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i Instituto Politécnico de Viana do Castelo Escola Superior Agrária Relatório de Concretização do Processo de Bolonha CURSO DE LICENCIATURA ENGENHARIA DO AMBIENTE Ano lectivo 2009/2010 Ponte de Lima Dezembro de 2010

Instituto Politécnico de Viana do Castelo - ipvc.pt · O Curso de Engenharia do Ambiente apresenta natureza e organização multidisciplinar com diversas áreas científicas, com

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior Agrária

Relatório de Concretização do Processo de Bolonha

CURSO DE LICENCIATURA

ENGENHARIA DO AMBIENTE

Ano lectivo 2009/2010

Ponte de Lima

Dezembro de 2010

ii

ii

ÍNDICE

PÁG.

ENQUADRAMENTO iii

CAPÍTULO I: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO 1

I.1 Plano de Estudos 1

I.2 Estruturas de Coordenação e de Acompanhamento 6

I.3 Estruturas de Orientação Escolar dos Alunos e de Apoio Pedagógico 6

CAPÍTULO II: AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CURSO 7

II.1 Caracterização da População Estudantil 7

II. 2 Tipologia dos Alunos de Ingresso 8

II.3 Aproveitamento Escolar 11

II.4 Avaliação da Relação Pedagógica 35

II.4.1 Opiniões dos Alunos sobre o Curso 35

II.4.2 Avaliação dos ECTS Atribuídos às Unidades Curriculares 39

II.5 Medidas de Promoção do Sucesso 44

II.6 Competências Extracurriculares e Estímulo à Vida Activa 47

II.7 Mobilidade 49

II.8 Empregabilidade 50

iii

ENQUADRAMENTO

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) é uma instituição de Ensino Superior

Público, criado pelo Decreto-Lei n.º 380/80, de 16 de Agosto. É uma pessoa colectiva de direito

público, dotada de autonomia estatutária, administrativa, financeira e patrimonial tendo os seus

estatutos sido homologados pelo Despacho Normativo nº 23/95, de 9 de Maio. Integra cinco

unidades orgânicas orientadas para projectos de ensino – as Escolas Superiores de Educação

(ESE), Escola Superior Agrária (ESA), Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), Escola

Superior de Ciências Empresariais (ESCE) e Escola Superior de Saúde (ESS), e ainda os

Serviços de Acção Social Escolar, vocacionados para a prestação de serviços sociais aos

estudantes. Ao Instituto cabe, de uma forma genérica, assegurar a coordenação institucional

das actividades de gestão de pessoal, patrimonial, administrativa, financeira, planeamento

global e apoio técnico, tendo como missão criar e gerir conhecimento e cultura, através de

processos de formação e de investigação e de transferência de tecnologia, de qualidade,

acreditados, em interacção com o tecido social. Para tal, construiu um novo modelo

organizacional, já superiormente promolgado, centrado no estudante e assente na optimização

de recursos e no desenvolvimento humano. Como valores, elege, prioritariamente, a qualidade,

a inovação, o espírito de pertença, o sentido crítico, a cidadania, a solidariedade e a

multiculturalidade.

O IPVC promove uma formação integral dos estudantes, em conhecimentos, valores e

competências incentivadora da auto-aprendizagem e do empreendedorismo. Dispõe de uma

oferta formativa e processos de I+D+i diversificados, inovadores e proactivos, que respondem

aos desafios contemporâneos. O estudante, é a referência central do seu modelo

organizacional e dispõe, ainda, de um Sistema de Gestão de Desenvolvimento Humano o qual,

promovendo as pessoas, integra-as também na sua missão. O IPVC dispõe de uma estrutura

que configura um todo, único e coeso, construído de recursos e competências, organizado por

áreas de actividade, dispondo de um sistema de direcção estratégica e de qualidade ágeis, que

distribui os recursos disponíveis de modo orientado e eficiente face aos seus objectivos

estratégicos e à sua missão.

Uma nova realidade emerge no Ensino Superior, fruto de diferentes factores como a

massificação, a globalização e a internacionalização, o advento das novas tecnologias e,

particularmente, de estratégias comuns como as observadas na Declaração de Bolonha

(1999), reforçada por políticas de gestão de qualidade (Declaração de Dubrovnick, 2002) e

consubstanciada em diferentes resoluções emanadas da União Europeia, bem vincadas na

Estratégia de Lisboa (2000) e, mais recentemente, no documento prospectivo, “Europa 2020”.

O enquadramento legislativo desta mudança de paradigma (DL nº 42/2005 de 22 de Fevereiro;

DL nº 74/2006 de 24 de Março; DL nº 107/2008 de 25 de Junho), incorpora o compromisso

nacional da adequação ao novo modelo de Bolonha de todos os ciclos de estudo, o que

iv

implica, segundo o art.º 66º-A do DL nº 76/2006, a evidenciação de políticas, estratégias, e

resultados, tendo em vista a concretização dos objectivos inerentes ao referido Processo de

Bolonha. É, neste pressuposto, que se apresenta o relatório do curso de Licenciatura em

Engenharia do Ambiente da Escola Superior de Agrária do Instituto Politécnico de Viana do

Castelo para o ano lectivo 2009/10.

A crescente procura de cursos na área genérica do ambiente por parte de jovens que

ingressavam no ensino superior, a adequação da formação, a constituição do corpo docente, a

qualidade dos recursos materiais existentes destinados às exigências científicas e pedagógicas

do ensino, justificaram a criação do Curso de Licenciatura em Ambiente na Escola Superior

Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA-IPVC), com início no ano lectivo de

2006/2007. O Despacho n.º 12 813/2006 (2ª Série), de 20 de Junho, definiu o processo de

adequação do anterior curso de Engenharia do Ambiente e dos Recursos Rurais ao presente

curso de Engenharia do Ambiente.

O presente documento tem como objectivo assegurar a conformidade com o Decreto-Lei nº

107/2008, de 25 de Junho de 2008, nos termos do artigo 66º-A, mediante a elaboração de um

relatório referente à concretização do processo de Bolonha no que diz respeito ao 1º Ciclo em

Engenharia do Ambiente da ESA-IPVC. É importante salientar que este Relatório de

Acompanhamento do Processo de Bolonha, relativo ao ano lectivo de 2009/2010, se refere ao

quarto ano de funcionamento deste curso de Licenciatura da ESA-IPVC, permitindo, por esse

facto, obter uma leitura retrospectiva de médio prazo, a qual permite identificar desde já

algumas tendências de fundo do referido curso.

O presente relatório foi elaborado com base nas seguintes fontes de informação:

i) Planos de Unidades Curriculares (UC´s);

ii) Dados fornecidos pelo Observatório do IPVC relativos aos resultados da 1ª e da 2ª fase de

candidatura ao CNAES e Concursos Especiais;

iii) Relatórios de auto-avaliação (S1 e S2) da Escola Superior Agrária do IPVC, relativos ao ano

lectivo de 2009/2010.

iv) Relatório de avaliação da adequação dos ECTS (estudantes e docentes) atribuídos às

Unidades Curriculares dos Cursos da Escola Superior Agrária, através de inquéritos

realizados;

v) Relatório “Balanço da Qualidade” da ESA-IPVC, publicado em Dezembro de 2010

A licenciatura em Engenharia do Ambiente desenvolve-se através de um programa curricular

de três anos. Pretende formar profissionais de engenharia com conhecimentos técnico-

científicos multidisciplinares conferindo-lhes competências para analisar disfunções ambientais

e gerir recursos, capacidade para planear e executar projectos e implementar tecnologias que

operacionalizam soluções eficientes nas dimensões sócio-económica, ecológica e social.

v

O curso de Engenharia do Ambiente da ESA-IPVC apresenta como objectivo principal qualificar

os estudantes com competências para a:

i. inovação de tecnologias e desenvolvimento de metodologias de trabalho suportadas

por uma integração científica crescente, com possibilidades de actuação ao nível da

política e gestão ambiental, em particular na implementação de sistemas de auditoria,

certificação, acreditação e sensibilização ambiental;

ii. formação de princípios e implementação de modelos holísticos de caracterização,

modelação e gestão dos sistemas ambientais, através da aplicação de conhecimentos

de solos, da água e atmosfera, dos ecossistemas, do património natural, biodiversidade

e paisagem relativamente às dinâmicas populacionais e representações sociais;

iii. formação de métodos de investigação nas ciências de ambiente associados à

concepção, dimensionamento e gestão de tecnologias ambientais com possibilidade de

evolução na formação e actuação técnico-científica em fases posteriores;

iv. identificação e aplicação de instrumentos para a limitação e remediação dos processos

de degradação ambiental, adoptando soluções técnicas preventivas nas fases de

planeamento, execução e gestão de projectos, designadamente no tratamento de

resíduos sólidos e efluentes, no controlo da qualidade do ar e ambiente sonoro, na

gestão energética, na conservação e recuperação de ecossistemas;

v. compreensão e aplicação dos paradigmas e modelos de desenvolvimento sustentável

com a capacidade de avaliação histórica e prospectiva da diferenciação espacial das

relações de dependência entre o meio natural e a componente humana traduzidos na

condução e avaliação de processos de planeamento e ordenamento do território;

vi. valorização dos recursos endógenos e gestão de recursos naturais com a articulação

entre as actividades humanas e as aptidões naturais do meio, em particular dos

recursos hidrológicos desde a sua relação com o clima, as componentes hidrológicas,

os sistemas de abastecimento e de tratamentos de águas.

No que concerne ao plano de estudos, o curso de licenciatura em Engenharia do Ambiente é

constituído por 28 Unidades Curriculares, sendo 5 optativas, escolhidas a partir de dois grupos

disciplinares, I e II, conforme se tratam de UC do 1º e do 2º semestre, respectivamente, e um

Estágio/Projecto Individual. Deste modo, confere-se ao estudante a possibilidade de optar entre

percursos formativos alternativos, segundo os interesses académicos e profissionais do próprio

aluno e as linhas de orientação definidas no designado Modelo de Bolonha.

1

CAPÍTULO I: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO

I.1. Plano de Estudos

O Curso de Engenharia do Ambiente apresenta natureza e organização multidisciplinar com

diversas áreas científicas, com destaque para as Ciências Exactas, Naturais, de Engenharia,

Económico-empresariais mas em particular, em Ciências do Ambiente (Quadro 1). Os Quadros

2, 3 e 4 apresentam o Plano de Estudos do Curso de Engenharia do Ambiente da ESA-IPVC e

os Quadros 5 e 6, as unidades curriculares optativas para as UC’s do 1º e do 2º semestre.

Desde logo, importa sublinhar que foi implementada no ano lectivo 2009/10 uma reestruturação

curricular que se traduziu em alterações substanciais na distribuição da carga lectiva pelas

diversas tipologias de contacto (aulas teóricas, aulas teórico-práticas, aulas tutoriais, etc.). De

uma forma genérica, diminuiu o número de aulas tutoriais, aumentou o peso das aulas teóricas

nas unidades curriculares das ciências de base e, foi reforçada, nas UC´s de natureza mais

estruturante e aplicada, a importância das aulas práticas.

Quadro 1 – Créditos e áreas científicas necessários à obtenção do grau ou diploma

ÁREA CIENTÍFICA SIGLA CRÉDITOS

OBRIGATÓRIOS OPTATIVOS

Ciências Exactas CE 24 0

Ciências Naturais CN 36 0

Ciências da Engenharia ENG 24 12

Ciências Económicas e Empresariais CEE 17 0

Ciências Sociais CS 6 5

Ciências do Ambiente AMB 30 0

Ciências Agrárias AGR 0 30

Ciências Animais 0 11

Ciências Biotecnológicas 0 18

TOTAL 137 76

2

Quadro 2 – Plano de Estudos do 1º ano curricular do Curso de Engenharia do Ambiente

Unidade Curricular

Área científica

Tipo Tempo de trabalho (horas)

Créditos Observações

Total Contacto

1º Semestre curricular

Matemática CE Semestral 162

T: 16 TP: 32 PL: 32 OT:16

6

Biologia CN Semestral 162 T: 16

PL: 48 OT: 16

6

Química CE Semestral

162

T: 16 PL: 48 OT: 16

6

Bioquímica CN Semestral 162 T: 32

PL: 32 OT: 16

6

Climatologia e Geomorfologia

CN Semestral 162

T: 32 PL: 32

S: 7 OT: 16

6

2º Semestre curricular

Sociedade e Informação

CS Semestral

162

T: 16 TP: 32 PL: 16 OT: 16

6

Física CE Semestral 162 TP: 32 PL: 48 OT: 16

6

Ciências do Solo

CN Semestral 162

T: 32 PL: 32 TC: 16 OT: 16

6

Ecologia CN Semestral 162

T: 32 PL: 28 OT: 16 O: 20

6

Microbiologia CN Semestral 162 T: 32

PL: 32 OT: 16

6

T – Teórica, TP – Teórico-prática; TC – Trabalho de Campo; P – Prática; PL – Prática laboratorial; OT – Orientação tutória; O - outra

Quadro 3 – Plano de Estudos do 2º ano curricular do Curso de Engenharia do Ambiente

Unidade Curricular

Área científica

Tipo Tempo de trabalho (horas)

Créditos Observações

Total Contacto

3º Semestre curricular

Estatística e Delineamento Experimental

CE Semestral 162 T: 16

TP: 16 PL: 48

6

3

OT: 16

Hidrologia ENG Semestral 162 TP: 32 PL: 48 OT: 16

6

Cartografia e Desenho Técnico

ENG Semestral 162

T: 16 TP: 16 PL: 32 TC: 16 OT: 16

6

Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro

AMB Semestral 162

T: 16 PL: 48 OT: 16

O: 8 S: 8

6 Ou opção do

grupo 1

Economia e Gestão

CEE Semestral 162

T: 16 PL: 42 OT: 16

S: 6

6

4º Semestre curricular

Hidráulica e Gestão da Água

ENG

Semestral

162

T: 32 PL: 48 OT: 16

6

Ecologia da Paisagem

AMB Semestral

162

T: 16 PL: 24 OT: 16 O: 24

6 Ou opção do

grupo 2

Tecnologias de Informação Geográfica

ENG Semestral 162 T: 16

PL: 64 OT: 16

6

Planeamento do Uso do Solo

AMB Semestral 162 T: 16

PL: 48 OT: 16

6

Política e Economia Ambiental

CEE Semestral 162

T: 16 TP: 56 OT: 16

O: 8

6

T – Teórica, TP – Teórico-prática; TC – Trabalho de Campo; P – Prática; PL – Prática laboratorial; OT – Orientação tutória; O - outra Quadro 4 – Plano de Estudos do 3º ano curricular do Curso de Engenharia do Ambiente

Unidade Curricular

Área científica

Tipo Tempo de trabalho (horas)

Créditos Observações

Total Contacto

5º Semestre curricular

Conservação e Recuperação Biofísica

ENG Semestral

162

T: 16 PL: 56 OT: 16

O: 8

6 Ou opção do

grupo 1

Gestão de Resíduos Sólidos

AMB Semestral 162

T: 16 PL: 32

S: 6 O: 10

OT: 16

6

4

Tratamento de Águas de Abastecimento e Efluentes

AMB Semestral

162

T: 16 PL: 54 OT: 16 O: 10

6

Projecto de Instalações e Equipamentos

ENG Semestral 162

T: 16 PL: 64 OT: 16

6 Ou opção do

grupo 1

Ordenamento do Território

AMB

Semestral

162 T: 16

PL: 64 OT: 16

6

6º Semestre curricular

Avaliação e Gestão Ambiental

AMB Semestral 162

T: 16 TP: 16 PL: 38 OT: 16

O: 5 S: 5

6

Energia e Ambiente

AMB Semestral 108

T: 16 PL: 27 OT: 16

O: 5

4 Ou opção do

grupo 2

Planeamento e Análise de Projectos

CEE Semestral 135

T: 16 TP: 32 PL: 16 OT: 16

5

Estágio e Projecto Individual

15

T – Teórica, TP – Teórico-prática; TC – Trabalho de Campo; P – Prática; PL – Prática laboratorial; OT – Orientação tutória; O - outra

Quadro 5 – Unidades Curriculares optativas (grupo 1) do Curso de Engenharia do Ambiente

Unidade Curricular

Área científica

Tipo Tempo de trabalho (horas)

Créditos Observações

Total Contacto

Opções do grupo 1

Etologia e Comportamento Animal

CA Período de 10

semanas 135

T: 16 PL: 16 TC: 16 O: 8

OT: 16

5

Construção e Manutenção de Espaços Verdes

AGR Semestral 162

T: 16 TP: 32 TC: 32 OT: 16

6

Higiene, Saúde e Segurança

CA Período de 10

Semanas 162

T: 32 PL: 26 S: 6

OT: 16

6

Gestão Florestal AGR Semestral 162

T: 16 TP: 16 TC: 24 OT: 16

6

5

O: 16

Aquacultura e Cinegética

AGR Semestral 162

T: 32 PL: 30 TC: 16 OT: 16

O: 8

6

Engenharia Genética

ENG Semestral 189

T: 16 PL: 64 OT: 16

S: 8 O: 8

7

Biotecnologia Ambiental

CBT Semestral 324

T: 32 PL: 98 S: 4

OT: 32 O: 10

12

Auditorias de Qualidade

ALI

Outro (9 semanas)

243

T: 16 TP: 48 OT: 16 O: 32

9

T – Teórica, TP – Teórico-prática; TC – Trabalho de Campo; P – Prática; PL – Prática laboratorial; OT – Orientação tutória; O - outra

Quadro 6 – Unidades Curriculares optativas (grupo 2) do Curso de Engenharia do Ambiente

Unidade Curricular

Área científica

Tipo Tempo de trabalho (horas)

Créditos Observações

Total Contacto

Opções do grupo 2

Protecção Integrada

AGR Semestral 162

T: 32 PL: 32 OT: 16

O: 8

6

Material Vegetal em Espaços Verdes

AGR Semestral 162 T: 16

TP: 48 OT: 16

6

Politicas Agrárias e Desenvolvimento Rural

CS Semestral 135 T: 32

TP: 32 OT: 16

5

Modelação de Processos

ENG Semestral 162

T: 16 PL: 54 OT: 16 O: 10

6

Legislação e Bioética

CS Semestral 81 T: 16

TP: 32 OT: 16

3

Biotecnologia Agrícola

CBT Semestral 162

T: 16 PL: 48 OT: 16 O: 16

6

T – Teórica, TP – Teórico-prática; TC – Trabalho de Campo; P – Prática; PL – Prática laboratorial; OT – Orientação tutória; O - outra

6

I.2 Estruturas de Coordenação e de Acompanhamento

A coordenação e o acompanhamento do curso decorreram, aos seguintes níveis: Coordenador

de Curso, Comissão de Curso, Coordenadores de Departamentos, Responsáveis de Unidades

Curriculares e Conselho Científico da ESAPL.

Comissão de Curso:

- Jorge Manuel Ferreira da Silva Agostinho (Coordenador)

- Ana Cristina Pontes de Barros Rodrigues

- Ana Isabel Oliveira Faria Ferraz

- Joaquim Mamede Alonso

- Luís Miguel Cortêz Mesquita de Brito

Na sequência da publicação do Despacho Normativo n.º 7/2009, de 06 de Fevereiro, que

definiu os novos Estatutos do IPVC, deixou de existir o Conselho Científico da ESA, e a

Comissão de Curso de Engenharia de Ambiente, passou a ter, a partir de 22 de Fevereiro de

2010, a seguinte constituição:

- Fernando Jorge Simões de Sousa Nunes (Coordenador)

- Jorge Manuel Ferreira da Silva Agostinho

- Ana Cristina Pontes de Barros Rodrigues

- Ana Isabel Oliveira Faria Ferraz

- Joaquim Mamede Alonso

- Celina Conceição Alves Rego (Aluna)

- Pedro Miguel Sampaio da Silva (Aluno)

I.3 Estruturas de Orientação Escolar dos Alunos e de Apoio Pedagógico

Para além das estruturas de apoio institucionalizadas na ESA para todos os seus alunos, os

alunos do Curso de Engenharia do Ambiente beneficiam de apoios específicos, essencialmente

estruturados nos seguintes níveis: i) Comissão de Curso; ii) Conselho Pedagógico; iii) aulas de

atendimento, e; iv) aulas tutoriais. Cada Docente disponibiliza um número de horas semanais

de atendimento aos alunos, de acordo com o seu regime contratual, cujo horário se encontra

disponível na página web da ESA (www.esapl.pt).

7

As aulas de acompanhamento tutorial destinam-se essencialmente a: i) orientar o aluno na

planificação dos seus estudos; ii) esclarecer o aluno acerca das matérias (teóricas ou práticas)

ministradas nas aulas; iii) acompanhar e orientar o aluno em trabalhos práticos individuais ou

de grupo; iv) explicitar acerca do funcionamento de equipamento específico, e; v) acompanhar

a evolução do aluno ao longo do curso.

CAPÍTULO II AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CURSO

O presente capítulo incide sobre a caracterização da população estudantil do Curso de

Licenciatura em Engenharia do Ambiente e da atractividade institucional e científica do Curso,

a análise do aproveitamento escolar dos alunos e dos diplomados, e por fim a apresentação

dos resultados da avaliação pedagógica.

A análise realizada tem por base documentos disponibilizados pelos Serviços Centrais do

IPVC, sobre as classificações curriculares dos alunos, dados da Direcção Geral do Ensino

Superior relativos ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, os resultados de

inquéritos dirigidos aos alunos, bem como a avaliação interna realizada pelos docentes às

actividades de ensino desenvolvidas no ano lectivo 2009-10.

II.1 Caracterização da População Estudantil

No ano de 2010, encontravam-se inscritos no curso de Engenharia do Ambiente, 112 alunos,

ou seja, cerca de 26% no número total de alunos inscritos nos cursos de 1º Ciclo da Escola

(416 alunos), ocupando a segunda posição, atrás do curso de Engenharia Agronómica. A

caracterização da população estudantil que agora se apresenta incide na análise da evolução

do número de alunos no Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente e na distribuição

dos alunos por ano curricular e número de inscrições no curso por estatuto de frequência

(Quadro 7).

Quadro 7 – Alunos inscritos (normais e trabalhadores-estudantes), número de inscrições e

alunos diplomados

Ano Número Alunos

Número Inscrições Estatuto de frequência Diplomados

(2010) 1 2 3 4 5 6 7 8 9, ou mais Normal Trab. Est.

1 36 23 11 1 1 0 0 0 0 0 29 7 18

(24, em 2009)

2 36 0 17 16 1 1 1 0 0 0 31 5

3 40 0 0 10 8 5 6 5 4 2 29 11

8

Em 2009/10, o número de inscrições no 3º ano (40 alunos), é sensivelmente o mesmo que o

verificado nos dois anos lectivos anteriores, 2007/08 e 2008/09 (39 alunos, nos dois períodos),

revelando uma tendência de estabilização do Curso após a adequação ao modelo de Bolonha,

em 2006/07. Todavia, importa salientar que, ao contrário dos anos lectivos anteriores, existe

um número crescente de alunos com várias matrículas no terceiro ano. Este facto, poderá estar

relacionado, entre outros motivos, com o aumento da presença de alunos estudantes

trabalhadores, com a extensão do período de entrega do trabalho final de curso, ou ainda com

a dificuldade em terminar disciplinas em atraso.

Dos 112 alunos inscritos neste Curso de Licenciatura, 32,14 % frequentam o 1º ano, 32,14 %

no 2º ano, e 35,72 % no 3º ano. Relativamente à distribuição dos alunos por estatuto de

frequência, verifica-se que no conjunto dos alunos inscritos no curso, 20,5% são trabalhadores

estudantes (percentagem ligeiramente inferior à do ano lectivo anterior, que foi de 23,2%). A

posição relativa do número de TE por ano lectivo é diferente da do ano lectivo anterior, sendo

menor a percentagem dos alunos com este estatuto no 2º ano (21,7%), e superior, no 3º ano

(47,8 %). O facto de o número de diplomados no ano de 2010 ter sido de 18, e, portanto,

abaixo do valor registado no ano transacto (24), pode justificar-se com o número crescente de

alunos que têm disciplinas atrasadas e que repetem as inscrições no terceiro ano, não o

concluindo.

II.2 Tipologia dos Alunos de Ingresso

A evolução da oferta e procura do Curso é analisada através dos dados disponibilizados pela

Direcção Geral do Ensino Superior relativamente ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino

Superior (CNAES) e através dos valores inscritos no documento “Balanço da Qualidade”.

A caracterização dos alunos que ingressaram em 2009/10, representada nas Figuras 1 e 2,

considera o número de vagas disponibilizadas e o número de alunos colocados e inscritos, na

1ª e 2ª fase, e ainda o número de candidatos e colocados em 1ª opção. O Quadro 9 apresenta

o resumo dos indicadores que permitem avaliar a oferta e procura do Curso de Licenciatura em

Engenharia do Ambiente.

9

Figura 1 – Número de vagas, alunos colocados e inscritos no Curso de

Licenciatura em Engenharia do Ambiente: 1ª fase do Concurso Nacional de

Acesso ao Ensino Superior no ano lectivo de 2009/2010.

A análise dos dados relativos ao processo de candidatura dos alunos ao curso de Engenharia

do Ambiente, no ano lectivo 2009/10, revela uma perda de atractividade deste mesmo curso,

relativamente ao ano lectivo anterior. Esta tendência negativa é igualmente observável, tanto

na 1ª fase (111 vs 153 alunos), como na 2ª fase (29 vs 42). Igualmente, entre os dois anos

lectivos, regista-se uma diminuição do número de candidatos em 1ª opção, mais evidente, na

1ª fase das candidaturas (17 alunos em 2008/09 e 14 alunos em 2009/10. Mas, por outro lado,

registou-se um aumento considerável da taxa de colocação (Quadro 8) dos alunos em 1ª opção

na 1ª fase de inscrição. A diminuição de atractividade atrás referida enquadra-se num quadro

geral de decréscimo de procura, a nível nacional, que incide sobre as licenciaturas de Ciências

e Tecnologias do Ambiente. Não obstante, esta licenciatura consegue manter um registo de

médio de classificações e de colocações superior a cursos homólogos do ensino superior

politécnico e universitário. A tendência verificada na ESA-IPVC, deverá ser, apesar de tudo,

alvo de análise cuidada, para que sejam encontradas soluções que possam mitigar este

decréscimo da procura.

10

Figura 2 – Número de vagas, alunos colocados e inscritos no Curso de

Licenciatura em Engenharia do Ambiente: 2ª fase do Concurso Nacional de

Acesso ao Ensino Superior no ano lectivo de 2009/2010.

Apesar dos indicadores globais da procura suscitarem alguma reflexão, verifica-se que no ano

lectivo 2009/10, e à semelhança do ano lectivo anterior, as 24 vagas disponibilizadas na 1ª fase

foram preenchidas na sua totalidade. Também o número de alunos candidatos, colocados em

1ª opção foi o mesmo nos dois anos lectivos (11). Igualmente, o número de alunos

efectivamente inscritos na 1ª fase, foi sensivelmente o mesmo nos anos de 2008/09 e de

2009/10 (19 e 18, respectivamente).

Uma vez que se efectivaram 18 inscrições, as taxas de ocupação efectiva e a taxa de inscrição

da 1ª fase do CNAES foram de 75% (79,2%, em 2008/09). A classificação do último colocado

foi de 12,09 valores (13,02 valores, em 2008/09). Dado que os indicadores relativos ao ano

lectivo 2010/11 estão já disponíveis, podemos constatar a continuação da tendência de

decréscimo das classificações dos alunos que entram no curso de Engenharia do Ambiente,

sendo a classificação do último aluno, em 1ª fase, naquele período lectivo, de 11,52 valores.

Em 2009/10 foram disponibilizadas na 2ª fase 6 vagas e colocados 8 alunos, resultando numa

taxa de ocupação efectiva de cerca de 133 %. Nesta fase, a taxa de inscrição foi de 50%

(100%, em 2008/09). O quadro seguinte, resume alguns dos indicadores atrás referidos

11

Quadro 8 – Indicadores de avaliação da oferta e procura do curso

2008/09 2009/10

Taxa de ocupação relativa (%) 100,0 100,0

Taxa de ocupação efectiva (1.ª fase) (%) 79,2 75,0

Taxa de ocupação efectiva (2.ª fase) (%) 160,0 133,3

Taxa de inscrição (1.ª fase) (%) 79,2 75,0

Taxa de inscrição (2.ª fase) (%) 100,0 50,0

Candidatos por vaga, na 1ª fase 6,4 4,6

Candidatos em 1ª opção por vaga 0,7 0,6

Taxa de candidatos em 1ª opção (%) 11,1 12,6

Taxa de colocação, na 1ª fase (%) 15,7 21,6

Taxa de colocação em 1ª opção, na 1ª fase (%) 7,2 9,9

Exigência de acesso (último colocado) 1.ª fase 130,2 120,9

Exigência de acesso (último colocado) 2.ª fase 122,3 116,5

Um aspecto interessante refere-se à atractividade da ESA-IPVC nas áreas das Ciências e

Tecnologias do Ambiente, com os alunos desta instituição que frequentaram alguns Cursos de

Especialização Tecnológica (CET) convergentes a evoluir para a licenciatura e, mesmo depois,

para o Curso de Mestrado de Gestão Ambiental e Ordenamento do Território. Desta forma, a

licenciatura de Eng.ª do Ambiente insere-se em simultâneo numa oferta formativa transversal a

diversos graus de ensino, que no seu conjunto permitem responder a um número alargado e

crescente de interessados e reforçar o número e qualidade dos recursos humanos e materiais

nestas áreas de ensino.

II.3 Aproveitamento Escolar

Neste subcapítulo, apresentam-se e analisam-se os indicadores que reflectem o

aproveitamento escolar dos alunos para cada unidade curricular do Curso, de modo a avaliar o

respectivo desempenho escolar. De entre estes indicadores, destacam-se as Classificações

Médias dos Alunos com Aproveitamento assim como as respectivas Classificações Máximas e

Mínimas; a Taxa de Avaliação [(n.º alunos avaliados/n.º alunos inscritos)x100]; a Taxa Relativa

de Aproveitamento [(n.º alunos com aproveitamento/n.º alunos avaliados)x100]; a Taxa Efectiva

de Aproveitamento [(n.º de alunos com aproveitamento/n.º de alunos inscritos)x100]); e a Taxa

12

de Reprovação [n.º de alunos reprovados/n.º de alunos inscritos) x100]. Apresentam-se ainda

as Taxas Relativas de Aproveitamento para cada época de avaliação realizada (Avaliação

Contínua, Frequência, Exame – Época Normal ou Época Especial Trabalhador Estudante, e

Outros – Época Especial de Finalistas), Equivalência ou Programa de Mobilidade Erasmus.

Os Quadros 9, 10 e 11 mostram as classificações médias, máximas e mínimas e o respectivo

desvio padrão para as unidades curriculares do 1º ano, 2º ano e 3º ano do Curso, assim como

as médias globais por ano, os respectivos valores máximos, mínimos e desvio padrão. As

Figuras 3 a 8 representam graficamente estes mesmos parâmetros para cada unidade

curricular por semestre.

Quadro 9 – Classificações médias, máximas e mínimas e desvio padrão, por unidade

curricular do 1º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Classificações

1º Semestre do 1º ano Média Máximo Mínimo Desvio Padrão 08/09 09/10 Matemática 11,2 11,1 14 10 1,2 Climatologia e Geomorfologia 13,4 12,6 15 10 1,4 Química 11,6 11,2 13 10 1,1 Bioquímica 12,0 11,2 15 10 1,5 Biologia 11,4 12,9 15 10 1,5 2º Semestre do 1º ano 08/09

09/10

Física 12,6 11,4 16 10 1,8 Microbiologia 12,2 11,8 14 10 0,9 Sociedade e Informação 13,0 12,0 15 10 1,4 Ciências do Solo 12,1 12 16 10 1,7 Ecologia 13,0 13,3 16 10 1,6 Média Global do 1º ano 12,3 12,0

13

Figura 3 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 1º semestre

do 1º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

Figura 4 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 2º semestre

do 1º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

14

Quadro 10 – Classificações médias, máximas e mínimas e desvio padrão, por unidade

curricular do 2º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Classificações 1º Semestre do 2º ano Média Máximo Mínimo Desvio Padrão 08/09 09/10 Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro 13,9 13,1 17 10 1,7 Economia e Gestão 11,8 13,0 17 10 2,0 Cartografia e Desenho Técnico 12,5 13,1 17 10 1,7 Hidrologia 11,5 12,3 15 10 1,5 Estatística e Delineamento Experimental 13,9 12,5 17 10 1,6 Opção I: Construção e Manutenção de Espaços Verdes 12,0

13,3 14 13 0,6

Opção I: Gestão Florestal 14,6 16,1 18 14 1,5 Opção I: Aquacultura e Cinegética 12,0 14,5 18 11 - Opção I: Higiene, Saúde e Segurança 12,0 12,5 14 11 1,3 Opção I: Etologia e Bem-Estar Animal 15,0 - - - - 2º Semestre do 2º ano

08/09 09/10 Hidráulica e Gestão da Água 12,7 13,6 18 10 1,6 Ecologia da Paisagem 13,7 14,2 16 10 1,1 Tecnologias de Informação Geográfica 12,3 13,1 17 10 1,6 Planeamento do Uso do Solo 14,0 13,5 15 10 1,3 Política e Economia Ambiental 12,5 13,7 17 10 2 Opção II: Material Vegetal em Espaços Verdes 13,6

- - - -

Média Global do 2º ano 13,0 13,5

15

Figura 5 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 1º semestre

do 2º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

Figura 6 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 2º semestre

do 2º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

16

Quadro 11 – Classificações médias, máximas e mínimas e desvio padrão, por unidade

curricular do 3º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Classificações

1º Semestre do 3º ano Média Máximo Mínimo Desvio Padrão 08/09 09/10 Conservação e Recuperação Biofísica 12,1 13,5 16 12 0,9 Gestão de Resíduos Sólidos 12,7 12,8 17 10 2,1 Tratamento de Águas de Abastecimento e Efluentes 12,4

13,2 17 10 1,7

Projecto de Instalações e Equipamentos - 12,5 13 12 - Ordenamento do Território 13,2 12,6 16 10 1,5 Opção I: Higiene, Saúde e Segurança 15,5 - - - - Opção I: Etologia e Bem-Estar Animal 14,0 - - - - 2º Semestre do 3º ano

08/09 09/10 Energia e Ambiente 13,6 12,5 15 10 1,1 Planeamento e Análise de Projectos 13,9 13,6 17 10 2,1 Avaliação e Gestão Ambiental 13,5 14,3 18 12 1,8 Estágio e Projecto Individual 16,2 16,8 19 15 1,5 Global do 3º ano 13,7 13,5

17

Figura 7 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 1º semestre

do 3º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

18

Figura 8 – Classificação média, máxima e mínima para as unidades curriculares do 2º semestre

do 3º ano do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente.

A classificação média global do curso (considerando os três anos lectivos) no período 2009/10

foi de 12,9 valores, ligeiramente inferior ao valor equivalente registado no ano lectivo anterior,

que foi de 13 valores. Todavia, o desvio padrão das classificações do ano lectivo 2009/10 foi

superior ao do ano lectivo transacto em 0,8 valores (1,9 vs 1,1).

A classificação média mínima de todas as UC’s do curso foi alcançada na disciplina de

Matemática, com 11,1 valores, embora seguida de perto pelas UC’s de Química e Bioquímica,

ambas a registarem 11,2 valores. Estas três disciplinas integram o 1º semestre do 1º ano

lectivo.

A classificação média global do 1º ano foi de 12,0±1,4, menos três decimas que a média do

ano lectivo 2008/09, que foi de 12,3±0,73. A diferença verificada nos valores dos desvios-

padrão respectivos, evidencia uma maior amplitude das classificações atribuídas,

provavelmente, devido ao facto de se terem acentuado as diferenças na qualidade da formação

global dos alunos que integraram o 1º ano. À semelhança do ano lectivo anterior,

consideramos que a adaptação dos alunos ao ensino superior e a entrada de sete alunos nas

fases de candidatura subsequentes do CNAES (4 alunos na 2ª fase, e 3 na terceira), algumas

semanas após o início das aulas, poderá ter contribuído para o agravamento do desempenho

dos alunos neste período lectivo. Em qualquer caso, importa identificar plenamente as causas

que estiveram na origem da diminuição das classificações médias de um conjunto de

disciplinas nucleares, de carácter propedêutico, relativamente ao ano lectivo de 2008/09.

19

Referimo-nos, especificamente, às UC’s de Matemática (11,2 vs 11,1), Química (11,6 vs 11,2),

Bioquímica (12,0 vs 11,2) e, Física (12,6 vs 11,4).

Os dois anos curriculares seguintes, registam um significativo aumento das respectivas médias

globais, com 13,5±1,5 e 13,5±1,6, para o 2º e o 3º ano, respectivamente, e as classificações

médias mais baixas a evoluírem para 12,3 e 12,5, respectivamente, nas UC’s de Hidrologia (1º

semestre do 2º ano) e Energia e Ambiente (2º semestre do 3º ano).

É também nos dois últimos anos lectivos que se encontram as classificações médias mais

elevadas do curso, designadamente, nas UC’s de Ecologia da Paisagem (14,2), Avaliação e

Gestão Ambiental (14,3) e Gestão Florestal (16,1). Dando consistência à situação verificada no

ano lectivo anterior, constata-se que o desempenho dos alunos melhora nas unidades

curriculares das áreas científicas mais específicas deste Curso de Licenciatura,

especificamente nas Ciências da Engenharia, nas Ciências e Tecnologias do Ambiente, as

quais dominam no 2º e no 3º ano do respectivo plano curricular.

A comparação entre as classificações do segundo ano, relativas aos anos lectivos de 2008/09

e 2009/10 evidencia um acréscimo de 0,5 valores em relação ao último período (13,0 vs 13,5).

Em grande parte, este acréscimo valorativo é alcançado a partir da evolução positiva das

classificações médias de UC’s como “Economia e Gestão”, “Gestão Florestal” e “Política e

Economia Ambiental”, as quais registaram, relativamente ao ano lectivo de 2008/09, aumentos

médios superiores a um valor (11,8 vs 13,0; 14,6 vs 16; 12,5 vs 13,7, respectivamente).

A diminuição em duas décimas (13,5 vs 13,7) da média do 3º ano no período 2009/10,

relativamente ao ano transacto é em grande parte justificada pela diminuição das classificações

médias das UC’s de “Energia e Ambiente” (13,6 vs 12,5) e de “Ordenamento do Território”

(13,2 vs 12,6). Embora não seja uma situação preocupante, importa determinar as causas que

estão na base destas diminuições.

Face aos dados disponíveis, não é também possível presumir uma relação de causalidade

entre as mudanças verificadas nas classificações dos alunos obtidas nos três anos lectivos e

as alterações verificadas ao nível da reestruturação curricular, iniciada no ano lectivo 2009/10.

De facto, verificamos que, face ao ano lectivo 2008/09, as classificações médias do período

2009/10 diminuíram sensivelmente no 1º e no 3º ano curriculares (três e duas décimas,

respectivamente), mas, em contrapartida, subiram cerca de cinco décimas, no 2º ano. Em todo

o caso, importa analisar no futuro, de forma cuidadosa, o impacto das referidas alterações,

sobretudo, porque, em muitos casos, se verificou uma diminuição para metade da carga

horária afecta às aulas tutoriais (e a mudança sensível de paradigma, inerente a esta

alteração).

De uma forma global, pode no entanto considerar que o curso de Engenharia do Ambiente se

encontra já numa fase de assumida consolidação programática e pedagógica, revelando que a

adaptação às metodologias de ensino e de avaliação inerentes ao designado Modelo de

20

Bolonha, bem como as medidas adoptadas para a promoção do sucesso escolar, foram bem

sucedidas.

As Figuras 9 a 14 mostram o número de alunos inscritos, o número de alunos avaliados,

número de aprovações por época de avaliação e número de reprovados para cada unidade

curricular do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente. As taxas de avaliação, de

aproveitamento por época de avaliação, e de reprovação para cada unidade curricular são

apresentadas nas Figuras 15 a 20.

Figura 9 – Número de alunos inscritos e avaliados, número de aprovações por época de

avaliação e número de reprovados – 1º semestre/1º ano.

21

Figura 10 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de aprovações

por época de avaliação e número de reprovados - 2º semestre/1º ano

22

Figura 11 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de aprovações

por época de avaliação e número de reprovados - 1º semestre/2º ano

Quadro 12 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de

aprovações por época de avaliação e número de reprovados - 1º semestre/2º ano (não

incluídos na Figura 10 por motivos gráficos)

Alunos Aprovados Repr.

Inscritos Avaliados Total Freq. Exame

Ex.

TE Out.

Construção e Manutenção de

Espaços Verdes 3 3 3 1 0 2 0 0

Aquacultura e Cinegética 2 2 2 0 0 2 0 0

Higiene, Saúde e Segurança 4 4 4 3 0 1 0 0

Etologia e Bem-Estar Animal 1 1 0 0 0 0 0 1

23

Figura 12 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de aprovações

por época de avaliação e número de reprovados - 2º semestre/2º ano

24

Figura 13 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de aprovações

por época de avaliação e número de reprovados - 1º semestre/3º ano

25

Figura 14 – Número de alunos inscritos, número de alunos avaliados, número de aprovações

por época de avaliação e número de reprovados - 2º semestre/3º ano

26

Figura 15 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 1º semestre/1º ano

27

Figura 16 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 2º semestre/1º ano

28

Figura 17 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 1º semestre/2º ano

Quadro 13 – Taxas de avaliação e de aproveitamento, por época de avaliação, para cada

unidade curricular: 1º semestre/2º ano (UC’s não incluídas na Figura 16 por motivos gráficos)

Taxas (%)

Aproveitamento por Ép. De

Avaliação (%)

Taxa

Rep.

Taxa Aval. TAR TAE Freq. Exame Ex. TE Out.

Construção e Manutenção de

Espaços Verdes 100,0 100,0 100,0 33,3 0,0 66,7 0,0 0,0

Aquacultura e Cinegética 100,0 100,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0

Higiene, Saúde e Segurança 100,0 100,0 100,0 75,0 0,0 25,0 0,0 0,0

Etologia e Bem-Estar Animal 100,0 0,0 0,0 - - - - 100,0

29

Figura 18 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 2º semestre/2º ano

30

Figura 19 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 1º semestre/3º ano

31

Figura 20 – Taxas de avaliação, de aproveitamento por época de avaliação e de reprovação

para cada unidade curricular: 2º semestre/3º ano

De acordo com dados apresentados nas Figuras anteriores verifica-se que, à semelhança do

observado para as classificações, o sucesso na avaliação, ao nível de cada UC, melhora à

medida que os alunos progridem no Curso. De facto, as taxas de avaliação (TA), taxas de

aproveitamento relativo (TAR) e as taxas de aproveitamento efectivo (TAE) vão sendo

sucessivamente mais elevadas desde o 1º semestre até ao último semestre. A Figura seguinte

dá-nos conta disso mesmo, através de uma visão de conjunto dos indicadores relativos à TAE.

32

Figura 21 – Evolução, por semestre, da Taxa Efectiva de Aproveitamento, do Curso de

Licenciatura em Engenharia do Ambiente no ano lectivo 2009/10

É no 1º semestre do 1º ano que os alunos têm um desempenho inferior ao nível da avaliação,

com a TEA da UC de Matemática a registar os valores mais baixos de todas as UC’s do curso,

ou seja, 17,1%. Este valor apenas sobe para 32,5% se considerarmos a TAR. Dado que o valor

da TEA e da TRA do ano lectivo transacto foram de, respectivamente, de 29,7 % e 62%, e que

no ano lectivo 2009/10 foram tomadas importantes medidas para apoiar a docência da UC de

Matemática, importa reflectir de novo sobre o que está a correr mal. Em qualquer caso, é

parecer unânime dos docentes da disciplina, que os alunos se apresentaram pior preparados a

Matemática neste ano lectivo (o que poderá também ser parcialmente justificado pela redução

da média de entrada dos candidatos ao curso, no primeiro ano).

A tendência atrás referida verifica-se também na UC de Física, que diminuiu de 42,9% em

2008/09 para 29,1% em 2009/10. Importa no entanto referir que esta UC teve a taxa de

avaliação mais reduzida do curso, o que se reflecte nos valores da TEA. Ainda assim, a TRA

apresenta valores mais próximos das restantes UCs do 1º ano, indicando que a generalidade

dos alunos que se submetem a avaliação tem aprovação à UC (76,2% e 75 % em 2009/10 e

2008/09). De uma forma geral, verifica-se que são estas duas UC’s que causam mais

preocupações, na medida em que são as únicas disciplinas com TEA inferiores a 50%

(relembre-se, que no ano lectivo transacto, as UC’s de Física, Estatística e Delineamento

Experimental, e Economia e Gestão apresentavam TEA inferiores a 50%). Atendendo a que

valores de TEA mais baixos se relacionam com reduzidas taxas de avaliação, e que estas

33

seguem tendem a ser mais baixas nas UCs do 1º ano, e em particular no 1º semestre, período

de adaptação dos novos alunos ao sistema de ensino superior, sendo que os alunos que

ingressam na 2ª e 3ª fase iniciam a frequência às aulas algumas semanas após o início do

semestre, os resultados apontam para a necessidade de desencadear medidas para incentivar

os alunos à avaliação.

Nos semestres seguintes, as taxas de avaliação e aproveitamento vão sendo sucessivamente

mais elevadas, atingindo os 100 % para várias unidades curriculares.

A Figura seguinte permite uma visão global da distribuição por UC, e por semestre, do número

de alunos inscritos, aprovados e reprovados, para o ano lectivo 2009/10.

Figura 22 – Evolução, por semestre, e por UC, do número de inscrições, aprovações e

reprovações do Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente no ano lectivo 2009/10

(valores absolutos)

Constata-se ainda que, de um modo geral, as unidades curriculares com TEA mais baixas

também têm as menores taxas de avaliação. É ainda de salientar que no 1º semestre do 2º ano

e do 3º ano, os alunos se distribuem por várias unidades curriculares de opção do plano

curricular do Curso, nomeadamente Gestão Florestal, que se destaca por ter o maior número

de alunos inscritos. Verifica-se, igualmente, que as taxas de avaliação e de aproveitamento dos

alunos nas unidades curriculares opcionais, são superiores às das unidades curriculares de

carácter obrigatório.

34

No que diz respeito ao aproveitamento por época de avaliação, não se pode inferir, para o

primeiro ano e segundo ano escolares, uma tendência clara pela obtenção de aproveitamento

através do regime de frequência. Essa opção é, todavia, óbvia, no terceiro ano escolar, facto

que poderá estar ligado ao elevado grau de especificidade das UC’s em causa e a um maior

envolvimento pedagógico entre os docentes e os alunos.

Finalmente, no que concerne ao regime de trabalhador-estudante (TE), no ano lectivo 2009/10

foram registadas 192 inscrições em UC’s do curso de Engenharia do Ambiente, por parte de

alunos com aquele estatuto. A taxa de aprovação global foi de 46,9%, com 90 aprovações. Se

esta percentagem revela índices de aprovação média a rondar ½ do número de inscrições, tal

tendência não se verificou nas disciplinas de Matemática e de Física, nas quais, apenas 1

aluno em 20, e 3 alunos em 13, respectivamente, conseguiram obter aprovação. A Figura

seguinte dá-nos uma leitura muito precisa acerca do desempenho global dos TE’s, no curso de

Engenharia do Ambiente, no ano lectivo 2009/10.

Figura 23 – Número de inscrições e respectivos níveis de aproveitamento escolar por parte

de Trabalhadores-Estudantes, no curso de Engenharia do Ambiente, no ano lectivo 2009/10

Desde logo, regista-se o elevado número de inscrições nos três primeiros semestres, e o baixo

número de aprovações (TE - Aprov.), particularmente evidente no primeiro ano académico. Em

contrapartida, o 3º ano do curso manifesta um menor número de inscrições em UC’s com o

estatuto de TE, e um muito maior número de aprovações. Ou seja, a título conclusivo,

poderemos afirmar que os TE evidenciam manifestas dificuldades na primeira metade do

35

curso, as quais são depois razoavelmente diminuídas, muito em especial nas UC’s que

compõem o último ano do curso.

II.4 Avaliação da Relação Pedagógica

II.4.1 Opiniões dos Alunos sobre o Curso

A análise das opiniões dos alunos sobre o Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente

deve enquadrar-se no quadro do número reduzido de respostas obtidas, particularmente no 2º

semestre, relativamente ao número de alunos inscritos no ano lectivo 2009/10. A adesão dos

alunos a este inquérito, que variou de forma significativa de UC para UC, condiciona as

conclusões e as respectivas ilações a retirar. Uma vez mais, e à semelhança do ano relatório

do ano lectivo anterior, se enfatiza a clara necessidade de criar estratégias e mecanismos

facilitadores e incentivadores de participação dos alunos nestes processo de avaliação. Neste

âmbito, a Coordenação de Curso vai empenhar-se mais activamente, juntamente com a

Direcção da Escola, no processo de sensibilização dos docentes e dos discentes para esta

necessidade de implementar os inquéritos. Sem prejuízo de outras apostas entende-se a

necessidade de salvaguardar nos planos curriculares datas específicas e um período de tempo

lectivo programado e dedicado exclusivamente para este efeito, tendo sempre a preocupação

de elucidar os alunos e garantir o funcionamento do sistema informático de suporte.

Salvaguardando as premissas atrás descritas, de uma forma geral, todas as UC’s do 1º

semestre registam uma tendência de resposta positiva, embora essa tendência positiva se

acentue à medida que as disciplinas analisadas se inserem em semestres de anos lectivos

mais avançados. Tal situação, presume-se, deverá ter a ver com o facto de os alunos já

estarem mais evoluídos no seu processo formativo (como alunos, mas também como

cidadãos), e, também, porque estão em causa UC’s mais específicas ao âmbito do curso e de

aplicação dos actos de engenharia que lhe estão implícitos.

Em qualquer caso, salienta-se o elevado grau de apreciação que os alunos inquiridos referem

para as UC’s mais terminais e específicas do curso. Embora registando uma apreciação global

positiva, as UC´s de “Matemática” e de “Economia e Gestão” evidenciam, por parte dos alunos,

uma tendência abaixo da média, no que diz respeito aos itens “O programa despertou o meu

interesse” e “Tive facilidade em compreender os conteúdos abordados”. Mesmo considerando

a muito reduzida representatividade da amostra obtida (apenas cerca de 25% dos alunos

inscritos em “Economia e Gestão”, e aproximadamente 1/3, em “Matemática”), deverá existir

um maior empenhamento por parte dos agentes intervenientes de forma a aumentar o

interesse e o envolvimento dos alunos nas temáticas em causa, bem como encontrar

metodologias de ensino que facilitem o processo de compreensão e aprendizagem. No que diz

36

respeito ao 2º semestre, consideramos que o muito baixo número de respondentes não permite

extrair conclusões do inquérito.

Em qualquer caso, para as duas únicas UC’s (num conjunto de 16), com mais de 10

respondentes, verifica-se uma apreciação globalmente positiva por parte dos alunos.

Os indicadores globais de satisfação, específicos do curso de Engenharia do Ambiente,

evidenciam uma apreciação positiva por parte dos alunos, como se constata nas duas figuras

seguintes. Comparativamente com o ano lectivo anterior (salvaguardas as limitações de análise

inerentes ao baixo número de respostas obtidas), constata-se que uma maior percentagem de

alunos considera adequada a carga horária do curso (75% vs 50%). Assume também alguma

relevância o facto de se verificar que, comparativamente com o ano lectivo anterior, baixou

ligeiramente a taxa de alunos que considera que o curso corresponde às suas expectativas

iniciais. Mesmo assim, cerca de 75% das respostas consideram que estas expectativas se

cumpriram genericamente, ou, cumpriram mesmo, na sua totalidade, como se verifica nas

Figuras seguintes.

Figura 24 – Resultado do Inquérito de Opinião sobre o Curso de Licenciatura

em Engenharia do Ambiente da ESA-IPVC.

Figura 25 – Resultados do inquérito de opinião sobre o Curso de Licenciatura em Engenharia

do Ambiente da ESA-IPVC (Valoração Qualitativa).

37

À semelhança do ano lectivo anterior, os resultados do inquérito relativamente à opinião dos

alunos sobre a disponibilidade e desempenho dos docentes ao nível das metodologias de

ensino a que recorrem, o grau de exigência, a pontualidade/assiduidade, a dinamização do

processo ensino-aprendizagem, e os elementos de apoio ao estudo, evidenciam um quadro

muito positivo. Este aspecto mostra, em termos gerais, um contexto muito interessante na

relação entre os docentes e os alunos que interessa explorar nas estratégias e projectos

educativos actuais e futuros da instituição.

A avaliação do grau de satisfação da actividade lectiva e do grau de satisfação do atendimento

aos alunos foi efectuada, em 2009/2010 na globalidade dos cursos adequados a Bolonha

leccionados na Escola Superior Agrária. As questões colocadas aos alunos no Inquérito de

Auto-Avaliação da ESA, no que respeita ao grau de satisfação da actividade lectiva foram:

P1 – O docente dinamiza adequadamente o processo ensino/aprendizagem (rigor, clareza,

interacção, ritmo);

P2 – O docente fornece/indica os elementos de estudo em tempo oportuno;

P4 – O docente é exigente e justo;

D3 – A componente teórica foi adequada aos objectivos da Unidade Curricular;

D4 – A componente prática foi adequada aos objectivos da Unidade Curricular.

As respostas a estas questões, para o 1º e 2º semestre, são apresentadas nos Quadros 14 e

15.

38

Quadro 14 – Resultados do Inquérito de opinião sobre o grau de satisfação da actividade

lectiva para os cursos leccionados na ESA. Fonte: Relatório de Auto-avaliação da Escola

Superior Agrária, Ano Lectivo 2009/2010, 1º Semestre.

Quadro 15 – Resultados do Inquérito de opinião sobre o grau de satisfação da

actividade lectiva para os cursos leccionados na ESA. Fonte: Relatório de Auto-

avaliação da Escola Superior Agrária, Ano Lectivo 2009/2010, 2º Semestre.

Considerando-se a média das percentagens relativas às questões supracitadas, o grau de

satisfação da actividade lectiva da Escola Superior Agrária é, para o 1º semestre, de 82,66% e

para o 2º semestre, de 82,4%.

O grau de satisfação do atendimento aos alunos foi efectuado considerando as horas de

contacto lectivo definidas no horário do curso, assim como nos horários de atendimento dos

docentes, tendo ainda em conta a qualidade desse atendimento. Para tal, foram consideradas

as seguintes questões relativas a todas as disciplinas, do 1º semestre e do 2º semestre,

estando os resultados das respostas obtidas apresentados nos Quadros 16 e 17:

39

P1 – O docente dinamiza adequadamente o processo ensino/aprendizagem (rigor, clareza,

interacção, ritmo);

P3 – O docente é pontual e cumpre o horário.

Quadro 16 – Resultados do Inquérito de opinião sobre o grau de satisfação do

atendimento aos alunos para os cursos leccionados na ESA. Fonte: Relatório de

Auto-avaliação da Escola Superior Agrária, Ano Lectivo 2009/2010, 1º Semestre.

Quadro 17 – Resultados do Inquérito de opinião sobre o grau de satisfação do atendimento

aos alunos para os cursos leccionados na ESA. Fonte: Relatório de Auto-avaliação da

Escola Superior Agrária, Ano Lectivo 2009/2010, 2º Semestre.

Considerando-se a média das percentagens das questões supracitadas, o grau de satisfação

relativo ao atendimento dos alunos, na Escola Superior Agrária, é de 86,95% no 1º semestre, e

de 86,00% no 2º semestre.

II.4.2 Avaliação dos ECTS Atribuídos às Unidades Curriculares

A avaliação dos ECTS às Unidades Curriculares das Licenciaturas ministradas na Escola

Superior Agrária realizada em 2009/2010 pelos alunos, foi efectuada através dos resultados

dos Inquéritos à Qualidade do Ensino, e consta dos Relatórios de Auto-avaliação da Escola

Superior Agrária, Ano Lectivo 2009/2010, para o 1º e o 2º Semestre, publicado pelo Gabinete

de Avaliação do IPVC. Nestes documentos, a apresentação dos resultados é feita de acordo

com o número de horas semanais dedicadas ao estudo para todas as Unidades Curriculares

de cada Curso (Figuras 26 e 27) e o número de horas semanais dedicadas a cada Unidade

Curricular de cada Curso (Figura 28).

40

No que respeita à avaliação das horas de trabalho autónomo dos alunos por parte dos

docentes, apresentam-se, no Quadro 18, os resultados do inquérito realizado em 2008/2009 na

medida em que não se verificaram, em 2009/2010, alterações significativas nos planos das

unidades curriculares do curso. No referido inquérito os docentes responsáveis das unidades

curriculares identificaram as horas de trabalho autónomo dos alunos, considerando: i) a leitura

individual (ex. livros, artigos, sebentas jornais, internet, outros); ii) a elaboração de trabalhos

escritos individuais (ex., relatórios de trabalhos, resolução de problemas); iii) a elaboração de

trabalhos escritos em grupo (relatórios de trabalhos, resolução de problemas); iv) a elaboração

de outro tipo de trabalhos (não textuais) (ex., produção de software, etc.); v) Orientação

docente e esclarecimento de dúvidas (extra sala de aula); vi) Preparação de apresentações

(power point e/ou orais); e vii) outras.

Figura 26 - Horas de dedicação a todas as Unidades Curriculares dos Cursos. Fonte:

Relatório de Auto-avaliação da ESA, Ano Lectivo 2009/2010, 1º Semestre.

41

Figura 27 - Horas de dedicação a todas as Unidades Curriculares dos Cursos. Fonte:

Relatório de Auto-avaliação da ESA, Ano Lectivo 2009/2010, 2º Semestre.

Com base nos resultados do inquérito aos docentes, o tempo semanal de trabalho autónomo

pelos alunos é, em média, de 0,59 h/ECTS, o que corresponde a 17,8 h semanais/semestre.

De acordo com os alunos da licenciatura em Engenharia do Ambiente, este valor é inferior ao

estimado pelos docentes, equivalendo a aproximadamente 13 h/semana no primeiro semestre

e a cerca de 12 h/semana no 2º semestre. A distribuição destas horas por unidade curricular é

apresentada na Figura 28. O escasso número de repostas obtidas no Inquérito à Qualidade do

Ensino para o 2º semestre por parte dos alunos do curso (14,3 %) inviabilizou esta análise para

as unidades curriculares do 2º semestre.

42

Quadro 18 – Opinião dos docentes sobre o número de horas semanais que o aluno despende

com cada unidade curricular (Dados de 2008/2009).

Ano Unidade curricular Trabalho Autónomo do Aluno (nº horas.semana-1

) Total horas Total

LI TEI TEG OTT OD ED PA O semanal horas

1º 1º Semestre

Matemática 1 2 0,5 3,5 70

Biologia 1 1 0,5 0,5 0,5 0,65 4,15 83

Química 1 1 0,5 2,5 50

Bioquímica 1,5 1,5 0,5 3,5 70

Climatologia e Geomorfologia 2 1 1 4 80

2º Semestre

Sociedade e Informação 2 1 0,5 0,65 0,1 4,25 85

Física 1,5 1,5 0,5 3,5 70

Ciências do Solo 1,5 0,5 1,5 0,5 0,5 4,5 90

Ecologia 1 2 0,5 3,5 70

Microbiologia 2 1 0,5 3,5 70

2º 1º Semestre

Estatística e Delineamento Experimental 1 1,5 1,5 0,5 4,5 90

Hidrologia 1,5 1,5 0,5 3,5 70

Cartografia e Desenho Técnico 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 3,5 70

Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro 0,5 1 1 0,5 0,5 3,5 70

Economia e Gestão 1 1,5 1 1 4,5 90

2º Semestre

Hidráulica e Gestão da Água 1,5 0,5 1 0,5 3,5 70

Ecologia da Paisagem 2 0,5 1 0,5 4 80

Tecnologias de Informação Geográfica 1 1 1 0,5 0,2 3,7 74

Planeamento do Uso do Solo 0,5 1 1 0,5 3 60

Política e Economia Ambiental 1,5 1,5 1,5 4,5 90

3º 1º Semestre

Conservação e Recuperação Biofísica 1 2 1 4 80

Gestão de Resíduos Sólidos 2,5 1 0,5 4 80

Tratamento de Águas de Abastecimento

e Efluentes 1,5 1,5 0,5 3,5 70

Projecto de Instalações e Equipamentos 1 0,5 2 3,5 70

Ordenamento do Território 1 0,5 1 2,5 50

2º Semestre

Avaliação e Gestão Ambiental 0,5 2 0,5 0,5 3,5 70

Energia e Ambiente 1,5 0,5 0,5 2,5 50

Planeamento e Análise de Projectos 1 1,5 1,5 0,5 4,5 90

Estágio e Projecto Individual

Optativa

Gestão Florestal 0,5 0,5 1,5 0,5 0,5 3,5 70LI - Leitura individual (livros, artigos, jornais, Internet, outros); TEI - Trabalhos escritos individuais e resolução de problemas; TEG - Trabalhos escritos em

grupo; OTT - Outro tipo de trabalho não textual (produção de software, etc.); OD ED - Orientação docente e esclarecimento de dúvidas (extra sala de aula);

PA - Preparação de apresentações (Powerpoint e/ou orais); O - Outras não especificadas

A análise da Figura 28 coloca em evidência o facto de que, para a generalidade das unidades

curriculares, os alunos indicam um número de horas de trabalho individual inferior à estimada

pelos docentes. Verifica-se que para as unidades curriculares de Ordenamento do Território,

Gestão de Resíduos Sólidos e Tratamento de Águas de Abastecimento e Efluentes, os valores

de horas de dedicação indicados pelos alunos se encontram entre as 3 e as 4 h semanais,

sendo os que mais se aproximam dos valores apontados pelos docentes. O elevado nº de

horas atribuído à unidade curricular de Higiene, Saúde e Segurança poderá estar associado ao

facto de se tratar de uma UC opcional, incidindo sobre temáticas mais distantes da

generalidade das áreas de competência das restantes UC, reflectindo-se numa maior

necessidade de trabalho por parte dos alunos.

43

Figura 28 - Horas de dedicação às unidades curriculares da Licenciatura em Engenharia do

Ambiente. Fonte: Relatório de Auto-avaliação da ESA, Ano Lectivo 2009/2010, 1º Semestre.

Códigos: 20001 – Matemática; 20003 – Química; 20004 – Bioquímica; 20005 – Climatologia e Geomorfologia; 20007 –

Biologia; 20012 – Estatística e Delineamento Experimental; 20013 – Cartografia e desenho técnico; 20015 – Economia

e gestão; 20021 – Ordenamento do Território; 20040 – Gestão Florestal; 20041 – Cultura de Tecidos; 20045 –

Engenharia Genética; 20053 – Higiene, Saúde e Segurança; 20054 – Gestão de Resíduos Sólidos; 20060 – Hidrologia;

20062 – Tratamento de Águas de Abastecimento e Efluentes; 20063 – Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro.

É ainda de destacar que, relativamente ao tempo de dedicação às UC’s, indicados pelos

alunos em 2008/2009, os valores são este ano lectivo inferiores para a generalidade das

unidades curriculares, em particular nas disciplinas do 1º e do 2º ano. Esta diminuição, poderá

resultar do facto de em 2009/2010 a carga horária de algumas unidades curriculares, em

particular aquelas de natureza estruturante e aplicada, ter sido alterada no sentido de reduzir 1

h/semana às aulas de orientação tutória para aumentar a carga horária das aulas práticas em 1

h/semana. Em qualquer caso, importa sublinhar que a reestruturação pedagógica levada a

cabo, se traduziu, entre outras alterações, pela diminuição da carga horária afecta às aulas

tutoriais em 22 das 28 UC’s do curso. Esta alteração resultou da análise aos Inquéritos à

Qualidade do Ensino realizados aos alunos em anos transactos, que apontavam a necessidade

do reforço das aulas práticas, e dos Relatórios Anuais de Concretização do processo de

Bolonha, que sugeriam a revisão da carga horária e o funcionamento das aulas de orientação

tutória. Estas alterações foram implementadas segundo as orientações da Presidência do IPVC

e do Conselho Directivo da ESA, ao decidirem que o número de semanas de aulas por

semestre lectivo teria de evoluir de 15 para 16, com uma carga horária de aulas de contacto,

44

excepto nas aulas tutórias, de 24 a 25 h/semana, no máximo. Verifica-se assim que o reforço

de aulas práticas terá resultado na diminuição da necessidade de trabalho individual dos

alunos. No presente ano lectivo não foi ainda possível verificar uma eventual relação de

causalidade entre estas alterações e o aproveitamento escolar dos alunos, algo que será

efectuado no próximo ao lectivo.

II.5 Medidas de Promoção do Sucesso

O sucesso do processo de ensino-aprendizagem, traduzido, muito em particular, na avaliação

final dos alunos, depende do programa e da dinâmica de cada unidade curricular e, acima de

tudo, do funcionamento de cada semestre, das acções, dos elementos e das iniciativas de

natureza transversal a todo o Curso de Licenciatura. Esta preocupação acontece desde a

concepção e desenho do curso até ao desenvolvimento de actividades de natureza operacional

que visam a melhor apreensão das bases teóricas, preparação para os actos profissionais e as

competências inter-pessoais consideradas necessárias para o curso.

Em termos programáticos, desenvolveu-se um conjunto de estratégias com vista à elaboração

do programa curricular do curso de licenciatura em Engenharia do Ambiente. Neste âmbito,

através do seu enquadramento técnico-científico, objectivos, competências, conteúdo,

extensão, sistema de avaliação e sequência das unidades de ensino, pretende-se evoluir

desde uma sólida formação inicial em ciências de base, até uma aplicação progressivamente

mais profissionalizante, nas diversas áreas das ciências e das tecnologias do ambiente.

O curso apresenta uma matriz de ensino-aprendizagem progressivamente focada em

competências profissionais sem perder a possibilidade de definição de percursos individuais.

Este desiderato obtém-se, seja pela possibilidade de realização de unidades curriculares

opcionais, pelo envolvimento em actividades (extra)curriculares específicas, internas e/ou

externas, seja ainda pela realização das actividades inerentes ao trabalho final de curso. Neste

nível, convém sublinhar o papel da coordenação de curso na distribuição da responsabilidade

de cada unidade curricular e no acompanhamento de cada docente com vista ao cumprimento

dos objectivos iniciais.

Com vista a uma adequação e equilíbrio entre os métodos de trabalho e ensino-aprendizagem

realizou-se uma reestruturação pedagógica da carga horária do Curso de Engenharia do

Ambiente. A proposta integra diversos pressupostos e fundamentos, nomeadamente, os que

decorrem: i) dos sistemas de avaliação internos que resultam dos inquéritos realizados por

unidade curricular aos alunos (que apontam no sentido do reforço das horas práticas) e aos

docentes (que sugerem mudanças pontuais nas UC´s de que são Responsáveis); ii) da

elaboração e aprovação dos Relatórios de Adequação de Curso ao Processo de Bolonha (que

sugerem uma revisão da carga e funcionamento das aulas tutórias); iii) de fundamentos de

45

natureza cientifico-pedagógica, que remetem para um maior peso de carga teórica nas

unidades curriculares das ciências de base, reforçando o peso das aulas práticas nas UC´s de

natureza estruturante e aplicada; iv) das orientações da Presidência do IPVC e do Conselho

Directivo da ESA que obrigam à existência de 16 semanas de aulas/semestre e que a carga

horária de contacto, excepto tutórias, não exceda 24 a 25 horas semanais. Estas mudanças

visam a melhoria das condições de acompanhamento dos trabalhos pelos alunos no quadro de

uma reorganização do calendário escolar e das horas dedicadas totais, em particular, das

aulas presenciais, das aulas de orientação tutória, e do período individual de trabalho.

Considerando, como atrás referido, que o sucesso ao nível do processo de ensino-

aprendizagem é uma preocupação central na gestão e funcionamento do curso de Engenharia

do Ambiente, desenvolveu-se um conjunto de actividades e acções, de que destacamos as

seguintes:

i. aposta em metodologias de avaliação contínua com um peso significativo e crescente

de tempo, que incluem elementos de natureza prática desenvolvidos ao longo do

semestre e que facilitem a distribuição temporal das tarefas e um maior

envolvimento/abertura potencial dos discentes para estas actividades;

ii. desenvolvimento, pela coordenação de curso, de um Calendário da Avaliação Contínua

que tenta escalar no tempo as inúmeras actividades de avaliação de natureza prática e

teórica;

iii. inclusão nos programas curriculares de aulas tutórias de apoio, em cada unidade

curricular; as aulas tutórias apresentam um carácter complementar às aulas

presenciais e ao trabalho autónomo do aluno, revelando-se fundamentais para a

discussão e apoio em aspectos ou elementos particulares da unidade curricular e das

temáticas associadas;

iv. continuação da exploração das potencialidades da plataforma e-learning Moodle, na

qual são disponibilizados os sumários, materiais pedagógicos de apoio e outra

informação; esta plataforma tem-se manifestado de enorme utilidade e utilização

crescente, por parte de toda a comunidade escolar, em particular pelos estudantes

trabalhadores; a ESA é mesmo considerada pioneira no IPVC em termos do

aproveitamento desta ferramenta, registando actualmente índices de utilização, por

parte de docentes e discentes de, praticamente, 100%.

v. desenvolvimento de horários escolares adequados às especificidades de unidades

curriculares com um número elevado de alunos, em particular, estudantes

trabalhadores, os quais, normalmente, apresentam taxas de insucesso mais elevadas;

para tanto, disponibilizam-se, em certas UC’s, aulas ao fim da tarde e noite, de forma a

possibilitar uma maior frequência presencial;

46

vi. manifestação de uma particular atenção aos estudantes trabalhadores, seja pelo

reforço e disponibilidade dos docentes em facultar materiais de apoio presencialmente

ou via plataforma e-learning, seja ao nível da formulação de horários adequados, seja

no apoio ao nível do período de recuperação que ocorre entre o período lectivo

presencial e o início do período normal de exames

vii. efectivação de acções formativas, auxiliadoras dos alunos na pesquisa, organização de

bibliografia, e elaboração de trabalhos práticos.

Ao nível das acções realizadas neste último ano podem destacar-se, as seguintes:

i. implementação de diversas acções integradas nas unidades curriculares

(conferências, visitas de estudo, etc.), as quais permitem alargar o âmbito de

competências em diversos temas, bem como promover o contacto e o interesse dos

alunos, que se reflecte na sua atitude ao nível das aulas teóricas e práticas;

ii. realização, no início do ano lectivo 2009/10, pela Direcção da ESA-IPVC, juntamente

com a Comissão de Curso de Licenciatura em Engenharia do Ambiente e os Serviços

de Acção Social do IPVC, de uma sessão de recepção aos novos Alunos, a qual visou

a apresentação do programa e objectivos do curso, plano de estudos, metodologias de

trabalho e actividades extracurriculares a desenvolver; nesta sessão, deu-se ainda

particular destaque à explicitação do designado Modelo de Bolonha, em particular, a

consequente necessidade de desenvolvimento de trabalho autónomo por parte do

Aluno, e a possibilidade de aprovação a grande parte das UC’s através de avaliação

contínua;

iii. realização, durante o ano lectivo de 2009/2010, de diversas reuniões da Comissão do

Curso de Engenharia do Ambiente com a presença dos representantes dos alunos

para assegurar o bom funcionamento e o alcance dos objectivos deste curso de

Licenciatura e preparar a organização de um evento, a decorrer no início de 2011,

designado de “Jornadas em Ciências e Engenharia do Ambiente” com o objectivo de

apresentar e discutir, com a comunidade académica e profissionais da área, temas

actuais do âmbito das áreas de competência do curso, contando com sessões de

seminário e exposições técnicas organizadas em colaboração com empresas do ramo.

O insucesso é um problema seriamente considerado por esta Comissão de Curso. Para tal,

têm vindo a ser desenvolvidas e propostas estratégias de (re)organização dos curricula,

programação atempada das actividades semestrais, acções centradas em grupos de alunos

específicos (turmas, trabalhadores estudantes, etc.), ou mesmo, apoio individualizado. Face

aos indicadores de desempenho apresentados ao longo de todo este relatório, importa

continuar este trabalho e corrigir eventuais situações não conformes aos desejos de todos nós:

47

o sucesso académico e profissional dos nossos alunos e a sua realização plena como

cidadãos.

II.6 Competências Extracurriculares e Estímulo à Vida Activa

As competências extra-curriculares são promovidas e acontecem ao longo do percurso escolar

dos alunos nomeadamente em actividades e iniciativas da ESA, no conjunto do IPVC e outras

entidades externas com as quais o aluno toma contacto por forma institucional ou pessoal. No

conjunto alargado destas actividades destaca-se:

i. a participação de forma activa dos alunos, ao longo do seu percurso académico, em

órgãos estudantis e de gestão da ESA (Associação de Estudantes, Conselho

Pedagógico e Comissão de Curso);

ii. a concepção e a realização de actividades de promoção da ESA-IPVC junto da

comunidade e dos novos e potenciais alunos; desenvolvem-se, assim, hábitos de

comunicação e de interacção com o mundo profissional e os media;

iii. a realização de acções de empreendedorismo, por exemplo, no âmbito do 7º Concurso

PoliEmpreende, o qual contribuiu para conferir competências extracurriculares aos

alunos participantes, e se constituiu, também, como um estímulo para a vida activa e

um incentivo à iniciativa empresarial;

iv. o envolvimento por assistência, participação, promoção e/ou organização de vários

eventos de natureza técnico-científica inseridos em diversas unidades, em particular

visitas de estudo, conferências de profissionais reconhecidos, e outras actividades

(extra)curriculares, nomeadamente:

a) “O Modelo e os Projectos no Desenvolvimento do Sistema de Informação e Apoio

à Decisão na ARH do Norte”, I.P., ARH do Norte, 11 de Janeiro de 2010;

b) Workshop “O Património Natural e Cultural como Factor de Desenvolvimento e

Competitividade Territoriais no Baixo Tâmega - Património, Serviços

Ecossistémicos e Desenvolvimento Territorial”, 3 de Novembro de 2009;

c) Workshop em “Biotecnologia Ambiental”, no âmbito do Dia Aberto da ESA, que

envolveu a demonstração da operação de sistemas biológicos de tratamento de

águas residuais à escala laboratorial, 21 de Abril de 2010;

d) 2º Workshop do projecto SI.ADD da ARH do Norte “Os Dados e as Aplicações de

Gestão do Sistema de Informação e Apoio à Decisão na ARH do Norte”, I.P., 29

de Setembro de 2010;

48

e) “Primeiras Jornadas em Gestão Ambiental e Ordenamento do Território”, ESA-

IPVC, definidas com o objectivo, entre outros, de discutir e avaliar a necessidade

de competências e as perspectivas de saídas profissionais nas áreas de gestão

ambiental e da sustentabilidade territorial, 29 de Outubro de 2010;

f) participação em várias visitas de estudo temáticas no âmbito de unidades

curriculares, nomeadamente à ETAR de Ponte de Lima - Águas do Minho-Lima, à

ETA de Areias de Vilar - Águas do Cávado ao aterro Sanitário da Braval, ao

Parque Eólico de Carreço-Outeiro, ao Centro de Interpretação de Serra de Arga, à

zona de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d´Arcos;

g) Rodrigues, A., Saldanha, J., Mamede, J. e Alonso, J. (2010). Assessment of dairy

wastewater management practices in the northwest region of Portugal. In: 14th

Ramiran International Conference on Treatment and use of organic residues in

agricultura: Challenges and Opportunities towards sustainable management, 13 –

15 de Setembro 2010, Lisboa, Portugal.

h) Rodrigues, A., Ferreira, M., Saldanha, J., Guerra, C. e Alonso, J. (2010).

Avaliação da qualidade da água do rio Estorãos e sua relação com as

dinâmicas territoriais. In: Actas do 2º Seminário sobre Gestão de Bacias

Hidrográficas “REABILITAÇÃO E UTILIZAÇÃO DA REDE HIDROGRÁFICA”,

20 a 21 de Maio, Braga.

Apresentação de posters de trabalhos realizados por alunos, no âmbito da

unidade curricular de “Qualidade do ar e Ambiente Sonoro”, no Seminário

“Alterações Climáticas – Caminho para o Acordo Copenhaga”, que decorreu na

ESA-IPVC, em Novembro de 2009.

v. realização de outros trabalhos curriculares com natureza profissionalizante,

nomeadamente projectos, permitindo e obrigando o aluno a estabelecer contactos com

entidades da administração local, central, e/ou empresas, contactos esses que se

podem prolongar após o término do curso e que permitem uma percepção real das

actividades profissionais;

vi. trabalhos finais de curso que se traduzem em oportunidades para a realização de

actividades extracurriculares capacitadoras de experiências profissionais futuras, seja

ao nível da concepção, execução, exposição, gestão e avaliação, seja como incentivos

à capacidade de acção-decisão e à autonomia nos processos;

vii. participação em actividades culturais desenvolvidas por grupos e órgãos estudantis

(festival de tunas, feira de gastronomia, festival de jardins e feira do cavalo de Ponte de

Lima, divulgação da ESA-IPVC e do próprio curso), que desenvolvem sensibilidades e

criam competências de natureza organizacional, de participação, e de cidadania.

49

As melhorias futuras a introduzir na área da promoção de competências extra-curriculares

implicam a criação de programas específicos de acção que permitam a integração das

iniciativas dispersas que têm vindo a ser realizadas. Em simultâneo, deve-se caminhar no

sentido da introdução no designado Suplemento ao Diploma, de todas as actividades extra-

curriculares relevantes, desenvolvidas ao longo do curso, e que possam, por esse motivo,

constituir uma mais-valia em termos de empregabilidade.

II.7 Mobilidade

No ano lectivo 2009/2010 não se verificou a participação de alunos da licenciatura em

Engenharia do Ambiente no Programa de Mobilidade Erasmus. Esta ausência deverá ser alvo

de análise detalhada por parte da Comissão de Curso. No entanto, o número de alunos

estrangeiros recebidos na ESA inscritos nesta licenciatura aumentou para 3, dos quais 2, em

programa de estudos, e 1 em período de estágio, concretizado pelo desenvolvimento de um

trabalho subordinado ao tema “Ecosystem services converted into values; Visualising and

capturing ecosystem values in GIS for Estorãos watershed (Minho, Portugal) ”, realizado no

Centro de Informação Geográfica e Análise de Sistemas Ambientais da ESA-IPVC.

No que respeita à mobilidade de docentes, foi atribuída uma bolsa de mobilidade a um docente

da ESA para a deslocação à Wroclaw University of Environmental and Life Sciences, com os

objectivos de: i) apresentar seminários técnicos temáticos; ii) divulgar os projectos de ensino,

de investigação e de inovação da ESA-IPVC; iii) reforçar a criação de parcerias nestes

domínios entre as duas instituições, nomeadamente no incentivo dos alunos da Instituição de

acolhimento a realizarem períodos de formação na ESA-IPVC; iv) Potenciar a integração e o

reconhecimento da ESA-IPVC na rede de instituições Europeias com competências nos

domínios da biotecnologia agrícola, alimentar e ambiental, da engenharia do ambiente, da

engenharia agronómica e do ordenamento do território; e v) alargar o âmbito do acordo bilateral

aos cursos de 1º ciclo da ESA ainda não abrangidos (Biotenologia, Enfermagem Veterinária e

Engenharia do Ambiente). Igualmente, destaca-se a participação da docente Stefania De

Pascale, Professora do Departamento de Engenharia Agrária e Agronómica do Território da

Università degli Studi di Napoli Federico II, da Universidade de Nápoles, num período de

mobilidade na ESA, da qual resultou um reforço da parceria entre as duas instituições, e a

realização de dois Seminários, a 23 de Abril de 2010: “Sustainable Management of

Mediterranean Greenhouses: Constraints and options”, e “Tradicional and New Approaches to

Irrigation Scheduling in Vegetable Crops”.

50

II.8 Empregabilidade

Os elementos fornecidos pelo IEFP e I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

apresentam resultados apenas até Dezembro de 2009, o que é manifestamente insuficiente.

Assim, espera-se que o Observatório do IPVC possa a breve prazo divulgar informação mais

actualizada e sistematizada sobre a empregabilidade dos seus alunos. Sem este, ou outro

sistema de monitorização, será sempre difícil ter uma noção razoável do real valor e interesse

profissional das competências adquiridas no presente curso, bem como avaliar a sua tradução

em termos de empregabilidade efectiva. Ainda assim, até Dezembro de 2009, existiam

naqueles organismos, segundo o relatório “Balanço da Qualidade 2010”, 14 registos de

diplomados desempregados, com o curso de Engenharia do Ambiente da ESA-IPVC.

À semelhança do ano lectivo anterior, verifica-se uma tendência crescente no sentido do

aumento do número de alunos que procuram e frequentam cursos pós-graduados em áreas

específicas como forma de especialização e inserção profissional, em diversas instituições

(inter)nacionais. Internamente, esta procura tem tradução ao nível da Pós-graduação e

Mestrado em Gestão Ambiental e Ordenamento do Território na ESA-IPVC. Este Curso

apresenta uma elevada atractividade mesmo para outras graduações exteriores à ESA-IPVC. A

possibilidade de continuidade de estudos para o 3º ciclo permite o aprofundamento dos

estudos em áreas complementares á licenciatura. Nos dois anos de funcionamento verifica-se

um aumento do número de alunos finalistas do curso de Engenharia do Ambiente da ESA a

frequentarem o Mestrado atrás referido. Concomitantemente, verifica-se o desenvolvimento de

projectos de empreendedorismo por parte de alguns licenciados em Engenharia do Ambiente,

particularmente, em empresas de cartografia digital, planeamento e ordenamento do território,

gestão de recursos naturais, higiene e segurança no trabalho, auditoria/avaliação de eficiência

e certificação energética e gestão e manutenção de espaços verdes. Ainda se pode referir a

inserção de um número crescente de alunos em projectos de investigação e serviços

especializados à comunidade, que decorrem no IPVC.

Ponte de Lima, 30 de Dezembro de 2010.

O Coordenador do Curso,

Fernando Jorge Simões de Sousa Nunes