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CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO RESTRINGE O USO DE FARÓIS DE GÁS XENÔNIO Bagaço e palha de cana na produção de bioetanol Recicladores são intoxicados por agrotóxico Descarga zero nos tanques de pré-resfriamento de carcaças de aves AMBIENTE ARTIGO PESQUISA Jan-Fev-Mar de 2009 | Ano XIII | N° 112

Informativo nº 112

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pesquisa artigo Bagaço e palha de cana na produção de bioetanol descarga zero nos tanques de pré-resfriamento de carcaças de aves recicladores são intoxicados por agrotóxico Jan-Fev-Mar de 2009 | Ano XIII | N° 112

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Conselho naCional de TrânsiTo resTringe o uso de faróis de gás xenônio

Bagaço e palha de cana na produção de

bioetanol

recicladores são intoxicados por

agrotóxico

descarga zero nos tanques de

pré-resfriamento de carcaças de aves

ambiente

artigo

pesquisa

Jan-Fev-Mar de 2009 | Ano XIII | N° 112

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editorialíndice4

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legislaçãoSem olhos azuis

artigo Descarga Zero nos Tanques de pré-friamento de carcaça de aves

pesquisaGrupo estuda uso de bagaço e palha da cana na produção de bioetanol

ambienteVítimas dos agrotóxicos no RS

eventosCRQ-V obtém sucesso na participação em eventos

expedienteINFORMATIVO CRQ-V - Av. Itaqui, 45 - CEP 90460-140 - Porto Alegre/RS - Fone/fax: 51 3330.5659 - www.crqv.org.br

Presidente: Paulo Roberto Bello FallavenaVice-Presidente: Estevão SegallaSecretário: Renato EvangelistaTesoureiro: Ricardo Noll

Assessoria de Comunicação do [email protected]. Resp.: Vanessa ValiatiEdição de Arte: Letícia Lampert

Colaboração: Camila VargasEstagiário: Marcos BertoncelloTiragem: 10.000Impressão: Gráfica Trindade

números do conselhoDOCUMENTOS NOV/DEZ TOTAL 2008

ART’S emitidas 1348 5860

Registros Definitivos 100 739

Registros Provisórios 78 608

Certidões 13 78

Processos Analisados 370 2889

Nesta primeira edição do In-formativo do CRQ-V abordamos a restrição do gás xenônio utiliza-do nos faróis dos automóveis. O farol, de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), pode motivar acidentes . Também divulgamos a pesquisa que estu-da o bagaço e a palha da cana na produção do bioetanol, que tem como objetivo reunir pesquisa-

sorteio

memória

dores de todo o país para estudar a produção de energia a partir da biomassa.

A partir de agora, o Informa-tivo passa a ser trimestral, mas com a garantia da qualidade de sempre. Seguimos contando com a sua participação para que pos-samos atender às expectativas do profissional da química.

O presidente da Vinícola Salton, maior produtora de espumantes do País, Ângelo Salton Neto, faleceu aos 56 anos, vítima de um infarto, em São Paulo.O líder da companhia foi o responsável por mudar os rumos da vinícola, apostando na produção de vinhos e espumantes finos. Ele deixou a mulher e quatro filhos.

aviso

Profissionais e empresas que en-trarem com pedido de registro a partir de 1º de março deverão ane-xar à documentação o comprovante de pagamento das taxas de registro, caso contrário a documentação não terá andamento dentro do CRQ-V.

reGIsTro de ProFIssIonAIs e emPresAs

de segunda a sexta-feiradas 8h30min às12h15min e das 13h30 às 16h45min

atenção!A partir de 1º de março, o CRQ tem novo horário de atendimento ao público no protocolo e recepção:

Os profissionais que ganharam os livros “Os Impérios da Química Moderna”, de Jacques Bergier e “As revoluções de Ferran Adrià”, de Manfred Lamberdière foram Franciele Ianiski , engenheira de alimentos e Odoaldo Ivo Roche-fort Neto, técnico químico.

CRQ

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Odoaldo veio ao CRQ-V buscar o prêmio

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Pesquisa divulgada pelo Centro de Indústria , Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves e pelo Instituto Brasi-leiro do Vinho (Ibravin) aponta a pre-ferência em bebidas dos brasileiros. O estudo mostra a situação do mercado nacional de vinhos e espumantes e apresenta a falta de informação como um dos principais pontos para o baixo consumo.

O estudo foi realizado pela Market Analysis com 1.037 pessoas entre 18 e 69 anos. As capitais escolhidas foram Recife, São Paulo e Porto Alegre. Os resultados deixaram surpresos os pro-dutores quanto à grande influência do comércio: os consumidores acabam reféns do ponto de venda, que dispo-nibiliza de forma restrita os produtos.

Além disso, o maior agravante é a falta de informação sobre a mercado-ria vendida. Dessa forma, os consumi-dores são induzidos, ou até mesmo desestimulados, a efetuar a compra. Por isso, quanto maior a preparação dos canais, menores as chances de equívocos por parte do consumidor.

CERVEJA é A GRANDE RIVALOs resultados da pesquisa também

mostraram a cerveja como a principal concorrente dos vinhos e espumantes. Enquanto o consumo anual per capita de cerveja desponta com cerca de 49 litros, o vinho fica em torno de dois.

O consumo ficou quase estagnado entre 1995 a 2006. Mesmo tendo um crescimento nos setores, ganhando visibilidade no mundo todo. A pu-blicidade aumenta 7,1% ao ano, esti-mulando as pessoas a buscarem mais conhecimento sobre a vitivinicultura. Especialistas dizem que o setor vai continuar em desenvolvimento con-tínuo, mas a médio e longo prazo, de maneira gradual e suave.

FAlTA de InFormAção PrejudIcA A vendA de vInhos e esPumAnTes

Trensurb recolhe óleo

de cozInhA PArA oleoPlAn

O Grupo de Trabalho de Ges-tão Ambiental (GTGA) da Tren-surb entrega, desde outubro de 2007, óleo de cozinha à empresa Oleoplan para a transformação em biodiesel. Além dos funcioná-rios, empresas terceirizadas estão colaborando para que o uso des-se material seja na fabricação de um combustível verde em vez de um poluidor de água.

Em uma semana, já se conse-guiu recolher uma quantidade superior a 120 litros de óleo de cozinha e os números indicam crescimento segundo o coorde-nador do GTGA, Dirceu Nunes Fernandes. Para se ter uma ideia, quando o Grupo começou o trabalho com alunos do Progra-ma Estação Educar, no primeiro mês, foram recolhidos 55 litros do produto na Coleta Seletiva da empresa. Para Fernandes, a parti-cipação dos funcionários cresceu muito e pode evoluir ainda mais a cada semana”. Desde o come-ço da Coleta Seletiva de Óleo de Cozinha Usado, foram recolhidos 1.021 litros, garantindo a preser-vação de aproximadamente 1 bi-lhão de litros de água. O posto de coleta fica no saguão do prédio administrativo da Trensurb. O re-colhimento do produto por parte da Oleoplan acontece todas as terças-feiras.

Pesquisadores das universidades Federal de Santa Catarina (UFSC), do Vale do Itajaí (Univali) e do Extremo Sul Catarinense (Unesc), levantaram a possibilidade de usar o extrato de erva-mate para atenuar danos cog-nitivos e de memória em pacientes com a doença de Parkinson. Os resul-tados foram apresentados em artigo na revista Journal of Ethnopharmaco-logy, da editora irlandesa Elsevier.

O estudo vem sendo realizado nos laboratórios das três institui-

ervA-mATeções, envolvendo, além de pesquisa-dores consolidados, bolsistas de ini-ciação científica. Usando ratos para as experiências, os pesquisadores induziram os animais às condições da doença em questão. Constatou-se uma melhora na memória e nos aprendizados deles após a utilização do extrato de erva-mate. A mesma equipe já havia demonstrado, em estudo anterior, a melhora no déficit motor em animais com lesão neuro-nal à doença de Parkinson, a partir da aplicação do produto.

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Os dias dos carros com luzes azuis estão contados. Desde o início do ano de 2009, o uso do farol de gás xenô-nio, conhecido como “Xenon”, está res-trito. O acessório que virou febre nas noites das principais cidades do Brasil foi alvo de muita polêmica, mas, neste ano, fica determinada sua irregulari-dade, podendo custar uma multa de R$ 127,00 e retenção do veículo pela infração.

A Resolução 294 do Conselho Na-cional de Trânsito (Contran) estabe-lece que, a partir de 1º de janeiro, só podem trafegar com esse tipo de farol os carros que tenham sistema de ajus-te de altura das lâmpadas, de acordo com a inclinação das vias. A norma determina que a cor de luz branca é a única permitida, além das amarelas (mais comuns). A ideia da Contran é evitar a famosa “guerra de luzes” nas vias, eventual motivadora de aciden-tes. Também ficou indicado pela por-taria que, no caso de veículos com “Xenon”, é obrigatório ter instalado os limpadores de farol, para que alguma sujeira não mude a direção da luz, o que poderia ofuscar a visão dos outros motoristas.

Os kits Xenon tornaram-se um dos acessórios automotivos mais procura-dos pelos amantes de carros. Não é de se estranhar, pois, além de embelezar o carro, esse tipo de farol traz outros be-nefícios. Quem explica é um funcioná-rio de uma loja de peças automotivas na avenida Azenha em Porto Alegre. “Os faróis de xenônio iluminam três vezes mais que as lâmpadas comuns e gastam 30% menos de energia da ba-teria do veículo”, compara. Ele também menciona a grande queda de preço que esses kits sofreram. “Os ‘Xenon’ já chegaram a custar mais de mil reais e hoje é possível encontrá-los por menos de R$ 300, o que explica a grande pro-cura por esse item”. No caso da aveni-da Azenha (onde concentra-se grande número de lojas de carros), os valores desse acessório varia entre R$ 400 e R$ 600. Com as obrigações impostas pela resolução da Contran, somente carros luxuosos, que já possuem o sistema de regulagem e os limpadores de fá-brica, estão livres para circular com as luzes azuis. Já os kits de adaptação, tão vendidos no Brasil, não são comercia-lizados com essas tecnologias. A partir

disso, o vendedor afirma com convic-ção: “isso só vai fazer diminuir ainda mais o valor do acessório. Mas quem ainda quiser tê-lo, só vai arrumar inco-modação”. Portanto, quem instalou os faróis depois de comprar o carro terá que retirá-los.

No Rio Grande do Sul, a fiscalização desse equipamento deverá ficar sob a responsabilidade do Comando Rodo-viário da Brigada Militar. Segundo o CRBM, o trabalho ganhará prioridade aos poucos no ano de 2009, uma vez que o principal foco do Comando nes-se verão estava no fluxo do trânsito nas rodovias em decorrência dos feria-dos de Ano-Novo e Carnaval.

legislação

sem olhos azuiscontran restringe uso de faróis de xenônio

em veículos automotivos

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dIFerençA TécnIcA do “Xenon” PArA As lâmPAdAs comuns

O xenônio, num tubo cheio de gás, emite um brilho azul quando excitado com uma descarga elétrica. Basica-mente sua diferença para os faróis co-muns está no sistema de alimentação e o tipo de luz emitida. As lâmpadas comuns são feitas com filamento in-terno em tungstênio, que ao receber uma carga elétrica, emitem luz. As de “Xenon” são tais como as lâmpadas fluorescentes: a energia carrega um reator e este processa, intensifica e manda as cargas para a lâmpada, re-sultando numa luz muito mais forte. As cores emitidas por esses faróis, em geral, variam de 4.300 K a 14.000 K (6.000K, 8.000K e 10.000K, são as mais comuns). Sendo que: as quantidades mais baixas se aproximam da cor bran-ca; as medianas, da cor azul; e as mais altas, de cor roxa. As lâmpadas de “Xe-non” seguem os modelos das lâmpa-das halógenas dos carros (H1, H3, H7, H4, 9905, 9006, 9007).

O Xenônio é um elemento quí-mico do grupo dos gases nobres ou inertes. Seu símbolo é Xe de núme-ro atômico 54 (54 prótons e 54 elé-trons) e de massa atômica igual a 131,3 u*. Ele encontra-se no estado gasoso à temperatura ambiente. é inodoro, muito pesado, incolor, en-contrado como traço na atmosfera terrestre, e faz parte do primeiro composto de gás nobre sintetiza-do. O xenônio (do grego que signi-fica “estranho”) foi descoberto por William Ramsay e Morris Travers em 1898 nos resíduos resultantes da evaporação dos componentes do ar líquido. O uso principal e mais

o XenônIofamoso deste gás é na fabricação de dispositivos emissores de luz, tais como lâmpadas bactericidas, tubos eletrônicos, lâmpadas estro-boscópicas e flashes fotográficos. Ele pode ser armazenado com se-gurança em recipientes convencio-nais de vidro selados a temperatura e pressão ambiente. O xenônio não é tóxico, contudo, muitos de seus compostos são altamente perigo-sos à saúde devido às fortes pro-priedades de oxidação.

*Unidade de Massa Atômica = 1/12 de massa de um átomo de carbono-12

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Figura I - Fluxograma do processo normalmente realizado pelos frigoríficos.

artigo

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O estudo feito consiste em compro-var a viabilidade técnica e econômica de um modelo de reutilização de água na indústria de frango. A viabilização do estudo é extremamente atrativa pelo aspecto econômico e principal-mente na atual situação mundial onde os recursos naturais estão cada vez mais limitados como a água potável, portanto é possível adotar tecnologias como as retratadas no trabalho cola-borando para preservação das águas servidas.

Em função da ausência de oferta de água potável em quantidade e quali-dade, os projetos de reuso se tornam cada vez mais atrativos e estudos que demonstrem viabilidade técnica e eco-nômica acabam por ser cada vez mais de interesse da indústria de alimentos. E, no entanto de acordo com o Regu-lamento Técnico da Inspeção Tecnoló-gica e Higiênico-Sanitária de Carne de Aves exige no artigo 11.1.4.3., 30 litros por frango, no entanto permite redu-zir o consumo se respeitado os parâ-metros de volume médio de consumo inferior, desde que preservados os re-quisitos tecnológicos e higiênico-sa-nitários previstos na Norma, mediante aprovação prévia do DIPOA. E na reali-dade a grande maioria dos abatedou-ros já pratica valores de 8 a 22,5 litros por frangos.

descarga Zero nos tanques de pré-resfriamento

de carcaça de aves

Nos frigoríficos, observamos um consumo obrigatório de água nos tanques de pré-resfriamento de car-caça de frangos (chillers de carcaças), conforme a Portaria nº. 210/98, o em-prego de água numa taxa de consumo em relação ao número de carcaças in-troduzidas no Chiller. No entanto ob-servamos que este consumo de água corresponde de 15 a 27% do total da água consumida por dia por um fri-gorífico. Por exemplo, um abate com 62.000 aves dia poderá consumir 300 m3/dia onde todo complexo consume 1200 m3/dia o que corresponde a 25% da água consumida em todo comple-xo. Este consumo poderá ser reduzido, persistindo somente a água oriunda do gelo introduzido com objetivo de redução da temperatura da água em-

Jamur Gerloff2 e Humberto Gracher Riella1

2M. Sc. Eng. Químico, Eng. de Segurança do Trabalho e Gerente de Engenharia da INTECH atualmente aluno do curso de Doutorado da UFSC Av. Patrício de Andrade Ed. Ilha de São Miguel 505, Apt. 204 B Bairro Abraão Florianópolis - SC CEP 88085-150 Fone 048 9922 3332 email: [email protected]; [email protected]; [email protected]

1Prof. e pesquisador do Curso de Mestrado e Doutorado em Engenharia Química da UFSC Campus Universitário, Trindade C.P. 476, Florianópolis, SC, Brasil CEP 88.040-900; [email protected];

pregada no resfriamento de carcaças de frango. Assim, podemos manifestar que existem dois atrativos ambientais e econômicos com a redução do con-sumo de água de Chiller:

a) Redução direta da água potável captada e da água de efluente forma-do no processo produtivo;

b) Redução do consumo energéti-co para resfriamento da água captada, uma vez que a água condicionada no processo de potabilização irá ser rein-troduzida com temperaturas mais infe-riores que a água captada.

A água descartada do chiller é atu-almente lançada para as tubulações de esgoto locais e por sua vez segue ao sistema de tratamento de Efluentes.

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O processo de recuperação da água descartada segue conceitualmente o processo de remoção de material par-ticulado, remoção de material dissolvi-do e remoção de material microbioló-gico por efeitos físicos de germicidas. ( conforme figura II)

O estudo caracterizou a água des-cartada do resfriamento de carcaças de frango e elaborou uma curva caracte-rística do comportamento do processo dentro das análises químicas partindo-se do RIISPOA como conceito dos limi-tes técnicos a serem verificadas e as performances a serem atingidas como padrões de potabilidade para fins in-dustriais específicos.

O emprego de uma micro peneira, após um tratamento físico químico para redução de material disperso no efluente, e uma posterior de germina-ção com emprego de sistemas de lâm-padas ultravioletas associado a adição de cloro suficiente para atender aos requisitos normativos e promover o efeito residual germicida, foi objetiva-mente o modelo de trabalho adotado.

Concluindo o processo de recupe-ração completa da água descartada do chiller de carcaça de frangos é perfeita-mente viável tecnicamente de acordo

com a metodologia proposta de forma a viabilizar as propriedades químicas e microbiológicas exigidas pela atual le-gislação e quesitos de fiscalização pro-posto pelo RIISPOA artigo 62 no qual o presente estudo foi testado. De forma que fica confortável proporcionar a possibilidade para indústria reutilizar a água descartada do tanque de resfria-mento de carcaças de frango e assim proporcionar a economia tanto em energia como nossas reservas de água potáveis cada vez mais disputadas.

literatura APHA. Standard methods for the

examination of water and wastewater. 20 ed. Baltimore, Maryland: Ameri-can Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA), Water Environment Federa-tion (WEF), 1998.

RIISPOA - REGULAMENTO DA INS-PEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, MI-NISTéRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. MAPA. Disponível em: www.agricultura.gov.br . Acesso em: 12 dez. 2007.

METCALF; EDDY (1995). Wastewater Engineering: treatment disposal and reuse. MCGRAW Hill, New York.

Figura II - Fluxograma do processo proposto e modelo de tratamento proposto pelo estudo

A crise financeira parece que atingiu também em cheio a área da química. A desaceleração da economia mundial e a retração da demanda global por insu-mos químicos levaram a indús-tria química nacional a registrar uma retração de 30,62% na pro-dução doméstica em dezembro de 2008, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do quarto tri-mestre, sobre igual intervalo de 2007, a queda foi de 19,56%. Os dados foram levantados pela As-sociação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) no mês de fevereiro.

O indicador de produção me-dido pela entidade também re-gistrou forte retração na compa-ração entre novembro e dezem-bro de 2008. A queda de 17,11% apurada nesta base comparativa representa o pior resultado des-de janeiro de 1999, quando a Abiquim iniciou a medição do quantum de produção do setor.

No acumulado anual, a pro-dução da indústria química bra-sileira teve queda de 8,31% so-bre 2007. As vendas internas, por sua vez, apresentaram retração de 11,88%. Dos 14 grupos anali-sados, 11 apresentaram retração na comparação entre novembro e dezembro, com destaque para os segmentos de intermediários para fibras sintéticas (-38,31%), resinas termoplásticas (-32,15%), produtos petroquímicos bási-cos (-26,34%), outros produtos químicos orgânicos (-22,96%) e outros produtos inorgânicos (-20,51%).

crIse mundIAl

AFeTA IndúsTrIAs

QuímIcAs

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pesquisa

“Daqui a 10 anos, será possível co-locar um etanol hipereficiente num carro com motor desenhado exclusi-vamente para etanol, que será produ-zido num canavial com sustentabili-dade ambiental. Teremos um sistema sustentável numa cidade com baixa poluição". A projeção é do professor Marcos Silveira Buckeridge, do Insti-tuto de Biociências (IB) da USP, que coordena o recém-criado Instituto Na-cional de Biotecnologia para o Bioeta-nol. O grupo reunirá pesquisadores de todo o País para estudar a produção de energia a partir de biomassa.

"O Brasil já possui auto-suficiência energética, mas precisa caminhar para a sustentabilidade”, ressalta o profes-sor. Com um investimento inicial de R$ 7 milhões, o principal foco do Ins-tituto é estudar a cana-de-açúcar. Bu-ckeridge explica que a partir da cana se produz o açúcar (sacarose), que en-tão é transformado em etanol através da ação de leveduras. “Quando se faz isso, sobra o bagaço e a palha que fica no campo. Esses dois resíduos contêm açúcares na forma de celulose. Um dos objetivos do nosso Instituto é trans-formar essa celulose em um tipo de açúcar acessível para a levedura trans-formá-lo em etanol, chamado etanol celulósico” explica o professor.

Atualmente, o bagaço é queimado para produzir eletricidade para que a usina fique auto-suficiente. A palha fica no campo, metade é aproveitada como adubo e o resto é desperdiçado. Outro foco do Instituto é estudar como a cana-de-açúcar responde ao gás car-bônico elevado, verificando a fotossín-

Grupo estuda uso de bagaço e palha da cana na produção de bioetanol Paulo Roberto Andrade

[email protected]ência USP de Notícias

tese, o crescimento e outras condições em diversas variedades de cana que se-rão melhoradas em laboratório.

Buckeridge explica que a produção existente hoje no Brasil está na cha-mada primeira geração de produção de etanol, na qual a partir da cana-de-açúcar produz-se sacarose e então etanol. No entanto, as pesquisas ca-minham para a segunda geração, em que novas variedades de cana, além da sacarose, produzirão mais bagaço e mais palha, ou seja, produzindo mais açúcar (energia).

O professor ressalta também os estudos rumo a uma terceira geração, em que fungos e enzimas melhoradas em laboratório completarão a diges-tão do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. E por último, a quarta geração: a cana transformada geneticamente se auto-amolece, ou seja, amolece a própria celulose, e um fungo (também transformado) fará o trabalho de hi-drólise de uma maneira mais eficiente. “Nosso objetivo é baixar o custo e au-mentar a eficiência dos processos”, diz o professor.

integraçãoO Instituto vem para organizar e

agregar todas essas pesquisas num projeto maior e que produza resul-tados. Antes não havia uma conexão das pesquisas, mas cada pesquisador sabia o que o outro pesquisava e ha-via uma auto-organização. “Em 2006 nós fizemos um levantamento e co-meçamos a pensar num programa de integração, pois havia várias pesqui-sas correlacionadas. Então, em 2008, através de workshops, combinamos e conversamos rumo a uma integração dos laboratórios para a produção do etanol celulósico. Quando surgiu o Instituto de Biotecnologia os labora-tórios já estavam interligados" conta Buckeridge.

O Instituto conta com 29 laborató-

rios espalhados por seis estados bra-sileiros e que são divididos em quatro centros: Centro de Fisiologia Vegetal e Biologia Celular, que fará a fisiolo-gia de diversas variedades de cana; o Centro de Caracterização de Enzimas e Engenharia de Processos, que estu-dará as leveduras, a fermentação dos açúcares, as proteínas e suas estrutu-ras e também a composição da parede celular com o objetivo de melhorar o desempenho na quebra dos açúcares; o Centro de Expressão Gênica, que estudará dados para produzir novas variedades de plantas, modificadas geneticamente, que consigam dige-rir sua própria parede celular como se fosse um fruto e preparar o siste-ma para ser digerido pelos fungos; e o Centro de Prospecção de Fungos e Desenvolvimento de Hidrólise Ácida, que estudará fungos que produzem as enzimas de fermentação da biomassa.

“Além dos centros, temos um pro-grama de pesquisa em Bioenergia, o Bioen-Fapesp [da Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado de São Paulo], do qual eu sou um dos fundadores e que possui R$ 20 milhões em investi-mentos na área de biomassa. Já temos parte do genoma da cana-de-açúcar mapeado e temos um projeto para mapeá-lo por inteiro, assim como o genoma humano" observa o professor.

“Uma parte grande do Instituto é para divulgação, nós queremos expli-car muito bem o que é pesquisa. Ape-sar de ligados ao governo, estamos abertos a outras fontes, inclusive pri-vadas” conclui. Mais detalhes sobre o Instituto e suas pesquisas podem ser obtidos nos sites: www.bioethanol-brazil.wordpress.com e www.cnpq.br/programas/inct/_apresentacao/inct_bioetanol.html

Mais informações: (11) 3091-7592; email [email protected], com Marcos Sil-veira Buckeridge

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ambiente

Ao falar em pessoas contamina-das por agrotóxicos, a primeira refe-rência que se tem são os agricultores. Eles lidam diretamente, com ou sem cuidado, com esse tipo de produto. Entretanto, no mês de janeiro, uma intoxicação com recicladores de uma empresa localizada na cidade de San-ta Maria (cerca de 290km de Porto Ale-gre) foi noticiada. Vinte e seis pessoas sofreram com os primeiros efeitos: dor de cabeça, vômito e dificuldade de respirar.

Inicialmente o mistério quanto à procedência dos sintomas se instalou porque o pó não tinha identificação na embalagem. Uma substância ama-rela que se espalhou facilmente pelo ar, expandindo-se e intoxicando ra-pidamente as vítimas. Estas foram as únicas características constatadas até o produto ser encaminhado para um laboratório da Capital. Depois de dois dias, o resultado: tratava-se de um agrotóxico da classe dos organofosfo-rados, derivados do ácido fosfórico.

Descobertos há 73 anos pelo quí-mico alemão Gerhald Schrader , os organofosforados são substâncias quí-micas que contém carbono e fósforo,

vítimas dos agrotóxicos no rssendo geralmente obtidos através do uso de sais orgânicos do ácido fosfó-rico. As propriedades do composto apresentavam bons resultados como inseticida nas lavouras, porém, as for-ças militares acharam mais plausível a utilização do produto para fins de combater as tropas inimigas. Schra-der conseguiu reagrupar e desenvol-ver outros compostos mais potentes à base de ácido fosfórico. Muitos são considerados armas químicas letais que levam ao genocídio. Os mais uti-lizados são o somam, o tabun, o VX e o sarin.

No Brasil a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, prevê a proibição do organofosforado em determinadas culturas. Agrotóxicos desta classe pertencem a uma escala de acordo com o destino destes pro-dutos químicos. Como por exemplo, o organofosforado tamaron, que só pode ser utilizado no cultivo de algo-dão, amendoim, batata, feijão, soja, trigo e tomate (rasteiro para fins in-dustriais).

Conforme a classificação do Minis-tério da Saúde, alterada em 1992 para se adequar aos padrões internacio-

nais, os organofosforados pertencem a classe I, sendo extremamente tóxi-cos. Por isso, o cuidado no manuseio é importante para preservar a saúde tanto das pessoas que utilizam o pro-duto na lavoura quanto o solo e os len-çóis freáticos. Nos humanos o contato com o agrotóxico traz problemas para o sistema nervoso autônomo (miose, lacrimejamento, salivação, excesso de secreção brônquica, broncoespasmo, bradicardia, vômitos, diarréia, inconti-nência urinária e diaforese). No sistema nervoso central (convulsões, agitação, sonolência, coma) e na junção neuro-muscular (tetraparesia, fasciculações).

Se houver um acidente, a vítima deve retirar a roupa e a parte contami-nada deve ser lavada abundantemen-te com água e sabão. Quando tiver re-ações como vômito, o indivíduo deve passar por uma lavagem gástrica. Para evitar incidentes, o recipiente do pro-duto deve ser bem lavado antes de ser entregue nos locais onde foi feita a compra ou nos pontos de coleta rural.

Grupo estuda uso de bagaço e palha da cana na produção de bioetanol

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eventos

A Associação Brasileira de Enge-nharia Sanitária e Ambiental, Seção Rio Grande Sul (ABES-RS) em parce-ria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Centro Nacional de Tecnologias Limpas (SE-NAI/CNTL) realizará, de 15 a 17 de junho de 2009, o III Seminário sobre Tecnologias Limpas, V Fórum Inter-nacional de Produção mais Limpa, abordando a temática: Energia - As Tecnologias de Produção mais Lim-pa levam a Sustentabilidade?

O evento ocorrerá no Campus Central da UFRGS - Salão de Atos 2, em Porto Alegre, RS.

O objetivo do encontro é opor-

inscrições de trabalhos técnicos para o iii seminário

sobre tecnologias limpas estão abertas

tunizar a apresentação de palestras, cases e trabalhos acadêmicos para a troca de experiências e conhecimen-tos tecnológicos entre profissionais, pesquisadores e estudantes acerca da questão energética associada à utilização das tecnologias limpas.

As inscrições para o recebimento de trabalhos científicos vai até 20 de março de 2009. O regulamento en-contra-se disponível no link: http://www.abes-rs.org.br/tecnologias/in-dex.htm

Mais informações também atra-vés do e-mail : [email protected] ou pelo tele-fone: (51) 2108-3111.

A Assembléia Geral das Nações Uni-das (ONU) proclamou o ano de 2011 como o Ano Internacional da Química. A proposta aprovada havia sido enca-minhada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) pela delegação da Etiópia, com o patrocí-nio de 35 países.

O evento será organizado pela Iu-pac e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em comunicado ofi-cial, as duas instituições destacam que o Ano Internacional da Química per-mitirá celebrar as contribuições da quí-mica para o bem-estar da humanidade.

ano da químicaNo ano 2011, comemora-se o 100º

aniversário do Prêmio Nobel em Quí-mica para Marie Sklodowska Curie, o que, de acordo com os organizadores, motivará também uma celebração pela contribuição das mulheres à ciência.

De acordo com os organizadores, “a química é fundamental para a nossa compreensão do mundo e do cosmos. As transformações moleculares são centrais para a produção de alimentos, medicina, combustíveis e inúmeros produtos manufaturados e naturais”.

A programação do Ano Internacio-nal da Química também será inserida

nas atividades da Década da Educação e do Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), estabelecida pela ONU. Assim, as atividades programadas para 2011 darão ênfase à importância da química para os recursos naturais sustentáveis.

Mais informações: www.unesco.org/science (Agência FAPESP)

lIXo urbAno GerA enerGIA eléTrIcA no rs

Dez usinas de compactação e trata-mento de lixo urbano serão instaladas no Rio Grande do Sul. O projeto come-ça pelo município de Parobé, que re-ceberá a primeira usina resultando em cerca de 300 empregos diretos com um investimento de R$ 30 milhões. A previsão de início de funcionamento é junho deste ano.

ENERGIA DO LIXOA matéria orgânica proveniente do

lixo através da fermentação produz o gás metano (altamente inflamável e tóxico) que gera energia elétrica. Cada usina terá a potência de até 5 MW. O processo dará um destino adequado aos resíduos sólidos domiciliares. De-pois de tratados, eles podem servir de matéria-prima para a confecção de ti-jolos ou para queima aplicada em for-nos, substituindo a lenha.

A realização aponta resultados positivos, baseando-se em projetos parecidos em outras cidades do país. De acordo com a tecnologia nacional, 80% do lixo urbano arrecadado pode-rá ser reciclado.

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agenda 2009março 06

VI CURSO DE TRANSPORTE •DE CARGAS PERIGOSAS

Auditório do CRQ V - Rua Dr. Flo-res, 307 - 6º andar - Centro - Porto Alegre/RSInformações: (51) 3330 5363 ou [email protected]

20 CURSO DE AUDITORIA •INTERNA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Auditório do CRQRua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POAInformações: ABQ/RS (51) 3225 9461

21 TRATAMENTO DE NÃO - •CONFORMIDADES

Auditório do CRQRua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POAInformações: ABQ/RS (51) 3225 9461

27 e 28 TRATAMENTO DE EFLUENTES •LÍQUIDOS INDUSTRIAIS REUSO DE EFLUENTE LÍQUIDO TRATADOUSO DE ÁGUAS PLUVIAIS•

Auditório do CRQRua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POAInformações: ABQ/RS (51) 3225 9461

abril04

QUÍMICA FORENSE E DNA•Auditório do CRQ, Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POAInformações: ABQ/RS (51) 3225 9461

Os profissionais registrados no Con-selho Regional de Quimica da 5ª Região podem usufruir de descontos em vários hotéis de diferentes localidades do país. Na Rede Master, o convênio possibilita uma tarifa diferenciada chegando a va-lores com mais de 60% de desconto nas principais capitais do Brasil (São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Maceió/AL, Salvador/BA, For-taleza/CE, Belém/PA e Curitiba/PR).

convênIo com hoTéIs dá desconTo PArA ProFIssIonAIsO CRQ-V também assinou convênio

com hotéis do interior e capital do RS. As redes Dall’Onder (Bento Gonçalves), Ho-téis Morotin (em Santa Maria) e Coral To-wer (em Porto Alegre) oferecem tarifas reduzidas aos profissionais registrados.

Para fazer a reserva com desconto, o profissional deve entrar em contato a central de reservas do hotel que desejar e apresentar o número de registro do CRQ-V, assegurando a tarifa do convênio.

Formaturas

Colégio Dom Feliciano | Curso Técnico em Química | Gravataí /RS

Instituto Estadual de Educação Profº Annes DiasCurso Técnico em Química Cruz Alta - RS

Carlos Foto e Vídeo/Divulgação

Essencial Formatura/ Divulgação

centrais de reservas

Dall'Onder: 0300 147 3000 ou [email protected]

Morotin: 0800 600 5500 ou [email protected]

Rede Master: 0800 707 6444 ou www.master-hoteis.com.br

Coral Tower: (51) 3338 2811 ou [email protected]

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