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10/09/2015 Intimidade lunar Astrodienst http://www.astro.com/astrologia/in_dg_intimacy_p.htm 1/7 O seu nome: Andréa Nunes Gaspar Logout Carrinho de compras de dk en es fr it nl pt py 中文 日本 | Meu Astro | Forum | FAQ · Tudo sobre astrologia · Compreender a Astrologia · Textos por Dana Gerhardt Observação da Lua por Dana Gerhardt Primeira parte: Intimidade lunar As pessoas perguntamme frequentemente porque dediquei tanto estudo às fases da Lua. Inicialmente foi um acto de insegurança. Eu imaginava que as fases da Lua fossem um assunto conhecido de todos os astrólogos, excepto eu. Quando era criança diziamme que se visse a Lua em Quarto Crescente era sensato pedir um desejo. Uma vizinha dedicada à jardinagem disseme que a Lua lhe guiava o cultivo e a poda. A televisão ensinoume que quando a Lua estava Cheia as pessoas enlouqueciam. Mas as minhas aulas de astrologia pouco mais me ensinaram para lá disso. Revi a minha colecção de textos astrológicos. Não consegui encontrar mais de uma dúzia de páginas acerca das fases da Lua, ao longo de seis prateleiras. Visitei a minha livraria metafísica preferida. Havia um corredor inteiro de livros de astrologia, mas nenhum era dedicado à Lua. Após quatro visitas a outras livrarias, finalmente descobri "The Lunation Cycle" da autoria de Dane Rudhyar. Mais tarde aprendi que este livro é a bíblia moderna das fases lunares. Praticamente qualquer astrólogo que trabalhe hoje em dia com as fases lunares se inspira neste livro. Mas naquele tempo, acheio uma leitura difícil. Passados três capítulos, lá estava eu a limitarme a virar páginas, sem digerir uma única palavra. Rudhyar era detentor de uma compreensão elegante e conceptual da Lua mas as suas ideias pareciam estar tão afastadas da minha experiência pessoal quanto o próprio longínquo corpo celeste. Entra serendipidade. Uma amiga convidoume para uma cerimónia de Lua Cheia com um grupo de mulheres místicas. Finalmente seria iniciada nos mistérios lunares! Na noite da Lua Cheia, conduzimos até um pequeno apartamento atrás de uma bomba de gasolina e por cima de uma velha loja de tapetes. Entrámos e encontrámos uma roda medicinal feita de pedras e cristais no chão de uma sala sem janelas. Lá se foi a minha fantasia de dançar nua numa nesga de Luar! Ao invés disso, defumámonos com salva e ervadoce (Hierochloe odorata) e posicionámonos em torno do círculo. Cantámos, meditámos, embarcámos em viagens mentais pessoais e partilhámos. Foi uma noite aprazível. Mas mais tarde durante essa noite, ao olhar para cima para a Lua redonda e brilhante acima da minha cabeça, não me senti mais próxima dela que anteriormente. ASTRODATABANK Astro Databank, the world wide unique collection of more than 35`000 chart data is online at and can be used for free! It not only contains birth data, but also all the chart drawings and thousands of biographies. ASTRO WIKI AstroWiki by Astrodienst is a free encyclopedia of astrology. It collects the knowledge of the astrological community and makes it available to everybody. The Wiki`s cadre consists of two astrological lexica. Posições actuais dos planetas 11Set2015, 02:49 UT/GMT Sol 18 4'11" Lua 24 27'10" 1 Mercúrio 13 51' 9" Vênus 14 49'17" 1 Marte 21 12'16" 1 Júpiter 6 38'48" Saturno 29 32'21" 1 Urano 19 40'56"r Netuno 8 8' 0"r Plutão 13 1'29"r 2 Nodo Lun.true 1 0'10"r Quíron 19 15'59"r Explanations of the symbols Mapa do momento Home Horóscopos gratuitos Astro Loja Compreender a Astrologia Contato

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Observações acerca da Lua astrológica por dana Gerhardt

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O seu nome: Andréa Nunes Gaspar Logout Carrinho de compras

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· Tudo sobre astrologia · Compreender a Astrologia· Textos por Dana GerhardtObservação da Lua

por Dana GerhardtPrimeira parte: Intimidade lunar

As pessoas perguntam­mefrequentemente porque dediquei tantoestudo às fases da Lua. Inicialmentefoi um acto de insegurança. Euimaginava que as fases da Luafossem um assunto conhecido detodos os astrólogos, excepto eu.Quando era criança diziam­me que sevisse a Lua em Quarto Crescente erasensato pedir um desejo. Uma vizinhadedicada à jardinagem disse­me que aLua lhe guiava o cultivo e a poda. Atelevisão ensinou­me que quando aLua estava Cheia as pessoasenlouqueciam. Mas as minhas aulasde astrologia pouco mais meensinaram para lá disso.

Revi a minha colecção de textosastrológicos. Não consegui encontrar

mais de uma dúzia de páginas acerca das fases da Lua, ao longo de seis prateleiras.Visitei a minha livraria metafísica preferida. Havia um corredor inteiro de livros deastrologia, mas nenhum era dedicado à Lua. Após quatro visitas a outras livrarias,finalmente descobri "The Lunation Cycle" da autoria de Dane Rudhyar. Mais tarde aprendique este livro é a bíblia moderna das fases lunares. Praticamente qualquer astrólogo quetrabalhe hoje em dia com as fases lunares se inspira neste livro.

Mas naquele tempo, achei­o uma leitura difícil. Passados três capítulos, lá estava eu alimitar­me a virar páginas, sem digerir uma única palavra. Rudhyar era detentor de umacompreensão elegante e conceptual da Lua mas as suas ideias pareciam estar tãoafastadas da minha experiência pessoal quanto o próprio longínquo corpo celeste. Entraserendipidade. Uma amiga convidou­me para uma cerimónia de Lua Cheia com um grupode mulheres místicas. Finalmente seria iniciada nos mistérios lunares!

Na noite da Lua Cheia, conduzimos até um pequeno apartamento atrás de uma bomba degasolina e por cima de uma velha loja de tapetes. Entrámos e encontrámos uma rodamedicinal feita de pedras e cristais no chão de uma sala sem janelas. Lá se foi a minhafantasia de dançar nua numa nesga de Luar! Ao invés disso, defumámo­nos com salva eerva­doce (Hierochloe odorata) e posicionámo­nos em torno do círculo. Cantámos,meditámos, embarcámos em viagens mentais pessoais e partilhámos. Foi uma noiteaprazível. Mas mais tarde durante essa noite, ao olhar para cima para a Lua redonda ebrilhante acima da minha cabeça, não me senti mais próxima dela que anteriormente.

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Posições actuais dosplanetas11­Set­2015, 02:49 UT/GMT

Sol 18 4'11"

Lua 24 27'10" 10n24

Mercúrio 13 51' 9"

Vênus 14 49'17" 10n22

Marte 21 12'16" 15n33

Júpiter 6 38'48"

Saturno 29 32'21" 18s16

Urano 19 40'56"r

Netuno 8 8' 0"r

Plutão 13 1'29"r 20s58

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Quíron 19 15'59"r

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Aprendi que as minhocas, as ostras, as cenouras, as salamandras e outros organismos semovem ao ritmo da Lua. Mas então e as pessoas?

Talvez demorasse tempo. Estava ansiosa pela próxima cerimónia da Lua até que soubeque não haveria mais nenhuma. O que eu tomara por um ritual mensal não passara de umacontecimento novelesco. Ao longo do ano transacto, as mulheres do círculo tentavamacompanhar a Lua mas a vida atravessava­se no seu caminho. Os miúdos adoeceram,alguém tinha uma aula, era altura de férias, os carros avariaram, os parentes chegaram defora. A Lua Cheia emergia como uma prioridade cada vez menos importante.

Foi mais um beco sem saída na minha busca pelo conhecimento relativo à Lua.Desapontada, comecei a perguntar a mim mesma se a minha meta tinha algum valor real.Dada a escassez de material escrito e a dificuldade de compromisso em tempo real comos ritmos lunares, talvez as fases da Lua não significassem absolutamente nada.

Chegara a vez da ciência, para a qual finalmente nos viramos para verificar se algo é realou não. Vasculhei o livro de Gauquelin, "The Cosmic Clocks" e outros livros, à procura deprovas estatísticas da influência exercida pelas fases da Lua. Aprendi que as minhocas, asostras, as cenouras, as salamandras e outros organismos se movem ao ritmo da Lua. Masentão e as pessoas? O folclore afirma que o número de nascimentos, de suicídios, dehomicídios, de incêndios premeditados e as ocorrências de violência domésticaaumentam em certas fases da Lua. No entanto é notavelmente difícil de encontrar provascientíficas disto. Dada a popularidade persistente das crenças acerca da Lua, poder­se­iapensar que os empíricos teriam resolvido esta questão há muito tempo atrás. Mas asinvestigações científicas formais são poucas. E para cada estudo que reivindica que ocomportamento humano está ligado à Lua, há outro que jura que não.

As estatísticas são complicadas (ou se preferirmos, a ciência nem sempre é cientifica).Um exemplo disso é um estudo que parecia provar que os acidentes de viação aumentamdurante as Luas Nova e Cheia. Foi mais tarde constatado que no decorrer deste estudo osacontecimentos lunares ocorriam em fins­de­semana, uma altura também associada aomaior número de acidentes. Quando os investigadores acrescentaram controlosestatísticos para as férias e fins­de­semana, a relação entre a fase lunar e os acidentes decarro desapareceu. Outro estudo mostrou que o número de homicídios édesproporcionalmente alto nas 24h antes e depois das Luas Cheias. Contudo, para chegara esta descoberta passaram­se os dados por uma miríade de testes estatísticos,descartando todos os resultados negativos até alcançar o resultado positivo desejado, ouseja até se constatar que a conclusão não fazia virtualmente sentido. [1]

Este facto nunca pára de me espantar. As pessoas acreditam no poder da Lua o suficientepara o afirmar mas não o suficiente para de facto o investigar e rastrear.

A maior parte dos amantes da Lua acreditam nos estudos que comprovam a sua crença ea maior parte dos cientistas acreditam nos estudos que a refutam. Para lá disto, não estousegura quanto àquilo que aprendi a partir das investigações empíricas. Na verdade, um dosmeus estudos favoritos é um estudo informal que eu própria tenho vindo a conduzir aolongo dos anos. Eu pergunto às pessoas, individualmente ou em grupo se acreditam queas fases da Lua exercem influência. Habitualmente a maior parte delas responde que sim.Porém quando pergunto às mesmas pessoas se me conseguem dizer em que fase está aLua agora, é notório como muito poucos sabem responder.

Este facto nunca pára de me espantar. As pessoas acreditam no poder da Lua o suficientepara o afirmar mas não o suficiente para de facto o investigar e rastrear. Por agora era ofascínio sentido por toda a problemática da Lua que me mantinha colada a ela mais do que

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qualquer outra coisa. Eu era uma eterna provocadora no respeitante à Lua, tentandoestreitar o fosso entre o folclore e a realidade, entre as lendas lunares e a minha própriaexperiência, entre o meu desejo de palpar os segredos da Lua e o meu receio de que talveznão existissem nenhuns.

Por esta altura, o Dane Rudhyar começou a parecer­me muito bem.E então parti no encalço do conhecimento das fases da Lua dentrodo seu enquadramento conceptual. Eu fui tão recompensada pelasua perspectiva quanto tenho sido por qualquer outra boa técnicaastrológica. Rudhyar compara oito fases do ciclo da Lua a umprocesso orgânico que se desenrola. No modelo de Rudhyar, háuma gestação na Lua Nova, um crescimento gradual e uma fixaçãodas raízes na Lua Crescente, uma crise de compromisso no QuartoCrescente e ajustamentos e luta pela sobrevivência na fase Gibosa.Uma ideia luminosa ou o florescimento surgem na Lua Cheia; a polinização ou dispersãodo conhecimento é facilitada pela fase Disseminadora. Durante a Lua Minguante, há umacrise de fé à medida que o fruto ou cápsula de semente para o próximo ciclo, é preparado.A Lua Balsâmica traz decadência e desapego, libertando a semente para a próxima voltada roda.

O enquadramento de Rudhyar é sólido e notavelmente versátil. Funciona paracompreender a lunação mensal (de uma Lua Nova à outra). Funciona para descrever opropósito de vida e os tipos de personalidade baseados na fase lunar sob a influência daqual se nasceu. Funciona espantosamente bem com técnicas mais avançadas como asprogressões secundárias: De facto, mapear as fases da Lua progredida ao longo de umperíodo de 30 anos revela um poderoso plano de vida. A aplicação desta técnica, primeirono meu próprio mapa, provocou­me um dos momentos mais arrepiantes enquantoastróloga. "Meu Deus, isto funciona mesmo".

O mapear as fases da Lua progredida ao longo de um período de 30 anos revela umpoderoso modelo de vida. A aplicação desta técnica, primeiro no meu próprio mapa,provocou­me um dos momentos mais arrepiantes enquanto astróloga. "Meu Deus, isto

funciona mesmo".

O que Rudhyar ensina acerca da Lua também funciona para os planetas em aspecto. Umaboa compreensão da fase de Quarto Crescente, por exemplo, pode trazer uma novacompreensão de qualquer par natal de planetas numa quadratura em aplicação; ou a partirde um planeta em trânsito em quadratura aberta a um planeta natal. O enquadramento deRudhyar traz um novo significado não apenas à Lua, abre todo o mapa, dando um novosignificado ao sentimento do budista Shunryu Suzuki "Quando compreendemos uma coisana íntegra conseguimos compreender tudo."

Finalmente sabia mais acerca da Lua que em criança. Como astróloga cresci usando aspercepções do Rudhyar. Trouxe­as para as minhas leituras. Dei palestras acerca do ciclode lunação em conferências. Estava inspirada para começar a delinear o meu relatório"Moonprints" a partir destes alicerces. E eu continuei a explorar o enquadramento deRudhyar na primeira versão da colecção Observação da Lua, publicada na TMA, há noveanos atrás. Vocês julgariam então, que finalmente encontrara a felicidade na minha buscapelo conhecimento da Lua.

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Mas não foi o que aconteceu. Paramim, durante muitas noites, a Luacontinuou a assemelhar­se a umaestranha. E os pensamentos dedesconforto persistiam, semelhantesao incómodo provocado pela areiadentro dos sapatos depois de umacaminhada pela praia. Rudhyar erabom, mas porque é que a maior partedos astrólogos, eu incluída, seinclinavam a simplesmentepapaguear as frases de Rudhyar ao invés de construir por cima delas, enfim de as fazerevoluir? E porque é que as expectativas relativas a certas fases da Lua por vezes caíampor Terra? Algumas fases da Lua, por exemplo, eram tal como Rudhyar dizia, tãoextraordinariamente assoladas por crises enquanto outras eram calmas.

Às vezes temos de viver durante anos com um questionamento, que foi o que aconteceucom a minha interrogação acerca da Lua. Às vezes não há resposta porque se trata dapergunta errada. Era esse o caso do meu quebra­cabeças lunar. Tal como acontecera coma maior parte dos meus estudos astrológicos, eu andara à procura da informação, do tipode conhecimento que faria de mim uma perita nos desígnios dos céus. Porém ainformação por si só não faz um bom astrólogo. Ao longo do tempo tenho aprendido que háuma grande diferença entre adquirir conceitos acerca de mapas e desenvolver umrelacionamento activo com um cosmos vivo.

Em todas as minhas divagações eu regressava sempre ao local de partida, com a Luacomo mistério, embora tivesse rasgado um véu significativo. Mas não era o véu da Lua.Era o meu próprio. A minha abordagem fora a errada, enquanto astróloga, adoradora dadeusa a dançar num círculo cerimonial, empirista, historiadora, pretensa bruxa à procuradas curas e segredos das ervas regidas pela Lua. Eu esquecera o elemento mais crítico da

competência lunar: O aspecto dos relacionamentos. Tinha de ser pessoal.

Reflito frequentemente no que Thomas Moore dizia na obra "The Living Planets". Elesugeria que com a chegada da ciência e da astronomia viera algo menos venturoso: Ainabalável perda de intimidade com o céu. A nossa inteligência analítica e matemáticaresultou num tipo de aniquilação tecnológica da Lua que atingiu o auge a 20/07/1969quando, diz Moore, "através do olho omnisciente da televisão nós pudemos ver a poeira deLuna, a pegada do pé humano, bem calçado claro, e mais tarde um taco de golfe a dar umatacada no corpo de quem antes fora um "daimon", um deus, um governante celestial ou"archon" Foi então, argumenta Moore, que " os laços com os planetas tão profundamentesentidos foram arruinados." [2]

Para medir o quanto perdemos do nosso relacionamento com a Lua, podemos imaginarcomo é que era antes dos registos escritos, quando a Lua era o nosso calendário, tornandopossível a agricultura, a migração e por último a civilização. O momento certo era nessaaltura um assunto sério. Deixava­se escapar o momento certo para plantar e ofornecimento de alimentos ficava destruído pelo gelo. No entanto, era ­ se bem­sucedido,contando cinco Luas depois do solstício de Inverno, uma medida mais fácil que os 148dias. A Lua também ajudava a despistar o bom momento para jogar, fornecia uma medidada distância viajada, indicava o momento certo para uma tribo se pôr a caminho outra vez.Ela era uma parceira, intimamente ligada ao curso da vida.

Antes da electricidade, a nossa amiga Lua ajudava a diferenciar as semanas, com certasactividades a emergir como mais apropriadas numa fase do que noutra. Durante o Quarto

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Crescente, por exemplo, cada noite trazia um aumento da luznocturna. Não temos de ser místicos para perceber o porquêdo Quarto Crescente ser associado com um tempo deconstrução, com a frutificação de projectos durante a suamaior generosidade de horas úteis. É perfeitamente lógicoporque é que a Lua Cheia era associada aos momentosalegres. Sob a sua luz as comunidades podiam reunir­se efestejar após o pôr­do­sol, os amantes podiam escapulir­separa a floresta para encontros ao Luar. As hormonas damulher podem na verdade sintonizar­se mais com as

hormonas de outra mulher mais do que com a Lua, mas faz sentido que numa aldeia demulheres, estas ovulem juntas quando a Lua é propícia aos amantes.

Mesmo quando a necessidade prática da luz da Lua diminuiu, poetas, músicos e artistaspermaneceram fascinados pelo seu mistério. Quando a Águia aterrou e Neil Armstrongdeu o salto gigante pela humanidade, a intimidade deste relacionamento poderá ter atingidoo seu limite final. A misteriosa Luna foi despida. Esta deliciosa tentação para a imaginaçãodos amantes, marinheiros e jardineiros e do poeta dentro de todos nós, foi transformadaem pedra cinzenta e pó. Tão rudemente exposta como aquele corpo celeste aéreo, aquelesatélite silencioso, a Lua caiu da nossa paisagem imaginativa.

O que acontece quando um corpo reverenciado é obrigado a descer à Terra? Talvez a suadivindade se estilhace nas nossas psiques, pairando como uma superstição ou um tipo defascínio nostálgico. Retratos fantasiosos da Lua aparecem em todo o lado, em anúncios,em postais, colares, brincos, papel de embrulho, lençóis, toalhas de cozinha. Ainda nãonos libertámos totalmente dela. No entanto, a nossa reverência e anseio foram reduzidosao consumismo, a imaginação intimista foi abandonada em prol de uma imaginaçãoemprestada que sabemos não ser exactamente real.

O folclore e superstições lunares também dependem de uma imaginação emprestada. Acrença pode perseverar mas a percepção genuína foi perdida. Quando as coisas ficam depernas para o ar e alguém se interroga se a Lua está cheia, muitos irão assentir maspoucos irão lançar um olhar confirmador em direcção ao céu. O quarto jogo da "WorldSeries" de 1993, por exemplo, foi tão louco e imprevisível, que o comentador televisivoexclamou "deve de ser a Lua Cheia" A Lua estava na sua fase de Quarto Crescente, algoque qualquer pessoa poderia ter visto. É claro que isto não entrou nos anais da história datelevisão tanto quanto entraria uma gafe. [3]

Podemos ser perdoados. Ninguém precisa de saber se a Lua está cheia ou não. E a apatiacognitiva é um facto na nossa espécie. Temos tendência para apenas reparar naquilo queconfirma as nossas crenças; as evidências refutadoras escapam frequentemente à nossaatenção. Isto, contudo, não é uma boa prática para os astrólogos a braços com os detalhesda sua profissão. Ao observar os acontecimentos da vida em contraponto com as fases daLua, descobri que muitas crenças lunares e interpretações astrológicas simplesmente nãose aguentavam em pé. Será que a informação era um disparate? Ou será que istosignificava que a influência lunar não funciona com a regularidade mecânica de umrelógio? Ou haveria algo mais implicado?

O meu pensamento retorna ao comentário de Moore acerca de intimidade. E se, tal comomuitas tradições místicas afirmam, o cosmos estiver de facto vivo? Se tomarmos istocomo verdadeiro, então o nosso caminho é óbvio: Temos de abordar a Lua enquanto servivo. Isto é seguramente mais fácil de dizer do que de fazer, dada a tendência moderna deolhar para tudo (nós mesmos incluídos) como uma máquina, composta de peças que oufuncionam, ou precisam de reparação ou são descartadas. A alternativa é interpretar aLuna como uma influência que nem controla nem é controlável, quiçá, previsível ecaprichosa, ora falando ora relutando, aproximando­se de nós e virando­nos as costas,

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dando­se a conhecer mas nunca por completo, um ser capaz, de facto, de mudar.Relacionarmo­nos desta maneira exige vontade de ir para lá da informação astrológica ede adentrar o conjunto de competências constituído pela receptividade e intuição, vazio eimaginação. Isto significa um respeito renovado pelo seu mistério, uma palavra que Mooredefiniu não como um puzzle impossível de resolver , mas "no sentido religioso:insondável, para lá da manipulação, exibindo o rasto do dedo de Deus a trabalhar". [4]

Observar a Lua significa amar o mistério e ser sensível à vida em redor, na Terra e no céu.À medida que as fases se desenrolam ao longo de cada ciclo lunar, haverá momentos emque poderemos ser de facto o sábio, como Rudhyar e outros, trabalhando a partir do nossointelecto. Outras vezes poderemos precisar de ser o amante, sentindo o humor do tempo

com os nossos corações.

Em todas as minhas deambulações eu acabava por regressar ao ponto de partida, com aLua como mistério, embora tivesse rasgado um véu significativo. Mas não era o véu daLua. Era o meu próprio. A minha abordagem fora a errada, enquanto astróloga, adoradorada deusa a dançar num círculo cerimonial, empirista, historiadora, pretensa bruxa àprocura das curas e segredos das ervas regidas pela Lua. Eu esquecera o elemento maiscrítico da competência lunar: O aspecto dos relacionamentos. Tinha de ser pessoal; Etinha de ser algo muito mais dinâmico que a aquisição de conceitos. Estar numrelacionamento com a Lua sugere algo tão desafiador quanto recompensador comoqualquer outro relacionamento, cheio de paixão, conhecimento gradual e deleite, conforto efrustrações crescentes, fricção, tédio e surpresa.

Os relacionamentos nunca foram o meu forte. Contudo é apropriado, eu ir agora aoencontro deste aspecto da Lua. Mudei­me recentemente da Califórnia para o Oregon. Pelaterceira vez na minha vida, estou a embarcar na aventura de um relacionamento sério.Vendi a casa que adorava, larguei o trabalho que tinha há 16 anos, desenraizei o meu filho,para casar com um homem que conheço e amo há 31 anos. A maior parte dos dias sinto­me abençoada para lá do mensurável. Alguns dias perguntou­me o que foi que eu fiz.Pergunto­me se estou mais preparada para um relacionamento com um homem do queestou preparada para um relacionamento com a Lua.

A intimidade, quer com uma pessoa quer com o céu,exige a aceitação de muitos mistérios, incluindo, talvezespecialmente, os nossos próprios. Exige um estar emalerta para a dança interactiva que nos atrai a todos. Nofinal poderemos ter de reconhecer que a Lua, ou o nossoamante, é menos a causa das coisas mas quiçá cadavez mais o nosso colaborador. Poderemos ter de aceitaruma maior imprevisibilidade nos nossosempreendimentos e que estamos tão envolvidos nosnossos resultados quanto qualquer outro ser humano ou"outro" celestial. Tal perspectiva pode parecer emprimeiro lugar fazer­nos sentir menos seguros. Mastambém traz uma energia nova para a situação, abremais espaço. É uma forma de actualizar as nossas

crenças ao longo do tempo, uma dádiva que pode manter qualquer relacionamentoincluindo os astrológicos, frescos.

Ontem foi a Lua Nova em Caranguejo. Dias antes imprimi e estudei o mapa. Reflecti sobreos temas de Caranguejo, nutrição e maternidade, segurança e apoio, e sobre o elementobase deste signo, a água miraculosa e dispensadora de vida. Interroguei­me acerca dasoposições Plutão/Marte e Vénus/Saturno e no dia da Lua Nova mergulhei em todo este

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mistério. Ao pôr­do­sol saí para o quintal. Comecei a juntar pedras num círculo cerimonialpor cima do nosso poço subterrâneo, que juntamente com outros no vale poderá estar asecar. O meu filho apareceu do nada e completámos esta tarefa juntos. Lembrámo­nos dopequeno sapo morto que encontráramos nessa manhã e colocámo­lo na roda. Eu estavaprofundamente comovida com o nosso ritual "improptu", embora eu fosse menos umaespecialista em astrologia ou artista cerimonial que simplesmente a amiga de recreio daLua Nova. Talvez tudo o que aconteceu foi que esse dia era agora uma tomada de posiçãocontra a qual as semanas que se seguiriam poderiam ser medidas. E talvez algoinsondável, para lá da manipulação, cheio de divindade esteja também em jogo.

Observar a Lua significa amar o mistério e ser sensível à vida em redor, na Terra e no céu.À medida que as fases se desenrolam ao longo de cada ciclo lunar, haverá momentos emque poderemos ser de facto o sábio, como Rudhyar e outros, trabalhando a partir do nossointelecto. Outras vezes poderemos precisar de ser o amante, sentindo o humor do tempocom os nossos corações. E pelo meio poderão existir momentos em que somos ocaçador, famintos de alimento, em busca dos segredos lunares.

Estava ansiosa por escrever esta colecção Observação da Lua de novo, ambicionando deforma mais consciente, percorrer os caminhos do caçador, do amante e do sábio,partilhando o conhecimento astrológico e uma certa imaginação romântica. Nos 8fascículos vindouros, um por cada fase lunar, podemos recolher os velhos conceitos edesmontá­los quando necessário. Vamos ouvir o ritmo do ciclo. Vamos conduzir­nos até àLua.

1. Ver I. W. Kelly, James Rotton, e Roger Culver, "The Moon Was Full and

Nothing Happened", "The Outer Edge, Classic Investigations of the

Paranormal", editado por Joe Nickell, Barry Karr e Tom Genoni, CSICOP (NY:

1996).

2. Thomas Moore, "The Planets Within", Lindisfarne Press (NY: 1990), p. 17­18.

3. Ver Kelly, Rotton, Culver, op cit, p. 27­28.

4. Thomas Moore," Soul Mates", HarperCollins (NY, 1994), p.xi.

Oficina "Twelve Moons"

Aliada celestial da Terra, a Lua exerce uma

influência poderosa na vida diária, mas

poucos estão sintonizados com ela. Se quer

aumentar a sua sensibilidade ao ritmo

lunar, esta oficina é para si. Todos os

meses antes da Lua Nova, receberá um

caderno de exercícios com 26 páginas,

personalizado de acordo com o seu mapa

natal e a sua localização actual. Aprenderá sobre os detalhes astrológicos, o

ingresso solar e da Lua Nova, como é que eles influenciam o seu mapa, bem como

sobre as fases da Lua, a Lua fora de curso, os signos lunares e o trânsito nas casas.

Ao longo do ciclo, será guiado numa ainda maior apreciação íntima do

funcionamento da Lua na sua vida.

Oficina das 12 Luas em "mooncircles.com"

Traduzido do Inglês por Patrícia Vieira Neves (Portugal)