Upload
nguyenxuyen
View
226
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Graz - Curitiba Agosto 2002
INSTITUTO DE HIDROGEOLOGIA E GEOTERMIA Elisabethstrasse 16/II
A-8010 Graz / Austria
Tel.: ++43 316 876 1372
Email: [email protected]
PROJETO CARSTE RELATÓRIO CONCLUSIVO FINAL
Ernani R. FILHO,Gil POLIDORO, Till HARUM, Alvaro A. LISBOA, Arlineu
RIBAS & Hans ZOJER
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 I
Conteúdo
1. Introducão....................................................................................................................................... 1
2. Principais Resultados da Investigação........................................................................................ 3
2.1. Mapeamento Geológico e Hidrogeológico ............................................................................... 3
2.2. Investigação Hidrológica........................................................................................................... 6
2.2.1. Balanço Hídrico.................................................................................................................. 6
2.2.2. Escoamento Superficial e Recarga Subterrânea ............................................................ 11
2.3. Tempo de Residência Águas Aquífero Carste ....................................................................... 14
2.4. Concepção do Gerenaciamento dos Recursos Hídricos ....................................................... 20
3. Transferência de Know How do Insituto JOANNEUM RESEARCH para a UFPR, SANEPAR E SUDERHSA ....................................................................................................................................... 24
3.1. Primeiro ano do Projeto .......................................................................................................... 24
3.2. Segundo ano do Projeto ......................................................................................................... 25
4. Recomendações para Proteção.................................................................................................. 26
4.1. Zona de Proteção I (Zona de Remediação) .......................................................................... 26
4.1.1. Medidas Recomendadas ................................................................................................. 26
4.1.2. Proibições e Restrições de Uso Recomendadas ............................................................ 26
4.2. Zona De Proteção Ii (Zona de Atenuação de Riscos Geotécnicos)....................................... 27
4.2.1. Medidas Recomendadas ................................................................................................. 27
4.2.2. Proibições e Restrições Recomendadas......................................................................... 27
5. Conclusões e Recomendações .................................................................................................. 28
6. Referências Utilizadas na Concepção do Projeto Carste ........................................................ 30
Lista de figuras e tabelas Fig. 1: Mapa geológico de detalhe da área do projeto emergencial Carste, Colombo – Pr (D.
GIUSTI et al., 1998). ................................................................................................................. 5
Fig. 2: Mapa de usos do solo e áreas de captação da região em estudo. ......................................... 8
Fig. 3: Mapa da evapotranspiração média anual (mm/ano) e áreas de captação da região em estudo........................................................................................................................................ 9
Fig. 4: Precipitação média mensal P e evapotranspiração real Etr para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida........................................................................ 10
Fig. 5: Precipitação média mensal P e escoamento médio total (MQ=P-Etr) para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida........................................................... 11
Fig. 6: Precipitação média anual P (em l/s km2) escoamento médio total (Mq=P-Etr) para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida.......................................... 11
Fig. 7: Balanço hídrico da totalidade da área investigada. ................................................................ 12
Fig.8: Escoamento superficial por área de bacias nas sub-bacias de captação (em l/s km2) em maio de 1997..................................................................................................................... 13
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 II
Fig. 9: Relação medida NQ / MQ Teórico (P-Etr) das subáreas de capatação durante a estiagem.................................................................................................................................. 14
Fig. 10: Conteúdos de Tritio, funções de entradas estimadas na precipitação para as estações de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Buenos Aires e os conteúdos atuais em Strapasson....... 15
Fig. 11: : Entrada na precipitação (estação de Porto Alegre), função de saída simulada e conteúdo de tritio medido nas fontes TAS2, ONS22, ATS3, ATS2 e ONS11, tempos médios de residência calculados e porções (%) de componentes com diferentes idades MONITORAMENTO DA QUALIDADE D’ÁGUA ......................................................... 16
Tab. 1: Precipitação mensal e anual média P, Evaporação potencial Etp, Evapotranspiração real Etr e escoamento superficial médio teórico MQ=P- Etr para as 6 classes de uso do solo na área de Colombo-Fervida........................................................................................... 10
Tab. 2: Observação de longo prazo das fontes: valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros de campo, resultados das análises químicas e conteúdo do isótopo 18O........... 18
Tab.3: Observação da qualidade dos poços valores mínimos, médios e máximos ............................ 20
Tab.4: Principais parâmetros hidráulicos transmissibilidade T, permeabilidade kf, porosidade efetivay neff , vazão do poço Qmax e correspondente rebaixamento máximo smax
calculado a a partir de vários testes de bombeamento. ......................................................... 20
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 1
INTRODUCÃO
Nos últimos anos vários poços foram perfurados no aqüífero Carste na área de Colombo-Fervida
Norte de Curitiba, os quais são bombeados para fins de abastecimento público. O incremento do uso
do aqüífero ocasionou em certos locais uma superexploração decorrentes de fatores tais como o
rápido desenvolvimento urbano relacionado ao crescimento de população da cidade de Curitiba, e
ao uso intensivo do solo agrícola e da água para irrigação por parte da população residente.
Estes conflitos levaram ao estabelecimento de uma cooperação no contexto do “Projeto Carste”
entre a Universidade Federal do Paraná UFPR (Departamento do Geologia), a Companhia do
Saneamento do Paraná SANEPAR, a Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental SUDERHSA e o Instituto de Hidrogeologia e Geotermia (JOANNEUM
RESEARCH JR, Áustria). Um intensa investigação do foi desenvolvida na área de Colombo-Fervida
nas proximidades de Curitiba, tendo com principal objetivo elaborar uma base de dados e um modelo
conceitual para o uso sustentado e gerenciamento dos recursos hídricos do aqüífero Carste. A
UFPR desenvolveu principalmente as atividades de compilação e mapeamento do arcabouço
geológico e tectônico e em conjunto com o JR o mapeamento hidrogeológico, a SUDERSHA a
compilação e avaliação dos dados hidrometeorológicos para fins do estabelecimento do balanço
hídrico e o JR o mapeamento do uso do solo, desenvolvimento do modelo conceitual do balanço
hídrico e a dinâmica Kárstica segundo investigações hidrogeológica, isotópicas e hidroquímica.
A área investigada perfaz 85 km2. Situa-se aproximadamente à 20 km à N de Curitiba (Paraná) no
município de Colombo, e uma pequena parte a Oeste do município de Almirante Tamandaré. Ela
abrange as regiões de Colombo Fervida, Colombo Sede e as cabeceiras do córrego Água Comprida
e rio Atuba em Colombo, rio Uvaranal em Almirante Tamandaré e a região da Várzea do Capivari. As
áreas de investigação Colombo Fervida e Colombo Sede são separadas pelo principal divisor de
bacia: o compartimento Oeste(Colombo Sede ) drena suas águas para o rio Iguaçu enquanto o
compartimento Leste (Colombo Fervida) pertence à bacia do rio Ribeira.
Este relatório apresenta as conclusões finais decorrentes de dois anos de intensa investigação pela
equipe do Projeto Carste executado pelo Convenio COMEC / JOANNEUM RESEARCH /
SANEPAR / SUDERHSA / UFPR. Seu objetivo principal é sintetizar o resultado das investigações.
Apesar do Projeto Carste ter sido interrompido prematuramente devido a impossibilidades
financeiras foi possível delinear as conclusões finais com base nos resultados principalmente no que
se refere ao modelo conceitual de fluxos, sua recarga e dinâmica como orientação para um
gerenciamento e proteção sustentável dos recursos hídricos subterrâneos do aqüífero carste na área
do projeto - Colombo – Fervida - Várzea do Capivari.
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 2
Os resultados foram documentados através de dois relatórios progressivos (T. HARUM et al., 1998;
D. GIUSTI et al., 1998) e parcialmente publicados(T. HARUM et al., 2000). Os aspectos principais da
metodologia foram apresentados num primeiro workshop realizado em Paranaguá. No segundo
workshop, realizado em Outubro de 1998 em Colombo, foram apresentados os principais resultados
da investigação e as propostas de medidas para proteção das águas subterrâneas conforme a
experiência da legislação Européia e Austríaca (T. HARUM & H. ZOJER, 1998).
As investigações durante os dois anos de projeto se concentraram nos seguintes principais objetivos:
1o ano (T. HARUM et al., 1998):
1. IMPLEMENTAÇÃO DA INFRAESTRTURA
2. COLETA, INSPEÇÃO E PRIMEIRA AVALIÇÃO DOS DADOS EXISTENTES
3. COMPILAÇÃO DA BASE GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA
4. MAPEAMENTO HIDROGEOLOGICO
5. INSTALAÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA HIDROLOGIA E QUALIDADE DA
ÁGUA
6. INÍCIO DAS OBSERVAÇÕES DE LONGO PERÍODO EM FONTES, DADOS DE PRECIPITAÇÃO
E ESCOAMENTO SUPERFICIAL
7. MODELO HIDRGELOGICO CONCEITUAL COMO BASE PARA GERENCIAMENTO D’ÁGUA
8. MODELO DE ÁREAS DE CAPTAÇÃO COM DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE RECARGA E
DESCARGA, COMPORTAMENTO DAS DIREÇÕES DE FLUXO E TEMPO DE RESIDÊNCIA
9. DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS HIDRÁULICOS DO AQUÍFERO E CAPACIDADE DOS
POÇOS EXISTENTES
10. CONCEITOS PRELIMINARES DE GERENCIAMENTO D’ÁGUA
11. INVESTIGAÇÕES GEOFÍSICAS
12. TRANSFERÊNCIA DE KNOW-HOW DO JOANNEUM RESEARCH PARA OS PARCEIROS
BRASILEIROS
2O ano (D. GIUST et al., 1998):
1. CONCLUSÃO DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO
2. PROCESSAMENTO DE IMAGEM DIGITAL USANDO DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO
NA ELABORAÇÃO DE MAPA DE USO DOS SOLOS
3. DETERMINAÇÀO DO TEMPO DE RESIDÊNCIA DAS ÁGUAS DO AQUÍFERO CARSTE PELA
DATAÇÃO DA IDADE USANDO ISÓTOPOS AMBIENTAIS
4. CARACTERIZAÇÀO HIDROLÓGICA E BALANÇO HÍDRICO
5. CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DO AQUÍFERO CARSTE
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 3
6. TRANSFERÊNCIA DE KNOW-HOW DO JOANNEUM RESEARCH PARA OS PARCEIROS
BRASILEIROS
1. PRINCIPAIS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
1.1. MAPEAMENTO GEOLÓGICO E HIDROGEOLÓGICO
Baseado nos mapeamentos de detalhe geomorfológico e geológico foi gerado um novo mapa
geológico da área. Simultaneamente todas as fontes foram mapeadas em detalhe.
A área do Carste, ao norte de Curitiba, em termos geológicos pertence ao Grupo Açungui. Os tipos
litológicos na área pertencem a Formação Capiru compostos por meta-sedimentos de idade pré-
cambriano superior. O ambiente deposicional varia de plataformas muito rasas com deposição de
carbonato à taludes continentais com depósito de sedimentos turbidíticos. As condições climáticas
variam de clima úmido até glacial ou subglacial.
A evolução tectônica do Grupo Açungui é complexa e resulta de três eventos deformacionais
sobrepostos que alteraram a posição estratigráfica original.
O mapa geológico é apresentado na Fig. 1.
O resultado do mapeamento mostra que a geologia na área de Colombo é representada por três
vales esculpidos em Dolomitos na direção E - W – os quais são separados por cristas de filitos.
Através da observação sistemática do nível piezométrico em poços e da investigação
hidrológica(seção 2) pode-se comprovar a conexão hidráulica entre os carbonatos através cristas
filíticas.
As intensas atividades vulcânicas mesozóicas promoveram a intrusão de rochas magmáticas
(diques). A erosão diferencial destes diques determinou direções lineares NW-SE. A espessura dos
diques pode atingir 100 m. A direção do enxame de diques é determinada por um sistema de falhas
do proterozóico. Os derrames magmáticos constituíram a Formação Serra Geral, que cobre uma
extensa porção do oeste do estado do Paraná. Na área em estudo a cobertura basáltica foi
completamente erodida.
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 4
Estes diques secionam a seqüência de filitos e dolomitos compartimentando-os na superfície.
As rochas carbonáticas na área de estudo são intensamente carstificadas e, portanto representam
um importante aqüífero o qual é parcialmente drenado por fontes e também diretamente por
exutórios nas drenagens de menor porte.Os diques podem ser considerados, em sua maioria,
camadas impermeáveis que separam compartimentos com características hidráulicas diferentes. A
maioria das descargas das fontes estão localizadas no contato do aqüífero com os diques de
Diabásio.
Devido à cobertura menos permeável de solo e manto de intemperismo (entorno de 40 m) o aqüífero
tem do ponto de vista hidráulico um caráter semiconfinado e sua recarga é originada principalmente
da infiltração difusa de parte da precipitação através do lençol freático. Em algumas áreas pode ser
observada a recarga diretamente através de talvegues e dolinas.
No sul da área a carstificação faz limites com afloramentos de rochas do embasamento cristalino.
Projeto Carste – Relatório Conclusivo Final, Abril 2002 5
#
##
#
#
#
#
###
#
##
#
#
#
#
# #
###
#
#
#
#
# ##
#
###
#
##
#
#
#
#
#
#
#
#
##
#
#
#
#
#
#
###
#
##
##
#
#
#
#
#
ðð
ð ð
ðð ð
ð
ððð
ð
ð
ð
ð
ðð
ð
ð
ðð
ð
ð
ðððððð
ðð
ðð
ððð
ðð
ð
ð
ððð
ð
ð
ð
ð
VWP 01
VWP 03
VWP 04
VWP 05
COCA 03
FEW I01
FEW PI02
FEW P06
FEW P07
FEW P08FEW P11
FEW P13
FEW P14
FEW P15
FEW P16
FEW P17
COWP 01
COWP 03
COWP 04
COWP 05
COWP 10
COWP 14COWP 15
BOWP 01
BOWP 02
BOWP 03BOWP 04
BOWP 05
BOWP 06
BOWP 07
BOWP 08
BOWP 09
COCA 01
p.1( old)
p.2B acaetava
VWP 02
COCA 02
FEW P05
FEW P10
FEW P18
COWP 08
COWP 11
COWP 12
COWP 13
p.2( old)
ONS1
ONS2ONS3
ONS4
ONS5
ONS6
ONS7
ONS8
ACS 1
ACS 2
ATS1
ATS2 ATS3
ATS4
ATS6
ATS7
TAS1
TAS2
TUS 1
TUS 2
TUS 3
TUS 4TUS 5
TUS 6
TUS 7
TUS 8
TUS 9USV 1
USV 2
BAS 1
ONS9a
ONS9b
ONS10
ONS11
ONS12
ONS13
ONS14
ONS15
ONS16
ONS17 ONS18
ONS20
ONS21
ONS22
ONS23
ONS24 ONS25
ONS26
ONS27
ONS28
ONS31
ONS32
ONS33
ONS34
ATS5aATS5b
TUS 10
TUS 11
TUS 12
ONS19a ONS19b
ONS19c
ONS29a
ONS30
ONS29b
LEGENDA
Geologia
FORMAS KARSTICAS (DOL INAS)
FORMAÇÃO GUABIROTUBA - c on gl ome rad os , arc ós io s e arg il i to sCENOZÓICO
DIQUE DE DIABÁSIO
DIQUE DE DIABÁSIO INFERIDO
JURÁ SS ICO/CRETÁ CEO
PRÉ -CAMBRIANO
Gru po Aç un gu i
FILIT OS E QUARTZ ITOS
CAL CÁRIOS E DOL OMITOS
GNAISSES E M IGM AT ITOS
Emb as ame nto Cri stal i no
FONT ES
FALHAS
EIXOS DE DOBRAS
45 ATITUDES DE CAMADAS
POÇOSFE W P5
688000687000686000685000684000683000682000681000680000679000678000677000676000675000674000 689000 690000
7200
000
7201
000
7202
000
7203
000
7204
000
7205
000
7206
000
7207
000
7208
000
673000
7209
000
7210
000
7199
000
BO W P0 5
ESCAL A: 1: 2 0.000GEOPROCESSA M ENTO SUDERHS A 97/9 8
PROJ ETO K A RST - Ma p a Geo ló g ic o Est ru tur al
GEOPROCESSAMENTO
Fig. 1: Mapa geológico de detalhe da área do projeto emergencial Carste, Colombo – Pr (D. GIUSTI et al., 1998).
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 6
A Formação Guabirotuba é constituida por sedimentos mais jovens de idade terciária.
As principais conclusões em relação ao condicionamento das limitantes hidrogelógicas são as
seguintes:
1. Os diques de diabásio, de direção NW-SE, configuram-se como uma evidente fronteiras
hidrogeloógicas, não tendo-se observado evidências quanto à fraturamentos significativos dos
mesmos durante os trabalhos de mapeamento.
2. Tanto os dolomitos carstificados quanto os filitos encontram-se dobrados, sendo possível o fluxo
de águas do aqüífero Carste sob os mesmos(Filitos).
3. Portanto o aqüífero carste é subdividido em compartimentos independentes, sendo que o
montante do fluxo nestes compartimentos depende principalmente de sua forma a qual é
delimitada pelos diques, podendo, no entanto ocorrerem conexões nas direções NW e SE devido
à possibilidade de fluxo sob os filitos.
4. As fontes normalmente estão situadas no contato entre os dolomitos com os diques ou filitos.
1.2. INVESTIGAÇÃO HIDROLÓGICA
1.2.1. BALANÇO HÍDRICO
A precipitação é relativamente bem distribuída com um valor médio anual observado para o período
entre 1974-1993 de 1399 mm (D. GIUSTI et al., 1998).
A metodologia escolhida para estimativa da evapotranspiração foi primeiramente à utilização
formulação meteorológica para evaporação potencial e conseqüentemente índices de vegetação para
a evaporação real.
Produziu-se um mapa da sistemática de usos dos solos da área, através da classificação de imagem
de satélite LANDSAT5 com uma resolução de 30x30 m. sendo que os canais escolhidos para a
classificação foram: canal número 3 (vermelho) 0.63-0.69 m, canal número 5 (médio IR) 1.55-1.75 m,
canal número 7 (médio IR) 2.08-2.35 m. A compartimentação obtida foi confirmada em campo sendo
indentificando-se assim 8 classes diferentes de usos. O mapa de usos do solo está representado na
Fig. 2.
A evaporação potencial Etp foi estimada através da equação de H.L. PENMAN (1956). A
evapotranspiração real não depende somente dos meteorológicos, mas principalmente do tipo da
cobertura vegetal. Usou-se a metodologia de C. GRASSI & G. CHRISTIANSEN (1966), onde a Etr é
calculada a partir da Etp utilizando-se coeficientes obtidos da temperatura, tempo de duração do ciclo
vegetal, porcentagem da duração total e fatores de cultivo(UNESCO, 1982). As classes de usos do
solo definidas a partir de sensoriamento remoto foram reagrupadas agora em 6 tipos (superfície de
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 7
corpos d’água, áreas de gramíneas, matas, terras aradas, áreas mista e áreas sem vegetação) com
os respectivos fatores de cultivo e coeficientes de variável do ciclo vegetativo. Devido as pequenas
variações do relevo os efeitos advindos das diferenças de altitude puderam ser negligenciados. Os
resultados comparativos as precipitações estão sintetizados na Tab. 1 para o período entre 1974-
1993, o mapa da evapotranspiração real média anual está disponível na Fig. 3.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 8
Corpos d' água
Áreas captação
Floresta
Floresta secund.
Vegetação rast.
Pastagem
Cultivo
S/ vegetação
Mineração
Urb. Baixa dens.
Land usecateg ories
8.4
8.6
8.78.5
8.3
5.0 8.2.06.07.1.1
8.0
7.2.1
7.1.0
8.1.0
7.2.2.07.2.0
8.2.1
7.2.2.1.07.0
6.1
4.07.2.2.1.1
4.1 1.2.2 7.2.2.3.01.2.0
8.1.1
7.2.2.27.3.0
2.2.1 7.3.1
7.3.2.0
7.2.2.3.1.1.2
2.2.0
7.2.2.3.1.03.0
2.1
7.3.2.11.2.1
7.2.2.3.1.1.0
1.0
1.1
7.2.2.3.1.1.1
2.0
2.3
0 500 1000 1500 2000 m
M = 1 : 73.000
Fig. 2: Mapa de usos do solo e áreas de captação da região em estudo.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 9
Áreas de captação
856
794
699
663
628
553
Actual
evapo tra nspir ation
in[mm/y]
Actualevapo tra nspir ation i n th e area ofColomb o-Fervi da
calculate d fo r diff erent la ndusegrou ps
8.4
8.6
8.78.5
8.3
5.0 8.2.06.0 7.1.1
8.0
7.2.1
7.1.0
8.1.07.2.2.0 7.2.0
8.2.1
7.2.2.1.07.0
6.1
4.07.2.2.1.1
4.1 1.2.2 7.2.2.3.0
1.2.0
8.1.1
7.2.2.27.3.0
2.2.1 7.3.17.3.2.0
7.2.2.3.1.1.22.2.0
7.2.2.3.1.03.0
2.1
7.3.2.1
1.2.1
7.2.2.3.1.1.0
1.0
1.1
7.2.2.3.1.1.1
2.0
2.3
0 500 1000 1500 2000 m
M = 1 : 73.000
Fig. 3: Mapa da evapotranspiração média anual (mm/ano) e áreas de captação da região em estudo.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 10
Tab. 1: Precipitação mensal e anual média P, Evaporação potencial Etp, Evapotranspiração real Etr e escoamento superficial médio teórico MQ=P- Etr para as 6 classes de uso do solo na área de Colombo-Fervida.
Corpos d’água abertos Pastagem floresta cultivo Área mista Sem vegetação
Mês P (mm) Etr (mm) P-Etp (mm)
Etr (mm) P-Etr (mm)
Etr (mm) P-Etr (mm)
Etr (mm) P-Etr (mm)
Etr (mm) P-Etr (mm)
Etr (mm) P-Etr (mm)
1
182
109
73
85
97
96
86
77
105
81
101
67
115
2
142
93
49
72
70
82
60
65
77
69
73
57
85
3
120
84
36
66
54
75
45
60
60
63
57
52
68
4
81
58
23
48
33
54
27
43
37
46
35
38
43
5
97
41
56
35
62
40
57
32
65
34
63
28
69
6
102
33
69
29
73
33
69
23
79
26
76
23
79
7
93
38
54
34
59
39
54
27
66
30
62
27
66
8
67
51
16
45
22
51
16
41
26
43
24
35
32
9
121
62
58
54
67
61
59
49
72
51
69
43
78
10
129
85
44
71
58
81
49
64
65
68
62
56
73
11
117
97
19
79
38
89
27
71
45
75
42
62
54
12
149
103
46
81
67
92
56
74
75
78
71
64
84
ano (mm) 1399
856
544
699
700
794
605
628
771
663
736
553
846
ano (l/s km² 44,3
27,1
17,2
22,1
22,2
25,2
19,2
19,9
24,4
21,0
23,3
17,5
26,8
% de P 100,0
61,2
38,8
49,9
50,1
56,7
43,3
44,9
55,1
47,4
52,6
39,5
60,5
Min (l/s km²) 25,6
12,5
6,0
11,0
8,5
12,5
6,2
8,7
10,0
9,9
9,3
8,7
12,1
Max (l/s km²) 69,3
41,5
27,8
32,2
37,0
36,6
32,6
29,3
40,0
30,8
38,5
25,5
43,8
Precipitação e evapotranspiração
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
P, E
Tr
(mm
)
Precipitação
ETp d’água superfície
Florest
pastagem
Área mista
cultivo
S/ vegetação
Fig. 4: Precipitação média mensal P e evapotranspiração real Etr para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida.
Os resultados obtidos apresentam uma boa correlação com a evapotranspiração máxima Etm
calculada pela EMATER (1997) para as culturas típicas da área de Colombo-Fervida. Os resultados
confirmam que na análise de um ano hídrico normal existe sempre um superávit no balanço hídrico,
sendo que nunca a Etr suplanta o valor da precipitação sendo isto válido para todos os grupos de
usos do solo.
Segundo este contexto pode-se fazer uma estimativa do balanço hídrico para toda área de
investigação, e sua comparação com os dados de escoamento superficial existentes permitem definir
as condições de recarga-discarga nos compartimentos. Fig. 5 e Fig. 6 sintetizam os resultados do
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 11
potencial do escoamento superficial teórico (estimado a partir do balanço hídrico) para as diferentes
classes de usos do solo. Os dados do balanço hídrico são apresentados na in Fig. 7.
Precipitação e escoamento superficial médio
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
P, M
Q=
P-E
Tr
(mm
) Precipitação
S/ vegetação
cultivo
Área mista
pastagemFloresta
Água superf.
Fig. 5: Precipitação média mensal P e escoamento médio total (MQ=P-Etr) para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida.
17.222.2
19.224.4 23.3
26.8
27.122.1
25.219.9 21.0
17.5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
l/s k
m2
ETr
Mq=P-ETr
Sur
face
wat
er
Gra
ssla
nd
For
est
Ara
ble
land
Mix
ed a
rea
No
vege
tatio
n
P = 44.3 l/s km2
Fig. 6: Precipitação média anual P (em l/s km2) escoamento médio total (Mq=P-Etr) para as diferentes classes de usos do solo na área de Colombo-Fervida.
1.2.2. ESCOAMENTO SUPERFICIAL E RECARGA SUBTERRÂNEA
Segundo W. WUNDT (1953, 1958) o escoamento de base médio mensal MoMNqT é similar, quando
se considera períodos longos de observação, ao escoamento subterrâneo de uma determinada área
e conseqüentemente a recarga subterrânea. Para as áreas de captação do Rio Capivari e Praia
Grande o valor da descarga de base por área de bacia MoMNqT = 10.3 l/s km2 corresponde a recarga
subterrânea anual média de 325 mm estimada para o período 1931-1969. Utilizando-se este valor
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 12
para toda área de investigação com 85 km2 , e para cada sub-compartimento de captação, é
possível uma estimativa do balanço hídrico com a separação dos componentes do escoamento
superficial QS e escoamento subterrâneo QG (Fig. 7).
A área em estudo foi dividida em várias sub-bacias orográficas onde o escoamento superficial dos
rios e córregos foram medidos sob diferentes condições hidrometeorológicas algumas estações com
registros contínuos e outras de forma periódica. O principal objetivo desta campanha intensa de
medidas, foi detectar as descargas e recargas do aqüífero carste nos rios ocasionando,
respectivamente superávit hídrico e déficits na descarga de base por área de bacia (l/s km2) de cada
sub-bacia.
A avaliação das séries de medidas na época de estiagem identificaram de maneira muito mais
evidente as condições de recarga – descarga e o comportamento hidrogeológico dos sub-
compartimetos na área, quando comparados com os dados teóricos da descarga média anual,
obtidos a partir do balanço hídrico meteorológico.
Recarga Subterrânea 23%
23%Escoamento Superficial
Evapotranspiração
54%
Fig. 7: Balanço hídrico da totalidade da área investigada.
Os sub-compartimentos estão representados nos mapas (Fig.8), com as descargas de base por área
de bacia (l/s km2) (T. HARUM et al., 1998; T. HARUM et al., 2000). A Fig. 8 mostra também as
grandes diferenças das descargas de base as quais podem ser interpretadas como déficit ou
superávit.
A grande área de captação de Campestre, no quadrante Noroeste da área, é constituída por filitos
pouco permeáveis. Desta forma podemos considerar esta área como uma região de predomínio dos
m m l/s Km ² l/s
P 1399 44,3 3721
Etr 754 23,9 2006
Recarga Subterrânea 325 10,3 864
Escoam ento Superficial 320 10,1 851
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 13
processos de recarga. Sua descarga de base por área de bacia de 8.47 l/s km2 representa a vazão
de estiagem característica desta área. Comparando este descarga de base com a de outra sub-áreas
de captação torna-se evidente o déficit destas algumas inclusive com valores negativos. O razão
destes valores negativo está relacionado por perdas parciais devido à irrigação intensiva.
Durante este período de estiagem, provavelmente em função a contribuição de sub-superfície, as
sub-áreas de captação situadas principalmente à Sudoeste e Sul, rios Atuba, Tolere, Onça e
provavelmente também Rio Capivari, são caracterizadas por altos valores de descarga de base por
área de bacia indicando tratarem-se das principais áreas de descarga do aqüífero carste na área de
estudo.
As relações Nqmedidas / Mqestimadas são apresentadas na Fig 9. Elas mostram a existência de déficit e
superávit correspondentes as principais áreas de recarga nos setores Noroeste e descarga no
setor Sudeste, indicando assim que a principal direção de fluxo no aquífero é de NW para SE
condicionada pelos diques os quais constituem a principal barreira hidrogeológica. As
conexões sob os filitos são confirmadas através do significativo superávit nos setores S e SE, a fact
that fato este corroborado pelo condicionamento tectônico (filitos dobrados capeando a rocha
carbonática). Em algumas áreas a descarga de base por área de bacia é 20 vezes maior quando
comparado ao valor te da Mq.
Para um valor “normal“ (sem déficit nem superávit) a relação NQ/MQ = 0.42, sendo verificada
normalmente onde predomina a rocha filítica como a grandes área de captação Campestre no setor
Norte, vindo a predominar os processos de recarga.
1 .5 0
1 5 . 3 62 2 . 2 9
-0 .8 9
1 .5 3
2 0 6 .6 34 7 . 9 3
2 3 . 5 3
1 3 . 6 12 7 . 5 83 .4 8
-1 .9 6
-4 .1 7
1 1 . 6 7
9 4 . 8 6
9 .0 5
1 9 . 8 6
1 3 1 .3 52 .7 7
4 .3 2
8 .4 7
2 .4 6
9 .5 1
8 .6 3
5 .7 5
1 .3 2
1 4 . 2 09 .9 8
1 5 . 3 6
0 .3 6
5 .4 9
-0 .8 4
2 5 . 7 33 4 . 2 5
C A R 1
U V R 1
U V R 2
T A R 1
A T R 2
A T R 1
A T R 3
A T R 5
T U R 1
T U R 2
T U R 3
T U R 4
T U R 5
A T R 4
O N R 1 3O N R 1 2
O N R 1 6
A C R 2
O N R 1 5O N R 1 4
A C R 1
O N R 1 1
O N R 1 0
O N R 9
O N R 7
O N R 3
O N R 2
O N R 7 aO N R 8
O N R 4O N R 5
O N R 5 a
O N R 1
O N R 6
P R O J E T O K A R S T - Á r e a s d e c a p ta ç ã o - L o c a l C o lo m b o -F e r v id a
C O M E CS A N E P A RS U D E R H S AU F P R
E s c o a m e n to s u p e r f ic ia l p o r á r e a d e b a c ia d u r a n te e s ta ç ã o d e s e c a ( M a io /1 9 9 7 )
q ( l /s k m 2 )
- 1 0 .0 - < 0 .0
0 .0 - < 1 0 .0
1 0 . 0 - < 2 0 .0
2 0 . 0 - < 4 0 .0
4 0 . 0 - < 1 0 0 .0
> 1 0 0
V a z ã o
P o ç o
F o n te
L e g e n d a
0 1 0 0 0 2 0 0 0 m
Fig.8: Escoamento superficial por área de bacias nas sub-bacias de captação (em l/s km2) em maio de 1997
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 14
Relação média NQ / MQ teórico (P-ET)
0.01
0.10
1.00
10.00
7.2.2.3.1.1.1
7.0
7.2.0
7.2.2.3.1.1.0
1.0
7.2.2.2
1.1
7.2.2.3.1.0
7.3.1
7.1.0
2.0
7.3.2.0
2.2.0
7.2.2.3.0
7.2.1
2.1
4.0
7.1.1
5.0
3.0
2.3
1.2.1
6.0
7.2.2.1.1
6.1
4.1
7.2.2.3.1.1.2
7.3.2.1
2.2.1
1.2.2
1.2.0
7.3.0
7.2.2.1.0
7.2.2.0
NQ
Mai97
/MQ
NQ / MQ = 0.42
Fig. 9: Relação medida NQ / MQ Teórico (P-Etr) das subáreas de capatação durante a estiagem.
1.3. TEMPO DE RESIDÊNCIA ÁGUAS AQUÍFERO CARSTE
A estimativa do tempo de residência das águas do aquífero carste é um fator de extrema importância
para sua proteção. Esta estimativa foi obtida através do monitoramento do isótopo estável 18O e do
isótopo radioativo de Trítio. Quando o tempo de residência médio é superior à 5 anos o isótopo
estável 18O não apresenta variações de caráter sazonal, à exemplo do que ocorre com a maioria
das águas das fontes na área investigada (T. HARUM et al., 2000).
O isótopo radioativo do trítio teve seu incremento na atmosfera principalmente nos anos 1960-1970
devido à testes com as bombas de hidrogênio. O pico de concentração, nas águas de precipitação,
foi alcançado no ano de 1963, a partir deste ano a concentração decresce continuamente. A
observação das concentrações de trítio no manancial subterrâneo propicia a possibilidade de estimar
o tempo de residência das águas no aqüífero (H. BEHRENS at al., 1992; P. FRITZ & J.Ch. FONTES,
1986; P. MALOSZEWSKI, 1983; P. MALOSZEWSKI & A. ZUBER, 1996; E. MAZOR, 1991; H.
MOSER & W. RAUERT, 1980). Para o aqüífero carste da região de Colombo-Fervida usou-se o
modelo exponencial de Y. YURTSEVER (1983) para simulação da função das descargas de água do
aquífero considerando-se o tempo de vida médio do trítio como 12.43 anos. O tempo de residência
médio é obtido quando se alcança o melhor ajustamento de sua variação (a mínima diferença entre
a concentração medida e a simulada).
Os conteúdos de trítio nas águas de precipitação, foram obtidos a partir de dados das estações
meteorológicas no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Buenos Aires e cidade universitária Buenos Aires
(IAEA, 1999). Infelizmente as análises foram interrompidas em 1978 para a estação do Rio de
Janeiro e em 1983 para Porto Alegre.
Áreas com predomínio da descarga
Áreas com predomínio da recarga
Número da Sub-bacia number
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 15
Na estação da cidade universitária Buenos Aires foram disponibilizados dados até 1991, os quais
foram consistidos com dados mais antigos provenientes da estação de. Os amostras de águas de
chuva onde foram feitas as mediçõe do Projeto Carste foram coletados no pluviômetro Strapasson
durante o ano de 1998.
O aumento do conteúdo de Trítio no aqüífero também depende da intensidade da precipitação. Desta
forma, para a maioria dos dados mensais existentes das estações utilizadas foram calculadas as
médias anuais usando os valores mensais da precipitação como parâmetro. O próximo passo para
avaliação, foi estimar a lacuna de dados das estações mais próximas da área de investigação no Rio
de Janeiro e em Porto Alegre usando um modelo de multiregressão linear. Desta maneira as
concentrações médias anuais de trítio foram estimadas até o ano de 1991. Os resultados mostram
que os valores das medidas atuais efetuadas no posto Strapasson estão acima quando comparadas
a estação do Rio de Janeiro 1991 sendo no entanto similares com as da estação de Porto Alegre and
Buenos Aires. Portanto a série de longo período de Porto Alegre pode ser assumida como
representativa para a área de investigação e ser extrapolada para valores atuais usando os dados
adicionais provenientes da estação Strapasson. As funçoes de entrada parcialmente simuladas e
medidas estão plotadas na Fig. 10.
Tritio na precipitação
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995
ano
Méd
ia a
nu
al p
on
der
ada
(TU
)
Porto Allegre
Rio de Janeiro
Buenos Aires
Strapasson
Fig. 10: Conteúdos de Tritio, funções de entradas estimadas na precipitação para as estações de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Buenos Aires e os conteúdos atuais em Strapasson.
Os dados do conteúdo de trítio provenientes de cinco fontes de origem carsteica selecionadas (TAS2,
ONS22, ATS3, ATS2 and ONS11) foram amostradas em Maio de 1997 após longo período de
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 16
estiagem. Seus conteúdos de trítio são próximos aos das precipitações atuais. Por outro lado
considerando-se as flutuações negligenciáveis do conteúdo do isótopo estável 18O nas fontes
podemos excluir idades muito recentes (menor que 5 anos) (D. GIUSTI et al., 1998). Para as
simulações usou-se o modelo exponancial de Y. YURTSEVER (1983) com as principais observações
de curto período e baixas concentrções de entradas.
Os resultados das simulações são apesentados na fig. 11. O erro da estimativa(diferença entre o
valor medido e o simulado dos conteúdos de trítio ) foi em todos os casos menor que o erro das
medidas de Trítio. Os tempos obtidos são compatíveis levando-se em conta a espessura média de
solo e manto de alteração existente (20 metros) a ser atravessada com velocidades médias de
infiltração na ordem de 0.5 - 1 m/ ano.
No que se refere a medidas futuras de proteção para o aquífero carste é importante ressaltar que
poderão ocorrer misturas de águas com diferentes idades,águas de maior idade com águas mais
jovens, times (T. HARUM et al., 1998), podendo representar estas últimas risco de poluição para os
poços. Tal situação é mais aplicável para poços com conecxão direta com águas de superfície devido
deficiências construtivas dos mesmos, ficando estes casos a serem avaliados no terceiro ano do
projeto, o qual infelizmente como já referido não será executado . Pode-se afirmar no entanto que
para a grande maioria das fontes na área em estudo, a porcentagem de águas com idade mais jovem
é relativamente baixa (Fig. 11).
Tempo trânsito médio: 18a
0
10
20
30
40
50
60
70
1950 1960 1970 1980 1990
ano
Uni
dad
es d
e Tr
itio
0
10
2030
40
50
60
70
8090
100
%
Entrada
fontes ONS22, TAS2
Função de saída
%
Tempo trânsito médio: 36a
0
10
20
30
40
50
60
70
1950 1960 1970 1980 1990
ano
Uni
dad
es d
e Tr
itio
0
1020
3040
50
6070
8090
100
%
entradaFonte ONS11
Função de saída
%
Tempo trânsito médio: 26a
0
10
20
30
40
50
60
70
1950 1960 1970 1980 1990
ano
Uni
dad
es T
ritio
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
Entrad2ATS3
Função de saída
%
Tempo trânsito médio: 20a
0
10
20
30
40
50
60
70
1950 1960 1970 1980 1990
ano
UT
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
entrada
ATS2
Função de saída
%
Fig. 11: : Entrada na precipitação (estação de Porto Alegre), função de saída simulada e conteúdo de tritio medido nas fontes TAS2, ONS22, ATS3, ATS2 e ONS11, tempos médios de residência calculados e porções (%) de componentes com diferentes idades MONITORAMENTO DA QUALIDADE D’ÁGUA
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 17
No escopo do projeto relizou-se um intenso programa de monitoramento da qualidade d’água. Tal
programa efetuou observações mensais de fontes selecionadas (período de observação de um ano)
e poços em bombeamento (período de observação de 3-4 meses). Os resultados estão sintetizados
na tabela 2 para as fontes, e na tabela 3 para os poços em bombeamento.
Eles comprovam a excelente qualidade das águas do aquífero carste com baixos conteúdos de
parâmetros indicadores de poluição. Somente uma poucas fontes apresentam teore de Nitratos
maiores que 10 ppm, na maioria dos casos as concentrações deste parâmetro variam de 2 e 6 ppm,
valores estes bastante aquém quando comparados aos padrões de potabilidade brasileiros com
máximo permitido de 44 ppm. As análises bacteriológicas de águas coletadas nos poços também
indicam esta excelenta qualidade. As variações sazonais dos parâmetros são pequenas indicando
períodos de residência relativamente longos. Esta evidência é comprovada pelo monitoramento
contínuo da condutividade elétrica da fonte BAS1 (D. GIUSTI et al., 1998).
Apesar da atual excelente qualidade das águas do aquífero deve-se levar em conta que a
intensificação do uso agrícola na região pode ocasionar impactos de efeito retardado no mesmo se
levarmos em conta o longo tempo de residência. Desta forma as medidas apropriadas para proteção
do aquífero são de fundamental importância devendo serem adotadas o quanto antes de modos à
garantir tal qualidade também para o futuro.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 18
Nome Samp. pH T Cond. Na K Mg Ca Cl SO4 NO3 HCO3 18OºC µs/cm mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l δ ‰
ACS1 7 MIN 7,30 17,2 259 2,23 1,00 15,78 23,82 2,69 0,10 5,52 164,21 -6,05MÉDIO 7,50 18,2 288 2,43 1,11 17,29 25,02 3,21 0,53 8,41 172,02 -5,99MAX 7,69 19,9 305 2,70 1,22 18,32 27,39 3,57 1,00 10,06 180,56 -5,95
ACS2 5 MIN 7,65 17,7 242 1,84 1,04 13,05 18,78 2,04 0,10 5,22 138,59 -6,13MÉDIO 7,90 17,9 245 1,93 1,20 14,53 19,69 2,47 0,44 7,38 140,72 -6,04MAX 8,51 18,2 249 2,09 1,27 16,61 20,37 2,94 1,00 8,78 143,37 -5,95
ATS2 7 MIN 7,01 17,6 447 1,22 0,71 26,23 36,51 1,53 0,10 2,96 279,38 -6,13MÉDIO 7,14 17,7 450 1,48 0,84 27,81 41,01 2,28 0,46 5,21 284,47 -6,00MAX 7,21 17,7 451 1,63 0,96 29,67 43,75 2,55 1,00 6,87 287,49 -5,95
ATS3 7 MIN 7,36 17,0 325 1,26 0,34 17,91 26,45 1,53 0,10 2,43 191,63 -6,06MÉDIO 7,48 17,1 331 1,48 0,45 20,07 28,75 2,28 0,46 4,32 202,48 -6,00MAX 7,54 17,2 333 1,76 0,71 21,33 30,80 2,55 1,00 5,36 207,91 -5,94
ATS4 7 MIN 7,14 17,3 500 3,69 1,16 29,12 43,71 5,10 0,10 9,86 294,92 -6,04MÉDIO 7,21 17,9 504 4,36 1,27 30,55 44,76 5,77 0,46 15,90 300,93 -5,91MAX 7,27 18,2 508 5,21 1,39 32,27 46,27 7,65 1,00 18,38 308,92 -5,81
ATS5 7 MIN 7,31 19,0 340 2,30 0,45 19,52 28,64 2,04 0,10 4,60 204,96 -6,00MÉDIO 7,43 19,1 344 2,40 0,55 20,86 29,93 2,34 0,46 8,57 209,08 -5,84MAX 7,49 19,1 348 2,58 0,62 22,81 31,34 2,55 1,00 10,23 212,28 -5,79
ATS6 1 7,88 18,2 214 1,16 0,90 12,31 16,34 1,41 0,50 0,63 135,10 -5,98BAS1 3 MIN 7,21 18,5 334 1,60 0,90 20,74 32,24 1,61 0,10 7,08 195,20
MÉDIO 7,35 18,6 338 1,67 0,92 21,18 34,44 2,65 0,37 7,57 201,95MAX 7,44 18,6 340 1,70 0,95 21,71 36,20 4,17 0,50 8,18 207,85
BAS3 3 MIN 7,41 18,0 270 1,60 0,90 16,18 26,02 1,20 0,10 2,35 158,60MÉDIO 7,47 18,0 271 1,65 0,93 16,70 27,88 1,39 0,37 3,14 168,31MAX 7,52 18,0 271 1,70 1,00 17,45 29,58 1,72 0,50 3,62 182,04
BAS4 3 MIN 7,12 17,7 323 1,50 0,50 19,64 31,40 1,16 0,10 5,78 192,76MÉDIO 7,27 17,8 324 1,50 0,53 20,20 33,74 2,01 0,37 6,45 196,17MAX 7,35 17,8 326 1,50 0,60 20,95 36,17 2,70 0,50 7,35 199,37
CPS2 3 MIN 7,19 18,4 265 1,40 0,80 16,01 25,85 0,24 0,10 1,36 163,00MÉDIO 7,38 18,5 269 1,40 0,80 16,39 27,25 1,25 0,37 1,40 164,19MAX 7,47 18,6 275 1,40 0,80 16,81 28,52 2,21 0,50 1,46 165,92
ONS1 8 MIN 6,77 18,4 207 0,66 1,10 12,48 18,03 1,41 0,10 1,77 130,66 -5,93MÉDIO 7,22 18,7 221 1,29 1,27 13,36 19,38 2,02 0,71 2,81 135,41 -5,88MAX 7,53 19,0 231 1,65 1,39 16,04 22,06 3,06 3,40 3,91 141,52 -5,84
ONS11 7 MIN 7,45 18,6 315 0,67 0,61 19,10 28,00 1,50 0,10 3,83 197,63 -6,00MÉDIO 7,59 18,8 324 1,35 0,67 19,86 29,68 2,07 1,00 5,62 199,97 -5,89MAX 7,93 18,9 330 1,54 0,79 21,88 34,10 2,88 3,90 7,20 202,52 -5,82
ONS15 7 MIN 7,30 17,7 305 1,35 0,47 18,60 27,48 1,96 0,10 4,59 190,40 -5,87MÉDIO 7,50 18,4 318 1,53 0,56 19,17 28,32 2,40 0,46 6,82 195,25 -5,80MAX 7,68 18,6 326 1,64 0,61 19,93 29,01 3,36 1,00 8,97 200,08 -5,75
ONS17 1 7,31 18,2 383 2,00 0,52 24,21 30,72 3,36 0,10 10,98 223,99 -5,69ONS19 3 MIN 7,26 17,4 320 1,49 0,83 19,74 28,83 1,47 0,50 3,01 200,21 -6,01
MÉDIO 7,38 17,6 327 1,56 0,94 20,22 29,76 1,77 0,67 3,40 205,52 -6,00MAX 7,48 17,8 332 1,60 1,02 21,02 31,30 2,30 1,00 3,78 212,28 -5,98
ONS20 7 MIN 7,18 17,6 307 1,38 0,51 17,85 26,74 1,47 0,10 2,17 186,10 -5,92MÉDIO 7,40 17,8 312 1,55 0,74 18,40 27,61 2,50 0,46 3,39 191,69 -5,81MAX 7,48 18,5 314 1,72 0,92 18,92 28,39 5,60 1,00 4,42 195,20 -5,68
ONS22 7 MIN 7,25 17,0 330 1,26 0,71 19,15 28,06 0,96 0,10 1,24 207,81 -5,98MÉDIO 7,35 17,3 333 1,42 0,79 20,14 29,97 1,50 0,46 2,56 211,59 -5,92MAX 7,43 17,8 336 1,54 0,92 21,82 31,33 2,04 1,00 5,21 214,33 -5,86
Tab. 2: Observação de longo prazo das fontes: valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros de campo, resultados das análises químicas e conteúdo do isótopo 18O
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 19
Tab.2 (cont.): Observação de longo prazo das fontes: valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros de campo, resultados das análises químicas e conteúdo do isótopo 18O
Nome Samp. pH T Cond. Na K Mg Ca Cl SO4 NO3 HCO3 18OºC µs/cm mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l δ ‰
ONS25 1 7,33 17,9 225 1,34 1,05 12,81 18,22 1,92 0,50 3,18 139,23 -5,89ONS26 6 MIN 7,46 17,8 282 1,16 0,72 16,75 20,48 1,47 0,10 1,90 175,45 -5,97
MÉDIO 7,55 17,9 286 1,34 0,78 17,00 24,36 1,75 0,45 2,92 177,60 -5,93MAX 7,65 17,9 288 1,65 0,82 17,45 25,60 2,40 1,00 3,65 181,78 -5,86
ONS29 7 MIN 7,44 17,3 270 0,85 0,37 16,05 23,51 1,41 0,10 1,50 173,24 -5,98MÉDIO 7,57 17,7 280 1,00 0,41 16,81 24,44 1,70 0,46 2,00 177,85 -5,92MAX 7,70 17,9 290 1,12 0,45 17,82 25,55 2,04 1,00 2,70 181,78 -5,82
ONS3 8 MIN 7,60 18,9 254 0,70 1,04 14,80 21,55 1,00 0,10 2,48 154,10 -6,00MÉDIO 7,85 19,3 257 1,31 1,12 15,25 22,83 1,94 0,81 3,11 155,89 -5,91MAX 7,96 19,6 261 1,53 1,21 16,77 26,88 2,55 2,80 3,99 157,38 -5,85
ONS30 8 MIN 7,28 18,1 278 0,67 0,77 15,98 22,12 1,47 0,10 2,70 162,26 -5,86MÉDIO 7,59 18,4 281 1,39 0,82 17,22 24,74 2,05 0,78 4,36 171,42 -5,81MAX 7,70 18,6 283 1,57 0,88 19,09 29,28 2,40 3,90 5,77 175,45 -5,75
ONS33 1 7,66 18,0 269 0,45 0,93 17,50 27,68 1,75 1,20 162,26ONS4 1 7,53 17,9 307 1,53 0,65 18,78 27,72 2,04 0,10 2,43 192,52 -5,67ONS5 8 MIN 7,41 18,0 396 1,11 0,74 23,73 33,84 2,00 0,10 2,30 231,60 -5,83
MÉDIO 7,46 18,2 400 1,85 0,81 24,58 37,05 2,74 0,94 3,26 246,95 -5,74MAX 7,50 18,3 404 2,15 0,87 26,70 40,00 3,06 2,80 4,60 250,91 -5,64
ONS8 8 MIN 7,26 17,9 323 1,00 0,70 19,08 27,61 1,88 0,10 3,05 198,85 -5,87MÉDIO 7,47 18,1 328 1,53 0,80 19,84 29,68 2,30 0,89 4,95 202,04 -5,79MAX 7,92 18,2 333 1,73 0,87 21,39 32,89 2,88 3,90 5,95 206,18 -5,73
TAS1 7 MIN 7,05 17,7 203 1,03 0,29 11,89 16,82 1,02 0,10 3,50 124,44 -5,89MÉDIO 7,15 17,8 215 1,37 0,35 12,77 17,91 1,88 0,46 5,38 127,78 -5,84MAX 7,22 17,9 220 2,38 0,42 14,86 19,48 2,55 1,00 6,63 133,77 -5,77
TAS2 7 MIN 7,15 17,8 220 1,00 0,37 12,30 20,16 0,96 0,10 1,24 134,81 -5,61MÉDIO 7,44 18,2 244 1,13 0,46 14,91 21,97 1,81 0,46 1,68 154,49 -5,31MAX 7,57 19,0 271 1,32 0,78 16,57 24,68 2,59 1,00 2,41 168,36 -4,99
TUS2 1 7,62 19,6 276 0,98 0,46 15,80 30,89 2,02 3,90 163,48TUS4 7 MIN 7,02 18,0 328 1,60 0,52 19,88 30,10 2,50 0,10 4,33 204,67 -5,94
MÉDIO 7,18 18,3 339 1,81 0,68 20,57 31,12 3,06 0,46 6,42 209,84 -5,89MAX 7,80 18,7 352 1,90 0,85 20,93 32,30 3,92 1,00 8,78 214,35 -5,84
TUS5 7 MIN 7,08 18,3 394 3,50 0,94 23,31 31,74 2,55 0,10 10,17 235,18 -6,02MÉDIO 7,23 18,4 408 4,20 1,06 24,83 36,54 4,38 0,53 13,43 244,69 -5,91MAX 7,31 18,5 425 4,98 1,24 25,70 38,73 5,76 1,00 16,12 250,10 -5,85
TUS8 7 MIN 7,06 17,7 482 3,43 1,79 28,01 41,48 4,00 0,10 10,43 279,99 -5,88MÉDIO 7,15 18,0 487 3,72 1,91 29,16 43,13 4,69 0,53 15,50 285,63 -5,80MAX 7,23 18,8 493 4,11 2,01 30,26 45,47 5,10 1,00 20,95 288,77 -5,75
TUS9 7 MIN 5,24 16,0 21 1,20 0,77 1,11 0,17 1,47 0,10 2,21 7,07 -6,31MÉDIO 5,37 16,4 24 1,38 0,85 1,43 0,93 1,85 0,46 3,45 8,73 -6,23MAX 5,57 16,6 28 1,54 0,92 1,71 1,60 2,16 1,00 4,24 11,20 -6,16
UVS2 1 5,65 16,1 14 0,94 0,58 1,45 0,95 1,27 1,00 8,54UVS3 1 7,37 18,1 275 1,40 0,90 16,39 30,23 2,88 0,50 3,54 168,13
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 20
Nome
Amos.
pH
T
Cond.
Na
K
Mg
Ca
Cl
SO4
NO3
HCO3
ºC
µ
s/cm
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
COWP1
2
MIN
7,48
18,0
267
1,55
0,70
14,81
27,24
1,16
0,50
3,71
157,87
MED
7,59
18,0
267
1,58
0,73
15,87
27,83
1,81
0,50
3,91
168,92
MAX
7,70
18,0
267
1,60
0,75
16,92
28,41
2,45
0,50
4,10
179,97
COWP13
2
MIN
7,44
18,0
270
1,80
0,75
15,31
27,89
1,75
0,50
3,73
160,06
MED
7,51
18,0
272
1,80
0,78
16,41
27,95
2,35
0,50
3,77
161,53
MAX
7,58
18,0
273
1,80
0,80
17,50
28,01
2,94
0,50
3,81
162,99
COWP3
3
MIN
7,30
18,4
345
1,70
0,60
20,37
33,49
1,62
0,50
5,43
205,35
MED
7,41
18,5
347
1,90
0,60
21,35
35,79
2,66
0,50
6,70
208,24
MAX
7,47
18,5
349
2,20
0,60
22,63
36,95
4,16
0,50
7,73
209,91
COWP4
1
7,25
18,2
287
2,60
0,80
17,02
27,76
2,70
0,50
4,52
172,51
COWP8
2
MIN
7,39
17,9
314
2,00
0,50
17,97
33,05
1,95
0,50
4,51
187,68
MED
7,47
18,0
315
2,08
0,60
19,24
33,19
2,32
0,50
6,24
189,42
MAX
7,54
18,0
316
2,15
0,70
20,50
33,32
2,69
0,50
7,96
191,16
FEWI1
2
MIN
7,10
18,3
362
1,50
0,75
22,83
38,43
1,61
0,50
8,26
216,72
MED
7,14
18,5
371
1,53
0,83
23,26
39,22
2,77
0,50
9,19
219,38
MAX
7,18
18,7
379
1,55
0,90
23,68
40,00
3,92
0,50
10,12
222,03
FEWP1
2
MIN
7,30
19,1
334
1,40
0,60
19,60
35,08
1,23
0,50
5,29
201,18
MED
7,30
19,1
336
1,43
0,60
20,65
35,13
1,47
0,50
6,89
203,27
MAX
7,30
19,1
337
1,45
0,60
21,70
35,17
1,71
0,50
8,49
205,35
FEWP14
1
7,21
18,1
320
1,40
0,70
18,18
33,30
2,45
0,50
4,06
196,37
VWP3
3
MIN
7,34
18,7
242
1,40
0,70
13,04
22,78
1,23
0,50
2,69
145,03
MED
7,40
18,8
244
1,42
0,70
14,19
24,29
2,00
0,50
3,27
146,40
MAX
7,47
18,9
245
1,45
0,70
15,33
25,61
3,18
0,50
3,60
147,86
Tab.3: Observação da qualidade dos poços valores mínimos, médios e máximos
1.4. CONCEPÇÃO DO GERENACIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Na primeira fase todos os testes de bombeamento feitos pela SANEPAR têm sido avaliados com o
principal cuidado de determinar os principais parâmetros e a capacidade dos poços. Os resultados
estão resumidos na Tab. 4. As avaliações mostraram também muito claramente que os poços
separados por um dique de diabásio são hidráulicamente isolados, não havendo indicação de
interferência em tais casos.
Tab.4: Principais parâmetros hidráulicos transmissibilidade T, permeabilidade kf, porosidade efetivay neff , vazão do poço Qmax e correspondente rebaixamento máximo smax calculado a a partir de vários testes de bombeamento.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 21
Tab.4: Principais parâmetros hidráulico
Baseado nos principais parâmetros do aqüífero tomando a interferência dos poços, um preliminar
manejo do gerenciamento dos recursos hídricos foi instalado na simulçação de taxas de
bombeamento dos poços com o objetivo de alcançar o mínimo rebaixamento dos poços evitando
riscos geotécnicos.
JOANNEUM RESEARCH Simulação dos rebaixamentos em função das Vazões
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
COWP03
COWP01
COWP11
COWP13
Sum
COWP04
COWP08
Sum
FEWP05
FEWP10
FEWP11
Sum
FEWP13
FEWP15
Sum
FEWP01
FEWI1(12)
FEWP07
FEWP14
Sum
Q (l/S)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Rebaixa
mento)
Fig.5: Simulação dos rebaixamentos nos poços de Colombo-Sede e Colombo-Fervida. Poços no mesmo compartimento, marcados com a mesma cor.
Baseado nesta primeira concepção do balanço hídrico, a SANEPAR iniciou um intensivo programa de
monitoramento de descarga e de nível dinâmico dos poços, com o principal objetivo de adaptar com
as variações sazonais da recarga do aqüífero, tomando os cuidados com a superexploração do
aqüífero Carste. Data logger foram instalados em todos os poços em bombeamento.
Poço
H
T
k
f
n
eff
Q
max
Q
max
s
max
Q/s
equation
a
b
m
m
2
/s
m/s
%
l/s
m
3
/h
m
l/s*m
COWP03
33.0
1.14E-02
3.46E-04
10.3
45.1
162.28
4.55
9.92
l
106.68
-0.35
COWP01
28.5
1.85E-02
6.48E-04
13.2
41.2
148.24
9.50
4.34
p
3892.00
1.88
COWP11
9.5
1.12E-02
1.18E-03
15.8
20.4
73.29
2.52
8.07
p
1910.00
1.73
COWP13
14.4
5.90E-03
4.10E-04
11.1
14.1
50.82
6.20
2.28
p
150.09
0.74
COWP04
6.0
4.19E-02
6.98E-03
23.9
33.7
121.24
1.26
26.64
p
48.02
1.07
COWP08
10.8
7.77E-03
7.20E-04
13.6
16.2
58.46
3.69
4.40
l
227.05
0.00
FEWP05
12.5
2.31E-02
1.85E-03
17.9
41.2
148.49
1.22
33.75
p
58.86
1.24
FEWP10
9.5
2.09E-02
2.20E-03
18.7
32.4
116.67
1.39
23.33
p
62.40
1.12
FEWP11
15.5
2.59E-02
1.67E-03
17.4
47.3
170.25
1.92
24.63
l
42.74
0.00
FEWP13
3.7
2.37E-02
6.39E-03
23.5
17.9
64.43
1.07
16.72
p
593.95
1.57
FEWP15
38.5
4.20E-02
1.09E-03
15.5
67.8
244.16
3.47
19.55
p
205.52
1.56
FEWP01
12.5
6.77E-02
5.42E-03
22.7
66.8
240.65
1.83
36.49
l
20.20
-0.05
FEWI1(12)
99.5
3.57E-03
3.59E-05
~5
32.4
116.47
36.04
0.90
p
15157.00
1.76
FEWP07
5.3
2.46E-02
4.64E-03
22.0
25.3
90.91
2.18
11.60
l
82.51
0.15
FEWP14
7.5
1.83E-02
2.45E-03
19.1
25.6
92.23
1.41
18.12
p
146.61
1.25
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 22
Após quatro anos de bombeamento e de adaptação das taxas de bombeamento ao nível dinâmico
dos poços. Exemplo pode ser observado no poço Colombo-Fervida 1, FWP 1, ver figura 13).
• Está claramente visível que a SANEPAR adaptou a taxa de discarga com as taxas de recarga do
aqüífero (baixas taxas de bombeamento em estações secas e alta descargas nas estações
úmidas.
• Nós podemos considerar ao fim do tempo de monitoramento do bombeamento que o estado de
equilíbrio hidráulico foi alcançado, o que significa que as taxas de bombeamentoi são iguais as de
recarga. Isto prova muito claramente que não existe superexploração no poço.
• Existe uma variação sazonal do nível dinâmico com amplitude correspondente a 3,85 m, e que
representa as estações secas e umidas durante um ano hidrológico com uma mesma taxa de
descarga. É recomendado que se considere esta oscilação na licença de uso da água do aqüífero
Carste.
• Nas estações úmidas nós podemos incrementar as taxas de descarga, sem problemas, porque a
taxa de recarga é mais do que a de descarga, representado graficamente pela estabilidade do
nível dinâmico.
• Nós podemos estimar o volume de recarga num período de tempo determinado pela diferença
entre os valores maiores do nível dinâmico, com uma descarga conhecida, e este nível
recuperado ao ponto inicial. O volume de recarga vai ser o mesmo calculado pela multiplicação da
taxa de discarga pelo tempo do início até a recuperação.
• A situação é a mesma em todos os outros poços bombeados.
• Além disso a adaptação das taxas de bombeamento para as naturais flutuações dos níveis de
água do aqüífero Carste é a única forma de reduzir-se os riscos geotécnicos.
Poço 01 Fervida - Monitoramento de longo período
2
3
4
5
6
7
8
27.1
1.97
26.0
1.98
27.0
3.98
26.0
5.98
25.0
7.98
23.0
9.98
22.1
1.98
21.0
1.99
22.0
3.99
21.0
5.99
20.0
7.99
18.0
9.99
17.1
1.99
16.0
1.00
16.0
3.00
15.0
5.00
14.0
7.00
12.0
9.00
11.1
1.00
10.0
1.01
11.0
3.01
10.0
5.01
09.0
7.01
07.0
9.01
06.1
1.01
m0
50
100
150
200
250
300
m3/hNível Dinâmico Vazão
Fig.13: Monitoramento de discarga e do nível dinâmico no poço FWP1, em Colombo-Fervida.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 23
A avaliação dos testes de bombeamento provaram muito claramente a função de barreira hidráulica
exercida pelos diques de diabásio. Isto pode ser mostrado com o exemplo dos compartimentos de
Colombo-Sede, com os poços COWP4, COWP8, COWP11 e COWP 13 através do monitoramento
do nível dinâmico no primeiro relatório do Projeto Carste (D. GIUSTI et al., 1998). Imediatamente a
leste do poço COWP 8 existe um dique de diabásio sem afloramentos nos arredores do referido
poço, no entanto pode ser visto claramente em fotografias aéreas.
A altitude do nível estático dos poços COWP4 (cerca de 988.9 m) e COWP8 (cerca de 987.2 m) é
comparável. Ao contrário o nível estático a leste do poço COWP8 está situado em altitude de cerca
de 957 m, aproximadamente 30 m abaixo. O dique que separa estes poços de outros a leste,
funciona como uma camada impermeável. Os poços COWP4 e COWP8 estão situados no mesmo
compartimento. A diferença de altitude entre os níveis estáticos está visível na Fig. 14. Em junho e
julho de 1997, os poços COWP11 e COWP13 foram bombeados como é visível no rebaixamento do
nível dinâmico. Durante o tempo de bombeamento, os poços de COWP4 e COWP8 não foram
influenciados, o que prova que eles localizados em um compartimento isolado pelo dique de diabásio.
Zeitreihen von 20.12.1996 - 21.08.1997
9612
20
9701
06
9701
23
9702
09
9702
26
9703
15
9704
01
9704
18
9705
05
9705
22
9706
08
9706
25
9707
12
9707
29
9708
15
948.00
952.00
956.00
960.00
964.00
968.00
972.00
976.00
980.00
984.00
988.00
992.00
PE
GE
LGA
NG
LIN
IE
COWP04 975.39 984.67 988.92 COWP08 975.93 983.09 987.16 COWP11 949.34 954.28 957.30
COWP13 949.34 953.51 956.96
Fig.14: Nível da água nos poços COWP 4, COWP 8 e COWP 11, COWP 13 (altitude em metros acima do nível do mar snm). Está claramente visível que o bombeamento nos poços COWP11 e COWP13 não influenciou no nível da água do compartimento vizinho, o dos poços COWP4 e COWP8.
Isto prova que o conceito de compartimentos separados por diques de diabásio impermeáveis ou
pouco permeáveis pode ser aplicado no gerenciamento do aqüífero Carste. Isto tem uma importância
muito grande para afirmar que todas as investigações do Projeto Carste demonstraram que não
existe indicação de conexão dos compartimentos através dos diques, o que significa dizer que
Per
iod
of
pu
mp
ing
in
CO
WP
11
and
C
OW
P13
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 24
os colapsos nos compartimentos vizinhos a um poço em bombeamento, não podem ter sido
causados por ele.
2. TRANSFERÊNCIA DE KNOW HOW DO INSITUTO JOANNEUM
RESEARCH PARA A UFPR, SANEPAR E SUDERHSA
Uma das principais conquistas do Projeto Carste foi a transferência de tecnologia em hidrologia e
hidrogeologia para os parceiros brasileiros. Abaixo estão listadas as ações efetivas de transferência.
2.1. PRIMEIRO ANO DO PROJETO
1. Hanspeter LEDITZKY, Peter REICHL: Exercícios práticos de mapeamento de campo hidrogeológico e Carstemorfológico com estudantes
2. Peter REICHL: Palestra sobre mapeamento de campo
3. Hanspeter LEDITZKY: Técnicas de amostragem
4. Hanspeter LEDITZKY, Peter REICHL: Recomendação de equipamentos p/ medição em campo
5. Hanspeter LEDITZKY: Avaliações hidroquímicas e hidráulicas, trabalho individual c/ estudantes
6. Till HARUM, Hanspeter LEDITZKY, Peter REICHL, Stefan REINSDORFF: Trabalhos práticos do projeto com estudantes
7. Till HARUM: Medidas auxiliadas por computador do escoamento superficial com método de diluição salina
8. Christian SCHMID: Métodos de investigações geofísicas em aqüíferos cársticos
9. Primeiro Workshop em Paranaguá:
9.2. Apresentação da metodologia geral para o Projeto Carste
9.3. Peter REICHL: Princípios de mapeamento hidrogeológico sistemático
9.4. Hanspeter LEDITZKY: Técnicas de coleta de amostras de água para análises hidroquímicas e de isótopos combinadas com medições de parâmetros de campo físicos e químicos
9.5. Hanspeter LEDITZKY, Hans ZOJER: Introdução aos traceadores naturais em hidrogeologia, introdução hidroquímica e hidrologia dos isótopos ambientais
9.6. Till HARUM: Introdução aos traceadores artificiais em hidrogeologia, preparação de experimentos com traceadores, traceadores utilizados comumente.
9.7. Till HARUM, Peter REICHL: Métodos de medições do escoamento superficial
9.8. Till HARUM: Introdução a hidrodinâmica e transporte solute em aqüíferos cársticos
9.9. Till HARUM: hidrologia de captação inter-relacionada, regionalização dos dados hidrológicos
9.10. Till HARUM, Hanspeter LEDITZKY, Peter REICHL: Exemplos de aplicações combinadas de métodos hidrogeológicos e hidrológicos em diferente sistemas de aqüíferos (Carste, aqüíferos fissurados, aqüíferos porosos)
9.11. Till HARUM, Hanspeter LEDITZKY, Peter REICHL, Hans ZOJER: Prática de campo na área de Colombo-Fervida
9.11.1. Amostragem de águas
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 25
9.11.2. Diferentes métodos de medições de escoamento superficial 9.11.3. Visita a estações de medições hidrológicas 9.11.4. Introdução do sistema hidrológico para um determinado compartimento na área do
projeto 10. Curso de Treinamento de Pós-graduação em Técnicas de Traceadores de Águas Subterrâneas
em Graz: Participação de dois colegas brasileiros (Donizetti, Everton) durante 6 semanas em todas as aulas e exercícios, alta especialização em técnicas de traceadores (naturais e artificiais)
11. Till HARUM, Eduardo HINDI, Hanspeter LEDITZKY, Stefan REINSDORFF, Christian SCHMID, Beyene YEHDEGHO: Relatório de acompanhamento Progressivo do primeiro ano
2.2. SEGUNDO ANO DO PROJETO
1. Till HARUM: Conceito preliminar de gerenciamento dos recursos hídricos para SANEPAR
2. Till HARUM: Avaliação dos dados dos testes de bombeamento, trabalho individual c/ estudantes
3. Till HARUM, Stefan REINSDORFF: Digitalização e avaliação dos dados de escoamento superficial das estações linígrafas, índice de descarga, trabalhos individual com estudantes
4. Pierpaolo SACCON: Palestra sobre mapeamento de uso do solo através de técnicas de sensoriamento remoto
5. Pierpaolo SACCON: Exercícios práticos no ERDAS (sensoriamento remoto, SIG)
6. Pierpaolo SACCON: Exercícios práticos de verificação em campo do mapeamento de uso do solo
7. Till HARUM: Avaliação dos dados dos testes de bombeamento, curso na SANEPAR
8. Hans FANK, Till HARUM, Hanspeter LEDITZKY, Hermann STADLER, Hans ZOJER: Conhecimento Austríaco sobre gerenciamento e proteção de águas subterrâneas, excursão à Áustria dos parceiros Brasileiros convidados (Arlineu RIBAS (SANEPAR), Ivo HEISLER (SUDERSHA)), visita aos trabalhos Austríacos com águas, zonas de proteção, usina de recarga artificial de águas subterrâneas
9. Segundo Workshop em Colombo
9.1. Till HARUM, Stefan REINSDORFF: Apresentação dos resultados do segundo ano do projeto
9.1.1. Mapeamento do uso do solo 9.1.2. Tempo de residência da água do carste 9.1.3. Primeiros resultados do balanço hídrico 9.1.4. Conceitos preliminares do gerenciamento dos recursos hídrico
9.2. Till HARUM, Hans ZOJER: Conhecimento Austríaco sobre proteção de águas subterrâneas
9.2.1. A lei Austríaca sobre águas 9.2.2. Proteção de águas subterrâneas na Áustria, medidas, proibições e limitações do uso
em zonas de proteção 9.2.3. Mapeamento inicial de áreas de risco 9.2.4. Legislação sobre águas na Áustria e União Européia
10. Donizeti Antonio GIUSTI, Till HARUM, Hanspeter LEDITZKY, Stefan REINSDORFF, Augustinho RIGOTI, Pierpaolo SACCON, Jorge Luiz VAINE, Hans ZOJER: Relatório de acompanhamento progressivo do segundo ano (a ser terminado em Dezembro de 1998)
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 26
3. RECOMENDAÇÕES PARA PROTEÇÃO
O conceito de proteção de aqüíferos “cársticos” é baseado na experiência de conhecimento e de
legislação austríaca e tem três principais objetivos:
1. Cuidados com futuros riscos geotécnicos para a população
2. Proteção do aqüífero contra qualquer poluição de superfície
3. Cuidados com a superexploração do aqüífero
Isto pode ser ressaltado através das seguintes medidas: proibição e uso restritivo do solo, as quais
estão presentes no 2nd Workshop do Projeto Carste em Colombo (T. HARUM & H. ZOJER, 1998),
são baseadas na experiência austríaca, e podem em todo caso serem adaptadas para as especiais
condições do estado do Paraná, principalmente no que concerne as medidas na agricultura e quanto
a riscos geotécnicos. Com base nos dados existentes e nas investigações realizadas foram
recomendadas a delimitação de duas áreas de proteção para cada poço, as quais incluem as
seguintes medidas e proibições:
3.1. ZONA DE PROTEÇÃO I (ZONA DE REMEDIAÇÃO)
Esta zona de remediação tem o principal objetivo de proteger as proximidades dos poços. Devido
também a pouca permeabilidade dos solos na área, algo em torno de 15 x 15 metros de área é o
suficiente.
3.1.1. MEDIDAS RECOMENDADAS
1. Deve ser guardada a condição original da cobertura vegetal com o solo não sendo alterado.
2. Os poços devem ser cercados com altura mínima de 1,5 metros.
3. A área deve ser sinalizada da seguinte forma: AAtteennççããoo,, áárreeaa ddee pprrootteeççããoo ddee ppooççoo ttuubbuullaarr,,
aaffaassttee--ssee
4. A área deve ser protegida de qualquer infiltração direta de chuvas ou de águas superficiais.
5. Desvio de águas superficiais para o corpo receptor mais próximo
3.1.2. PROIBIÇÕES E RESTRIÇÕES DE USO RECOMENDADAS
1. Qualquer uso para silvicultura, agricultura e pastagens ficam proibidas, excetuando-se medidas
de cultivo necessárias
2. Qualquer fertilização (química, mineral, excrementos e esterco) fica proibida
3. O armazenamento e uso de substâncias perigosas, fica proibido, especialmente os defensivos
agrícolas, inseticidas e pesticidas
4. Qualquer rejeito de solo , especialmente de escavações e perfurações fica proibido*
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 27
5. Qualquer trafego de pedestres e veículos fica proibido*
6. Construção de edificações ficam proibidas*
7. Desmatamento fica proibido
8. Plantio de espécies com raízes profundas é proibido
9. Uso de lubrificantes fica proibido
3.2. ZONA DE PROTEÇÃO II (ZONA DE ATENUAÇÃO DE RISCOS
GEOTÉCNICOS)
Ela tem como principal objetivo a proteção das águas do aqüífero Carste, principalmente nas áreas
de recarga, e também evitar eventuais problemas geotécnicos. Esta área deve ser adaptada para
cada poço de acordo com o risco geotécnico local (existência de colapsos) e da existência de fontes
de poluição na superfície. Portanto, um detalhado mapeamento dos compartimentos que tem poços
em bombeamento é recomendado.
3.2.1. MEDIDAS RECOMENDADAS
1. Remediação de situações de perigo para a água subterrânea (tratamento de esgostos,
armazenagem de esterco líquido ou sólido, de óleos, etc.)
2. Prevenção contra qualquer infiltração direta de água superficial (rios e lagos)
3. Controle regular para todas as proibições e limitações de uso
4. Instalação de uma rede de monitoramento (poços de observação) para analisar cuidadosamente
a qualidade e quantidade de água subterrânea, com sistema de advertência imediata
3.2.2. PROIBIÇÕES E RESTRIÇÕES RECOMENDADAS
1. Fica proibida a construção de edificações
2. Fica proibida a construção e expansão de instalações comerciais, industriais e de agricultura, que
possam exercer efetivas influências negativas na água subterrâneas e superficial
3. Fica proibida a armazenagem de óleos minerais, minerais e lubrificantes, solventes orgânicos ou
outras substâncias com baixo grau de biodegradabilidade, que possam gerar efeitos negativos na
qualidade de água
4. Extração de cascalho, areia, argila e de qualquer outro tipo de material é proibido
5. Escavação e perfuração que atinja a água subterrânea mais profunda que um metro ficam
proibidas, exceto para o abastecimento público
6. O uso de áreas escavadas (antigas extrações minerais e caixas de empréstimo, por exemplo)
para a agricultura e construção de casas fica proibida
* exceto para a operação do abastecimento de água
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 28
7. Construção ou expansão de áreas de infiltração de águas superficiais vindas das ruas e outras
áreas de tráfego, ficam proibidas
8. Construção ou expansão de cemitérios fica proibida
9. Construção de áreas de captação de esgoto fica proibida, exceto os desvios através de
canalização para uma área de disposição final fora da zona de proteção II
10. O uso de tubos para coleta de esgotos das casas e indústrias sem conexões resistentes ao
ataque químico é proibido
11. A infiltração pontual ou difusa de água servidas, mesmo tratadas biologicamente fica proibida
12. A aplicação de fertilizantes e de esterco líquido ou sólido fica proibido
13. Monocultura de milho é proibido, culturas rotativas são recomendadas para uso de áreas
cultiváveis
14. A construção e operação de instalações para armazenamento de esterco líquido ou sólido é
proibido, exceto o remanejamento de instalações
15. A aplicação de esgotos domésticos, comerciais e industriais é proibida
16. A construção de silos temporários para fermentação de alimentos é proibida
17. A construção de viveiros de plantas e instalações de horticultura é proibida
18. O depósito de qualquer tipo de lixo e substâncias compostáveis é proibida
19. A construção e expansão de barragens e reservatórios é proibida
20. O transporte de substâncias perigosas é proibida.
21. O uso de alcatrão para construção e preservação de estradas é proibido
22. A aplicação de esgotos e de compostos de lixo, fica proibida
23. A construção de novas estradas ou a adaptação de estradas existentes com o conseqüente
incremento na freqüência de tráfego, fica proibida
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
As investigações do Projeto Carste, determinaram as seguintes conclusões e recomendações:
1. O aqüífero Carste é a principal reserva de água para abastecimento doméstico na área da
Região Metropolitana de Curitiba.
2. Dados hidrológicos do Projeto Carste identificaram na área de estudo também grande
potencial da descarga de base, suportado por uma poderosa capacidade de armazenamento
e permeabilidade do aqüífero, o que recomenda o uso combinado de água subterrânea e
superficial nesta área.
3. A média anual de recarga subterrânea é na faixa de 325 mm, correspondendo a um total de
fluxo anual de água subterrânea na área do Projeto de 864 l /s.
4. O aqüífero Carste definitivamente é um aqüífero compartimentado, pelas evidências de
campo, e pelas características hidráulicas, morfológicas e hidrogeológicas, com os diques de
diabásio exercendo uma clara função de barreira.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 29
5. A principal direção de fluxo é de NW para SE, paralela a dos diques, um fluxo sob os filitos
existe em parte da área do Projeto, o que significa que os compartimentos podem ser
hidráulicamente abertos de NW para SE, porém limitados pelos diques.
6. A tempo médio de trânsito das águas varia de 18 a 36 anos, correspondendo as velocidades
na zona não saturada de 0.5 a 1 m/ano.
7. A qualidade da água do aqüífero é a melhor em comparação com outras da RMC e requer
uma adequada lei para sua preservação (Área de Proteção Ambiental – APA).
8. Um conceito combinado de gerenciamento do uso do solo – águas superficiais, subterrâneas
e de riscos geotécnicos é necessário para resolver os conflitos existentes em Colombo-
Fervida. Portanto, áreas de proteção e de risco, junto com medidas de proibições e restrições
ao uso do solo são propostas no Projeto Carste, baseadas na experiência austríaca.
9. A proteção é de altíssima importância, devido também aos longos tempos de residência do
uso do solo. Mudanças na superfície podem ter um impacto na água subterrânea com um
retardo de vários anos.
10. Os resultados do Projeto Carste, representam uma correta metodologia a ser usada por toda
a área do Carste, incluindo os aspectos referentes ao uso e ocupação da área.
11. Se colocada em ação, efetivamente vai promover o uso sustentável, o gerenciamento e
proteção dos recursos hídricos subterrâneos em cada compartimento deste aqüífero. O
estabelecimento do sistema de monitoramento dos níveis dinâmicos e da qualidade da água,
foi uma importante ferramenta poderosa para tornar possível um adequado controle do
aqüífero para prevenção dos efeitos adversos de subsidência de solo e de rebaixamentos
excessivos.
12. O balanço hídrico, é outra ferramenta poderosa utilizada na metodologia usada pelo Projeto
Carste, para promover o controle sustentado do uso dos recursos hídricos subterrâneos e no
desenvolvimento de pesquisas no aqüífero.
13. Nós recomendamos na seqüência, dois importantes programas para serem desenvolvidos
por toda a área do Carste, usando a metodologia do Projeto Carste:
• PROGRAMA DE USO DO SOLO
que considere principalmente as informações
hidrogeológicas e capacidades do solo para proporcionar a base de cálculo do
balanço hídrico e para o adequado uso, explotação e conservação dos
compartimentos do aqüífero Carste.
• PROGRAMA DE RECARGA ARTIFICIAL
para tornar possível o correto
gerenciamento dos recursos hídricos nesta região, através do uso do arcabouço do
aqüífero para procedimento de regularização.
• PROGRAMA DE MONITORAMENTO (quantidade, qualidade, isótopos
ambientais) para rios, poços e fontes para conhecer:
• As variações sazonais de recarga e descarga
• As flutuações dos parâmetros de qualidade d’água
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 30
• O tempo de residência das águas do aqüífero Carste
5. REFERÊNCIAS UTILIZADAS NA CONCEPÇÃO DO PROJETO
CARSTE
BEHRENS, H., R. BENISCHKE, M. BRICELJ, T. HARUM, W. KAESS, G. KOSI, H.P. LEDITZKY, Ch. LEIBUNDGUT, P. MALOSZEWSKI, V. MAURIN, v. RAJNER, D. RANK, B. REICHERT, H. STADLER, W.STICHLER, P. TRIMBORN, H. ZOJER & M. ZUPAN (1992): Investigations with natural and artificial tracers in the carste aquifer of the Lurbach system (Peggau-Tanneben-Semriach, Austria.- Steir. Beitr. z. Hydrogeologie, 43, 9-158, Graz.
BENISCHKE, R , T. HARUM & H.P. LEDITZKY (1996): Berechnung von Karbonat - Kohlensäure - Gleichgewichten: ein Hilfsmittel zur Charakterisierung der Hydrodynamik und Herkunft von Carstewässern.- Mitt. Österr. Geol. Ges. (ISSN 0251-7493), 87, 37-46, Wien.
BERGMANN, H., J. FANK, T. HARUM, W. PAPESCH, D. RANK, G. RICHTIG & H. ZOJER (1996): Abflusskomponenten und Speichereigenschaften, Konzeptionen und Auswertemethoden.- Oesterreichische Wasser- und Abfallwirtschaft, 48, H. 1 / 2, 27-45, Vienna.
BIGARELLA, J.J. & R. SALAMUNI (1956):. Estudos preliminares da Série Açungui. V. Estruturas organógenas nos dolomitos da Formação Capiru (PR). Dusenia, 7 (6): 317-323. Curitiba 1956.
BIGARELLA, J.J. & R. SALAMUNI (1958): Estudos preliminares da Série Açungui. VII. A Formação Votuverava. Bol. Inst. Hist. Nat. Geol., 1: 1-10. Curitiba 1958.
BIGARELLA, J.J. & R. SALAMUNI (1967): Geologia do Pré-devoniano e intrusivas sub-sequentes da porção oriental do Estado do Paraná. Bol. Paranaense de Geoc., p. 23-25. Curitiba 1967.
CALMBACH, L. (1997): AQUACHEM Ver. 3.7.2. Aqueous Geochemical Data Analysis and Plotting.- Waterloo, Cdn (Waterloo Hydrogeologic).
CANALI, N. E. Contribuição ao estudo da geomorfologia da área de Colombo – PR. São Paulo, 1980. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
COOPER, H.H. & C.E. JACOBS (1946): A generalized graphical method for evaluation formation constants and summarizing well-field history.- Trans. Am. Geoph. Union, 27, 526-534, Richmond, Va.
COPEL - Companhia Paranaense de Energia (1994): Evaporação em Estações Meteorológicas representativas do Estado do Paraná. Relatório Técnico, DPHE/VHID, Curitiba.
DALCON ENGENHARIA (1996): EIA-RIMA, Projeto emergencial do carste. Relatório SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2000): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 1. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2000): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 2. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2000): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 6. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2001): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 7. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2001): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 8. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2001): Estudo do Impacto Ambiental do Aquífero Carste. . Relatório n. 9. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2001): Estudo de Impacto Ambiental da Explotação do Aqüífero Carste das Sub-bacias de Colombo Sede e Fervida Município de Colombo-PR.- Tomo I. SANEPAR.
DALCON ENGENHARIA (2001): Estudo de Impacto Ambiental da Explotação do Aqüífero Carste das Sub-bacias de Colombo Sede e Fervida Município de Colombo-PR.- Relatório de Impacto Ambiental. SANEPAR.
EKWURZEL, B., P. SCHLOSSER, W.M. SMETHIE Jr, N. PLUMMER, E. BUSENBERG, R.L. MICHEL, R. WEPPERNIG & M. STUTE (1994): Dating of shallow groundwater: Comparison of the transient tracers 3H/3He, chlorofluorocarbons and 85Kr.- Water Resources Research, Vol. 30, 1693-1708.
EMATER-Paraná (1997): Estudo do quadro natural do „Carste“.- Unpubl. Report, 34 p, Curitiba, December 1997.
Erdas (1997): Field Guide.
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 31
FERREIRA, F.J.F (1982): Integração dos Dados Aeromagnéticos e Geológicos: Configuração e evolução Tectônica do Arco de Ponta Grossa. Tese de Mestrado. IG/USP. 169p. São Paulo 1982.
FIORI et al., 1987; Compartimentação tectônica do Grupo Açungui a norte de Curitiba. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA (1987 : Curitiba). Atas. Curitiba, SBG. v. 1, p. 183-196
FIORI, A. P. (1985, Coordenador): Estudos geológicos integrados do Pré-cambriano Paranaense. Convênio UFPR/Mineropar, texto final. 192p., 4 mapas. Curitiba 1985.
FIORI, A. P. (1992): Tectônica e estratigrafia do Grupo Açungui – PR. Boletim do Instituto de Geociências. Série Científica, v. 23, p. 55-74.
FIORI, A. P. (1994): Evolução geológica da bacia do Açungui. Boletim Paranaense de Geologia. n. 42, p. 7-27.
FIORI, A. P.; GASPAR (1993): Considerações sobre a estratigrafia do Grupo Açungui (Proterozóico Superior), Paraná, Sul do Brasil. Boletim do Instituto de Geociências. Série Científica, v. 24, p. 1-19.
FIORI, A. P.; GASPAR, Considerações sobre a estratigrafia do Grupo Açungui (Proterozóico Superior), Paraná, Sul do Brasil. Boletim do Instituto de Geociências. Série Científica, v. 24, p. 1-19, 1993.
FIORI, A.P. (1990): Tectônica e Estratigrafia do Grupo Açungui a Norte de Curitiba. Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências. São Paulo,1990. Tese de Livre docência.
FIORI, A.P. et al. (1987): Compartimentação tectônica do Grupo Açungui a norte de Curitiba. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA (1987 : Curitiba). Atas. Curitiba, SBG. v. 1, p. 183-196.
FLETCHER, G. DRISCOLL (1986): Groundwater and wells.-1089 p, 2nd ed., St. Paul, Minnesota.
FRITZ, P & R. J.CH. FONTES (1986): Handbook of environmental isotope geochemistry - The terrestrial environment, A., vol. 1, 545 S, Amsterdam (Elsevier).
FRITZ, P & R. J.CH. FONTES (1986): Handbook of environmental isotope geochemistry - The terrestrial environment, B. vol. 2, 557 S, Amsterdam (Elsevier).
FUCK, R.A.; E. TREIN, A. MURATORI & J.C. RIVEREAU (1967): Mapa Geológico preliminar do litoral, da Serra do Mar e parte do primeiro planalto no Estado do Paraná. In: Bol. Paran. Geoc., n. 27 p. 123-152, Curitiba1967.
GIUSTI, D., T. HARUM, A. LEIS, H.P. LEDITZKY, A.A. LISBOA, M.S. MONASTIER, S. REINSDORFF, P. SACCON, J.L. VAINE & H. ZOJER (1998): Projeto Carste, 2nd progress report.- Unpubl. Report, 85 p, Graz – Curitiba, December 1998.
GOLDBRUNNER, J. & H.P. LEDITZKY (1986): Natural Tracer Study in Groundwater Systems by Application of Thermodynamic Calculations.- 5th International Symposium of Underground Water Tracing, 283-288, Athens
GRASSI, C. & G. CHRISTIANSEN (1966): Evapotranspiración. Métodos para determinar las necesidadas de riego.- Buenos Aires (INTA).
HARUM, T. & H. ZOJER (1998): Austrian know how of groundwater protection.- The Austrian water law, protection of groundwater in Austria, measures, prohibitions and use limitations in protection zones; principles of vulnerability mapping, water legislation in Austria and the European Union.- Oral presentation at 2nd Workshop sobre o Projeto do Pesquisa do Aquifero Carste: Groundwater utilisation and protection, 28.10.1998, Colombo (Brazil).
HARUM, T. J. FANK (1997): Determination of the recharge area of a spring in an alpine dolomite carste aquifer using the altitude effects of runoff yield and isotope content.- Oral presentation at the EGS symposium, April 1997, Vienna.
HARUM, T., E. HINDI, H.P. LEDITZKY, S. REINSDORFF, Ch. SCHMID, V. YEHDEGHO & H. ZOJER (1998): Projeto Carste – Progress Report, 88 p, Graz – Curitiba, March 1998.
HARUM, T., H.P. LEDITZKY, S. REINSDORFF, P. SACCON, H. ZOJER, A.A. LISBOA, J.L. VAINE, E.F. da ROSA FILHO, D.A. GIUSTI, M.S. MONASTIER & A. RIBAS (2000): Projeto Carste: Water Balance and Isotope Investigations in the Compartment Carste Aquifer of Colombo-Fervida (Curitiba/Pr).- Proceedings of the 1° Congresso Mundial Integrado de Águas Subterrâneas, 31.7.-4.8.2000, Fortaleza.
HARUM, T., P. MALOSZEWSKI, B. REICHERT, W. STICHLER & P. TRIMBORN (1998): Mean transit times in carste aquifers? A discussion of flow dynamics in carste.- XXVIII IAH Congress: Gambling with Groundwater", Las Vegas, Nevada, USA, 27 September to 2 October 1998 (extended abstract).
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 32
HARUM, T., P. MALOSZEWSKI, B. REICHERT, W. STICHLER & P. TRIMBORN (1998): Mean transit times in carste aquifers? A discussion of flow dynamics in carste.- Planned oral presentation IAH congress „Gambling with Groundwater, Las Vegas 1998.
HARUM, T. (2001): Interim report Estudo de Impacto Ambiental do Aqüífero Carste. Evaluation of the hydrological-hydrogeological part of DALCON´s interim reports.- Interim report, JOANNEUM RESEARCH, 27 p, Graz-Curitiba.
HARUM, T. (2002): Estudo De Impacto ambiental da explotaçao do aqüuifer carste das sub-bacias de Colombo-Sede e Fervida, municipio de Colombo-Pr. Evaulation of the hydrological-hydrogeological part of DALCON´s relátorio de impacto ambiental.- Unpubl. Report, JOANNEUM RESEARCH, 49 p, Graz-Curitiba.
HOELTING, B. (1996): Hydrogeologie. Einfuehrung in die Allgemeine und Angewandte Hydrogeologie.- 441 p, Stuttgart (Enke).
IAEA (1998): Tritium data in the world precipitation network (INTERNET).
JENSEN, John R. (1996): Introductory Digital Image Processing: A Remote Sensing Perspective. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall.
JICA (1995): The master plan study on the utilization of water resources in Paraná state in the Federative Republic of Brazil, Final report, Sectoral Volumes A,B,C.- Unpubl. Report, Tokyo (December 1995).
KERTSCHER, A.E., A.V.L. BITTENCOURT & E.F. da ROSA FILHO (1998): Aspectos hidroquímicos das águas do aqüífero cárstico paranaense.- Oral presentation and paper at X Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 9 p, Sao Paulo.
KLOER, Brian R. (1994): "Hybrid Parametric/Non-parametric Image Classification." Paper presented at the ACSM-ASPRS Annual Convention, April 1994, Reno, Nevada.
KRUSEMAN, G.P. & N.A. DE RIDDER (1976): Analysis and evaluation of pumping test data.- ILRI-Bulletin, 11, 200 p, Wageningen.
LANGGUTH, H.-R. & R. VOIGT (1980): Hydrogeologische Methoden.- 486 p, Berlin-Heidelberg (Springer).
LISBOA, A. A. (1997): Proposta de metodologia para avaliação hidrogeológica do Aquífero Carste, Compartimento de São Miguel. UFPR. Depto. Geologia. Dissertação de Mestrado apresentado no Curso de Pós-graduação em Geologia Ambiental da UFPR. Curitiba 1997.
MAACK,R. (1947): Breves notícias sobre a geologia dos estados do Paraná e Santa Catarina. Arq. Biol. Tecn. , vol. 2. p. 63-154. Curitiba 1947.
MALOSZEWSKI, P. & A. ZUBER (1996): Manual on mathematical models in isotope hydrology.-IAEA-TECDOC-910, 58 p, Vienna (IAEA).
MALOSZEWSKI, P., W. RAUERT, W. STICHLER & A. HERRMANN (1983): Application of flow models in na alpine catchment area using tritium and deuterium data.- J. of Hydrology, 319-330, Amsterdam (Elsevier).
MARINI, O.J., E. TREIN. & R. FUCK (1967): O Grupo Açungui no Estado do Paraná. Bol. Paranaense de Geoc. 23-25 : 307-324. Curitiba 1967.
MAROTZ, G. (1968): Technische Grundlagen einer einer Wasserspeicherung im natuerlichen Untergrund.- Schriftenreihe des KWK, H. 18, 228 p, Hamburg (Wasser und Boden).
MAZOR, E (1991): Applied chemical and isotopic groundwater hydrology, 274 S Milton Keynes (Open University Press).
MOSER, H., & W. RAUERT (1980): Isotopenmethode in der Hydrologie - Lehrbuch der Hydrogeologie Bd. 8, 400 S., Berlin (Gebrüder Borntraeger).
PARKHURST D.L (1996): User’s guide to PHREEQC - A computer program for speciation, reaction path, advective transport, and inverse geochemical calculation. U.S. Geological Survey Water Resource Investigations 95-4227.
PEARSON, F.J., JR., W. BALDERER, H.H. LOOSLI, B.E. LEHMANN, A. MATTER, TJ. PETERS, H. SCHMASSMANN & A. GAUTSCHI ( 1991): Applied isotope hydrogeology - A case study in Northern Switzerland, studies in environmental science 43, 439 S, Amsterdam (Elsevier).
PENMAN, H.L. (1956): Estimating evaporation.- Trans. Amer. Geophys. Union, 37, 43-46.
PEREIRA, J.H., K.C. NAKANDAKARE M.J. GUARDA, T. HARUM, A.V.L. BITTENCOURT, L.E. MANTOVANI & W.M. MEINERS (2002): Sintese das avaliaçöes do “ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL DA
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 33
EXPLOTAÇÃO DO AQÜÍFERO CARSTE DAS SUB-BACIAS DE COLOMBO SEDE E FERVIDA, MUNICÍPIO DE COLOMBO-PR”, Elaborado pela DALCON ENGENHARIA.- Unpubl. Report, 16 p, Curitiba.
PINTO L., de Souza Pinto et al. (1976): Hidrologia Básica. São Paulo, Edgard Blücher, 1976. 278 p.
ROUSE J.W., HAAS R.H., SCHELL J.A. and DEERING D.W. (1974): Monitoring vegetation systems in the Great Plains with ERTS. Proceedings of the Third Earth Resources Technology Satellite-1 Symposium, Goddard Space Flight, NASA SP-351, Science and Technical Information Office, NASA, Washington, D.C., 309-317.
SANEPAR (1997): Data of pumping tests and geological profiles of the boreholes (Curitiba).
SANEPAR (1997): Plana de Bombeamento (Preliminar) para os pocos da area de Colombo-Sede e Fervida (Curitiba, 22.10.1997).
SANEPAR (2000): Síntese da Exploração do aquífero “carste” na região de Colombo-sede municipal e Fervida, 1991-2000. 23p e anexos. SANEPAR, Curitiba.
SICHARDT, W. (1928): Das Fassungsvermoegen von Rohrbrunnen und seine Bedeutung fuer die Grundwasserabsenkung, insbesondere fuer groessere Absenkungstiefen.- 89 p, Berlin (Springer).
STICHLER, W. & HERMANN (1982): Surface and subsurface runoff modeling using environmental isotopes.- In Rainfall-runoff relationship, Proc. Int. Symp. On Rainfall-runoff modeling, Mississipi.
THEIS, C.V. (1935): The relation between the lowering of the piezometric surface and the rate and duration of discharge of a well using groundwater storage.- Trans. Am. Geoph. Union, 16, 519-524, Washington D.C.
THIEM, G. (1906): Hydrologische Methoden.- 56 p, Leipzig (Gebhardt).
TUCCI, C. E. M. (1993, organizador), Hidrologia, Ciência e Aplicação. Porto Alegre, Ed. da Universidade: ABRH/EDUSP3, 1993, 943p.
UNESCO (1982): Guía metodológica para la elaboración del balance hídrico de América del Sur.- 131 p, Montevideo (Rostlac).
WASSENAAR, L.I. (in press): Evaluation of the Origin and Fate of Nitrate in the Abbotsford Aquifer using the Isotopes of 15N and 18O in NO3.
WUNDT, W. (1953): Gewaesserkunde.- 320 p, Berlin (Springer).
WUNDT, W. (1958): Die Kleinstwasserfuehrung der Fluesse als Mass fuer die verfuegbaren Grundwassermengen.- In GRAHMANN: Die Grundwaesser in der Bundesrepublik Deutschland und ihre Nutzung.- Forsch. Dtsch. Landeskunde, 104, 47-54, Remagen.
YURTSEVER, Y. (1983): Guidebook on Nuclear Techniques in Hydrology.- Vienna.
ZOJER, H., J. FANK, T. HARUM, D. RANK & W. PAPESCH (1996): Erfahrungen mit dem Einsatz von Umwelttracern.- Oesterreichische Wasser- und Abfallwirtschaft, 48, H. 3 / 4, Vienna.
Graz-Curitiba, 20 de Agosto, 2002
Till HARUM Hans ZOJER
(JOANNEUM RESEARCH) (JOANNEUM RESEARCH)
Projeto Carste - Final conclusion report, April 2002 34
Arlineu RIBAS Alvaro Amoretti LISBOA
(SANEPAR) (SUDERHSA)
This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.