Intensivo 3 - Registros Públicos - Daniela Rosado

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  • 5/28/2018 Intensivo 3 - Registros Pblicos - Daniela Rosado

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    REGISTROS PBLICOS

    DIREITO NOTARIAL e REGISTRAL

    DANIELA ROSRIO

    A expresso cartrio deve ser evitada, o termo exato servio, serventia ouofcio.

    Quem pratica ato notarial no pode praticar ato registral, mas h cartriosainda que ainda cumulem. O Poder Judicirio est cada vez trabalhando para

    regularizar isso.

    A regulamentao inicial das serventias est no art. 236 CF/88.

    A partir da CF/88 a expresso cartriodeixou de ser uma expresso tcnica.Cartrio atualmente quer dizer o prdio, local fsico onde a atividade exercida. Aexpresso mais adequada para se falar em servio notarial ou registral; servio,ofcio outabelionato.

    Por que essa distino? O art. 236, caputda CF/88, expressamente diz que osservios notariais e registrais sero exercidos em carter privado, acabando por mudar

    a denominao da atividade passando a ser chamada de serventia notarial ou registrale no mais cartrio.

    A CF/88 foi expressa em determinar que o ingresso na atividade deve ser feitapor concurso pblico (art. 236, 3). Antes, havia a previso legal de que o servionotarial e registral era um cargo cujo exerccio era designado pelo governador doestado. Ademais, era um cargo vitalcio. Havia a ideia vulgar que fulanoera dono docartrio. Era obrigatrio que aquele que fosse titular do servio o instalasse em certoprdio de propriedade sua. Se no bastassem com a morte desse titular, o direito deexercer o servio se transmitia queles que, h mais tempo exercessem a atividadeem conjunto com o titular. Havia a idia de sucesso hereditria.

    Marcos histricos que consolidaram o desaparecimento dessas regras:

    a) EC 22/82 alterou o art. 208 da Constituio de 1967. Houve oreconhecimento de que aqueles que at 31.12.1983 exercessem h pelo menos 05anos a qualidade de substituto do titular (concursado), tornar-se-iam titulares semconcurso pblicos. Com a EC 22/82, o ingresso na atividade notarial ou registralsomente poderia se dar por concurso pblico (Constituio art. 207), cabendo aosEstados DF e Territrios estabelecer as regra dos concursos, contudo, a maior partedos entes nada disps a respeito, o que gerou um vazio legislativo. Assim, os

    Tribunais passaram a entender que quem no assumiu a serventia por concurso, maspreenchia os requisitos do art. 208 (alterado pela EC 22), tinha assegurado o direito de

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    se tornar titular da serventia (sem concurso). Mas, a CF/88 trouxe expressomanifesta no art. 236 de que o ingresso tem que ser feito por concurso pblico,contudo, a Lei federal que tratou da matria s foi editada em 1994 (Lei dos Notrios eRegistradoresLei 8.935/94). O concurso para ingresso na atividade foi regulado poressa Lei, alguns defendiam que como entre 1988 e 1994 no havia Lei, quem tivesse

    preenchido os requisitos do art. 208 da Constituio 1967 teria direito titularidade daserventia. O STF disse que a partir de 1988 o ingresso para ser titular de serventiapressupe concurso pblico. O CNJ editou duas resolues em 2009:

    Resoluo n. 80 do CNJ tem por objeto a declarao de vacncia nos cartrios(Declara a vacncia dos servios notariais e de registro ocupados em desacordo comas normas constitucionais pertinentes matria, estabelecendo regras para apreservao da ampla defesa dos interessados, para o perodo de transio e para aorganizao das vagas do servio de notas e registro que sero submetidas aconcurso pblico);

    Resoluo n. 81 do CNJ unificou o concurso no ingresso da atividade notarial eregistral (Dispe sobre os concursos pblicos de provas e ttulos, para a outorga dasDelegaes de Notas e de Registro, e minuta de edital).

    Atualmente, de acordo com entendimento jurisprudencial pacfico no STF, coma promulgao da CF/88 indispensvel o concurso pblico.

    Contudo, a PEC 471 (PEC Trem da Alegria dos Cartrios) de 2005 visaregularizar aqueles que assumiram as serventias sem concurso pblico como titularesdas serventias extrajudiciais. Fundamentos da PEC:

    a) o Estado foi omisso ao no realizar concurso, assim, necessrio proteger oestado de fato;

    b) muitas serventias preenchidas por concurso so objeto de renncia, levandoa ocupao por outra pessoa. A redao originria da PEC pretendia regularizaraqueles que responderam pelos Cartrios entre 1988 e 1994, depois a PEC foialterada para passar a ser titular da serventia quem responde por substituto a qualquertempo at a data da promulgao. O STF afirmou que se a PEC vier a ser aprovadanestas condies ser declarada inconstitucional, pois a obrigatoriedade de realizarconcurso pblico clusula ptrea que no pode ser alterada por Emenda a

    Constituio. O concurso indispensvel para o ingresso na atividade notarial eregistral.

    Resoluo 81 do CNJ: trouxe a unificao dos critrios para a realizao doconcurso notarial e registral. Essa unificao indispensvel. Ex: MG organizava seuconcurso realizando apenas uma fase objetiva; GO, PR, DF, SC, dentre outros:realizavam duas fases: uma fase objetiva e outra subjetiva; SP: realizava o concursoem trs fases: objetiva, discursiva com prova prtica e oral. A resoluo 81 adotou oscritrios de SP. Quem organiza e realiza o concurso: Tribunal Justia. A bancaexaminadora ser formada obrigatoriamente por membros da magistratura, por umrepresentante do MP, por uma representante da OAB, um tabelio e um registrado.

    Hoje, todos os Estados tem que seguir a mesma formatao.

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    O ingresso nas carreiras jurdicas se faz por concurso de provas e ttulos.Depois do ingresso na carreira, a remoo ser feita por antiguidade e merecimento.Na atividade notarial se d por dois critrios:

    a) ingresso inicial se d por provimento;

    b) o ingresso de quem j titular: remoo. A remoo na atividade notarial eregistral, no Estado de SP, se davam por concurso pblico de provas e ttulos. Nosdemais Estados se dava por concurso de ttulos. O CNJ estabeleceu que o ingressopressupe obrigatoriamente o concurso pblico de provas e ttulos, seja para oingresso por provimento, seja por remoo (CF/1988 - art. 236, 3). Essas resoluesso objeto de ADI.

    Art. 236. Os servios notariais e de registro so exercidos em carterprivado, por delegao do Poder Pblico. (Regulamento L. 8.935)

    1 - Lei regular as atividades, disciplinar a responsabilidade civil

    e criminal dos notrios, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definira fiscalizao de seus atos pelo Poder Judicirio.

    2 - Lei federal estabelecer normas gerais para fixao deemolumentos relativos aos atos praticados pelos servios notariais e deregistro.

    3 - O ingress o na ativid ade not arial e de registro depen de de

    con cur so pblico de pro vas e ttulos , no se p ermit indo que q ualqu er

    servent ia f ique vaga, sem abertura de concu rso de pro vimento o u de

    rem oo, po r mais d e seis meses .

    Qual esfera do Poder Pblico? Executivo, Judicirio, Legislativo? Na maioriados Estados a delegao feita pelo Judicirio, mas h Estados em que o Executivo quem delega, como Minas Gerais.

    Pode se habilitar em concurso de remoo aquele que seja titular, noimportando a causa da titularizao, h ao menos dois anos. Quando se inicia aqualidade de titular? Quando do incio do exerccio, e no na data da outorga. Oconcurso de remoo limita-se ao Estado da federao.

    Critrio de ingresso: para prestar o concurso para ingresso na atividade notaria;e registral basta ser bacharel em direito ou exercer por pelo menos 10 anos funonotarial ou registral. Precisa de alguma experincia anterior? No. Tambm no necessrio ser inscrito na OAB. Na verdade no pode ser inscrito na OAB.

    Escolha de vagas na remoo: a Lei 8.934/94 dispe que das serventias vagas(sem titular), 2/3 devero ser preenchidas pelo concurso de provimento e 1/3 deverser preenchidas pelo concurso de remoo. Ou seja, desde a abertura das inscries preciso definir quais as Serventias estaro vagas.

    O titular da serventia notarial ou registral no tem estabilidade ou vitaliciedade.Por outro lado, desde o momento em que assume a serventia, assume como titular, ouseja, no existe estgio probatrio para o exerccio da funo.

    Natureza da atividade: os servios notariais e de registros sero exercidos pordelegao do poder pblico. Isso significa que o servio notarial ou registral um

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    servio pblico. um servio pblico que pertence ao poder pblico especificamenteao Poder Judicirio. A atividade notarial e registral um servio extrajudicial, masvinculado ao Estado atravs do Poder Judicirio, estando, assim, vinculado aoTribunal de Justia. Quais os servios dos cartrios? A Lei 8.935/94 dispe no art. 5que os servios do cartrio so:

    1. Registro de imveis;

    2. Registro de ttulos e documentos

    3. Registro civil de pessoas jurdicas;

    4. Registro civil de pessoas naturais, interdies e tutelas;

    5. Tabelionato de notas;

    6. Tabelionato de protestos;

    7. Ofcio de distribuio (funo tipicamente registral);

    8. Tabelionato e registro de contratos martimos.

    Esses servios esto vinculados ao Poder Judicirio.

    Obs.: o servio da junta comercial (registro civil de empresas mercantis)est vinculado ao Poder Executivo Estadual (em SP est vinculado com aSecretaria da Fazenda). O Presidente da Junta exerce mandato e no cria vnculo(nem mesmo depende de concurso pblico). Portanto, no servio pblicoexercido por delegao.

    O aprovado no concurso pblico se torna delegado do servio pblico. A forma

    de transferncia do exerccio do servio pblico se faz por delegao. O ttulo quecoloca o aprovado no servio a outorga. O aprovado no empossado, mas siminvestido na funo por meio de outorga. Qual natureza da pessoa que exerce esseservio? O STJ: titular da serventia no remunerado pelo Estado. Por ser agentepblico, o STJ vem mudando seu posicionamento para decidir que o Estado responsvel pelos ilcitos civis praticados pelo titular da serventia por ser este agentepblico.

    O servio pblico e no perdeu essa natureza, mas o exerccio da atividadese d em carter privado. O efetivo titular desse servio o poder pblico. O exerccio

    desse servio delegado. O delegado exerce o servio em carter privado. Isso noquer dizer que seja uma atividade regulada pelo CF/88 art. 170 (no atividadeeconmica). Continua vinculado aos Princpios da administrao pblica.

    Toda a gesto da serventia ser determinada pelo seu titular (art. 21 da Lei8.935/94). Para a atividade do titular o cartrio funciona como se fosse uma empresa.Quem contrata o titular. O contrato realizado pelo regime da CLT art. pagamento:quanto o titular entender necessrio. Obs.: a gesto financeira para o exerccio daatividade notarial e registral no existe qualquer subsdio prestado pelo Estado.Contudo, em razo da gratuidade de vrios atos do Registro Civil de Pessoas Naturais(nascimento, casamento, bito etc.), os tribunais tem um Fundo para responder pelo

    dficit.

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    Art. 21. O gerenciamento administrativo e financeiro dos serviosnotariais e de registro da responsabilidade exclusiva do respectivo titular,inclusive no que diz respeito s despesas de custeio, investimento e pessoal,cabendo-lhe estabelecer normas, condies e obrigaes relativas atribuio de funes e de remunerao de seus prepostos de modo a obtera melhor qualidade na prestao dos servios.

    Prepostosart. 20 da L. 8.935/94

    Art. 20. Os notrios e os oficiais de registropodero, para o desempenho de suas funes, contratarescreventes, dentre eles escolhendo os substitutos, eauxiliares como empregados, com remuneraolivremente ajustada e sob o regime da legislao dotrabalho.

    1 Em cada servio notarial ou de registro havertantos substitutos, escreventes e auxiliares quantos

    forem necessrios, a critrio de cada notrio ou oficial deregistro.

    2 Os notrios e os oficiais de registroencaminharo ao juzo competente os nomes dossubstitutos.

    3 Os escreventes podero praticar somente osatos que o notrio ou o oficial de registro autorizar.

    4 Os substitutos podero, simultaneamente como notrio ou o oficial de registro, praticar todos os atosque lhe sejam prprios exceto, nos tabelionatos denotas, lavrar testamentos.

    5 Dentre os substitutos, um deles serdesignado pelo notrio ou oficial de registro pararesponder pelo respectivo servio nas ausncias e nosimpedimentos do titular.

    Existem dois tipos de propostos: os auxiliares e os escreventes.

    A principal funo dos registradores e tabelies a escriturao. E dentre osprepostos os escreventes podem praticar os atos autorizados pelo tabelio ouregistrador. O oficial (registrador ou tabelio) dever escolher dentre os escreventes osubstituto (ou substitutos). E dentre os substitutos dever escolher aquele queresponder pelas ausncias e impedimentos. Todavia a L. 8.935/94 traz a proibio deque o substituto no pode lavrar escrituras e o CC/02 por sua vez traz que os

    testamentos sero lavrados pelo tabelio ou seu substituto. Para essa antinomiapoder ser aplicado o critrio da especialidade (vale a L. 8.935/94) ou o critrio dacronologia (vale o CC/02). Os dois esto certos e no entendimento majoritrio oujurisprudncia sobre o tema, mas valendo-se do entendimento que testamento geraralgo litigioso preze pelo mais, ou seja, o tabelio.

    Como o titular remunerado? O CF/88 - art. 236, 2, prev que obrigatriaa edio de uma Lei Federal que trate dos emolumentos da serventia (essa lei a Lei10.169/00). A serventia presta um servio pblico em carter privado. Esse servio

    necessariamente gera gastos. A contraprestao desse servio o pagamento deemolumentos. Os emolumentos consistem na contra prestao pelo servio notarial ou

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    registral prestado. Estes emolumentos so determinados por cada estado membro oupelo DF. Os emolumentos so fixados por Lei. A Lei estadual ou distrital que fixa osemolumentos tem como parmetro a Lei geral que a Lei 10.169/00. A definio dosemolumentos no pode ter por critrio percentual da base de clculo. Ex: Escriturapblica de compra e venda de 50 Mil reais e uma escritura de doao de 70 mil.

    Qualquer negcio jurdico celebrado dentro de uma faixa (0,01 a 15 mil), leva aopagamento de emolumentos de 170,00 e assim, sucessivamente de acordo com cadafaixa fixada por Lei de cada Estado.

    Dentro dos emolumentos existem outras verbas. Custas so verbas quitadasnas serventias e que por determinao legal dever ser repassadas a determinadosrgos do poder pblico. Ex: um percentual ser distribudo para o TJ, Fundo deRegistro Civil.

    Obs.: O STF entende que os emolumentospagos na serventia tem naturezatributria de taxa (taxa sui generis), submetendo-se ao regime jurdico tributrio.

    Assim, dependem de Lei para institu-los ou major-los. Ademais, submetem-se aoprincpio da anterioridade. Em tese, haveria imunidade recproca. Ademais, est emjulgamento no STF se essa taxa do Estado.

    Houve uma alterao na lista se servios tributados pelo ISS e pelo ICMS aalterao na lista do ISS inclui os servios notariais e o de registro. O servio pblicodenominado notarial ou de registro um servio tributvel pelo ISS. A ANOREG-Brasilingressou com uma ADI para reclamar a inconstitucionalidade da incidncia do ISSsobre os servios notariais. O STF entendeu que possvel a incidncia. Os Tribunaisde Contas de vrios Estados tm questionado por qual razo dentro das receitas dos

    Municpios no aparece o ISS sobre servios notariais. Problema: se o STF entendeque os emolumentos tm natureza tributria, depreende-se, portanto que no pode umtributo ser a base de clculo de outro tributo, ento, como fica?

    O STF entende que emolumentos tem natureza tributria na espcie taxaindependentemente dessa natureza, constituem a base de clculo do ISS. Ou seja,tributo sendo base de clculo de tributo.

    Finalidades da atividade. Dois grandes diplomas legais:

    Lei 6.015/73 (Lei de Registros Pblicos): trata exclusivamente de atividade deregistro (no trata de atividade notarial). Vem no lugar da antiga Lei de RegistrosPblicos de 1924 (Lei 4.827/1924).

    O primeiro texto de Lei que reconheceu os registros pblicos como instituiojurdica foi o CC/1916. A legislao que tratava dos registros pblicos eraextremamente esparsa. O CC/1916 reconheceu que a atividade dos cartrios era umainstituio jurdica. Aps isso, o prximo passo foi a autonomia legislativa com a Lei4.827/1924 e o Decreto 4.857/1939. A Lei 6.010/73 no art. 1, pargrafo nico previu aRegistro de Imveis, Registro de Ttulos e Documentos, Registro Civil de Pessoas

    Jurdicas e o Registro Civil de Pessoas Naturais. Diz, ainda, que outras atividadessero reguladas por Lei especial.

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    Em 1988, a CF determinou no art. 236, 1: que fosse criada uma Lei paratratar das atividades, da responsabilidade civil e criminal e a fiscalizao, que nostermos da CF/88, feita pelo Poder Judicirio.

    Lei 8.935/94 Lei dos Notrios e Registradores ou Estatuto dos Notrios e

    Registradores, Lei que regulamenta o art. 236 da CF/88.

    A Lei 8.935/94 incluiu, alm dos j mencionados na Lei 6.015/73 os:Tabelionato de Notas, Tabelionato de Protesto, Ofcio de Distribuio e Ofcio deContratos Martimos.

    Tal Lei tambm ampliou as atividades dos serventurios e notrios:autenticidade, segurana e eficcia dos atos ali praticados e publicidade dos atos. Oque foi includo com a Lei 8.935/94, no seu art. 1, foi a publicidade dos atos.

    Autenticidade: consiste em declarar como verdadeiro determinado fato. As

    nicas pessoas que podem declarar autenticidade so aquelas dotadas de f pblica.Por expressa determinao legal (art. 3 da Lei 8.935/94), os tabelies e osregistradores so profissionais do direito dotados de f pblica. So pessoas a quemcabe o estrito respeito Lei. A violao Lei cria uma responsabilidade civil objetivapara os oficiais e tabelies. Escritura pblica: as partes comparecem ao tabelio edeclaram certo fato. O tabelio no tem como declarar autentica uma uniohomoafetiva, mas tem como declarar autntico o que as partes declararam. A atanotarial: instrumento pelo qual o tabelio confere f pblica e documentalmenteperpetua um fato ocorrido na sua presena ou por ele verificado. Pelo ato notarial otabelio declara autentico o prprio contedo do documento elaborado (a foraprobatria da ata notarial muito maior que a da escritura pblica). A sua fora,portanto, muito maior que a fora de uma escritura pblica. A autenticidade de umaescritura pblica s alcana o que ocorreu na presena do tabelio.

    Segurana: conferir efetiva proteo e garantir a regularidade do contedo doato praticado por se revestir dos pressupostos legais. Ex: casamento e unio estvelso equiparados, mas o casamento tem maior segurana, pois celebrado peranteuma autoridade dotada de f pblica. Ex: escritura pblica de compra e venda deimvel: a efetiva segurana s se materializa quando do registro na matrcula doimvel.

    Eficcia: a capacidade de um ato produzir efeitos jurdicos. A eficcia s serpercebida aps a prtica do ato notarial ou registral. Ex: pacto antenupcial obrigatria a adoo de escritura pblica. Contudo, esse pacto antenupcial s sereficaz erga omnesaps seu registro no Livro 03 do Registro de Imveis do local do 1domiclio do casal.

    Publicidade: a Lei dos Notrios e Registradores fala que uma das finalidadesda atividade notarial e registral a publicidade. Publicidade tem por finalidade darconhecimento de um fato nas serventias notariais e registrais. Como se materializaessa publicidade? Por meio das certides. O CC/02 art. 217 dispe que as certidestm a mesma prova que o prprio documento original. Detalhe: aquilo que consta nos

    acervos de uma serventia s deve ser provado por certido, pois os livros da serventiano devem dela sair. Na fiscalizao do Poder Judicirio o Juiz vai at o cartrio e no

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    os livros at o Juiz. Quem pode requerer certido? Lei 6.015/73 art. 16: qualquerpessoa pode requerer uma certido sem ter que declinar os motivos pelos quaisrequer este documento, estando o oficial obrigado a fornecer a certido. Para expedira certido haver a cobrana de emolumentos, salvo se houver alguma dispensalegal. A regra da publicidade deve ser feita por documento, documento este que a

    certido. Esta regra geral tem duas EXCEES:

    a) o oficial est proibido de certificar fatos que tenham a proteo legal oujudicial de segredo ou sigilo. Ex. 1: alterao do nome da pessoa natural em razo deter colaborado com apurao de crime (programa de proteo s testemunhas). Ooficial ficar proibido de certificar qualquer informao. Ex. 2: A adoo segue amesma regra, pois o oficial no poder certificar o parentesco anterior a adoo paraqualquer pessoa, poder para o prprio adotado.

    b) publicidade sem certido ou independentemente de qualquer certido:ocorre em duas hipteses:

    b.1) quando a Lei determina que o prprio oficial d conhecimento gerala ocorrncia de um fato. Ex: requerimento de instituio de bem de famliavoluntrio. Ex: art. 19 da Lei 6.766/70: apresentada a documentao para oregistro do loteamento, o oficial obrigado a mandar publicar um edital nojornal por 03 dias consecutivos.

    Art. 19. Examinada a documentao e encontrada em ordem, ooficial do registro de imveis encaminhar comunicao Prefeitura e farpublicar, em resumo e com pequeno desenho de localizao da rea, editaldo pedido de registro em 3 (trs) dias consecutivos, podendo este ser

    impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da ltimapublicao.

    1 Findo o prazo sem impugnao, ser feito imediatamente oregistro. Se houver impugnao de terceiros, o oficial do registro de imveisintimar o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quandofor o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sobpena de arquivamento do processo. Com tais manifestaes o processo serenviado ao juiz competente para deciso.

    2 Ouvido o Ministrio Pblico no prazo de 5 (cinco) dias, o juizdecidir de plano ou aps instruo sumria, devendo remeter ao interessadoas vias ordinrias caso a matria exija maior indagao.

    3 Nas capitais, a publicao do edital se far no Dirio Oficial doEstado e num dos jornais de circulao diria. Nos demais Municpios, apublicao se far apenas num dos jornais locais, se houver, ou, nohavendo, em jornal da regio.

    4 O oficial do registro de imveis que efetuar o registro emdesacordo com as exigncias desta Lei ficar sujeito a multa equivalente a 10(dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na pocaem que for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartrio, semprejuzo das sanes penais e administrativas cabveis.

    5 Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicar, por

    certido, o seu registro Prefeitura.

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    b.2) loteamento e incorporao imobiliria. Para registrar um loteamentoo loteador obrigado a entregar no cartrio todos os documentos dispostos noart. 18 da Lei 6.766/79. O mesmo ocorre com a incorporao imobiliria(devem ser apresentados os documentos dispostos no art. 32 da Lei 4.591/54).Esses documentos ficam arquivados perpetuamente no cartrio. Essa

    publicidade excepcional permite que qualquer pessoa consulte na prpriaserventia toda a documentao relativa a esses empreendimentos.

    Impedimentos e incompatibilidades dos titulares da serventia (arts 25 a 27 da Lei8.935/94).

    Impedimento a vedao para que o prprio oficial ou tabelio pratique certoato por estar direta ou indiretamente nele interessado. Nos casos de impedimento, ooficial ou tabelio no pode praticar aquele determinado ato. Por ter interesse no

    objeto, o tabelio pode ser parcial, portanto, impedido. Pode ter interesse por conta dea parte envolvida no negcio ser seu: cnjuge, descendente, ascendente ou parente.Jurisprudncia: tambm h impedimento se a parte for companheiro/companheira. Oato tem que ser praticado, pelo princpio da territorialidade, na serventia do imvel.Assim, se o oficial estiver impedido de praticar o ato, o ato deve ser praticado pelosubstituto. O substituto um escrevente que o oficial escolhe para praticar os mesmosatos que ele pratica, exceto no tabelionato de notas para lavra ou aprovar e registrartestamentos. Prximo substituto que tambm impedido a irm que tambm nopoder assinar. Nestes casos, ter que se requerer ao Corregedor a nomeao de umoficial ad hoc. No sendo avisado ao Corregedor, o ato nulo de pleno direito.

    Incompatibilidades. uma vedao legal ao exerccio da atividade notarial eregistral com outras atividades legalmente mencionadas. Art. 25:

    CAPTULO IVDas Incompatibilidades e dos Impedimentos

    Art. 25. O exerccio da atividade notarial e de registro incompatvel com o da advocacia, o da intermediao de seusservios ou o de qualquer cargo, emprego ou funo pblicos,ainda que em comisso.

    1(Vetado).

    2 A diplomao, na hiptese de mandato eletivo, e aposse, nos demais casos, implicar no afastamento daatividade.

    Aos advogados obrigatrio pedir baixa na inscrio da OAB. Se foremmembros do Poder Pblico deveram pedir a exonerao. Se forem aposentados, nadaimpede de receberem aposentadorias.

    Princpios dos Registros Pblicos

    http://c/Users/DIOGO%20BOMBINI%20DA%20COS/Documents/DOCS/Leis/Legisla%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o%20Registro%20P%C3%83%C2%BAblico/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8935-1994.pdfhttp://c/Users/DIOGO%20BOMBINI%20DA%20COS/Documents/DOCS/Leis/Legisla%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o%20Registro%20P%C3%83%C2%BAblico/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8935-1994.pdfhttp://c/Users/DIOGO%20BOMBINI%20DA%20COS/Documents/DOCS/Leis/Legisla%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o%20Registro%20P%C3%83%C2%BAblico/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8935-1994.pdfhttp://c/Users/DIOGO%20BOMBINI%20DA%20COS/Documents/DOCS/Leis/Legisla%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o%20Registro%20P%C3%83%C2%BAblico/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8935-1994.pdf
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    1. Unitariedade matricial (unidade de matrculas)

    O sistema imobilirio era controlado pelo flio pessoal: o controle da

    propriedade era feito pela pessoa do titular, e no pelo imvel. Na antiga lei deregistros pblicos existiam os livros de transcrio: documento no qual se fazia a

    transposio integral daquilo que constava no ttulo para o cartrio de registro deimveis. Havia um cadastro no registro de imveis que identificava adquirente ealienante, independentemente do nmero de bens na negociao.

    Com o advento da Lei 6.015/73, instituiu-se o flio real: a identificao doobjeto que consta do registro de imveis por uma folha que o regulariza e cadastra.Essa folha a matrcula. A matrcula o ato que individualiza e relata todo o histricoocorrido em relao quele imvel. A matrcula tem as seguintes informaes:identificao numrica; descrio do imvel; identificao dos proprietrios; nmero docadastro do imvel (na Prefeitura ou no INCRA); nmero do registro anterior.

    O sistema matricial surgiu com a Lei 6.015/73. Antes, havia o regime dastranscries. A Lei 6.015/73 determina que a matrcula, obrigatoriamente, ser abertaquando da prtica do primeiro ato relativo quele imvel, na vigncia da nova lei.

    O princpio da unitariedade matricial vem descrito no art. 176, 1, I, da Lei6.015/73. Cada imvel tem que ter a sua prpria matrcula. Cada imvel s pode teruma matrcula, sob pena de se gerar insegurana. Cada matrcula somente pode dizerrespeito a um imvel.

    O que o encerramento da matrcula? Consiste na vedao prtica de novosatos naquela determinada matrcula. No entanto, o encerramento no gera o

    cancelamento jurdico da matrcula. Ela continuar existindo perpetuamente, emboranovos atos no possam ser praticados porque seu objeto desapareceu. Oencerramento obrigatrio, caso contrrio o mesmo imvel pode ter mais de umamatrcula.

    2. Princpio da Concentrao (art. 246, LRP)

    um princpio implcito no sistema registral brasileiro.

    Dois autores que falam sobre o princpio da concentrao: Joo Pedro LamanaPaiva e Leonardo Brandelli.

    O princpio da concentrao teve sua principal origem no direito espanhol. Oprincpio da concentrao determina que todos os atos relativos propriedadeimobiliria ou queles que constam como seus titulares devem ser concentrados namatrcula do imvel.

    Obs.: tramita no Congresso um PL para deixar expresso o princpio daconcentrao.

    S se pode levar para o registro de imveis aquela relao jurdica ou aqueledireito expressamente previstos em lei. Os atos registrveis se apresentam em um roltaxativo.

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    Obs.: o art. 246 da LRP prev que sero averbados na matrcula as sub-rogaes ou quaisquer dados que de alguma forma alterem aquilo que consta damatrcula ou do registro. Se de alguma forma a relao jurdica puder atingir o imvel,de forma direta ou indireta, essa relao deve ingressar na matrcula em razo doprincpio da concentrao.

    Ex.: Art. 25 da Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade): direito de preempo emfavor do Municpio. O Municpio deve notificar o proprietrio. O titular do direito depreferncia (preferente) o Municpio. necessrio que a informao da preempoconste da matrcula do imvel.

    3. Princpio da Presuno (Fora Probante)

    Art. 252 da LRP e art. 1.247 do CC.

    Determina que aquilo que consta dos registros pblicos presumidamenteverdadeiro. Em regra, a presuno relativa da veracidade daquilo que consta nosassentos registrais. O nosso sistema registral trouxe uma presuno juris tantum deque aquilo que est assentado verdadeiro. Caber ao interessado produzir prova emcontrrio.

    Em relao ao registro de imvel, o nosso regime registral est entre um meiotermo entre o sistema francs e o sistema alemo. No sistema francs o direito propriedade imobiliria pode ser transferido ou adquirido por simples contrato. Ocontrato tem fora translativa do direito propriedade imobiliria. O registro

    meramente publicitrio, e no constitutivo. No sistema alemo o registro obrigatrio.S registra quem dono. Alm disso, o registro que constitui ou que transfere odireito real imobilirio. O contrato apenas cria vnculo obrigacional. No Brasil, o registro obrigatrio e constitutivo ou translativo de direito real imobilirio. Contudo, oregistro no sistema brasileiro cria presuno relativa de verdade em relao ao seucontedo. No sistema alemo a presuno absoluta, pois todos os imveis daAlemanha esto cadastrados em um sistema nico que impede a existncia de reassobrepostas ou mesmo de titulares distintos. Havendo falhas no sistema brasileiro, possvel provar o contrrio e com isso desconstituir o registro. No sistema alemo,havendo falhas somente se pode reclamar a reparao civil contra o Estado, pois a

    presuno absoluta, no sendo possvel desconstituir o registro que foi feito.

    4. Princpio da F-Pblica (art. 3 da Lei 8.935/94)

    Determina que at que se desconstitua aquilo que consta nos assentosregistrais, o ato praticado tido por verdadeiro e produzir todos os seus efeitos. Issoporque os oficiais, os tabelies e alguns servidores so dotados de f-pblica. O quefoi declarado tido por verdadeiro, produzindo todos os seus efeitos at que sejadesconstitudo.

    Ex.: casamento putativo: um casamento que tem registro. At que sedesconstitua o registro o casamento putativo produzir todos os seus efeitos.

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    Obs.: em relao Unio Federal, os tribunais superiores tm entendido quepor se tratar de uma presuno relativa aquela que diz respeito ao registro imobilirio,nos casos em que a propriedade da Unio decorrer da lei, ela est legalmenteautorizada a emitir e exigir a taxa de ocupao antes mesmo de alterar os dadosregistrais. Fundamentos: a propriedade da Unio originria e a do particular

    derivada; a emisso e a exigncia da taxa de ocupao decorrem da presuno delegalidade dos atos da administrao.

    5. Princpio da Prioridade

    prprio de registro de imvel.

    Por tal princpio fica estabelecida a preferncia entre direitos reais em razo dadata da prenotao. Prenotao o protocolo feito no registro de imveis. Todos os

    protocolos recebem um nmero de ordem e tm a identificao da data em que foramfeitos. So dados obrigatrios de acordo com o art. 175 da LRP.

    O registro feito retroage data da prenotao, desde que feito no prazo legal.Regra: o prazo legal de 30 dias.

    possvel a instituio de hipotecas de graus distintos. Na lei no h limitepara o nmero de hipotecas. Na prtica o limite o valor do bem. A regra ser que ocredor que primeiro registrar a hipoteca o credor com preferncia em caso deconcurso de credores. Contudo, preciso observar a regra da prenotao.

    Exceo: apresentada uma hipoteca de 2 grau e nela expressamente constara existncia da hipoteca de 1 grau e esta no estiver registrada. Nesse caso oregistro da hipoteca de grau maior ficar suspenso por 30 dias, aguardando-se que ocredor da 1 hipoteca a apresente para registro. Se nos 30 dias o credor da 1hipoteca no a apresentar para registro, a hipoteca de 2 grau passa a ser hipoteca de1 grau, exceto se for hipoteca cedular rural (DL 167/67). Um dos requisitos dahipoteca cedular rural constar o exato grau de hipoteca.

    6. Princpio da Especialidade, Especializao ou Determinao Objetiva e

    SubjetivaA especializao o princpio que exige que os dados constantes da matrcula,

    dos ttulos e dos registros e averbaes apresentem a perfeita e completa qualificaodo objeto e dos sujeitos da relao jurdica. (art. 176, 1, II e III, LRP).

    Especializao objetiva:

    Ex.: imvel: tipo, rea, confrontantes, localizao, pontos e coordenadasgeorreferenciadas.

    Especializao subjetiva:

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    Ex.: pessoa natural: nome completo, nacionalidade, profisso, estado civil(dados do cnjuge e do casamento), nmero do RG e do CPF e domiclio.

    A LRP dispe que ser a pessoa natural identificada pelo RG ou CPF e, nafalta desses, pela filiao. Na realidade, onde na lei consta ou e. Na falta do CPF

    no h registro. (DOI declarao de operaes imobilirias) A DOI umadeclarao que os oficiais so obrigados por lei a emitir em favor da Secretaria daReceita Federal. A no emisso da DOI ou a omisso de dados referentes a elaresultar em infrao administrativa e incidncia de multa ao oficial. A emisso deinformaes feita com base no CPF ou CNPJ dos negociantes. Alm da DOI existe aDOITU Declarao de Operao Imobiliria de Terrenos da Unio serve para ocontrole dos bens da Unio.

    Identificao da nacionalidade como critrio de especializao subjetiva. Oestrangeiro tem que ter RNE (registro nacional de estrangeiro). Para que o estrangeiropossa adquirir imvel no territrio nacional preciso que tenha CPF. obrigatrio

    informar ao INCRA (alm da Corregedoria do Tribunal), a cada trs meses, se houveou no aquisio de imvel rural por estrangeiros. Alm disso, de acordo com alegislao federal o mximo de rea rural que pode pertencer a estrangeiro de 25%da rea superficial de um Municpio. Desse total (25% do Municpio), no mximo 40%aos estrangeiros de mesma nacionalidade (10% da rea do Municpio).

    Se for pessoa jurdica, obrigatrio indicar sede, denominao e nmero doCNPJ.

    Especializao dos direitos reais de garantia: art. 1.424 do CC.

    Especializao do contrato de alienao fiduciria de bem imvel: art. 24 da Lei9.514/97.

    7. Princpio da Qualificao ou Legitimao ou Legalidade Registral

    um princpio prprio de serventias registrais, ou seja, nos tabelionatos no hpreviso legal quanto ao princpio da qualificao.

    A qualificao exige do oficial a anlise detalhada do ttulo ou documento

    apresentado ao registro e da violabilidade da prtica desse ato. Qualificar quer dizerverificar se o ttulo est apto ao registro ou averbao. dever do oficial promover aqualificao. Em razo da qualificao o oficial confere segurana jurdica ao negciolevado serventia.

    O ttulo vai entrar na serventia pelo protocolo. Depois do protocolo o oficialprocede qualificao. Se o ttulo estiver apto ao registro ou averbao, o prximopasso ser efetiv-lo.

    O problema surge quando o ttulo no est apto ao registro. Quando o ttuloest apto ao registro haver uma qualificao afirmativa. Se no estiver apto, ser

    qualificao negativa. No estando apto, dever do oficial expedir a nota devolutiva

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    (art. 30 da Lei 8.935/94). O descumprimento desse dever infrao funcional, quepode, em casos externos, resultar na perda da delegao.

    Contedo da delegao. O oficial deve verificar: a) respeito aos Princpiosregistrais; b) respeito ordem pblica; c) se o ttulo no apresenta qualquer causa de

    nulidade absoluta, declarando-as na nota de devoluo. Quanto s nulidades relativas,h trs correntes doutrinrias.

    1 CORRENTE: o oficial no deve declar-las, pois dizem respeito ao interessedas partes, e no ao interesse social.

    2 CORRENTE: o oficial no deve declarar, salvo incapacidade relativa de umadas partes.

    3 CORRENTE: (tem prevalecido) os oficiais devem declarar as nulidadesrelativas quando elas forem aparentes. No possvel perceber nulidade relativa que

    diga respeito manifestao de vontade. Incapacidades relativas aparentesex.: faltade consentimento, excesso de poderes em mandato etc. Fundamento: previso do art.1 da LRP e da Lei 8.935/94.

    Feito o protocolo/prenotao, o oficial tem o prazo de 30 dias para registrar.Nesses 30 dias o oficial tem que realizar a qualificao, com exceo do Estado deSP, que so 15 dias para registrar e 15 dias para qualificar.

    Qualificao positiva = registro ou averbao.

    Qualificao negativa = nota de devoluo

    Tambm chamada de nota de exigncias ou notadevolutiva, a nota de devoluo um documento que deve serescrito.

    Da nota de devoluo se inicia um novo caminho:

    1 Hiptese: A parte interessada concorda com as exigncias formuladas e ascumpre. Nesse caso nova qualificao ser realizada.

    2 Hiptese: A parte no cumpre as exigncias formuladas pelo registro deimveis e deixa transcorrer o prazo da prenotao (30 dias). Nesse caso dever haver

    novo protocolo.3 Hiptese: Outra possibilidade a parte que, no concordando com as

    exigncias formuladas pelo oficial, no realiza as exigncias (ex: Joo casado comMaria no regime de comunho parcial de bens; Maria proprietrio de um bem queadquiriu antes do casamento; na matrcula consta que Maria comprou o imvel; Joovai embora; Maria quer vender o imvel e j fez a escritura pblica; o oficial faz umanota de devoluo exigindo que se comprove a anuncia do cnjuge ou o suprimentojudicial da vontade; Maria responde que no tem como cumprir as exigncias). Nessecaso, a parte interessada poder requerer ao oficial que suscite dvida ao Juizcompetente, na forma do art. 198 da Lei dos Registros Pblicos.

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    Obs.: de acordo com a Lei dos Registros Pblicos, o legitimado para asuscitao de dvida apenas o oficial. Por isso que o interessado ir requerer aooficialpara que ele suscite dvida ao Juiz (caso o oficial fique inerte caber em teseum mandado de segurana).

    O que suscitao de dvida? o procedimento administrativo pelo qual sesubmete a apreciao judicial as exigncias formuladas pelo oficial relativas ao ttuloapresentado ao registro quando o interessado se recusa ou no tem condies desatisfaz-las. Se a parte fizer o requerimento e justificar, o oficial tem o dever desuscitar a dvida. Se no o oficial no o fizer, ocorrer duas circunstancias: a) infraofuncional; b) pode permitir a abertura do procedimento denominado suscitao dedvida inversa, invertida ou s avessas.

    Obs.: suscitao de dvida inversa no tem previso legal. Em razo disso, comum que os juzes no aceitem esse procedimento. Como o oficial no cumpriu oseu dever ser possvel oferecer uma representao contra o oficial. Isso quer dizer

    que os juzes que aceitam a suscitao de dvida inversa, no mais das vezes arecebem como representao ou pedido de providncias. Nessas condies, scabe suscitao de dvida inversa ou representao ou pedido de providencias serealmente houve uma infrao por parte do oficial. A doutrina entende que s cabersuscitao de dvida inversa em dois casos:

    a) Quando o oficial se recusa ou se omite em suscitar a dvida requeridapelo interessado;

    b) Quando o oficial se recusa a protocolizar o ttulo apresentado. deverdo oficial protocolizar o ttulo para depois fazer a qualificao.

    Fundamento: o protocolo que gera prioridade. Casos em que a recusada protocolizao possvel:

    Quando o ato no for atribuio territorial daquele oficial;

    Quando o ato no for atribuio material do oficial.

    A suscitao de dvida um procedimento administrativo pelo qual ointeressado na prtica do ato registral, requer ao oficial que leve ao conhecimento dojuiz as exigncias formuladas, para que este verifique necessidade ou no de cumpri-las, isto , a deciso proferida na suscitao de dvida no faz coisa julgada, logo no

    impede o uso da via judicial para discutir a mesma matria.Do requerimento da parte, o oficial vai suscitar dvida ao Juiz. O oficial vai

    fazer uma petio endereada ao Juiz, informando tudo o que aconteceu, o que aparte requereu e por que ele fez aquelas exigncias. O endereamento sempre serao Juiz. Qual Juiz? Nas capitais em que houver vara especializada, a competnciaser da vara de registros pblicos. o nico Juiz que originariamente acumula funojurisdicional e administrativa. Nas comarcas em que exista Juiz corregedorpermanente dos cartrios, a competncia ser deste ( um Juiz de uma vara comum,mas que indicado para atuar como Juiz corregedor permanente na comarca. Nohavendo Juiz corregedor permanente na comarca, a suscitao de dvida ser dirigida

    ao Juiz diretor do foro e este ir distribuir a um dos seus juzes.

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    Elaborada a petio de suscitao de dvida o oficial notificar a parteinteressada e juntar as razes da suscitao de dvida. Aps a notificao, junta-se oAR a inicial e os documentos juntados pela parte e, por oficio, encaminha-se para oJuiz competente. A impugnao j apresentada ao Juiz competente, no prazo de 15dias a contar da notificao.

    Obs.: no exigvel a presena de advogado. Independente de impugnao, aduvida ser decidida pelo Juiz. Se houve impugnao, antes de decidir o Juiz abrirvista ao representante do MP para que se manifeste no prazo de 10 dias. Se nohouve impugnao, no ser necessria a manifestao do MP.

    Obs.: na suscitao de dvida s se admite prova documental. Se a parteprecisar de prova testemunhal ou pericial, s ser possvel em processo judicial.

    O prximo passo ser a deciso do Juiz. Que deciso o Juiz profere?Sentena. Desta sentena caber recurso de Apelao, que ser recebida em seu

    duplo efeito (devolutivo e suspensivo). Devolve ao poder judicirio, mantendo a funoadministrativa do judicirio.

    Quem pode apelar? O MP, o prprio interessado ou o terceiro prejudicado. Ooficial apenas o meio pelo qual se chega at o Juiz. O oficial no tem interesse emrecorrer, no sendo legitimado recursal.

    Quem decide o recurso de Apelao? Tem que ser um rgo superior ao Juizcompetente. A Regra Geral de todos os estados com a exceo de So Paulo: quemdecide a Apelao o Conselho Superior de Magistratura (CSM). Em So Paulo, se oato requerido originrio for averbao, e no registro, quem decide o Corregedor

    Geral de Justia (CGJ).

    Obs.: a Apelao o ltimo recurso da esfera administrativa.

    Na suscitao de dvida a deciso pode julg-la procedente ou improcedente.Pelo art. 198 da Lei dos Registros Pblicos quem suscitou a dvida foi o oficial, e noo interessado. Como foi o oficial quem suscitou, ele teria a mesma qualidade do autorda ao. Portanto, se a dvida foi julgada procedente, sinal de que quem tem razo o oficial e no a parte interessada. Logo, no caber registro ou averbao. Toda adocumentao ser devolvida ao interessado. Se a dvida foi improcedente, sinal deque as exigncias no tinham cabimento. Logo, o oficial deve imediatamente procederao registro ou averbao.

    O procedimento de suscitao de dvida tem custas se for julgada procedente.Se o interessado perder, caber a ele arcar com as custas.

    8. Princpio da Continuidade (Lei dos Registros Pblicos, art. 198 e 237)

    Os atos registrados devem ser praticados na sequncia lgica e cronolgica asua ocorrncia.

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    Ex: A lavrou escritura pblica de compra e venda com B. B no registrou e

    vendeu o imvel para C e fez a prenotao. Na matrcula consta A como titular e na

    escritura de C consta que B vendeu paraC, portanto, este no poder registrar.

    Obs.: todos os ttulos tem que ser qualificados no importando a origem dos

    ttulos, se judicial ou extrajudicial.

    9. Princpio da Instncia ou Rogao (art. 14, Lei dos Registros Pblicos)

    Determina que, salvo autorizao legal expressa, os oficiais e os tabeliessomente podem agir se provocados.

    Quem est legitimado para requerer ao oficial que pratique o ato:

    - O Juiz;

    - MP quando lhe couber interessado;

    Obs.: se no tiver requerimento o oficial no pode agir, mesmo que tomeconhecimento do fato, salvo se ele estiver legalmente autorizado para tanto. Ex: ooficial registrou o casamento. Ele no pode automaticamente fazer a averbao namatrcula do imvel.

    Lei 8.935/94:

    Essa lei trata da fiscalizao da atividade dos notrios e registradores.

    obrigatria a fiscalizao da atividade dos cartrios. Essa fiscalizao vem noart. 236 da CF/88.

    Art. 236. Os servios notariais e de registro so exercidos em carterprivado, por delegao do Poder Pblico.(Regulamento)

    1 - Lei regular as atividades, disciplinar a responsabilidade civile criminal dos notrios, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definira fiscalizao de seus atos pelo Poder Judicirio.

    Essa fiscalizao pode se dar atravs das correies que podem ser ordinriase extraordinrias.

    A correio ato privativo do juiz, esse o que a legislao estadual d a ele afuno de juiz corregedor da serventia extrajudicial.

    Correio Ordinria.

    A correio ordinria, em regra, deve ser realizada periodicamente, a dependerdas normas de cada estado.

    Ex: Estado de SP uma correio ordinria por ano. Ademais, toda vez queum juiz assumir a atividade correicional, bem como toda vez que mudar o titular da

    serventia, obrigatria a realizao da uma nova correio.

    Correio Extraordinria.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8935.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8935.htm
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    Ser realizada toda vez que o juiz tomar conhecimento de irregularidadespraticadas na serventia. Tambm poder ser realizada quando lhe for informada aocorrncia de irregularidades na serventia.

    O Juiz Corregedor a primeira pessoa legitimada fiscalizao da atividade

    notarial e registral.

    O Juiz atuar de ofcio.

    O prprio art. 37, Lei 8.935/94, prev a atuao do poder de fiscalizao pormeio de representao do interessado. A REPRESENTAO o ato pelo qual oadministrado ou qualquer interessado leva ao conhecimento do juiz a ocorrncia dealguma falha na atividade notarial ou registral. Recebida a representao, caber aojuiz apurar o fato. Nessa apurao, poder at determinar a realizao de umacorreio.

    Art. 37. A fiscalizao judiciria dos atos notariais e de registro,mencionados nos artes. 6 a 13, ser exercida pelo juzo competente, assimdefinido na rbita estadual e do Distrito Federal, sempre que necessrio, oumediante representao de qualquer interessado, quando da inobservnciade obrigao legal por parte de notrio ou de oficial de registro, ou de seusprepostos.

    Pargrafo nico. Quando, em autos ou papis de que conhecer, oJuiz verificar a existncia de crime de ao pblica, remeter ao MinistrioPblico as cpias e os documentos necessrios ao oferecimento dadenncia.

    Na correio o juiz deve verificar tudo o que diz respeito ao andamento da

    serventia. Ex: as guias de recolhimento esto quitadas, horrio de funcionamento daserventia; arquivos da serventia etc. Na prtica as corregedorias criam um formulrio(roteiro) para o juiz.

    E se houver irregularidades? Primeiro passo conceder o prazo para que asirregularidades sejam sanadas. Nesse prazo poder o juiz determinar o afastamentodo titular da serventia e nomear um interventor para que este verifique o que est ouno ocorrendo na serventia.

    Ex: caso ocorrido na BA no registro civil de pessoas naturais. A oficial pocaregistrou nascimento de pessoas que no tinham nascido e bito de pessoas que

    ainda estavam vivas. Gerou a perda de delegao.

    Extino da delegao.

    Art. 39. Extinguir-se- a delegao a notrio ou a oficial de registropor:

    I mo rte ;

    A LNR nada fala sobre a morte presumida.

    Para a profa. Daniela Rosrio:

    Morte presumida sem ausnciaart. 7, CC c/c art. 88, LRP

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    Morte presumida com ausnciaabertura da sucesso provisria.

    II apos entadoria facultat iva;

    A aposentadoria voluntria, no se aplica a aposentadoria compulsriaADI 2602/MG.

    O regime o RGPS. No existe aposentadoria integral.

    CF/88 - Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquerdos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosobedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:(Redao dada pela EmendaConstitucional n 19, de 1998)

    6 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privadoprestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes,nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso

    contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.ADI 2602 no so servidores pblicos assim no participam do sistema

    previdencirio pblico, dessa forma so contribuintes do INSS e sua aposentadoria voluntria, no havendo direito a aposentadoria compulsria. Dessa forma no hqualquer limite de idade para entrar na titularidade dos cartrios.

    No existe aposentadoria integral.

    III invalidez;

    Invalidez em nada se confunde com aposentaria por invalidez.

    A invalidez aqui a impossibilidade de prosseguir com atividade notarial ouregistral, tendo ou no o Titular se aposentado por invalidez.

    Obs.:O que gera a extino da delegao a invalidez, e no a incapacidadecivil.

    A invalidez quer dizer a total impossibilidade de exercer a atividade notarial ouregistral.

    IV renncia;

    Renncia o ato unilateral pelo qual o Titular da Serventia manifesta aoCorregedor a desistncia do prosseguimento da atividade.

    Resta ao Corregedor apenas homologar. No entanto, se houver a necessidadede apurao de alguma infrao, o Corregedor s poder homologar a rennciadepois de investigada e punida, se for o caso, a falta.

    Admite-se ainda a renncia tcita: aquele que j titular assume, sob aqualidade de titular, outra serventia.

    Mesmo j sendo titular, a pessoa s pode progredir na carreira (ir para um

    cartrio melhor) por meio de novo concurso.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art37
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    Para o servidor pblico aqui teramos o pedido de exonerao.

    V perda, nos termos d o art igo 35;

    uma punio ao titular faltoso.

    Pode decorrer de processo administrativo ou judicial.

    Os titulares das serventias no so, em sentido tcnico, empossados noscargos, como ocorre com os servidores pblicos. O que existe o ato de outorga dadelegao.

    VI descum primento , com provado , da gratuidade estabelecida

    na Lei n 9.534, de 10 de dezembr o d e 1997 (NASCIMENTO E BITO)

    A cobrana por um registro de nascimento ou bito j suficiente paraextinguir a delegao, bem como o casamento civil dos reconhecidamente pobres.

    1 Dar-se- aposentadoria facultativa ou por invalidez nos termosda legislao previdenciria federal.

    2 Extinta a delegao a notrio ou a oficial de registro, aautoridade competente declarar vago o respectivo servio, designar osubstituto mais antigo para responder pelo expediente e abrir concurso.

    No a extino do servio notarial ou registral, mas sim a extino dadelegao (outorga) para aquele Titular, no necessariamente do Cartrio.

    Extinguir-se- a delegao quando houver a inviabilidade do seuprosseguimento em razo de no se conseguir prover por concurso quela serventia

    (art. 44, LNR). Obs.:Havendo extino, o servio ser anexo em outra Serventia.

    Art. 44. Verificada a absoluta impossibilidade de se prover, atravsde concurso pblico, a titularidade de servio notarial ou de registro, pordesinteresse ou inexistncia de candidatos, o juzo competente propor autoridade competente a extino do servio e a anexao de suasatribuies ao servio da mesma natureza mais prxima ou quele localizadona sede do respectivo Municpio ou de Municpio contguo.

    2 Em cada sede municipal haver no mnimo um registrador civildas pessoas naturais.

    3 Nos municpios de significativa extenso territorial, a juzo dorespectivo Estado, cada sede distrital dispor no mnimo de um registradorcivil das pessoas naturais.

    Em So Paulo o mais comum nomear o escrevente de outra serventia ou otitular de outra serventia. Em outros estados comum ter uma lista em que consta onome de pessoas que pode ser nomeada para o cartrio vago. O substituto no tem amesma autonomia do titular, como por exemplo, no pode aumentar salrios e casoqueira fazer ter que pedir ao juiz corregedor.

    10. Princpio da Publicidade (ou princpio da fico do conhecimento)

    A publicidade inerente aos registros pblicos notariais e registrais.

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    Visa garantir a publicidade dos atos jurdicos. Na serventia se tem umapublicidade presumida, de forma que aquele que quiser informaes dever requereruma certido (documento pblico que faz a mesma prova do original. Ser fornecidapela serventia, em razo de um requerimento de quem a quer. Qualquer pessoa poderequerer uma certido independentemente de fazer qualquer prova de interesse).

    Existem casos excepcionais relativos a essa regra de publicidade:

    1) segredo determinado em lei ou nas normas de servios. Aqui o oficial nopode fornecer certido, ex.: adoo.

    2) no registro de imvel possvel pedir duas informao sem certido; a) aregularidade de loteamento; b) regularidade de incorporao imobiliria.

    Nesses dois casos os empreendedores so obrigados a juntar na serventiainmeros documentos os quais so arquivados, sendo facultado a qualquer pessoa

    consult-los. Contudo, para produzir efeito ser necessria a certido.3) possvel tomar conhecimento dos atos dos registros sem certides:

    documentos arquivados em cartrios para registro de parcelamento, lei 6.766/79 e daincorporao imobiliria, lei 4.591/64.

    4) casos em que o prprio oficial deva dar publicidade aos atos praticados naserventia. o que ocorre no registro de parcelamento do solo (Lei 9.766/99).

    Ar t. 1 da le i 8.935/94 Servios notariais e de registro so os deorganizao tcnica e administrativa destinados a garantir a publicidade,autenticidade, segurana e eficcia dos atos jurdicos.

    11. Princpio da Eficcia

    um princpio inerente atividade registral. Somente aps a prtica do atoregistral, o direito levado serventia produz os efeitos dele esperados. Isso ocorrecom qualquer ato que deva ser levado serventia registral.

    12. Princpio da Disponibilidade

    inerente ao registro de imveis.

    Vem previsto na parte final do art. 172, LRP. Alm dessa previso, h ainda oart. 1.288, CC, que dispe que o titular de direito de propriedade est legitimado ausar, fruir, dispor e reivindicar.

    O princpio da disponibilidade, portanto, implica em afirmar o que pode serobjeto de negociao pelo titular do direito real. Esse poder de negociao vai seranalisado sob trs aspectos:

    A) DISPONIBILIDADE OBJETIVA.

    Consistente na qualificao do prprio bem.

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    Ex: formal de partilha em que consta que a falecida proprietria do imvelcom Xm. Existia, entretanto, uma averbao de um desdobro, feita no curso doinventrio, de uma rea equivalente a Ym. A falecida era proprietria de uma reamenor.

    B) DISPONIBILIDADE SUBJETIVA.

    Consistente na qualificao do sujeito titular do direito real.

    Ex: A o proprietrio da matrcula. Vendeu para B, que no registrou. Queantes de registrar morreu. O formal de partilha j determinou o registro em nome dosfilhos de B. Isso por no ter Bttulo registrado, no tinha como dispor de direito realem favor de seus filhos.

    C) DISPONIBILIDADE JURDICA.

    Diz respeito extenso dos direitos de que o dispoente titular. O titularsomente pode dispor dos direitos de que efetivamente titular.

    Ex: pais (A e B) fazem escritura de doao para os filhos com reserva deusufruto vitalcio. Os filhos so titulares apenas da nua propriedade. A e B precisamefetivamente vender o imvel e procuram os trs filhos para que possam vender oimvel. O que se faz, comumente, alienar a propriedade plena, se A e B tivessemtransferido para os filhos o direito real de usufruto. O USUFRUTO INALIENVEL,

    EXCETO EM FAVOR DO NU-PROPRIETRIO, PARA PERMITIR CONSOLIDAO

    DA PROPRIEDADE. Obs.: O Tabelio, mesmo assim, faz a escritura pblica. Asnormas de servios das corregedorias prevem que os tabelies, sempre que

    possvel, atendero aos princpios registrais.

    13. Princpio da Tipicidade

    Esquecer a distino entre tipicidade e taxatividade dos direitos reais.

    A tipicidade dos registros pblicos determina que somente possam ser levadosa registros os direitos taxativamente previstos em lei, desde que versados pelosinstrumentos previstos em lei para a prtica daquele ato.

    Nos registros pblicos a tipicidade se manifesta sob dois aspectos:

    A) Tipicidade relativa ao direito.

    Somente tem ingresso nas serventias registrais o direito que estejaregulado em lei.

    Ex: o art. 1.225, CC, traz uma srie de direitos que podem ser levados aoregistro de imveis ou registro de ttulos e documentos. Ex: direito real de:propriedade, superfcie, anticrese, penhor, transmisso de enfiteuse (art. 2.038, CC).

    B) Tipicidade relativa ao instrumento.Somente tem ingresso nas serventias registrais o

    ttulo previsto em lei.

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    Ex: o art. 221, LRP, prev quais so os ttulos registrveis no registro deimveis. No registro de imveis possvel registrar: escritura pblica, instrumentoparticular, carta de sentena, formal de partilha, auto de adjudicao, carta dearrematao etc. Mas s sero registrveis os ttulos que estejam previstos em lei, nos na lei 6.015.

    A tipicidade pressupe a soma dos dois elementos (direito e instrumento), ouseja, o direito registrvel e o ttulo registrvel tm que estar adequados uns aos outros.

    Ex.: entre os vrios instrumentos que podem ser levados para o registro deimveis, h o testamento. um ttulo hbil para criao de inmeros direitos reais. possvel no testamento criar uma servido, constituir direito real de usufruto, uso,habitao etc. Esses direitos podem ingressar por testamento (na verdade por meio deformal de partilha), mas tambm podem entrar por outros instrumentos (ex.: escriturapblica). Art. 1.369, CC: mediante escritura pblica devidamente registrada no Cartriode Registro de Imveis, o proprietrio pode conceder a outrem o direito de superfcie.

    O nico instrumento que pode ser usado a escritura pblica. Mas no existeadequao (tipicidade especfica) quando estamos diante de um testamento que tratade um direito de superfcie.

    14. Princpio da Territorialidade

    inerente a atividade notarial e registral.

    Em relao ao registro de imvel e ao registro civil de pessoas jurdicas,

    absoluto. Em relao ao protesto, tambm, mas no h diviso de circunscrio,apenas da comarca.

    Problemas:

    A) Atividades do tabelionato de notas.

    Alguns doutrinadores afirmam que no h territorialidade no tabelionato denotas. Na verdade tem, mas diferenciado. O art. 4, Lei 11.441/07, prev que livrea escolha do tabelio. A resoluo 35 do CNJ unificou os procedimentos relativos aplicao da Lei 11.441/07. irrelevante o domiclio de qualquer das partes, bem

    como irrelevante o local da situao dos bens. Quem escolhe o Tabelio ointeressado. No entanto, vedado ao tabelio atuar fora dos limites territoriais da suadelegao. livre a escolha do tabelio. Se a parte interessada procurou aqueletabelio, irrelevante o domiclio da parte ou o local da situao dos bens. O que proibido que o tabelio saia de sua comarca ou circunscrio para praticar atos fora.

    B) Smula 412, STJ:

    As notificaes so promovidas pelo oficial de registro de ttulos e documento.O que acontece que em relao s suas atribuies no h previso legal quanto territorialidade no que diz respeito s notificaes.

    Em 2009 o CNJ decidiu um procedimento administrativo iniciado pela Centralde Distribuio de Ttulos e Documentos, entendendo que no que diz respeito s

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    notificaes vigora o princpio da territorialidade. Assim, as notificaes tm que sercumpridas pelo oficial do registro de ttulos e documentos da comarca do notificando.

    O CNJ determinou a aplicao de sua deciso a todos os cartrios de ttulos edocumentos do territrio nacional. A violao ao princpio da territorialidade acarretar

    do ato. Ademais, haver responsabilidade civil, sem prejuzo de eventualresponsabilidade administrativa e penal.

    15. Princpio da Cindibilidade do Ttulo

    No um princpio expresso no sistema registral. A doutrina brasileira trouxetal princpio do sistema registral espanhol. Por mais que se efetive na prtica noexiste previso legal.

    possibilidade de cindir/quebrar o ttulo levado ao registro de imveis eapenas praticar alguns dos atos nele previstos.

    S ser possvel falar em cindibilidade se o ttulo trouxer mais de um negciojurdico. Ex.: escritura pblica de compra e venda de um lote X, de um stio Y e de umprdio Z. Quando esse ttulo ingressa no cartrio, ele vai ser, em primeiro lugar,prenotado (protocolo). Depois da prenotao, ser feita a qualificao do ttulo. Emrelao ao stio Y, a descrio que consta da matrcula extremamente precria. Oregistro de imveis surgiu com a Lei 601/50 (lei de terras). Essa lei trouxe duasgrandes inovaes em relao ao controle de terras: a) separou as terras pblicas dasterras particulares; b) surgiu o denominado registro do vigrio: nesse sistema, o

    proprietrio era obrigado a fazer uma declarao em duas vias descrevendo o imvele os seus confrontantes. Essa descrio era precria. Assim, faz-se necessrio,primeiramente, que se proceda retificao do imvel, para atender ao princpio daespecializao objetiva. Em relao ao prdio Z necessrio realizar a averbao.Diante de uma circunstncia como essa, ou seja, ttulo parcialmente registrvel eparcialmente no registrvel que possvel aplicar o princpio da cindibilidade.

    Obs.:o princpio da cindibilidade no pode ser aplicado de ofcio, por conta doart. 13, LRP (princpio da instncia ou rogao).

    O oficial ter que fazer a nota de devoluo de todo o documento e, na prpria

    nota de devoluo, ter que consignar que em relao ao lote X a qualificao foipositiva, ou seja, o ttulo est apto ao registro. Nessa mesma nota de devoluoconsigna-se que o ttulo relativo ao stio Y no se permite registro porque a descriodo imvel precria e pressupe prvia retificao (art. 213, LRP). Em relao aoprdio Z, a qualificao tambm negativa e no d para registrar porque viola oprincpio da continuidade porque a construo no foi averbada. Na devoluo serconsignado que o interessado poder requerer que se proceda ao registro apenas daparte regular. A ento a parte vai reapresentar o ttulo e requerer, de forma expressa,que se proceda ao registro apenas do lote X.

    Primeira hiptese de cindibilidade: parte do ttulo regular e outra parte irregular.Dever haver devoluo do ttulo para a retificao.

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    Outra hiptese em que pode ser aplicada a cindibilidade: a existncia deirregularidade parcial irrelevante uma vez que a cindibilidade requerida pelointeressado assim que faz a prenotao do ttulo. Versa sobre mais de um negciojurdico. Ex.: formal de partilha. Autor da herana: 15 imveis. Valor das custascartorrias: R$ 20.000,00. O prprio interessado quando apresenta o formal de partilha

    para registro formula requerimento no cartrio indicando quais os imveis pretenderegistrar. No precisa justificar. Basta requerer que assim se proceda.

    Obs.: Mesmo que requerido pela parte o oficial no poder cindir o ttuloquanto a prtica de um ato for pressuposto da prtica de outro, bem como quandohouver interdependncia entre os atos requeridos. Ex.: A proprietrio do imvel. B o comprador. Problema: Bno tem dinheiro para pagar. A CAIXA concede crditopara Be este d o prprio imvel em garantia para a CAIXA. No mesmo ttulo h doisnegcios jurdicos:

    a) compra e venda do imvel entre Ae Bcom a participao da CAIXA;

    b) alienao fiduciria (lei 9.514/97): firmada entre B e a CAIXA serofeitos dois registros: compra e venda e alienao fiduciria. Nada consta em relaoao sistema do financiamento, nem quanto ao valor do imvel, nem quanto aosprocedimentos extrajudiciais. Pelo contedo dos negcios jurdicos, a compra e venda registrvel, mas a alienao fiduciria no registrvel. No d para aplicar oprincpio da cindibilidade, pois os negcios esto interligados. A CAIXA s se vincula compra e venda se a alienao fiduciria estiver registrada.

    16. Princpio da No-Sucedaneidade dos rgos

    Nos termos do art. 1 da lei 6.015, bem como do art. 5 da lei 8.935/94, osregistros notariais e de registros so: registro de imveis, registro de ttulos edocumentos e civil de pessoas jurdicas, o registro civil de pessoas naturais, otabelionato de notas, o tabelionato de protesto, o ofcio e o tabelionato de contratosmartimos e os ofcios de distribuio.

    Cada tipo de atividade tem um rol de atribuies. Essas atribuiescorrespondem quilo que qualquer outro ramo do direito denomina de competnciamaterial, cada serventia somente pode praticar os atos a ela atribudos por lei.

    Ex: pacto antenupcial e registro de imveis.

    Cada um destes rgos tem um conjunto de atribuies que somente por elepode ser exercida. Isso faz com que se o rgo agir fora de suas atribuies, damesma forma da atuao fora da competncia territorial, o ato praticado naquelaserventia nulo de pleno direito.

    Ex: registro civil de pessoas jurdicas e junta comercial. Sociedade simples:registro civil de pessoas jurdicas. Sociedade empresria: junta comercial. Se por umerro o oficial de registro civil de pessoas jurdicas registrou os atos de uma sociedade

    empresria, essa sociedade no passa a ter personalidade, pois o registro nulo depleno direito.

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    Obs.: Art. 127, VII, e pargrafo nico, Lei 6.015/73: prev que compete aosoficiais de registro de ttulos e documentos a prtica dos atos no expressamenteprevistos para outros ofcios. uma atribuio residual. Ex: contrato de arrendamentoprevisto na lei 4.504/64 pode ser registrado em cartrio. Qual cartrio? A locao deimveis urbanos registrada no registro de imveis. Contudo, o arrendamento no

    est previsto como ato registrvel no registro de imveis. Se a parte quiser registrar oarrendamento, ter que faz-lo no cartrio de ttulos e documentos. Carta de anuncia:declarao de permisso ao arrendatrio contratar financiamentos bancrios e dar emgarantia a safra produzida no imvel. Onde ser registrada essa carta? Somente noregistro de ttulos e documentos.

    A atribuio residual do registro de ttulos e documentos alcana as relaesno expressamente atribudas a outro ofcio e que no so vedadas no sistemajurdico ou no foram impedidas no ofcio competente. Ex.: propriedade imobiliria:registro de imveis. A o sujeito chega ao cartrio de registro de imveis com o

    instrumento pblico de promessa de permuta entre dois imveis. Ocorre que noexiste promessa de permuta no sistema jurdico. O art. 425, CC, contudo, diz que lcito s partes firmar contratos atpicos. Esse contrato no pode ser registrado porqueviola o princpio da tipicidade. Tambm no pode ser registrado de ttulos edocumentos, pois haveria substituio de um rgo pelo outro para se atribuir efeitosjurdicos a um negcio que no se pode praticar.

    Elasticidade dos direitos reais: a possibilidade de ampliar ou diminuir o direitoreal ao mximo e ao mnimo permitido em lei. Ex: hipoteca do direito de superfcie.Com isso, a doutrina vem se manifestando que se possvel a elasticidade dos reais, reconhecida a criao da figura denominada t ime sharing ou multipropriedade

    (cada proprietrio poder usar o imvel em determinado perodo) como um direito real.S que se for reconhecida como direito real, no se pode impedir o registro imobilirio,pois se trata de direito de propriedade. Contudo, o que impede o registro damultipropriedade a falta de tipicidade. Multipropriedade a relao jurdica pela qualos condminos, por manifestao de vontade, estipulam os perodos nos quais cadaum deles exercer com exclusividade os poderes inerentes propriedade. Ex: 04proprietrios. O primeiro exercer nos meses de janeiro, fevereiro, maro e abril. admitido no nosso ordenamento, mas como direito obrigacional, e no como direitoreal. Tambm no pode registrar no registro de ttulos e documentos, seno haveriaviolao ao princpio da no-sucedaneidade dos rgos.

    O princpio da no sucedaneidade determina que uma serventia no substitutiva da outra para atribuir regularidade ao ato que no pde ser praticado naserventia de origem.

    17. Princpio no No-Saneamento

    A no sucedaneidade diz respeito impossibilidade de substituio de umrgo pelo outro. O No-Saneamento diz respeito impossibilidade de se atribuirvalidade a um ato invlido pelo simples fato de ter sido praticado no exerccio daatividade notarial ou registral, ou seja, o servio notarial ou registral no tem forasaneadora dos vcios que atingem o negcio jurdico. Se o negcio jurdico estiver, sob

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    qualquer forma, viciado, seja vcio sanvel ou insanvel, no o fato de ter sidoversado por escritura pblica ou estar registrado, que ser corrigido.

    Ex.: Acasa-se com Bem RR. Em determinado momento, Avai para MG. Oassento de nascimento de Afoi feito no PA. Acasou-se com Cem MG, para tanto,

    utilizou-se do registro feito no PA, em que consta seu estado civil como solteiro. Ocasamento foi regularmente registrado em MG. Esse casamento vlido? No, umcasamento nulo de pleno direito. O fato de estar registrado no convalida o vcio.

    18. Princpio da Obrigatoriedade

    princpio prprio do registro de imveis, mas produz seus efeitos em outrasserventias.

    A obrigatoriedade determina que o ato registral deva ser praticado sob pena deno se perceber qualquer dos efeitos decorrentes do registro. Que efeitos podem serpercebidos em razo do registro?

    Efeitos comprobatrios: demonstrar que o direito existe.

    Efeitos constitutivos.

    Ex: adoo, registro civil de pessoas jurdicas.

    Efeitos publicitrios: dar conhecimento geral quanto a existncia do direito.

    Obs.: No registro de imveis h um quarto efeito, qual seja a Aquisio daDisponibilidade do Direito. Ex: aquisio de imvel pela usucapio; sucessohereditria.