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INSTRUÇÕES - Vagas Residuais- UFBA · A antropóloga Margaret Mead, ainda na primeira metade do século XX, defende a ideia de ... relação de causa e efeito entre sexo e temperamento

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INSTRUÇÕESPara a realização das provas, você recebeu este Caderno de Questões, uma Folha deRespostas para as Provas I e II e uma Folha de Resposta destinada à Redação.

1. Caderno de Questões• Verifique se este Caderno de Questões contém as seguintes provas:

Prova I: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE GÊNERO — Questões de 01 a 35Prova II: GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER — Questões de 36 a 70Prova de REDAÇÃO

• Qualquer irregularidade constatada neste Caderno de Questões deve ser imediatamentecomunicada ao fiscal de sala.

• Nas Provas I e II, você encontra apenas um tipo de questão: objetiva de proposição simples.Identifique a resposta correta, marcando na coluna correspondente da Folha de Respostas:

V, se a proposição é verdadeira;F, se a proposição é falsa.

2. Folha de Respostas

• A Folha de Respostas das Provas I e II e a Folha de Resposta da Redação são pré-identificadas.Confira os dados registrados nos cabeçalhos e assine-os com caneta esferográfica de TINTAPRETA, sem ultrapassar o espaço próprio.

• NÃO AMASSE, NÃO DOBRE, NÃO SUJE, NÃO RASURE ESSAS FOLHAS DE RESPOSTAS.

• Na Folha de Respostas destinada às Provas I e II, a marcação da resposta deve ser feitapreenchendo-se o espaço correspondente com caneta esferográfica de TINTA PRETA. Nãoultrapasse o espaço reservado para esse fim.

• O tempo disponível para a realização das provas e o preenchimento das Folhas de Respostas éde 4 (quatro) horas e 30 (trinta) minutos.

ATENÇÃO: Antes de fazer a marcação, avalie cuidadosamente sua resposta.

LEMBRE-SE:A resposta correta vale 1 (um), isto é, você ganha 1 (um) ponto.

A resposta errada vale −0,5 (menos meio ponto), isto é, você não ganha o ponto e aindatem descontada, em outra questão que você acertou, essa fração do ponto.

A ausência de marcação e a marcação dupla ou inadequada valem 0 (zero). Você nãoganha nem perde nada.

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ESTAS PROVAS DEVEM SER RESPONDIDAS PELOS CANDIDATOS AO SEGUINTE CURSO:

• GÊNERO E DIVERSIDADE

UFBA – 2012 – Vagas Residuais – 1

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PROVA I — INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE GÊNERO

QUESTÕES de 01 a 35

INSTRUÇÃO:

Para cada questão, de 01 a 35, marque na coluna correspondente da Folha deRespostas:

V, se a proposição é verdadeira;F, se a proposição é falsa.

A resposta correta vale 1 (um ponto); a resposta errada vale −0,5 (menos meioponto); a ausência de marcação e a marcação dupla ou inadequada valem 0 (zero).

UFBA – 2012 – Vagas Residuais – Introdução aos Estudos de Gênero – 2

Questão 01A chamada primeira onda feminista, ocorrida no século XIX, deu-se nos Estados Unidos ena Europa e tinha como único objetivo a conquista do voto, uma vez que questões comodireito à propriedade, reforma do casamento e liberdade sexual, naquele momento, nãoeram importantes e não mudariam em nada a vida do contingente feminino.

Questão 02Na França, após a Revolução, muitos pensadores elaboraram reflexões sobre a natureza esituação femininas, destacando-se o nome de Madame de Staël — escritora francesa,feminista, que defendeu a busca da independência da mulher, através da sua participaçãona vida política, como seu objetivo mais sublime.

Questão 03Harriet Taylor e John Stuart Mill elaboraram argumentos verdadeiramente feministas, aodeclararem que o direito de voto às mulheres era a principal forma de garantir a plena ejusta consideração dos interesses de todos os seres humanos e, portanto, a via privilegiadapara a construção de uma sociedade realmente democrática.

Questão 04Friedrich Engels elaborou complexa teoria acerca da família e da subordinação das mulheres,defendendo a premissa de que a opressão desse gênero seria um fenômeno universal,pois, em todas as sociedades conhecidas, o acesso à propriedade e ao poder político temsido sistematicamente negado a elas.

Questão 05Alexandra Kollontai defendia que só o socialismo poderia solucionar os problemas específicosdas mulheres, como a sua participação no mercado de trabalho, a maternidade e as tarefasdomésticas, sendo essencial, para isso, o fortalecimento da família, a indissolubilidade domatrimônio, a divisão de tarefas entre homens e mulheres e o controle da sexualidade e dareprodução das mulheres.

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Questão 06A principal crítica que as teorias feministas fazem à explicação do marxismo acerca daopressão sofrida pela mulher refere-se ao fato de que essa explicação caracteriza-se porum economicismo excessivo, que não abrange uma análise ampla e, consequentemente,não viabiliza um programa de ação política viável que permita sua superação.

Questão 07A antropóloga Margaret Mead, ainda na primeira metade do século XX, defende a ideia deque os indivíduos são objeto de um delicado processo de modelagem, o que assegurariasua pertinência cultural à sociedade em que se insere, sendo possível concluir que asdiferenças entre os sexos seriam produto da socialização, não havendo, portanto, nenhumarelação de causa e efeito entre sexo e temperamento.

Questão 08Nessa obra, a autora busca construir uma teoria que explique a cumplicidade das mulheresna sua própria opressão, absorvendo, integralmente, os princípios das abordagens teóricasda biologia, da psicanálise e do marxismo, produzindo, assim, uma das mais ricas mesclasde perspectivas teóricas sobre as desigualdades entre os sexos.

Questão 09Depreende-se do texto transcrito explicação sobre a subordinação feminina,a partir de pressupostos existencialistas, mostrando que apenas os homens“transcendem” — projetando-se como sujeitos —, ao afirmarem finalidades mais importantesque a própria vida.

QUESTÕES 08 e 09[...] Não é dando a vida, é arriscando-a que o homem se ergue acima do animal;eis por que, na humanidade, a superioridade é outorgada não ao sexo queengendra, e sim ao que mata.Temos aqui a chave de todo o mistério. [...] (BEAUVOIR, 1970, p. 84).

A análise do texto e os conhecimentos sobre a obra O Segundo Sexo, de Simone deBeauvoir, permitem afirmar:

Questão 10A jornalista e psicóloga Betty Friedan, em A mística feminina, explica por que, em meio ao“sonho americano”, mulheres casadas pertencentes à classe operária estavam insatisfeitascom sua dupla jornada de mãe/esposa e trabalhadora — apesar de sua recente entrada nomercado de trabalho —, chamando esse fenômeno de “o mal que não tem nome”.

Questão 11O conceito de patriarcado é uma categoria-chave para a compreensão do pensamentodas feministas radicais da chamada “Segunda Onda Feminista”, destacando-se, nessecontexto, o pensamento de Kate Millet, que afirma que o patriarcado é uma instituição combase nas forças de produção.

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Questão 12Shulamith Firestone — considerada a mais radical de todas as feministas da segundaonda — embora tenha feito crítica aos mecanismos de subordinação impostos à mulher,não questionou instituições como a família, o casamento e a maternidade.

Questão 13Considerando-se que, no Brasil e no mundo, os estudos sobre “mulher” antecedem os “degênero”, diversos autores atribuem a esses estudos a construção de abordagem de caráterextremamente político, em que certos elementos, como objetividade e neutralidade ou mesmodistanciamento e isenção, são considerados dispensáveis.

Questão 15O conceito de gênero foi criado pelas feministas anglo-saxãs – como gender – com usoimplicado na ênfase da linguagem e do caráter socialmente construído das distinçõesbaseadas no sexo, sendo usado, primordialmente, para distingui-lo do conceito de sexo,que seria uma via de ratificação do determinismo biológico.

Questão 16Gênero é um conceito que traz forte apelo relacional, pois é uma via de se compreendersimultaneamente “o masculino” e “o feminino”, e, por conseguinte, “homem” e “mulher”,como realidades socialmente construídas, dicotomicamente, uma em contraponto a outra.

Questão 17Grande parte dos discursos sobre gênero inclui ou engloba, de algum modo, as questõesde sexualidade, pois a identidade de gênero e a identidade sexual se entrelaçam, visto quesão a mesma coisa.

Questão 18Guacira Louro defende o “casamento” entre feminismo e pós-estruturalismo, pois ambos ospensamentos compartilham críticas aos sistemas explicativos globais da sociedade,problematizam os modos de fazer ciência e, principalmente, questionam a concepção deum poder central e unificado regendo o todo social.

Questão 19A problematização da diferença tem sido questão central para os estudos de gênero e,nesse sentido, torna-se evidente pensar que a diferença, embora elaborada posteriormenteno campo social, tem como base evidente e irrecorrível a referência ao estrito domíniobiológico.

Questão 14A institucionalização dos estudos feministas e de gênero no Brasil deu-se de forma similar àsua estruturação nos Estados Unidos, estando marcada por uma radicalidade e umavinculação orgânica a alguns movimentos sociais, ocorrendo, principalmente, através dacriação de novos cursos universitários, que pretendiam impulsionar a reflexão sobre aexperiência das mulheres e as aspirações feministas.

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Questão 20A discussão em torno de gênero, para além da ideia de uma identidade fixa em torno dascategorias sexuais “homem” e “mulher”, ganha reforço com o avanço dos estudos culturaise, em especial, com as contribuições de Stuart Hall, para o qual as identidades devem servistas como não unitárias, parciais e contraditórias, marcando diferentes posições sociaisque provocam, simultaneamente, alianças e conflitos.

Questão 21No Brasil, na década de 80 do século XX, a ampla disseminação do uso do gênero comouma categoria de análise foi também uma forma de criticar como esse termo afetava opróprio conhecimento produzido pelas ciências sociais, originando uma epistemologiafeminista radical, que gerou o seu isolamento na academia.

Questão 22Estudiosas afirmam que a adoção da categoria “gênero”, em substituição aos termos “mulher”e “feminismo”, na Academia Brasileira, deu-se de maneira consensual, favorecendo aaceitação acadêmica dessa área de pesquisa, já que despolitizou uma problemática que,tendo-se originado no movimento feminista, denunciava preconceitos estabelecidos.

QUESTÕES de 23 a 29O gênero é um elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre asdiferenças sexuais percebidas entre os sexos, e o gênero é um primeiro modo dedar significado às relações de poder. [...] O gênero implica quatro elementos:primeiro, os símbolos culturalmente disponíveis que evocam representaçõessimbólicas (e com frequência contraditórias) [...]. Em segundo lugar, os conceitosnormativos que põem em evidência as interpretações do sentido dos símbolos[...]. [Em terceiro,] as instituições e a organização social, [e, por fim], o quartoaspecto do gênero é a identidade subjetiva. (SCOTT, 1990, p. 14-15).

A análise do texto e os conhecimentos sobre os estudos acerca do gênero realizadospor Joan Scott permitem afirmar:

Questão 23Na perspectiva de Scott, a construção de gênero é essencialmente um processo derepresentação social, um meio de decodificar o sentido do mundo, estabelecido,primordialmente, através da linguagem.

Questão 24O conceito de gênero desenvolvido pela autora baseia-se na valorização das relações depoder – significando que gênero não é apenas o primeiro, mas o mais importante campo designificação do poder na sociedade.

Questão 25Ao construir um modelo teórico para explicitar o modo de estruturação das relações degênero na sociedade, essa autora acaba também por oferecer um modelo operativo quedesvela não apenas o modus operandi das estruturas de dominação, mas também estratégiasde enfrentamento com vistas a uma possível mudança desse contexto.

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Questão 29Joan Scott, no texto “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”, toma de empréstimoconceitos da Psicanálise, em especial, o pensamento de Freud, e propõe uma perspectivade análise de oposições binárias.

Questão 28Para Joan Scott, os estudos sobre gênero foram construídos a partir de duas perspectivasque precisavam ser superadas: a primeira, uma abordagem essencialmente descritiva e, asegunda, uma abordagem causal, que propõe a ruptura com os quadros tradicionais daciência e a adoção de uma abordagem analítica da categoria gênero, através doestabelecimento de nexos entre múltiplos processos.

Questão 26Quando evoca a importância dos símbolos e dos conceitos normativos, a autora sinalizapara a interconexão entre essas dimensões, pois, para ela, as representações simbólicasprecisam ser compreendidas em suas modalidades e remetidas a seus contextos de produção,através de conceitos normativos, divulgados e impostos por meio das instituições.

Questão 30O conceito de gênero, consolidado no campo acadêmico, tem sido objeto de discussão daintervenção estatal e, em especial, na agenda da Organização das Nações Unidas, comrealização da IV Conferência Mundial sobre as Mulheres, em Beijing–China, em 1995, e écolocado na berlinda, persistindo o confronto entre as perspectivas universalizante e a dorelativismo cultural.

Questão 31Se, por um lado, o conceito “mulher” tem possibilitado compreender tanto a dimensão dosexo biológico quanto a construção social de gênero, por outro, o uso dessa categoriatermina por reeditar os mesmos estereótipos criados pela opressão patriarcal, isto é, acompreensão da mulher como um sujeito passivo, emocional, etc.

Questão 32As estudiosas de gênero e feminismo insistem na transversalidade de gênero nas relaçõessociais, marcando diferencialmente as experiências de homens e mulheres, no entanto,nas disputas teóricas e políticas, surgem questionamentos quanto à possibilidade daexistência de uma experiência única que aglutine todos os sujeitos que vivem a opressãode gênero sobre o conceito de “mulher”.

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Questão 27Para Scott, gênero é uma das principais formas pelas quais o poder político tem sidoconcebido, legitimado e também criticado, porque, ao tomar como referência a oposiçãomasculino-feminino, cria uma percepção de permanência, de fixidez e de oposição binária.

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Questão 33A autora defende a posição de que há grupos permanentemente mais discriminados queoutros, visto que, nessa perspectiva, a interação entre estruturas de discriminação produzcondições de dominação e subordinação permanentes, como aquelas produzidas pelacombinação do sexismo e do racismo.

Questão 34Para essa autora, a compreensão da interseção entre fatores como raça, gênero e classesocial produz uma possibilidade de análise multidimensional das relações sociais, sendoque essas dimensões, ao se reconfigurarem mutuamente, não permitem que se possapensar na existência de uma identidade única e tornam supérflua a superioridade teórica epolítica de uma dimensão sobre a outra.

QUESTÕES 33 e 34[...] a experiência da opressão sexista é dada pela posição que ocupamos numamatriz de dominação onde raça, gênero e classe social se interceptam em diferentespontos. Assim, uma mulher negra trabalhadora não é triplamente oprimida oumais oprimida do que uma mulher branca na mesma classe social, mas experimentaa opressão a partir de um lugar que proporciona um ponto de vista diferentesobre o que é ser mulher numa sociedade desigual, racista e sexista. (BAIRROS,1995, p. 461).

A análise do texto permite afirmar:

Questão 35O pensamento feminista negro é uma das principais expressões da “teoria do ponto devista feminista”, cuja principal premissa está assentada na ideia de que a adoção de umaperspectiva feminista prescinde de uma identidade comum para todas as mulheres, dondese depreende que as mulheres não compartilham da mesma opressão, mas da luta pelo fimdo sexismo.

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PROVA II — GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER

QUESTÕES de 36 a 70

INSTRUÇÃO:

Para cada questão, de 36 a 70, marque na coluna correspondente da Folha deRespostas:

V, se a proposição é verdadeira;F, se a proposição é falsa.

A resposta correta vale 1 (um ponto); a resposta errada vale −0,5 (menos meioponto); a ausência de marcação e a marcação dupla ou inadequada valem 0 (zero).

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Questão 36A política deve ser identificada, exclusivamente, com a política institucionalizada, que tempor referência o Estado.

Questão 37Os indivíduos são todos seres políticos, na medida em que são seres sociais queestabelecem, entre si, relações de poder.

Questão 38A política e, por consequência, o poder são exercidos sobre os indivíduos por aqueles queos detêm, tornando-os, assim, meros objetos do exercício desse poder político.

Questão 39A não participação política, ou seja, a omissão, se constitui um ato político, pois implica,ainda que indiretamente, a manutenção de uma situação vigente.

Questão 40As ideias que levam à noção de cidadania, como os ideais de liberdade, são oriundas doImpério Romano.

Questão 42Os antigos entendiam democracia como representativa apenas, isto é, o termo significavao poder dos representantes do demos — povo.

Questão 43Para os modernos, democracia significa o que a palavra designa literalmente: poder dopovo, ou seja, os cidadãos são chamados para decidir, diretamente, tudo o que lhes dizrespeito.

QUESTÕES de 41 a 47Em relação ao conceito de democracia e o que ela representa, é correto afirmar:

Questão 41A perspectiva da transversalidade de gênero é um enfoque que prevê a inclusão das políticasdirigidas somente às mulheres no conjunto de ações do governo, seja nacional, estadualou municipal.

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Questão 48No decorrer do tempo e nos diversos cantos do mundo, as mulheres, pensadas como gruposocial específico, carregam longa história de exclusões, privações, discriminações, opressões,todas vivenciadas da mesma forma.

Questão 49A realidade política das mulheres compromete a atual democracia brasileira, uma vez quesuas possibilidades e horizontes ficam limitadas.

Questão 50A histórica situação de discriminações e opressões vividas pelas mulheres agrava-se quandose trata de mulheres negras, idosas e lésbicas.

Questão 51Sobre esses movimentos, são duas as suas fases históricas significativas.

Questão 52No Brasil, a primeira fase significativa da luta organizada das mulheres foi a conquista dodireito de votar e de ser votada, ocorrida na primeira metade do século XX.

Questão 45Sendo muitas as definições de democracia, Norberto Bobbio prefere utilizar uma definiçãosintética, qual seja, o “poder em público”.

Questão 46Essa definição-síntese de Bobbio — “poder em público” — quer dizer, unicamente, que opúblico que precisa da democracia é aquele composto por pessoas que sabem o que querem.

Questão 44Na passagem da democracia dos antigos para a representativa dos modernos, desaparecea exigência de “visibilidade” do poder.

Questão 47Uma sociedade democrática deve ter por fundamento o pacto de não violência de cada um,individualmente, com os demais componentes do grupo e a obediência às decisões coletivastomadas pelo próprio grupo, conforme regras previamente estabelecidas.

QUESTÕES de 48 a 50Sobre as situações vivenciadas pelas mulheres, no decorrer da história, é correto

afirmar:

QUESTÕES de 51 a 53Em relação aos movimentos de mulheres, no Brasil, na luta pela democracia, é

correto afirmar:

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Questão 55A bandeira “O pessoal é político”, levantada pelo movimento feminista brasileiro, refere-seà necessidade de separação entre o público e o privado, à valorização privilegiada doespaço público, que é exclusivo para se fazer política.

Questão 56Já a bandeira “Nossos corpos nos pertencem” aponta, também, para o enfrentamento deinstituições públicas, como o Estado e a Igreja, que, historicamente, se propõem a controlare a regular o corpo das mulheres.

Questão 57O debate sobre democracia é importante, mas necessita de limites, pois não se podequestionar a própria forma como se realiza essa democracia, nem inventar novas formas deconcretizá-la.

Questão 58A democracia é fundamental, pois abre espaços para o questionamento e a crítica da ordemsocial vigente e supõe a noção de direitos individuais, promovendo identidades.

Questão 59Historicamente, as esferas pública e privada têm sido pensadas como equivalentes aossexos masculino e feminino, relacionando o público e a política com homens, e o privado, odoméstico e a casa com as mulheres.

Questão 60No século XIX, graças ao argumento da “utilidade social” — mais moderno e igualitário —,tem-se a possibilidade de demonstrar a complementaridade dos sexos masculino e feminino,para o bem de toda a sociedade, através das suas qualidades inatas.

Questão 61A primeira tentativa de explicar, de forma sistematizada, longe dos biologismos, as causasda condição subalterna da mulher nas sociedades modernas foi feita por Max Weber.

Questão 53A segunda fase significativa desse movimento feminista se refere a sua internacionalizaçãocada vez mais expressiva e suas articulações e conexões com os demais movimentos sociais.

Questão 54Nas décadas de 60 e 70 do século passado, nos países da América Latina, entre eles oBrasil, duas grandes bandeiras são levantadas pelo movimento feminista: “O pessoal épolítico” e “Nossos corpos nos pertencem”.

Questão 62Para Karl Marx e Friedrich Engels, a situação de opressão vivida pelas mulheres é produtodo estabelecimento da propriedade privada e do consequente papel de reprodução queassumem dentro da família.

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Questão 70A democratização da própria institucionalidade política do Estado exige uma incorporaçãodas discussões e contribuições trazidas pela sociedade civil organizada, o que inclui omovimento feminista.

Questão 68Cidadania é mais do que vivência de direitos, é a própria possibilidade de discutir taisdireitos.

Questão 69A discussão e o enfrentamento das questões de gênero, no campo das políticas públicas,foi uma estratégia descartada na Plataforma de Ação elaborada na quarta ConferênciaMundial sobre a Mulher, realizada pelas Nações Unidas em Beijing — China, em 1995.

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Questão 65As teóricas feministas radicais pontuaram a ideia de que a subordinação da mulher nascecom o capitalismo, bastando a socialização dos meios de produção para mudar essa situação.

Questão 66Pesquisas desenvolvidas por historiadoras, antropólogas, entre outras, demonstram quenão se pode afirmar um completo isolamento das mulheres em relação aos processos departicipação social, pois há registros de que elas têm desenvolvido ações em espaçospúblicos, tais como a comunidade, a vizinhança, a rua e a fábrica.

Questão 67O projeto moderno de cidadania excluiu as mulheres, pois foi pensado por e para homensbrancos.

Questão 64Teóricas feministas buscaram, nos conceitos de poder e dominação patriarcal desenvolvidospor Max Weber, base para uma explicação da subordinação feminina.

Questão 63É o feminismo da década de 30 do século XX que favorece o questionamento radical daforma como as relações de gênero estão estruturadas.

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PROVA DE REDAÇÃO

INSTRUÇÕES:

— se afastar do tema proposto;— for apresentada em forma de verso;— for assinada fora do local apropriado;— apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificação do candidato;— for escrita a lápis, em parte ou na sua totalidade;— apresentar texto incompreensível ou letra ilegível.

Os textos a seguir devem servir como ponto de partida para a sua Redação.

• Escreva sua Redação com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara elegível.

• Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maiúsculas.• O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Questões.• Na Folha de Resposta, utilize apenas o espaço a ela destinado.• Será atribuída a pontuação ZERO à Redação que

I.

— Quanto ainda há de Jorge Amado na Bahia de hoje?

Resposta:

— Muito e pouco. A literatura amadiana é movida por um pensar e reinventar a Bahia.Mestiçagem, sincretismo, é a Bahia de suas páginas. E é uma Bahia real. Jorge Amado nãotraduz uma Bahia que não existe. Mas existem várias Bahias. E Jorge começou a escreverna primeira metade do século passado. Havia uma necessidade e até uma urgência demapear e entender o que se via. No entanto, nenhuma cultura é estática. O que se vêtambém muda. Não existe uma identidade única, nem definitiva, pois se trata de um processodinâmico. [...]

LEITE, Gildeci. “Não existe uma Bahia, mas várias Bahias.” MUITO. Revista Semanal do Grupo A Tarde. Salvador, n. 204,p. 8. 26 fev. 2012. Entrevista dada a Eron Rezende, Grupo A Tarde.

II.

O tema da identidade cultural é muito mal resolvido no campo da Antropologia e nocampo da Sociologia. A gente tem, às vezes, até uma certa rejeição à maneira como aquestão da identidade é colocada. Na Antropologia, nós falamos de identidade de umamaneira sempre relacional, opositiva, chamando atenção para contrastes, chamando atençãopara um jogo constante de oposições que ligam grupos entre si, e negamos muito a ideia deque haja uma substância de um grupo social que o caracteriza de uma vez por todas. Nãoacreditamos, por exemplo, numa coisa como baianidade, como uma essência, como umacoisa já dada: numa coisa como brasilidade, que escape ao jogo das oposições que nós

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fazemos entre nossas características e características outras. Eu não gosto muito de abordara temática da identidade cultural, porque, em nome da identidade cultural, se fala muitabobagem. [...]

SERRA,Ordep. Identidade e reflexão crítica. In: Carnaval e identidade cultural na Bahia, hoje. Seminários de Carnaval (2.:1998: Salvador, Ba.) Seminários de Verão II. Folia universitária/Pró-Reitoria de Extensão da UFBA. Salvador, 1999.

PROPOSTA: A partir das ideias contidas nos fragmentos apresentados, produza um textoargumentativo-dissertativo, analisando criticamente a ideia de que

“Não existe uma Bahia, mas várias Bahias.”

OBSERVAÇÕES:

— Discuta a questão da baianidade vinculada à problemática da cultura nacional e à existência, ounão, de uma singularidade.

— Embase seus argumentos em conhecimentos e reflexões sobre a Bahia de ontem e a de hoje.

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R A S C U N H O

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REFERÊNCIAS

Questões 08 e 09BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5. ed. 1. Fatos e mitos. Tradução: Sérgio Milliet. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 1980.

Questões de 23 a 29SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Educação e Realidade,Porto Alegre, v. 16, n. 2, jul-dez.,1990.

Questões 33 e 34BAIRROS, L. Nossos feminismos revisitados. Revista Estudos Feministas. Rio de Janeiro:Instituto de Filosofia e Ciências Sociais — IFCS/UFRJ — Programa de Pós-Graduação emCiências Sociais — PPCIS-UFRJ. v. 3, n. 2, 2o sem. 1995.

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