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ecla BOLETIM SINDICAL N.º 9 Setembro 2008 Editorial No momento em que escrevo estas linhas, está em andamento o processo de revisão da carreira de enfermagem. Após três reuniões entre CNESE (SEP/SERAM) e o Ministério da Saúde em que se discutiram meros princípios enformadores gerais, deu-se início a uma caminhada árdua e difícil que não é diferente de processos anteriores. Decidiu-se fazer uma greve geral de enfermeiros face à ausência de propostas concretas para matérias como a regularização da precariedade e admissão de mais enfermeiros, ausência do princípio de enquadramento salarial decorrente da aquisição da licenciatura, a não-aceitação de um modelo de desenvolvimento profissional e o não reconhecimento do valor justo do trabalho dos enfermeiros com uma carreira adequada às suas competências e qualificações. O que se pretende é que a carreira seja um instrumento de futuro que assegure a todos Enfermeiros, independentemente do tipo de vínculo um percurso profissional condigno assente em boas condições de trabalho e remuneração justa. Até hoje, o que conseguimos foi resultado de muitas lutas e união em torno de objectivos comuns. Nunca foi fácil conquistar o que hoje temos e mais uma vez não vai ser fácil, face ao contexto, à descrença e à crise instalada na nossa sociedade. Mas não podemos desanimar, porque a vida é feita de ciclos e este é mais um que começa para consolidar o percurso daqueles que cá já andam há algum tempo e para trilhar um caminho dos novos que estão chegando. 3 CARREIRA DE ENFERMAGEM 6 ALTERAÇÕES DA LEGISLAÇÃO LABORAL 7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS - TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO: Percepção e Imagem do Bebé e do Papel do Pai no Primeiro Ano de Vida 8 49º ANIVERSÁRIO DO SERAM Após um longo processo reivindicativo, no qual se organizaram várias manifestações, na luta por uma nova Carreira de Enfermagem que dignifique e valorize a profissão, o Ministério da Saúde entregou no passado dia 25 de Julho, uma contraproposta de princípios enformadores de revisão da Carreira de Enfermagem. Contudo, não avançou com contrapropostas concretas. Deste modo todos os Sindicatos de Enfermagem do país assinaram um memorando de entendimento e marcaram greve para o dia 30 de Setembro e 1 de Outubro.

INFOSERAM n.º9 - Setembro 2009

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Boletim Sindical do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, aborda diversos temas ligados a profissão de Enfermagem.

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ecla

BOLETIM SINDICAL N.º 9 Setembro 2008

Editorial

No momento em que escrevo estas

linhas, está em andamento o processo

de revisão da carreira de enfermagem.

Após três reuniões entre CNESE (SEP/SERAM)

e o Ministério da Saúde em que se discutiram

meros princípios enformadores gerais, deu-se

início a uma caminhada árdua e difícil que não

é diferente de processos anteriores.

Decidiu-se fazer uma greve geral de

enfermeiros face à ausência de propostas

concretas para matérias como a regularização

da precariedade e admissão de mais

enfermeiros, ausência do princípio de

enquadramento salarial decorrente da aquisição

da licenciatura, a não-aceitação de um modelo

de desenvolvimento profissional e o não

reconhecimento do valor justo do trabalho dos

enfermeiros com uma carreira adequada às

suas competências e qualificações. O que se

pretende é que a carreira seja um instrumento

de futuro que assegure a todos Enfermeiros,

independentemente do tipo de vínculo um

percurso profissional condigno assente em boas

condições de trabalho e remuneração justa.

Até hoje, o que conseguimos foi

resultado de muitas lutas e união em torno de

objectivos comuns. Nunca foi fácil conquistar o

que hoje temos e mais uma vez não vai ser

fácil, face ao contexto, à descrença e à crise

instalada na nossa sociedade. Mas não

podemos desanimar, porque a vida é feita de

ciclos e este é mais um que começa para

consolidar o percurso daqueles que cá já

andam há algum tempo e para trilhar um

caminho dos novos que estão chegando.

3 CARREIRA DE ENFERMAGEM 6 ALTERAÇÕES DA LEGISLAÇÃO LABORAL 7 ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS -

TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO: Percepção e Imagem do Bebé e do Papel do Pai no Primeiro Ano de Vida

8 49º ANIVERSÁRIO DO SERAM

Após um longo processo reivindicativo,

no qual se organizaram várias manifestações,

na luta por uma nova Carreira de Enfermagem

que dignifique e valorize a profissão, o

Ministério da Saúde entregou no passado dia

25 de Julho, uma contraproposta de princípios

enformadores de revisão da Carreira de

Enfermagem.

Contudo, não avançou com

contrapropostas concretas. Deste modo todos

os Sindicatos de Enfermagem do país

assinaram um memorando de entendimento e

marcaram greve para o dia 30 de Setembro e 1

de Outubro.

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INFOSERAM N.º 9 Setembro 2008

Direcção Juan Carvalho Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Coordenação Helena Vieira Mário Castro

Maria José Ramos

Revisão Célia Silva

Periodicidade

Trimestral

Propriedade e Redacção Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma

da Madeira

Tiragem

1500 exemplares

Impressão Eco do Funchal

Distribuição gratuita A todos os sócios

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Não é possível controlar os acontecimentos, e os últimos três anos foram exemplo disso mesmo. Os

sindicatos de Enfermagem (SEP e SERAM) dando corpo às aspirações dos Enfermeiros entregaram em Abril de

2005 uma proposta de Carreira de Enfermagem no Ministério da Saúde. No entanto só agora e na sequência da

reforma da Administração Pública encontramo-nos em negociações relativo às Carreiras Especiais onde se

insere a Carreira de Enfermagem. Importa atender a algumas ideias chave para o nosso futuro e quando digo

nosso, estou a referir-me a todos os Enfermeiros estejam a Contrato Individual de Trabalho ou actuais

Enfermeiros do Quadro de Pessoal. É fundamental apostar nos recursos humanos qualificados da saúde onde se

inserem os Enfermeiros caso contrário irão aumentar as medidas economicistas que dificilmente responderão às

necessidades da população em matéria de saúde.

Não é possível continuar a existirem enfermeiros no desemprego quando continuam a subsistir necessidades

de pessoal de enfermagem nos serviços. É crucial estabilizar a relação de emprego de uma classe profissional

que pelo facto de assegurarem funções permanentes para o normal funcionamento dos serviços, implicam

estabilidade profissional fundamental para a continuidade dos cuidados prestados com qualidade.

Estamos num momento de viragem em termos de modelo de desenvolvimento profissional que irá ser definido

para o futuro e que não pode estar dissociado do desenvolvimento de Carreira. Continuamos a defender

remuneração justa e adequada às nossas funções no seio da Administração Pública. É neste contexto complexo

que nos movemos, daí ser fundamental estarmos todos juntos a lutar por o que consideramos justo. Depende de

todos nós …

Por outro lado estamos num momento de mudança a nível de regras e legislação muito abrangente que terá

grandes repercussões no ano de 2009. Estas mudanças irão reflectir-se em todos os funcionários públicos

incluindo enfermeiros sejam eles dos actuais quadros sejam os que estão a contrato individual de trabalho. Estas

mudanças devem merecer a atenção de todos nós.

Basicamente a Lei n.º 12-A/2008 de 27 de Fevereiro Vínculos, Carreiras e Remunerações veio definir os

trabalhadores (nomeados) que continuam nos quadros (funções nucleares do estado) e os restantes que

transitam para o contrato de trabalho de funções públicas e que têm

já um diploma próprio com as respectivas regras. Adiciona-se a

estes o estatuto disciplinar dos trabalhadores com funções públicas,

o regime de protecção social, as carreiras específicas, a nova

tabela remuneratória, a avaliação do desempenho, as transições, a

revisão do código de trabalho.

Dar visibilidade ao que fazemos é um desafio que cabe a cada

um de nós e só assim é possível mostrarmos aos decisores a

importância do nosso trabalho e as repercussões que têm junto da

população em matéria de ganhos de saúde, reabilitação e

acompanhamento nas situações de maior vulnerabilidade dos

utentes ou doentes. Em cada um de nós está um potencial utente

dos serviços e dos cuidados de saúde. Queremos todos serviços de

saúde com qualidade e profissionais qualificados. Aguardamos que

aqueles que decidem estejam atentos e compreendam que o valor

da economia não pode sobrepor-se ao valor dos recursos humanos

numa matéria tão sensível como a saúde.

Funchal, Setembro de 2008 Joel Pereira

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INFOSERAM N.º 9 Setembro 2008

Após um longo processo reivindicativo, no qual se organizaram várias manifestações, na

luta por uma nova Carreira de Enfermagem que dignifique e valorize a profissão, o Ministério da

Saúde entregou no passado dia 25 de Julho, uma contraproposta de princípios enformadores de

revisão da Carreira de Enfermagem e marcou uma reunião para o dia 27 de Agosto.

Nestes princípios enformadores o Ministério de Saúde concorda que é necessária uma

uniformização do regime de carreira para os actuais funcionários e para os que estão em

contratos individuais de trabalho, apesar de não fazer referência a uma carreira única. Nestes

princípios assumem que a Carreira de Enfermagem deverá ter duas categorias e que o valor/hora

para além das 35 será pago como trabalho normal. Relativamente a estes dois princípios estamos

totalmente em desacordo. Além destes aspectos discordantes esta contraproposta, não faz

qualquer referência à valorização do trabalho pela aquisição do grau académico, compensação

pelo risco e penosidade inerente à natureza da função e não apresentou qualquer solução para a

estabilização dos vínculos precários e admissão de mais Enfermeiros nas instituições.

Na reunião do dia 27 de Agosto, exigia-se que o Ministério da Saúde alterasse a sua

posição e assumisse compromissos e decisões concretas relativamente a alteração da carreira.

Contudo esta reunião foi apenas uma auscultação dos princípios enformadores da carreira. Por

insistência do sindicato foi agendada nova reunião para 17 de Setembro, contrariando a

pretensão do governo de mais uma vez atrasar a negociação.

No intuito dos enfermeiros ganharem força no processo negocial, no passado dia 12 de

Setembro os quatro sindicatos de enfermagem (Sindicato dos Enfermeiros - SE; Sindicato

Independente dos Profissionais de Enfermagem - SIPE, Sindicato dos Enfermeiros da Região

Autónoma da Madeira - SERAM e Sindicato dos Enfermeiros Portugueses - SEP), assinaram um

memorando de entendimento, em que os principais objectivos reivindicativos são:

Carreira de Enfermagem

1 - A Carreira de Enfermagem deverá ser aplicável a todos os Enfermeiros do sector público,

independentemente do título jurídico de emprego (Contrato de Trabalho em Funções Publicas ou

Contrato Individual de Trabalho);

2 – Face às Propostas de Carreira apresentadas pela CNESE (SERAM e SEP) e FENSE (SE e

SIPE), a aprovação pelo Ministério da Saúde do Modelo de Desenvolvimento Profissional, e

determinante para viabilização da estrutura da nova Carreira de Enfermagem;

3- Estrutura da Carreira de Enfermagem

Aplica-se a três áreas de actuação correspondentes à Prestação de Cuidados, Gestão e

Assessoria Técnica.

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É uma Carreira Unicategorial, com multitulação (integra mais de um título: enfermeiro e

enfermeiro especialista). As áreas de gestão e assessoria técnica são exercidas em comissão de

serviço.

3.1- Área da prestação de cuidados

À área da prestação de cuidados corresponde a Categoria de Enfermeiro. A categoria de

Enfermeiro integra Enfermeiro Especialista.

3.2- Área da gestão

À área da Gestão correspondem as funções do Enfermeiro Gestor, Enfermeiro Supervisor e

Enfermeiro Director, integrando os três níveis: gestão operacional, transversal e estratégica. As

funções de gestão são exercidas em comissão de serviço, automaticamente renovável.

Deverá ser regulamentado: i) âmbito e condições de recrutamento; ii) processo de selecção

(através de concurso); Condições de não renovação da comissão de serviço.

Nota: os enfermeiros chefes e supervisores mantêm a sua actual categoria.

3.3- Área de assessoria técnica

À área de Assessoria Técnica correspondem as funções do Assessor de Enfermagem, que

são exercidas em comissão de serviço e podem ser desenvolvidas a tempo inteiro ou tempo

parcial. Deverá ser regulamentado o âmbito e condições de recrutamento.

4- Grelha Salarial

O enquadramento salarial dos enfermeiros, plasmado na componente remuneratória da sua

carreira, para além de outros aspectos de proporcionalidade, designadamente com as restantes

carreiras especiais, deve considerar, pelo menos, o plexo salarial da Nova Carreira Técnica

Superior, tendo por base e referência o quadro salarial da anterior Carreira Técnica Superior.

5- Regimes de trabalho

Regime de tempo completo - 35 horas (contrato de trabalho em funções públicas e contratos

individuais de trabalho): Regime de Horário Acrescido e Regime de Dedicação Exclusiva.

6- Risco e Penosidade

De harmonia com o artº11º, n.º2, do Decreto de Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro (na

redacção do artigo 5º do Decreto- Lei n.º 104/98, de 24 de Abril), os Enfermeiros têm direito a

“que a entidade patronal se responsabilize pelos especiais riscos a que estão sujeitos no decurso

da sua actividade profissional”. Importa, pois, concretizar este ditame legal, em toda a sua

extensão e alcance.

Ampliar para todos os enfermeiros as condições de compensação da penosidade.

Melhorar as actuais condições de Aposentação para todos os enfermeiros.

Precariedade

De acordo com os compromissos explicitamente assumidos pelo Governo e promessas do

Ministério da Saúde, definição do processo e procedimentos que concretizem em imediato a

estabilização através de vínculo por tempo indeterminado de todos os enfermeiros que

comprovadamente exerçam funções permanentes e detenham um vínculo precário.

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Admissão de Enfermeiros

Plano de admissão de enfermeiros com o objectivo de garantir dotações seguras: no

imediato, calendarização e definição do volume de admissões de acordo com os indicadores do

Ministério da Saúde e outros elementos que evidenciam carência de enfermeiros; para 2009 e

anos seguintes, objectivação das restantes componentes do plano.

Na reunião com o Ministério da Saúde marcada para o dia 17 de Setembro exigíamos

decisões concretas sobre os princípios de carreira/modelo de desenvolvimento profissional e

soluções imediatas sobre a precariedade e admissão de profissionais. Tendo em conta a posição

de inércia do Ministério da Saúde, no dia 15 de Setembro não restou alternativa aos sindicatos

signatários do memorando de entendimento referido anteriormente senão, convocar uma greve

nacional para os dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, com vista a atingir os objectivos

reivindicativos, já mencionados.

No dia 17 de Setembro os sindicatos foram recebidos pelo Secretário de Estado do

Ministério da Saúde. Este referiu que não negociava sobre pressão. O sindicato disponibilizou-se

a desconvocar de imediato a greve se este apresentasse uma contraproposta sobre a carreira de

enfermagem, bem como cumprir o prometido, de solucionar o problema dos vínculos precários

dos enfermeiros que comprovadamente exercem funções permanentes nos serviços de saúde.

Contudo não tinha nada para apresentar.

Deste modo, não houve outra alternativa senão mostrar o nosso descontentamento, a

nossa força e união com a greve convocada para dois dias e uma grande manifestação realizada

a 1 de Outubro frente ao Ministério da Saúde, com a participação de mais de 2500 enfermeiros

de todo o país.

Gráfico n.º1 – Adesão à Greve do dia 30 de Setembro

Gráfico n.º 2 – Adesão à Greve do dia 1 de Outubro

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As alterações ao código de trabalho e à legislação laboral da administração pública

afectam todos os trabalhadores independentemente do seu vínculo, privado ou público.

Apesar de todos os esforços desenvolvidos, quer pelos sindicatos do sector privado como

pelos do sector público, mantiveram-se algumas medidas que precarizam e diminuem os direitos

dos trabalhadores.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (RCTFP)

SECTOR PRIVADO (CÓDIGO DE

TRABALHO)

� Destruição do vínculo público e passagem da

generalidade dos trabalhadores ao regime de

Contrato de Trabalho em Funções Públicas;

� Possibilidade de serem alterados os limites

de trabalho, até mais 3 horas por dia e 15 por

semana, sem direito a pagamento de horas

extraordinárias;

� Introdução dos mapas de pessoal, da

precariedade permanente e da facilidade de

despedimentos individuais e colectivos,

nomeadamente por extinção de posto de

trabalho ou de serviço;

� Congelamento dos salários na transição para

as novas carreiras caso não exista

posicionamento igual;

� Limitação das progressões e promoções na

carreira profissional, que podem levar mesmo

ao seu congelamento;

� Possibilidade de serem congelados ou

retirados suplementos remuneratórios;

� Diminuição do pagamento de trabalho

nocturno (das 20 para as 22) e do subsídio de

turno;

� Limitações aos direitos de contratação

colectiva, à legitimidade negocial dos sindicatos

e à actividade sindical.

� Aposta na flexibilização da

duração diária e semanal para

aumentar os horários de trabalho e

reduzir os salários;

� Facilita os processos de

despedimento e aumenta as suas

possibilidades;

� Cria um “banco de horas” anual

para gerir os tempos de trabalho

sem pagarem trabalho

suplementar;

� Pretende legalizar a precariedade

laboral;

� Reduz as receitas da segurança

social;

� Prevê a caducidade das

convenções colectivas de trabalho,

procurando assim a destruição de

direitos mais favoráveis,

conquistados pelos trabalhadores;

� Viabiliza a imposição de normas

inferiores às definidas no actual

código do trabalho.

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Trabalho de Investigação:

Esta investigação, teve como finalidade conhecer a representação que os jovens têm acerca do bebé e, fazer

emergir as dimensões do papel do pai através da heteropercepção dos estudantes envolvidos.

A necessidade da realização deste estudo surge a partir da convicção da importância do papel que o pai

exerce no crescimento/ desenvolvimento do bebé, que no entanto não é tão valorizado como o da mãe pela

sociedade. Além do mais, este é um assunto pouco abordado em trabalhos de investigação apesar de ser muito

debatido actualmente.

Este trabalho, baseado na teoria das representações sociais, é classificado como um estudo qualitativo, de

carácter exploratório e descritivo, em que envolveu jovens entre os 16 e 21 anos frequentadores do 12º ano de

escolaridade da Escola Secundária Jaime Moniz da R.A.M.

O tipo de amostragem utilizada foi a amostragem probabilística em cachos, na qual a amostra foi constituída

por 106 alunos, sendo o erro padrão de 4,5%. O instrumento de colheita de dados que utilizámos foi o

questionário cuja primeira parte foi constituída por seis questões fechadas através das quais pretendemos

caracterizar a população em estudo. A segunda parte foi constituída por três questões em forma de estímulo,

com o intuito de obter as imagens e percepções do bebé e do papel do pai nos cuidados ao bebé no primeiro ano

de vida, configurado em termos do real e ideal.

Após a análise de conteúdo dos questionários, podemos concluir que, na representação dos jovens, o bebé

simboliza o amor, a alegria e a felicidade. No entanto, é também algo inocente e puro, caracterizando assim a

fragilidade de uma nova vida. O bebé também afigura uma prática de constantes cuidados e é sinónimo de

formação de uma família, acarretando muitas responsabilidades e diversas dificuldades tais como problemas

profissionais, pessoais e conjugais, sendo um ser que necessita de ocupação a tempo inteiro e que dá trabalho

para cuidar.

No que diz respeito à representação do Papel Paternal, os estudantes caracterizam o pai como sendo

aquele que deverá participar nos cuidados ao seu bebé, e daí advém a necessidade de presença assídua do pai

na vida do filho, proporcionando protecção e segurança. Todavia, um número reduzido de inquiridos vê o pai

como uma figura severa e negligenciadora, o que nos deixa um pouco apreensivos. Nesta dimensão, o pai

também deverá ser uma pessoa responsável, atenciosa, dando uma boa educação ao seu filho, tendo os

mesmos direitos e deveres que uma mãe tem. É um pai que deverá dar amor e demonstrar amizade pelo seu

filho. Ainda nesta temática, o pai foi considerado por um número significativo de jovens, uma pessoa

inexperiente, sendo o bebé um pesado fardo que irá dar-lhe trabalho e retirar-lhe muito tempo livre.

Em termos ideais, o pai é visto como aquele que está sempre presente na vida do filho, é aquele que presta

os cuidados adequados e demonstra uma sublime compreensão quando seu filho erra. Nesta idealização, o pai

tem um papel fulcral na educação da criança, protegendo-a e dando a necessária segurança ao longo do seu

crescimento. É visto como alguém muito responsável, atencioso e que dá muito amor ao seu filho, fazendo-o

feliz. Essa alegria é igualmente alcançada através da amizade que o Pai Ideal demonstra pelo seu filho. Ainda

para alguns adolescentes, o Pai Ideal é encarado como um indivíduo rico ou como uma pessoa que fornece tudo

o que é essencial a nível material aos filhos.

Autores: Enfº Victor António Martins Carvalho Enfº José António da Silva dos Santos

Licenciados em Enfermagem a desempenharem funções no serviço de Medicina III mulheres do SESARAM-EPE

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ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO DOS SÓCIOS

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As comemorações do 49º aniversário do nosso sindicato, decorreram no passado dia 12

de Agosto. Iniciaram-se pelas 16 horas, com uma conferência subordinada ao tema “ O percurso

da Enfermagem: Presente e Futuro”. Nesta iniciativa, tivemos como convidados, o Enf.º Jorge

Rebelo (dirigente nacional do SEP), que apresentou o “Percurso Histórico/Desenvolvimento

Profissional da Enfermagem” e a Enf.ª Guadalupe Simões (vice coordenadora do SEP) que nos

deu uma perspectiva do futuro, com o tema, “Novos Contextos de Trabalho/Nova Carreira de

Enfermagem – Realidade e Desafios”. Por fim, o Enf.º Juan Carvalho (presidente do SERAM)

abordou o tema “Serviço Regional de Saúde (SESARAM), que realidade?”, terminando com um

debate, onde todos os participantes tiveram a oportunidade de discutir os temas apresentados.

No final do dia, organizou-se um Jantar Comemorativo, que contou com a presença de

vários sócios, assim como dirigentes, ex-dirigentes e enfermeiros reformados que se juntaram a

esta iniciativa. Foram momentos de agradável convívio e de troca de experiências entre os

presentes, o qual pretendemos manter como tradição.

S.E.R.A.M. Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira

Morada: Rua de Santa Maria 86-88-90, 9050-040 Funchal Contactos: Telefone. 291 224942 Fax 291 227664 E-mail: [email protected] Web site: www.seram.pt

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