21
1. Introdução Os vidros estão massivamente presentes em nosso cotidiano, seja por meio de embalagens, esquadrias, fachadas de casas e edifícios e na arte. Em nosso ramo de atuação, ou seja, na construção civil, suas aplicações são inúmeras podendo garantir mais luminosidade, transparência, segurança, acabamento e decoração. Comercialmente encontrado em diversos formatos, composições, cores, tipos e sob as mais variadas formas de produtos, contudo, sua escolha deve ser criteriosa. Na escolha deve-se observar e relacionar os mais diversos pontos, como por exemplo, tipo, funcionamento, dimensões, especificações do fabricante e aplicação a qual se destina, atentando-se sempre às normas técnicas a que são submetidas e se os fabricantes possuem as certificações da ISO. 2. Origem do vidro Fenícios, egípcios, persas, romanos, bizantinos, chineses. São numerosos os povos que disputam o privilégio da descoberta e da fabricação do vidro na antiguidade. Embora não exista dados precisos de sua origem, alguns historiadores afirmam que a descoberta do vidro ou cristal, como foi chamado, foi feita pelos fenícios em uma praia do Mediterrâneo, no litoral do Líbano atual, mais de 2000 anos antes da era cristã, quando estes improvisaram uma fogueira utilizando blocos de salitre e soda e, algum tempo depois, notaram que do fogo escorria uma substância brilhante que se solidificava imediatamente Mas, conforme pesquisas arqueológicas, o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da era cristã como mostram os objetos cerimoniais e adornos encontrados dentro de tumbas de faraós, em pirâmides do Egito. Ainda na era cristã, próximo ao ano 100, as técnicas de fabricação se desenvolveram, quando os sírios inventaram a técnica do vidro soprado desenvolvendo a atividade

Integrador - Vidro

Embed Size (px)

DESCRIPTION

vidro

Citation preview

Page 1: Integrador - Vidro

1. Introdução

Os vidros estão massivamente presentes em nosso cotidiano, seja por meio de embalagens, esquadrias, fachadas de casas e edifícios e na arte.

Em nosso ramo de atuação, ou seja, na construção civil, suas aplicações são inúmeras podendo garantir mais luminosidade, transparência, segurança, acabamento e decoração.

Comercialmente encontrado em diversos formatos, composições, cores, tipos e sob as mais variadas formas de produtos, contudo, sua escolha deve ser criteriosa. Na escolha deve-se observar e relacionar os mais diversos pontos, como por exemplo, tipo, funcionamento, dimensões, especificações do fabricante e aplicação a qual se destina, atentando-se sempre às normas técnicas a que são submetidas e se os fabricantes possuem as certificações da ISO.

2. Origem do vidro

Fenícios, egípcios, persas, romanos, bizantinos, chineses. São numerosos os povos que disputam o privilégio da descoberta e da fabricação do vidro na antiguidade.

Embora não exista dados precisos de sua origem, alguns historiadores afirmam que a descoberta do vidro ou cristal, como foi chamado, foi feita pelos fenícios em uma praia do Mediterrâneo, no litoral do Líbano atual, mais de 2000 anos antes da era cristã, quando estes improvisaram uma fogueira utilizando blocos de salitre e soda e, algum tempo depois, notaram que do fogo escorria uma substância brilhante que se solidificava imediatamente

Mas, conforme pesquisas arqueológicas, o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da era cristã como mostram os objetos cerimoniais e adornos encontrados dentro de tumbas de faraós, em pirâmides do Egito.

Ainda na era cristã, próximo ao ano 100, as técnicas de fabricação se desenvolveram, quando os sírios inventaram a técnica do vidro soprado desenvolvendo a atividade vidreira, melhorando a qualidade e a diversidade dos produtos, principalmente na fabricação de frascos e garrafas, difundindo essa técnica pelo mediterrâneo, pela Europa ocidental e Oriente.

Com a expansão da atividade vidreira, diversas províncias e cidades do Império Romano se transformaram em centros de produção e comércio de utensílios domésticos, objetos de decoração, adornos, que eram mais fáceis de fabricar com a técnica do sopro em molde. O uso de vidros nas janelas eram restritas as casas patrícias e as igrejas, devido a sua complexidade da produção naquela época

3. Desenvolvimento

Com o domínio da técnica do sopro, os romanos passaram a usar o vidro combinado com o ferro e o chumbo, melhorando sua produção, que agora se destacava com os vasos ornamentais e os mosaicos, que seriam fundamentais para a arte dos vitrais.

Page 2: Integrador - Vidro

Durante parte da idade média, devido a algumas instabilidades, muitos vidreiros se refugiaram em Constantinopla, onde tiveram influência árabe e helenística, e com isso alcançaram a excelência em produção de vidros coloridos. A partir do século 13, Veneza torna-se o grande centro vidreiro europeu, mais precisamente na Ilha de Murano, onde produziam vasos, frascos, garrafas, copos, compoteiras, espelhos, lentes e chapas de vidro que eram distribuídas por toda a Europa.

O alto desempenho da produção em Veneza, impulsionou outros centros de produção, que vieram a desenvolver novas técnicas de sopro que possibilitava a fabricação de chapas de vidro, que mesmo ainda sendo imperfeitas por sua ondulação e grande variação na cor, tamanho e espessura, eram bastantes utilizadas nos vitrais das catedrais góticas, dos quais se destacavam, principalmente, França, Alemanha, Bélgica e Boêmia.

Com a Renascença e o princípio da Era Industrial, novas pesquisas referentes ao processo produtivo e aos equipamentos são elaboradas, em prol da busca do vidro perfeito, que será aplicado principalmente nos acabamentos de frascos de perfume e nas folhas dos vidros para espelhos e vidraças.

Nos séculos 17 e 18, foi a vez da França de estar à frente da manufatura europeia de vidro, com a criação de empresas estatais, como a Manufacture Royale des Glasses de France, além de induzirem a criação de empresas privadas, como a famosa fábrica de Saint-Gobain, que foi quem fez os espelhos do Palácio de Versalhes.

Os séculos 19 e 20, são marcados pela troca da manufatura vidreira pela grande indústria do vidro e a fabricação do vidro plano, dando lugar a novos competidores nesse mercado, como Inglaterra, Alemanha e Bélgica e depois os Estados Unidos, que já em 1900 assumem a condição de maior produtor mundial de vidro plano. O ano de 1952, foi marcado pelo desenvolvimento do vidro Float, conhecido como cristal, pela Pilkington na Inglaterra.

4. Vidro no Brasil

No Brasil, a primeira oficina de vidro foi montada por quatro artesão, que acompanhavam o príncipe Mauricio de Nassau, no período das invasões holandesas entre 1924 e 1935, em Olinda e Recife. A oficina que fabricava copos, jarras, frascos e vidros para janelas, não teve vida longa, pois foi fechada com a saída dos holandeses das terras brasileiras.

Em 1810, o vidro voltou a fazer parte da economia brasileira, quando o português Francisco Inácio de Siqueira Nobre recebeu autorização do Regente D. João para instalar uma fábrica de vidros em Salvador, BA, que produziria vidros lisos, frascos, garrafões e garrafas. Mas a fábrica não teria tido vida longa, fechando em 1825, atingida pelos conflitos e combates da Independência, muito intensos na Bahia. 

Pouco tempo depois, é fundada pelo italiano Folco, a Fábrica Nacional de Vidros São Roque, no Rio de Janeiro, onde 40 operários italianos e brasileiros operavam fornos à cadinhos além dos processos manuais.

Page 3: Integrador - Vidro

Em 1861, foi realizada pelo governo imperial no Rio de Janeiro a “1ª Exposição Nacional de Produtos Naturais e Industriais” para mostrar aos estrangeiros a variedade de produtos fabricados pela indústria vidreira brasileira.

A Fabrica Vidros e Cristais do Brasil, também no Rio de Janeiro, foi fundada em 1882 por Francisco Antônio Esberard, e utilizava cinco fornos, máquina a vapor e elétrica, para fabricar vidros de embalagem e vidros planos. Cresceu rapidamente e em pouco mais de dez anos de funcionamento, contava com cerca de seiscentos operários. Sua atividade durou até 1940.

Dessa vez em São Paulo, nascia em 1895, a Companhia Vidraria Santa Marina, fundada por Antônio da Silva Prado e Elias Fausto Pacheco Jordão. Instalada na Barra Funda, na várzea do rio Tietê, chegou a fabricar em menos de dez anos, um milhão de garrafas e dois mil metros quadrados de vidro plano por mês.

Em 1916, é fundada mais uma empresa vidreira carioca, a Companhia Industrial São Paulo e Rio, a Cisper, por Olavo Egydio de Souza Aranha Jr. e Alberto Monteiro de Carvalho. Foi a primeira indústria a usar a máquina automáticas criadas Michael J. Owens, ao invés do sopro, o que transformou a empresa na maior fabricante de copos e garrafas de vidro do Brasil, tendo como principal cliente os fabricantes de cerveja e refrigerante.

Nadir e Morvan Dias de Figueiredo, em 1933, inauguraram uma moderna indústria de copos e artigos de vidro, iniciando suas operações produzindo um volume de 72 mil copos por dia.

Por fim, a indústria Francesa Saint-Gobain e a inglesa Pilkington, no ano de 1982, se juntaram e criaram a primeira fábrica de vidro float do Brasil, chamada Cebrace, localizada na região do Vale do Paraíba em São Paulo. Atualmente com quatro unidades, todas em São Paulo, produzem 2700 toneladas de vidro por dia.

5. Processos de Fabricação

Toda a matéria-prima é levada a um misturador. A mistura resultante é levada ao forno de fusão, onde, sob o efeito do calor, se transforma em vidro e é conduzido às máquinas de conformação, que são utilizadas de acordo com o tipo de vidro que se pretende obter. Após conformada, a peça de vidro deve ser recozida, isto é, deve ser esfriada lentamente até a temperatura ambiente, aliviando, desta forma, as tensões que normalmente surgem durante a conformação e tornando a peça mais resistente.

A fabricação do vidro pode ser dividida em três partes principais: fusão, moldagem e têmpera.

Fusão: Nessa etapa a matéria-prima para a produção do vidro é colocada dentro de um forno, que pode ser um forno de cadinho ou um forno tanque, e a mistura é aquecida até que o material fique liquido o suficiente para a moldagem.

Moldagem: O vidro é resfriado até uma temperatura de 800°C para a moldagem. Existem várias maneiras de se moldar o vidro desde a moldagem por flutuação até a moldagem por sopro.

Page 4: Integrador - Vidro

Têmpera: Com vidro conformado, ele chega a última fase, a têmpera, onde ele é resfriado gradualmente até uma temperatura onde possa ser manejado e depois armazenado para a venda.

6. Composição

O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa a base de sílica em fusão. As composições individuais dos vidros são muito variadas, pois pequenas alterações são feitas para proporcionar propriedades específicas, tais como índice de refração, cor, viscosidade etc. O que é comum a todos os tipos de vidro é a sílica, que é a base do vidro.

Os ingredientes básicos na composição do vidro são a sílica com 72% aproximadamente nos componentes dos vidros ou oxido de silício (Si02), obtida principalmente da areia branca pura, e álcalis. Os vidros são produzidos industrialmente com esses materiais.

O elevado ponto de fusão e a alta viscosidade tornam muito cara à fabricação devido ao alto teor de sílica. Com o intuito de reduzir o custo de produção e aumentar a variedade de tipos de vidros, os outros 28% são compostos de potássio, alumina, sódio, magnésio, cálcio.

As matérias primas vitrificáveis são em quase toda sua totalidade sólidos granulados, com os grãos numa faixa de tamanho 0,1 a 2 mm. A granulométrica é muito importante sobre dois aspectos:

Fusão: quando mais fina mais fácil de fundir, pois possui maior superfície especifica. Porém muito fina não é conveniente, pois acaba formando muito pó que é perdido na manipulação indesejável nas emissões atmosféricas.

Misturas: Para se obter a composição que vai ser enforcada e através da fusão e passara a constituir o vidro, é necessário se misturar diversas matérias primas de tamanhos parecidos para não dificultar a homogeneidade do vidro.

Page 5: Integrador - Vidro

As matérias primas podem ser classificadas em grupos conforme a função que desempenham:

Vitrificantes: São aquelas passiveis de se transformar em vidros (Sílica).

Fundentes: A sílica sozinha possui um vidro de ótima qualidade, porem necessita de temperaturas extremamente altas para fundir e para ser conformado. O que torna o vidro com um custo elevado. Para resolver esse problema adicionam a matérias primas fundentes barrilha (carbonato de sódio) que apresentam características de se fundirem a temperaturas muito inferiores. O Brasil não é autossuficiente em barrilha que é importada da Europa e dos Estados Unidos.

Estabilizantes: Para evitar que o vidro se dissolva em contato com água se acrescenta os principais estabilizantes, o óxido de magnético e o óxido de alumina.

Afinantes: Servem para retirar da massa vítrea criada pela fusão as repletas bolhas que não conseguem sair do seu interior devido à alta viscosidade.

Colorantes: os vidros são incolores e para dar cores a eles são adicionados, óxidos ou elementos metálicos a sua composição para ficarem dissolvidos na massa, interferindo com a luz e produzindo cores. Corantes mais comuns são o cobalto (azul), selênio (rosa), manganês (vinho), ferro (verde) vidro plano automóvel e cromo (verde) vidro garrafa de vinho.

O vidro é um material 100% reciclável, portanto tudo que não é aproveitado como produto, seja por razões de processo como as bordas do vidro plano, ou por algum defeito ou quebra retorna ao forno para ser refundido. Como mostra a ilustração abaixo:

Page 6: Integrador - Vidro

7. Tipos de vidro, como são fabricados e suas aplicações.

Embora utilizem a mesma matéria-prima, as diferentes nomenclaturas são utilizadas para diferenciar os processos de fabricação e produtos finais distintos.

7.1. Vidro Float:

O vidro float é um vidro plano transparente, podendo ser incolor ou colorido, com espessura uniforme e massa homogênea. É ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, por não apresentar nenhuma distorção óptica, e possui alta transmissão de luz, sendo comumente utilizado na indústria automobilística, eletrodomésticos, construção civil, móveis e decoração.

É obtido através do deslizamento do material em fusão, sobre uma camada de estanho líquido, com temperatura e atmosfera controladas, produzindo lâminas de vidro com superfícies perfeitamente paralelas sem distorções de imagem com excelente qualidade ótica.

Esse vidro é a base para o processamento de todos os demais vidros planos: laminado, temperado, curvo, serigrafado e usado em duplo envidraçamento.

Processo de fabricação:

 

Forno de fusão: A mistura de areia com os demais componentes do vidro é dirigida até o forno de fusão através de correias transportadoras. Com a temperatura de até 1600ºC, a composição é fundida, afinada e condicionada termicamente, transformando-se numa massa homogênea.

Banho float: A massa é derramada em um banho de piscina de estanho líquido, em um processo chamado "Float Bath" (Banho Float). Devido à diferença de densidade entre os materiais, o vidro flutua sobre o estanho, ocorrendo um paralelismo entre as duas superfícies. Essa é a condição para que a qualidade óptica superior do vidro float seja atingida. A partir desse ponto é determinada a espessura do vidro, através da velocidade da linha. Quanto maior a velocidade, menor a espessura resultante. 

Galeria de Recozimento: Em seguida a folha de vidro entra na galeria de recozimento, onde será resfriada controladamente até aproximadamente 120ºC e, então, preparada para o recorte 

Page 7: Integrador - Vidro

Inspeção Automática: Antes de ser recortada, a folha de vidro é inspecionada por um equipamento chamado "scanner", que utiliza um feixe de raio laser para identificar eventuais falhas no produto. Caso haja algum defeito decorrente da produção do vidro, ele será refugado e posteriormente reciclado. 

Recorte, empilhamento e armazenagens: O recorte é realizado em processo automático e em dimensões pré-programadas. As chapas de vidro são empilhadas automaticamente em pacotes prontos para serem expedidos ou armazenados.

7.2. Vidro Fantasia ou coloridos:

O Vidro Plano Impresso é popularmente conhecido como "vidro fantasia" e um vidro é um translúcido, podendo ser incolor ou colorido. Normalmente é aplicado em janelas e divisórias de ambientes em que se deseja manter a privacidade e a incidência de luz. Podendo ser produzido em diversas cores e padrões é utilizado na construção civil, eletrodomésticos, e com finalidade decorativa.

Os vidros coloridos podem ser pintados e serigrafado.

Vidro pintado:

É produzido a partir de um vidro float, onde recebe na linha de produção uma pintura especial, o que lhe confere, além do acabamento colorido e de alto brilho, maior resistência. Sua versatilidade possibilita a utilização em móveis, residências, escritórios, hotéis, lojas e museus.

Vidro serigrafado:

No processo de serigrafia do vidro é feita a aplicação de uma tinta vitrificada (esmalte cerâmico) no vidro comum, incolor ou colorido na massa. Em seguida esse vidro passa por um forno de têmpera onde os pigmentos cerâmicos passam a fazer parte dele. Ao final do processo, obtém-se um vidro temperado com textura extremamente resistente.

7.3. Vidro de segurança:

Produzido a partir do vidro float tem como objetivo minimizar riscos em casos de acidentes, pois quando rompidos devem produzir menos suscetíveis a causar ferimentos. Podem ser temperados e laminados.

7.4. Vidro Temperado:

Vidro que recebe um tratamento térmico (é aquecido à temperatura de 650/700ºC e resfriado rapidamente), que o torna mais rígido e mais resistente a quebra por impacto, sendo cinco vezes mais rígido que o vidro comum. Em caso de quebra produz pontas e bordas menos cortantes, fragmentando-se em pequenos pedaços arredondados.

O vidro temperado é feito sobre medida pois seu corte é impossível depois de realizada a tempera. São considerados autoportantes, pois possuem furações e recortes especiais, que não fragilizam a peça. Indicado para locais que requerem resistência,

Page 8: Integrador - Vidro

como boxes de chuveiro, portas de vidro ou frontões de lareira. Seu uso em fachadas está restrito a entre vãos de pequenas dimensões dentro de caixilhos.

7.5. Vidro laminado:

Considerado um vidro de segurança porque evita acidentes por estilhaçamento e porque mantém o vão fechado mesmo com o vidro todo trincado. É composto por uma ou mais chapas de vidro intercaladas por uma película plástica de grande resistência (PVB - Polivinil Butiral). Pode ser aplicado em coberturas, fachadas, sacadas, guarda-corpos, portas, janelas, divisórias, vitrines, pisos e outros. Além disso, o vidro laminado possui outros benefícios, como a redução da entrada de ruídos externos (quando comparado aos vidros comuns) e a proteção contra os raios UV (Ultravioleta), pois o PVB barra 99,6% dos raios solares UV (Ultravioleta).

7.6. Vidros blindados:

Compostos de vários vidros comuns do tipo float intercalados por várias camadas de uma película muito resistente (UVEKOL). Estas várias camadas intercaladas com material poliéster fazem com que o projétil seja bruscamente amortecido, impedindo que o vidro seja perfurado.

7.7. Aramados:

Vidro que recebe no seu interior uma tela metálica, que é introduzida na entrada dos rolos laminadores. Em caso de quebra, a tela metálica segura os pedaços de vidro, garantindo o fechamento do vão. Por essas características ele é muito empregado em varandas e coberturas. Quando aplicado em divisórias de ambientes, em caso de incêndio também retém bastante a passagem do fogo.

7.8. Vidro Acústico:

Vidros acústicos impedem que os ruídos passem de um ambiente para outro. Esse conforto sonoro pode ser obtido através de duas soluções: vidro laminado acústico e o vidro duplo ou insulado.

Vidro laminado acústico:

É um vidro laminado com um PVB especial (Silence) e por isso funciona como um excelente isolante acústico.

Vidro duplo ou insulado:

Conjunto de dois ou mais vidros, podendo ser comum float ou laminado, separados por uma camada de ar ou gás, conferindo redução na propagação de som e na entrada de calor. Além disso, pode ser equipado com persianas internas, que dão ao conjunto um efeito estético diferenciado. Bastante utilizado na porta dos freezers e refrigeradores.

As dimensões e espessuras deste vidro são determinadas de acordo com o tamanho e espessura do caixilho, necessidade térmica ou acústica, pressão do vento e local a ser aplicado. 

Page 9: Integrador - Vidro

7.9. Vidros especiais:

Com o avanço tecnológico na criação de micro camadas, surgiram inúmeros tipos de vidros especiais como: controle solar, autolimpante, baixa reflexão e baixo-emissivo.

Vidro de controle solar ou refletivo:

Vidro do tipo float que receberam uma camada metalizada para se tornarem espelhados. Eles permitem a total visão de dentro do ambiente para fora, porem inibem de quem está do lado de fora do ambiente. Além da privacidade têm a função de reduzir a entrada de calor para o interior do ambiente, além de produzir um controle na entrada da luz para o interior das edificações. Com isso a temperatura interna fica mais agradável e você reduz o consumo de energia com o ar condicionado.

Indicado para locais onde há grande incidência de raios solares, como fachadas de prédios, janelas, portas, sacadas e coberturas, pois proporciona melhor conforto térmico.

Vidro Autolimpante:

Vidros autolimpantes aproveitam a força dos raios UV (Ultravioleta) e da água da chuva para combater a sujeira e os resíduos que se acumulam no exterior e desta forma, mantém a superfície do vidro limpa. Dessa forma reduzem o consumo de água e o consumo de detergentes, que afetam o sistema. A camada autolimpante é integrada ao próprio vidro e por isso tem um alto nível de durabilidade, não se desgastando ao longo do tempo. Deve ser aplicado sempre na parte externa das edificações como fachadas, coberturas, janelas, portas, sacadas e outros e em áreas altamente poluídas.

Vidro com baixa reflexão:

É um vidro float extra clear (vidros com baixa concentração de ferro em sua composição e por isso são extremamente claros e não esverdeados) capaz de reduzir a reflexão em 5 vezes. Ideal para vitrine, showrooms, museus, concessionárias, displays e outros tipos de aplicação que necessitem evitar o incomodo reflexo da luz no vidro.

Vidro baixo-emissivo:

É um vidro que apresenta baixa emissividade, ou seja, não permite a troca de calor entre o ambiente interno e externo. Quando utilizado como vidro duplo, isola termicamente até 5 vezes mais do que um vidro transparente monolítico. Usado no mercado de refrigeração comercial e na construção civil, em fachadas e coberturas.

7.10. Espelho:

Espelhos são produzidos a partir de um vidro float que recebe uma camada a base de prata. Em seguida essa camada é protegida por camadas de tinta, para prolongar a vida útil do espelho, para que não haja oxidação. Podem ser produzidos em cores verde, fume e bronze.

Page 10: Integrador - Vidro

7.11. Vidro acidado:

São vidros tratados com ácido e com aparência esbranquiçada. Oferece diversas opções estéticas para arquitetos e decoradores, pois combinam a leveza do vidro com a sutileza da translucidez, dando um toque de nobreza ao design de móveis e à decoração dos mais diversos ambientes

7.12. Vidro jateado:

É um vidro trabalhado com jatos de grãos de areia, que agridem mecanicamente o vidro, transformando-o em translúcido e levemente áspero. Usado em móveis e decoração.

7.13. Vidro resistente ao fogo:

Os vidros resistentes ao fogo, sem malha metálica, são vidros laminados compostos por várias lâminas intercaladas com material químico transparente, que se funde e dilata em caso de incêndio. Essa reação se ativa quando a temperatura de uma das faces do vidro atinge 120ºC.

7.14. Vidro curvo:

São vidros comuns (float) aplicados sobre moldes em aço inox ou aço carbono em uma elevada temperatura e rigidamente controlada. A temperatura sobe rapidamente para que o vidro tome a forma do molde e em seguida a temperatura é levemente baixada para que o vidro não sofra um choque térmico e se quebre. 

Pode-se fazer vidros curvos de quaisquer espessuras e diversos raios, o ideal é sempre consultar o fabricante para verificar se o raio que precisa está disponível.

8. Aplicações:

“O vidro está cada vez mais presente na construção civil, contribuindo para o fornecimento de soluções para o conforto ambiental, térmico, acústico ou de segurança”, diz Luiz Jorge Pinheiro, diretor comercial da Cebrace.

A alta tecnologia alcançada pela ciência humana nos permite analisar projetos para edificações que tenham o vidro na construção civil, como algo básico e que possam substituir um dia, as pesadas vigas de aço e concreto que hoje sustentam edifícios e obras monumentais da engenharia moderna. Novas tecnologias já permitem o uso do vidro em paredes de sustentação, em pisos e em estruturas de escadas, em projetos mais leves.

Ele está presente em todo o lugar que olhamos, seja nas janelas ou fachadas de residências, prédios, condomínios, hotéis, hospitais, universidades, o vidro se tornou essencial em nossas vidas. Obviamente sabemos que um dos principais benefícios deste material é a transparência, que permite a entrada de claridade nos ambientes. Porém nos últimos anos, uma pesquisa mais profunda sobre este material tem ocasionado descobertas de novas tecnologias, que proporcionam outros benefícios importantes para

Page 11: Integrador - Vidro

a construção. Assim, reflexão, barreira para a entrada de calor, resistência a impactos, estética, entre outros, estão entre as vantagens que este produto proporciona.

Podemos citar como exemplo a cidade de Dubai, onde está sendo construído o edifício mais alto do mundo e com o maior número de salas para escritórios, o vidro vem sendo largamente utilizado, em barras transversais, onde a resistência não exige e em ambientes com paredes totalmente de vidro.

A Opção pelo vidro está cada vez maior devido ao relacionamento com as características que nos proporciona como a translucidez, integração com o meio externo e eficiência energética (proporcionada pela redução da necessidade de iluminação e uso de ar-condicionado).

9. Propriedades

As propriedades dos vidros, assim como de todos os outros materiais, dependem de suas características estruturais. A estrutura por sua vez, está condicionada principalmente pela composição química, e em menor escala também pela capacidade térmica.

As propriedades do vidro mudam de acordo com a sua composição e a quantidade de cada composto. E quanto a capacidade térmica o tempo de resfriamento do vidro tem grande influência nas suas características finais.

Por exemplo:

Aumentando-se o Na2O (Óxido de sódio) do vidro aumenta-se a sua fluidez, expansão e solubilidade, mas por outro lado diminui a sua durabilidade.

O Al2O3 (alumina ou óxido de alumínio), ao contrário do Na2O, aumenta a durabilidade e faz aumentar a viscosidade.

O BaO (Óxido de bário) e o PbO (Óxido de chumbo) aumentam a densidade e reduzem a viscosidade, além de aumentarem a expansão térmica.

O CaO (Óxido de cálcio) favorece a desvitrificação.

A figura a seguir mostra como cada composto influencia no vidro:

Page 12: Integrador - Vidro

10. Normatização

Ao escolher qualquer tipo de vidro, arquiteto ou especificador devem atentar para as normas técnicas relativas ao uso dos diversos tipos de produtos. A principal delas é a NBR 7199, que trata do projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil. Para cada aplicação específica há uma norma própria; por exemplo, a NBR 14207 fala sobre vidros para boxes de banheiros, enquanto a NBR 14488 refere-se a vidros para tampos de mesa.

Sempre que se identifica a necessidade da criação de uma norma, o Comitê reúne pessoas interessadas no produto em pauta (fabricantes, empresários, arquitetos, engenheiros, consumidores, estudantes etc.) para formar um grupo de estudos e elaborar a norma. Depois disso, o projeto passa por consulta nacional, análise da sociedade e sugestões e objeções técnicas. Algumas das normas técnicas sobre vidros planos:

ABNT NBR 7199/1989 – Projeto, execução e aplicação de vidros na construção civil. Fixa as condições que devem ser obedecidas no projeto de envidraçamento. Refere-se à aplicação de vidros em janelas, portas, divisões de ambientes, guichês, vitrines, lanternins, sheds e claraboias.

ABNT NBR 11706/1992 – Vidros na construção civil. Fixa as condições exigíveis para vidros planos aplicados na construção civil.

ABNT NBR 12067/2001 – Vidro plano – Determinação da resistência à tração na flexão. Especifica um método para a determinação da resistência à tração na flexão de

Page 13: Integrador - Vidro

vidros planos. Adicionalmente, apresenta-se o procedimento para a medição da flexão máxima oriunda do carregamento, a ser determinado sempre que houver interesse.

ABNT NBR 14207/1998 – Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança temperado – projeto, instalação e materiais utilizados. Estabelece os requisitos mínimos de segurança para os materiais utilizados no projeto e instalação de boxes fabricados a partir de painéis de vidro de segurança temperado, para uso em apartamentos, casas, hotéis e outras residências.

ABNT NBR 14488/2000 – Tampos de vidro para mesa – requisitos. Especifica as exigências de desempenho e medidas lineares necessárias para garantir a segurança da aplicação de vidro plano na composição de mesas que tenham o vidro como componente de uso aplicado à sua utilização.

ABNT NBR 14564/2000 – Vidros para sistemas de prateleiras – requisitos e métodos de ensaio. Especifica as exigências de desempenho e medidas lineares necessárias para garantir a segurança da aplicação de vidro plano na composição de sistemas de prateleiras.

11. Patologias

Os vidros têm de ser trabalhados e colocados respeitando as disposições feitas pelas normas técnicas, observando-se quatro regras básicas na aplicação: folga, calço, dimensionamento e acabamento das bordas. As duas primeiras dizem respeito à sua relação com a estrutura (ambas evitam que os esforços de dilatação térmica e de torção dos materiais causados pelas cargas de vento quebrem o vidro); o dimensionamento diz respeito à sua função (no caso de portas e divisórias, o vidro deverá ser temperado; para uso em coberturas e fachadas é obrigatório que seja laminado ou aramado); por fim, quanto às bordas, estas devem ser lapidadas, para eliminar as microfissuras e dificultar as possíveis propagações de trincas.

Disposições construtivas:

Os caixilhos devem obedecer às seguintes disposições gerais:

O caixilho que vai receber o vidro deve ser suficientemente rígido para não se deformar;

Quando houver previsões de deformações estruturais na obra, deve-se tornar o caixilho independente da estrutura;

Se o caixilho e as molduras forem metálicos, devem ser inoxidáveis ou protegidos contra a oxidação, através de pinturas ou tratamentos adequados, compatíveis com os materiais de calafetagem para cada caso;

Os caixilhos de madeira e de concreto devem receber pelo menos uma camada d pintura de fundo em todo o rebaixo;

Os rebaixos devem estar isentos de umidade, gordura, oxidação, poeira ou outras impurezas.

Em qualquer dos casos anteriores, as camadas de pintura devem estar adequadamente secas, antes da colocação da chapa de vidro.

Page 14: Integrador - Vidro

Envidraçamento:

As chapas de vidro devem ser colocadas de tal modo que não sofram tensões suscetíveis de quebrá-las, tais como: dilatação, contração ou deformação do caixilho, deformação ou recalque da obra;

Não é permitido o contato das bordas das chapas de vidro entre si, com alvenaria ou peças metálicas;

A fixação das chapas de vidro deve ser tal que impeça o seu deslocamento em relação aos elementos de fixação, excetuados os casos em que o projeto prevê movimentação;

Quando houver chapas de vidro com bordas livres acessíveis, estas devem ser laboradas;

No caso de clarabóias ou telhados, para iluminação de passagem ou locais de trabalho, a vidraça deve ser adequadamente protegida com telas metálicas ou outros dispositivos e quando não o for, o vidro deve ser de segurança aramado ou laminado;

A massa deve ser aplicada de maneira a não formar vazios, e sua superfície aparente deve ser lisa e regular;

Após o envidraçamento deve-se evitar a aplicação, na chapa de vidro, para assinalar a sua presença, de pintura com materiais higroscópicos como, por exemplo, a cal, alvaiade (que provocam ataques à sua superfície ), ou a marcação com outros processos que redundem em danos a superfície da chapa;

12. Corrosão

Ocorre devido a ataques químicos, sempre que a água fica em contato com a superfície de um vidro, muitas reações químicas poderão ocorrer, causando erosão ou manchas. Essa reação é o primeiro estágio de corrosão. Se esse primeiro estágio continuar sem interrupção por alguns minutos poderá iniciar outra reação muito mais prejudicial.

Durante os estágios iniciais dessa reação, ocorrem furos microscópicos na superfície. Se a reação continuar, o ataque superficial ficará mais aparente e o vidro poderá irisar ou apresentar uma corrosão acentuada.

É pouco provável a ocorrência de corrosão nos vidros instalados em edifícios, porque a umidade, em contato com o vidro, não é retida, é rapidamente evaporada ou é diluída. Em compensação, as condições para corrosão ocorrem no espaço entre duas chapas adjacentes armazenadas. Sem controle ambiental, esses espaços poderão reter muita umidade.

13. Conclusão

A Opção pelo vidro está cada vez maior devido ao relacionamento com as características, que nos proporciona como a translucidez, integração com o meio externo, eficiência energética (proporcionada pela redução da necessidade de iluminação e uso de ar-condicionado), acústico e de segurança. Com as técnicas atuais de fabricação podemos fabricar vidros com diversas características e para todos os tipos de finalidade.

Page 15: Integrador - Vidro

14. Referências bibliográficas

http://www.casaemercado.com.br/materia.php?hIdMateria=332

http://www.andiv.com.br/normas_vigentes.asp

http://www.revistaconstrucaoenegocios.com.br/materias.php?FhIdMateria=130

http://www.cebrace.com.br

http://www.santarita.com.br