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Prof. Bruno Cesar. www.bruno-cesar.com INSPIRAÇÃO E INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Inspiração e interpretação bíblica 3

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INSPIRAÇÃO E INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

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O QUE É A INSPIRAÇÃO BÍBLICA

• É UM CONCEITO TEOLÓGICO QUE FALA DA FORMA EM QUE A BÍBLIA FOI

ESCRITA E A GARANTIA DA QUALIDADE INERRANTE DO TEXTO BÍBLICO.

• “A INSPIRAÇÃO BÍBLICA DEVERIA SER DEFINIDA NOS MESMOS TERMOS

TEOLÓGICOS QUE DEFINEM A INSPIRAÇÃO PROFÉTICA: A SABER, COMO O

PROCESSO INTEIRO [...] POR MEIO DO QUAL DEUS MOVEU OS HOMENS QUE

HAVIA ESCOLHIDO E PREPARADO (cf. Jr 1:5; Gl 1:15) PARA ESCREVER

EXATAMENTE O QUE ELE QUERIA QUE FOSSE ESCRITO, A FIM DE COMUNICAR

A INSTRUÇÃO DE SALVAÇÃO AO SEU POVO E, ATRAVÉS DELE, AO MUNDO.

ASSIM, A INSPIRAÇÃO BÍBLICA É VERBAL POR SUA PRÓPRIA NATUREZA, POIS

A ESCRITURA RESPIRADA POR DEUS É CONSTITUIDA PELAS PALAVRAS

DADAS POR ELE” (J. I. PACKER “A Inspiração da Bíblia” in “A origem da Bíblia. p.

45).

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• Antônio Gilberto define inspiração nos seguintes moldes: “(...) é a

influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro sobre os

escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a

mensagem sem mistura de erro” (GILBERTO, Antônio. A Bíblia: o livro, a história,

a mensagem. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1982. p. 87).

• Louis Berkhof disse:

• O significado do termo “inspiração” é um tanto indefinido e requer

uma precisão maior. Entendemos por inspiração a influência

sobrenatural exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores

sagrados, pela virtude do qual seus escritos receberam

autenticidade divina, e constituem uma regra infalível e suficiente

de fé e prática (BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. São Paulo:

Cultura Cristã, 2000. p. 39).

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• Pode-se definir a inspiração de maneira bem simples, como segue: “A

inspiração das Escrituras é aquela influência que Deus exerceu sobre os

autores humanos por intermédio de quem o Antigo Testamento foram escritos”

(Chafer).

• “A inspiração, quando aplicada à Bíblia, é o sopro de Deus dentro dos homens,

habilitando-os dessa forma a receber e a comunicar a verdade divna” (Miller).

• “A inspiração bíblica é aquela influência do Espírito Santo sobre certos homens

escolhidos por Deus para ensinar Sua vontade, que os guardava de erro na

comunicação de tudo que deveria construir uma parte da revelação divina”

(Miles). Miles acrescenta ainda: “Essa influência se estendia: 1º - à isenção do

erro no relato dos fatos históricos; 2º - à confirmação autoritária das verdades

da revelação natural às quais fez referência; 3º - à revelação sobrenatural, ou

seja, às verdades que só podem ser conhecidas por revelação direta de Deus”.

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• “A bíblia é Deus falando por meio do Espírito Santo aos homens, por

intermédio dos homens” (Donald D. Turner).

• “Assim notamos que Deus é a origem das Escrituras, porque não somente

impulsionou seus autores humanos a escrever, mas também os guiou

enquanto escreviam. É claro, portanto, que se houver erro nas Escrituras

Originais, então o erro é da parte de Deus, o que já é um absurdo. A obra de

Deus é perfeita, e de conformidade com Seu caráter” (Donald D. Turner).

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O QUE A INSPIRAÇÃO BÍBLICA NÃO É

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• Inspiração bíblica também não é o mesmo que inspiração poética ou

artística

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A INSPIRAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

• “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a

repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de

que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para

toda boa obra” (II Tm 3:16-17).

• Quando a Bíblia relata o pecado de Davi, o relato é inspirado e digno

de confiança, mas, a atitude de Davi é reprovável.

• “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura

provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer

profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos]

falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Pe 1:20-

21).

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• (1) Toda Escritura, isto é, a Bíblia, é considerada como um todo, porque arevelação de Deus constitui uma obra só, e aqui percebemos que todas asporções tem a mesma origem e a mesma autoridade. (2) É inspirada porDeus, o que nos fornece sua origem e método pelo qual a Bíblia foi feitapalavra divina; foi o Espírito de Deus que operou por intermédio dosescritores humanos escolhidos, fazendo que as palavras escritas fossem asmesmas palavras que Deus desejava transmitir. (3) É útil... porque Deus nãofaz coisas inúteis: e nisso temos uma prova preciosa da inspiração divina. Apalavra de Deus produz os seguintes efeitos nas vidas dos que a seguem: (a)para o ensino, pois os homens aprendem nela novas verdades acerca deDeus e sua vontade; (b) para a repreensão, quando lida, pois então oshomens se lembrem de seus pecados de que ainda não tinham consciência;(c) para a correção, pois retifica nossas vidas, nossa maneira de agir e depensar; (d) para a educação na justiça, pois esclarece o caminho pelo qualdevemos palmilhar. Esse é o efeito da Bíblia, onde quer que seja lida, e éuma das mais poderosas provas de sua divina inspiração, visto que não háoutro livro no mundo que provoque tais transformações nas vidas de seusleitores.

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• (4) ... A fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente

habilitado para toda boa obra. Que propósito digno de Deus, em

todos os sentidos! O Senhor quer que “seus homens sejam efeitos, e

inspirou a Bíblia para realizar esse propósito (1 João 2:1); Ele quer que

os Seus pratiquem as boas obras (Efésios 2:10; Tito 2:14), pelo que

também inspirou a Bíblia para que os Seus possam ser perfeitamente

instruídos ou habilitados para as mesmas. (TURNER, Donald. D. Introdução ao

Antigo Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 41).

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OS MANUSCRITOS DO ANTIGO TESTAMENTO

• As cópias eram feitas à mão numa época onde não havia livrarias, nem

sites, nem imprensa.

• O processo era longo e lento e era feito por profissionais

• Havia uma série de regras para as cópias dos textos do Antigo

Testamento.

1) O pergaminho tinha de ser feito da pele de animais cerimonialmente

limpos, e as peles, costuradas umas às outras, com cordões tirados de

animais limpos, era um trabalho que devia ser feito por um judeu.

2) Cada coluna tinha de ter não mais de sessenta linhas e não menos de

quarenta e oito.

3) A tinta, feita segundo fórmula especial, era negra.

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4) O escriba tinha que copiar um manuscrito autêntico e nunca deveria

escrever qualquer palavra de memória.

5) Com reverência, tinha que limpar sua pena antes de escrever a palavra

“Deus”, e era absolutamente necessário banhar todo o corpo antes de

escrever a palavra “Jeová” (Iavé).

6) Havia regras escritas a respeito da forma das letras, dos espaços entre as

letras, palavras e divisões, a cor do pergaminho, o uso da pena, etc.

7) O rolo tinha que ser revisado dentro dos trinta dias seguintes depois de

terminado, ou ficaria sem valor. Um erro condenava a folha; três erros

encontrados numa folha só condenava todo o manuscrito; por três palavras

escritas fora da linha, o todo era rejeitado.

8) Cada palavra e cada letra eram contadas, e se uma letra faltava ou

sobrava, ou se uma letra tocava em outra, tudo era condenado e queimado

em seguida. E havia ainda muitas outras regras.

(TURNER, Donald. D. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 32-33).

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• Um certo inglês chamado Kennicott, e um italiano de

nome Rossi examinaram entre si o número total de

1686 diferentes manuscritos hebraicos, e provaram

que todos apresentam praticamente o mesmo texto.

Visto que tudo foi copiado à mão. É admirável que as

variações sejam insignificantes.

• (TURNER, Donald. D. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2004. p. 33).

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A INSPIRAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO

• Paulo faz menção do evangelho de Lucas (Lc 10:7), chamando-

o de “Escritura” e colocando-o em pé de igualdade, digno do

mesmo título de “Escritura”, que o livro de Deuteronômio (Dt

25:4), em I Timóteo 5:18, que diz: “Pois a Escritura declara: Não

amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é

digno do seu salário”. Em I Coríntios 9:14 Paulo menciona o

versículo de Lucas de outra forma, mais uma vez alegando

autoridade escriturística onde diz: “Assim ordenou também o

Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho”.

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• “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como

igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a

sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como,

de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há

certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis

deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a

própria destruição deles” (II Pe 3:15-16).

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• [...] há como mostrar que também o Novo Testamento é de origem

divina. Temos passagens como 1Ts 2:13. Mas o texto mais

importante é mesmo Jo 14:26, que nos permite afirmar que o Novo

Testamento é um projeto do próprio Senhor Jesus Cristo. Ele, que

citou e cumpriu o Antigo Testamento, prometeu também o Novo

Testamento. Fez isto ao prometer o Consolador, o Espírito Santo,

explicando que este “vos ensinará todas as coisas e fará lembrar

de tudo que vos tenho dito”. Costumamos aplicar isto a nós, no

âmbito da iluminação ou interpretação dos textos. Mas, no

contexto em que foram proferidas, essas palavras têm em vista a

revelação.

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• Aquele “vos” refere-se aos apóstolos que estavam com Jesus durante

aquela ceia de despedida. E foi a esses apóstolos e evangelistas que

o Espírito Santo lembrou o que Jesus tinha dito. Eles foram ensinados

pelo Consolador. E desta lembrança e deste ensino resultou o Novo

Testamento. Assim, podemos afirmar que os apóstolos de Cristo nos

deram duas dádivas: o Antigo Testamento interpretado como livro de

Cristo (seguindo o caminho indicado pelo próprio Jesus em Lc 24:44);

e o testemunho de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. O primeiro

já era um livro quando a Igreja Cristã nasceu, podendo-se dizer que

ela nasceu com uma Bíblia no berço. O segundo veio a ser um livro, o

nosso Novo Testamento (SCHOLZ, Vilson. E ZIMMER, Rudi in: Manual do Seminário de

Ciências Bíblicas. “A Bíblia: sua natureza, funções e finalidade”. Barueri: SBB, 2008. p. 10).

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MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

• O processo de cópias do Novo Testamento foi muito diferente do

Antigo.

• O NT não foi reproduzido por profissionais.

• O NT não teve as regras de cópias do AT

• O NT não tem cópias apenas em um idioma

• O NT tem muito mais cópias

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CONCLUSÃO

• A bíblia é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. Ela

é confiável em tudo o que diz, seja em questões históricas,

geográficas, teológicas e psicológicas. Não há nenhum erro na

bíblia, nem científico, nem gramatical ou qualquer outro assunto

a que os textos bíblicos façam menção.

• Vimos bastante sobre o papel do Espírito Santo na inspiração e

preservação das Escrituras, agora veremos qual o papel do

Espírito Santo na interpretação do texto bíblico. Em suma, quão

dependentes somos do Espírito Santo na hermenêutica? Um

não cristão pode interpretar corretamente a Bíblia?