Inicial _ Wagner e Camillax Construtora Crescer

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    ESCRITRIO:Rua Saturnino de Oliveira, 52- A Jd. So Luis - So Paulo SP CEP: 05813-080.

    Fones: (11) 95483-3437 (Tim), 96522-9622 (Oi) ou (11) 3798-8978E-mail: [email protected]

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    Dra. Vanessa Mello Simes

    OAB/SP 311.606

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CVELDO FORO CENTRAL JOO MENDES JUNIOR - SO PAULO.

    Processo eletrnico n

    Wagner Aparecido Brasilino, brasileiro, tcnico em iluminao, portador dacdula de identidade RG n 33.657.318-20 SSP/SP, inscrito no cadastro de pessoasfsicas CPF n 302.974.208-36, e Camilla Dinalli, brasileira, do lar, portadora dacdula de identidade RG n 34.532.285-X SSP/SP, inscrita no cadastro de pessoas

    fsicas CPF n 316.189.578-99, ambos conviventes, residentes e domiciliados naRua Matup, quadra 218, lote 05 casa, Parque Amaznia, Goinia, Gois, CEP:74835-490, por sua advogada "in fine" assinada (BLOCO DOCS. 01), vem peranteVossa Excelncia propor:

    AO DE OBRIGAO DE FAZER c/cINDENIZAO POR DANOS MATERIAISe MORAIS e ANTECIPAO DE TUTELA

    em face da CONSTRUTORA CRESCER S.A., pessoa jurdica de direito privado,inscrita no CNPJ sob o n 08.849.229/0001-07, com sede na Rua Coronel Xavier deToledo, 77, Centro, So Paulo-SP, CEP: 01048-000, pelas razes de fato e dedireito a seguir expostas:

    1- PRELIMINARMENTE

    1.1 Do foro de eleio

    Preliminarmente, cumpre consignar que as partes elegeram, em comumacordo, o Foro da Comarca da Capital de So Paulo, como competente para dirimirquaisquer questes relativas ao contrato de compra e venda que celebraram.

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    Ademais, o presente caso versa sobre prestao de servio inadequada porparte de Construtora Crescer, ora Requerida, tratando-se de violao clara aos

    dispositivos contidos no Cdigo de Defesa do Consumidor, como se ver adiante.Por isso entende os Requerentes, ser esse D. Juzo competente para

    conhecer e julgar a presente demanda, sendo o Frum Joo Mendes Jnior o maisprximo ao domicilio da Requerida e com maior vantagem no processamento dofeito em favor daqueles, conforme prerrogativa estabelecida nos artigos 6, VIII e101, I do Cdigo de Defesa do Consumidor, sendo ento competncia relativa e delivre escolha do consumidor, tratando-se de direito disponvel do mesmo.

    1.2 Da justia gratuita

    O casal de Requerentes postula pelos os benefcios da Justia Gratuita, porserem pessoas pobres na acepo jurdica do termo, no dispondo de condiespara arcar com as despesas processuais e periciais, sem privar-se do seu sustento ede sua famlia.

    A Lei n 1.060 de 05/02/50, cristalina a respeito do assunto em questo.

    Anexa-se a esta exordia, alm da competente declarao de pobreza,holerites que provam a renda mensal dos Requerentes de baixa renda, quesobrevivem tambm com a ajuda das respectivas famlias, tendo em vista queprecisam arcar com a prestao do apartamento, aluguel, despesas escolares,

    alimentao e o sustento de uma criana que requer cuidados mdicos epedaggicos especiais. (BLOCO DOCS. 02).

    Diante destes fatos, notoriamente comprovados, os Requerentes clamam pelos benefcios da justia gratuita.

    2- DOS FATOS:

    Em 30 de julho de 2009os Requerentes celebraram com a Requerida, por meiode instrumento particular de venda e compra (BLOCO DOCS. 03), a aquisio deapartamento trreo n 4 da torre A do Empreendimento Residencial Crescer Campo

    Limpo, matrcula 354.891, localizado na Rua Carlos Magalhes, 383, Vila Andrade,So Paulo, SP, CEP: 05735-030, no valor de R$ 80.500,00 (oitenta mil e quinhentosreais), com previso de entrega em 31/12/2010(trinta e um de dezembro de doismil e dez).

    O referido contrato especifica as caractersticas do imvel, valor e condies depagamento, estabelecendo multa contratual para a hiptese de descumprimento domesmo e atraso na entrega do apartamento, conforme Capitulo 8 do referidoinstrumento.

    A forma de pagamento foi assim descrita:

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    SINAL R$ 1000,00 com vencimento em 31/07/2009.

    COMPLEMENTO DO SINAL MS R$ 1000,00 com vencimento em 31/07/2009.

    COMPLEMENTO DO SINAL MS R$ 1000,00 com vencimento em 31/07/2009.

    MENSAL 01 R$ 400,00 com vencimento em 08/08/2009.

    INTERMEDIRIA 01 R$ 2.200,00 com vencimento em 20/12/2009.

    INTERMEDIRIA 02 R$ 2.200,00 com vencimento em 20/06/2010.

    INTERMEDIRIA 03 R$ 2.200,00 com vencimento em 20/10/2010.

    INTERMEDIRIA 04 R$ 3.800,00 com vencimento em 20/12/2010.

    FINANCIAMENTO BANCRIO R$ 59.500,00 com vencimento em 28/02/2011.

    De acordo com as documentaes anexadas (BLOCO DOCS. 04), forampagas 19 (dezenove) mensalidades de R$ 400,00 (quatrocentos reais) e todas asintermedirias, alm, claro do sinal de R$ 3.000,00 (trs mil reais), perfazendo umtotal de R$ 21.000,00 (vinte um mil reais), restando apenas o saldo de financiamentobancrio junto Caixa Econmica Federal, que conforme previso expressamentecontida no referido instrumento de compra e venda, seria de R$ 59.500,00(cinquenta e nove mil e quinhentos reais), a serem concedidos em fevereiro de

    2011.

    Todas as obrigaes contratuais foram devidamente cumpridas pelo casal deRequerentes. (BLOCO DOCS. 05)

    Entretanto, devido ao atraso nas obras e consequente falta de documentaohbil por parte da Construtora Crescer, esta no deu entrada no pedido definanciamento no prazo correto (visto que era a intermediadora nessa transao),ocorrendo assim demora de dois anos para que a Caixa Econmica Federalavaliasse o imvel, e quando o fez, avaliou-o em um valor de R$ 96.196,10 (noventa

    e seis mil, cento e noventa e seis reais e dez centavos), a maior, portanto, do que oavenado no contrato de compra e venda.

    Tanto assim que o contrato de financiamento foi assinado com a CaixaEconmica Federal apenas em 25 de setembro de 2012! (BLOCO DOCS. 07)

    Ocorre Excelncia, que diante desse atraso no trmite burocrtico por falta dadocumentao pertinente para a liberao do crdito imobilirio por parte daRequerida, por causa do atraso nas obras do empreendimento, os Requerentesforam obrigados a no mais financiarem um valor de R$ 59.500,00 (cinquenta mil equinhentos reais), mas sim um montante muito acima de suas possibilidades

    financeiras, qual seja, o valor de R$ 70.942,68 (setenta mil, novecentos e quarenta e

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    O pagamento do imvel foi realizado de forma parcelada pelosRequerentes, tendo sido todas as prestaes devidamente quitadas, conforme

    demonstra o contrato de financiamento em anexo, que comprova que as parcelascom a Construtora Crescer foram pagas, isto porque, se houvesse o inadimplementode alguma delas, o financiamento no seria possvel e claro, esta j teriademandado judicialmente contra os mesmos.

    A nica parte inadimplente at a presente data a Construtora Crescer, quedescumpriu e descumpre seus prprios termos contratuais, impostos unilateralmenteaos Requerentes, onde s se prev punio aos consumidores e a exime de toda equalquer responsabilidade, visto que aps 3 anos e 8 meses sequer h a previsopara a entrega do apartamento que era prevista para 30/12/2010!

    Sim, o apartamento no foi entregue at a presente data, estando ematraso h 44 meses ou h 3 anos e 8 meses, Excelncia!

    Absurdo um atraso dessa proporo, pois os Requerentes suportam, almdo prejuzo com um aluguel para terem onde morar, esperando indefinidamente aentrega do imvel, contam tambm com o prejuzo de um financiamento bancrio de30 anos muito acima do que planejaram, isso sem contar o abalo emocional em quevivem h 3 anos e 8 meses, pois tinham planos de se mudar com sua famlia eformarem um verdadeiro lar, o que at hoje no aconteceu.

    A Requerida em nenhum momento justificou o atraso na entrega doempreendimento, tampouco disse a verdade quanto ao tempo real que levaria otrmino da obra ou mesmo eventuais atrasos que pudessem acarretar em nusfinanceiro a maior perante o ente financiador.

    Ao contrrio, prometeu a entrega do imvel de seis em seis meses,impossibilitando a organizao psicolgica e financeira dos Requerentes.

    O empreendimento atualmente se encontra terminado, pronto para morar,contudo, conforme informaes prestadas pela prpria Requerida, ainda no foipossvel a realizao da entrega por falta de autorizao dos rgos competentes.

    Corroborando com os fatos narrados e que apontam o flagrante descaso edescompromisso por parte da Construtora Crescer diante de seus clientes, que,agindo deliberadamente de m-f, a Requerida firmou acordo totalmente unilateral eabusivo, prorrogando o prazo da entrega desse imvel para dezembro de 2012, (jcom dois anos de atraso ento), determinando que os Requerentes nadareclamassem nesse sentido e, em contrapartida, como um lobo na pele de cordeiro,forando-os acreditar que estavam em dbito para com ela, diante da no liberaodo financiamento bancrio na data estabelecida (tambm unilateralmente) nocontrato de compra e venda, arcariam com uma das parcelas em atraso no valor de

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    R$ 13.788,4 (treze mil, setecentos e oitenta e oito reais e sessenta e quatrocentavos) quando da liberao do mesmo. Para tanto, utilizou- se de planilhas

    confusas e ameaas aos Requerentes de que perderiam os valores pagos, bemcomo seu apartamento.

    Entretanto, Excelncia, mesmo enfiando goela abaixo esse acordototalmente descabido (BLOCO DOCS. 06), tendo em vista que a culpa pelo atrasona liberao do financiamento foi nica e exclusivamente por parte da Requerida,pois faltou-lhe documentao hbil para iniciar o referido processo diante da CaixaEconmica Federal, tambm diante desses termos transacionais encontra-seinadimplente, pois o tal valor que seria pago por ela nunca fora abatido de qualquerprestao do casal perante Caixa, tanto que o valor do crdito imobilirio

    concedido no importe de R$ 70.942,68 (setenta mil, novecentos e quarenta e doisreais e sessenta e oito centavos), alm de, at a presente data no haver qualquerpreviso para a entrega do apartamento.

    Vemos o quanto grave e danoso para a sociedade a postura da Requeridaperante os consumidores, pois age com omisso e descaso sem qualquer receiodas consequncias de sua inadimplncia contratual, isto , o apartamento era parater sido entregue em 31/12/2010. Todas as obrigaes pecunirias assumidas pelosRequerentes foram devidamente cumpridas, aguardando apenas a liberao dofinanciamento bancrio em fevereiro de 2011, no valor de R$ 59.500,00 (cinquenta e

    nove mil e quinhentos reais). Como no havia documentao comprovando o regularandamento das obras, a Caixa no liberou o crdito na referida data, s o fazendoem 25 de setembro de 2012.

    Entretanto, nesse intervalo de tempo, isto 2 anos e nove meses de atraso,a Construtora no se eximiu de cobrar juros, correo baseada no INCC e demaisencargos financeiros dos Requerentes.

    E o fez baseando-se no valor total do apartamento, atualizado, no importede R$ 87.788,64 (oitenta e sete mil, setecentos e oitenta e oito reais e sessenta e

    quatro centavos)! Isto , simplesmente no computaram os R$ 21 mil reais pagoscomo entrada pelo casal.

    E o pior, Excelncia, em 2012 a Requerida j deveria ter entregado o imvelaos Requerentes h dois anos!

    Temos claro, a manobra ardilosa por parte da Requerida, violando todos osdireitos de consumidor dos Requerentes, pois alm de calcular o valor devido combase em 87 mil reais, empurrou esse acordo descabido uma dona de casa e umtcnico de iluminao, pessoas humildes que sempre agiram de boa-f e que foramdeliberadamente enganadas desde o incio por parte da Construtora Crescer.

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    A Requerida simplesmente ignorou o fato de que no houve aceite por partedos Requerentes e tornou vlido, por ato unilateral e arbitrrio esse acordo.

    Nesse tempo todo, a Construtora Crescer limitava-se a informar aosRequerentes que a demora na liberao do financiamento bancrio era por culpa daCaixa Econmica Federal.

    Ademais, trata-se de crdito bancrio voltado populao de baixa renda,ento cristalino o quanto os Requerentes foram prejudicados pela Requerida,tendo em vista a situao catica em que se encontra sua vida financeiraatualmente.

    Entendemos que no pode os Requerentes continuarem a ser penalizados

    pelo descaso e omisso de uma grande empreendedora imobiliria, pois devido sua negligncia, o financiamento bancrio no foi autorizado pela Caixa EconmicaFederal na data prevista em contrato, j que estavam atrasados no andamento daobra e portanto no possuam a competente documentao necessria ao incio doprocesso de crdito bancrio junto quele ente financeiro.

    Como sabido, os lucros das grandes empreiteiras tem caminhado em curvaascendente, sempre divulgando resultados estratosfricos e bilionrios custa dahipossuficincia alheia, o que no deve mais ser suportado pelos compradores esuas famlias, tampouco pelo Poder Judicirio.

    certo o dano material e moral causados aos Requerentes oriundos daabusividade da Construtora Crescer, iniciados no momento em que no houve aentrega do imvel na data avenada, que gerou o atraso na aprovao dofinanciamento bancrio devido ao atraso na obra, que culminou na cobrana devalores irreais e indevidos aos Requerentes, tendo em vista que sempre agiram deboa-f e em conformidade com suas obrigaes, sendo bem diferente a situao daConstrutora Crescer.

    Ademais, no incorreto assinalar que os consumidores se tornam refns

    das grandiosas construtoras que fazem o que querem com seus clientes, lesando osonho alheio e destruindo as expectativas de vrias famlias, tudo por conta dahipossuficincia e dos parcos recursos ao alcance da populao, existindo tosomente porta do Judicirio, a qual vem os Requerentes se socorrerem.

    Ainda hoje a Construtora Crescer sequer presta-se ao trabalho de manifestar-se acerca do atraso injustificvel na entrega do imvel, tampouco comunicou a seusclientes e proprietrios de nova previso para que a entrega do imvel ocorresse, ouseja, simplesmente furta-se deliberadamente ao cumprimento do contrato.

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    No bastando a Construtora Crescer ter descumprido o prazo para entrega doimvel, deixou tambm de cumprir com o item 8.2 do Captulo 8 do contrato de

    compra e venda, o qual prev desconto com abatimento de 0,5 % (meio por cento)do preo reajustado monetariamente da unidade referente ao perodo em atraso, oque de fato tambm no ocorre, pois os Requerentes sempre pagaram os valorescheios, sem o desconto contratualmente previsto.

    Portanto, mais uma vez a Requerida omitiu-se em suas obrigaes norepassando o desconto previsto aos seus clientes, logo, entende-secategoricamente que configura-se quebra de contrato de forma unilateral, o quedeve ser repudiado por este D. Juzo.

    O item 8.2 do Capitulo 8 do contrato de compra e venda, prev comoexcludentes da multa contratual, a eventual ocorrncia de caso fortuito ou foramaior.

    Aqui Vossa Excelncia h de convir que o problema foi ocasionadounicamente por conta da negligncia e omisso da Construtora Crescer. Emnenhum momento a Requerida enfrentou condies adversas durante a execuodo empreendimento imobilirio, ou seja, nada a impediu de entregar o imvel noprazo acordado, a no ser sua prpria falta de planejamento.

    Nesse perodo de 3 anos e 8 meses no houve ocorrncia de evento de caso

    fortuito ou de forca maior, e mesmo que assim no o fosse, em nenhum momentoos Requerentes foram notificados de qualquer causa que viesse impedir ocumprimento do contrato e que justificasse a entrega do imvel fora do prazoacordado.

    Embora no presente caso, no haja qualquer tipo de justificativaplausvel, visto o atraso ser de 3 anos e 8 meses!

    Diante do descumprimento contratual por parte da Construtora Crescer, osRequentes suportam longos e indesejveis meses de aluguel, alm de umfinanciamento a maior no importe R$ 11.442,68 (onze mil, quatrocentos e quarenta edois reais sessenta e oito centavos), incidindo-se, ms a ms, juros e encargossobre essa diferena por 30 anos, tudo em decorrncia do atraso causado nica eexclusivamente por culpa da Requerida.

    Agrava-se ainda a situao dos Requerentes o fato de serem pais de umacriana especial e agora o casal espera um beb. V-se ento, claramente, aurgncia da entrega do imvel, para que possam mudar para So Paulo a fim depermanecerem prximos s suas famlias, j que necessitaro de ajuda parapoderem educar e cuidar de sua prole.

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    Assim, resta latente a boa-f dos Requerentes no tocante ao cumprimentointegral do que fora estabelecido no contrato firmado com a Construtora Crescer, o

    que infelizmente no ocorreu de forma bilateral.Portanto, entende-se que os fatos aqui tratados caracterizam uma negociao

    calcada na disposio consumerista, a qual se aplica perfeitamente ao caso em tela,pois foi exatamente na fase de execues preliminares que a Requerida convenceuos Requerentes no sentido de que aquele seria justamente o imvel de seus sonhoso qual contava com toda a infraestrutura de lazer que sempre desejaram, num preoe condies que poderiam pagar.

    Os fotos ora narrados, de to absurdos e surreais devem ser repudiados comveemncia e pulso forte por este D. Juzo.

    Diante da tal situao, os Requerentes no encontraram outra forma a noser ajuizar a presente ao para ter seus direitos como consumidores e cidados debem efetivamente garantidos.

    3 - DO DIREITO

    Primeiramente, cumpre esclarecer que a relao jurdica em discusso regida pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, isto porque, os Requerentes sodestinatrios finais do objeto do contrato de compra e venda, conforme prev oartigo 2 do referido diploma legal, seno vejamos:

    Art. 2Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utilizaproduto ou servio como destinatrio final.

    Desta forma, estando os Requerentes acobertados pela legislaoconsumerista, verifica-se a primeira clusula abusiva do contrato de compra e vendaque deve ser desconsiderada desde j.

    A clusula 8.1 do contrato de compra e venda em referncia abusiva,pois, alm de admitir tolerncia de 180 dias corridos aps a data de vencimento paraa entrega do imvel, ainda, esquiva a Requerida de responsabilidade da mora no

    atraso em caso fortuito ou motivo de fora maior, seno vejamos:

    Clusula 8.1: As obras do empreendimento devero estar concludas noprazo previsto no item 07 do QUADRO RESUMO, admitida uma tolernciade 180 (cento e oitenta) dia corridos, reconhecida como normal para

    empreendimentos do vulto do presente, e ressalvados, ainda, os atrasosprovocados por motivo de fora maior ou caso fortuito, nos termos doartigo 393 e pargrafos do Cdigo Civil, hiptese em que o prazo da obra

    ser prorrogado por tanto tempo quanto for o da paralisao da mesma,mais o necessrio, para a retomada do ritmo normal dos servios.

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    A clusula que atenua a responsabilidade do fornecedor quanto indenizao pelo atraso na entrega do bem e a atribui ao prprio consumidor

    abusiva e deve ser anulada conforme prev o artigo 51, inciso I e Ill do Cdigo deDefesa do Consumidor, que assim determina:

    Art. 51.So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas contratuaisrelativas ao fornecimento de produtos e servios que:

    l - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor

    por vcios de qualquer natureza dos produtos e servios ou impliquemrenncia ou disposio de direitos. Nas relaes de consumo entre ofornecedor e o consumidor pessoa jurdica, a indenizao poder ser

    limitada, em situaes justificveis;

    lll - transiram responsabilidades a terceiros;

    Ainda, no h que se falar em caso fortuito ou fora maior, primeiramente,porque mesmo se houvesse, o que no o caso, se estaria deixando aoentendimento do fornecedor quais so os casos em que o mesmo considera fortuitoou de fora maior, o que justificaria na maioria dos casos o atraso na entrega desuas obras, desonerando-os de qualquer responsabilidade.

    bem sabido que as chuvas torrenciais so previsveis e a topografia doterreno era de conhecimento da Requerida, que deveria ter previsto qualquer tipo de

    ocorrncia e projetado o empreendimento de forma a evit-los e no esperar que osmesmos acontecessem para depois remediar a situao e alegar fora maior parajustificar sua mora.

    Vale lembrar que no presente caso no houve qualquer motivo de foramaior ou caso fortuito que justificasse tanto tempo de atraso na entrega do imvel,isto , 3 anos e 8 meses.

    Ainda, a Requerida ao estabelecer prazo de entrega deve contar comimprevistos, assumindo todo o risco de sua atividade empresarial.

    Assim, anulando-se qualquer hiptese de alegao da Requerida quanto aodispositivo contido na clusula 8.1, passa-se a apontar os direitos violados.

    No contrato de compra e venda do imvel, foi pactuado que a entrega domesmo seria no dia 31/12/2010, o que no aconteceu at hoje, configurandoinadimplemento do contrato por parte da Construtora Crescer, gerando inclusive,indenizao por perdas e danos nos termos do artigo 475 do Cdigo Civil, que assimdispe:

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    Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resoluo docontrato, se no preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer

    dos casos, indenizao por perdas e dano.Na lide em questo, os Requerentes querem o cumprimento do contrato no

    sentido de que a Construtora Crescer entregue o apartamento conforme prev aclusula 1.4 do anexo contratual de compra e venda.

    E, sendo a entrega do imvel uma obrigao, requer-se o cumprimento daclusula inadimplida no sentido de Vossa Excelncia determinar a entrega do bemsob pena de multa diria enquanto no for cumprida a ordem judicial, nos termosdos art. 644, cc. art. 461, ambos do Cdigo de Processo Civil nos termos do artigo461, pargrafos 3 e 4 do Cdigo de Processo Civil, seno vejamos:

    Art.644 A sentena relativa a obrigao de fazer ou no fazer cumpre-se de acordo com o art. 461, observando-se, subsidiariamente, o disposto

    neste Captulo.

    Pargrafo nico - O valor da multa poder ser modificado pelo juiz daexecuo, verificado que se tornou insuficiente ou excessivo.

    Art. 461. Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao defazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especifica da obrigao ou, seprocedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado

    prtico equivalente ao do adimplemento.

    3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificadoreceio de - ineficcia do provimento final lcito ao juiz conceder a tutela

    liminarmente ou mediante justificao prvia, citado o ru. A medidaliminar poder ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisofundamentada.

    4 O juiz poder, na hiptese do pargrafo anterior ou na sentena, impormulta diria ao ru, independentemente de pedido do autor, se for

    suficiente ou compatvel com a obrigao, fixando-lhe prazo razovel parao cumprimento do preceito.

    3.1 Da cobrana indevida do INCC ndice Nacional da Construo Civil

    Como j demonstrado, o prazo para concluso da obra e entrega do imvelfindou-se em 31/12/2010. As prestaes devidas pelos Requerentes Requeridaencontram-se devidamente quitadas, no montante de R$ 21.000,00 (vinte e um milreais), restando o valor residual de R$ 59.500,00 (cinquenta e nove mil reais), quedeveria ter sido a ser levado ao financiamento bancrio aps a concluso das obrase a liberao do imvel, conforme se verifica no demonstrativo incluso no item 1.3

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    PREO E FORMA DE PAGAMENTO. Entretanto, no foi isso que ocorreu, poisdiante do atraso das obras, o financiamento foi liberado em 25 de setembro de 2012,

    no importe de R$ 70.942,68 (setenta mil, novecentos e quarenta e dois reais esessenta e oito centavos), a maior, portanto, em relao ao valor do imvelconstante em contrato, de R$ 80.500,00 (oitenta mil e quinhentos reais). Vemosclaramente a vantagem em que a Construtora Crescer teve no atraso da obra, j querecebe da Caixa Econmica Federal valores sobre os R$ 70 mil financiados e nosobre o saldo devedor de R$ 59 mil, ou seja, recebe a mais diante de uma diferenade mais de R$ 11 mil reais.

    Portanto, no momento do ajuizamento desta demanda o casal deRequerentes encontra-se completamente adimplente com suas obrigaes (at

    mesmo com saldo positivo), restando Requerida cumprir com sua obrigao definalizar as obras e entregar o imvel.

    Ocorre que, os Requerentes apuraram que a Requerida, mesmo aps opagamento da ultima prestao devida na fase preliminar ao financiamento bancrioe em detrimento do atraso da obra, continua computando ms a ms o reajustemonetrio referente ao ndice Nacional da Construo Civil - INCC, ndice este queconsiste em fator de correo das prestaes devidas em funo do reflexo davariao dos insumos utilizados na produo imobiliria, adotado como ndicecorretor de prestaes nos contratos de promessa de compra-e-venda de imveis,

    ainda em fase de construo.

    Presumindo ser aceitvel a aplicao do referido ndice durante o perodo dedurao das obras, este contratualmente ajustado, considerando ser o fundamentodo indexador a variao do custo da produo imobiliria, relacionado s oscilaesdo campo produtivo de insumos e mo de obra, torna-se inaceitvel suamanuteno aps o esgotamento do prazo convencionado de durao da obra, queneste caso, deu-se por culpa nica e exclusiva da Requerida, em absoluto prejuzodo casal Requerente, que desta forma,passa a ser duplamente prejudicado, peloatraso propriamente dito, e pela aplicao do INCC quando este j deveria ter

    findado-se com a concluso das obras, isto , em 31/12/2010.Com efeito, j est pacificado na jurisprudncia que o ndice INCC

    somente pode ser aplicado quando o imvel est em construo.

    O Egrgio Superior Tribunal de Justia assim j decidiu:

    RECURSO ESPECIAL. COMPRA E VENDA DE IMVEL EMCONSTRUO. NDICE DE ATUALIZAO MONETRIA. INCC.POSSIBILIDADE. DISSDIO INTERPRETATIVO. NO CONFIGURAO.AUSNCIA DA DEMONSTRAO DA SIMILITUDE FTICA ENTRE AS

    HIPTESES CONFRONTADAS. FIXAO DOS HONORRIOS

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    ADVOCATCIOS. SUCUMBNCIA RECPROCA. AFERIO. SMULA07/STJ. 1. No demonstrada a similitude ftica entre o caso confrontado e

    a situao concreta posta a desate, impossvel o conhecimento do recursopela via do dissenso interpretativo. 2. A utilizao do INCC, ndice setorial

    de correo monetria pertinente construo civil, afigura-se possvelquando pactuado em contrato de compra e venda de imvel em fasede construo. 3. No adequado aferir, em recurso especial, percentuaise valores da condenao para concluir ou no pela sucumbncia em partemnima do pedido, por ser intento que demanda inegvel incurso naseara ftico-probatria de cada demanda, vedada pela smula 07 desta

    Corte. 4. Recurso especial no conhecido (grifo nosso) (STJ-4Turma,

    REsp 514371/MG, Recurso Especial 2003/0015069-8, rel. Min. FernandoGonalves, j. 27/10/2009).

    Diante dos fatos, requer-se a cessao do cmputo do ndice Nacionalda Construo Civil INCC, atualizando-se os valores retroativamente dataem que o imvel deveria ter sido entregue, qual seja, 30/12/2010, restituindo-se em dobro os valores pagos a maior pelos Requerentes.

    Verifica-se Excelncia, pelos fatos e fundamentos acima aduzidos que aincidncia do INCC somente poderia ocorrer durante o perodo contratual dedurao das obras, no se justificando a manuteno aps 30/12/2010, pois a

    partir desta data a Requerente passa a estar inadimplente com sua obrigao,o que no pode ensejar novo nus aos consumidores, que conformeanteriormente dito, estaria sendo triplamente prejudicada.

    3.2 Da vinculao do contrato entre as partes

    O Cdigo de Defesa do Consumidor regula no s a relao contratual, mastambm a fase de pr-contratos ou fase de negociao, visto que vincula ofornecedor s declaraes de vontade constantes, por exemplo, das promessas dosprepostos ou escritos particulares, como expresso em seu artigo 48, vejamos:

    Art. 4. As declaraes de vontade constantes de escritosparticulares, recibos e pr-contratos relativos as relaes deconsumo vinculam o fornecedor, inclusive execuo especifica, nostermos do artigo 84 e pargrafos.

    Como cedio, o principio basilar das relaes de consumo o principio daBOA-F, que deve nortear todas as negociaes, desde a fase pr-contratual,obrigando os fornecedores ao cumprimento e promessas realizadas pelos seusprepostos.

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    Importante ressaltar que a boa-f aqui tratada a boa-f objetiva que deveser aplicada tambm na fase pr-contratual, conforme explica o sbio Ministro

    ANTNIO HERMAN V. BENJAMIN, que assevera:O dever de informar adequadamente, de lealdade e de transparncia na

    fase pr-contratual exigida da boa-f objetiva e vem especificado emdiversos dispositivos do cdigo do consumidor (artigos 6, 9, 30, 31, 36,37, 39 , 46 e 47). Afinal, porque a lei declina tanta ateno a fase pr-

    contratual? Simplesmente porque a experincia demonstra que justamente neste momento inicial de atrao do consumidor para adquiriralgum produto ou servio que mais de falte com a verdade. Informaesimportantes so omitidas, procedimentos para induzir o comprador a erro

    ocorrerem nesta hora.

    inequvoco que os Requerentes foram levados a concretizar o negcio combase exclusivamente nas propostas realizadas na fase pr-contratual, que osfizeram concluir que era esse exatamente o imvel que atenderia s suasexpectativas, bem como estava dentro de suas possibilidades financeiras.

    Apenas para no pairar dvidas, importante transcrever o artigo 34 doCdigo de Defesa do Consumidor, o qual prev a responsabilidade pelo ato de seusprepostos, in verbis:

    Art. 34.O fornecedor do produto ou servio solidariamente responsvelpelos atos de seus prepostos ou representantes autnomos.

    O referido diploma legal, consagrou o princpio da Veracidade da Publicidade,em seu artigo 30, que assim disciplina a questo:

    Art. 30.Toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculapor qualquer meio de comunicao com relao a produtos e servios

    oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular oudela se utilizar, integra o contrato que vier a ser celebrado.

    Assim, para disciplinar o assunto, tambm a lei que define e probea propaganda enganosa. O artigo 37, 1 da redao consumerista, traz um dosmais importantes princpios da publicidade:

    Art 37. proibida toda e qualquer publicidade enganosa ou abusiva.

    1 enganosa qualquer modalidade de informao ou comunicao decarter publicitrio inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outromodo, mesmo por omisso, capaz de induzir em erro o consumidor a

    respeito da natureza, caractersticas, qualidade, propriedades, origem,preo ou quaisquer outros dados sobre produtos e servios..

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    Importante ressaltar que foi com as informaes prestadas na propaganda daRequerida que os Requerentes deram prosseguimento s negociaes, pois alm

    da expectativa criada com o apartamento que seria o ideal para sua futura famlia,as condies de pagamento prometidas tambm garantiriam a possibilidade deefetiva negociao. O que de longe a realidade.

    Desta forma, ao se recusar a cumprir a Requerida de forma expressa oquanto havia sido pactuado com os Requerentes (entrega do apartamento no prazocontratual), violou direito lquido e certo do consumidor, causando aos Requerentesprejuzos absurdos de ordem material e moral.

    Nunca demais ressaltar que os Requerentes foram trados e, portantoferidos em seu mago, violados em sua intimidade diante do descumprimentocontratual pela Requerida o qual deixou de entregar seu lar na data avenada,gerando transtornos at hoje.

    Nesse contexto, sabemos que os prejuzos materiais decorrem tambm dasdespesas que os Requerentes tm com os alugueres assumidos, depois demorarem por anos de favor em casa de familiares. Cansados de no terem suaprivacidade e diante de novo descumprimento por parte da Construtora, que haviaprometido a entrega do apartamento em dezembro de 2012, constando no acordoabsurdo proposto aos Requerentes, firmaram contrato de aluguel com validade at2015, isto , por 30 meses, conforme determina a legislao locatcia vigente.

    Sendo assim, ante a conduta ilcita da Requerida ao ter descumprido ocontrato, os prejuzos decorrentes de tal ato merecem ser totalmente absorvidospela Construtora Crescer e, ainda, repelido pelo hodierno Poder Judicirio.

    3.3 Da multa contratual ou da pena convencional

    A clusula 8.2 do anexo contrato de compra e venda prev que se aRequerida no concluir a obra no prazo fixado, pagar ao requerente a ttulo depena convencional, a quantia de 0,5% do preo do imvel por ms de atraso, senovejamos:

    Clusula 8.2:Se a vendedora no concluir a obra no prazo fixado, apsvencer o prazo acima avenado e no tendo ocorrido a prorrogao pormotivo de fora maior ou caso fortuito, pagar ao comprador, a titulo de

    pena convencional, a quantia que equivaler a 0,5%(meio por cento) dopreo reajustado monetariamente da unidade, por ms ou por frao dems de atraso, at a data da liberao do apartamento pela vendedora,

    valore calculados a partir do prazo acima, via abatimento do saldo devedordo comprador

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    Desta forma, alm das perdas, dos lucros cessantes, so devidos aindavalores referentes multa contratual por atraso na entrega, conforme a seguinte

    linha de raciocnio: temos um atraso de 3 anos e 8 meses, ou seja 44 meses atagosto de 2013 (data prevista de entrega do imvel: 31/12/2010) e portanto, aincidncia de 22% de juros sobre o valor a ser devolvido em dobro ao casalRequerentes, calculados com base na atualizao do bem imvel .

    incontroverso que deve ser paga a multa contratual em respeito aoprincpio do pacta sunt servanda, porque o que est no contrato faz lei entre aspartes. Dessa forma, como pode uma construtora de grande porte que atue a emvrios estados e j trabalha h anos no mercado no prev um atraso to grande naentrega de um imvel e tampouco justifica tal atraso, desrespeitando os contratos

    celebrados.Ademais, alm da pena convencional pelo atraso no cumprimento da

    obrigao, cabe a Requerida ainda indenizar os Requerentes pelos danos materiaise morais causados, conforme se ver adiante.

    3.4 Da inverso do nus da prova

    No caso em tela est claro que se trata de uma relao de consumo no qualos Requerentes adquiriram um apartamento em construo de uma pessoa jurdicaque comercializa apartamentos, exercendo a atividade de incorporadora, nos termos

    da Lei 4.591/64.Dentre os servios que foram oferecidos pela Construtora Crescer, est a

    construo de unidades habitacionais autnomas, que deveriam ser entregues noprazo contratual (estabelecido unilateralmente pela Requerida), alm de atender aospadres de qualidades prometidos, no s a unidade habitacional, mas tambm daampla unidade de lazer oferecida e colocada disposio dos compradores.

    Alm disso, no so os Requerentes que precisam provar o bvio, qual seja,a quebra da clusula contratual de entrega das unidades autnomas no prazo,cumprindo exclusivamente a Requerida demonstrar o porqu no o fez, arcandoinclusive com os danos decorrentes do seu inadimplemento.

    Assim sendo, protesta os Requerentes, desde j, pelos benefcios previstosno artigo 6 da Lei 8.078/98, em especial o inciso VIII, o qual prev:

    Art. 6.So direitos bsicos do consumidor:

    VIII a facilitao da defesa dos seus direitos, inclusive com a inverso donus da prova a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for

    verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regrasordinrias de experincias.

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    Assim, o nus da prova no presente caso competir Construtora Crescer,considerando o direito dos Requerentes, na posio inconteste de consumidores,

    que devem ter facilitada sua defesa.3.5 - Da Responsabilidade Civil

    No caso em tela, evidencia-se claramente a responsabilidade da Requeridaem indenizar os Requerentes, pois estamos diante de uma flagrante omisso, epatente negligncia da Construtora Crescer, que deveria fornecer o mnimo desegurana que se espera de uma empresa prestadora de servios.

    O artigo 186 Cdigo Civil, estabelece que, in verbis:

    Art. 186: Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou

    imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilcito.

    Assim mostra-se em clareza meridiana, a omisso voluntria da Requerida,bem como sua negligncia, diante dos fatos expostos, cometendo ato ilcito, e por taltem o dever e obrigao de indenizar os danos que causaram aos Requerentes,como dispe o artigo 927 do mesmo diploma legal:

    Art. 927: Aquele que, por ato ilcito (artigos 186 e 187), causar dano aoutrem, fica obrigado a repar-lo.

    De modo que, a Construtora Crescer, no tem como se esquivar dessaobrigao, pois era de sua inteira responsabilidade garantir a segurana quanto aquisio do imvel, ou apenas cumprir com sua parte no contrato por ela mesmaconfeccionada, o que no ocorreu!

    Sabemos que cabe s prestadoras de servios, garantirem ao Consumidor, asegurana pelos servios prestados, sendo totalmente inaceitvel e inadmissvel, aconduta da Requerida por no dispor ou tampouco fornecer a mnima seguranajurdica que se espera, qual seja, a do consumidor poder usufruir de um servio peloqual ele paga sem passar por todos os transtornos que os Requerentes continuam

    enfrentando.A conduta da Requerida de no entregar o imvel no prazo estabelecido e de

    no cumprir com o item 8.2 Capitulo 8, alm de forar um acordo totalmente abusivoaos Requerentes, demonstra a cabalmente a sua m-f em negociar com seusclientes, desrespeitando todos os preceitos jurdicos e causando enormes prejuzosaos consumidores, como no presente caso e nos diversos ajuizados contra a mesmaConstrutora Crescer diante do mesmo fundamento: o descumprimento contratualdevido ao atraso na entrega do imvel.

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    Os artigos 8, e 14, caput, e 1, do Cdigo de Defesa do Consumidor,prescrevem deforma clara e concisa que todos os produtos e servios inseridos no

    mercado no traro riscos segurana dos consumidores:Art. 8. Os produtos e servios colocados no mercado de consumo noacarretaro riscos sade ou segurana dos consumidores, exceto osconsiderados normais e previsveis em decorrncia de sua natureza efruio, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hiptese, a dar as

    informaes necessrias e adequadas a seu respeito.

    Art. 14. O fornecedor de servios responde, independentemente daexistncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos

    consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem comopor informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos.

    1 O servio defeituoso quando no fornece a segurana que o

    consumidor dele pode esperar, levando-se em considerao ascircunstncias relevantes, entre as quais:

    I o modo de seu fornecimento.

    3.6 Do dano material

    A Constituio Federal, em seu art. 5, X garante indenizao pelo dano

    material ou moral, decorrente da violao honra e imagem das pessoas:Art. 5, X. So inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e aimagem das pessoas, assegurando o direito a indenizao pelo danomaterial ou moral decorrente de sua violao.

    Alm do preceito Constitucional supracitado dispe os artigos 389 e 395 doCdigo Civil sobre a indenizao em caso de descumprimento e mora nocumprimento da obrigao:

    Art. 389. No cumprida obrigao, responde o devedor por perdas edanos, mais juros e atualizao monetria segundo ndices oficiaisregularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.

    Art. 395.Responde o devedor pelos prejuzos a que sua mora der causa,mais juros, atualizao dos valores monetrios segundo ndices oficiaisregularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.

    Envidando-se novamente pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, no que serefere aos direitos bsicos do consumidor, Art. 6, VI temos:

    Art.6, VI. A efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais emorais, individuais, coletivos e difusos.

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    Para a reparao do dano material mostra-se imprescindvel demonstrar-se onexo de causalidade entre a conduta indevida do terceiro e o efetivo prejuzo

    patrimonial que foi realmente suportado pelos Requerentes.Assim, entre particulares, apurar-se- se a conduta reprovvel e indevida foi

    ou no culposa, excetuando-se os casos das relaes de consumo, onde aresponsabilidade objetiva, ou seja, no se discute culpa, mas somente aocorrncia ou no do fato gerador do dano causado.

    Por sua natureza, evidentemente, restou demonstrada a extenso do danomaterial, pois o que se visa atravs da presente ao judicial a recomposio daefetiva situao patrimonial que se perdeu aps a ocorrncia do dano geradoexclusivamente por conta do atraso da entrega do imvel.

    Isto posto, nada impede a cumulao do pedido de indenizao por danomaterial com o pedido de indenizao por danos morais suportados peloRequerente, uma vez que ambos derivaram do mesmo fato gerador.

    Sendo assim, a jurisprudncia abaixo transcrita demonstra claramente oposicionamento dos Tribunais quanto s condies indispensveis para que resteconfigurado o direito reparao do dano material:

    (APELAO n 0215272-95.2010.8.26.0100 COMARCA DE SO PAULO(27 Vara Cvel Processo n 2230/2010)

    APELANTE: CONSTRUTORA TENDA S/A

    APELADO: CARLOS EDUARDO GERSON DE ARAJO

    ATRASO NA ENTREGA DAS CHAVES DE APARTAMENTO PORCONSTRUTORA. 1) MULTA CONTRATUAL. CLUSULA 9 DOCOMPROMISSO DE COMPRA E VENDA PREV COMOEXCLUDENTES DA MULTA O CASO FORTUITO E A FORA MAIOR.R APENAS FEZ ALEGAES VAGAS, NO PROVANDO A EFETIVAVERIFICAO DESSES FATOS IMPEDITIVOS DO NASCIMENTO DO

    DIREITO DO AUTOR. DESCUMPRIMENTO DO NUS DO ARTIGO 333,INCISO II, DO CPC. MULTA DEVIDA. 2) INDENIZAO POR DANOMORAL. ATUALMENTE, TAL SANO DEVE SER ENCARADA COMOUMA PROTEO COMPENSATRIA AOS DIREITOS DAPERSONALIDADE (ARTIGO 12, CAPUT, DO CC). DANO IN REIPSA. No caso, o inadimplemento contratual gerou dano moral, poisobrigou o autor e a sua famlia a se instalarem em local pequeno, despidode condies para abrigar a todos com um mnimo de conforto eprivacidade. Extrapolao do atraso tolervel; at a presente data, no h

    notcia nos autos de que as chaves foram entregues, sendo que o prazo

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    adicional venceu em julho/2010. Responsabilidade civil extracontratual.Valor da indenizao (R$ 10.000,00) fixado com razoabilidade, atendendo

    funo compensatria para a vtima e punitiva para o ofensor. 3) nusda sucumbncia. Autor teve rejeitados os pedidos de reembolso dos

    aluguis despendidos e de abatimento do preo do imvel compromissado,pleitos que representam parcela relevante da demanda. Impossibilidade deaplicao do artigo 21, pargrafo nico, do CPC, devendo incidir o caput

    desse dispositivo, que estabelece o compartilhamento do nus dasucumbncia. Recurso parcialmente provido. VOTO n 947 Trata-se deao sob rito ordinrio julgada parcialmente procedente pela r. sentena de

    fls. 157/165, cujo relatrio se adota. Considerando o atraso injustificado da

    construtora-r na entrega das chaves do apartamento adquirido pelo autore o decurso do prazo de tolerncia previsto no contrato, o MM. Juiz

    condenou a demandada a pagar ao demandante as seguintes verbasindenizatrias: a) quantia correspondente a 0,5% do valor do preoajustado no compromisso de compra e venda monetariamente atualizado,

    por ms, com incio em julho/2010 at a data da efetiva entrega da unidadeao autor, com a incidncia de juros moratrios de 1% ao ms, contados dovencimento de cada uma das prestaes; b) R$10.000,00, a ttulo deindenizao por danos morais, corrigida a partir da sentena e acrescidade juros de mora de 1% ao ms desde a citao. Por fim, em virtude damaior sucumbncia, a r foi condenada a arcar com custas judiciais,

    despesas processuais e honorrios advocatcios, estes ltimos estipuladosem 10% do valor atualizado da condenao. Alguns itens do pedido inicialdestaque-se, no foram acolhidos, como pagamento de aluguis e

    abatimento no preo do bem. Houve apelao da demandada (fls.173/186). Sustenta que a multa contratual foi indevidamente aplicada pelojuiz singular, dada a ocorrncia de caso fortuito e fora maior durante a

    construo, o que a impediu de entregar o imvel dentro do prazoacordado. Ataca a condenao por danos morais, alegando ausncia

    desse tipo de leso, pugnando, subsidiariamente, pela reduo doquantum indenizatrio, para se evitar enriquecimento sem causa. Ao final,tambm se manifesta contrariamente forma de distribuio do nus dasucumbncia, pleiteando, assim, a repartio proporcional desse encargo,

    na forma do artigo 21, caput, do CPC. O recurso foi regularmenteprocessado (fls. 188-anverso), mas no respondido (fls. 188-verso).FUNDAMENTAO A r. sentena deve ser reformada somente no quetange distribuio do nus da sucumbncia, conforme se passa a expor.Em primeiro lugar, improcedente o pedido de afastamento da multa

    contratual, devendo ser mantida a aplicao dessa penalidade. Consoante

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    o artigo 333, inciso II, do CPC, cabia r provar a ocorrncia de casofortuito e fora maior durante a construo, ou seja, fatos impeditivos do

    nascimento do direito do autor, previsto na clusula 9 do compromisso decompra e venda (fls. 112). Por se tratar de relao jurdica regida pelo

    CDC, a questo ganha maior tnica, pois o artigo 6, inciso VIII, dessa leigarante a inverso do nus probandi em benefcio do consumidor quandoa dificuldade na produo de provas for to intensa a ponto de inviabilizar

    o acesso tutela jurisdicional necessria. No caso em tela, seria muitodificultoso ou, at mesmo, impossvel o demandante provar a noocorrncia das mencionadas excludentes de ilicitude. Ora, se nem mesmo

    a r, uma construtora de grande porte, dotada de pessoal, equipamentos,

    capital e know-how, juntou aos autos provas documentais das supostascondies adversas que enfrentou durante a execuo do

    empreendimento imobilirio, restringindo-se a alegaes vagas, comoexigir prova contrria pelo autor? Em segundo lugar, observo que no temcabimento a oposio da r no que concerne indenizao por dano

    moral. Hoje em dia, tal sano atua como proteo e tambm medidacompensatria aos direitos da personalidade, conforme artigo 12, caput, doCC (dano in re ipsa). Ora, havendo menoscabo dignidade doconsumidor, perfeitamente possvel o surgimento do dever de indenizar,com carter extracontratual. Se assim no fosse, haveria violao doprincpio da isonomia, pois os direitos da personalidade somente seriam

    protegidos fora das relaes contratuais, deixando os contratantesvitimados margem da mencionada tutela compensatria, o que acabariasendo um convite s mais variadas formas de desrespeito dignidade da

    pessoa humana, clusula geral que serve de base para os direitos dapersonalidade. Postas essas premissas, de se concluir que o autorsofreu mesmo dano extra patrimonial. Em virtude do descumprimento do

    contrato pela requerida, o requerente no pde estabelecer sua moradiano imvel compromissado, tendo de viver em um local pequeno, sem

    condies para abrigar, com um mnimo de conforto e privacidade, odemandante, sua esposa e enteados (fato no contestado). Alm disso,somente entre o trmino do prazo de tolerncia (julho/2010) e a data deajuizamento da ao (15/12/2010), j decorreram cinco meses e, pelo que

    dos autos consta, at a presente data, o autor continua aguardando aconcluso das obras de seu futuro lar, o que extrapola o limite do aceitvele, por conseguinte, afronta a tranquilidade do demandante, impedindo-o deorganizar sua vida. Admitindo a possibilidade de indenizao por danosmorais em casos anlogos, em que o descumprimento do contrato sai do

    mbito da normalidade, encontram-se julgados como estes:

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    RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL ATRASO NA ENTREGADE IMVEL QUE CONSTRANGEU OS APELADOS A CONDIES

    PRECRIAS DE MORADIA INDENIZAO FIXADA EM R$ 10.900,00PARA CADA AUTOR NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO (TJSP,9 Cmara de Direito Privado, Apelao n 0211762- 11.2009.8.26.0100,Comarca de So Paulo, Rel. Des. Lucila Toledo, j. 28/2/2012). AOINDENIZATRIA. PROMESSA DE COMPRA E VENDA.CONSTRUTORA. ENTREGA DO IMVEL. ATRASO INJUSTIFICADO.FORA MAIOR. NO OCORRNCIA. MULTA CONTRATUAL.INAPLICABILIDADE. DANO MORAL. CONFIGURAO. QUANTUM. 1)No configura fora maior o problema decorrente da negligncia da

    Construtora ao planejar a execuo de suas obras. (...) 4) Caracterizadano moral indenizvel a conduta da Construtora de procrastinar, sem

    motivo justificado, o incio da obra, frustrando o sonho do comprador de tera casa prpria. 5) A quantificao do dano moral obedece ao critrio doarbitramento judicial, que, norteado pelos princpios da proporcionalidade e

    da razoabilidade, fixar o valor, levando-se em conta o cartercompensatrio para a vtima e o punitivo para o ofensor. (...) (TJMG, 11Cmara Cvel, Apelao cvel n 1.0024.10.159238-4/001, Comarca deBelo Horizonte, Rel. Des. Marcos Lincoln, j. 25/1/2012). Quanto ao valor daindenizao, concordo com a dosimetria realizada pelo juiz singular. Istoporque a quantia fixada atende, com razoabilidade, funo

    compensatria e punitiva da indenizao por danos extra patrimoniais.

    Vale esclarecer que no h bis in idem pela condenao por danosmorais e pela imposio de multa contratual, pois a finalidade dessaltima reparar danos materiais causados pela construtora-r com oatraso na entrega das chaves. Por fim, apenas no que tange ao nus dasucumbncia que procede ao reclamo da apelante. No caso, o autor teve

    rejeitados os pedidos de reembolso dos alugueis despendidos e deabatimento do preo do imvel compromissado, pleitos que representam

    parcela relevante da demanda, o que impede a aplicao do artigo 21,pargrafo nico, do CPC. Logo, deve incidir o caput desse dispositivo, queestabelece o compartilhamento do nus da sucumbncia. Termos em que,as custas judiciais, as despesas processuais e os honorrios advocatcios

    devem ser recproca e proporcionalmente distribudos e compensadosentre as partes, ficando mantida a sentena nos demais pontos. DECISODiante do exposto, voto pelo parcial provimento do recurso, a fim dereconhecer a sucumbncia recproca. ROBERTO MAIA. Relator.

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    At a presente data os Requerentes sofrem pelos danos materiais e moraiscausados pela Construtora Crescer, pois, diante de 3 anos e 8 meses no atraso da

    entrega do imvel, tempo este totalmente injustificvel, foram obrigados a alugar umimvel. Havia um planejamento e uma expectativa em relao ao primeiro lar quefora deliberadamente frustrado. Permaneceram nessa situao at setembro de2012, onde de boa-f, aceitaram o acordo imposto pela Requerida, onde nadareclamariam sobre o atraso do imvel e o receberiam em dezembro de 2012.

    Entretanto, diante da inrcia e falta de informaes por parte da Requeridaem relao a nova data da entrega do apartamento e claro, convivendo com outrafamlia e tendo agora a sua prpria, com um filho pequeno e especial, tendo aconvivncia se tornado insuportvel, criando discrdias familiares de difcil

    reparao, o casal de Requerentes decidiu mudar de Estado para permaneceremprximos famlia de Camilla, uma das Requerentes, enquanto at hoje aguardam aentrega do to sonhado lar.

    Hoje os Requerentes arcam com um aluguel de R$ 650,00 (seiscentos ecinquenta reais) em Goinia, que perdurar at 2015.

    O casal de Requerentes anseia demasiadamente o recebimento de suamorada, a fim de terem ressarcidos seus direitos fundamentais na condio depessoa humana, quais sejam, ao trabalho digno (pois, com a mudana, Camilla noconseguiu emprego, convvio familiar, direito moradia etc), V-se Excelncia, oquo profundo foi e os so os transtornos causados diante da omisso e neglignciapor parte da Construtora Crescer.

    Ademais, os Requerentes ainda no obtiveram proveito econmico no imvel,pois se considerasse que o apartamento fosse alugado durante esse perodo noatraso na entrega do apartamento, tendo por base um aluguel referncia de R$650,00 pagos por 44 meses, teriam um rendimento de R$ 28.600,00 (vinte e oito mile oitocentos reais), isso sem contar reajustes dos alugueres no perodo, correo eatualizao monetria que devem incidir sobre esse valor.

    Desta maneira, nos termos do artigo 402 do Cdigo Civil, requer-se adevoluo de todo o valor, devidamente corrigido e atualizado, referente aosalugueres pagos desde setembro de 2012 at o fim do contrato de aluguel firmado, aquem deu causa direta a omisso da Requerida e, em caso de o apartamento serentregue em sede de tutela antecipada, que se indenize os Requerentes em seuslucros cessantes, isto , no valor em que deveriam ter recebido caso estivessem naposse do mesmo.

    Art. 402.Salvo as excees expressamente previstas em lei, as perdas edanos devidas ao credor abrangem, alm do que ele efetivamente perdeu,

    o que razoavelmente deixou de lucrar.

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    Contudo, alm de demonstrado o que os Requerentes efetivamenteperderam, insta comprovar o que eles deixaram de ganhar, isto porque, se o imvel

    tivesse sido entregue na data correta: 31/12/2010, o casal de Requerente poderia terse utilizado deste bem em locao at que seu atual contrato de aluguel terminasse.

    Se o imvel tivesse sido entregue, os Requerentes poderiam ter usufrudode 44 (quarenta e quatro) meses de aluguel, pois poderiam deix-lo locado at que olhes fosse conveniente.

    Assim tomemos por base um valor aproximado de um aluguel do imvel emreferncia de RS 650,00 (seiscentos e cinquenta reais) por ms, isto quer dizerque o casale deixou de ganhar R$ 28.600,00 (vinte e oito mil e seiscentos reais porconta do atraso na entrega do apartamento.

    Os lucros cessantes esto previstos no artigo 403 do Cdigo Civil e soperfeitamente aplicveis na lide em questo:

    Art. 403.Ainda que a inexecuo resulte de dolo do devedor, as perdas edanos s incluem os prejuzos efetivos e os lucros cessantes por efeitodela direto e imediata, sem prejuzo do disposto na lei processual.

    Ento, alm de no terem ganhado absolutamente nada com esse contratode compra e venda, nem seu direito moradia e tampouco o direito a usufruirmonetariamente do imvel, ainda arcam com um contrato de aluguel de R$

    19.500,00 (dezenove mil e quinhentos reais) por 30 meses, que somente seencerrar em setembro de 2015.

    Entretanto, a falta de pontualidade e descaso por parte da ConstrutoraCrescer, gerou danos patrimoniais aos Requerentes de outra ordem, isto , diantedo atraso das obras, a documentao necessria para dar entrada ao financiamentobancrio junto Caixa Econmica Federal, procedimento esse realizadoexclusivamente pela Requerida, no foi liberada em tempo hbil previsto emcontrato aproveitando- se tambm desse atraso causado por sua negligncia,cobrando dos Requerentes toda a ordem de penalidades prevista no mesmoinstrumento. Ento, a prpria Construtora atrasou a entrada desse pedido s ofazendo anos depois (2012).

    Assim, o imvel, que em 2009, data da celebrao do contrato, valia R$80.500,00 (oitenta mil e quinhentos), pela avaliao da Caixa Econmica Federal em2012 o mesmo imvel passou a valer R$ 96.000,00 (noventa e seis mil reais), ouseja, a divida do financiamento bancrio, planejada e assumida em 2009 pelosRequerentes passou de R$ 59.500 (cinquenta e nove mil e quinhentos reais) paravalor de R$ 70.942,68 (setenta mil, novecentos e quarenta e dois reais e sessenta eoito centavos).

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    notrio, portanto, o enorme prejuzo sofrido pelo casal de Requerentes, queso de baixa renda, que tiveram que assumir essa diferena em seu financiamento,

    causado nica e exclusivamente pela Construtora Crescer que atrasou a vistoriarealizada pela Caixa Econmica Federal para liberar o financiamento, em virtude dono prosseguimento pontual com as obras do empreendimento.

    Fcil concluir ento que a Construtora Crescer a nica beneficiria doatraso das obras; seja porque recebe a maior pela Caixa Econmica Federal emvirtude de um crdito concedido aos Requerentes muito acima do acordadoanteriormente no respectivo instrumento de compra e venda, seja porque cobra dosRequerentes todas as penalidades previstas no referido contrato devido noliberao do financiamento bancrio em fevereiro de 2011, como se inadimplentes

    fossem e, no entanto, todo esse transtorno financeiro foi causado nica eexclusivamente pela Requerida, devido sua negligncia em seguir o cronogramaregular da obra do empreendimento.

    Pleiteia-se ento a devoluo em dobro dessa diferena astronmica nadivida contrada pelos Requerentes, devidamente corrigida e atualizada emmomento oportuno, pois, a Construtora Crescer, ao vender seu empreendimentohavia previsto em contrato o valor a ser financiado por eles, incluindo tambm nessemesmo instrumento a data em que o mesmo seria liberado, isto , fevereiro de 2011 APS A ENTREGA DO APARTAMENTO, portanto.

    Frise-se que em nenhum momento, em toda a transao imobiliria, houve ainterferncia de terceiros, de acordo com o prprio contrato de financiamentobancrio acostado presente. Assim, a Construtora Crescer construiu, vendeu eintermediou a transao para a liberao do financiamento pela Caixa EconmicaFederal.

    Portanto, devida a reparao por danos materiais a ttulo de danosemergentes, pois os Requerentes foram compelidos a arcar com os pagamentos dealuguel e de da diferena em seu financiamento, alm de serem cobrados pela

    Requerida como se inadimplentes fossem e forados a aceitar um acordo em queconcordam com sua divida que nunca existiu, para mascarar a negligncia daConstrutora Crescer. perante no atraso das obras do empreendimento imobilirio emquesto, obrigao esta que a Requerida simplesmente se furtou de cumprir.

    Deste modo Excelncia, a Construtora Crescer dever ser condenada aopagamento de indenizao por danos materiais causados aos Requerentes, arcandocom o pagamento do contrato de aluguel ora vigente, isto , os alugueres vencidos ea vencer at o fim do mesmo, caso o dito apartamento no seja entregue em ate 10(dez) dias a contar de vossa determinao, a titulo de tutela antecipada e, sendo de

    fato cumprida, pela Requerida, que os danos materiais sejam calculados levando-se

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    em conta os lucros cessantes advindo do fato de no usufrurem economicamente obem, como se o mesmo estivesse alugado desde a data da entrega do apartamento

    prevista em contrato, isto , desde 30.12.2010, tomando-se por base o valor dereferencia de um aluguel no importe de R$ 650,00 (seiscentos e cinquenta reais),como demonstrado alhures.

    Pede-se ainda, a cumulao da repetio de indbito, referente diferenacausada na dvida contrada pelos Requerentes perante a Caixa Econmica Federala ttulo de financiamento imobilirio, a ser apurado em momento oportuno, tendo emvista que no podem arcar tambm com esse prejuzo causado nica eexclusivamente por culpa da Requerida, tendo em vista sua inercia e falta deplanejamento em seus negcios.

    Insta frisar que tudo isso se deu por conta da hipossuficincia da parteRequerentes.

    Por fim, entendemos se possvel o pedido de danos morais com a aplicaoda pena convencional prevista n o item 8.2 do Capitulo 8 do Contrato, o qual prev oabatimento de 0,5 % (meio por cento) do preo reajustado monetariamente daunidade referente ao perodo de atraso, o que de fato tambm no ocorreu.

    3.7 Do dano moral

    Os Requerentes suportam at o momento o sentimento de impotncia ante

    os abusos da Construtora Crescer e nada podem fazer, inclusive, quando tentamobter informaes junto mesma, pois so sempre tratados com desrespeito e,quando no ignorados, obtm apenas informaes inconsistentes e inverdicas,tanto que at hoje no sabem quando seu apartamento ser entregue.

    O casal de Requerentes no comprou um simples objeto, ou mais umimvel, mas sim o seu novo lar, onde fizeram planos e criaram expectativas,economizaram e sonham ainda hoje com o esperado dia que nunca chega!

    inegvel a angstia experimentada pelos Requerentes, diante dos 3 anos

    e 8 meses de atraso na entrega de seu apartamento.Afinal, a atitude da Requerida, consistente em atrasar 44 meses e no prever,

    ainda hoje a entrega do apartamento que vendeu, no encontra respaldo emnenhum ordenamento jurdico, no podendo ela invocar os princpios do casofortuito ou fora maior ou qualquer outro motivo relevante.

    Desesperador ainda o sentimento de impotncia experimentado pelosRequerentes em no se verem livres dos alugueres, afundados em dvidas, poisassumiram prestaes de financiamento acima do previsto, alm do fato de que no

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    terem qualquer previso para a entrega do imvel, piorando ento suas frustaes,de ainda no terem um lar prprio para criarem seus filhos.

    Esse sentimento de indignao aflora ainda mais tendo em vista teremcumprido religiosamente sua parte de responsabilidade no contrato enquanto aRequerida o descumpriu, e nunca se posicionou a respeito do atraso, bem comosempre tratou de maneira grosseira e desrespeitosa os Requerentes em todas assuas ligaes.

    Em relao ao dano efetivamente causado, podemos recorrer legislaoptria, a fim de embasarmos a causa de pedir em relao ao dano moral napresente ao, tendo em vista o artigo 5, inciso X, da Constituio Federal, quedispe:

    Art. 5 - (omissis)

    X so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem daspessoas, assegurado o direito indenizao pelo dano material ou moraldecorrente de sua violao.

    Alm disso, a "dignidade da pessoa humana" um dos fundamentos queassegura o estado Democrtico de Direito de um pas, conforme se verifica no artigo1, inciso III, do diploma acima citado, que assim dispe:

    Art. 1 - A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolveldos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrtico de Direito e tem como fundamentos:

    III - a dignidade da pessoa humana..

    Harmonizando os dispositivos legais feridos de inferir-se que a reparaosatisfatria por dano moral abrangente a toda e qualquer agresso s emanaespersonalssimas do ser humano, tais como a honra, dignidade, reputao, liberdadeindividual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim, o patrimnio moral queresguarda a personalidade no mais lato sentido.

    Dano moral, frise-se, por oportuno, o dano causado injustamente a outrem,que no atinja ou diminua o seu patrimnio; a dor, a mgoa, a tristeza infligidainjustamente a outrem com reflexo perante a sociedade.

    O Tribunal de Justia do Estado de So Paulo entende haver dano moralquando do atraso na entrega de imveis residenciais, seno vejamos:

    "ASSOCIAO COOPERATIVA COM FINALIDADE DE AQUISIODE BEM IMVEL. RESCISO CONTRATUAL CUMULADA COMRESTITUIO DE VALORES E INDENIZAO POR DANOS MORAIS.

    AJUIZAMENTO PELOS PROMITENTES COMPRADORES.

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    PROCEDNCIA DECRETADA. INCONFORMISMO DOS RUS NOACOLHIDO. SINDICATO-CORRU PARTE LEGTIMA. NO MRITO

    PROPRIAMENTE DITO, H CONFIGURADO O INADIMPLEMENTO DOSREQUERIDOS. ATRASO INJUSTIFICADO DO INICIO DAS OBRAS EAUSNCIA DE ESTIMATIVA OBJETIVA DE ENTREGA DASUNIDADES. RESTITUIO DA INTEGRALIDADE DOS VALORESPAGOS NA CONFORMIDADE DA SENTENA. INDENIZAO PORDANO MORAL ARBITRADA. FRUSTRAO DA LEGITIMAEXPECTATIVA DO CONTRATO. SENTENA MANTIDA POR SEUSPRPRIOS FUNDAMENTOS (ART. 252, RITJSP). RECURSODESPROVIDO. Superada a questo da resciso contratual e seus efeitos

    consectrios, conclui-se, com segurana, o acerto da indenizao pordano moral estruturada em sentena. Da compulso dos autos, v-sea frustrao da aquisio da casa prprio, decorrente de dficitinformativo tanto na poca preparatria da contratao como naconstncia do ajuste, de despreparo da prpria construtora, a refletirem mnima segurana para a continuidade do contrato e nasubmisso dos autores, consumidores, situao de angstia eextremo desequilbrio,culminando em inadimplemento absoluto antes dotermo contratual. Vale lembrar que os autores chegaram a pagar em diacerca de substanciais RS 70 mil, conforme descrio de sua petio inicial,enquanto que o valor inicial do empreendimento apontava para RS

    130.359,49. Todos esses so motivos suficientes para abanar a tese deexistncia de ato ilcito conscientemente perpetrado pelas corrs,resultante em dano moral, suficientemente arbitrado pelo juzo singular,

    atento repercusso grave dos fatos esfera de dignidade dos autores(que desembolsaram por anos as prestaes, at a deciso liminar quedeferiu o pedido de depsito judicial, no recebendo o produto aceitado).

    Encerrando, s se adita a sentena para que nela faa constar o termoinicial de incidncia dos juros moratrios das prestaes a restituir e da

    indenizao por dano moral, que devero ser contabilizados a partir dacitao dos corrus desta demanda. (TJSP APELAO CVEL N9287179-54.2008.8.26.000 9 CMARA DE DIREITO PRIVADO RELATOR DES. PIVA RODRIGUES DJ 09/04/2013).

    "ADESO COOPERATIVA QUE MASCARA COMPROMISSO DECOMPRA E VENDA DE IMVEL EM CONSTRUO. ATRASO NACONCLUSO DA OBRA, NO ENTREGUE NA DATA ACORDADA.INADIMPLEMENTO DO VENDEDOR. RESCISO DO CONTRATO.DEVOLUO INTEGRAL DOS VALORES PAGOS. RESTITUIO

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    IMEDIATA E DE UMA S VEZ DANO MORAL CONFIGURADO.NENHUMA UNIDADE ENTREGUE. MANUTENO DO VALOR

    ARBITRADO EM R$ 10.000,00. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.Analisa o pedido de indenizao por dano moral. No se trata de um

    simples inadimplemento contratual. Foram sepultadas todas asexpectativas do apelado quanto aquisio da to sonhada casa prpria,o que importa em angstia, diante da absoluta sensao de impotncia do

    consumidor, parte mais frgil na relao de consumo. O fato de nenhumaunidade ter sido entregue, tantos anos depois do encerramento doprazo, revela o engodo de que o autor foi vitima e confere maiorgravidade conduta da cooperativa, cujo ato ilcito adquire dimenso

    to grave, que resvala na conduta criminosa. reconhecida a naturezasatisfativa da indenizao por dano moral. Mas no possvel negarfuno pedaggica, atrelada inegvel sano pecuniria que acondenao caracteriza para quem condenado a pagar. Existe funopunitiva. Essa funo punitiva perde relevncia nas relaes pulverizadas.

    Mas crucial quando quem pratica a conduta lesiva atua no mercado,usando o ato ilcito como modus operandi. Se as indenizaes por danomoral so muito baixas, a escolha decorrente da administrao dasociedade, com olho exclusivamente empresarial, pode muito bem indicarque seja economicamente mais vivel optar por arcar com indenizaesbaixas, em detrimento de um controle mais rigoroso da atividade

    comercial, uma vez que esse controle envolve custas. Colocadas essaspremissas, a importncia da funo punitiva, por sua natureza social, nocaso, supera qualquer alegao de que a indenizao por dano moral no

    deva configurar enriquecimento sem causa. O arbitramento deve levar emconsiderao o lucro auferido com a retomada da unidade condominialvendida na planta, para venda do imvel terminado, num mercado

    imobilirio aquecido. Por isso, razovel a indenizao arbitrada em R$10.000,00.(TJSP - APELAO CVEL N 0006430- 72.2005.8.26.0428

    9 CMARA DE DIREITO PRIVADO - RELATORA LUCILA TOLEDO - DJ19/02/2013)

    Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixao dareparao, vez que no existem critrios determinados e fixos para a quantificaodo dano moral, a reparao do dano h de ser fixada em montante que desestimuleo ofensor a repetir o cometimento do ilcito.

    Nesse sentido, a orientao emanada do Colendo Superior Tribunal deJustia no sentido de que o valor da indenizao por danos morais deve ser

    entregue ao prudente arbtrio do juiz que motivadamente deve atender

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    peculiaridade de cada caso concreto e tomar em considerao sua duplafinalidade: reparatria e pedaggica.

    Evidentemente o resultado final tambm leva em considerao aspossibilidades e necessidades das partes de modo que no seja insignificante, aestimular a prtica do ato ilcito, nem to elevado que cause o enriquecimentoindevido da vtima.

    Diante todo o exposto, requer-se digne Vossa Excelncia a condenar aConstrutora Crescer S/A a indenizar os Requerentes tambm nos danos morais naordem de 100 (cem) salrios mnimos vigentes - valor esse utilizado como parmetroapenas sempre de acordo com o livre convencimento deste D. Juzo, como forma desancionar a conduta lesiva e ilcita da Requerida que reiteradamente vemdescumprindo seus contratos com diversos consumidores, alm, claro, deamenizar os transtornos causados aos Requerentes que so oneradosdemasiadamente pelo atraso de 3 anos e 8 meses na entrega de seu to sonhadolar.

    Nem se cogite, contudo, a possibilidade de se alegar eventualenriquecimento ilcito por parte destes, diante dos inmeros constrangimentos edissabores que sofrem at a presente data tendo em vista o atraso e falta depreviso na entrega do almejado apartamento.

    3.8 Da cumulao das IndenizaesSabe-se que o dano material e moral podem advir do mesmo fato gerador

    possibilitando, assim, a percepo acumulada de duas indenizaes, umadecorrente da ofensa material e outra da moral.

    O Ministro Eduardo Ribeiro, quando do julgamento do Resp. 4.236/RJ, 3Turma, DJU 01/07/1991, analisou a matria da seguinte maneira:

    "Se h um dano material e outro moral, que podem existir autonomamente,se ambos do margem indenizao, no se percebe porque isso no

    deva ocorrer quando os dois se tenham como presentes, ainda queoriundos do mesmo fato de determinado ato ilcito decorrendo lesomaterial, esta haver de ser indenizada. Sendo apenas de natureza moral,igualmente devido o ressarcimento. Quando reunidos, a reparao h de

    referir-se a ambos. No h porque cingir-se a um deles, deixando o outrosem indenizao."

    Deveras, o STJ, j cristalizou a inclinao jurisprudencial, em tal direo,editando a Smula 37, segundo a qual:

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    "Se o dano material e o moral decorrem do mesmo fato, seroacumulveis as indenizaes.

    Por fim Excelncia irrefragvel que o casal de Requerentes tenha sofridodano moral, diante de todo o exposto, pois teve sua honra, dignidade e orgulhoatingidos ao ficarem desamparados e jogados prpria sorte, tudo isso sem receberqualquer assistncia por parte da Requerida, capaz, ao menos, de minimizar suasituao, motivo pelo qual socorrem-se do Poder Judicirio para amenizarem tosoos danos sofridos.

    4- DA ANTECIPAO DOS EFEITOS DA TUTELA

    O Art. 273 do Cdigo de Processo Civil prev os casos em que sero

    deferidas a antecipao dos efeitos da tutela, seno vejamos:Art. 273. O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ouparcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,

    existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegaoe:

    l- haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou

    ll -fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifestopropsito protelatrio do ru

    Necessitam, pois, os Requerentes dos efeitos antecipados da tutelajurisdicional para que seja determinado com urgncia a entrega do apartamento noprazo de 10 (dez) dias sob pena de multa diria, uma vez j estar pronto para semorar s aguardando burocracias por parte da Requerida e os rgos responsveisda prefeitura, burocracias estas que nada tem a ver os Requerentes e certamentecausadas apenas pela negligncia da Construtora Crescer.

    O referido prazo tem fundamento, pois no incio do ms de maio de 2013,os Requerentes entraram em contato com a Construtora Crescer onde a mesmainformou que entregariam o empreendimento no incio do ms de junho, chegando

    at mesmo a ser vistoriado por parte dos mesmos, conforme fotos anexas (BLOCODOCS. 08)

    Contudo, estamos em agosto e nunca mais os Requerentes obtiveramqualquer resposta por parte da Requerida no que se refere efetiva entrega doapartamento.

    O contrato de aluguel dos Requerentes finda-se em setembro de 2015.

    Como anteriormente explanado, diante do descaso e falta de informaespor parte da Construtora Crescer, o casal foi obrigado a alugar um imvel, tendo em

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    vista a no entrega do imvel, que em e um segundo momento, ocorreria emdezembro de 2012.

    Contudo, h a possibilidade de os mesmos devolverem o imvel noaniversrio de um ano, isto , j em setembro prximo, e antes do reajuste peloIGPM, previsto em contrato.

    Apresenta-se ento a urgncia da antecipao dos efeitos da tutela, sobpena de os Requerentes serem mais uma vez penalizados pela abusividade eomisso da Construtora Crescer.

    No justo que o casal de Requerentes arque com mais este nus.

    Eis o fundado receio de Dano.

    A prova inequvoca do atraso consta no anexo contratual, conforme severifica do documento acostado, que demonstra que a data prevista de entregaoriginal do apartamento era em 31 de dezembro de 2010 e em um acordo totalmenteunilateral e abusivo, o qual tambm pleiteia-se sua anulao, previu-se umasegunda data para a entrega do imvel, que deveria ocorrer em dezembro de 2012.

    Por quanto tempo mais os Requerentes arcaro com todos essestranstornos e prejuzos financeiros?

    de fundamental relevncia a concesso da tutela ora pretendida, visto que

    se concedida somente ao final da demanda, apenas a Requerida seria beneficiria,pois o apartamento est pronto e os Requerentes, alm de arcarem com asprestaes do financiamento acima de sua capacidade financeira, ainda soonerados com o pagamento de aluguel para terem direito a um teto para morarem.

    Diante de todo o exposto, estando presentes os requisitos necessrios paraa antecipao dos efeitos da tutela, requer-se digne Vossa Excelncia determinar aentrega do bem no prazo de dez dias sob pena de aplicao de multa diria por nocumprimento da ordem judicial.

    5- DOS PEDIDOS

    Diante do exposto requer-se que, Vossa Excelncia se digne julgar totalmenteprocedente a presente a ao para que:

    a. Cite-se a Requeridana pessoa de seus representantes legais, via postal noendereo acima declinado para, querendo, apresente sua defesa sob pena deconfisso e revelia;

    b. Conceda-se os benefcios da justia gratuita por serem os Requerentespessoas pobres na acepo jurdica do termo e no poderem arcar com as custasprocessuais sem prejuzo ao sustento prprio e de sua famlia;

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    c. Seja deferida os efeitos da tutela antecipada requerida, para que aConstrutora Crescer entregue o imvel em 10 dias, em perfeitas condies de

    moradia e para o fim a que se destina, sob pena de pagamento de multa diria combase no art. 644, cc. art. 461, ambos do Cdigo de Processo Civil, visto que o imvelj encontra-se pronto, e no se sabe o porqu o apartamento no foi entregue aosRequerentes;

    d. Anule-se totalmente o acordo imposto aos Requerentes para que sejavlido apenas as condies previstas no contrato de compra e venda, sem qualqueraditivo ou alterao, estabelecendo-se assim o termo inicial das obrigaes daRequerida para com aqueles, isto , a entrega do imvel em 30/12/2010 e, sendoassim requer-se tambm;

    e. Declarar a nulidade da clusula contratual que isenta a Requerida dequalquer responsabilidade pelo atraso na entrega do imvel (tolerncia de 180dias), pelos fatos e fundamentos acima aduzidos, condenando-a ao pagamento demulta diria desde o primeiro dia subsequente ao vencimento do prazo ajustadopara entrega do imvel, ou seja, 31/12/2010, at o efetivo cumprimento, multa esta,por equidade, calculada na mesma base da penalidade imposta autora em caso deinadimplemento de sua prestao, conforme previso contratual;

    f. Que de declare definitivamente a impossibilidade da cobrana do ndiceNacional da Construo Civil INCC, a partir de 31/12/2010, atualizando-se osvalores retroativamente a esta data e restituindo-se em dobro os valores amaior pagos pelos Requerentes;

    g. Seja a R condenada ao pagamento de Danos Materiais suportados pelosRequerentes, referente a:

    g.1 multa por descumprimento contratual prevista na clusula 8.2 noinstrumento de compra e venda firmado entre as partes, na ordem de 0,5% (meiopor cento) do preo reajustado monetariamente, aplicando-se para tanto o ndiceINCC (caso Vossa Excelncia entenda legtima sua aplicao), conforme previso

    contratual, referente aos meses de atraso na entrega do apartamento, que hojecontamos 3 anos e 8 meses ou 44 meses, e que tais valores sejam devidamenteatualizados e corrigidos no momento da liquidao da sentena proferida por VossaExcelncia;

    g.2 ressarcimento dos valores contidos em contrato de aluguel,incluindo-se ai todas as despesas nele contidas (multas, reajustes, valores vencidose a vencer), tendo em vista que os Requerentes no tiveram outra opo se noarcar com tal responsabilidade, diante da omisso da Requerida em no entregar oimvel no prazo avenado ou;

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    g.3 pagamento de lucros cessantes aos Requerentes, calculados combase no aluguel de referncia na presente data no valor de R$ 650,00 (seiscentos e

    cinquenta reais), desde o momento em que deveriam ter recebido o apartamento,isto 30/12/2010;

    g.4 repetio de indbito e em dobro, dos valores pagos a maior pelosRequer