava toda uma cerimônia. De-via a calçar de uma determinada maneira e sem pressa. Tinha de ir atrás dela segurando pela cintura para que não caísse. Fiz da manei-ra mais delicada que pude, mas mesmo assim nem sempre era confortável para ela. No refeitório, tinha de sentá-la e agir de modo que não a machuca-se. Com habili-dade tinha de dobrar suas mangas de um modo específico, e só assim podíamos ir embora. Com suas po-bres mãos deformadas, colocava o pão na tigela da melhor maneira que podia. Logo me dei conta de que nenhuma tarde se passava sem que eu tivesse prestado este

pequeno serviço. Como ela não me havia pedido, esta minha atenção a comovia muito e graças a esta aten-ção eu ganhei por completo sua sim-patia. Mais tarde, depois de cortar o pão e antes de ir embora, me dava o mais belo sorriso.” Dirigir o mais belo sorriso e servir de coração a uma pessoa anciã, ou limi-tada, ou doente, ou que passa mal, necessita de um sorriso e este não se improvisa. Há de nascer no interior, saindo do mais profundo do nosso ser. É obra do amor. Extraída da página dos irmãos Esco-teiros de São Tiago:

http://www.santyago.org Para conhecer mais sobre Santa Teresa do Meni-no Jesús, pode ingresar ao siguente endere-çohttp://www.carmelitasdescalzas.net/misticos/

J. M. Alimbau. Jornal La Razón 26/01/2007.

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Ano 1, N°.3 — AGOSTO 2008 13

No mundo faltam três milhões de mé-dicos: sejam médi-cos entre os po-bres. Mais de um milhão de seres humanos não sabem ler nem escrever: sejam mestres para eles.

Dois de cada três h o m e n s não co-mem o su-f i c i e n t e : sejam se-meadores e façam

com que as terras não cultivadas dêem frutos para os saci-ar. Seus irmãos neces-sitam de vocês: se-jam sensivelmente nobres e trabalhem em qualquer ofício, porque todo traba-

lho é nobre quando está necessitando de alguém especial. Negue-se a fazer da sua vida uma vida morta. E negue-se também a aventurar-se onde o que conta mais é o orgulho do que o serviço. Denunciem, mas para ajudar. Proteste, mas para construir. Que sua rebelião seja por amor. Sejam cada um de vocês uma pequena parte, um pedaço

deste amor. Organize a epide-mia do bem, e que todo o mundo se contagie. Fortes são os que crêem e querem construir. Construam a felici-dade dos demais e amanhã ela estará nos seus rostos. Buscam um objeti-vo para sua vida ? O mundo está se desumanizando: SEJAM PESSOAS HUMANAS.

Esta buscando um objetivo para sua vida?

Te dou graças Senhor, por me chamar a conti-nuar tua obra de anuncio do Reino que Jesus seu filho e nosso irmão inau-gurou entre nós. Como os profetas, quero te chamar: Veja Senhor,

que não sou mais que um jovem que não sabe falar, mas apesar de tu-do, aqui estou para fazer sua vontade e proclamar a todos que Tu és o Deus da Vida e Deus da Misericórdia. Tu, Senhor, conheces muito bem toda minha vida e minhas dúvidas, fragilidades e debilida-des. Somente quero que mi-nha vida esteja a tua dis-posição como esteve a de Maria, simples, crente e

boa Mãe. Senhor, faça Sua mensa-gem chegar em minha comunidade, no local on-de vivo, para que a boa nova chegue a todos e o mundo creia no Evange-lho.

Amém.

ORAÇÃO

VtÅ|Ç{Éá ÑtÜt t tÄÅt

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Proximos eventosProximos eventos

O programa propõe uma ampla variedade de ativi-dades e também põe uma grande ênfase na forma jovem de participação, oferecendo-lhes uma intei-ração e participação na vida diária de seu sub-campo. No 13º Jamboree Escoteiro Panamericano se reu-nirão 5.000 jovens de toda a américa latina e países con-vidados, com idades entre 14 e 17 anos, e cerca de 2.000 responsáveis adultos. Se realizará de 26 de dezembro de 2009 a 3 de janeiro de 2010.

Mais informações:

http://www.scouts.org.mx/jampan/jampan.htmlhttp://www.scouts.org.mx/jampan/jampan.html

Ano 1, N°.3 — AGOSTO 2008 14

ches tradicionais carac-terísticos. Cada delegaç-ão poderá ensinar aos participantes suas dan-

ças folclóricas ou tradi-cionais e a preparação de comidas típicas. As delegações que deseja-rem poderão apresentar-se ao longo do dia, com um número a mais.Serão desenvolvidas outras ofi-

cinas e apresentações de mímica, teatro, pintura, música, dança, instrumen-tos andinos e outros a cargo de artistas convida-dos. Além do ambiente da arena central, será possí-vel contar com outros ambientes, cada um com seu serviço de som. Mais informações: http://moot.scoutsdebolivia.org/

Primeiro MOOT Panamericano Cochabamba Primeiro MOOT Panamericano Cochabamba -- BolíviaBolívia

1313º Jamboree Escoteiro Jamboree Escoteiro PanamericanoPanamericano

A Associação de Escotei-ros da Bolívia tem o pra-zer de convidar para o primeiro Moot Panameri-cano, evento oficial da Região Interamericana e que acontecerá de 27 de dezembro de 2008 a 4 de janeiro de 2009, no Campo Escola de Arani, Cochabamba/Bolívia. A feira de arte e cultura Este módulo tem o pro-pósito de promover a in-tegração e o conheci-mento mútuo dos partici-pantes, será uma oportu-nidade para aprender a cerca de manifestações culturais dos países par-ticipantes com oficinas de dança, música, instru-mentos nativos, cozinha tradicional e etc. Serão

montadas diversas ani-mações e workshops. A cada delegação será des-tinado um estande para

apresentar informações turísticas de seus países, de sua Associação Esco-teira e etc, assim como artesanato e roupas típi-cas. Nos estandes também poderão ser in-cluídos alguns sanduí-

Nos dias 18 e 19 de outubro celebraremos mais uma vez nosso famoso JOTA/JOTI, e os amantes do rádio e da in-ternet, estejam prontos porque como todos os anos, será um evento inesquecível. Na página do JOTA/JOTI poderão encontrar a informação necessária quanto as frequências e códigos QC, etc. Convocamos os líderes a promover es-te evento em seus países.

Mais informações: Sobre o JOTA: http://home.tiscali.nl/worldscout Sobre o JOTI: www.joti.org Sobre o JOTI para os países de língua portuguesa: www.jotilusofono.org

51ª51ª JOTA JOTA -- 12ª12ª JOTI JOTI 18 e 19 de Outubro de 2008

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Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008 15

Mediateca CICEMediateca CICE

Um dos melhores complementos, para os livri-nhos dos lobatos, e também para todos nossos programas escoteiros que realizamos com as cri-anças, de maneira muito didática este livro nos relata a vida de São Francisco de Assis, junto a pequenas orações e ditos, este é uma das melho-res obras para meninos de, Maria Izabel de Oliveira Tongu.

A Historía da Conferência A Historía da Conferência International Católica para Escotismo International Católica para Escotismo

Desde o Céu na Terra, Jesus fala aos jovensDesde o Céu na Terra, Jesus fala aos jovens

Desde a natureza, Jesus fala aos jovensDesde a natureza, Jesus fala aos jovens Publicação conjunta com a Fundação Mundial, o Escri-tório Escoteiro Mundial - Região Interamericana e a CICE-América, que convida a jovens e adultos, escotei-ros e não escoteiros, a refletir sobre a vivência de sua fé e o compromisso com Jesus e Seus ensinos. 30 temas de reflexão desenvolvidos pelo sacerdote e educador escotei-ro Guido Blanchette B., O.M.I. Cada tema apresenta-se com fotografias alusivas, um breve texto tomado do Evangelho, uma reflexão para adolescentes e seus animadores, e uma oração tomada geralmente dos Salmos ou de outros livros tanto do Antigo como do Novo Testamento.

Descrição

Opúsculo Idioma: espanhol Peso: 80 gramas. Dimensões: 15 x 10 cm Preço: 3 € ou 4,5 U$D

Publicação conjunta com a Fundação Mundial, o Escri-tório Escoteiro Mundial - Região Interamericana e a CICE-América, é a continuação de seu primeiro livro do sacerdote e educador Guido Blanchette., O.M.I. 22 te-mas de reflexão. Nelas estão presentes os Evange-lhos, a natureza, os jovens e, dada sua forma de a-presentação e seu conteúdo, elas falam para todos os jovens e adultos cristãos. Poderia dizer que é a união perfeita sobre o catolicismo e escotismo, justo o que precisam os escoteiros na área de espiritualidade.

Descrição

Opúsculo Idioma: espanhol Peso: 100 gramas. Dimensões:15 x 10 cm Preço: 3 € ou 4,5 U$D

O primeiro livro publicado sobre a história da CICE a nível mundi-al, como se fundou, quais foram os fatores que induziu a este pro-pósito, seus precursores, etc. É um livro que não pode faltar em nossas bibliotecas e fundamental para todos aqueles que quere-mos saber mais de nossa instituição, recopilado e escrito por Do-menico Sorrentino, com a tradução ao inglês de Susan Volipini. Ninguém deve perder a oportunidade de ler esta magnífica obra, mostra de grandes valores e história da CICE.

Descrição

Idioma: inglês Peso: 480 gramas. Dimensões: 21,5 x 14 cm Preço: 26 €

Descrição

Idioma: espanhol- português Peso: 180 gramas. Dimensões: 28 x 21 cm Preço: 3 € ou 4,5 U$D

FRANCISCO O FRANCISCO O IrmãoIrmão de Assisde Assis

Page 16: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

SYDNEY, sábado, 19 julho 2008. Publicamos o discurso que di-

rigiu Bento XVI durante a vigília da Jornada Mundial da Juven-

tude onde foi parte na noite do sábado no hipódromo de

Randwick. Caríssimos jovens, Nesta noite, ouvimos mais uma vez a grande promessa de Cristo – «ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós» – e escutamos o seu manda-to – «sereis minhas tes-temunhas (…) até aos confins do mun-do» (Act 1, 8). Estas pa-lavras foram precisamen-te as últimas que Jesus pronunciou antes da sua ascensão ao céu. O que é que sentiram os Apósto-los ao ouvi-las, podemos apenas imaginá-lo. Mas sabemos que o seu amor profundo a Jesus e a con-fiança que tinham na sua palavra os impeliu a reu-nirem-se e a aguarda-rem; não a aguardar sem um objetivo, mas juntos, unidos na oração, com as mulheres e com Maria na sala de cima (cf. Act 1, 14). Nesta noite, nós fa-zemos o mesmo. Reuni-dos diante da nossa Cruz que muito peregrinou e do ícone de Maria, sob o esplendor celeste da constelação do Cruzeiro do Sul, rezamos. Nesta noite, eu rezo por vós e pelos jovens de todos os cantos do mundo. Deixai-

vos inspirar pelo exemplo dos vossos Santos Patro-nos. Acolhei no vosso co-ração e na vossa mente os sete dons do Espírito Santo. Reconhecei e a-creditai na força do Espí-rito Santo em vossa vida. Anteontem falamos da unidade e harmonia da criação de Deus e do nosso lugar nela. Recor-damos como nós, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, através do grande dom do Baptismo renascemos, tornamo-nos filhos adoti-vos de Deus, novas cria-turas. Por isso, é como filhos da luz de Cristo – aqui simbolizada pelas velas acesas que tendes na mão – que damos tes-temunho no nosso mun-do do esplendor que tre-va alguma pode vencer (cf.Jo 1, 5).

Nesta noite, fixamos a nos-sa atenção so-bre «como» tornar-se tes-temunhas. Pre-cisamos de co-nhecer a pes-soa do Espírito Santo e a sua presença vivifi-cante na nossa

vida. Não é fácil! Com efeito, a variedade de imagens que encontra-mos na Escritura relati-vas ao Espírito Santo – vento, fogo, sopro – são sinal da nossa dificuldade em exprimir uma noção articulada sobre Ele. E todavia sabemos que é o Espírito Santo, silencioso e invisível, quem propor-ciona orientação e defini-ção ao nosso testemunho sobre Jesus Cristo. Já sabeis que o nosso teste-munho cristão é ofereci-do a um mundo que, sob muitos aspectos, é frágil. A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tor-nam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito hu-mano acaba quase total-mente esmagado pela exploração e o abuso das

pessoas. De facto, a soci-edade contemporânea está a sofrer um proces-so de fragmentação por causa dum modo de pen-sar que é, por sua natu-reza, de visão curta, por-que transcura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós. Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o qua-dro inteiro. Ignora aque-les mesmos princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na uni-dade, na ordem e na har-monia.Qual é a nossa resposta, enquanto teste-munhas cristãs, a um mundo dividido e frag-mentado? Como pode-mos oferecer a esperança de paz, cura e harmonia àquelas «estações» de conflito, sofrimento e tensão por onde esco-lhestes passar com esta Cruz da Jornada Mundial da Juventude? A unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas com os nossos esforços. Deus fez-nos uns para os outros (cf.Gen 2, 24) e, somente em Deus e na sua Igreja, podemos en-contrar aquela unidade que procuramos.

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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI DURANTE A VIGÍLIA DA JORNADA

MUNDIAL DA JUVENTUDE

ESPECIALESPECIAL Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

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E, todavia, apesar de vermos as imperfeições e desilusões a nível indivi-dual e institucional, às vezes somos tentados a construir artificialmente uma comunidade «perfeita». Não se trata de uma tentação nova. A história da Igreja contém muitos exemplos de ten-tativas para contornar ou saltar por cima das fra-quezas e falimentos hu-manos a fim de se criar uma unidade perfeita, uma utopia espiritual. Na realidade, porém, tais tentativas de criar a uni-dade só a minam. Sepa-rar o Espírito Santo de Cristo presente na estru-tura institucional da Igre-ja comprometeria a uni-dade da comunidade cris-tã, que é precisamente o dom do Espírito. Isto a-traiçoaria a natureza da Igreja enquanto templo vivo do Espírito Santo (cf.1 Cor 3, 16). De fato, é o Espírito que guia a Igreja pelo caminho da verdade total e a unifica na comunhão e nos atos do ministério (cf. Lumen gentium, 4). Infelizmente persiste a tentação de «seguir em frente sozi-nho». Alguns falam da sua comunidade local co-mo de algo separado da chamada Igreja institu-cional, descrevendo a primeira como flexível e aberta ao Espírito e a se-gunda como rígida e pri-vada do Espírito. A unidade pertence à es-sência da Igreja (cf.Catecismo da Igreja Católica, 813); é um dom que devemos agradecer e amar. Nesta noite, reza-mos pelo nosso propósito de cultivar a unidade: contribuir para ela e re-sistir a toda a tentação de nos irmos embora.

Porque é exatamente a amplitude, a perspectiva larga da nossa fé – firme e simultaneamente aber-ta, consistente e ao mes-mo tempo dinâmica, ver-dadeira e no entanto pro-pensa sempre a um co-nhecimento mais profun-do – que podemos ofere-cer ao nosso mundo. A-mados jovens, porventu-ra não foi por causa da vossa fé que amigos em dificuldade ou à procura de um sentido para a sua vida vieram falar convos-co? Permanecei vigilan-

tes. Procurai saber ouvir. Conseguis vós ouvir, a-través das dissonâncias e divisões do mundo, a voz concorde da humanida-de? Desde a criança a-bandonada de um campo no Darfur, a um adoles-cente confuso, a um pai em ânsias numa periferia qualquer, ou talvez neste preciso momento das profundezas do vosso coração eleva-se o mes-mo grito humano que anela por um reconheci-mento, por uma integra-ção, pela unidade. Quem poderá satisfazer este desejo humano essencial de ser alguém, viver i-merso na comunhão, ser edificado, ser guiado pa-ra a verdade? O Espírito Santo… Esta é a sua fun-ção: levar a termo a obra

de Cristo. Enriquecidos pelos dons do Espírito, vós tendes a força de ul-trapassar as visões parci-ais, a utopia vã, a preca-riedade fugaz e oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão. Amigos, quando rezamos o Credo, afirmamos: «Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida». O «Espírito criador» é a for-ça de Deus que dá vida à criação inteira e é a fonte de vida nova e abundan-te em Cristo. O Espírito mantém a Igreja unida

ao seu Senhor e fiel à Tradição apostólica. É o inspirador das Sagradas Escrituras e guia o povo de Deus para a plenitude da verdade (cf.Jo 16, 13). Por estes variados modos, o Espírito é o «dador de vida» que nos conduz mesmo até ao coração de Deus. Assim, quanto mais consentir-mos ao Espírito Santo que nos guie, tanto maior será a nossa configura-ção a Cristo e mais pro-funda a nossa imersão na vida de Deus uno e trino. Esta participação na pró-pria natureza de Deus (cf.2 Ped 1, 4) verifica-se no desenrolar dos acon-tecimentos da vida diá-ria, nos quais Ele sempre está presente. Há mo-mentos, porém, em que

nos podemos sentir ten-tados a procurar certas satisfações fora de Deus. O próprio Jesus pergun-tou aos Doze: «Também vós quereis retirar-vos?» (Jo 6, 67). Talvez um tal afastamento ofe-reça a ilusão da liberda-de. Mas onde nos leva? Para quem havemos nós de ir? De fato, em nossos corações, sabemos que só o Senhor tem «palavras de vida eter-na» (Jo 6, 67-69). O a-fastamento d'Ele é só u-ma tentativa vã de fugir-mos de nós mesmos (cf. Santo Agostinho, Confis-sões, VIII, 7). Deus está conosco, não na fantasia, mas na realidade da vida. O que temos de procurar é enfrentar a realidade, não fugir dela. Por isso, o Espírito Santo atrai-nos delicada mas resoluta-mente para aquilo que é real, duradouro, verda-deiro. É o Espírito que nos reconduz à comu-nhão com a Trindade Santíssima. O Espírito Santo tem si-do, de variadas manei-ras, a Pessoa esquecida da Santíssima Trindade. Uma clara noção d'Ele parece estar quase fora do nosso alcance; e toda-via era eu ainda pequeno quando meus pais – tal como os vossos – me en-sinaram o Sinal da Cruz e, deste modo, depressa cheguei a compreender que há um Deus em três Pessoas e que a Trindade está no centro da fé e da vida cristã. Quando cresci bastante para ter uma certa compreensão de Deus Pai e de Deus Filho – os nomes já significa-vam muito – a minha compreensão da terceira Pessoa da Trindade conti-nuava muito deficiente.

17 Ano 1, N°. 3—AGOSTO 2008

Page 18: INFO CICE AGOSTO PORTUGUES

Por isso quando, jovem sacerdote, fui encarrega-do de ensinar teologia, decidi estudar as teste-munhas eminentes do Espírito na história da Igreja. E foi ao longo deste itinerário que dei comigo a ler, entre ou-tros, o grande Santo A-gostinho. A sua compreensão do Espírito Santo foi-se de-senvolvendo de maneira gradual; foi uma luta. Na sua juventude, tinha se-guido o maniqueísmo – uma daquelas tentativas supramencionadas de criar uma utopia espiritu-al separando as coisas do espírito das da carne. Daí que Agostinho, ao princí-pio, olhasse com suspeita para a doutrina cristã da encarnação de Deus; mas, a sua experiência do amor de Deus presen-te na Igreja levou-o a procurar a sua fonte na vida de Deus uno e trino. Isto fê-lo chegar a três intuições particulares re-lativas ao Espírito Santo enquanto vínculo de uni-dade no seio da Santíssi-ma Trindade: unidade como comunhão, unidade como amor duradouro, unidade como dador e dom. Estas três intuições não são meramente teó-ricas; ajudam a explicar como age o Espírito. Num mundo em que tanto os indivíduos como as co-munidades sofrem mui-tas vezes por falta de u-nidade e coesão, tais in-tuições ajudam-nos a permanecer sintonizados com o Espírito e a alargar e esclarecer o âmbito do nosso testemunho. Por isso, com a ajuda de Santo Agostinho, procu-remos ilustrar um pouco da obra do Espírito San-to. Observa ele que as duas palavras «Espírito»

e «Santo» dizem respeito àquilo que pertence à natureza divina; por ou-tras palavras, àquilo que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho na suacomu-nhão. Ora se a caracte-rística própria do Espírito é ser o que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho, então – con-clui Agostinho – a quali-dade peculiar do Espírito é a unidade. Uma unida-de de comunhão existen-cial: uma unidade de pessoas em recíproca re-lação de dom constante; o Pai e o Filho que Se dão um ao outro. Deste modo, começamos a en-trever – penso eu – quão iluminadora pode ser es-ta compreensão do Espí-rito Santo como unidade, como comunhão. Uma verdadeira unidade nun-ca pode estar fundada sobre relações que ne-guem igual dignidade às outras pessoas; nem a unidade é simplesmente a soma total dos grupos com que às vezes procu-ramos «definir-nos» a nós mesmos. De fato, só na vida de comunhão é que a unidade subsiste e a identidade humana se realiza plenamente: reco-nhecemos a necessidade comum de Deus, corres-pondemos à presença unificadora do Espírito Santo e damo-nos reci-procamente servindo uns aos outros. A segunda intuição de Agostinho – o Espírito Santo como amor que permanece – deriva do estudo que ele fez da Pri-meira Carta de São João, no ponto onde o autor nos diz que «Deus é a-mor» (1 Jo 4, 16). Agos-tinho sugere que estas palavras, embora referin-do-se à Trindade no seu todo, também se devem

entender como expressão duma característica parti-cular do Espírito Santo. Refletindo sobre a natu-reza permanente do a-mor – «quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele» (1 Jo 4, 16) – Agostinho in-terroga-se: é o amor ou o Espírito que garante o dom duradouro? E a con-clusão a que chega é es-ta: «O Espírito Santo faz-nos habitar em Deus e Deus em nós; mas é o amor que causa tudo is-to. Portanto, o Espírito é Deus enquanto a-mor» (De Trinitate, 15, 17, 31). É uma explica-ção magnífica: Deus compartilha-Se como a-mor no Espírito Santo. Que mais poderemos sa-ber partindo desta intui-ção? O amor é o sinal da presença do Espírito San-to. As idéias ou as pala-vras que carecem de a-mor – ainda que se apre-sentem sofisticadas ou sagazes – não podem ser «do Espírito». Além dis-so, o amor apresenta um traço particular: longe de ser permissivo ou volú-vel, tem uma missão ou um objetivo a realizar que é o de permanecer. Por sua natureza, o amor é duradouro. Mais uma vez, queridos amigos, podemos dar uma vista de olhos àquilo que o Es-

pírito Santo oferece ao mundo: amor que dissol-ve a incerteza; amor que supera o medo da trai-ção; amor que traz em si a eternidade; o verdadei-ro amor que nos introduz numa unidade que per-manece. A terceira intuição – o Espírito Santo como dom – Agostinho deduz-la da reflexão sobre uma pas-sagem evangélica que todos conhecemos e a-preciamos: o diálogo de Cristo com a samaritana junto do poço. Aqui Jesus revela-Se como o dador de água viva (cf.Jo 4, 10), que em seguida será especificada como sendo o Espírito (cf. Jo 7, 39; 1 Cor 12, 13). O Espírito é «o dom de Deus» (Jo 4, 10) – a fonte interior (cf. Jo 4, 14) – que sacia verdadeiramente a nossa sede mais profunda e nos conduz ao Pai. A partir desta observação, Agosti-nho conclui que o Deus que Se concede a nós co-mo dom é o Espírito San-to (cf. De Trinitate, 15, 18, 32). Amigos, uma vez mais lancemos um olhar sobre a Trindade em ac-ção: o Espírito Santo é Deus que eternamente Se dá; como uma nascente perene, Ele oferece-Se precisamente a Si mes-mo.

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Observando este dom incessante, chegamos a ver os limites de tudo o que perece, a loucura duma mentalidade con-sumista. De forma parti-cular, começamos a com-preender por que motivo a busca de novidade nos deixa insatisfeitos e de-sejosos de algo diferente. Porventura não andamos nós à procura de um dom eterno? À procura da fon-te que jamais se exauri-rá? Com a samaritana exclamemos: Dá-me des-ta água, para que eu não sinta mais sede (cf. Jo 4, 15). Jovens caríssimos, vimos que é o Espírito Santo quem realiza a maravi-lhosa comunhão dos crentes em Cristo Jesus. Fiel à sua natureza de dador e simultaneamente de dom, agora Ele está a atuar por meio de vós. Inspirados pelas intuições de Santo Agostinho, fazei com que o amor unifican-te seja a vossa medida; o amor duradouro seja o

vosso desafio; o amor que se dá a vossa mis-são.Amanhã o próprio dom do Espírito será so-lenemente conferido aos nossos candidatos ao Crisma. Assim rezarei: «Dai-lhes o espírito de sabedoria e de entendi-mento, espírito de conse-lho e de fortaleza, espíri-

to de ciência e de pieda-de e enchei-os do espírito do vosso santo temor». Estes dons do Espírito –cada um deles, como nos recorda São Francisco de Sales, é um modo de participar no único amor de Deus – não são um prêmio nem um agrade-cimento. São simples-mente dados (cf.1 Cor 12, 11); e exigem da parte de quem os recebe apenas uma resposta: «Aceito». Enxergamos aqui algo do mistério profundo que é ser cris-tão. O que constitui a nossa fé não é primaria-mente aquilo que faze-mos, mas o que recebe-mos. Aliás, muitas pesso-as generosas que não são cristãs podem reali-zar muito mais do que fazemos nós. Amigos, aceitais vós ser introduzi-dos na vida trinitária de Deus? Aceitais ser intro-duzidos na sua comu-nhão de amor? Os dons do Espírito que atuam em nós imprimem

a direção e dão a defini-ção do nos-so testemu-nho. Orien-tados por sua nature-za para a unidade, os dons do Es-pírito ligam-nos ainda mais estrei-tamente ao

conjunto do Corpo de Cristo (cf.Lumen genti-um, 11), colocando-nos em melhores condições para edificar a Igreja e, assim, servir o mundo (cf. Ef 4, 13). Chamam-nos a uma activa e jubi-losa participação na vida da Igreja: nas paróquias e nos movimentos eclesi-

ais, nas aulas de religião na escola, nas capelanias universitárias e nas ou-tras organizações católi-cas. Sim, a Igreja deve crescer na unidade, deve revigorar-se na santida-de, rejuvenescer e reno-var-se constantemente (cf. Lumen gentium, 4). Mas com que critérios? – Os do Espírito Santo. Vol-tai-vos para Ele, amados jovens, e descobrireis o verdadeiro sentido da renovação. Nesta noite, reunidos a-qui sob a beleza deste céu noturno, os nossos corações e as nossas mentes estão repletas de gratidão a Deus pelo grande dom da nossa fé na Trindade. Recordamos os nossos pais e avós que caminharam ao nos-so lado quando – éramos nós crianças – sustenta-ram os primeiros passos do nosso caminho de fé. Agora, passados muitos anos, eis-vos aqui reuni-dos como jovens adultos ao redor do Sucessor de Pedro. Inunda-me uma profunda alegria por es-tar convosco. Invoque-mos o Espírito Santo: é Ele o artífice das obras de Deus (cf.Catecismo da Igreja Católica, 741). Deixai que os seus dons vos plasmem. Assim co-mo a Igreja realiza a sua viagem juntamente com a humanidade inteira, assim também vós sois chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte. Procurai que seja susten-tada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda pa-

ra quantos vivem ao vos-so redor. No fim de con-tas, a vida não é simples-mente acumular, e é muito mais do que ter sucesso. Estar verdadei-ramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer a-bertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimen-to, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os si-nais da vossa grandeza. E agora, enquanto nos preparamos para a ado-ração do Santíssimo Sa-cramento, em espera si-lenciosa repito-vos as palavras pronunciadas pela Beata Mary MacKil-lop quando tinha precisa-mente vinte e seis anos: «Acredita naquilo que Deus sussurra ao teu co-ração!» Acreditai n'Ele! Acreditai na força do Es-pírito do amor! Ao final da vigília, o Papa saudou em vários idio-mas. Em português, dis-se: Meus queridos ami-gos, recebei o Espírito Santo, para serdes Igre-ja! Igreja quer dizer to-dos nós unidos como um corpo que recebe o seu influxo vital de Jesus res-suscitado. Este dom é maior que os nossos co-rações, porque brota das entranhas da Santíssima Trindade. Fruto e condi-ção: sentir-se parte uns dos outros, viver em co-munhão. Para isso, jo-vens caríssimos, acolhei dentro de vós a força de vida que há em Jesus. Deixai-O entrar no vosso coração. Deixai-vos plas-mar pelo Espírito Santo.

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