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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX DE 2019 Dispõe Sistema Simplificado de Licenciamento e Controle Ambiental de Mangaratiba (SSILCAM) e dá outras providências no âmbito do Município de Mangaratiba. Considerando os artigos 170, VI e 179 da Constituição da República Federativa do Brasil que versa: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX DE 2019

Dispõe Sistema Simplificado de

Licenciamento e Controle Ambiental de

Mangaratiba – (SSILCAM) e dá outras

providências no âmbito do Município de

Mangaratiba.

Considerando os artigos 170, VI e 179 da Constituição da República

Federativa do Brasil que versa:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência

digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes

princípios:

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento

diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e

de seus processos de elaboração e prestação

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim

definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a

incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,

tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou

redução destas por meio de lei.

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Considerando a lei 13.874/2019, que institui a Declaração de Direitos de

Liberdade Econômica, que estabelece normas de proteção à livre iniciativa e

ao livre exercício de atividade econômica e disposições sobre a atuação do

Estado como agente normativo e regulador, nos termos do inciso IV do

caput do art. 1º, do parágrafo único do art. 170 e do caput do art. 174 da

Constituição Federal., que em seu artigo 1º, § 6º versa:

§ 6º Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se atos públicos de

liberação a licença, a autorização, a concessão, a inscrição, a permissão,

o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o plano, o registro e os

demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou

entidade da administração pública na aplicação de legislação, como

condição para o exercício de atividade econômica, inclusive o início, a

continuação e o fim para a instalação, a construção, a operação, a

produção, o funcionamento, o uso, o exercício ou a realização, no

âmbito público ou privado, de atividade, serviço, estabelecimento,

profissão, instalação, operação, produto, equipamento, veículo,

edificação e outros.

Considerando a resolução 42 do CONEMA que Dispõe sobre as atividades

que causam ou possam causar impacto ambiental local, fixa normas gerais

de cooperação federativa nas ações administrativas decorrentes do exercício

da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis,

à proteção do meio ambiente e ao combate à poluição em qualquer de suas

formas, conforme previsto na Lei Complementar nº 140/2011, e dá outras

providências.

Considerando o artigo 261 da lei 1209/2019 que diz que caberá ao titular da

pasta ambiental a implementação de Instruções Normativas (INs) que

regulamentem procedimentos contidos neste Código ambiental e na gestão

pública ambiental municipal.

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O SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE DE MANGARATIBA no uso das

atribuições que lhe conferem o art. 261 da Lei Municipal 1209 de 06 de junho

de 2019, resolve:

Art. 1° Dispõe Sistema Simplificado de Licenciamento e Controle Ambiental

de Mangaratiba – (SSILCAM) e dá outras providências no âmbito do

Município de Mangaratiba.

Art. 2°. O licenciamento e os demais procedimentos de controle ambiental

destinam-se a avaliar apenas os aspectos relativos aos impactos ambientais

do empreendimento ou atividade.

Art. 3º. As informações prestadas pelos empreendedores e pelos

responsáveis técnicos nos processos de licenciamento e nos demais

procedimentos de controle ambiental gozam de presunção de boa-fé e de

legitimidade.

Parágrafo Único. Os casos de omissão de informações necessárias ou de

prestação de informações falsas implicam responsabilização civil,

administrativa e penal previstas na legislação vigente, devendo o órgão

ambiental, se for o caso, comunicar a prática de conduta infracional ao

respectivo Conselho de Classe no qual o técnico se encontre registrado, sem

prejuízo da comunicação aos demais órgãos de controle para adoção das

medidas cabíveis.

CONTROLE BASEADO NO DESEMPENHO:

Art. 4º. O órgão ambiental competente buscará estabelecer, como regra

geral, a adoção de indicadores de desempenho, ao invés de meios para

atingi-los, em respeito ao princípio da livre iniciativa.

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§ 1° A definição de indicadores, com base em padrões ambientais, levará

em conta as melhores alternativas tecnológicas disponíveis que não

impliquem custos excessivos.

§ 2° Aos padrões ambientais será dada publicidade, na forma de

regulamento específico, preferencialmente por meio de portal eletrônico.

§ 3° Após a concessão dos instrumentos do SSILCAM, os indicadores

poderão ser alterados justificadamente pelo órgão ambiental, desde que seja

viabilizado ao empreendedor prazo razoável, definido pelo órgão ambiental,

para as respectivas adaptações, em respeito às legítimas expectativas e à

continuidade da atividade econômica, em decorrência, entre outras razões:

I – dos avanços tecnológicos;

II – da redução dos custos das melhores tecnologias disponíveis;

III – da evolução científica;

IV – do avanço do diagnóstico e do prognóstico sobre o empreendimento e

sobre os impactos sinérgicos e cumulativos em razão de outros

empreendimentos e atividades.

O CONTROLE BASEADO EM ESTATÉGIA

Art. 5º. A qualificação de empreendimentos ou atividades como estratégicos,

os quais terão prioridade e celeridade na tramitação, leva em conta a sua

importância ambiental, econômico-financeira e/ou social, tendo como

parâmetros, em conjunto ou isoladamente:

I – impacto ambiental positivo;

II – potencial de geração de empregos;

III – potencial para fomento da economia;

IV – inclusão socioambiental da população local;

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V – potencial de incremento de arrecadação tributária Município de

Mangaratiba;

VI – Melhoria da infra-estrutura pública, notadamente daquela prevista em

planos de saneamento básico e resíduos sólidos.

§ 1° O enquadramento de um empreendimento ou atividade como

estratégico é de competência exclusiva do Prefeito de Mangaratiba e do

Secretário de Meio Ambiente, devendo o ato de enquadramento,

devidamente fundamentado, ser comunicado à SMMA, quando indicado

pelo Prefeito.

§ 2° A celeridade e a prioridade previstas neste artigo não implicarão

diminuição da tutela ambiental nem da intensidade do controle estatal.

§ 3° A natureza estratégica do empreendimento ou atividade deve ser

facilmente perceptível nos autos físicos ou eletrônicos referentes aos

respectivos licenciamentos e demais processos de controle ambiental.

§ 4° Os empreendimentos ou atividades qualificados na forma deste artigo

devem integrar o Cadastro Municipal de Empreendimentos e Atividades

Estratégicos – CMAE, a que se dará publicidade, preferencialmente por

portal eletrônico.

DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Art. 6º. Por ser o licenciamento ambiental procedimento autodeclaratório,

será necessário que o requerente assine Termo de Ciência constante no

anexo II desta Instrução Normativa, declarando estar ciente de que as

informações prestadas no Processo Administrativo são de sua inteira

responsabilidade, cabendo sanções previstas em Lei no caso de falsidade de

documentação;

Art. 7º. Nos casos de responsabilidade técnica sobre algum empreendimento

ou estudo, o responsável técnico sofrerá as sanções cabíveis no caso de falsas

informações, ficando a cargo desta Secretaria de Meio Ambiente comunicar

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ao respectivo Conselho de classe tal Crime. Também será necessária a

assinatura do Termo de Ciência pelo Responsável técnico;

Art. 8º. No licenciamento ambiental de atividades de baixo impacto, é

facultativa a vistoria in loco para emissão da licença, ficando o requerente

obrigado a anexar relatório fotográfico do local, além dos documentos

pedidos no anexo I, entretanto documentos adicionais poderão ser

requeridos caso esta SMMA entenda ser pertinente.

Art. 9º. No licenciamento ambiental de construções e legalizações, é

facultativa a vistoria in loco para emissão da licença, ficando o requerente

obrigado a anexar relatório fotográfico do local, além dos documentos

pedidos no anexo I, se assim for pertinente.

Art. 10. A vistoria in loco será facultativa no caso da apresentação do

Relatório Fotográfico Declarado onde o requerente será o responsável pela

emissão deste relatório, sendo necessário o apontamento das laterais, fundos

e frente do imóvel indicando o arruamento e pontos de iluminação pública.

Art. 11. Cada atividade será enquadrada pelo seu potencial poluidor sendo

considerados fatores para enquadramento:

I – a natureza da atividade e a classificação da magnitude de impactos;

II – a sua localização, considerando o Plano Diretor e o Zoneamento do

Município de Mangaratiba.

III – o histórico de adequação do empreendedor às normas ambientais e de

sua relação com os órgãos estaduais de controle ambiental.

§ 1° O enquadramento de um empreendimento ou atividade como sensível

é de competência exclusiva da Secretaria de Meio Ambiente de Mangaratiba,

sob provocação de qualquer de seus integrantes, respaldado em

discricionariedade técnica motivada.

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§ 2° Os empreendimentos ou atividades qualificados como ambientalmente

sensíveis estão sujeitos a análise mais detalhada do licenciamento e dos

demais procedimentos de controle ambiental.

§ 3° Os empreendimentos qualificados na forma deste artigo devem integrar

o Cadastro Municipal de Empreendimentos Ambientalmente Sensíveis –

CAMEASE, a que se dará publicidade, preferencialmente por portal

eletrônico.

Art. 12. Somente será liberada a devida licença após assinatura do termo de

medida compensatória ou mitigadora nos termos do capítulo XVI da Lei

Municipal 1209/2019.

Art. 13. A Licença Ambiental Integrada (LAI) é concedida antes de se iniciar

a implantação do empreendimento ou atividade e o órgão ambiental, em

uma única fase, atesta a viabilidade ambiental, locacional e autoriza a

implantação de empreendimentos ou atividades, estabelecendo as condições

e medidas de controle ambiental.

§ 1º Quando houver necessidade, a critério dos técnicos da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente, serão solicitados estudos de impacto

ambiental e impacto da vizinhança para o empreendimento.

I - Quando couber e a critério dos Técnicos desta Secretaria, poderão ser

solicitados outros estudos pertinentes para cada tipo de empreendimento.

§2º Nas hipóteses em que a atividade ou empreendimento estejam sujeito ao

Relatório Ambiental Simplificado - RAS poderá ser realizada Reunião

Técnica Informativa - RTI.

§ 3º Dentro de seu prazo de validade, a LAI poderá autorizar a pré-

operação, pelo prazo máximo de 6 (seis) meses, visando à obtenção de dados

e elementos de desempenho necessários para subsidiar a concessão da

Licença Ambiental Comunicada.

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§ 4º O prazo de vigência da LAI é, no mínimo, o estabelecido no

cronograma de instalação e, no máximo, de 08 (oito) anos.

§5º Caso seja do interesse do empreendedor, ele poderá optar pelo

licenciamento trifásico convencional.

Art. 14. A Licença Ambiental Comunicada (LAC) será concedida mediante a

apresentação dos documentos exigíveis, e, em uma única fase, atestará a

viabilidade ambiental, aprovando a localização, autorizando a instalação e a

operação de empreendimento ou atividade classificado como de baixo

impacto ambiental.

§1° Os empreendimentos e atividades que obtiverem a LAC deverão

integrar o Cadastro Municipal de Empreendimentos e Atividades com

Licença Ambiental Comunicada (CMELAC), a que se dará publicidade,

preferencialmente, por portal eletrônico.

§ 2º O prazo de vigência da LAC é de até 5 (cinco) anos.

§ 3º A LAC não se aplica às atividades e empreendimentos que:

I – tenham iniciado ou prosseguido na instalação ou operação sem a devida

autorização do órgão ambiental;

II – tenham sido desmembrados para fins de enquadramento no presente

dispositivo;

III – estejam inseridos em unidade de conservação de proteção integral e/ou

respectiva zona de amortecimento, bem como em áreas restritivas de

unidades de conservação de uso sustentável, de acordo com o respectivo

plano de manejo;

IV – necessitem, para sua implantação ou operação, de Outorga de Direito

de Uso de Recursos Hídricos, salvo se a atividade ou empreendimento já

tiver a respectiva outorga no momento de requerimento da LAC;

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V – necessitem de Autorização Ambiental para supressão/intervenção em

Área de Preservação Permanente e/ou de Autorização Ambiental para

supressão de espécies nativas do bioma Mata Atlântica;

VI – estejam operando em área comprovadamente contaminada;

VII – outras hipóteses previstas em regulamento.

§ 4º A SMMA não realizará vistoria prévia para empreendimentos e

atividades que requeiram a LAC, sem prejuízo de fiscalização posterior por

amostragem.

§ 5º A LAC será concedida, preferencialmente, eletronicamente, após

inserção da documentação exigida no sistema e preenchimento de termo de

ciência, Anexo II, pelo empreendedor e responsável técnico, que atesta a

veracidade e responsabilização das informações prestadas.

§ 6º A critério da SMMA, nos casos de responsabilidade técnica, a licença

será enviada aos Respectivos conselhos de classe do responsável técnico;

§ 7° A implementação do licenciamento ambiental por meio da LAC se dará

de forma gradual, por tipologia, conforme regulamento

ESTUDOS AMBIENTAIS:

Art. 15. Os empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento

ambiental dependerão da elaboração de estudo ambiental, apresentados na

fase destinada a atestar a sua viabilidade ambiental e locacional.

§1° O órgão ambiental competente poderá exigir estudos a depender de

cada tipo de empreendimento e o local onde está inserido. No caso de falta

de regulamento técnico municipal, os técnicos poderão utilizar os estudos

baseados no órgão estadual licenciador;

§2° Os estudos ambientais referidos nos incisos do parágrafo anterior

poderão contemplar outros estudos específicos previstos em regulamento,

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de acordo com definição da Instrução Técnica (Padrão ou Específica)

elaborada pela SMMA.

§3° Os estudos ambientais relativos às demais fases do licenciamento, bem

como para os demais procedimentos de controle ambiental, serão definidos

em regulamento específico.

DOS ÓRGÃOS INTERVENIENTES:

Art. 16. O licenciamento ambiental independe de comprovação da

dominialidade da área do empreendimento ou atividade a ser licenciado, da

certidão expedida pelo Município atestando a conformidade do

empreendimento ou atividade à legislação municipal de uso e ocupação do

solo, assim como de licenças, autorizações, certidões ou outorgas de outros

órgãos em qualquer nível de governo, ressalvadas as hipóteses previstas no

art. 17 desta Instrução Normativa.

§ 1° O disposto no caput não desobriga o empreendedor de atender à

legislação federal, estadual e municipal, bem como de possuir as necessárias

autorizações para o exercício da sua atividade.

§ 2° A necessidade de obtenção das demais autorizações, da certidão do uso

e ocupação do solo, bem como a necessidade de comprovar a conformidade

relativa à questão dominial, constará como restrição da licença ambiental e

dos demais instrumentos de controle ambiental.

DOS ÓRGÃOS INTERVENIENTES:

Art. 17. A manifestação dos órgãos intervenientes será obrigatória nas

seguintes situações:

I – Órgãos gestores do Sistema Nacional das Unidades de Conservação:

quando o empreendimento ou atividade de significativo impacto ambiental,

de acordo com o EIA/Rima, afetar unidade de conservação específica ou sua

zona de amortecimento, nos termos do art. 36, § 3º, da Lei Federal nº 9.985,

de 18 de julho de 2000;

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II – Fundação Nacional do Índio – Funai: quando na área de influência

direta do empreendimento ou atividade existir terra indígena homologada,

nos termos do art. 6º da Convenção nº 169 da Organização Internacional do

Trabalho – OIT sobre Povos Indígenas e Tribais, adotada em Genebra, em 27

de junho de 1989, promulgada pelo Decreto Federal nº 5.051, de 19 de abril

de 2004;

III – Fundação Cultural Palmares – FCP: quando na área de influência direta

do empreendimento ou atividade existir terra quilombola delimitada por

portaria de reconhecimento do Incra;

IV – Demais situações exigidas por força de lei.

Art. 18. Os intervenientes referidos no artigo anterior devem apresentar

manifestação única e conclusiva no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da

data de recebimento da solicitação do órgão ambiental licenciador.

§ 1º Na hipótese do inciso I do artigo anterior, a manifestação deve

restringir-se aos impactos do empreendimento ou atividade na unidade de

conservação potencialmente afetada.

§ 2º A ausência ou a intempestividade da manifestação do interveniente

não obsta o andamento do licenciamento.

§ 3º No caso de a manifestação do interveniente incluir propostas de

condicionantes, elas devem estar acompanhadas de justificativa técnica, apta

a evitar, mitigar ou compensar impactos ambientais negativos do

empreendimento ou atividade, cabendo ao órgão ambiental licenciador

rejeitar motivadamente aquelas que sejam desproporcionais, desarrazoadas

ou inexequíveis.

§ 4° A SMMA poderá celebrar acordo de cooperação técnica com os órgãos

intervenientes a fim de racionalizar procedimentos do licenciamento

ambiental.

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Art. 19. Os demais órgãos e instituições públicas e privadas podem

manifestar-se ao órgão responsável pela licença, de maneira não vinculante,

respeitados os procedimentos do licenciamento ambiental.

Art. 20. A Autorização Ambiental Comunicada – AAC é o ato administrativo

mediante o qual se autoriza a execução de obras ou atividade públicas em

decorrência de emergência ou calamidade pública que demandem urgência

de atendimento em situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a

segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos

ou particulares, conforme disposto em regulamento.

§ 1° Deverá constar no requerimento de AAC ato do chefe do

executivo, fundamentado com laudo da Defesa Civil, atestando a situação de

emergência ou calamidade pública.

§ 2° A AAC será concedida com prazo máximo e improrrogável de 6

(seis) meses.

§ 3° Diante da impossibilidade de execução de obras ou atividade

públicas no prazo do § 2º, deverá ser requerida licença ambiental ou demais

instrumentos do SSILCAM, com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias

antes do término do prazo da AAC.

DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA NA PÓS-LICENÇA,

FISCALIZAÇÃO, MEDIDAS DE POLÍCIA E SANÇÕES

Art. 21. As atividades e empreendimentos detentores dos instrumentos

SSILCAM estarão sujeitos à ação de pós-licença, consistente na verificação

do cumprimento das condições e restrições estabelecidas no instrumento de

controle ambiental, quando couber, sem prejuízo do disposto no artigo

seguinte.

Art. 22. Será criado o Subsetor de pós-licenciamento, subordinado ao setor

de fiscalização ambiental, no qual será responsável por toda fiscalização das

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condicionantes das Licenças emitidas no âmbito de Mangaratiba, sem

prejuízo as demais legislações pertinentes.

Parágrafo único - Após a obtenção da devida Licença, haverá a abertura de

processo administrativo distinto no qual haverá os dados do requerente e a

cópia da Licença, no qual ficará a cargo do setor de pós-licença para

fiscalização.

Art. 23. A atividade de fiscalização levará em conta e será diretamente

proporcional ao risco e à magnitude dos impactos ambientais adversos dos

empreendimentos ou atividades, considerando a probabilidade de

consumação de dano ambiental e/ou a sua gravidade.

§1º. Os empreendimentos ou atividades qualificados como ambientalmente

sensíveis a que se refere o art. 18 estão sujeitos a fiscalização

preferencialmente periódica.

§2°. Os empreendimentos e atividades que obtiverem a LAC estarão

sujeitos à fiscalização por amostragem.

Art. 24. A atividade de fiscalização e de aplicação de sanções observará,

seqüencialmente e se as circunstâncias do caso concreto assim o permitirem,

as seguintes diretrizes ao constatar inconformidades:

I – persuasão: por meio do diálogo e recomendação de correção da sua

conduta ou atividade operacional, bem como orientação quanto ao

compliance;

II – sanções pecuniárias: multa simples e multa diária;

III- sanções restritivas de direitos.

Parágrafo Único. A persuasão não importa, em qualquer caso, na

impossibilidade da autoridade administrativa aplicar a sanção, bem como as

medidas de polícia cabíveis necessárias diante do descumprimento da

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legislação ambiental, observada a especificidade de cada situação

infracional.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS:

Art. 25. Regulamentos específicos serão editados a fim de disciplinar

aspectos desta Instrução Normativa, inclusive quanto aos custos de análise

dos instrumentos do SSILCAM, critérios de sustentabilidade, entre outros.

Art. 26. Os procedimentos relativos a licenças e aos demais instrumentos de

controle ambiental atualmente em curso poderão ser convertidos nos novos

instrumentos previstos nesta Instrução Normativa.

Art. 27. A Licença Ambiental Simplificada (LAS), a Licença Prévia e de

Instalação (LPI) e a Licença de Instalação e de Operação (LIO), ora extintas,

permanecerão válidas com seus respectivos regimes jurídicos até o seu

termo final.

Art. 28. Esta Instrução Normativa começa a vigorar na data da sua

publicação, revogadas as disposições em contrário.

Mangaratiba, 17 de julho de 2019.

Antônio Marcos Barreto

Secretário Municipal de Meio Ambiente

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ANEXO 1

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA LICENÇA AMBIENTAL COMUNICADA (LAC)

Documentos gerais

1. Requerimento para abertura do processo administrativo, preenchido e

assinado pelo proprietário/representante legal ou técnico responsável.

2. Caso pessoa jurídica, Contrato Social, CNPJ, procuração dos representantes

legais e cópia dos documentos dos representantes.

3. Caso pessoa física, Cópia dos documentos e do comprovante de residência

dos representantes.

4. Documento que comprove posse do Imóvel.

5. Caso locação, Contrato de locação e documento comprovando posse do

Imóvel pelo locatário.

6. Comprovação da concessionária de energia ou água.

7. Termo de ciência do requerente.

Documentos técnicos

1. Memorial descritivo da atividade informando acessos, endereço, Bairro, Município, Áreas das edificações a serem instaladas e existentes, área impermeabilizada do terreno, cronograma de execução da obra e relatório fotográfico.

2. Planta básica do empreendimento, assinada pelo responsável técnico com todas as áreas a serem construídas e já existentes.

3. Em caso de corte de árvore, deve ser anexado documento solicitando vistoria para corte. Um inventário florestal será exigido quando o número de árvores for igual ou superior a 8 indivíduos arbóreos.

4. Em caso de corte de pedra ou talude, um memorial descritivo deve ser entregue contemplando a metodologia da atividade, volume retirado e destinação final do material manejado.

5. Anotação de Responsabilidade técnica (ART OU RRT) pela execução do projeto, emitido pelo respectivo conselho de classe, CREA ou CAU.

6. Imagem do Google Earth indicando local do empreendimento, com pontos de referência, para vistoria no local.

7. Certidão de Zoneamento. 8. Relatório Fotográfico Declarado, apontando toda a área do empreendimento

e a frente do empreendimento.

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ANEXO II

TERMO DE CIÊNCIA

Eu, <nome do interessado>, CPF nº <nº do CPF>, RG nº <nº do RG>, emitido por <nome do

órgão emissor>, declaro sob as penas da Lei e de responsabilização administrativa, civil e

criminal, que:

(i) todas as informações prestadas a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no requerimento

de licenciamento ambiental e nos documentos e estudos apresentados são verdadeiras,

estando em consonância com a legislação vigente.

(ii) estou ciente de que a prestação de informações falsas ou distorcidas, bem como a omissão

de qualquer informação ou documento no processo de licenciamento incidirá, além da

responsabilização administrativa, civil e criminal, no indeferimento do requerimento em

trâmite ou no cancelamento do documento do Sistema de Licenciamento Ambiental emitido.

Rio de Janeiro, _____ de __________________ de __________. ________________________ Nome: CPF: RG: Órgão Emissor: