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Paleontologia Uma História da Vida

Introdução a Paleontologia

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Paleontologia

Uma História da Vida

O conceito de Paleontologia

Etimologia: do gr. Palaios =

antigo + ontos = ser + logos =

estudos.

Conceito. Ciência que dedica ao

estudo de restos e vestígios de

organismos que viveram no

passado, os fósseis.

Objetivos. Fornecer dados

importantes para a estratigrafia,

geocronologia, geologia

econômica, evolução, etc.

Paleozoologia de invertebrados

Divisões da Paleontologia:

paleozoololgia de invertebrados

Nautilus pseudo-elegans – MN 2347-I

Cretáceo – França

Spirifer pennatus – MN 1861-I

Devoniano – Canadá Eurypterus lacustris – MN 2489-I

Siluriano – EUA

Estudo das características e evolução dos grupos de paleovertebrados.

Divisões da Paleontologia:

paleozoologia de vertebrados

Divisões da Paleontologia:

micropaleontologia

Estudo dos microfósseis tomando como base o tamanho dos fósseis e sua conjugação com a técnica de separação dos sedimentos.

Cocólitos (esquerda) e foraminíferos planctônicos (direita).

Estudo dos icnofósseis, vestígios dos comportamentos dos animais no passado.

Divisões da Paleontologia:

paleoicnologia

Asteriacites stelliformes

Devoniano – Brasil Furnasichnus langei

Devoniano – Brasil

Divisões da Paleontologia:

tafonomia

Compreende o estudo das condições e processos que possibilitam a

preservação de restos ou vestígios de organismos pretéritos.

Diplocynodon darwini, um crocodilo que

explodiu durante a decomposição quando

os gases formaram-se em seus intestinos.

Messelirrisor sp., um pássaro com

penas de coloração bandada.

Estudo das relações entre os organismos e os respectivos ambientes de época.

Divisões da Paleontologia:

paleoecologia

Divisões da Paleontologia:

paleopatologia

Estudo das doenças dos organismos e suas causas. Nas ilustrações, com a utilização de um CT Scanner foi possível determinar que a menina inca morreu em virtude de uma pancada na cabeça e não por sufocamento.

O mais antigo caso de câncer foi

detectado no crânio de um operário

com idade entre 35 e 40 anos, que

há 4.600 anos participou da

construção da pirâmide de Gizé, no

Egito. O crânio apresenta buracos

que variam do tamanho de uma

ervilha até o de uma moeda, que os

cientistas concluíram tratar-se de

um carcinoma, um tipo de câncer.

Trata-se também do primeiro

registro de câncer no Egito antigo.

Divisões da Paleontologia:

paleopatologia

Hemangioma, ou tumor vascular ósseo, ocorre entre duas vértebras caudais de um

grande dinossauro saurópode, Apatosaurus, mantendo firmemente unidos os dois

ossos numa massa sólida. Todos os traços de articulação intervertebral estão

perdidos. Espécimen coletado nas camadas Como, Comancheano do Wyoming,

EUA, cujos depósitos são conhecidos por seu conteúdo de restos de dinossauros.

Divisões da Paleontologia:

paleopatologia

Conceito. Restos ou vestígios de organismos (bactérias, protistas,

animais, vegetais e fungos) do passado.

Tipos.

Restos: partes duras ou esqueletos, partes moles e impressões.

• Partes duras: mineralizadas (conchas, carapaças, ossos,

testas, frústulas, etc) e orgânicas (quitina).

• Partes moles: raramente preservadas ou como impressões.

Vestígios (icnofósseis, traços fósseis ou bióglifos):

• Vestígios das atividades dos organismos.

• Importantes por se preservarem in situ.

Os fósseis: conceito e tipos

Esqueletos mineralizados

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes duras

Inoceramus baranini – MN 1842-I

Cretáceo – Canadá

Amonita - Cretáceo

Pecten jacobeus – MN 1337-I

Terciário – Itália

Esqueletos mineralizados e quitinofosfáticos

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes duras

Lingula lepta – DGM 6188-I

Devoniano – Brasil Hollardops merocristata

Devoniano – Marrocos

Moldes

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes duras

Australospirifer iheringi – DGM 1687-I

Devoniano – Brasil

Schuchertella sp. – DGM 1894-I

Devoniano – Brasil

Preservações completas

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes moles

Restos de um mamute congelado do

Alasca, EUA, mantido em um

congelador no American Museum of

Natural History, New York, EUA.

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes moles

Preservações completas

Preservações em âmbar

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes moles

Impressões

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes moles

Dickinsonia

Pré-Cambriano Superior – Austrália

Apeiba pulchra – DGM 1419-Pb

Terciário – Brasil

Mineralizadas

Os fósseis: conceito e tipos

Restos – partes moles

Psaronius brasiliensis

DGM 500-Pb

Permiano – Brasil

As escavações são produzidas nos substratos moles enquanto

que as perfurações são produzidas nos substratos duros.

Os fósseis: conceito e tipos

Icnofósseis – escavações e perfurações

Palaeophycus tubularis, Devoniano – Brasil

Afloramento com ovos de dinossauros na Montanha do Dragão Verde, província de Hubei, China e mapa com a representação das 199 localidades que contêm ovos de dinossauros que se encontram distribuídas por quase todos os continentes.

Os fósseis: conceito e tipos

Icnofósseis - ovos

Ovos de dinossauros apreendidos pelo Instituto de Relíquias Culturais da China; cerca de 3.000 ovos foram confiscados de comerciantes apenas em 1993. À direita, comerciantes de fósseis em Boulder, Colorado (EUA).

Os fósseis: conceito e tipos

Icnofósseis - ovos

Macroelongatoolithus xixiaensis, o maior ovo de dinossauro conhecido, modelo de um embrião, interior de um ovo preservado com a gema perfurada por besouros e possíveis glóbulos de gordura da provável gema de ovo de dinossauro.

Os fósseis: conceito e tipos

Icnofósseis - ovos

Os fósseis: conceito e tipos

Icnofósseis - gastrólitos

Gastrólitos encontrados juntos com o

esqueleto de um réptil fóssil (Museu

Americano de História Natural, New York,

EUA).

Subfósseis: termo utilizado para designar aqueles restos com

menos de 10.000 anos de idade (Recente).

Fósseis vivos: espécies viventes que persistiram até o

presente com poucas modificações através de longos intervalos

de tempo geológico. São importantes porque fornecem dados

biológicos e evolutivos que freqüentemente não se encontram

disponíveis no registro fossilífero.

Pseudofósseis: são objetos naturais ou estruturas de origem

inorgânica que podem assemelhar-se ou ser confundidas como

fósseis de organismos pretéritos.

Adjetivação da palavra fóssil: uma conceituação equivocada

como praia fóssil, duna fóssil, falha fóssil, etc.

Os fósseis: outros conceitos

Invertebrados: Nautilus

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Invertebrados: Lingula

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Invertebrados: Limulus

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Invertebrados:

Peripatus

Vertebrados: ornitorrinco e equidna

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Vertebrados: os

peixes dipnóicos e o

celacanto (Latimeria)

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Vertebrados: o

celacanto (Latimeria)

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Vertebrados: tuatara e kiwi

Os fósseis: outros conceitos

Os fósseis vivos

Kiwi: Apteryx haastii

A pessoa que trouxe este exemplar para um museu identificou-o como sendo a cabeça fossilizada de um boi. Trata-se, na realidade, de um fragmento de sílex e, portanto, um pseudofóssil.

Os fósseis: outros conceitos

Pseudofósseis

Os fósseis: ocorrência nas rochas

Rochas ígneas

Os fósseis podem ocorrer nas rochas extrusivas ou vulcânicas como

lavas e depósitos de cinzas.

Preenchimento de moldes preservados em cinzas.

Os fósseis: ocorrência nas rochas

Rochas ígneas

Pompeia ou Pompeios

(em latim: Pompeii) foi

outrora uma cidade do

Império Romano

situada a 22 quilômetros

da cidade de Nápoles,

na Itália, no território

do atual município de

Pompeia. A antiga

cidade foi destruída

durante uma grande

erupção do vulcão

Vesúvio em 79 d.C., que

provocou uma intensa

chuva de cinzas que

sepultou completamente

a cidade.

Os fósseis: ocorrência nas rochas

Rochas sedimentares

Ocorrência nas rochas sedimentares clásticas de granulação mais fina, resultantes de uma deposição de sedimentos em ambientes de menor energia.

Ocorrência também nas rochas sedimentares químicas, principalmente nos calcários.

Os famosos depósitos calcários

das falésias brancas de Dover,

Inglaterra, são formados por

trilhões de esqueletos de

microfósseis conhecidos como

cocolitoforídeos ou nanofósseis

calcários que se acumularam

nos mares rasos e quentes do

Cretáceo. Estes depósitos

distribuem-se por todo o sul da

Inglaterra e norte da França.

Os fósseis: ocorrência nas rochas

Rochas sedimentares

Os fósseis: ocorrência nas rochas

Rochas metamórficas

Os fósseis não ocorrem nas rochas metamórficas que resultaram de

um alto grau de modificações em virtude do metamorfismo regional,

como as rochas metamórficas xistosas.

As rochas metamórficas não xistosas como o mármore e o quartzito

podem apresentar fósseis. Como exemplo podem ser citados os

estromatólitos em mármores e as impressões dos fósseis de Ediacara

em quartzito.

Absoluta: fornecendo a idade em anos com base em

isótopos radioativos.

Relativa:

• Com base na superposição das camadas sedimentares.

• Utilização de fósseis guias ou fósseis índices: que

apresentam curta distribuição estratigráfica, ampla

distribuição geográfica, são de fácil reconhecimento e

ocorrem em grande número.

• Os fósseis guias são portanto úteis tanto para a datação

relativa como para a correlação das camadas.

Importância dos fósseis: datação

Os fósseis são úteis tanto para a

correlação de camadas situadas em

localidades geográficas distantes, como

também para a determinação de

dobramento das camadas.

Importância dos fósseis: correlação

Importância

dos fósseis: a datação

relativa e a

Tabela do Tempo

Geológico

Reconstituição paleoambiental

Possibilitando reconstituir a fauna, a flora e os ambientes

pretéritos.

Reconstituição paleoclimática

Permitindo estabelecer as condições climáticas dos ambientes

em que os fósseis foram depositados.

Construção de mapas paleogeográficos e

paleobiogeográficos

Auxiliando na reconstituição das antigas massas continentais e

as linhas de costa, assim como das extensões dos mares

epicontinentais.

Importância dos fósseis

Provas paleontológicas da tectônica

de placas e da deriva continental.

Importância dos fósseis

Métodos de trabalho: o material de campo

Métodos de trabalho: a coleta

Métodos de trabalho: a coleta

Métodos de trabalho: os estudos in loco

Métodos de

trabalho:

as anotações

Métodos de trabalho: o transporte

Métodos de trabalho: a reserva

Coletar fósseis pode ser a parte

mais fácil; prepará-los e estudá-los

pode demorar anos.

Na Brigham Young University, em

Provo, Utah (EUA), uma centena de

toneladas de fósseis não estudados

encontra-se guardada sob o estádio

de futebol.

Preparação de um crânio de Tyranosaurus rex encontrado em Dakota

do Sul, EUA. Trata-se do crânio mais bem conservado já encontrado.

Métodos de trabalho: a preparação

Instrumentos de limpeza e a

técnica de preparação com

ácido apresentada em suas

etapas.

Métodos de trabalho: a preparação

Métodos de trabalho: as técnicas

Imagens em raios-X

do crânio de um

Eoraptor, dinossauro

carnívoro do Triássico

da Argentina.

A radiografia permite

revelar o interior do

crânio sem danificar o

fóssil.

Imagem em

raios-X de um

trilobita do

Folhelho

Hünsruck, do

Devoniano da

Alemanha. O

espécimen,

raro, mostra

um conjunto

completo de

apêndices

preservados.

Métodos de trabalho: as técnicas

Métodos de trabalho: as técnicas

Técnico trabalha em um bloco de arenito com restos de um Seismosaurus, procedente do Novo

México, EUA. Sob luz normal, os ossos dificilmente podem ser diferenciados da rocha matriz.

Entretanto, ficam ressaltados sob a luz ultra-violeta. Com o uso de uma lente, ele descobre uns

poucos centímetros quadrados de ossos por dia; nessa velocidade, deverá levar pelo menos dez

anos para preparar totalmente o fóssil.

Superfície de uma laje do calcário Solnhofen do Jurássico da

Alemanha vista sob a luz natural (esquerda) mostrando

somente dendritos e sob a luz ultravioleta (direita) revelando

uma larva de um crustáceo decápode.

Métodos de trabalho: as técnicas

Um exemplar do graptólito Diplograptus gracilis observado em

luz normal (esquerda) e sob a luz infravermelha.

Métodos de trabalho: as técnicas

Microscopia eletrônica da

carapaça do ostracode recente

Carinocythereis aff. carinata da

baía de Nápoles, Itália, em

aumentos de 110 X e 1.000 X.

Métodos de trabalho: as técnicas

Microscopia

eletrônica de

carapaças de

radiolários

eocênicos de

Barbados sob um

aumento de 425 X.

Métodos de trabalho: as técnicas

Métodos de trabalho: a guarda

Os fósseis de interesse científico devem preferencialmente ficar guardados

em instituições de pesquisa como museus e universidades, após serem

numerados e catalogados.

Métodos de trabalho: as exposições

Serviço de montagem e a exposição já pronta de esqueletos reconstituindo

as posições de vida de dinossauros. Exposição do Museu Americano de

História Natural, New York, EUA.

Métodos de trabalho:

as reconstituições em dioramas

Métodos de trabalho:

as reconstituições em pinturas

Métodos de trabalho: a divulgação

CARVALHO, I.S. (Ed.), 2004 – Paleontologia. Rio de Janeiro, Interciência, 2 vol.,

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Bibliografia

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Bibliografia

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Bibliografia

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Filmografia