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Informática Forense 2º PERÍODO Maria do Carmo Cota PALMAS-TO/ 2006

Informática Forense - UNITINS]060321105708]informatica_forense.pdf · Tema 12: Nomes de domínio ... Os cálculos sempre fascinaram grandes personagens que contribuíram para o desenvolvimento

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Informática Forense

2º PERÍODO

Maria do Carmo Cota

PALMAS-TO/ 2006

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

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Fundação Universidade do Tocantins

Reitor: Humberto Luiz Falcão Coelho Pró-Reitor Acadêmico: Galileu Marcos Guarenghi

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Extensão: Maria Luiza C. P. do Nascimento

Pró-Reitora de Pesquisa: Antônia Custodia Pedreira

Pró-Reitor de Administração e Finanças: Maria Valdênia Rodrigues Noleto

Diretor de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais: Claudemir

Andreaci

Equipe Pedagógica – Unitins

Coordenação do Curso: José Kazuo Otsuka

Conteúdos da Disciplina: Maria do Carmo Cota

Revisores: Damião Carlos Amaral Mesquita e Darlene Teixeira Castro

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Apresentação Caro(@) Acadêmico(@);

Estamos iniciando o 2º período do Curso de Fundamentos e Práticas

Judiciárias na modalidade de ensino a distância – EaD. No pouco tempo que

você está cursando, já deu para perceber a forte presença das tecnologias de

informação e comunicação (as chamadas TIC’S) na prática de ensino dos seus

professores.

Informática Forense não é uma disciplina de informática, mas ela

servirá como um elo que irá aproximar você ainda mais da era da informação

em meio a tantas tecnologias. É por meio dessas tecnologias que veiculam as

informações, e com isso, surge a pergunta: Quais tecnologias sofreram uma

evolução mais expressiva? Como acompanhar paralelamente esta evolução?

Como essas tecnologias irão me auxiliar no trabalho jurídico? Todas essas

perguntas serão respondidas conforme o andamento de nossa disciplina.

Como você poderá observar ao longo do seu processo de estudo, a

nossa apostila conta com uma linguagem simples, para que você possa

desenvolver a prática de estudo autônomo (auto-estudo). O nosso objetivo ao

elaborar este material é que você não se sinta tão distante do seu professor,

pois tenha a certeza de que estaremos ao seu lado durante todo o processo.

Para isto, o vocabulário a ser utilizado na teleaula será o mesmo da apostila.

Caso surja alguma dúvida durante as aulas, saiba que você poderá

esclarecê-las através do nosso portal (http://www.ead.unitins.br/) e de

interfaces que possibilitam ao aluno uma maior interatividade com o professor

através do envio de mensagens e outros meios de interação.

Para que você tenha uma melhor compreensão, aconselhamos a você

o estudo em grupo, pois na EaD é importante que os alunos estejam juntos,

afinal, não é porque o professor está distante, que os alunos também devam

estar, não é verdade?

Desejamos que você tenha êxito em seus estudos.

Profa. Maria do Carmo Cota

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Plano de Ensino CURSO: Fundamentos e Práticas Judiciárias

PERÍODO: 2°

DISCIPLINA: Informática Forense (Direito da Informática) .

NÚMERO DE HORAS/AULA: 60 (sessenta)

CURSO: Fundamentos e Práticas Judiciárias

PROFESSORA: Maria do Carmo Cota

PERÍODO LETIVO: 2006/1

EMENTA: Informática Jurídica: conceitos, histórico e perspectivas. A utilização

do computador nas atividades jurídicas. O impacto da moderna tecnologia na

sociedade. Inteligência artificial e sistemas especialistas. Aplicações práticas.

OBJETIVOS Fornecer conceitos básicos de Informática Jurídica, familiarizando os alunos

com os respectivos termos técnicos.

Apresentar uma visão crítica sobre o uso das modernas tecnologias da

informação e seu impacto na sociedade.

Preparar o aluno para a utilização do computador e da informática nas

atividades jurídicas.

Identificar e apontar soluções para os principais problemas jurídicos surgidos

com o uso crescente da tecnologia da informação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Surgimento e evolução do computador.

Sistemas operacionais.

Redes de comunicação.

Evolução da informação.

Revolução, Sociedade e Era da informação.

Tecnologia da Informação.

Métodos de Pesquisas jurídicas.

Informática Jurídica e Direito da Informática.

Princípios norteadores do Direito da Informática.

Nomes de Domínio.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

LUCCA, Newton de. Aspectos Jurídicos da Contratação Informática e Telematica. São Paulo: Saraiva, 2003. MARCACINI, Augusto Tavares R. Direito e Informática: uma abordagem jurídica da criptografia. Rio de Janeiro: Forense, 2002. ROVER, Aires José. Informática no Direito: inteligência artificial. Curitiba: Juruá, 2001.

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VII- BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ALMEIDA, Marcos Garcia. Linux: Sistema Operacional II. 1. ed., São Paulo: Brasport, 2001. BLUM, Renato Opice (organizador). Direito Eletrônico. A Internet e os Tribunais. Rio de Janeiro, EDIPRO, 2001. CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet. 2001. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. 1. ed., São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CASTRO, Aldemario Araújo. Apostila eletrônica de direito da informática. Disponível em <http://infojurucb.hpg.ig.com.br/conteudo6.htm> acesso em 31/11/2005. CASTRO E ALMEIDA FILHO. Manual de informática jurídica e direito da informática. Rio de Janeiro: Forense, 2005. CASTRO, Aldemario Araújo. Informática Jurídica e Direito da Informática. Livro eletrônico, 2005. CASTRO, Carla Rodrigues Araújo de. Crimes de Informática e seus Aspectos Processuais. Lúmen Júris, 2003. CORRÊA, Gustavo Testa. Aspectos Jurídicos da Internet. São Paulo, Editora Saraiva, 2000. COSTA, Marcelo Antonio Sampaio Lemos. Computação Forense. Millennium Editora, 2003. FEDELI, R. D.; POLLONI, E. G. F.; PERES, F. E. Introdução a Ciência da Computação. Thompson, 2003. FILHO, José Carlos de Araújo Almeida e CASTRO, Aldemario Araújo. Manual de Informática Jurídica e Direito da Informática. Rio de Janeiro, Editora Forense, 2005. GOUVÊA, Sandra. O direito na era digital. 1997. São Paulo, Mauad, 1997. GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. São Paulo: Dialética, 2001. LUCCA, Newton de (coordenador). Direito e Internet. Aspectos Jurídicos Relevantes. EDIPRO, 2000. MELO, Marco Antônio Machado Ferreira de. A tecnologia, direito e a solidariedade no livro Direito, Sociedade e Informática. Limites e perspectivas da vida digital. Boiteux, 2000. MESQUITA, Damião Carlos Amaral. Conhecendo o sistema, conhecendo as possibilidades. Uma reflexão diante da utilização de um sistema operacional desconhecido. São Paulo: USP, 2003.

MOURSUND, Dave. The Journey Inside: The Computer - Teacher's Guide – 3. ed., Oregon: Intel Corporation, 1997.

OLIVEIRA, Karina. Microsoft Windows XP Professional: Guia Prático. 2. Ed. - São Paulo: Viena, 2003. ZUFFO, J. A. A tecnologia e a Infosociedade. Manole, 1999.

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Sumário Tema 01: Computador: Surgimento e Evolução.............................................07

Tema 02: Conhecendo a máquina: O computador.........................................11

Tema 03: Sistema Operacional......................................................................14

Tema 04: Redes de comunicação.................................................................18

Tema 05: Internet...........................................................................................22

Tema 06: Revolução da Informação – Sociedade da Informação – Era da

informação.....................................................................................................27

Tema 07: Tecnologia da Informação.............................................................33

Tema 08: Serviços Disponíveis na Internet..................................................40

Tema 09: Métodos de pesquisa jurídica.......................................................51

Tema 10: Informática jurídica e Direito da Informática.................................66

Tema 11: Os Princípios Norteadores do Direito da Informática...................78

Tema 12: Nomes de domínio – Comitê gestor da internet...........................83 Glossário.......................................................................................................90

Sites pesquisados......................................................................................97

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Tema 01

Computador: Surgimento e Evolução Objetivos Esclarecer o conceito de informática.

Mostrar a importância da matemática na evolução do computador.

Classificar a evolução do computador em cinco etapas.

Introdução

O homem sempre buscou criar ferramentas para facilitar o seu

trabalho. Essas criações passaram por uma constante evolução até o momento

em que bastava simplesmente aperfeiçoá-las. O computador é uma das

ferramentas que o homem buscou aprimorar de modo que tornasse mais

simples a atividade de realizar cálculos cada vez mais complexos. Neste tema,

nós iremos abordar a evolução do computador em cada uma de suas 5 (cinco)

etapas.

Os cálculos sempre fascinaram grandes personagens que contribuíram

para o desenvolvimento do pensamento humano. Pensadores como

Aristóteles, Platão entre outros grandes filósofos que contribuíram para que o

homem desenvolvesse a sua visão crítica em relação ao mundo tinham como

base a matemática (É sim! A matemática). Muitas pessoas consideram a

matemática como um bicho de sete cabeças, por percebê-la como uma ciência

muito “complicada”.

O homem, na sua história, sempre buscou nos cálculos a resposta para

muitas situações do seu cotidiano, em sua maioria, voltadas para o aumento de

produtividade (não só de produtividade no campo de produção de bens, mas

de aprendizagem).

Faz parte da natureza humana um constante esforço de superação de

si mesmo. O homem, desde a Antigüidade, procurou meios mais fáceis de

efetuar certas operações matemáticas. Podemos dizer que o primeiro "modelo"

de computador foi o ábaco, usado desde 2000 a.C. Ele é um tipo de

computador em que se pode ver claramente a soma nos fios.

Nosso mundo, atualmente, encontra-se permeado pela influência do

computador e pela informatização. Não seria fácil nem mesmo enumerar

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS quantas pessoas hoje possuem um computador, pois a cada dia o número

muda de forma cada vez mais rápida.

A INFORMÁTICA

O que é Informática?

Ciência que desenvolve e utiliza máquinas para tratamento,

transmissão, armazenamento, recuperação e uso de informações. O

computador - capaz de realizar várias operações matemáticas em curto espaço

de tempo, de acordo com programas pré-estabelecidos - é a principal máquina

utilizada.

O desenvolvimento da informática tem permitido o surgimento de

computadores cada vez menores, mais baratos e com maior capacidade.

Atualmente, um computador laptop de US$ 2 mil é muito mais potente do que

um computador de grande porte da década de 70, que custava US$ 10

milhões. Esse barateamento é um fator decisivo na popularização dos

computadores e de sua inclusão nas escolas. Se há 25 anos existiam apenas

50 mil computadores no mundo inteiro, hoje há cerca de 140 milhões.

Primeiros computadores

Em 1890, o norte americano Hermann Hollerith (1860-1929)

desenvolveu o primeiro computador mecânico. A partir de 1930, começaram as

pesquisas para substituir as partes mecânicas por elétricas. O Mark I,

concluído em 1944 por uma equipe liderada por Howard Aiken, foi o primeiro

computador eletromecânico capaz de efetuar cálculos mais complexos sem a

interferência humana. Ele media 15 m x 2,5 m e demorava 11 segundos para

executar um cálculo. Em 1946, surgiu o Eniac (Electronic Numerical Integrator

and Computer), primeiro computador eletrônico e digital automático: pesa 30

toneladas, empregava cerca de 18 mil válvulas e realizava 4.500 cálculos por

segundo. Mas o marco da informática foi caracterizado com o surgimento dos

computadores digitais e passou por cinco etapas de evolução.

• Primeira Geração (1945-1955) Os primeiros computadores digitais surgiram na II Guerra Mundial. Eles

eram formados por milhares de válvulas e ocupavam áreas enormes, sendo de

funcionamento lento e não confiável.

Imagine um computador com mais de 100m2 com uma estrutura que

possuía válvulas, capacitores, resistores, pesava 30 toneladas, e realizava

5.000 adições por segundo. Aí você pode perguntar: Isso é um computador

mesmo? Sim, era um computador e o seu nome era ENIAC (Eletronic

Numerical Integration and Computer), mas o ENIAC (ver fotos abaixo) não foi o

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS único computador da época, assim como ele, existiam outros computadores

digitais.

Para trabalhar nessas máquinas, era necessário conhecer

profundamente o funcionamento do hardware, pois a programação era feita em

painéis, por meio de fios, e em linguagem de máquina. Existia um grupo de

pessoas que projetava, construía, programava, operava e realizava a

manutenção nestes computadores. Nessa fase, não existia o conceito de

Sistema Operacional e nem de linguagem de programação.

• Segunda Geração (1956-1965) A criação do transistor e das memórias magnéticas contribuiu para o

enorme avanço dos computadores da época. O transistor permitiu o aumento

da velocidade e da confiabilidade do processamento, e as memórias

magnéticas permitiram o acesso mais rápido aos dados, maior capacidade de

armazenamento e computadores menores.

O uso individual do computador (conceito de open shop) era pouco

produtivo, pois a entrada de programas constituía uma etapa muito lenta e

demorada que, na prática, representava o computador parado.

Nessa época, o governo americano iniciava os estudos de como

implantar o computador na sala de aula, mas os computadores ainda tinham

um custo muito elevado para as escolas, possibilitando somente a empresas e

grandes corporações a sua aquisição. Os usuários infantis contavam com

programas específicos, mais voltados para o entretenimento, é o caso de jogos

como o “Spacewar” e “Rato de Labirinto”.

Em 1957, o matemático Von Neumann colaborou para a construção de

um computador avançado, o qual, por brincadeira, recebeu o nome de

MANIAC, Mathematical Analyser Numerator Integrator and Computer. Em

janeiro de 1959, a Texas Instruments anuncia ao mundo uma criação de Jack

Kilby: o circuito integrado. Enquanto uma pessoa de nível médio levaria cerca

de cinco minutos para multiplicar dois números de dez dígitos, o MARK I o fazia

em cinco segundos. O ENIAC em dois milésimos de segundo, um computador

transistorizado em cerca de quatro bilionésimos de segundo, e, uma máquina

de terceira geração em menos tempo ainda.

• Terceira Geração (1966-1980) A terceira geração de computadores é de meados da década de 60,

com a introdução dos circuitos integrados. O Burroughs B-2500 foi um dos

primeiros. Enquanto o ENIAC podia armazenar vinte números de dez dígitos,

ele armazenava milhões de números. Surgem, então, conceitos como memória

virtual, multiprogramação e sistemas operacionais complexos. Exemplos desta

época são o IBM 360 e o BURROUGHS B-3500.

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS • Quarta Geração (1981-1990)

A partir desse momento, o co-processador matemático já vinha

embutido no próprio processador. Houve também uma melhora sensível na

velocidade, devido à criação de memórias mais rápidas. Os equipamentos já

tinham capacidade para as placas SVGA que poderiam atingir até 16 milhões

de cores, porém este artifício seria usado comercialmente mais para frente com

o advento do Windows 95. Neste momento, iniciava uma grande demanda

para as pequenas redes, como a Novel e a Lantastic que rodariam

perfeitamente nestes equipamentos, substituindo os "micrões" que rodavam em

sua grande maioria os sistemas UNIX (Exemplo o HP-UX da Hewlett Packard e

o AIX da IBM). Esta substituição era extremamente viável devido à diferença

brutal de preço entre estas máquinas.

• A Quinta Geração (1991-até hoje)

As aplicações exigem cada vez mais uma maior capacidade de

processamento e armazenamento de dados. Sistemas especialistas, sistemas

multimídia (combinação de textos, gráficos, imagens e sons), banco de dados

distribuídos e redes neurais, são apenas alguns exemplos dessas

necessidades. Uma das principais características dessa geração é a

simplificação e miniaturização do computador, além de melhor desempenho e

maior capacidade de armazenamento. Tudo isso, com os preços cada vez mais

acessíveis. As reduções dos custos de produção e do volume dos

componentes permitiram a aplicação destes computadores nos chamados

sistemas embutidos, que controlam aeronaves, embarcações, automóveis e

computadores de pequeno porte.

Síntese da Aula

O homem está em constante busca pela sua auto-superação. Neste

tema, destacamos a importância que a matemática teve na evolução das

ferramentas que facilitariam o cotidiano. Toda essa evolução resultou na atual

era da informática.

Atividades

1 – Explique a importância do conhecimento da matemática pelo homem no

surgimento e evolução do computador.

Comentário: Faça uma busca histórica e explique porque a matemática sempre

fascinou o homem e quais as conseqüências disso.

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Tema 02

Conhecendo a Máquina: O Computador

OObbjjeettiivvooss Conhecer os componentes que integram o computador.

Entender a importância dos profissionais conhecerem os componentes básicos

do computador para melhor se inserirem no mercado de trabalho.

Introdução

O computador é basicamente uma calculadora. Ela transforma os

cálculos realizados em imagens que são transmitidas pelo monitor. Mas,

considerando o computador como um todo, veremos que é por meio de um

conjunto de equipamentos contidos dentro da CPU que é possível realizar os

feitos que hoje estamos vivenciando. Neste tema, iremos abordar a máquina,

mostrando os dispositivos responsáveis pelo seu funcionamento.

Mas de que adianta falar de informática sem antes conhecer o

computador propriamente dito? Para que você possa compreender melhor,

vamos fazer uma comparação com o seu corpo. Por exemplo: você tem o

cérebro onde são armazenadas (Hard Disk) e processadas (Processador) as

informações que serão transformadas em ordens que serão enviadas pelo

sistema nervoso (Motherboard – placa-mãe) e enviadas ao conjunto do seu

corpo: olhos (placa de vídeo), ouvidos (placa de som) etc.

Como você viu, o computador funciona semelhante a um corpo

humano. A diferença básica é que se houver algum problema com alguma

parte ou ela ficar velha demais (ultrapassada), você poderá fazer um

transplante de peça (upgrade – aperfeiçoar), tornando o computador mais

rápido.

CONHECENDO O COMPUTADOR

Agora vamos conhecer cada parte do computador responsável pelo

seu funcionamento:

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS • O processador (ou CPU): É o "cérebro" do PC, pois além dele ser o

responsável pelo funcionamento do computador, a sua velocidade de

processamento é responsável pela velocidade/lentidão das principais tarefas

executadas no micro.

• HD – Hard Disk – é onde são armazenados dados e informações como

programas de computador, trabalhos, imagens, músicas e o próprio sistema

operacional.

• Monitor – É a “televisão” do computador. Por meio dele você irá visualizar

todos os comandos feitos por você no computador a partir do manuseio do

mouse e do teclado.

• Impressora – Seria como as suas mãos, é por meio da impressora que

você irá registrar no papel seus trabalhos, sejam eles digitados ou até mesmo

imagens e fotos.

• Scanner – É um equipamento em que você irá “fotografar” um documento,

foto ou imagem e enviar para o computador.

• Teclado – É aqui que você irá digitar os seus textos como se fosse uma

máquina de escrever qualquer, só que com mais recursos, pois por meio do

teclado você poderá realizar comandos ao computador sem o auxílio do

mouse.

• Mouse – É uma ferramenta muito útil na informática, com um simples

movimento nele, você poderá abrir programas, fechar, configurar, entre outras

funções. Na hora de trabalhar com programas de imagens, fica bem mais fácil

o seu manuseio.

• Placa-mãe - Como o próprio nome sugere, é a principal placa no

computador, em que todos os dispositivos são conectados. Ela pode possuir

dispositivos diretamente acoplados a ela, chamados de onboard (denominação

dada a placas que ficam "dentro" da placa-mãe e não podem ser retiradas).

Essas placas geralmente possuem dispositivos como placas de vídeo, placa de

rede, placa de som, modem etc., embora isso tenha seu preço: o desempenho

de computadores com placas-mãe onboard usualmente é pior do que

computadores com placas offboard) ou simplesmente conectados, mas sem

nenhum vínculo ao mesmo tempo, chamadas offboard (oposto de Onboard,

são as placas que não estão diretamente na placa mãe e devem ser

encaixadas na mesma).

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS • Modem - Utilizado para se conectar à Internet, ele disca o número do

provedor e se conecta a ele.

• Drive - Local em que podem ser lidos os arquivos: pode ser cd-rom, dvd,

disquete, ou o hd, no Windows os drives são denominados por letras.

• Cooler – Você já reparou como o computador tem a sua temperatura

elevada com o passar do tempo de utilização; um dos responsáveis por este

aquecimento é o processador, e este conta com o cooler para resfriá-lo e evitar

possíveis danos.

• Gabinete – Local onde estão localizadas os equipamentos responsáveis

pelo funcionamento do computador como placa-mãe, processador, placa de

vídeo, placa de som, drive de cd-rom, disquete, etc.

Síntese da aula Nesta aula, você pôde perceber a quantidade de dispositivos existentes

no computador. A nossa intenção é proporcionar uma visão geral para que

você possa estar mais familizarizado com os termos técnicos e mais preparado

para o mercado de trabalho.

Neste contexto, aprendemos as principais peças do computador para

posteriormente poder executar as tarefas com maior facilidade.

Atividades 1 - Além das peças descritas no texto acima, faça um estudo sobre os tipos de

placas e impressoras que são usadas com maior freqüência, citando-as.

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Tema 03

Sistema Operacional

OObbjjeettiivvooss Conceituar Sistema Operacional.

Ressaltar a sua importância no funcionamento do computador.

Citar os sistemas operacionais mais utilizados no mercado.

Destacar os aplicativos presentes no sistema Windows.

Introdução Como vimos nos temas anteriores, o computador passou por um

período evolutivo até chegar ao período atual (5ª geração), que é marcado pela

popularização do computador. Uma boa maneira de se compreender um

sistema operacional é acompanhando a sua evolução através dos últimos

anos, como vimos no tema 02. Assim, poderemos entender o porquê de

determinadas características, como e quando estas foram incorporadas nos

atuais sistemas operacionais.

O sistema operacional surgiu da necessidade de melhor aproveitar o

hardware, em determinados momentos, houve necessidade de se alterar o

hardware para melhor aproveitamento de um sistema operacional.

Sistema Operacional: o que é? Como o próprio nome diz, o sistema operacional é responsável pela

operacionalização do conjunto software com hardware. Todas as ações que

você executa ao teclar no teclado, por exemplo, ou mesmo o movimentar do

mouse é reconhecido pelo próprio hardware e enviado ao sistema operacional.

Este, por sua vez, traduz os comandos feitos por você e envia o resultado à

tela do seu monitor, tudo isto em fração de um segundo. É ele também que

gerencia os programas de computador, os chamados softwares, como o

Microsoft Word (editor de texto muito utilizado). Se formos perguntar quais os

softwares mais utilizados, a resposta logo vem acompanhada com nome

‘Microsoft’. O sistema operacional mais o utilizado no mundo é o Microsoft

Windows. Com certeza o computador que você tem em casa ou no trabalho ou

até mesmo na sua telessala funciona com este sistema operacional, mas antes

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS de existir o Windows, os computadores funcionavam com outro sistema

operacional, o D.O.S.

O D.O.S. é a sigla de Disk Operating System - sistema de operação de

disco. Os computadores mais antigos eram da marca IBM. O DOS era o

sistema operacional dos computadores da IBM, mas, depois de um tempo, o

até então jovem Bill Gates junto com colegas fundaram a empresa Microsoft

que criou uma nova versão do DOS o MS-DOS (MS = Microsoft) e depois de

um tempo o Windows, que funciona com base no DOS.

A evolução dos sistemas operacionais está, em grande parte, relacionada ao

desenvolvimento de equipamentos cada vez mais velozes, compactos e de

custos baixos, e à necessidade de aproveitamento e controle desses recursos.

Neste histórico, a evolução é dividida em fases, em que são destacadas, em

cada uma, suas principais características de hardware e de software.

CONHECENDO ALGUNS SISTEMAS OPERACIONAIS

Sistema Microsoft Windows

Bill Gates iniciou seu trabalho como um simples programador de

sistemas da IBM, depois de um tempo fundou a Microsoft, empresa que logo,

juntamente com uma equipe de outros programadores, criara o sistema

operacional chamado de Microsoft Windows. Na época, o lançamento do

sistema foi considerado uma “revolução” no acesso à informação. Imagine

como era complicado para uma pessoa comum operacionalizar um

computador. Após o lançamento, o acesso ao computador se tornou mais fácil

para muitas pessoas da época. O Microsoft Windows popularizou a moda do

PC (Personal Computer – Computador Pessoal), mas o preço do equipamento

ainda era considerado muito elevado para muitas pessoas e a sua inserção no

mercado acontecia de forma mais lenta.

O Microsoft Windows conta com um ambiente intuitivo e não é exigido

do (a) usuário (a) um conhecimento muito aprofundado sobre o computador. A

versão Windows 95 foi o responsável pela popularização do Windows. Hoje ele

está na sua versão XP. Esta versão está com um visual mais bem elaborado e

conta com ferramentas que facilitam ao usuário (a) um melhor acesso a

ferramentas de internet e outras que visam ao entretenimento.

Sistema MacOs – O sistema para poucos

Você deve estar se perguntando, o porquê do sistema MacOs ser

considerado para poucos. A resposta é o preço. Diferente dos computadores

que suportam o Windows e o Linux como sistema operacional, o sistema

MacOs só funciona no computador da Apple. O computador da Aplle

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS (chamados por muito de “Machintosh”) tem como característica o fato de uma

única empresa fabricar as suas peças e componentes, isso acaba tornando o

preço do produto bem caro no final.

Mas um fator que deve ser levado em conta é o design. Os

computadores da Aplle possuem um visual muito atrativo. O sistema MacOs

não trava, nem é atacado por vírus de computador, isso possibilita uma maior

estabilidade do funcionamento do sistema operacional, que por sinal também é

muito fácil de utilizar e impede que usuários com pouca experiência venham a

“danificar” o computador ou programas.

Sistema Linux – A nova onda do software livre

Imaginem um sistema operacional que começou praticamente como

um bebê. Assim é a história do Linux (pronuncia-se “Lainucs”). Este sistema

operacional não tem uma empresa que possa se dizer dona dele, pois é um

sistema de código-fonte aberto, quer dizer, qualquer pessoa poderá abri-lo e

mexer à vontade (desde que esta pessoa possua conhecimentos em

programação de sistemas), de modo que modifique o seu visual e conteúdo.

Há diversas versões de Linux de modo que fica quase impossível dizer

quantas são as versões existentes, mas existem as mais conhecidas que são:

Conectiva, Suse, Red Hat, Mandrake, Corel, Turbo Linux e Kurumim.

Muitas instituições estão adotando o Linux como o sistema operacional

padrão de seus computadores por vários motivos, entre eles, destacam-se:

• preço (gratuito em sua maioria)

• facilidade de uso (possui um visual semelhante a do windows)

• segurança (usuários inexperientes dificilmente conseguem danificar o

sistema)

• estabilidade (dificilmente trava)

A maioria das instituições que adotaram o Linux são de ensino

superior, um dos motivos é o financeiro, pois fica mais barato para a instituição

ter um sistema no qual não é necessário arcar despesas com licença de uso.

Outro motivo seria o fato da preocupação de despertar na mente dos

universitários a consciência do software livre.

Aplicativos presentes no sistema windows

a) Word Pad: um editor de texto em que o usuário poderá visualizar e

digitar textos, podendo formatá-los conforme o gosto da pessoa que utiliza.

Você acessa o Word Pad através do menu iniciar / programas / acessórios /

Word Pad.

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Síntese da Aula Existem outros recursos que o sistema oferece. Você poderá notá-los

conforme a sua necessidade e a realidade do seu trabalho. No decorrer do

nosso curso, você perceberá que existem muitas possibilidades na utilização

do computador em seu cotidiano. Informatizar o método de instrução é o

primeiro passo para que seja conseguido o sucesso na utilização da

informática forense.

Atividades 1 – Quais as diferenças encontradas por você entre os modelos de sistema

operacional?

Comentário: Escreva quais dos sistemas operacionais você já conhecia e a sua experiência

com ele.

2 – Como você reagiria ao se deparar com um sistema operacional totalmente

diferente daquele com que você já estava acostumado (a) a trabalhar?

Comentário: Procure relatar como seria ou foi o seu contato com um sistema desconhecido.

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Tema 04

Redes De Comunicação

Objetivo Conhecer as redes de computadores, seus componentes e sistemas de

segurança.

Introdução Uma rede consiste em dois computadores conectados a um outro por um cabo

para que possam compartilhar dados. Portanto, redes de computadores

consistem de um conjunto de computadores autônomos e outros dispositivos

conectados entre si.

Interconectar os computadores, assim como gerenciar um grupo de

pessoas é sem dúvida um desafio. O vocabulário de redes locais é repleto de

siglas. Os benefícios de se conectar os recursos podem ser grandes (mas em

alguns casos podem ficar piores com ela), e podem significar um avanço

incalculável de benefícios que um micro isolado nunca poderia apresentar.

Atenta aos possíveis benefícios, as empresas estão interconectando seus

computadores em ritmo acelerado.

Em um ambiente profissional é muito importante um responsável pelo

bom funcionamento da rede, dentre as responsabilidades deste citamos:

coordenar tarefas, gerenciar problemas, monitorar progressos e administrar

usuários, entre outras.

Objetivos das Redes Os principais objetivos das redes de computadores são:

Compartilhamento de recursos

Os computadores que fazem parte de uma rede podem compartilhar:

− Dados

− Mensagens

− Gráficos

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− Impressoras

− Aparelhos de fax

− Modem

− Disco

− CD-ROM

− Outros Recursos de HW

• Aumento na confiabilidade do sistema como um todo. Pode-se, por

exemplo, ter vários arquivos em duas ou mais máquinas para que, em

caso de defeito de uma máquina, cópias dos arquivos continuarão

acessíveis em outras máquinas. Além disso, o sistema pode operar em

regime degradado no caso de pane de um computador, sendo que

outra máquina pode assumir a sua tarefa. A continuidade de

funcionamento de um sistema é ponto importante para um grande

número de aplicações, como por exemplo: aplicações militares,

bancárias e o controle de tráfego aéreo, entre outras.

• Redução de custos é uma outra questão importante da utilização das

Redes de Comunicação, uma vez que computadores de pequeno porte

apresentam uma menor relação preço/desempenho em relação aos

grandes. Assim, sistemas que utilizam apenas uma máquina de grande

porte e de custo muito elevado podem ser concebidos à base da

utilização de um grande número de microcomputadores (ou estações

de trabalho) manipulando dados presentes num ou mais servidores de

arquivos.

Comunicação e troca de informações.

A diferença na dimensão das Redes de Comunicação introduz diferentes

problemas e necessidades e devem, então, ser objeto de uma classificação:

Rede Local (ou LAN Local Area Network), caracterizada

particularmente por uma pequena extensão, limitando-se

normalmente à interconexão de computadores localizados em uma

mesma sala, em um mesmo prédio ou em um campus.

Rede Metropolitana (MAN (Metropolitan Area Network) é uma

versão ampliada de uma LAN, pois os dois tipos de redes utilizam

tecnologias semelhantes. Uma MAN pode atingir um grupo de

escritórios vizinhos ou uma cidade inteira e pode ser pública ou

privada. A principal razão de ser uma categoria especial é que

19

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS utilizam um padrão especial chamado DQDB (Distributed Queue

Dual Bus).

Rede de Longa Distância (ou WAN Wide Area Network) ou

também chamada de Rede Geograficamente Distribuída,

carateriza-se por conectar computadores localizados em diferentes

prédios numa mesma cidade ou mesmo em cidades distantes de

uma dada região.

PRINCIPAIS TIPOS DE REDES

Os principais tipos de redes existentes, quanto à disposição física dos

equipamentos, são:

a) rede local ou LAN (Local Área Network)- neste primeiro tipo, os

equipamentos estão no mesmo espaço

b) rede ampla ou WAN (Wide Área Network)- neste segundo tipo, os

equipamentos estão distribuídos em dois ou mais locais diferentes

c) internet (rede mundial de computadores)- neste caso, o planeta serve como

parâmetro espacial

d) intranet (rede de organização com recursos e apresentação gráfica típicos

da Internet), neste quarto tipo elencado, não há critérios espaciais de definição.

Do Sistema de Segurança nas Redes.

As redes, notadamente a internet, trouxeram a preocupação

sistemática com os aspectos de segurança das informações manipuladas e

armazenadas nos computadores. Os principais instrumentos de segurança utilizados são:

a) senha de acesso;

b) controle de usuário , com níveis de acesso;

c) firewall ( lógicos ou físico, funcionam como filtros do tráfego de dados);

d) encripação (codificação das informações);

e) BACKUP (cópias de segurança dos arquivos).

Servidores

Uns componentes muito importantes utilizados nas Redes Locais são

os SERVIDORES. Eles são micros dedicados que prestam serviços

específicos, tais como a gerência de arquivos e a impressão para as demais

estações da rede.

20

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS O servidor é um computador que eleva a capacidade de

processamento, cuja função é disponibilizar serviços à rede. Em geral essa

máquina processa grandes volumes de dados requerendo uma CPU rápida,

dispositivos de armazenamento de alta capacidade e acesso rápido. Em uma

rede baseada em um servidor, temos normalmente sistemas operacionais mais

potentes como é o caso do Windows NT, Netware 4.x, LAN Server IBM, UNIX,

sendo necessário um estudo mais criterioso para a definição de qual deve ser

utilizado.

Síntese da aula Você aprendeu os principais tipos de rede. Existem, todavia, diversos

outros tipos de redes que já se encontram em desuso e outras ainda não são

tão comuns e usuais no nosso sistema eletrônico.

Neste tema, verificamos os diversos tipos de redes de comunicação e

especificamos onde elas podem ser melhor utilizadas. Agora, basta que você

aplique no seu cotidiano mais esse conhecimento apreendido.

Atividades

1 – Cite cinco objetivos das redes, conceituado-os.

2 – Quais são os principais tipos de redes?

3 – Qual o instrumento de segurança nas redes que funciona como filtro de

tráfego de dados?

21

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Tema 05

Internet

Objetivos Conhecer como surgiu e evoluiu a internet.

Entender como funciona a internet.

Citar as ferramentas da internet e a sua aplicação no mercado de trabalho.

Introdução O mundo está em constante transformação. As tecnologias de

informação e comunicação (TIC’s) dão maior velocidade às informações na

mesma medida em que elas aumentam. Dispor de uma ferramenta que nos

possibilite enviar e receber informações armazená-las virtualmente, é

importante para a disseminação do conhecimento.

Internet: até pouco tempo atrás esta palavra era coisa de cinema

americano: onde você via o agente americano se comunicando com o seu

chefe no quartel do FBI por meio de um computador ligado via satélite ou

mesmo por linha telefônica.

Hoje, a internet está mais comum do que se imagina, por exemplo, a

popularização dos computadores (o projeto Computador para Todos do

Governo Federal disponibiliza computador a um preço máximo de R$ 1.400,00

pela redução de impostos) juntamente com a linha telefônica fque avoreceu

acessar a internet.

Segundo Lévy (1999), o nome Internet vem de internetworking (ligação

entre redes). A internet é um conjunto de meios físicos (linhas digitais de alta

capacidade, computadores, roteadores etc.) e programas usados para o

transporte da informação.

Simplificando para uma linguagem mais popular, podemos caracterizar

a internet como um conjunto de redes de computadores interligados por um

mesmo protocolo que determina como dois ou mais processos se comunicam e

interagem para troca de dados, de forma que o usuário dela pode ter acesso a

serviços e informação em escala mundial.

22

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS ASSIM NASCEU A INTERNET

Em 1969, o Governo dos Estados Unidos criou a APARNET (Advanced

Research Projects Agency Network – rede da agência de projetos de pesquisa

avançada). Essa rede de computadores tinha como objetivo colocar cientistas

em contato uns com os outros, trocando idéias e visando potencializar os

resultados de suas pesquisas.

Mas, a APARNET é a INTERNET? Não, mas foi a partir do conceito de

da APARNET que surgiu a Internet. Antes a APARNET tinha um número

limitado de usuários, depois de um tempo é que esse número foi aumentando

conforme o crescimento de universidades interessadas em participar do

projeto. Daí nasceu a internet, de lá pra cá a internet não parou de crescer. De

6 anos para cá houve uma explosão da internet; hoje mais de 30 milhões de

brasileiros têm acesso à internet conforme a SBC (2005).

Nos dias de hoje, considerar a internet como uma simples ferramenta

para enviar e receber e-mails ou mesmo para visitar um site para pegar uma

receita vista em um programa de televisão é subestimar a sua potencialidade

frente às possibilidades quase que infinitas.

QUEM CONTROLA A INTERNET?

Bill Gates com certeza não é. Ao contrário do que muita gente pensa, a

internet não tem um dono nem um controlador específico. Segundo Castells

(1999), o único modo de controlar a rede é não fazer parte dela, e esse é um

preço alto a ser pago por qualquer instituição ou organização, já que a rede se

torna abrangente e leva todos os tipos de informação para o mundo inteiro.

Mesquita (2003) reforça afirmando que a internet é uma rede

corporativa, são os usuários que fazem a cara da internet conforme os fins que

cada um espera dela. Se voltar ao início deste tema verá que a internet foi

criada com intuito de compartilhar informações entre estudiosos de vários

lugares dos Estados Unidos e, com o tempo, esta rede foi aumentando de

modo que já é praticamente impossível alguém controlar o conteúdo da

internet, são bilhões e bilhões de páginas munidas com milhares de todos os

tipos de assuntos.

Para Lévy (1999), nenhuma autoridade central garante o valor das

informações na internet, mas os sites são produzidos e mantidos por pessoas e

instituições que assinam as suas contribuições e defendem a sua validade

frente a comunidade dos internautas; portanto, essas informações são

garantidas por essas pessoas, que colocam em jogo sua reputação na web

tanto quanto (ou mais que) por meio de outras formas de comunicação.

TORNANDO-SE UM INTERNAUTA

23

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Internauta é quem acessa a internet. Feitas as apresentações vamos

conhecer o equipamento básico necessário para acessar a internet.

• Computador com modem

• Linha telefônica

• Acesso a um provedor de internet

Você precisa dos três elementos básicos acima citados para poder

entrar no mundo virtual da internet, pois através do computador você aciona

um programa que é chamado de discador, que por sua vez, dá a ordem ao

modem para utilizar a linha telefônica onde é feita uma ligação para o provedor.

Ele é responsável por estabelecer uma conexão do internauta com a internet.

Se você pretende acessar um computador na China, por exemplo, não é

necessário fazer um interurbano internacional. Basta conectar-se a um

computador ligada à internet em sua cidade. Esse computador local está

conectado a uma máquina em outro estado, que está ligado a outro país e

assim por diante, o desenho abaixo explica melhor o que estou querendo dizer.

CONHECENDO OS TERMOS E FERRAMENTAS PARA A INTERNET

Até agora conhecemos como nasceu e como funciona a internet, mas

quase que deixamos de mencionar mais itens que também são muito

importantes para que você entenda não só o funcionamento, mas também

como utilizar a internet de forma produtiva em suas aulas, e por que não, em

seu cotidiano.

Em primeiro lugar, você já deve ter se perguntado por que todos os

endereços na internet começam com www? A resposta é simples, www é a

sigla de World Wide Web (tradução: rede de alcance mundial), podemos

pensar nela como uma maneira de navegar no mundo virtual da internet.

Dentro da internet você poderá encontrar textos, imagens e sons denominados

hipertextos e hipermídia. A www não é o único serviço da internet, além dela há

outros serviços como correio eletrônico, transferência de arquivos (FTP), listas

de discussão, chat (bate papo) entre outros.

Hipertexto é o nome dado a uma forma de acesso ao conteúdo não

linear, na internet cada página está interligada uma a outra, não importa se

estão a quilômetros de distância, então quando estivermos falando de leitura

não linear de um texto estaremos falando de um hipertexto.

Agora quando você acessa um conteúdo na rede que contém além de

texto, possui sons, vídeo e imagens, estaremos falando de hipermídia.

Para acessar o conteúdo da internet você precisará de um browser

(navegador: para nós que falamos na língua portuguesa). Conforme sabemos,

a internet possui conteúdo e que é apresentado sob forma de textos, imagens,

sons e vídeo, o navegador tem como função interpretar essas mensagens e

24

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS organizá-las de modo que o internauta possa visualizá-las. Uns dos mais

conhecidos são os navegadores Internet Explorer e o Netscape, veja figura:

Imagem do Microsoft Internet Explorer Imagem do Netscape

Todos os navegadores seguem em sua maioria um padrão de interface

conforme o desenho:

Através do navegador, além dos sites com informações sobre um

termi

Bate-papo (chat): Funciona da seguinte forma: você entra em uma sala

de nado assunto, você poderá acessar salas de bate-papo (chat), listas de

discussão (Fórum) e correio eletrônico (e-mail). Vamos conhecer cada um

deles:

onde tem um determinado número de pessoas, você pode conversar

diretamente com uma pessoa (reservado) ou pode falar com todos os

participantes da sala, é um espaço democrático, mas como toda sala, tem um

limite de pessoas que podem participar.

25

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS • Listas de discussões (Fórum): Imagine um mural de recados onde você

pode deixar um recado e outra pessoa passa por este mural e pode deixar um

comentário relacionado ao que você escreveu. O Fórum ou Lista de Discussão

funciona deste modo, o internauta entra em uma lista de discussão sobre um

determinado tema e deixa o seu recado, outro internauta o acessa e coloca o

seu ponto de vista sobre o que o colega escreveu ou então escreve outro

recado para que outros possam dar a sua opinião. O fórum é considerado um

dos espaços mais democráticos da internet e não tem limites de participantes.

• Correio eletrônico (e-mail): Em frente a sua casa você deve ter uma caixa

de correios, certo? Pois então, o correio eletrônico funciona da mesma forma.

Na internet você tem uma caixa de correio (caixa postal) em que você receberá

as suas cartas (e-mails). Para você receber é necessário que você possua um

endereço da sua casa (endereço eletrônico), por exemplo: Você mora na Rua

dos lougros, N° 37, Palmas – TO. Já na internet o seu endereço poderia ser

[email protected]. O endereço eletrônico, diferente do residencial, é

você quem escolhe.

Síntese da aula É através da internet que podemos nos comunicar de forma mais

interativa. Os hipertextos são recheados de hipermídia (textos com sons e

imagens) que proporcionam maior familiaridade com as páginas. Isso facilita (e

muito!), a nossa forma de comunicação no trabalho e em casa.

Com este estudo vimos que a tecnologia digital é uma realidade, são

fascinantes as informações relativas à internet, justamente por sua aptidão em

dar vida à era da informação.

Atividades 1 – Qual a maneira de entendermos as inovações tecnológicas e conciliá-las ao

mundo jurídico?

2 – No seu entendimento, a internet facilitou o acesso às informações?

Explique.

3 – A tecnologia digital é uma realidade ou utopia? Explique.

26

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Tema 06 Revolução da Informação - Sociedade da Informação

Era da Informação

Objetivo Conhecer o mundo virtual, a era e sociedade da informação e seus aspectos

históricos e atuais.

Introdução Atualmente, somos testemunhas de transformações radicais da forma de vida

na face do planeta. Destacamos a principal condutora dos vários fenômenos

observados e vivenciados: a chamada "Revolução da Informação". A utilização

crescente de expressões como "Era da Informação", "Sociedade da

Informação", "Nova Economia", entre outras, anunciam as mudanças em curso,

algumas delas tão-somente na sua fase inaugural.

Todos os domínios da vida social estão sendo modificados pelos usos

disseminados da internet e estão mudando a forma como as pessoas se

comunicam. Uma nova forma social, a sociedade de rede, está se constituindo,

embora sob uma diversidade de formas e com consideráveis diferenças em

suas conseqüências para a vida das pessoas, dependendo de história, cultura

e instituições. As oportunidades que essa transformação oferece são tão

numerosas quanto os seus desafios.

A "Revolução da Informação" ou "Era da Informação" significa, entre

outros aspectos importantes, o ingresso da sociedade humana em um novo

patamar de produção de riquezas e valores. A "Revolução Agrícola" colocou a

"terra produtiva" como elemento central do sistema de geração de riquezas.

Para Melo (2000, p. 22), "A primeira grande mudança vivenciada se deu no

período neolítico, quando o homem começa a afastar-se da floresta. De

nômade passa à vida sedentária, dando início a uma agricultura rudimentar. Foi

chamada de Revolução Agrícola, em que a terra consistia no maior patrimônio,

meio pelo qual, através do dispêndio de energia humana e de tração animal,

empregavam-se técnicas rudimentares e gerava-se riqueza".

27

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Já a Revolução Industrial teve como ator central a máquina (movida a

vapor e, depois, a eletricidade). A humanidade, há uns 300 anos, iniciou outra

grande mudança, passando de civilização eminentemente sedentária e agrícola

para outra de produção em massa, principalmente na Europa, chamada de

Revolução Industrial “(...) A Revolução Industrial tem por marco a invenção da

máquina a vapor em 1776, que possibilitou o aparecimento da produção em

massa, substituindo o trabalho artesanal. MELO (2000).

No estágio atual, na fase da "Revolução da Informação", a informação

e o conhecimento passam a desempenhar o papel central na atividade

econômica .

De acordo com Castells (2001), a informação é o produto-chave da Era

da Informação sendo que a Geração de conhecimento e processamento de

informação são as fontes de valor e poder nessa fase. Na Revolução Digital o

conhecimento passa a ser o principal meio de geração da riqueza.

Para Zuffo (1999), numa cibersociedade, em que o conhecimento e a

educação ocupam papel central no processo de desenvolvimento e progresso

social, as políticas governamentais de desenvolvimento científico-tecnológico

são fundamentais no processo de manutenção da identidade cultural e

soberania nacional.

A "Revolução da Informação" pode ser considerada o grande acontecimento do século XXI. Num realce histórico, segundo os estudiosos, percebemos que já

passamos por quatro estágios de uma revolução da informação que teve início

no século XVI. O primeiro estágio foi a invenção da prensa tipográfica, no início

do século XVI (Gutemberg). Até o século XIX não foi introduzida nenhuma

tecnologia que alterasse a forma, o volume e a velocidade da informação. Com

o surgimento do telégrafo, em meados do século XIX, temos o início do

segundo estágio da revolução. Até então, a informação só podia mover-se com

a velocidade do trem, ou seja, cerca de 50 quilômetros por hora. Com o

telégrafo, o transporte e a comunicação se libertam um do outro e a informação

se transforma numa mercadoria, algo que pode ser comprado e vendido, sem

levar em conta seus usos ou sentidos. A fotografia, inventada mais ou menos

na mesma época da telegrafia, inicia o terceiro estágio da revolução da

informação e no final do século XIX, os anunciantes e homens de jornais

descobriram que uma imagem valia, não apenas mil palavras, mas em termos

de vendas até milhões de dólares. No início do século XX, ocorre no Ocidente

o quarto estágio, a radiodifusão, em seguida, o surgimento da televisão e hoje

estamos vivendo em cheio o quinto estágio com o advento da tecnologia do

computador e da Internet. (Apresentação do livro "Tecnologias da Informação e

da Comunicação" de Jayr Figueiredo de Oliveira).

28

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Afinal, a sociedade da informação substituiu a sociedade industrial do

século XX. Esta substituição provocou (provoca e provocará) mudanças

fundamentais na disseminação de conhecimentos, no comportamento social,

nas atividades econômicas, na organização administrativa de instituições

públicas e privadas, na esfera das relações políticas, nos meios de

comunicação, na educação, na saúde e mesmo nas atividades recreativas e de

lazer.

Importa destacar que a informação sempre esteve presente na

sociedade humana. Portanto, a decantada "Revolução da Informação" não fez

surgir a codificação, o armazenamento e a transmissão da informação.

Entretanto, este fenômeno está modificando profundamente as formas de

existência, produção, posse, propriedade e transmissão da mesma.

“Na verdade, estamos em meio a uma explosão da informação.

Segundo um estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley, há na web

cerca de 550 bilhões de documentos (95% publicamente acessíveis), e a

informação on-line está crescendo à taxa de 7,3 milhões de páginas da web

por dia. A produção de e-mails por ano é quinhentas vezes maior que a de

páginas da web. A produção de informação anual do mundo, sob diferentes

formas, eleva-se a 1,5 bilhão de gigabytes, dos quais, em 1999, 93% foram

produzidos em forma digital". (Castells, 2001, p.77)

Hoje, a informação não conhece, em termos de propagação, limites

temporais ou geográficos. Mesmo os limites políticos, relacionados com a

soberania dos Estados, estão sendo superados com imensa facilidade. Dos Desafios da Nova Ordem Mundial

A imensa e crescente quantidade de informações produzidas e

transmitidas no mundo moderno desperta a atenção e a preocupação de

cientistas e filósofos para os aspectos negativos decorrentes desta realidade.

Acentua-se, com acerto, a necessidade do desenvolvimento da capacidade de

aprender, de lidar com sabedoria com as informações e conhecimentos

disponíveis.

Dentre os desafios da nova ordem mundial, inclui-se o alerta para a

aparente maior relevância das novas tecnologias e equipamentos, assim como

da geração e difusão de informações do que propriamente conhecimentos.

Objetivando realçar este ponto, alguns autores chegam inclusive a falar de Era

da Ignorância (ao contrário de Conhecimento), enquanto outros chamam a

atenção para os riscos associados à hiperinformação, resultante do alto volume

de informação em circulação e ao relativo descuido com a geração e

acumulação de conhecimentos. Desta forma, adverte-se que mais grave ainda

do que não possuir acesso às novas tecnologias e a informações, seja não

dispor de conhecimentos suficientes para fazer uso das mesmas.

29

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Aspectos mais Relevantes Para Castells (2001), os aspectos mais relevantes da revolução em

andamento, pela variedade e profundidade das conseqüências antevistas,

estão a interatividade generalizada e a separação entre a informação e seu

substrato material. Este último ponto deve ser sublinhado. Afinal, durante

quase três séculos de Revolução Industrial, ou mesmo nos três últimos

milênios, a sociedade humana lidou com bens corpóreos, com realidades

materiais e suas múltiplas relações. Os universos econômico, social e

jurídico, para citar alguns, estão voltados para este traço da existência,

verdadeiro paradigma para construção do conhecimento científico, do

arcabouço intelectual para compreensão do mundo. Agora, temos a informação

dissociada de seu suporte físico, como algo autônomo, prometendo mudar

radicalmente nosso estilo de vida em sociedade. Este fenômeno tem sido

denominado de "desmaterialização de conceitos".

Meio e mensagem na história da Humanidade sempre coexistiram,

tendo por ponto de partida a ocorrência de uma relação comunicativa. A grande

mudança verificada nos últimos anos foi ter a informação (mensagem)

adquirido valor próprio independente do suporte físico pelo qual é veiculada.

Esta mudança acarreta delicados problemas jurídicos relacionados aos atos

realizados à distância ou por intermédio de equipamentos eletrônicos.

Greco (2000) afirma que esta revolução pode ser resumida no reconhecimento

de que estamos passando 'dos átomos para os bits'. (...) Uma nova civilização

está em criação; nesta, o conceito relevante não é mais o de átomo, mas sim o

de bit, (...) Esta é a grande mudança. O valor não está mais atrelado

necessariamente às características físicas das coisas. (...) Ou seja, há uma

dupla mudança: por um lado, a informática deu vida a novos 'bens' (softwares,

banco de dados etc.); por outro lado, bens clássicos assumiram nova feição

(virtual) em razão dos avanços da tecnologia e da informática (basta lembrar os

chamados 'livros eletrônicos'). (...) Na medida em que se acrescenta uma

utilidade, acrescenta-se um valor ao que antes existia. Daí dizer-se que o

elemento chave num mundo informático é o conceito de 'valor adicionado'. Vale

dizer, os bens informáticos não valem pelo que eles são, mas sim pelo valor

que eles adicionam à vida de alguém, de uma empresa, do Poder Público etc.

"Numa economia eletrônica baseada no conhecimento, na informação

e em fatores intangíveis (como imagem e conexões), a inovação é a função

primordial". Castells (2001, p.85)

Surgimento de uma Nova Forma de Sociedade Manuel Castells (2001), considerado um dos principais teóricos da "Era

da Informação", destaca, com bastante ênfase, o surgimento de uma nova

forma de sociedade: a "sociedade de rede"

30

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS "Uma rede é um conjunto de nós interconectados. A formação de redes é uma prática humana muito antiga, mas as redes ganharam vida nova em nosso tempo transformando-se em redes de informação energizadas pela Internet. As redes têm vantagens extraordinárias como ferramentas de organização em virtude de sua flexibilidade e adaptabilidade inerentes, características essenciais para se sobreviver e prosperar num ambiente em rápida mutação. É por isso que as redes estão proliferando em todos os domínios da economia e da sociedade, desbancando corporações verticalmente organizadas e burocracias centralizadas e superando-as em desempenho. Contudo, apesar de suas vantagens em termos de flexibilidade, as redes tiveram tradicionalmente de lidar com um grande problema, em contraste com hierarquias centralizadas. Elas têm tido considerável dificuldade em coordenar funções, em concentrar recursos em metas específicas e em realizar uma dada tarefa dependendo do tamanho e da complexidade da rede". Castells (2001, p.7).

Neste contexto, as fórmulas organizacionais tradicionais, baseadas em

cadeias de comando e controle verticais e racionais, estão cedendo espaço

para redes caracterizadas pela flexibilidade, coordenação de esforços,

descentralização e horizontalidade.

Vale lembrar que as considerações realizadas neste campo ainda são

precárias e parciais. Conspiram contra elas a complexidade, a novidade e a

vertiginosa velocidade das mudanças. Não são raras, mesmo partindo de

atores sociais em posições privilegiadas, previsões completamente

desastradas.

Assim, quanto ao conhecimento, estamos na fase de perplexidade, de

aproximação, de problematização. No futuro, inexoravelmente, os esforços

científicos, incluindo os do direito, terão de aprofundar suas percepções e

construir os elementos necessários para lidarmos com estas novas realidades.

Ademais, as mudanças tecnológicas em curso têm gerando enorme surpresa

em todas as áreas do convívio social. Afinal, situações ou casos antes tratados

como ficção científica já fazem parte do dia-a-dia das pessoas e desafiam os

cientistas e técnicos de todas os setores, entre eles os operadores do direito.

Por conseguinte, um dos traços sociais mais instigantes dos "tempos

modernos" é o processo de assimilação, inclusive psicológica, das novas

tecnologias, suas múltiplas facetas e utilidades.

Síntese da aula Procuramos verificar o quanto a sociedade, hoje chamada de

sociedade da informação, tem modificado os modos de pensar no mercado de

trabalho e nas próprias relações com as pessoas, e perceber o quanto as

novas tecnologias da informação e comunicação vêm contribuindo para tais

ações.

31

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS A sociedade da informação não é um modismo; é um fenômeno global

com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas

podendo ser considerada um novo paradigma técnico-econômico.

Atividades 1 – Faça uma busca histórica sobre a evolução da informação e, no final,

estabeleça as conclusões relativas às vantagens e desvantagens sobre a

evolução da tecnologia no mundo.

2 – Estabeleça um paralelo entre a Sociedade da Informação e a Era da

Informação.

32

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Tema 07

Tecnologia da Informação Objetivo Conhecer os traços marcantes da tecnologia da informação, o desenvolvimento

tecnológico e seus aspectos positivos e negativos.

Introdução Um dos traços mais marcantes do convívio humano consiste no manuseio de

dados, informações e conhecimentos como forma de entender as realidades

física, biológica e social reduzindo continuamente os níveis de ignorância e

incerteza. A sabedoria, posta num plano prático, empresta a perspectiva de

responsabilidade social para a aplicação do conhecimento.

Dados, informação e conhecimento

Dados são os elementos básicos da construção do saber,

representados por números, palavras ou fatos. Já informação é o resultado de

uma organização, transformação ou análise de dados, ou seja, o tratamento de

um conjunto de dados para obtenção de um significado específico. O

conhecimento, por sua vez, consiste na interpretação (com argumentos e

explicações) de um conjunto de informações. Envolve hipóteses, teorias,

modelos e leis. É interessante notar a diferença que a informática estabelece entre 'dado' e 'informação'. Refere-se à palavra dado o registro que podemos estabelecer com um dos atributos (nomes, endereços, medidas, valores monetários, datas etc) de uma entidade (pessoa, objeto, empresa etc). Um dado passa a ser considerado informação quando é passível de ser recuperado para possíveis tomadas de decisões. Conseqüentemente, sistemas de informação, na informática, são hardware e software que automatizam a recuperação rápida de dados para tomadas de decisões. (GOUVÊA, 1997, p.41).

Para Fedeli, Polloni e Peres (2003, p. 03), "Dado é o elemento

identificado em sua forma bruta que por si só não conduz a uma compreensão

de um fato ou uma situação. Ao obter um levantamento de informações, de

nada nos serve, apenas como exemplo, o sexo do entrevistado; porém, a

33

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS informação analisada em conjunto com todos os dados levantados nos permite

saber quantos são do sexo feminino e quantos do sexo masculino,

caracterizando a amostra. Podemos, ainda, separá-la por faixa etária, para

uma análise mais profunda. Isto se chama tratamento da informação.

Tratamento é a transformação de um insumo (dado) em um resultado

gerenciável (informação). Informação é o dado trabalhado, que permite ao

executivo tomar uma decisão".

"Consideramos sinal como sendo o resultado em função do tempo da

coleta, medição ou detecção de qualquer grandeza física. (...) A informação é

o conjunto de resultados ou dados obtidos da coleta de sinais. Caracteriza-se

por sua utilidade para aplicações presentes ou futuras. (...) Conhecimento

significa, aqui, a forma e a capacidade de utilização das informações para a

obtenção de benefícios ou produção de bens para a prestaçãode serviços. (...)

Finalmente, consideramos sabedoria como sendo a utilização dos

conhecimentos de forma ponderada, justa e ética, em benefício de pessoas, de

comunidades, do meio ambiente, da ecologia e de todo o universo de seres

vivos e mesmo de coisas materiais e imateriais". (Zuffo, 1999, p. 43 e 44)

Assim, os dados, as informações e os conhecimentos precisam ser

armazenados, recuperados, combinados e relacionados de todas as formas

possíveis, notadamente com o objetivo de gerar ou criar conhecimentos novos

a partir dos já existentes.

Processamento de Dados

Denomina-se processamento, daí processamento de dados, às

várias operações efetuadas com dados, rumo à produção de informações e

conhecimentos. Este pode assumir as mais diversas formas e manusear os

mais diversos tipos de instrumentos ou ferramentas auxiliares. Assim, podemos

falar em processamento não-mecânico ou manual (utilizando sinais e gestos),

mecânico (com a presença de engrenagens e mecanismos) e eletrônico

(relacionado com circuitos eletrônicos compostos por elementos específicos,

tais como transistores, resistores e capacitores, responsáveis pela execução

das tarefas solicitadas).

"A computação óptica completa é considerada por muitos

pesquisadores a maior esperança de desenvolvimento futuro do

processamento de grande porte, pois permite superar muitas das cada vez

mais severas limitações tecnológicas do processamento eletrônico" (...)

"Encerrando nossas considerações sobre as possibilidades futuras da fotônica,

frisamos que, apesar da predominância dos circuitos eletrônicos e da

nanoeletrônica convencional ainda por muitos anos, acreditamos que a

nanofotônica será usada de forma crescente, podendo tornar-se até mesmo

34

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS dominante na área de informática a partir do ano 2020". (ZUFFO, 1999, p.13 e

23).

O desenvolvimento do computador, mais precisamente do computador

eletrônico, representou um gigantesco salto de qualidade nas atividades de

processamento de dados. Seguramente, ele foi o elemento decisivo da

Revolução da Informação e do ingresso na chamada Sociedade da Informação.

Neste sentido, a expressão tecnologia da informação (TI) é empregada para

identificar toda e qualquer tecnologia controlada por um computador eletrônico

(mais precisamente por um chip ou microprocessador).

Para Zuffo (1999, p.5) "... as Tecnologias da Informação (Information

Tecnology – IT), considerando seus quatro pilares fundamentais de

sustentação: a microeletrônica, a optoeletrônica, as telecomunicações e a

logicionária (software) de modo geral e, dentro das telecomunicações, a

Internet em particular. Observamos, também, que, no ponto vista de

tecnologias de informação, o próprio projeto de decodificação e interpretação

do DNA e do genoma humano enquadrando-se nessa área básica".

Verificamos que a sociedade contemporânea está mergulhada em

tecnologias da informação. Afinal, temos processadores eletrônicos em relógios

de pulso, aparelhos de telefonia móvel, agendas eletrônicas, computadores de

mão e de mesa, elevadores, aparelhos de som e TV, máquinas de fotografia,

filmadoras, fornos de microondas, entre tantos outros. Não pode ser olvidado o

fenômeno da aceleração histórica, onde a tecnologia se alimenta de si mesma,

onde a tecnologia torna possível mais tecnologia.

Assim, temos uma progressão geométrica do desenvolvimento

tecnológico, seguida pela diminuição do lapso de tempo entre uma descoberta

científica e sua exploração comercial. Gordon Moore, da empresa Intel,

fabricante de microprocessadores eletrônicos, afirma que a cada dezoito

meses os chips dobram sua capacidade de processamento enquanto mantêm

o preço. A rigor, a chamada "Lei de Moore" não se aplicaria indefinidamente.

Segundo as mais abalizadas manifestações científicas, quando o tamanho dos

circuitos eletrônicos se aproximar das dimensões atômicas será muito difícil

ampliar sua capacidade como vem sendo feito.

O Uso Eficiente de novas Técnicas

A tecnologia da informação tornou-se vital em praticamente todos os

aspectos da vida contemporânea. O uso eficiente das novas técnicas com

certeza significa a medida entre o sucesso e o fracasso, quer no campo

pessoal, quer no campo das diversas organizações sociais Em suma, nos EUA, na segunda metade da década de 1990, houve um aumento substancial do investimento em equipamento e software de tecnologia da informaçãoo, que, em 2000, correspondeu a 50% do investimento total em negócios. Esse investimento, juntamente com a

35

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS reestruturação organizacional, em particular com a difusão de uma interconexão baseada na Internet como prática empresarial generalizada, parecem ser fatores críticos para explicar o crescimento da produtividade do trabalho - que é a fonte última da criação de valor e o fundamento da nova economia. (CASTELLS, 2001, p.84).

Da Economia Baseada no Conhecimento

Na atual "economia baseada no conhecimento", uma das inúmeras

denominações da sociedade da informação, a ciência e a tecnologia

desempenham papéis centrais. Cresce, inclusive, a dificuldade de distinção

entre ciência e tecnologia, até porque são, as duas, intensamente permeadas

por interesses econômicos.

Neste sentido, a inovação tecnológica, considerada como a

transformação do conhecimento em bens e serviços voltados para o mercado,

funciona como o motor do desenvolvimento econômico. Ressurge, assim, com

força, a "teoria da inovação", formulada originalmente por Schumpeter para

explicar a dinâmica de evolução da sociedade capitalista a partir de inovações

representadas por novos bens de consumo, novos métodos de produção e

novas formas de organização empresarial.

Teoria da Inovação

A Teoria da Inovação vincula-se, enquanto legado teórico, a Joseph

Schumpeter, economista austríaco e professor da Universidade de Harvard,

que o foi o principal formulador desta teoria em seus aspectos epistemológicos.

Foi dele a observação de que as longas ondas dos ciclos do desenvolvimento

no capitaslismo resultam da conjugação ou da combinação de inovações, que

criam um setor líder na economia, ou um novo paradigma, que passa a

impulsionar no crescimento rápido dessa economia. (...) Segundo Schumpeter:

O impulso fundamental que inicia e mantém o movimento da máquina capitalista decorre de novos bens de consumo, dos novos métodos de produção e transporte, dos novos mercados, das novas formas de organização industrial que a empresa capitalista cria (...) A abertura de novos mercados - estrangeiros ou domésticos - e o desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos conglomerados (...) ilustram o mesmo processo de mutação industrial (...) que incessantemente revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando a nova. Esse processo de Destruição Criativa é o fato essencial do capitalismo. É nisso que consiste o capitalismo e é aí que têm de viver todas as empresas capitalistas." Pires. Hindenburgo Francisco. Inovação Tecnológica e Desenvolvimento da Cibercidade: O advento da Cibercidade. Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/geografia/geo13a.htm>. Acesso em: 20,jun.2005.

36

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

O momento crucial da mudança tecnológica refere-se à entrada da

invenção no processo produtivo, que possui grande impacto para o

desenvolvimento econômico.

Diferença entre invenção e inovação

Podemos distinguir invenção de inovação para demarcar esse

momento: a invenção, em si mesma, não teria dimensão econômica, referindo-

se à descoberta de princípios que podem permanecer restritos ao campo do

conhecimento. A inovação, por outro lado, teria aplicação prática, possibilitando

o emprego de recursos econômicos de uma forma ainda não efetivada. Essa

distinção tem o mérito de destacar o fato de que nem todo avanço no

conhecimento tem, necessariamente, implicações na produção, circulação e

consumo de mercadorias.

No entanto, não podemos ver estes dois processos como sendo

independentes: a descoberta de novos princípios cria a possibilidade de sua

aplicação a curto ou longo prazo, assim como um novo emprego de recursos

econômicos pode conduzir à descoberta de novos conhecimentos.

Em sua acepção mais geral, inovação refere-se à 'introdução de

conhecimento novo ou novas combinações de conhecimentos existentes'. Por

sua própria definição, o conceito supõe e impõe uma relação estreita entre

inovação e conhecimento. Já a inovação tecnológica, refere-se a 'novos

produtos e/ou processos de produção e aperfeiçoamentos ou melhoramentos

de produtos e/ou processos já existentes'.

No entanto, um conceito mais abrangente de inovação foi introduzido

por Chistopher Freeman no âmbito das discussões realizadas pela OCDE, em

meados de 1970, para responder à necessidade sentida nos países

desenvolvidos de ações governamentais que integrassem políticas econômicas

e de ciência e tecnologia, P&D e indústria, sistema de pesquisa e sistema

produtivo, visando a aumentar a competitividade internacional. Hoje em dia,

diante da constatação de que a inovação tecnológica stricto sensu não garante

competitividade e não resolve sérios problemas sociais ligados a processos de

produção, amplia-se o alcance do conceito para incluir também:

a) a organização e gestão do trabalho dentro da empresa;

b) formas de atualização e qualificação profissional dos trabalhadores;

c) desenvolvimento de novas formas de relação capital/trabalho e/ou de

organização do trabalho na empresa;

d) descentralização com integração (social, produtiva, administrativa e

política);

e) formação de recursos humanos qualificados em colaboração com as

universidades, etc.

37

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS A inovação em seu sentido mais amplo torna-se objeto-chave, tanto

para a ciência social quanto para as políticas e estratégias de desenvolvimento.

"A inovação ocupa lugar central na 'economia baseada no conhecimento'. Um

grande número de estudos sociais e econômicos recentes indicou a existência

de um corpo substancial de evidências de que a inovação é o fator dominante

no crescimento econômico nacional e na dinâmica dos padrões do comércio

internacional.

Segundo o art. 39 da lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e no efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.

Para a Finep a fim de contribuir de forma mais abrangente para a

indução do processo de inovação tecnológica nas empresas brasileiras, decidiu

estruturar a Biblioteca Virtual focada em "Tecnologia e Inovação", de maneira a

facilitar o acesso e a recuperação de informações relevantes sobre o tema,

bem como possibilitar o intercâmbio e o compartilhamento de conhecimento

entre seus clientes e parceiros.

Finep - Fundação de Estudos e

Projetos

Por outro lado, as modernas técnicas em questão suscitam inúmeros

problemas novos, tais como a utilização ética das inovações tecnológicas,

modificações nos processos de aprendizagem, explosão da quantidade de

informação disponível, radicais modificações na acessibilidade ao

conhecimento, profundas diferenças sociais a partir do acesso à informação

(exclusão digital, divisão digital, apartheid digital, analfabetismo tecnológico)

entre outros.

A sociedade da informação não é um modismo. Ela representa uma

profunda mudança na organização da sociedade e da economia, havendo

quem a considere um novo paradigma técnico-econômico, uma vez que a

estrutura e a dinâmica dessas atividades inevitavelmente serão, em alguma

medida, afetadas pela infra-estrutura de informações disponível. Tem ainda

marcante dimensão social, pelo seu elevado potencial de promover a

integração, ao reduzir a distâncias entre pessoas e aumentar o seu nível de

informação.

Segundo o Livro Verde não é livre de riscos, entretanto. Noventa por

cento da população do planeta jamais teve acesso ao telefone. Como podemos

evitar que as novas tecnologias aumentem ainda mais a desigualdade social

entre as pessoas. Os países e blocos políticos, desde meados da década de

90, defrontam-se com as oportunidades e os riscos que cercam o futuro e,

reconhecendo a importância estratégica da sociedade da informação, vêm

tomando iniciativas para assegurar que essa nova era venha em seu benefício.

38

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS A influência das redes baseadas na Internet vai além do número de seus usuários: diz respeito também à qualidade do uso. Atividades econômicas, sociais, políticas, e culturais essenciais por todo o planeta estão sendo estruturadas pela Internet e em torno dela, como por outras redes de computadores. De fato, ser excluído dessas redes é sofrer uma das formas mais danosas de exclusão em nossa economia e em nossa cultura. (...) Assim, não surpreende que a proclamação do potencial da Internet como um meio de liberdade, produtividade e comunicação venha de par com a denúncia da 'divisão digital' gerada pela desigualdade a ela associada. A diferenciação entre os que têm e os que não têm Internet acrescenta uma divisão essencial às fontes já existentes de desigualdade e exclusão social, numa interação complexa que parece aumentar a disparidade entre a promessa da Era da Informação e sua sombria realidade para muitos em todo o mundo. (CASTELLS, 2001 p.8 e 203).

A emergência da sociedade virtual, que hoje envolve a maioria das

nações do planeta, é irreversível e trará para aqueles que souberem desfrutar

seus benefícios todas as benesses da integração econômica mundial. Os

excluídos, porém, amargarão um subdesenvolvimento e uma ignorância

atávicos, que os colocarão à margem de quaisquer benefícios tecnológicos ou

científicos. Determinados cenários e experimentos são particularmente

instigantes, a exemplo daqueles que envolvem o desenvolvimento da

"inteligência artificial".

Aspectos Importantes Ligados à Informática Jurídica

Destacamos dois aspectos importantíssimos, ligados ao enfoque da Informática

Jurídica. Tratam-se:

a) da seleção do conhecimento de qualidade em meio ao volume de

informações existentes e em crescimento vertiginoso

b) da dificuldade de localizar este conhecimento.

Síntese da aula Verifica-se através deste estudo que o desenvolvimento e as mudanças

tecnológicas em curso, vem gerando enorme surpresa em todas as áreas do

convívio social, das quais fazem parte do dia-a-dia das pessoas e desafiam os

cientistas e técnicos de todos os setores, entre eles os operadores de direito.

Atividades 1 – Discorra com suas palavras sobre a teoria da inovação.

2 – Qual a diferença crucial entre invenção e inovação?

3 – O que se entende por processamento de dados?

4 – Estabeleça os aspectos positivos e negativos do desenvolvimento

tecnológico diante o desenvolvimento da informação.

39

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

40

Tema 08

Serviços Disponíveis na Internet

Objetivo Conhecer as possibilidades e ferramentas de pesquisa que a internet pode

proporcionar.

Introdução Você viram no tema 05 o quanto a internet cresceu nos últimos anos

paralelo a popularização do computador, mas de nada adiantaria ter a internet

se não conhecer todo o seu potencial. Neste tema veremos os serviços que

estão a disposição do usuário jurídico na rede mundial de computadores.

Acompanhamento de processos: pesquisa na Internet e sistemas Push

Entre as atividades mais delicadas dos operadores do direito,

notadamente o advogado e os auxiliares da justiça, está o acompanhamento

da tramitação dos processos sob sua responsabilidade.

Trata-se, em regra, de um considerável esforço de consulta minuciosa

às publicações oficiais e/ou de visitas periódicas aos vários cartórios onde os

feitos seguem seu curso. Tudo, para o advogado, num contexto de extrema

responsabilidade relacionada com a zelosa condução dos interesses de seus

clientes em juízo.

Este quadro tradicional passou (e passa) por uma profunda

modificação com o advento da Internet. Nos sites de praticamente todos os

Tribunais encontramos dois tipos de serviços voltados para a prestação de

informações acerca da tramitação dos processos. São eles:

a) consulta direta via navegador - com a indicação de referências

específicas (número do processo, advogado, parte, entre outros)

são apresentados os dados mais relevantes, notadamente os

andamentos registrados para os autos;

Supremo Tribunal Federal www.stf.gov.br/andamento/ConsultaProcessual.asp

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS www.stf.gov.br Superior Tribunal de Justiça www.stj.gov.br/stj/justica/index.aspwww.stj.gov.br Tribunal Superior do Trabalho www.tst.gov.br/ConsultaProcInstwww.tst.gov.br

b) Sistema push - mediante cadastramento prévio são enviados por

correio eletrônico os andamentos dos processos selecionados pelo

interessado.

Supremo Tribunal Federal www.stf.gov.br/oracle_email/push.aspwww.stf.gov.br Superior Tribunal de Justiça www.stj.gov.br/stj/pushwww.stj.gov.brTribunal Superior do Trabalho ext01.tst.gov.br:8080/ext01/plsql/ap_gera_arq_cadastro.iniciowww.tst.gov.br

Atualmente, o acompanhamento processual pela Internet,

principalmente o sistema push, não produz nenhum efeito jurídico. Trata-se de

um serviço meramente informativo ou indicativo.

Das conseqüências mais interessantes dos mecanismos de

acompanhamento processual pela Internet é a administração da ansiedade das

partes pela conclusão dos processos. Agora, o interessado pode acompanhar

diretamente, sem mediação do advogado, a tramitação de seu caso.

O acompanhamento processual é um dos exemplos mais eloqüentes

do fenômeno da disponibilização crescente de inúmeros serviços, notadamente

públicos, pela Internet.

Peticionamento eletrônico O peticionamento eletrônico é o mais recente dos serviços

disponibilizados pelos Tribunais. Trata-se, em linhas gerais, da possibilidade de

encaminhar petições pela Internet, sem necessidade de protocolar os

"originais", em papel, dentro de determinado prazo. O fundamento legal para o

41

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS serviço pode ser encontrado no art. 1o. da Lei n. 9.800, de 1999 e no art. 18.

da Lei n. 10.259, de 2001.

Resta indagar, agora, qual terá sido o âmbito de abrangência da Lei n.

9.800 ao permitir que a prática de atos processuais possa utilizar-se de sistema

de transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile ou outro similar. Deve-se

entender que transmissão de dados feita por computador enquadra-se no

conceito de "outro similar?

Tipos de similares

Por outro lado, a interpretação da cláusula do similar aponta para dois

caminhos claramente distintos: o similar técnico e o similar funcional. No

primeiro caso - do similar técnico - teríamos o aproveitamento de uma técnica

com procedimentos semelhantes ou análogos aos daquela expressamente

indicada. Já no caso do similar funcional, a técnica pode ser completamente

diferente da indicada, desde que realize a mesma função, ou seja, atinja o

mesmo resultado. Entendemos, salvo algum caso particular, que a cláusula do

similar deve ser interpretada no segundo sentido. Um dos melhores exemplos

de aplicação da interpretação pelo critério funcional está justamente na Lei n.

9.800, de 1999.

Tribunal Regional do Trabalho da 12a. Região www.trt12.gov.br/peticao www.trt12.gov.brTribunal Regional Federal da 1a. Região extranet.trf1.gov.br/ePeticaowww.trf1.gov.br

Processo virtual. Vista eletrônica de autos

A utilização dos inúmeros recursos da tecnologia da informação avança

firmemente nos meios judiciários. Conforme já verificamos, praticamente todos

os Tribunais já criaram sites na Internet. Nestes espaços, podem ser

encontrados serviços de pesquisa de jurisprudência (ementas e inteiro teor),

boletins com as decisões mais importantes, notificação de andamentos

(sistema Push), consulta aos andamentos processuais, entre outros.

Atualmente, várias funcionalidades estão sendo desenvolvidas. Destacamos,

entre elas:

a) a notificação não só do andamento mas do inteiro teor da decisão

proferida;

b) o recebimento de petições pela Internet (peticionamento eletrônico)

c) o ajuizamento de certas ações (execuções fiscais) de forma virtual.

42

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Estes avanços delineiam no horizonte a possibilidade da adoção do

processo virtual. Teríamos, então, a substituição do papel pelo arquivo

eletrônico. Os autos seriam a reunião dos vários arquivos componentes de um

processo: a inicial, a contestação, as decisões interlocutórias, a sentença, os

recursos, as decisões dos Tribunais, etc. Neste estágio, poderíamos ter o

requinte da vista virtual do processo pela rede mundial de computadores.

Confira algumas das funcionalidades em desenvolvimento no campo jurídico:

www.stj.gov.br/stj/instituc/RevistaSTJ/merito03/economia/custo1.htmwww.stj.gov.br Trechos do edital da licitação visando a contratação do fornecimento de

uma solução integrada de informática, utilizando tecnologia GED

(Gerenciamento Eletrônico de Documentos) e "Workflow", para controlar a

entrada, saída, armazenamento e circulação de documentos, visando a

informatização dos processos de execução fiscal e seus incidentes.

Trabalho virtual

Os vários recursos, principalmente de comunicação, presentes na

Grande Rede estão produzindo uma revolução no campo das relações de

trabalho. Atualmente, dois fenômenos chamam a atenção. O primeiro,

conhecido como teletrabalho, é o aparecimento e crescimento quantitativo de

postos de trabalho virtuais. Nestes, o trabalhador desenvolve suas tarefas onde

lhe for mais conveniente e mantém relações funcionais com o empregador

através da Internet. O outro é a crescente utilização da Internet para

oferecimento e busca de mão-de-obra especializada. Para atender esta

demanda, foram desenvolvidos vários sites de empregos e currículos.

Site de empregos www.empregosbr.com.br Site de currículos www.curriculum.com.br

Não tardará para o universo jurídico ser incorporado a esta nova

realidade que descortina, várias possibilidades, notadamente no campo da

consultoria, acompanhamento de processos etc.

Eventos Jurídicos

A participação em eventos jurídicos (seminários, conferências,

congressos, etc) desempenha importante papel na formação intelectual do

43

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS operador do direito. O ambiente propiciado pelos encontros viabiliza a troca de

idéias e experiências e o conhecimento de novas tendências doutrinárias e

jurisprudenciais.

Com o advento da internet, a participação em eventos deste tipo ficou

bastante facilitada. Praticamente todas as fases ou etapas envolvidas podem

ser realizadas pela rede mundial de computadores. A divulgação ou

conhecimento pode ser obtido por e-mail ou visitas aos sites relacionados com

a ocorrência. A inscrição também pode ser feita de maneira eletrônica. A

reserva de hotel e a emissão de bilhetes aéreos também já chegaram na

Grande Rede.

Outro aspecto digno de nota é a própria realização do evento no seio

da rede. Manuseando as mais modernas tecnologias é possível transmitir, em

tempo real, as exposições e debates. Imagina-se que esta área tem um

enorme potencial de desenvolvimento.

Site especializado em eventos jurídicos on-line www.ambito-juridico.com.br Disco virtual

Um dos recursos mais interessantes da Internet é a utilização dos

chamados discos virtuais. Trata-se de "espaço de memória" num computador

ligado permanentemente à rede mundial (servidor) onde o usuário do serviço

pode armazenar e acessar arquivos.

A utilização compartilhada do disco virtual (por várias pessoas)

viabiliza, com incrível flexibilidade, trabalhos coletivos em torno de um mesmo

documento ou projeto. A mencionada flexibilidade decorre da ininterrupta

disponibilidade do material, independentemente de deslocamentos físicos do

usuário ou do uso do correio eletrônico.

Disco virtual I www.terra.com.br/discovirtualwww.terra.com.br Disco virtual II www.gratisonline.com.br/disco_virtual_gol.htmlwww.gratisonline.com.br Outros serviços disponíveis na Internet Vale registrar a implantação do Governo Eletrônico (Decreto de 18 de

outubro de 2000), voltado para a prestação de serviços e informações ao

44

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS cidadão. Entre os objetivos do Governo Eletrônico está o de viabilizar a

prestação na Internet, até dezembro de 2002, de todos os serviços realizados

pelas repartições governamentais federais. Neste campo, o art. 35 da Lei n.

10.522, de 2002, contém disposição expressa quanto à validade jurídica das

certidões emitidas pelos órgãos da Administração Fiscal e Tributária na

Internet.

Certidão quanto à Dívida Ativa da União www.pgfn.fazenda.gov.br/serpro/certidaowww.pgfn.fazenda.gov.br Certidão emitida pela Secretaria da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.br/certidao/default.htmwww.receita.fazenda.gov.br Certidão de Contas Julgadas Irregulares www.tcu.gov.br Governo Eletrônico www.governoeletronico.gov.br Portal Rede Governo (mais de 700 serviços e 4 mil itens de informação) www.redegoverno.gov.br

Também merece registro a disponibilização gratuita de inúmeros

serviços relacionados com o funcionamento da própria Internet (acesso,

agenda virtual, apostilas, cursos, disco virtual, dicionários, e-mails, fóruns,

favoritos, hospedagem, jogos, listas de discussão, chats, plug-ins, download,

antivírus, currículos, formulários, entre outros).

Grátis On Line www.gratisonline.com.br Serviços Grátis www.servicosgratis.com.br Formação de Escritórios Cálculos

O mundo dos números e dos cálculos está cada vez mais próximo do

operador do direito. Nas inúmeras situações envolvendo valores pecuniários,

45

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS torna-se necessário produzir planilhas ou conferir aquelas apresentadas por

terceiros. A modificação do art. 604 do Código de Processo Civil é um dos mais

eloqüentes exemplos da justeza da afirmação anterior. A partir da alteração do

dispositivo legal em questão pela Lei n. 8.898, de 1994, quando a

determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético,

o credor procederá à sua execução instruindo o pedido com a memória

discriminada e atualizada do cálculo.

Podemos arrolar as seguintes formas eletrônicas de se trabalhar com

cálculos:

a) planilhas: são programas ou softwares que permitem ao usuário realizar

praticamente todos os tipos de cálculos necessários. Neste caso, devem ser

obtidos os índices aplicáveis e construídas, uma a uma, as matrizes a serem

utilizadas.

O projeto OpenOffice.org, baseado em softwares livres e com

distribuição gratuita, inclusive para o uso comercial ou profissional, disponibiliza

um conjunto de aplicativos envolvendo também uma planilha eletrônica

compatível com os arquivos do Microsoft Office, pacote de programas mais

difundido no universo da microcomputação.

OpenOffice www.openoffice.org.br

c) programas ou softwares desenvolvidos especialmente para a

montagem de planilhas relacionadas com a atuação do operador

do direito.

Programa especializado em Cálculos www.calculos.com/civ.htmwww.calculos.com Sistema de Cálculos da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.br/Pagamentos/darf/sicalc.htmwww.receita.fazenda.gov.br

c) utilização de sites especializados no assunto.

Site especializado em Cálculos www.calculos.com Site com vários elementos para Cálculos www.trlex.com.br/ftp/tabela.htmwww.trlex.com.br

46

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Atualmente, várias empresas trabalham para suprimir a venda ou

distribuição de softwares. Nesta linha, uma das tendências mais significativas é

a manutenção dos programas em computadores permanentemente ligados à

Internet (servidores) e a venda de licenças de uso para os usuários. Assim, o

processamento seria realizado no servidor, sem necessidade de instalação do

programa no computador do usuário.

Banco de Dados

O operador do direito na sua atividade diária necessita coletar,

organizar e recuperar uma série de informações relevantes. São dados

relacionados com processos administrativos e judiciais, clientes, outros

operadores do direito, etc.

Para realizar estes procedimentos existe um tipo específico de

programa de computador ou software: o banco de dados. Este aplicativo

permite a criação de verdadeiras fichas eletrônicas com todo tipo de dado

imaginável (inclusive sons, imagens, etc). Por outro lado, a recuperação dos

dados também pode ser definida de inúmeras formas, inclusive relatórios

especialmente formatados.

Além dos softwares de banco de dados, onde existe necessidade de

configurar e desenvolver as características dos arquivos a serem utilizados,

podem ser adquiridos programas deste tipo especialmente voltados para o

universo jurídico (na mesma linha das planilhas eletrônicas antes referidas).

Controle de Prazos

O controle de prazos processuais consiste numa das atividades mais

críticas para o operador do direito, notadamente o advogado, membros do

ministério público, juízes, etc.

Para desenvolver a contento este crucial aspecto de suas atividades, o

profissional do direito pode lançar mão de programas ou softwares específicos,

normalmente componentes de pacotes de automação de escritórios ou

aproveitar programas de agenda, vários deles gratuitos, existentes na internet.

Agenda na Internet I www.elefante.com.br

Agenda na Internet II agenda.terra.com.br/agendawww.terra.com.br Armazenamento eletrônico de Informações

47

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Já observamos que o operador do direito na sua atividade diária

necessita coletar, organizar, arquivar e recuperar uma série de informações

relevantes. São dados relacionados com processos administrativos e judiciais,

clientes, outros operadores do direito, etc.

Antes, visualizamos o problema sob a ótica dos softwares utilizados

para armazenamento das informações, agora, cabem algumas considerações

sobre o suporte físico utilizado nesta atividade.

Os principais meios físicos para armazenamento eletrônico de informações

são:

1. Disquete - de fácil manuseio, podendo ser lido e gravado em praticamente

qualquer computador, mas com limitada quantidade de memória;

2. CD-R e CD-RW - também de fácil manuseio, necessita de drive específico

para leitura e gravação e possui significativa quantidade de memória;

3. Zip Drive - outro de fácil utilização, requer um drive específico para

utilização, pode ser lido e gravado e possui significativa quantidade de

memória;

4. Pen-Drive - dispositivo portátil, semelhante a um chaveiro, que pode ser

conectado na porta USB do microcomputador. Gera, a partir do

reconhecimento automático, um disco removível de tamanho variável,

conforme o modelo;

5. Disco rígido - presente em todos os microcomputadores, vem aumentando

de tamanho, quanto à memória, continuamente;

6. Disco virtual - disponível em vários sites da Internet, alguns gratuitos,

permite até o compartilhamento de arquivos por vários usuários. Os espaços

de memória são significativos.

Disco virtual I www.terra.com.br/discovirtualwww.terra.com.br Disco virtual II www.gratisonline.com.br/disco_virtual_gol.htmlwww.gratisonline.com.br Organização de Escritório

Várias das atividades do profissional do direito analisadas

isoladamente em momentos anteriores podem ser realizadas de forma

integrada mediante utilização de pacotes de automação de escritórios.

As funcionalidades normalmente encontradas são:

1. cadastro de clientes;

2. tramitação de processos;

48

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 3. agenda de compromissos;

4. controle financeiro;

5. geração de relatórios.

Vários destes gerenciadores jurídicos permitem a atualização de

informações, notadamente processuais, por intermédio da Internet.

Também é bastante comum a disponibilização de versões de demonstração

inteiramente gratuitas.

Gerenciador Jurídico I www.universojuridico.com.br/produtos/produtos.aspwww.universojuridico.com.br Gerenciador Jurídico II www.projuris.com.br/produtoswww.projuris.com.br Gerenciador Jurídico III www.startware.com.br/produtos.htmwww.startware.com.br

Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento

Um dos fatores, talvez o principal, que aponta para a existência de uma

Revolução da Informação (RdI) é o crescimento mostrado nos últimos anos,

tanto na quantidade de computadores, quanto na capacidade computacional e

de comunicação. Essas taxas de crescimento, assim como todas as

características ligadas ao computador, são caracterizadas por funções

exponenciais crescentes, ou seja, em intervalos de tempo aproximadamente

constantes seus valores dobram (os intervalos de tempo variam de acordo com

a característica analisada).

Síntese da aula Para Castro (2005, p. 12/13). O fim de todos os processos exponenciais está

relacionado à falta de recursos, entretanto, limites podem ser superados em

função da constante descoberta de novas tecnologias.

Embora as arquiteturas de computadores usadas hoje ainda sejam baseadas

no modelo de von Neumann de 1946, atualmente, novos modelos são objetos

de pesquisa. Esses modelos, por exemplo, computação biológica e

computação quântica, podem estender esse crescimento exponencial da

computação.

49

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Atividades

1.Segundo o texto, qual o tipo de sistema de busca na Internet onde a indexação das páginas é realizada por pessoas:

diretório ferramenta de busca

metabusca

2. Segundo o texto, qual o melhor mecanismo de busca da Internet:

Altavista MetaMiner

Google

3. Segundo o texto, qual a denominação do sistema de envio de informações processuais por correio eletrônico mediante cadastramento prévio:

peticionamento push peticionamento file

peticionamento eletrônico

4. Segundo o texto, qual o fundamento legal para o sistema de peticionamento eletrônico:

Lei n. 9.610, de 1998 Lei n. 9.800, de 1999

Lei n. 10.522, de 2002

5. Segundo o texto, trata-se de forma de intercâmbio de informações por correio eletrônico onde uma mensagem enviada será distribuída para todos os participantes de um grupo previamente constituído:

Disco virtual Fórum

Lista de discussão

Fonte: Exercícos retirados do site www.apostilando.com.br.

50

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

51

Tema 09

Métodos de pesquisas Jurídicas

Objetivo Aprender a pesquisar a legislação, Doutrinas e jurisprudências, e processos

judiciais.

Introdução O sistema jurídico brasileiro, ao contrário de vários alienígenas, está assentado

num complexo ordenamento legal. A importância da regra jurídica assume tal

magnitude que os Poderes do Estado são identificados segundo suas relações

com a mesma. Assim, temos o responsável pela criação da regra de direito

(Poder Legislativo), o incumbido de aplicar a lei para resolver conflitos de

interesses (Poder Judiciário) e, por fim, aquele com a função de aplicar a lei de

ofício (Poder Executivo).

Pesquisa de Legislação

Dois aspectos deste sistema jurídico fundado na lei concorrem

decisivamente para dificultar a vida do profissional do direito.

Primeiro, o fato de que temos quatro níveis de ordens normativas: o

nacional, o federal, o estadual e o municipal. A efetiva quantidade deles

apresenta correspondência um a um (biunívoca) com o número de pessoas

políticas existentes na Federação.

Segundo, a produção de normas jurídicas assume proporções

assustadoras, notadamente as tão criticadas Medidas Provisórias, mesmo

depois das restrições impostas pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001.

Atualmente, dois são os elementos eletrônicos mais relevantes de consulta

e acompanhamento da produção legislativa: o CD-ROM e a Internet.

No caso da legislação compilada em CD-ROMs, temos as seguintes

características ou vantagens mais importantes:

a) ocupação de espaço físico reduzidíssimo;

b) facilidade extrema de importação ou transferência do conteúdo (sem

necessidade de digitação);

c) atualização constante;

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS d) indicação das revogações e modificações sofridas pelos dispositivos legais;

e) possibilidade, extremamente útil, de pesquisa por palavra ou expressão;

f) disponibilidade permanente para consultas.

Legislação Informatizada Saraiva www.saraivadata.com.br Em relação à internet, já contamos com significativos repositórios com

ampla base de dados legais. Alguns deles incorporam a indicação de

modificações no diploma legal de interesse.

A base de dados legais do Senado Federal é de visita obrigatória

quando se pretende a consulta de um diploma legal específico ou a busca a

partir palavras ou expressões. Hoje, o banco de dados possui documentos de

referências de boa parte da legislação brasileira de hierarquia superior.

Legislação Senado Federal wwwt.senado.gov.br/legbras www.senado.gov.br O site da Presidência da República apresenta entre seus pontos fortes

um amplo conjunto de normas legais. Seus destaques são: a) Constituição

Federal (com a redação atual e a redação anterior dos dispositivos alterados);

b) Constituições Estaduais; c) Emendas Constitucionais; d) Códigos; e)

Medidas Provisórias em tramitação e f) Legislação Federal do Brasil.

Legislação Presidência da República www.planalto.gov.br A "LEGISLAÇÃO FEDERAL DO BRASIL", no site da Presidência da

República, é uma base de dados referencial da legislação brasileira, de

hierarquia superior, que abrange atos desde a proclamação da República -

1889, constantemente atualizada. As referências da legislação do Império

desde 1808 encontram-se em fase de complementação. Existem links para o

texto integral de boa parte da normas referidas na base de dados. O acesso é

realizado por meio de formulário eletrônico (de busca) contendo campos de

identificação do ato, número, ano, período, ementa e/ou assunto.

Legislação Federal do Brasil legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf www.planalto.gov.br O produto "LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL", presente no site

da Câmara dos Deputados, permite a pesquisa dos dispositivos constitucionais

já regulamentados, das cláusulas constitucionais pendentes de

regulamentação, dos artigos parcialmente regulamentados, das normas

correlatas existentes, da legislação anterior recepcionada pela Carta de 1988,

52

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS do tipo previsto de legislação (complementar ou ordinária), dos artigos

constitucionais que mais receberam proposições e das proposições

apresentadas e sua tramitação no Congresso Nacional.

Legislação Infraconstitucional www.camara.gov.br/internet/infdoc/html/leginfra www.camara.gov.br O projeto "CÓDIGOS COMENTADOS", desenvolvido pela

Universidade Federal de Santa Catarina, procura reunir de forma organizada,

tomando como modelo um código comentado, o conteúdo relativo às matérias

tratadas nos Códigos Civil, Penal e de Processo Civil disponíveis de forma

dispersa na Internet.

Projeto Códigos Comentados 150.162.138.14/pcc Está em processo de implantação a Interlegis. Trata-se de uma rede de

comunicação e informação para os Parlamentares brasileiros, nas esferas

federal, estadual e municipal. A Rede Interlegis permitirá a formação de uma

comunidade virtual do Poder Legislativo utilizando a Internet como tecnologia

de suporte. A Rede terá dois níveis de acesso. Um restrito aos Parlamentares e

órgãos do Legislativo e outro aberto à sociedade em geral. Uma de suas

utilidades da Rede será a distribuição geral ou seletiva de documentos, tais

como discursos, anteprojeto se projetos de lei.

Entre as informações legislativas já disponíveis, destacamos as

seguintes: a) atos normativos - conceitos básicos (fonte: Manual de Redação

Oficial da Presidência da República); b) glossário de termos legislativos (fonte:

Manual de Redação da Câmara dos Deputados); c) coletâneas de legislação

por assunto; d) legislação federal, estadual e municipal e e) Lei de

Responsabilidade Fiscal Comentada.

Rede Interlegis www.interlegis.gov.br Destacamos, no campo da seleção de projetos de lei, o apanhado

realizado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico em torno das

proposições legislativas relacionadas com o direito da informática em suas

mais variadas vertentes.

Projetos de Lei - Direito da Informática www.camara-e.net/projetos_de_lei.asp www.camara-e.net Outro fenômeno importante, amplamente disseminado na rede mundial

de computadores, consiste no desenvolvimento de seções ou páginas

53

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS dedicadas à legislação setorial nos sites de órgãos ou entidades públicas e

privadas.

Legislação sobre a Dívida Ativa da União www.pgfn.fazenda.gov.br Legislação sobre consumidor www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao.htm-www.mj.gov.br

Também é possível acompanhar pela Internet o conteúdo de vários

jornais oficiais, notadamente o Diário Oficial da União no site da Imprensa

Nacional.

Diário Oficial da União www.in.gov.br Merece destaque o fato de que vários sites jurídicos, alguns de forma

gratuita, produzem e distribuem por correio eletrônico boletins de legislação de

caráter geral ou restritos a determinadas áreas de atuação jurídica.

Boletim gratuito da Legislação Tributária www.tributario.net Boletim gratuito de atualização legislativa www.uj.com.br Ainda no campo da atualização legislativa deve ser registrada a

comercialização de códigos (civil, penal, tributário, etc) impressos com

veiculação, na Internet, de suplementos de atualização.

Revista dos Tribunais www.rt.com.br Por fim, podem ser encontrados na Internet conjuntos (kits) com vários

elementos, notadamente legislativos, acerca de determinados assuntos. As

compilações em questão permitem uma visão integrada das várias regras

relacionadas com o tema.

Kit da legislação básica da Dívida Ativa da União www.aldemario.adv.br/lbdau.htm Pesquisa de Doutrina

54

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS As mais variadas formas de apresentação do pensamento jurídico

(artigos, trabalhos, memoriais, petições, pareceres, etc) já possuem suporte

eletrônico dentro e fora da rede mundial de computadores.

Existem atualmente, ainda que em quantidade limitada, notadamente se

comparados aos de jurisprudência, repositórios de doutrina (em sentido amplo)

na forma de CD-ROMs.

Exemplo de CD-ROM com doutrina: Informa Jurídico www.uj.com.br/produtos/prod_informa.asp www.uj.com.br Neste campo, o fato mais significativo é a crescente utilização do CD-

ROM e do DVD combinado com o trabalho escrito (livros, revistas, etc) ou

mesmo isoladamente. Alguns dos produtos disponíveis no mercado possuem

certos refinamentos bastante interessantes. Entre as funcionalidades

identificadas, temos a possibilidade de anotações ou registros do usuário

relacionados com as várias partes da obra.

Dicionário de Direito Tributário com CD-ROM www.consulex.net/Produtos/livros/Livros.htm www.consulex.net Publicações Saraiva Data - Seção CD-ROM www.saraivadata.com.br Multimídia MP Editora - Cursos em CD-ROM e DVD www.mpeditora.com.br Tipos básicos de páginas

No que tange à Internet é significativa e crescente a quantidade de

sites com disponibilização de farto material doutrinário. Podemos, neste

aspecto, encontrar três tipos básicos de páginas:

a) gerais - dedicadas aos vários ramos do direito.

BuscaLegis (quase 20 mil documentos) buscalegis.ccj.ufsc.br ccj.ufsc.br Direito e Justiça www.direitoejustica.com Jus Navigandi

55

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS www1.jus.com.br/doutrina/index.asp www.jus.com.br

b) específicas ou especializadas - voltadas para disciplinas ou áreas

delimitadas do Direito.

Sites especializados em Informática Jurídica e Direito de Informática www.ciberlex.adv.br www.cbeji.com.br infojur.ccj.ufsc.br Site especializado em Direito Tributário www.tributario.com Site especializado em Direito Previdenciário www.brunosilva.adv.br

c) periódicas - veiculadoras de trabalhos por períodos de tempo determinados

e, normalmente, sem acumulação ou formação de banco de dados.

Teia Jurídica www.teiajuridica.com/novidad.htm www.teiajuridica.com Direito e Justiça (suplemento do jornal Correio Braziliense) www.correioweb.com.br Doutrina Saraiva www.saraivajur.com.br/doutrina.cfm www.saraivajur.com.br

Um dos fenômenos mais relevantes no âmbito da pesquisa de

conteúdo jurídico na internet é o surgimento de bibliotecas eletrônicas.

Destacamos, pela ênfase na doutrina jurídica, a Rede Virtual de Bibliotecas -

Congresso Nacional - RVBI. Em 2000, segundo dados colhidos no site do

Senado Federal, implantou-se um novo software de gerenciamento de

bibliotecas denominado Aleph, que adota um formato bibliográfico de amplo

uso internacional. Assim, é possível efetivar buscas para identificar a

publicação, devidamente catalogada pela RVBI, de artigos, livros e outros

trabalhos em torno de determinada matéria de interesse.

Rede Virtual de Bibliotecas (RVBI)

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS www.senado.gov.br/bdtextual/bib/home.htm www.senado.gov.br Bibliografia Brasileira de Direito www.senado.gov.br/livrosdo.htm www.senado.gov.br Biblioteca Virtual do CJF www4.cjf.gov.br/bvirtual www.cjf.gov.br A busca de doutrina na Internet apresenta, ao mesmo tempo,

características negativas e positivas bem marcantes. No lado negativo temos a

significativa dificuldade de encontrar as referências pretendidas. Como a

Grande Rede possui uma estrutura anárquica, diluída numa multidão de sites,

que surgem e desaparecem com indesejável freqüência, não temos marcos ou

guias seguros e constantes para localizar o material desejado.

Uma das exceções na Grande Rede: organização de temas jurídicos por ordem alfabética www.aldemario.adv.br

No lado positivo temos a presença de inúmeros trabalhos relativos aos

fatos mais recentes da vida jurídica (edição de leis, decisões judiciais, etc).

Abordagens que, pelas vias tradicionais (escritas), demorariam dias, semanas

ou meses para serem disponibilizadas podem ser encontradas com incrível e

inimaginável velocidade.

Edição mensal do Jus Navigandi www.jus.com.br Problemas e Demandas A veiculação de doutrina (em sentido amplo) na Internet gera uma série

de problemas ou demandas novas. Destacamos, entre elas, as seguintes:

a) necessidade de padronizar a citação (referência à fonte) dos trabalhos;

Segundo a NBR 6023:2000, estabelecida pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas - ABNT, os elementos a serem incluídos em referências de

documentos eletrônicos devem obedecer os seguintes modelos:

• SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998.

Seção Ponto de Vista. Disponível em:

<http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em:

28 nov. 1998.

57

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS • BRASIL. Lei n. 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação

tributária federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,

Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em:

<http://www.in.gov.br/mp_leis_texto.asp?Id=LEI%209887>. Acesso em:

22 dez. 1999.

• ACCIOLY, F. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem

recebida por <[email protected]> em 26 jan. 2000.

Como visto, após a indicação dos elementos tradicionais, é essencial

acrescentar o endereço eletrônico e a data de acesso. As mensagens de

correio eletrônico devem ser referenciadas somente quando não se dispuser de

nenhuma outra fonte.

b) considerar a "publicação" como título nos concursos para os cargos das

carreiras jurídicas.

Quanto ao último aspecto, entendemos que a veiculação de trabalhos

jurídicos em sites consagrados equivale a "publicação em repertórios

especializados", dispositivo bastante comum nos editais dos concursos

jurídicos.

Pesquisa de Jurisprudência A consulta aos precedentes judiciais por intermédio dos meios

eletrônicos já é uma realidade para boa parte do universo dos profissionais do

direito. Os repositórios de jurisprudência em CD-ROM chegam a ser mais

comuns, e numerosos, do que os de legislação. Vários deles são

confeccionados a partir de convênios específicos com os mais diversos

Tribunais.

Ao utilizar o CD-ROM como fonte de pesquisa de jurisprudência, o

operador do direito beneficia-se, em regra, das mesmas características da

legislação veiculada por este meio (ver Capítulo 7. Legislação).

Jurisprudência Informatizada Saraiva www.saraivadata.com.br Também é bastante comum a pesquisa de jurisprudência na Internet.

Praticamente todos os Tribunais já possuem este recurso em seus sites. Por

outro lado, várias associações e organizações ligadas ao universo jurídico

mantêm em seus sites acesso a significativos bancos de dados de consultas às

decisões judiciais.

Operadores Booleana

58

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Invariavelmente, as consultas utilizam a conhecida lógica ou álgebra

booleana. Os chamados operadores booleanos permitem definir a pesquisa

com maior ou menor amplitude, considerando a presença ou ausência de

palavras ou expressões nos textos analisados. Os principais operadores ou

expressões são:

a) operador de redução E, AND ou & - recupera documentos onde todos os

argumentos aparecem necessariamente;

b) operador de redução NÃO, NOT ou ! - recupera documentos onde o

argumento indicado não aparece;

c) operador de ampliação OU, OR ou | - recupera documentos onde pelo

menos um dos argumentos aparece;

d) operador de proximidade NEAR - funciona como o operador E acrescido da

particularidade da necessidade de proximidade do argumento (com algumas

palavras entre eles);

e) operador de proximidade ADJ - funciona como o operador NEAR, mas exige

que entre os argumentos não exista nenhuma palavra.

Deve ser dispensa especial atenção para os operadores denominados

de curingas. Com eles é possível recuperar ocorrências do termo pesquisado

em suas inúmeras variações. Vejamos um exemplo, admitindo o $ (cifrão)

como curinga. Obteremos, ao pesquisar PRESC$, ocorrências das palavras

PRESCRIÇÃO, PRESCRITO, PRESCRICIONAL, PRESCREVER, entre outras.

Em regra, todos os mecanismos de pesquisa de jurisprudência

apresentam instruções ou ajudas de manuseio (help). Este recurso é de

consulta obrigatória pela diversidade de funcionamento (utilização de

operadores booleanos) dos softwares responsáveis pelas buscas nas bases de

dados.

Tribunais Superiores: Supremo Tribunal Federal – Jurisprudência gemini.stf.gov.br/netahtml/jurisp.html http://www.stf.gov.br Supremo Tribunal Federal – ADIn gemini.stf.gov.br/netahtml/adin.html http://www.stf.gov.br Superior Tribunal de Justiça www.stj.gov.br/jurisprudencia http://www.stj.gov.br

59

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Tribunal Superior do Trabalho apolo.tst.gov.br/brs/blnk.shtml http://www.tst.gov.br Tribunal Superior Eleitoral www.tse.gov.br/servicos/jurisprudencia/index.html http://www.tse.gov.br Superior Tribunal Militar www.stm.gov.br/pesquisa/pesquisa_jurisprudencia.htm http://www.stm.gov.br Tribunais Regionais Federais: Tribunal Regional Federal da 1a. Região juris.trf1.gov.br http://www.trf1.gov.br Tribunal Regional Federal da 2a. Região www.trf2.gov.br/jurisprudencia.html http://www.trf2.gov.br Tribunal Regional Federal da 4a. Região www.trf4.gov.br/trf4/juris/index.htm http://www.trf4.gov.br Tribunal Regional Federal da 5a. Região www.trf5.gov.br/processos/juris-verbete.html http://www.trf5.gov.br Tribunais de Justiça dos Estados: Tribunal de Justiça do Distrito Federal http://www.tjdf.gov.br Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro http://www.tj.rj.gov.br Tribunal de Justiça de Minas Gerais

60

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS http://www.tjmg.gov.br Tribunal de Justiça do Paraná http://www.tj.pr.gov.br Tribunal de Justiça de Santa Catarina www.tj.sc.gov.br/consultas/jurisprudencia/menu.htm http://www.tj.sc.gov.br Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul www.tj.rs.gov.br/jprud http://www.tj.rs.gov.br Outras bases de decisões: Portal da Justiça Federal juris.cjf.gov.br/cjf/simples.jsp http://www.justicafederal.gov.br Jurídica On-line http://www.jol.com.br Revista dos Tribunais www.rt.com.br/juris/juris.htm http://www.rt.com.br Súmulas dos Tribunais - Organizadas pela AASP www.aasp.org.br/sumtrib.htm http://www.aasp.org.br

A disponibilização, pelos diversos Tribunais, de jurisprudência na

Internet apresenta vários estágios. Num primeiro momento, os resultados das

consultas retornavam apenas as ementas dos julgados. O passo seguinte, já

presente em inúmeros sites, consiste na apresentação do inteiro teor das

decisões em formato de imagem (normalmente TIFF). Na fase atual, inúmeros

Tribunais já viabilizam o acesso ao inteito teor das decisões em formato texto

(DOC ou TXT).

Supremo Tribunal Federal - Inteiro teor das decisões dorado.stf.gov.br/teor/n_processo.asp www.stf.gov.br

61

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Superior Tribunal de Justiça - Inteiro teor das decisões www.stj.gov.br/stj/stjimagem/frame.asp?browser=true www.stj.gov.br Tribunal Regional Federal da 1a. Região - Inteiro teor das decisões em formato texto www.trf1.gov.br Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios - Inteiro teor das decisões em formato texto www.tjdf.gov.br/jurisprudencia/framejuris.htm www.tjdf.gov.br

Importa destacar que as consultas disponíveis em praticamente todos

os sites recuperam decisões isoladas onde o argumento de pesquisa aparece.

Em regra, a identificação de leading cases ou tendências jurisprudenciais

requer significativo trabalho "braçal" do operador do direito. Como exceção,

inaugurando um importante serviço na área de disponibilização de

jurisprudência, o STJ - Superior Tribunal de Justiça possui uma seção de

análise comparativa de jurisprudência.

Superior Tribunal de Justiça - Jurisprudência Comparada www.stj.gov.brAlgumas instituições desenvolveram mecanismos de busca simultânea em

vários sites. Assim, num único local, é possível pesquisar várias bases de

dados sem necessidade de visita a cada uma das páginas integrantes do

sistema.

Pesquisa Simultânea de Jurisprudência - Supremo Tribunal Federal telescopium.stf.gov.br www.stf.gov.brOutra facilidade encontrada em inúmeros sites jurídicos é o boletim de

jurisprudência com a resenha das principais decisões adotadas. Assim, o

boletim ou informativo de jurisprudência é o instrumento ideal para informação

praticamente imediata acerca das mais relevantes decisões judiciais,

notadamente daquelas ainda não publicadas oficialmente.

Informativo (de Jurisprudência) do Supremo Tribunal Federal gemini.stf.gov.br/netahtml/ultimoinf.html www.stf.gov.br

62

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Informativo (de Jurisprudência) do Superior Tribunal de Justiça www.stj.gov.br/stj/InformeJuridico/default.asp www.stj.gov.br No site do Supremo Tribunal Federal é possível acessar uma

publicação eletrônica, denominada "A Constituição e o Supremo", contendo

uma compilação das súmulas, acórdãos e decisões monocráticas, proferidas

no âmbito do STF, referentes a cada artigo, parágrafo e inciso da Constituição.

O trabalho, atualizado semanalmente, pode ser acessado: (a) na íntegra; (b)

mediante um sumário; (c) pesquisando por tema e (d) pesquisando por artigo,

parágrafo ou inciso.

A Constituição e o Supremo www.stf.gov.br/legislacao/constituicao/pesquisa/constituicao.asp www.stf.gov.br Sistemas de busca ou pesquisa na Internet

Para Castro e Almeida e Filho, 2005), o segmento multimídia da rede

mundial de computadores (Internet) conta, segundo cálculos de especialistas,

com mais de 4 (quatro) bilhões de páginas. O ritmo quantitativo de crescimento

está na casa de 1 (um) milhão de novas páginas por dia. Por outro lado, a Web

possui uma estrutura anárquica. Não existe um critério ou padrão de

organização definido por uma autoridade central ou mesmo pelo costume.

Assim, em que pese a quantidade de informações disponíveis na rede

ser enorme e apresentar um crescimento vertiginoso, um dos grandes desafios

do internauta (operador do direito ou não) é encontrar a informação desejada.

Para solucionar este problema foram desenvolvidos vários sites cujo objetivo é

justamente facilitar ou viabilizar que a informação seja encontrada.

Sistemas de busca ou pesquisa.

Nesta área, encontramos três tipos básicos de páginas:

a) diretórios - onde a indexação das páginas Web (websites) é realizada por

pessoas na forma de categorias e subcategorias. Normalmente, cada link

indicado vem seguido de uma breve descrição;

Cadê www.cade.com.br Yahoo br.yahoo.com

63

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS b) mecanismos ou ferramentas de busca - baseados exclusivamente no uso de

programas de computador, a indexação das páginas Web (websites) é

automatizada a partir de bancos de dados de informações recolhidas

eletronicamente na rede;

RadarUOL www.radaruol.com.br Altavista www.altavista.com.br Google www.google.com.br

c) metabusca (meta-search engine) - não possui nenhum tipo de base dados,

ou seja, não possui nenhuma página cadastrada. Funciona mediante pesquisa

simultânea em vários sites previamente definidos.

MetaMiner miner.bol.com.br/metaminer.html Principais sistemas de busca da Web jurídica brasileira: Jus Navigandi www.jus.com.br/links/index.html www.jus.com.br DireitoNet www.direitonet.com.br Jurisminer miner.bol.com.br/jurisminer.html miner.bol.com.br Infojuri www.infojuri.com.br Cadejur www.cadejur.com.br

A Web jurídica brasileira ainda é pobre em sistemas eficientes e

abrangentes de busca ou pesquisa. Freqüentemente, o jusinternauta se

64

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS socorre dos sistemas gerais de busca para encontrar material jurídico na

Grande Rede.

Merece referência a disseminação de funções internas de busca nos mais

variados sites. São funcionalidades com ação restrita às páginas ou seções do

site visitado.

Busca Interna na Rede Governo www.redegoverno.gov.br/Busca www.redegoverno.gov.br Veja as observações já realizadas quanto à utilização dos operadores

booleanos, também aplicáveis nos procedimentos de pesquisa em sistemas de

busca (Capítulo 9. Jurisprudência).

Como as várias ferramentas de busca utilizam softwares diferentes para a

pesquisa na base de dados, a otimização dos resultados depende do

conhecimento das regras ou operadores de cada um. Assim, deve ser

dispensada especial atenção na leitura das instruções, ajudas ou helps.

Síntese da aula O texto discorre sobre o acesso democrático a informação, bem como a

orientação no dia-a-dia de quem lida com o domínio do direito/informática.

Serve para melhorar ou mesmo transformar nosso entendimento e os usos da

tecnologia no mundo contemporâneo.

Atividades

1 – Utilizando o computador, faça uma pesquisa de legislação, doutrina e

jurisprudência, relativa a processos ligados a área jurídica junto aos tribunais,

cujos sites encontram-se neste tema.

65

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Tema 10

Informática Jurídica e Direito da Informática

Objetivo Compreender o Direito de Informática e Informatica Jurídica, como ciência

autônoma, e sua relação com os demais ramos do Direito.

Introdução A informática jurídica é a ciência que estuda a utilização de aparatos e

elementos físicos eletrônicos, como o computador, no Direito; isto é, a ajuda

que este instrumento presta ao desenvolvimento e aplicação do direito. Em

outras palavras, é o instrumental necessário a utilização da informática no

Direito.

Informática Jurídica A Informática jurídica constitue uma ciência que forma parte do âmbito

informático, demonstrando desta maneira que a informática tem penetrado em

uma infinidade de sistemas, instituições, etc... prova disto e que tem penetrado

no campo jurídico para servir de ajuda e fonte. Portanto, a informática jurídica

pode ser considerada como fonte do direito, critério próprio que talvez encontre

muitos tropeços devido a falta de cultura informática que existe em nosso país.

(CASTRO, 2005)

Direito da Informática

O Direito Informático é mais complexo e não se dedica simplesmente

ao estudo do uso dos aparatos informáticos como meio de auxílio ao direito

delimitado pela informática jurídica, pois constitue o conjunto de normas,

aplicações, processos, relações jurídicas que surgem como conseqüência da

aplicação e desenvolvimento da informática, isto é, a informática é geral deste

ponto de vista e regulada pelo direito.

66

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Podemos então afirmar que o Direito Informático é o conjunto de

normas e instituições jurídicas que pretendem regular o uso dos sistemas de

computador – como meio e como fim - e podem incidir nos bens jurídicos dos

membros da sociedade; as relações derivadas da criação, uso, modificação,

alteração e reprodução do software; o comércio eletrônico, e as relações

humanas realizadas de maneira sui generis nas redes, em redes ou via internet

(CASTRO, 2005).

Ao penetrar no campo do Direito Informático, que também constitue

uma ciência, que estuda a regulação normativa da informática e sua aplicação

em todos os campos. Porém, quando se diz direito informático, então analisa-

se que esta ciência forma parte do Direito como ramo jurídico autônomo, assim

como o Direito é uma ciência geral integrada por ciências específicas que

resultam de ramos autonômos, tal como é o caso do Civil, Penal e Trabalhista.

Diferenças Entre Informatica Jurídica e Direito da Informática

A informática jurídica constitui uma ciência que faz parte do sistema de

informática mostrando a infinidade de sistemas e instituições, enquanto o

Direito de Informática estuda a aplicação de normas em suas consequências.

Portanto a Informática jurídica é uma ciência que é parte do Ciber Direito e está

para este como sustentação e fonte.

A Ordenação do Direito nos Diversos Ramos.

A razão da ordenação do direito em diversos ramos, tem sua origem na

influência das relações sociais ou de conteúdo das normas, que vão se

formando e delimitando em setores ou ramos, como o direito civil, penal,

constitucional, administrativo etc., sem contudo poder-se estabelecer um limite

entre um ramo e outro porquanto, existe uma zona comum a todos eles, que

integram a esses campos limítrofes.

Assim, este agrupamento de ramos de direito deu origem às Ciências

Jurídicas, que estão encarregadas de estudar cada setor que a compete e,

para analisar esta situação, é preciso mencionar as bases que sustentam cada

um destes ramos e o assunto do qual tratam. Uma legislação específica

(campo normativo).

O Direito Informático e Como Ramo Autonômo da Ciência do Direito

O Direito Informático é constituído de conhecimentos e estudos

específicos que entrelaçam a relação Direito e Informática, e que não são tão

desenvolvidas como outros ramos do Direito. Porém, só poderemos aprimorar

conhecimentos específicos do saber humano que caracterizam um ramo do

67

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Direito como autonômo, a medida em que forem realizados estudos,

conferências, debates acerca da matéria envolvendo juristas de todos os outros

ramos dos direito.

O VI Congresso Iberoamericano de Direito e Informática celebrado em

Montevidéo, Uruguay, em 1998, expôs as razões pelas quais o Direito

Informático é uma ciência autonoma do Direito. Desde aquele momento

surgiram diferentes critérios, alguns afirmavam que o Direito Informático nunca

compreenderia um ramo autonômo do Direito, porquanto dependia em sua

essência de outros ramos do Direito, outros argumentavam acerca do Direito

Informático como um ramo potencial do direito, devido a sua insuficiência de

conteúdo e desenvolvimento.

O problema da autonomia do Direito Informático tem ocupado de modo

especial a atenção dos seus cultores, os quais, em sua maioria, não hesitam

em proclamá-lo um direito autonômo, embora poucos aprofundem o estudo da

questão, satisfazendo-se, muitas vezes com simples argumentos de

autoridade.

Por exigências científicas, porquanto um conjunto de conhecimentos

específicos entrelaçam a sua organização e ordenação, ou por razões práticas

que levam a separação do trabalho em vias de organização, se encontram uma

série de normas legais, doutrina, jurisprudência, que têm sido catalogadas e

publicadas em diversos setores ou ramos. Dita ordenação e organização do

Direito em diversos ramos, tem em sua formação a influência de caráter das

relações sociais ou de conteúdo das normas, então vão se formando e

delimitando em setores ou ramos, como os do Direito Civil, Penal,

Constitucional, etcc..., sem poder estabelecer limites entre um ramo jurídico e

outro, porquanto, existe uma zona comum a todas elas, que integram esses

campos limítrofes.

No caso do Brasil, são poucas as fontes encontradas para o estudo

desta matéria, talvez sua aplicação se limite fundamentalmente a aparição de

livros ou normativas (doutrinas), e comentários de Direito Informático. Porém

talvez, seja mais fácil para os estudiosos buscar esta normativa em outros

ramos do direito, por exemplo; a utilização do Código Civil para solucionar

questões de pessoas (proteção de dados, direito a intimidade, responsabilidade

civil, dentre outras).

Resulta, sem embargo, que esta situação não se acopla com a

realidade informática do mundo, já que existem outras figuras como os

contratos eletrônicos, comércio eletrônico, firmas digitais e documentos

eletrônicos, que correspondem a instituições próprias do Direito Informático por

pertencerem a este ramo autonômo de direito.

Natureza jurpidica do Direito Informático: Direito Público ou Direito Privado?

68

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Distingue-se no Direito dois ramos fundamentais: o público e o privado.

A distinção foi conhecida pelos romanos, que consideravam direito

público o que interessava à coletividade e direito privado o que dizia respeito a

interesses particulares. Outra distinção, mais recente, considera o direito

público como o campo das relações de subordinacão e o direito privado como

campo das relações de coordenação.

O exclusivismo desses critérios foi temperado pela consideração de

prevalência: no direito público consideram-se prevalentemente (não

exclusivamente) os interesses públicos e no direito privado consideram-se

prevalentemente (não exclusivamente) os interesses privados; ou pelo critério

da tipicidade: no direito público, as relações típicas são de subordinação e no

direito privado as relações típicas são de coordenação.

É neste ponto em que toda a informação anterior deve mesclar-se para poder

determinar as respectivas conclusões.

Direito Informático e Direito Eletrônico

Não será fácil definir o que venha a ser Direito da Informática ou Direito

Eletrônico. Inexiste consenso entre os Institutos existentes no Brasil, que

debatem o tema com seriedade, acerca do termo Direito da Informática ou

Direito Eletrônico.

Quando o Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico estava se formando,

houve discussão acerca dos termos em questão e a opção pendeu para a

amplitude do termo Direito Eletrônico, uma vez que o mesmo abrange todas as

áreas do moderno instituto jurídico que vem se formando desde o início dos

anos 90, ganhando força no final do século XX.

Ao adotar, assim, o termo Direito Eletrônico, imagina-se que todas as

relações surgidas estariam devidamente abrangidas, porque não se-pode,

simplesmente, entender a informática como o único meio de evolução do

direito.

Tendo em vista, agora, o Direito da Informática ser matéria afeita a

todas as instituições de ensinos jurídicos, os debates acadêmicos

proporcionarão uma pacificação do tema, podemos entender como Direito da

Informática o conjunto legislativo e doutrinário que visa estudar, em conjunto

com os demais ramos do Direito, as relações havidas através dos canais de

informação obtidos por meio digital. Direito da Informática referente à disciplina

que estuda as implicações e problemas jurídicos surgidos com a utilização das

modernas tecnologias da informação.

69

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Direito da Informática ou Direito Eletrônico?

Analisando o conceito de Castro (2005), podemos alavancar nossa

teoria de que a denominação mais correta é a de Direito Eletrônico, porque

nem todos os canais de comunicação da era moderna são afeitos,

especificamente, à informática. Ainda que não se possa assim admitir, porque

a informática é uma realidade presente e substancialmente importante, se

partirmos da premissa que tudo envolve a informática, primariamente, em um

campo secundário, a informática deixa de ter importância e passamos a uma

segunda fase – que é eletrônica.

Talvez seja melhor uma exemplificação, com o fim de não tumultuar os

conceitos. Há um caso concreto, sobre o qual emito parecer, onde uma

determinada pessoa cede sua assinatura para que a mesma seja reproduzida

por meio de scanner. A uma primeira vista temos uma reprodução originária de

meios próprios da informática. A partir do momento, contudo, em que este meio

digital é reproduzido, passamos a um universo maior, que importa em

conhecimentos mais abrangentes do que os restritos à informática.

No caso em tela, esta assinatura foi reproduzida em notas promissórias

e é interessante a leitura do parecer. Assim sendo, quando admitimos que a

informática é uma fonte primária – inclusive geradora de direitos e deveres -,

passamos a uma segunda etapa, admitindo fontes secundárias e, assim,

teremos um conceito mais abrangente quando adotamos o termo Direito

Eletrônico.E é certo que a informática é espécie do gênero eletrônico.

(CASTRO, 2005)

Direito Eletrônico Para Castro (2005, p.85),

Direito Eletrônico é o conjunto de normas e conceitos doutrinários, destinados ao estudo e normatização de toda e qualquer relação onde a informática seja o fator primário, gerando direitos e deveres secundários. É, ainda, o estudo abrangente, com o auxílio de todas as normas codificadas de direito, a regular as relações dos mais diversos meios de comunicação, dentre eles os próprios da informática.

Distinção entre Direito e Informática e Direito Eletrônico Para Castro (2005), conceituar, neste momento, não é tão importante

quanto nos dedicarmos ao estudo sistemático das novas tendências de nosso

direito. Contudo, a distinção da terminologia é por demais importante.

70

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Quando analisamos, somente, o Direito da Informática, deixamos de

lado diversos outros aspectos importantes das novas relações jurídicas que

surgem. O fax, por exemplo, não pode ser considerado um elemento

informático, mas eletrônico. E o estudo do Direito Eletrônico nos empurra para

institutos mais contundentes, como os das telecomunicações, das

transmissões de dados via satélite etc.

Vimos, assim, que a denominação Direito Eletrônico é mais abrangente

no cenário novo que se apresenta aos estudiosos do Direito. Ressaltada, linhas

acima a novidade do estudo que ora se apresenta, as críticas que advirão

desta nova modalidade de ensino serão mais que oportunas.

Importância da Hermêneutica Nesta Fase

Em clássica obra, Carlos Maximiliano (citado por CASTRO,2005)

afirma que nenhum acontecimento surge isolado; como explicar a sua origem,

razão de ser, ligação com os outros, resulta compreender melhor a ele próprio.

E é dentro deste entender o acontecimento que surge a grande importância do

estudo da hermenêutica quando estamos tratando de Direito da Informática. E,

novamente nos valendo dos preciosos ensinamentos de Maximiliano, “não

pode o Direito isolar-se do ambiente em que vigora, deixar de atender às outras

manifestações da vida social e econômica; e esta não há de corresponder

imutavelmente às regras formuladas pelos legisladores.”

O momento social não é outro senão o grande afloramento de toda

uma ciência jurídica a ser construída. E será construída a partir de obras

ousadas, teses defendidas nos Tribunais, nas cátedras do Mestrado, enfim,

pelos acadêmicos, porque nosso processo legislativo em termos de Direito da

Informática e, mais abrangente, o Direito Eletrônico, ainda está longe de vir

sistematizado.

Propostas tramitam na Câmara dos Deputados, mas, ao que parece,

estão longe, muito longe, de tornarem-se normas codificadas. E, enquanto

perdurar esta omissão legislativa, somente aos estudiosos e à aplicação das

regras de hermenêutica, os diversos problemas que advêm do novel ramo

poderão ser resolvidos.

Por enquanto, havendo uma grande lacuna legislativa, com exceção da

Lei de Software, a interpretação mais adequada a ser adotada em casos

controversos e que exijam do intérprete o uso do art. 4º da Lei de Introdução ao

Código Civil Brasileiro, a melhor interpretação – até que surjam decisões a nos

ajudar – será aquela denominada interpretação doutrinária. E é por esta razão

ser um risco escrever diante de tanta omissão.

Contudo, que nas linhas corajosas, se apontem tantos outros

corajosos, a fim de criarmos um Direito Eletrônico de forma pacífica e com uma

doutrina embasada a ponto de auxiliar nossos aplicadores do Direito.

71

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Importância do Estudo Sistematizado

Castro (2005) afirma que as relações jurídicas que envolvem todo um

sistema do Direito da Informática são resolvidas, como analisamos no capítulo

anterior, através da hermenêutica. No Brasil, a não ser algumas Portarias

Interministeriais e Resoluções do Conselho Gestor10, a única regulamentação

legal que possuímos é sobre o software, através da Lei 9609/98 e a mesma

está longe de solucionar os mais diversos conflitos emanados do que

denominamos Direito Eletrônico.

Ainda que a Internet, por exemplo, seja fruto originário de programas

de computador e, por esta razão, poderíamos estar adstritos ao simples uso da

informática, há, ainda, bases de dados e outros elementos que são de natureza

secundária.

Envolveremos, assim, assuntos como propriedade intelectual,

propriedade industrial, marcas, patentes etc. O primeiro passo, portanto, é

analisar o artigo 4º da Lei de Introdução ao Código Civil – Decreto-Lei

4.657/1942 -, que não se encontra revogado pela Lei 10.406/2002.

Dispondo o art. 4º que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso

de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

Sem dúvida, há uma omissão integral no que diz respeito a qualquer ramo do

Direito Eletrônico, com a exceção, sempre, da Lei de Software. Assim sendo,

como este novel ramo do Direito é totalmente omisso, o juiz deverá valer-se do

comando do art. 4º de acordo com o caso em espécie a ser analisado.

Em alguns ramos de nosso ordenamento já há previsões, ainda que de

forma tímida, acerca de relações oriundas do Direito da Informática. Quando

houver tais disposições, a aplicação da norma ao caso concreto não será de

difícil solução. Contudo, à inexistência de normas próprias acerca da matéria, o

juiz deverá decidir utilizando-se do direito codificado.

dina

re

libe

cor

E é por esta razão que a análise dos diversos ramos do Direito é de

fundamental importância para o perfeito entendimento do que se chama, por

ora, de estudo sistematizado do Direito da Informática.

Relação do Direito Informático Com Outros Ramos do Direito

A relativa autonomia anteriormente assinalada não impede que o

Direito informático, por vezes, se apresente no quadro geral do Direito em

posição de subordinação; em outras, em posição de coordenação com as

“Todos são iguais perante a lei sem

stinção de qualquer tureza, garantindo-se aos brasileiros e

aos estrangeiros sidentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à

rdade, a igualdade, à segurança e à

propriedade, nos seguintes termos:

“XII- é inviolável o sigilo da

respondência........”

demais disciplinas jurídicas. (CASTRO, 2005). Vejamos:

72

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 1) com o Direito Constitucional No que se refere ao Direito Constitucional a relação é manifesta,

mesmo sem nos fixarmos exclusivamente no direito positivo de cada país,

inspirado, como necessariamente há de ser, nos princípios constitucionais

vigentes.

O Direito Informático tem uma estreita relação com o Direito

Constitucional porquanto a forma e manejamento da estrutura e órgãos

fundamentais do Estado, é matéria constitucional. Deve ser ressaltado que dito

manejamento e forma de controlar a estrutura e organização dos órgãos do

Estado, se leva cabo por meio da informática, colocando o Direito Informático

na berlinda, já que com o devido uso que é dado a estes instrumentos

informáticos, se levará a uma idônea, eficaz e eficiente organização e controle

destes entes.

De outro ponto de vista, a Constituição Federal de 1988 tem dado

chancela a liberdade informática, quando estabelece em seu artigo 5º caput:

A liberdade de comunicação via internet é uma das expressões fundamentais

da liberdade de pensamento e, sua reserva constitui-se numa das mais

antigas modalidades de proteção à privacidade.

Ao se corresponder, por meio do correio eletrônico, o usuário do

serviço compartilha, com o receptor, informações de cunho pessoal, as quais

não podem ser violadas, sob pena de se incorrer em mácula ao direito de

privacidade. A Lei Máxima tutela expressamente a intimidade e a vida privada,

de cada indivíduo.

2) com o Direito Penal

Nesta área podemos notar estreita relação entre o Direito Informático e

o Direito Penal, porque este último regula as sanções para determinadas ações

que constituam violação de normas de direito e neste caso do Direito

Informático, em matéria de delito cibernético ou informático, então se poderia

começar a falar do Direito Penal Informático.

"Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal".

Igualmente com o Direito Penal guarda o Direito Informático estreitas

relações tanto que, alguns autores alemães, afirmam a existência de um Direito

Penal Informático. A verdade é que tão importantes são as relações entre os

dois ramos da ciência jurídica que, em razão da informática, novas figuras

delituosas surgiram deixando desatualizado e inerte os tipos penais

mencionados nos Códigos Penais.

Em face das lacunas oriundas da modernidade, a reprimenda aos

novos crimes virtuais que afloram em nosso meio deverá acatar o princípio da

reserva legal, conquanto verificada no artigo 1º do Código Penal Brasileiro e

onsagrado pelo artigo 5º, XXXIX da Constituição Federal de 1988: Enquanto

73

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS isso, o Direito Penal, tutelador dos bens jurídicos mais relevantes, quais sejam,

vida e liberdade, deve ser regido pelas normas penais vigentes.

3) com os Direitos Humanos Os direitos humanos indispensáveis para defender os direitos

fundamentais do homem, tais como a vida, a igualdade, o respeito moral, vida

privada e intimidade que levam o homem a ser digno e por conseguinte a ter

dignidade, como o que permite catalogar as pessoas como íntegras,

convivendo em ambiente de respeito, de liberdade e fazendo possível

sociedades verdadeiramente civilizadas.

Que Relação pode ter o Direito Informático com os Direitos Humanos?

Pois bem, pode-se mencionar a possibilidade de que exista através do

Direito Informático esta regulamentação jurídica que apoie o bom

funcionamento do órgãos jurisdicionais, só para dar um simples exemplo; é de

imaginar, a eficácia e eficiência com que se manejam nossas leis que

colaborariam em um alto grau a celeridade processual, ponto indispensável

para defender os direitos humanos das pessoas que se encontram nos

cárceres nacionais, declaradas estas a nível internacional, como centros

violadores de direitos humanos.

Então, ao existir celeridade, haverá possibilidade de evitar a

superpopulação dos cárceres, fator que tem influído na constante violação

desses direitos; por produzir esta superpopulação, escassez de alimento para

os reclusos, assim como a carência de meios sanitários e de higiene mínima

necessários. Também, se pode mencionar outras relações tratadas em matéria

de direitos humanos como a de privacidade e intimidade, que poderiam ser

burladas através da utilização ilícita dos meios informáticos. “Artigo 5.- copilações

dados (bases de dados). As copilações de dados e

outros materiais, em qualquer forma, que por

razões de seleção ou disposição de seus

conteúdos constituem criações de caráter

intelectual, estão protegidas como tais.

Essa proteção não compreende os dados

materiais em si mesmo e se estende sem prejuízos

a qualquer direito do autor que subsista a respeito dos dados ou materiais contidos na copilação”.

4) com a Propriedade Intelectual

Nesse ponto é fundamental a tomada de medidas, especialmente no

Brasil. Onde há necessidade, com urgência, de um melhor controle desta

matéria, para penalizar os plágios, a pirataria bem como qualquer delito contra

os direitos do autor ou industriais produzidos contra e por meio de instrumentos

informáticos.

Tal como ocorre com o direito autoral em geral, a tutela jurídica das

bases de dados deriva do acúmulo de disposições normativas, regionais e

nacionais.

No plano internacional podemos verificar o Convênio de Berna para a

Proteção das Obras literárias e artísiticas de 1971 – como é de esperar a partir

74

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS da época de sua promulgação – não se refere a base da dados. Não obstante

a linguagem ampliou alguns de seus preceitos (concretamente os artigos 2.1 e

2.5) permitem estendê-las como coleções, suscetíveis de receber proteção

equiparável a das obras literárias e artísticas em geral. Assim se expressou o

Comitê de Expertos da OMPI durante sessão realizada em 1994.

Nesse mesmo ano, a OMPI emitiu o denominado “Acordo sobre os

ADPIC” (Acordo sobre os Aspectos dos Direito de Propriedade Intelectual

relacionados ao comércio) cujo o número 10.2 – transcrito literalmente - que

passou atualmente artigo 5 do “Tratado da OMPI sobre direito do autor”,

adotado pela Conferência Diplomática, sobre certas questões de direito do

autor e direitos conexos, realizada em Genebra em 20 de dezembro de 1996 e

que, neste sentido, constitue o preceito internacional de maior interesse na

matéria. Estabelece dita norma:

5) com o Direito Civil

Aqui encontram-se inúmeros pontos de convergência, no campo da

doutrina, principalmente, naquilo que diz respeito às obrigações. Revela notar

que o Direito Informático não só aproveita princípios de Direito Civil, mas

também influi sobre o próprio Direito Civil.

Trata-se de uma disciplina nova que vai buscar noutra, certos

princípios e, depois de aproveitá-los, os desenvolve e modifica. Essas

modificações não só estruturam o novo direito como, também, aperfeiçoam o

direito-fonte, que se amolda em outras exigências.

O contrato, por exemplo, pode ser definido como a espécie de negócio

jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependente, para sua formação,

do encontro da vontade das partes, que cria para ambas uma norma jurídica

individual reguladora de interesses privados.

Esta definição é perfeitamente aplicável aos contratos eletrônicos,

posto que do seu conteúdo se depreende inexistir qualquer elemento

incompatível com os mesmos. A natureza bilateral do negócio jurídico é

perfeitamente identificável nos contratos eletrônicos, bem como a sua formação

pressupõe o encontro da vontade emanada das partes contratantes, tal qual

nos contratos em geral. Assim sendo, são eles perfeitamente aptos a

produzirem os efeitos jurídicos inerentes aos contratos, fazendo lei entre as

partes.

Estão presentes também nos contratos eletrônicos os elementos

estruturais, que pressupõem a convergência de duas ou mais vontades; e

funcional, pela composição dos interesses contrapostos de ambas as partes,

com o fim de constituir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza

patrimonial. Assim verifica-se um pequeno exemplo da correlação entre esses

dois ramos da ciência jurídica.

75

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 6) com o Direito Comercial

A economia está mudando. As transações de bens materiais continuam

importantes, mas as transações de bens intangíveis, em um meio desta mesma

natureza, são os elementos centrais de uma nova onda da dinamicidade

comercial, a do comércio eletrônico. Uma nova legislação deverá abraçar um

novo entendimento, de que as mudanças fundamentais resultantes de um novo

tipo de transação, requererão novas regras comerciais compatíveis com o

comércio de bens via computadores e similares. Nem a natureza do objeto,

muito menos da transação, em computadores, são similares a compra e a

venda de bens efetuados atualmente. As leis relacionadas à compra de

imóveis, automóveis, torradeiras etc., não são aplicáveis e apropriadas a

contratos envolvendo a troca de banco de dados, sistemas de inteligência

artificial, software, multimídia, e comércio de informações pela Internet.

As transações eletrônicas, atualmente, são governadas por uma

complexa e inconsistente mistura de diferentes aspectos, envolvendo

jurisprudências, a aplicação da analogia (quando cabível) e várias instruções

normativas, muitas destas relacionadas a assuntos diversos do comércio

eletrônico que determinam flagrantemente a influência do Direito Comercial

com o Direito Informático.

7) com o Direito Adminisitrativo Note-se a intervenção do Estado através de seus órgãos

administrativos, na fiscalização e controle da execução das relações

envolvendo procedimentos informáticos.

No Brasil, podemos observar a criação de Certificados Eletrônicos da

Secretaria da Receita Federal e do credenciamento de Autoridades

Certificadoras para sua emissão, através da Instrução Normativa SRF no. 156

de 22.12.1999.Esta instrução normativa institui Cartórios Cibernéticos para

conferir validade jurídica - através da emissão de Certificados Eletrônicos - às

declarações anuais de imposto de renda enviadas pela rede mundial de

computadores – internet.

Assim a Informática Jurídica ainda dá seus primeiros passos no direito positivo

brasileiro, estabelecendo vínculo forte entre o Direito Informático e o

Administrativo

8) com o Direito do Trabalho O Direito do Trabalho, como todas as ciências, vem sofrendo, ao longo

dos anos deste século, uma inacreditável mutação, mercê das máquinas

cibernéticas, criadas em curto espaço de tempo, mas que ensejaram, sem

76

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS sombra de dúvida, uma revolução instantânea, que marcará este século, como

o da civilização cibernética, não no sentido de submissão a ela, mas de

dominação sobre ela.

É nítida a correlação entre o Direito Informático e o Direito Do Trabalho

nos seus mais variados aspectos que vão desde a automação das empresas

até o poder hierárquico exercido pelo empregador, horário de trabalho e nas

relações entre os próprios funcionários.

Síntese da aula Por ser de grande abrangência, sempre acharemos pontos de

convergência entre Direito da Informática e outros ramos do direito, além dos

relacionados neste tema.

Atividades 1 – Analisando todos os princípios citados no texto, faça uma análise

estabelecendo os principais pontos em que o Direito da Informática está

relacionado com o direito.

77

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Tema 11 Princípios Norteadores do Direito da Informática

Objetivo Conhecer os principais princípios norteadores do Direito Informático.

Introdução Princípios são aquelas linhas diretrizes ou postulados que inspiram o sentido

das normas e configuram a regulamentação das relações virtuais, conforme

critérios distintos dos que podem ser encontrados em outros ramos do direito.

Segundo Américo Plá Rodrigues, princípios “são linhas diretrizes que

informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de

soluções pelo que, podem servir para promover e embasar a aprovação de

novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não

previstos”.

Transpondo a noção de princípios gerais do direito, válidos em todo o

direito, para os princípios do Direito Informático, aplicáveis somente na área

deste direito, podemos dizer que são as idéias fundamentais e informadoras da

organização jurídica virtual. São eles os seguintes:

a) princípio da existência concreta - revela a importância, não só das

manifestações tácitas durante a vigência do pacto, mas também o predomínio

das relações concretas travadas pelas partes sobre as formas, ou da própria

realidade sobre a documentação escrita ou virtual.

O que deve ser levado em consideração nas relações virtuais é aquilo

que verdadeiramente ocorre e não aquilo que é estipulado em, por exemplo

contratos virtuais.

Significa referido princípio que em caso de discordância entre o que

ocorre na prática e o que surge de documentos e acordos se deve dar

preferência ao que sucede nos terrenos dos fatos. O desajuste entre os fatos e

a forma pode evidenciar a simulação de uma situação jurídica distinta da

realidade viciada por um erro na transmissão de dados e informações.

78

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS b) princípio da racionalidade-consiste na afirmação essencial de que o ser

humano procede e deve proceder nas suas relações virtuais conforme a razão.

Os revolucionários burgueses acreditavam na força da razão. Por isso, a lei

não passava, para eles, de norma descoberta pela atividade racional, razão

pela qual não poderia ela atentar contra a justiça e a liberdade. Os

revolucionários, neste caso, não faziam mais do que conciliar as lições

pronunciadas pelos arautos do racionalismo iluminista: entre tantos,

Montesquieu e Rousseau.

Suas características essenciais são sua flexibilidade, já que é um

critério generalizado, de natureza puramente formal, sem um conteúdo

concreto e de forma nitidamente subjetiva.

A pertinência de um princípio dessa natureza parece resultar mais

naquelas áreas onde a índole das praxes normativas deixam amplo campo

para a decisão individual. Mas essa amplitude da margem de atuação derivada

da impossibilidade mesma das previsões que não podem confundir-se com a

discricionariedade, nem com a liceidade de qualquer comportamento, por

arbitrário que seja.

Em 1908, Cloves Beviláqua já dizia.“Em conclusão, na interpretação da lei deve atender-se antes de tudo ao que é razoável, depois às conseqüências sistemáticas e, finalmente ao desenvolvimento histórico da civilização”

Trata-se como se vê, de uma espécie de limite ou freio formal e

elástico ao mesmo tempo, aplicável naquelas áreas do comportamento onde a

norma não pode prescrever limites muito rígidos, nem em um sentido, nem em

outro, e sobretudo onde a norma não pode prever a infinidade de

circunstâncias possíveis.

Em conclusão: na aplicação do Direito, não há uniformidade lógica do

raciocínio matemático, e sim a flexibilidade do entendimento razoável do

preceito.

“As partes são obrigadas a dirigir a manifestação da vontade dentro dos interesses que as levaram a se aproximarem, de forma clara e autêntica, sem uso de subterfúgios ou intenções outras que não as expressas no instrumento formalizado. A segurança das relações jurídicas depende, em grande parte, da lealdade e da confiança recíproca. Impende que haja entre os contratantes um mínimo necessário de credibilidade, sem o qual os negócios não encontrariam ambiente propício para se efetivarem. E esse pressuposto é gerado pela boa-fé ou sinceridade das vontades ao firmarem os direitos e obrigações. Sem ele, fica viciado o consentimento das partes. Embora a contraposição de interesses, as condutas dos estipulantes subordinam-se a regras comuns e básicas da honestidade, reconhecidas ó em face da boa-fé que impregna as mentes”.

Recaséns Sinches, ao considerar os vários métodos modernos-método

teleológico, método histórico-evolutivo ou progressivo, “método da “vontade da

lei”, nos mostra que cada um deles encerra uma parte de verdade, mas que em

sua síntese final, em cada caso concreto, será dada pelo “logos do razoável”.

79

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS c) princípio da lealdade - todo homem deve agir em boa-fé, deve ser

verdadeiro: ex honestate unus homo alteri debet veritatis manifestationem, e é

este um princípio que foi incorporado pelo Direito. Muitas leis da nossa

disciplina o recolheram como um dos princípios dirigentes nas relações entre

as partes. Conseqüêntemente, a boa fé e o respeito mútuo entre as partes para

o fiel cumprimento das obrigações estabelecidas ou pactuadas.

A boa fé, entendida no significado objetivo do cumprimento honesto e

escrupuloso da obrigações, se distingue da boa fé subjetiva ou psicológica

abrangentendo o erro ou falsa crença, significa lealdade de conduta

completamente leal nas relações virtuais.

Nos contratos, há sempre interesses opostos das partes contratantes,

mas sua harmonização constitui o objetivo mesmo da relação jurídica

contratual.

Assim há uma imposição ética que domina toda matéria contratual,

vedando o emprego da astúcia e da deslealdade e impondo a observância da

boa-fé e lealdade, tanto na manifestação da vontade (criação do negócio

jurídico) como, principalmente, na interpretação e execução do contrato.

A boa-fé subjetiva diz respeito à ignorância de uma pessoa acerca de

um fato modificador, impeditivo ou violador de seu direito. É pois a falsa crença

acerca de uma situação pela qual o detentor do direito acredita em sua

legitimidade, porque desconhece a verdadeira situação.

Já a boa-fé objetiva, pode ser definida a grosso modo, como sendo

uma regra de conduta, isto é, o dever das partes de agir conforme certos

parâmetros de honestidade e lealdade, a fim de se estabelecer o equilíbrio nas

relações de virtuais. Não o equilíbrio econômico, mas o equilíbrio das posições

contratuais, uma vez que, dentro do complexo de direitos e deveres das partes,

em matéria de relações virtuais, como regra, há um desequilíbrio de forças.

Entretanto, para chegar a uma equilíbrio real, somente com a análise global do

contrato do contrato, de uma cláusula em relação às demais, pois o que pode

ser abusivo u exagerado para um não o será para outro.

Assim, quando se fala em boa-fé objetiva, pensa-se em

comportamento fiel, leal, na atuação de cada uma das partes contratantes a fim

de garantir respeito a outra. É um princípio que visa garantir a ação sem abuso,

sem obstrução, sem causar lesão a ninguém, cooperando sempre para atingir

o fim colimado no contrato, realizando os interesses das partes no âmbito

virtual.

d) princípio intervenção estatal - a intervenção direta do Estado para garantir

efetivamente as relações virtuais, não só visando assegurar o acesso a

produtos e serviços essenciais como para garantir qualidade e adequação dos

produtos e serviços (segurança, durabilidade, desempenho).

80

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Tal garantia está em consonância com os demais princípios legais e

constitucionais antes retratados da garantia de dignidade da pessoa humana.

Através deste principio deve ser estabelecida uma “política nacional das

relações virtuais”, por conseguinte, o que se busca é a propalada “harmonia”

que deve regê-las a todo o momento. Além dos “princípios” que devem reger

referida política, terão relevância fundamental os “instrumentos” para sua

execução, pois cabe ao Estado não apenas desenvolver atividades nesse

sentido, mediante a instituição de órgãos públicos de regulamentação e

fiscalizacão das relações virtuais, como também incentivando a criação de

associações civis que tenham por objeto a referida missão.

Ë conhecida a frase de Savatier: “a igualdade jurídica não é mais do que um pobre painel por detrás do qual cresceu a desigualdade social”.

O Direito informático pretende realizar uma igualdade substancial (não

apenas formal) entre os envolvidos na relação virtual, opondo-se a essa

desigualdade, criando as condições de uma igualdade prática pela concessão

às partes de um aparato legal institucional propício e seguro a essa relações.

e) princípio da subsidariedade -trata-se de princípio fundamental para o

desenvolvimento do direito informático. Porém, referidas normas, institutos e

estudos da doutrina do direito em geral só poderão ser aplicadas desde que:

a) não esteja aqui regulado de outro modo (“casos omissos”,

“subsidiariamente”);

b) não ofendam os princípios do direito informático (“incompatível”); a aplicação

de institutos não previstos não deve ser motivo para maior eternização das

demandas e tem que adaptá-las às peculiaridades próprias.

O interprete necessita fazer uma primeira indagação: se, não havendo

incompatibilidade, se permitirão a celeridade e a simplificação, que sempre são

almejadas na solução dos conflitos.

f) princípio da efetividade - significa que o juiz é incompetente para proferir

sentença que não tenha possibilidade de executar. É intuitivo que o exercício

da jurisdição depende da efetivação do julgado, o que não exclui a

possibilidade de ser exercida a respeito de pessoas que estejam no estrangeiro

e portanto fora do poder do tribunal.

O que se afirma é que, sem texto de lei, em regra o tribunal deve-se

julgar incompetente quando as coisas, ou o sujeito passivo, estejam fora de

seu alcance, isto é, do alcance da força de que dispõe. Este princípio é

fundamental para dirimir as relações virtuais em virtude da mobilidade das

transações, bem como as questões de fixação de competência e atribuição

para execução do julgado.

g) princípio da submissão- significa que, em limitado número de relações

virtuais, uma pessoa pode voluntariamente submeter-se à jurisdição de tribunal

a que não estava sujeita, pois se começa por aceitá-la não pode pois pretender

81

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS livrar-se dela. Mas este princípio está sujeito a duas limitações: não prevalece

onde se encontre estabelecida por lei a competência de justiça estrangeira, e

não resiste ao princípio da efetividade, isto é, não funciona quando este deva

funcionar. Por conseguinte, no silêncio da lei indígena, o tribunal deve declarar-

se incompetente quando não tenha razoável certeza de que poderá executar

seu julgado.

Síntese da aula Vimos que além da relação do Direito da informática com outros ramos do

direito, ainda existem vários princípios jurídicos que se relacionam numa

demonstração de que não há uniformidade lógica do raciocínio matemático, e

sim a flexibilidade do entendimento razoável do preceito.

Atividades 1 – Analisando os princípios citados no texto deste tema, trace um paralelo

entre:

a) Princípio da existência concreta e princípio da efetividade;

b) Princípio da subsidariedade e princípio da submissão;

c) Princípio da lealdade e princípio da boa fé objetiva e subjetiva;

d) Princípio da racionalidade e princípio da intervenção estatal;

82

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

83

Tema 12

Nomes de Domínio - Comitê Gestor da Internet no Brasil

Objetivo Conhecer a lei que regulamenta o registro de domínios na internet

Introdução O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) foi criado pela Portaria Interministerial nº 147, de 31 de maio de 1995 e alterada pelo Decreto Presidencial nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar

todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade

técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Também é

responsável por assegurar a justa e livre competição entre os provedores e

garantir a manutenção de adequados padrões de conduta de usuários e

provedores.

Composto por membros do governo, do setor empresarial, do terceiro

setor e da comunidade acadêmica, o CGI.br representa um modelo de

governança na Internet pioneiro no que diz respeito à efetivação da

participação da sociedade nas decisões envolvendo a implantação,

administração e uso da rede. Com base nos princípios de multilateralidade,

transparência e democracia, desde julho de 2004, o CGI.br elege

democraticamente seus representantes da sociedade civil para participar das

deliberações e debater prioridades para a internet, junto com o governo.

Em Nota Conjunta de maio de 1995, o Ministério das Comunicações

(MC) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) afirmaram que para tornar

efetiva a participação da Sociedade nas decisões envolvendo a implantação,

administração e uso da Internet, seria constituído um Comitê Gestor da

Internet, que contaria com a participação do MC e MCT, de entidades

operadoras e gestoras de espinhas dorsais, de representantes de provedores

de acesso ou de informações, de representantes de usuários, e da comunidade

acadêmica.

O Comitê Gestor foi criado pela Portaria Interministerial Número 147,

de 31 de maio de 1995. Seus integrantes foram nomeados pela Portaria

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Interministerial Número 183, de 3 de julho de 1995, sofrendo alterações através

das Portarias subsequentes.

No dia 4 de setembro de 2003, foi publicado no Diário Oficial da União

o Decreto Nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, que estabelece as normas de

funcionamento e atribuições do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Entre as

principais medidas está a criação do Comitê como pessoa jurídica, capaz de

administrar a arrecadação de valores de registro de nomes de domínio, e uma

maior democratização na escolha dos representantes. O Decreto Nº 4.829 foi

complementado pelas seguintes instâncias:

O Comitê Gestor Internet do Brasil, criado pela Portaria Interministerial MC/MCT nº 147/95, publicada no D.O.U. de 31/05/95

Resolução nº 01, de 15 de abril de 1998, publicada no D.O.U. de 21/05/98

dispôs que para conectividade à Internet, com o objetivo de disponibilização de

informações e serviços, é necessário o registro de nomes de domínio e a

atribuição de endereços IP (Internet Protocol), bem como a manutenção de

suas respectivas bases de dados na rede eletrônica;

dentre as atribuições institucionais do Comitê insere-se a de ‘coordenar a

atribuição de endereços IP e o registro de nomes de domínio’;

Resolução nº 02/98-CG, de mesma data, delegou competência à FAPESP

(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para realizar as

atividades de registro de nomes de domínio, distribuição de endereços IPs e

sua manutenção na rede eletrônica Internet.

O Registro do endereço virtual

Para se fazer presente na Grande Rede, a empresa que já desenvolve uma

atividade "física" em território nacional (arquivados os atos constitutivos no

Registro de Comércio, expedição de CNPJ, tributos em dia etc.), pode buscar o

registro de um endereço virtual. COM.BR, ou outro destinado a pessoas

jurídicas.

qualquer cidadão munido de CPF válido pode registrar seu endereço

respectivo (profissional liberal ou pessoa física).

O advogado tem domínio próprio “.adv.br”

Resolução nº 01/98 do Comitê Gestor

84

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Art. 1º - o direito ao nome de domínio será conferido ao primeiro requerente

que satisfizer, quando do requerimento, as exigências para o registro do nome,

conforme condições previstas na Resolução. É a teoria do "first come, first

served", de onde se depreende que, uma vez satisfeitas as exigências, o

registro é autorizado, implementado, publicado e colocado em funcionamento.

Art 1º, § 2º - a escolha do nome de domínio requerido e sua adequada

utilização são da inteira responsabilidade do requerente.

A FAPESP, no Acordo do Registro.br, item VI, faz também expressamente

essa ressalva, ao prever que "a escolha do nome de domínio e a sua utilização,

são de inteira responsabilidade do requerente que, ao aceitar eletronicamente

este acordo, exime o Registro.br de toda e qualquer responsabilidade por

quaisquer danos decorrentes de seu uso, respondendo por quaisquer ações

judiciais ou extra-judiciais que resultem de violação de direitos ou de prejuízos

causados a outrem e assumindo os ônus que se originarem daquelas ações".

E elege o Foro da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo para dirimir

quaisquer dúvidas e controvérsias ou proposição de ações quanto ao conteúdo

desse Acordo.

Art. 2º - o registro de nome de domínio é autorizado apenas para entidades

que funcionem legalmente no país, profissionais liberais e pessoas físicas.

Tal exigência já foi objeto de discussão no Comitê Gestor, que já autorizou às

empresas estrangeiras o registro de domínios. BR sem que estejam fixadas em

território pátrio, por meio de um procurador com poderes reconhecidos e

validados junto ao órgão consular do país de origem, enquanto superam a

burocracia para se estabelecer no Brasil, e desde que se comprometam a

estabelecer atividades definitivamente em solo pátrio no prazo de 12 meses.

Já no caso de profissionais liberais, cabe uma crítica: não é exigido

documento comprobatório da profissão ou da atividade exercida, sendo

suficiente apenas o CPF, como no caso do domínio para pessoas físicas

(.NOM.BR).

Art. 7º - ocorre a extinção do direito de uso de um nome de domínio

registrado, ensejando o seu cancelamento:

I - pela renúncia expressa do respectivo titular, por meio de documentação

hábil;

85

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS II - pelo não pagamento nos prazos estipulados da retribuição pelo registro

e/ou sua manutenção;

III - pelo não uso regular do nome de domínio por um período contínuo de

180 (cento e oitenta) dias;

IV - pela inobservância das regras estabelecidas nesta Resolução e seus

Anexos;

V - por ordem judicial.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos II e IV, o titular será

notificado para satisfazer à exigência no prazo de 30 (trinta) dias, decorridos os

quais, sem atendimento, será cancelado o registro.

Nome de domínio É um nome que serve para localizar e identificar conjuntos de

computadores na Internet. O nome de domínio foi concebido com o objetivo de

facilitar a memorização dos endereços de computadores na Internet. Sem ele,

teríamos que memorizar uma sequência grande de números.

Registro de domínio

Qualquer entidade legalmente estabelecida no Brasil como pessoa

jurídica (instituições) ou física (Profissionais Liberais e pessoas físicas) que

possua um contato em território nacional. Empresas estrangeiras que possuam

um procurador legalmente estabelecido no Brasil, de acordo com as regras

descritas em: "Procedimentos para registro de estrangeiros".

Documentação necessária para o registro de um domínio

Pessoa Jurídica:

.AM.BR - Exige-se o CNPJ e comprovante da ANATEL para Radiodifusão

sonora AM;

.COOP.BR - Exige-se o CNPJ e comprovante de registro junto a Organização

das Cooperativas Brasileiras;

.EDU.BR - Exige-se o CNPJ e a comprovação da atividade específica através

de documento do MEC e algum documento que comprove que o nome a ser

registrado não é genérico;

.FM.BR - Exige-se o CNPJ e comprovante da ANATEL para Radiodifusão

sonora FM;

86

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS .G12.BR - Exige-se o CNPJ;

.GOV.BR - Exige-se o CNPJ e comprovação que a entidade pertence ao

governo federal;

.MIL.BR - Exige-se autorização do Ministério da Defesa;

.NET.BR - Exige-se a comprovação desta atividade por documento específico

mais o CNPJ;

.ORG.BR - Exige-se a documentação que comprove a natureza da instituição

não governamental sem fins lucrativos e o CNPJ. Nos casos em que a

instituição é um consulado ou uma embaixada, a exigência do CNPJ para esse

DPN é dispensada;

.PSI.BR - Exige-se o CNPJ e comprovação que a entidade é provedora de

acesso à Internet;

.TV.BR - Exige-se o CNPJ e comprovante da ANATEL para Radiodifusão de

Sons e Imagens ou Operação de TV à cabo;

Para os demais DPNs exige-se somente a apresentação do número do CNPJ ou CPF/MF ao formulário de registro. A documentação pode ser solicitada

posteriormente pelo registro caso seja necessário.

Registro de cidade.GOV.BR

Entidades dos governos estaduais e municipais registram-se abaixo de

XX.GOV.BR, onde XX é a sigla do seu estado. Consulte quais são os contatos

responsáveis pelo registro em cada um dos estados, através do sistema de

pesquisa, executando a para o domínio XX.GOV.BR. O pedido do registro deve

ser enviado para os responsáveis listados. Exemplo: Se for órgão do município

de São Paulo, consulte: SP.GOV.BR

http://registro.br/faq/index.html

Fonte : Registro.br Diferença entre .com.br e .com Domínios .com.br são domínios de segundo nível controlados pelo órgão

registro.br os domínios .com são domínios de primeiro nível controlados por

diversos órgãos internacionais.

Para o registro de um domínio .com é necessário o uso de um CNPJ? Somente é solicitado o CPF o uso de CNPJ se torna obrigatório para registro

de domínios .com.br..

Registro do nome de domínio do advogado

87

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS desde quando um escritório de advocacia tenha um CNPJ pode registrar, por

exemplo www.nomedoescritorio.adv.br, já que não há vedação legal para o

registro.

Nos casos em que o advogado não participa de uma sociedade, ele pode

registrar o nome de domínio

www.nomedoadvogado.adv.br, fornecendo o seu número de CPF. Por outro

lado, não há exigência de apresentação ou da informação do número registro

da sociedade, nem da Seccional onde estaria registrado seu contrato social. De

igual forma, não é solicitado o número de inscrição do suposto advogado.

De acordo com as normas internas do CGIB, exige-se a apresentação do

comprovante de inscrição no CNPJ bem como da atividade específica de

diversas instituições;

entidades de ensino superior e de pesquisa que se inscrevem sob o DPN .br

provedores de meios físicos de comunicação, habilitados legalmente à

prestação de serviços públicos de telecomunicações, .net.br, dentre outras

situações.

Além dos advogados - .adv.br - são supostos beneficiários de DPNs

específicos, bastando comprovar inscrição no CPF, os arquitetos (.arq.br.), os

engenheiros (.eng.br.), os especialistas em tecnologia de informação (.eti.br),

os jornalistas (.jor.br), os leiloeiros (.lel.br), os médicos (.med.br) os

odontólogos (.odo.br), além de outros. Para nenhum deles há qualquer outra

exigência.

Combate a fraudes no registro de nomes de domínio

A solução mais urgente seria a exigência, quando do registro da homepage,

da inscrição do suposto profissional liberal junto ao Conselho de classe ao qual

está vinculado. O advogado apresentaria a OAB, o odontólogo, a inscrição no

CRO, o médico seu CRM etc. Isso evitaria que se registrassem sob o DPN

.adv.br inúmeras atividades que, embora dignas, não dizem respeito à

advocacia. Fonte: Texto retirado do site www.apostilando.com.br

Síntese da aula Já se sabe que controlar o conteúdo da internet é considerado humanamente

impossível, mas a criação do CGI.br possibilitou ter um controle do número de

sites existentes na rede. Neste tema você conheceu a base legal que

regulamenta o mercado de domínios .br assim como o processo de registro e

as diferenças entre cada domínio.

88

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Atividades 1 - Faça uma análise sobre a burocracia a ser enfrentada para se criar um

domínio no Brasil e trace um paralelo com o processo de registro que é feito

em países como os EUA.

89

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Glossário Terminologia Técnica Internet AC

Autoridade certificadora

Entidade responsável por emitir certificados digitais. Estes certificados podem ser

emitidos para diversos tipos de entidades, tais como: pessoa, computador,

departamento de uma instituição, instituição, etc.

ADSL

Do Inglês Asymmetric Digital Subscriber Line. Sistema que permite a utilização das

linhas telefônicas para transmissão de dados em velocidades maiores que as permitidas

por um modem convencional.

Adware

Do Inglês Advertising Software. Software especificamente projetado para apresentar

propagandas. Constitui uma forma de retorno financeiro para aqueles que desenvolvem

software livre ou prestam serviços gratuitos. Pode ser considerado um tipo de spyware,

caso monitore os hábitos do usuário, por exemplo, durante a navegação na Internet

para direcionar as propagandas que serão apresentadas.

Antivírus

Programa ou software especificamente desenvolvido para detectar, anular e eliminar de

um computador vírus e outros tipos de código malicioso.

AP

Do Inglês Access Point. Dispositivo que atua como ponte entre uma rede sem fio e uma

rede tradicional.

Artefato

De forma geral, artefato é qualquer informação deixada por um invasor em um sistema

comprometido. Pode ser um programa ou script utilizado pelo invasor em atividades

maliciosas, um conjunto de ferramentas usadas pelo invasor, logs ou arquivos deixados

em um sistema comprometido, a saída gerada pelas ferramentas do invasor, etc.

Assinatura digital

Código utilizado para verificar a integridade de um texto ou mensagem. Também pode

ser utilizado para verificar se o remetente de uma mensagem é mesmo quem diz ser.

Atacante

Pessoa responsável pela realização de um ataque. Veja também Ataque.

Ataque

Tentativa, bem ou mal sucedida, de acesso ou uso não autorizado a um programa ou

computador. Também são considerados ataques as tentativas de negação de serviço.

Autoridade certificadora

Entidade responsável por emitir certificados digitais. Estes certificados podem ser

emitidos para diversos tipos de entidades, tais como: pessoa, computador,

departamento de uma instituição, instituição, etc.

Backdoor

Programa que permite a um invasor retornar a um computador comprometido.

Normalmente este programa é colocado de forma a não ser notado.

Banda

Veja Largura de banda.

90

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Bandwidth

Veja Largura de banda.

Bluetooth

Termo que se refere a uma tecnologia de rádio-freqüência (RF) de baixo alcance,

utilizada para a transmissão de voz e dados.

Boato

E-mail que possui conteúdo alarmante ou falso e que, geralmente, tem como remetente

ou aponta como autora da mensagem alguma instituição, empresa importante ou órgão

governamental. Através de uma leitura minuciosa deste tipo de e-mail, normalmente, é

possível identificar em seu conteúdo mensagens absurdas e muitas vezes sem sentido.

Bot

Programa que, além de incluir funcionalidades de worms, sendo capaz de se propagar

automaticamente através da exploração de vulnerabilidades existentes ou falhas na

configuração de softwares instalados em um computador, dispõe de mecanismos de

comunicação com o invasor, permitindo que o programa seja controlado remotamente.

O invasor, ao se comunicar com o bot, pode orientá-lo a desferir ataques contra outros

computadores, furtar dados, enviar spam, etc.

Botnets

Redes formadas por diversos computadores infectados com bots. Podem ser usadas

em atividades de negação de serviço, esquemas de fraude, envio de spam, etc.

Cable modem

Modem projetado para operar sobre linhas de TV a cabo.

Cavalo de tróia

Programa, normalmente recebido como um "presente" (por exemplo, cartão virtual,

álbum de fotos, protetor de tela, jogo, etc), que além de executar funções para as quais

foi aparentemente projetado, também executa outras funções normalmente maliciosas e

sem o conhecimento do usuário.

Certificado digital

Arquivo eletrônico, assinado digitalmente, que contém dados de uma pessoa ou

instituição, utilizados para comprovar sua identidade. Veja também Assinatura digital.

Código malicioso

Termo genérico que se refere a todos os tipos de programa que executam ações

maliciosas em um computador. Exemplos de códigos maliciosos são os vírus, worms,

bots, cavalos de tróia, rootkits, etc.

Comércio eletrônico

Também chamado de e-commerce, é qualquer forma de transação comercial onde as

partes interagem eletronicamente. Conjunto de técnicas e tecnologias computacionais

utilizadas para facilitar e executar transações comerciais de bens e serviços através da

Internet.

Comprometimento

Veja Invasão.

Conexão segura

Conexão que utiliza um protocolo de criptografia para a transmissão de dados, como por

exemplo, HTTPS ou SSH.

Correção de segurança

91

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Correção especificamente desenvolvida para eliminar falhas de segurança em um

software ou sistema operacional.

Criptografia

Ciência e arte de escrever mensagens em forma cifrada ou em código. É parte de um

campo de estudos que trata das comunicações secretas. É usada, dentre outras

finalidades, para: autenticar a identidade de usuários; autenticar transações bancárias;

proteger a integridade de transferências eletrônicas de fundos, e proteger o sigilo de

comunicações pessoais e comerciais;

DoS

Do Inglês Distributed Denial of Service. Ataque de negação de serviço distribuído, ou

seja, um conjunto de computadores é utilizado para tirar de operação um ou mais

serviços ou computadores conectados à Internet. Veja Negação de serviço.

DNS

Do Inglês Domain Name System. Serviço que traduz nomes de domínios para

endereços IP e vice-versa.

DoS

Do Inglês Denial of Service. Veja Negação de serviço.

E-commerce

Veja Comércio eletrônico.

Endereço IP

Este endereço é um número único para cada computador conectado à Internet,

composto por uma seqüência de 4 números que variam de 0 até 255, separados por ".".

Por exemplo: 192.168.34.25.

Engenharia social

Método de ataque onde uma pessoa faz uso da persuasão, muitas vezes abusando da

ingenuidade ou confiança do usuário, para obter informações que podem ser utilizadas

para ter acesso não autorizado a computadores ou informações.

Exploit

Programa ou parte de um programa malicioso projetado para explorar uma

vulnerabilidade existente em um software de computador.

Falsa identidade

Ato onde o falsificador atribui-se identidade ilegítima, podendo se fazer passar por outra

pessoa, com objetivo de obter vantagens indevidas, como por exemplo, obter crédito,

furtar dinheiro de contas bancárias das vítimas, utilizar cartões de crédito de terceiros,

entre outras.

Firewall

Dispositivo constituído pela combinação de software e hardware, utilizado para dividir e

controlar o acesso entre redes de computadores.

Firewall pessoal Software ou programa utilizado para proteger um computador contra acessos não

autorizados vindos da Internet. É um tipo específico de firewall.

GnuPG

Conjunto de programas gratuito e de código aberto, que implementa criptografia de

chave única, de chaves pública e privada e assinatura digital.

GPG

92

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Veja GnuPG.

Harvesting

Técnica utilizada por spammers, que consiste em varrer páginas Web, arquivos de listas

de discussão, entre outros, em busca de endereços de e-mail.

Hoax

Veja Boato.

HTML

Do Inglês HyperText Markup Language. Linguagem universal utilizada na elaboração de

páginas na Internet.

HTTP

Do Inglês HyperText Transfer Protocol. Protocolo usado para transferir páginas Web

entre um servidor e um cliente (por exemplo, o browser).

HTTPS

Quando utilizado como parte de uma URL, especifica a utilização de HTTP com algum

mecanismo de segurança, normalmente o SSL

Identity theft

Veja Falsa identidade.

IDS

Do Inglês Intrusion Detection System. Programa, ou um conjunto de programas, cuja

função é detectar atividades maliciosas ou anômalas.

IEEE

Acrônimo para Institute of Electrical and Electronics Engineers, uma organização

composta por engenheiros, cientistas e estudantes, que desenvolvem padrões para a

indústria de computadores e eletro-eletrônicos.

Invasão

Ataque bem sucedido que resulte no acesso, manipulação ou destruição de informações

em um computador.

Invasor

Pessoa responsável pela realização de uma invasão (comprometimento). Veja também

Invasão.

IP

Veja Endereço IP

Keylogger

Programa capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas pelo usuário no teclado de

um computador. Normalmente, a ativação do keylogger é condicionada a uma ação

prévia do usuário, como por exemplo, após o acesso a um site de comércio eletrônico

ou Internet Banking, para a captura de senhas bancárias ou números de cartões de

crédito

Largura de banda

Quantidade de dados que podem ser transmitidos em um canal de comunicação, em um

determinado intervalo de tempo.

Log

Registro de atividades gerado por programas de computador. No caso de logs relativos

a incidentes de segurança, eles normalmente são gerados por firewalls ou por IDSs

Malware

Do Inglês Malicious software (software malicioso). Veja Código malicioso.

MMS

93

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Do Inglês Multimedia Message Service. Tecnologia amplamente utilizada em telefonia

celular para a transmissão de dados, como texto, imagem, áudio e vídeo.

Modem

Dispositivo que permite o envio e recebimento de dados utilizando as linhas telefônicas.

Negação de serviço

Atividade maliciosa onde o atacante utiliza um computador para tirar de operação um

serviço ou computador conectado à Internet.

Número IP

Veja Endereço IP.

Opt-in

Regra de envio de mensagens que define que é proibido mandar e-mails

comerciais/spam, a menos que exista uma concordância prévia por parte do

destinatário. Veja também Soft opt-in.

Opt-out

Regra de envio de mensagens que define que é permitido mandar e-mails

comerciais/spam, mas deve-se prover um mecanismo para que o destinatário possa

parar de receber as mensagens.

P2P

Acrônimo para peer-to-peer. Arquitetura de rede onde cada computador tem

funcionalidades e responsabilidades equivalentes. Difere da arquitetura cliente/servidor,

onde alguns dispositivos são dedicados a servir outros. Este tipo de rede é normalmente

implementada via softwares P2P, que permitem conectar o computador de um usuário

ao de outro para compartilhar ou transferir dados, como MP3, jogos, vídeos, imagens,

etc.

Password

Veja Senha.

Patch

Veja Correção de segurança.

PGP

Do Inglês Pretty Good Privacy. Programa que implementa criptografia de chave única,

de chaves pública e privada e assinatura digital. Possui versões comerciais e gratuitas.

Veja também GnuPG.

Phishing

Também conhecido como phishing scam ou phishing/scam. Mensagem não solicitada

que se passa por comunicação de uma instituição conhecida, como um banco, empresa

ou site popular, e que procura induzir usuários ao fornecimento de dados pessoais e

financeiros. Inicialmente, este tipo de mensagem induzia o usuário ao acesso a páginas

fraudulentas na Internet. Atualmente, o termo também se refere à mensagem que induz

o usuário à instalação de códigos maliciosos, além da mensagem que, no próprio

conteúdo, apresenta formulários para o preenchimento e envio de dados pessoais e

financeiros.

Porta dos fundos

Veja Backdoor.

Proxy

Servidor que atua como intermediário entre um cliente e outro servidor. Normalmente é

utilizado em empresas para aumentar a performance de acesso a determinados

serviços ou permitir que mais de uma máquina se conecte à Internet. Proxies mal

94

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS configurados podem ser abusados por atacantes e utilizados como uma forma de tornar

anônimas algumas ações na Internet, como atacar outras redes ou enviar spam.

Rede sem fio

Rede que permite a conexão entre computadores e outros dispositivos através da

transmissão e recepção de sinais de rádio.

Rootkit

Conjunto de programas que tem como finalidade esconder e assegurar a presença de

um invasor em um computador comprometido. É importante ressaltar que o nome rootkit

não indica que as ferramentas que o compõem são usadas para obter acesso

privilegiado (root ou Administrator) em um computador, mas sim para manter o acesso

privilegiado em um computador previamente comprometido.

Scam

Esquemas ou ações enganosas e/ou fraudulentas. Normalmente, têm como finalidade

obter vantagens financeiras.

Scan

Técnica normalmente implementada por um tipo de programa, projetado para efetuar

varreduras em redes de computadores. Veja Scanner.

Scanner

Programa utilizado para efetuar varreduras em redes de computadores, com o intuito de

identificar quais computadores estão ativos e quais serviços estão sendo

disponibilizados por eles. Amplamente utilizado por atacantes para identificar potenciais

alvos, pois permite associar possíveis vulnerabilidades aos serviços habilitados em um

computador.

Screenlogger

Forma avançada de keylogger, capaz de armazenar a posição do cursor e a tela

apresentada no monitor, nos momentos em que o mouse é clicado, ou armazenar a

região que circunda a posição onde o mouse é clicado. Veja também Keylogger.

Senha

Conjunto de caracteres, de conhecimento único do usuário, utilizado no processo de

verificação de sua identidade, assegurando que ele é realmente quem diz ser.

Site

Local na Internet identificado por um nome de domínio, constituído por uma ou mais

páginas de hipertexto, que podem conter textos, gráficos e informações multimídia.

SMS

Do Inglês Short Message Service. Tecnologia amplamente utilizada em telefonia celular

para a transmissão de mensagens de texto curtas. Diferente do MMS, permite apenas

dados do tipo texto e cada mensagem é limitada em 160 caracteres alfanuméricos.

Sniffer

Dispositivo ou programa de computador utilizado para capturar e armazenar dados

trafegando em uma rede de computadores. Pode ser usado por um invasor para

capturar informações sensíveis (como senhas de usuários), em casos onde estejam

sendo utilizadas conexões inseguras, ou seja, sem criptografia.

Soft opt-in

Regra semelhante ao opt-in, mas neste caso prevê uma exceção quando já existe uma

relação comercial entre remetente e destinatário. Desta forma, não é necessária a

permissão explícita por parte do destinatário para receber e-mails deste remetente. Veja

Opt-in.

95

EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Spam

Termo usado para se referir aos e-mails não solicitados, que geralmente são enviados

para um grande número de pessoas. Quando o conteúdo é exclusivamente comercial,

este tipo de mensagem também é referenciada como UCE (do Inglês Unsolicited

Commercial E-mail).

Spammer

Pessoa que envia spam.

Spyware

Termo utilizado para se referir a uma grande categoria de software que tem o objetivo

de monitorar atividades de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.

Podem ser utilizados de forma legítima, mas, na maioria das vezes, são utilizados de

forma dissimulada, não autorizada e maliciosa.

SSH

Do Inglês Secure Shell. Protocolo que utiliza criptografia para acesso a um computador

remoto, permitindo a execução de comandos, transferência de arquivos, entre outros.

SSID

Do Inglês Service Set Identifier. Conjunto único de caracteres que identifica uma rede

sem fio. O SSID diferencia uma rede sem fio de outra e um cliente normalmente só pode

conectar em uma rede sem fio se puder fornecer o SSID correto.

SSL

Do Inglês Secure Sockets Layer. Protocolo que fornece confidencialidade e integridade

na comunicação entre um cliente e um servidor, através do uso de criptografia. Veja

também HTTPS.

Time zone

Fuso horário.

Trojan horse

Veja Cavalo de tróia

UCE

Do inglês Unsolicited Commercial E-mail. Termo usado para se referir aos e-mails

comerciais não solicitados.

URL

Do Inglês Universal Resource Locator. Seqüência de caracteres que indica a

localização de um recurso na Internet, como por exemplo, http://cartilha.cert.br/.

Vírus

Programa ou parte de um programa de computador, normalmente malicioso, que se

propaga infectando, isto é, inserindo cópias de si mesmo e se tornando parte de outros

programas e arquivos de um computador. O vírus depende da execução do programa

ou arquivo hospedeiro para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de

infecção.

VPN

Do Inglês Virtual Private Network. Termo usado para se referir à construção de uma

rede privada utilizando redes públicas (por exemplo, a Internet) como infra-estrutura.

Estes sistemas utilizam criptografia e outros mecanismos de segurança para garantir

que somente usuários autorizados possam ter acesso a rede privada e que nenhum

dado será interceptado enquanto estiver passando pela rede pública.

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EAD UNITINS – INFORMÁTICA FORENSE - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Vulnerabilidade

Falha no projeto, implementação ou configuração de um software ou sistema

operacional que, quando explorada por um atacante, resulta na violação da segurança

de um computador.

Web bug

Imagem, normalmente muito pequena e invisível, que faz parte de uma página Web ou

de uma mensagem de e-mail, e que é projetada para monitorar quem está acessando

esta página Web ou mensagem de e-mail.

WEP

Do Inglês Wired Equivalent Privacy. Protocolo de segurança para redes sem fio que

implementa criptografia para a transmissão dos dados. Este protocolo apresenta

algumas falhas de segurança.

Wi-Fi Do Inglês Wireless Fidelity. Termo usado para se referir genericamente a redes sem fio

que utilizam qualquer um dos padrões 802.11.

Wireless

Veja Rede sem fio.

WLAN

Do Inglês Wireless Local-Area Network. Refere-se a um tipo de rede que utiliza ondas

de rádio de alta freqüência, ao invés de cabos, para a comunicação entre os

computadores.

Worm

Programa capaz de se propagar automaticamente através de redes, enviando cópias de

si mesmo de computador para computador. Diferente do vírus, o worm não embute

cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos e não necessita ser

explicitamente executado para se propagar. Sua propagação se dá através da

exploração de vulnerabilidades existentes ou falhas na configuração de softwares

instalados em computadores.

WPA

Do Inglês Wi-Fi Protected Access. Protocolo de segurança para redes sem fio

desenvolvido para substituir o protocolo WEP, devido a suas falhas de segurança. Esta

tecnologia foi projetada para, através de atualizações de software, operar com produtos

Wi-Fi que disponibilizavam apenas a tecnologia WEP. Inclui duas melhorias em relação

ao protocolo WEP que envolvem melhor criptografia para transmissão de dados e

autenticação de usuário.

Glossário capturado no site www.apostilando.com.br “Information Technology (IT

Tecnologia da Informação. Paulo César Bhering Camarão. Glossário de Informática

Sepro, 1993, p. 259.)”

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