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Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

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Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

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Page 1: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

MÓDULO I - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

- Identificar os principais fatos que contribuíram para o surgimento do direito

do consumidor;

- diferenciar relação jurídica e relação de consumo;

- conceituar e identificar os principais atores e objetos da relação de consumo;

- apontar casos em que se aplica o Código de Direito do Consumidor.

Introdução ao curso

O TELEFONE

“Honrado Senhor Diretor da Companhia Telefônica,

Quem vos escreve é um desses desagradáveis sujeitos chamados assinantes;

e do tipo mais baixo: dos que atingiram essa qualidade depois de uma longa

espera na fila.

Não venho, senhor, reclamar de nenhum direito. Li o vosso Regu­lamento e

sei que não tenho direito a coisa alguma, a não ser pagar a conta. Esse

Regulamento, impresso na página 1 de vossa interessante Lista (que é meu

livro de cabeceira), é mesmo uma leitura que reco­mendo a todas as almas

cristãs que tenham, entretanto, alguma propensão para o orgulho ou soberba.

Page 2: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Ele nos ensina a sermos humildes; ele nos mostra quanto nós, assinantes,

somos desprezíveis e fracos.

Aconteceu por exemplo, senhor, que outro dia um velho amigo deu-me o

prazer de me fazer uma visita. Tomamos uma modesta cer­veja e falamos de

coisas antigas – mulheres que brilharam outrora, ma­drugadas dantanho, flores

doutras primaveras. Ia a conversa quente e cordial ainda que algo melancólica,

tal soem ser as parolas vadias de cumpinchas velhos – quando o telefone

tocou. Atendi. Era alguém que queria falar ao meu amigo. Um assinante mais

leviano teria chamado o amigo para falar. Sou, entretanto, um severo

respeitador do Regu­lamento; em vista do que comuniquei ao meu amigo que

alguém lhe queria falar, o que infelizmente eu não podia permitir; estava,

entretan­to, disposto a tomar e transmitir qualquer recado. Irritou-se o amigo,

mas fiquei inflexível, mostrando-lhe o artigo 2 do Regulamento, segun­do o

qual o aparelho instalado em minha casa só pode ser usado pelo assinante,

pessoas de sua família, seus representantes ou empregados.

Devo dizer que perdi o amigo, mas salvei o Respeito ao Regula­mento; ‘dura

lex sed lex’; eu sou assim. Sei também (artigo 4) que se minha casa pegar fogo

terei de vos pagar o valor do aparelho – mesmo que esse incêndio (artigo 9) for

motivado por algum circuito organi­zado pelo empregado da Companhia com o

material da Companhia. Sei finalmente (artigo 11) que se, exausto de telefonar

do botequim da esquina a essa distinta Companhia para dizer que meu

aparelho não funciona, eu vos chamar e vos disser, com lealdade e com as

únicas expressões adequadas, o meu pensamento, ficarei eternamente sem

te­lefone, pois o uso de linguagem obscena configurará motivo suficiente para

a Companhia desligar e retirar o aparelho.

Enfim, senhor, eu sei tudo; que não tenho direito a nada, que não valho nada,

não sou nada. Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem

tuge, nem muge. Isso me trouxe, é certo, um certo sossego ao lar. Porém amo,

senhor, a voz humana; sou uma dessas criaturas tristes e sonhadoras que

passa a vida esperando que de repente a Rita Hayworth me telefone para dizer

que o Ali Khan morreu e ela está ansiosa para gastar com o velho Braga o

Page 3: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

dinheiro de sua herança, pois me acha muito simpático e insinuante, e

confessa que em Paris muitas vezes se escondeu em uma loja defronte do

meu hotel só para me ver entrar ou sair.

Confesso que não acho tal coisa provável: o Ali Khan ainda é moço, e Rita não

tem meu número. Mas é sempre doloroso pensar que se tal coisa me

acontecesse eu jamais saberia – porque meu apare­lho não funciona. Pensai

nisso, senhor: um telefone que dá sempre si­nal de ocupado – ‘cuém cuém

cuém’ – quando na verdade está quedo e mudo na modesta sala de jantar.

Falar nisso, vou comer; são horas. Vou comer contemplando tristemente o

aparelho silencioso, essa esfin­ge de matéria plástica; é na verdade algo que

supera o rádio e a televi­são, pois transmite não sons nem imagens, mas

sonhos errantes no ar.

Mas batem à porta. Levanto o escuro do magro bife e abro. Céus, é um

empregado da Companhia! Estremeço de emoção. Mas ele me estende um

papel: é apenas o cobrador. Volto ao bife, curvo a cabeça, mastigo devagar,

como se estivesse mastigando meus pensamentos, a longa tristeza de minha

humilde vida, as decepções e remorsos. O telefone continuará mudo; não

importa: ao menos é certo, senhor, que não vos esquecestes de mim."

Março de 1951

A crônica acima, de Rubem Braga, destaca a relação entre a prote­ção do

consumidor e as telecomunicações. Nela, verifica-se a angústia de um

consumidor em relação ao serviço prestado por um fornecedor.

Page 4: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Unidade 1 - Origem do Direito do Consumidor – breve histórico

A Revolução Industrial e o surgimento do consumidor

De tempos em tempos o ser humano identifica que possui características que o

inserem em um grupo específico capaz de lhe atribuir direitos e deveres no

exercício das atividades a ele inerentes. Assim, as cidades foram criadas e

logo seus habitantes foram alçados ao status de cidadãos. Depois, a esses foi

impingido o pagamento de tributos, tornando-se contribuintes.

Após a Primeira Revolução Industrial, surge a criação de produtos de massa e

em série e, com ela, o consumidor.

Os EUA e a Carta de Direitos do Consumidor

Emergindo como potência industrial, os Estados Unidos da América foram o

palco inicial das discussões sobre a proteção ao consumidor. Partindo de

pequenas leis esparsas e passando por leis antitrustes, já no início do século

XX, foram criadas instituições com o fim de controlar o comércio de certos

produtos, como a Federal Trade Comission (FTC), em 1914, e a Food and

Drug Administration (FDA), em 1931.

Page 5: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Porém, foi em 1962 que o presidente dos Estados Unidos da América, John F.

Kennedy, apresentou, em famoso discurso (versão em inglês), os quatro

direitos básicos do consumidor: o direito à segurança, o direito de ser

informado, o direito de escolha e o direito de ser ouvido, formando, assim, o

que ficou conhecido como A Carta de Direitos do Consumidor. Mais tarde, em

1985, a esses foram acrescidos, pela Organização das Nações Unidas (ONU),

os direitos à satisfação de necessidades básicas, à efetiva compensação, à

educação e ao meio ambiente saudável.

Pág. 2 - O Brasil e a Constituição de 1988

No Brasil, já se reconhecia a proteção ao consumidor na Lei Delegada nº 4, de

1962, objetivando assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao

consumo do povo. Na década de 70, algumas instituições de defesa do

consumidor foram criadas tanto no âmbito estadual como no nacional, entre

elas o Conselho de Defesa do Consumidor (CONDECOM), no Rio de Janeiro;

a Associação de Defesa do Consumidor (ADOC), em Curitiba; a Associação de

Proteção ao Consumidor (APC), em Porto Alegre; e a Associação Nacional de

Defesa do Consumidor (ANDEC).

Com a ditadura militar chegando ao fim na década de 80, o anseio por uma

norma sólida de amparo ao consumidor tomava força. E, assim, reconhecendo

a defesa do consumidor como um direito fundamental, a Constituição da

República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, determinou, em seu art.

5º, inciso XXXII, que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do

consumidor”. Não fosse o bastante, e com o claro intuito de não permitir

qualquer descuido infraconstitucional, inseriu-se, no Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, o art. 48, com o mandamento: “O Congresso

Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição,

elaborará código de defesa do consumidor”.

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Saiba mais

Você sabia que a defesa do consumidor foi também incluída pela Constituição

de 1988 entre os princípios gerais da Ordem Econômica? Está no art. 170,V:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e

na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os

ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V - defesa

do consumidor; (...)".

Síntese

Para refletir

"O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção".

Adam Smith

Page 7: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Unidade 2 - Os principais agentes da relação de consumo

Na unidade passada vimos que, no Brasil, a defesa ao consumidor foi

considerada um direito fundamental assegurado pela Constituição de 1988, e

que, após a sua promulgação, foi criado o Código de Defesa do Consumidor

(CDC), aplicando-se a todas as relações de consumo.

Agora, nesta unidade, veremos os principais agentes da relação de consumo e

o que a diferencia de uma relação civil.

Em que consiste uma relação de consumo?

A relação de consumo consiste numa relação jurídica regulada pelo direito do

consumidor. A relação jurídica é o liame existente entre sujeitos de direito

diante de um objeto discutido. Uma relação é considerada específica quando

determinada norma jurídica aplica-se sobre a mesma.

Quais são os agentes da relação de consumo?

Page 8: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Os agentes da relação de consumo são os sujeitos de direito da relação

jurídica de consumo e estão definidos no Código de Defesa do Consumidor.

Primeiramente, apresentaremos os conceitos legais dos principais agentes da

relação de consumo.

Pág. 2 - Conceitos de consumidor

Quais são os conceitos de consumidor?

O CDC optou por definir os conceitos de consumidor nos artigos 2º, 17 e 29, e

fornecedor no artigo 3º. Vejamos:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda

que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional

ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem

atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou

prestação de serviços.

Page 9: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e

securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Pág. 3 - Conceito de relação jurídica de consumo

Percebe-se, portanto, que o conceito de consumidor paira pelo destino pelo

qual um produto ou serviço é adquirido, seja por pessoa física ou jurídica,

desde que o faça para uso próprio e não faça parte das ações intermediárias

da cadeia de produção.

Qual é o conceito de relação jurídica de consumo?

A aquisição do produto ou utilização do serviço como destinatário final torna-se

uma das principais características para identificação da relação jurídica de

consumo, assim como a vulnerabilidade do consumidor que passa a ser outra

característica necessária para que a relação de consumo se complete.

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Ressalte-se, ainda, que produtos adquiridos, mesmo utilizados para a

produção, podem caracterizar a relação jurídica de consumo, desde que

disponíveis no mercado de consumo.

Pág. 4 - Como identificar o consumidor

Como podemos identificar o consumidor?

Diante do conceito de relação jurídica de consumo, que acabamos de estudar,

determinaram-se as teorias consolidadas para definição de consumidor.

Podem-se distinguir as teorias:

Finalista, que analisa caso a caso a identificação do consumidor como

destinatário final, sem que haja a continuidade da atividade econômica; e

Maximalista, que aplica indistintamente o CDC quando da aquisição de um

produto ou serviço, não importando se haverá uso particular ou profissional do

bem.

Page 11: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

A teoria finalista sofreu uma mutação ao ser minorada a sua aplicação,

denominada por Cláudia Lima Marques como finalismo aprofundado. Esse

finalismo aparenta-se mais propício para determinar a relação de consumo, na

medida em que relativiza e analisa a hipótese concreta, desconsiderando a

qualidade das partes e vislumbrando apenas o contrato firmado, desde que

presentes a vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica. Vejamos o que

escreve a autora:

“É uma interpretação finalista mais aprofundada e madura, que deve ser

saudada. Em casos difíceis envolvendo pequenas empresas que utilizam

insumos para a sua produção, mas não em sua área de expertise ou com uma

utilização mista, principalmente na área dos serviços, provada a

vulnerabilidade, concluiu-se pela destinação final de consumo prevalente”.

(2009, p.73).

Essa posição está sendo adotada pelo STJ com muita parcimônia e tem

demonstrado onde se pode verificar a relação jurídica de consumo.

Page 12: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Pág. 5 - Consumidores equiparados

E os consumidores equiparados?

No conceito de consumidor, há, ainda, a figura dos consumidores equiparados,

que não são configurados como destinatários finais, mas se materializam nesta

condição por uma situação de fato comum. Assim, para efeito de proteção

legal, o CDC equipara a consumidor:

a) os potencialmente consumidores (art. 2º, parágrafo único do CDC);

b) as pessoas que sofrem com algum tipo de dano, sendo vítimas de acidente

de consumo (art. 17 do CDC); e

c) os que sofrem algum tipo de prática abusiva, diante de determinadas

estratégias comerciais ou de marketing (art. 29 do CDC).

Atenção

O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa

Brasileira estão disponíveis, para consulta, na Biblioteca, textos

complementares.

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Pág. 6 - O fornecedor na relação de consumo

E como identificar o fornecedor na relação de consumo?

A relação de consumo não se completa sem a presença do fornecedor, cujo

conceito torna-se primordial para identificá-la. Desta forma, o fornecedor

caracteriza-se por desempenhar uma determinada atividade na cadeia de

produção ou na prestação do serviço descrito no artigo 3º do CDC. Ora, a

pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, ainda que

sem personalidade jurídica, pode ser enquadrada como fornecedor desde que

desempenhe uma das atividades delineadas no referido artigo, com

profissionalidade e lucro. Atividade essa que o particular comum não se

enquadra quando exerce a mesma ação do artigo 3º do CDC, haja vista não

praticá-la como atividade profissional ou habitual.

Essas características tornam fácil a identificação de casos em que se poderia

excluir a qualidade de fornecedor, como nos casos em que na relação jurídica

não há lucro (cooperativa habitacional), ou nos casos de vendas eventuais

entre pessoas físicas ou venda de objetos desvalorizados para o desempenho

da sua atividade. Assim como entidades associativas ou condomínios cujo

interesse principal restringe-se à esfera de associados ou condôminos.

Lembre-se, ainda, da aplicação do CDC nas atividades bancárias. O CDC é

claro quanto à sua aplicabilidade.

Há associações, entretanto, que detêm a característica de fornecedor por

condicionarem a prestação de serviços de assistência médica, mediante o

pagamento de mensalidade.

Page 14: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Síntese

Por fim, mas não menos importante, a completude da relação de consumo dá-

se com a entrega de um produto ou a prestação de um serviço, desde que

presentes os agentes que estudamos. O produto caracteriza-se pela atividade

desenvolvida pelo fornecedor com profissionalidade e habitualidade. Nesse

sentido, veja-se o que descreve Antonio Hermann V. Benjamin (2009, p.82):

“Quanto ao fornecimento de produtos, o critério caracterizador é desenvolver

atividades tipicamente profissionais, como a comercialização, a produção, a

importação, indicando também a necessidade de certa habitualidade, como a

transformação, a distribuição de produtos. Essas características vão excluir da

aplicação das normas do CDC todos os contratos firmados entre dois

consumidores, não profissionais, que são relações puramente civis às quais se

aplica o CC/2002. A exclusão parece correta, pois o CDC, ao criar direitos

para os consumidores, cria deveres, e amplos, para os fornecedores.”

Os serviços, por sua vez, são identificados quando colocados à disposição do

consumidor, mediante remuneração. O CDC exige, portanto, apenas a

remuneração na identificação do serviço.

Recentemente tem-se tratado da questão dos serviços gratuitos oferecidos ao

consumidor e que, embora denominados gratuitos, são pagos sem a

percepção do consumidor. Por isso, a jurisprudência tem identificado essas

situações como relação de consumo.

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Unidade 3 - Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

Na unidade anterior vimos as definições dos agentes da relação de consumo, o

que vai nos ajudar a compreender a aplicabilidade do Código de Defesa do

Consumidor (CDC).

Vamos iniciar com o exemplo de Cláudia Lima Marques (2009, p. 68/69) para

delimitar tal relação. Vejamos:

“(...) se dois civis, duas vizinhas amigas, contratam (compra e venda de uma

joia antiga), nenhuma delas é consumidora, pois falta o fornecedor (o

profissional, o empresário); são dois sujeitos 'iguais', regulados exclusivamente

pelo Código Civil. Sendo assim, à relação jurídica de compra e venda da joia

de família aplica-se o Código Civil, a venda é fora do mercado de consumo. Se

dois comerciantes ou empresários contratam (compra e venda de diamantes

brutos para lapidação e revenda), o mesmo acontece: são dois 'iguais', dois

profissionais, no mercado de produção ou de distribuição, são dois sujeitos

iguais regulados pelo Código Civil (que regula as obrigações privadas,

empresariais e civis) e pelas leis especiais do direito comercial, direito de

privilégio dos profissionais, hoje empresários. Já o ato de consumo é um ato

misto entre dois sujeitos diferentes, um civil e um empresário, cada um

regulado por uma lei (Código Civil e Código Comercial), e a relação do meio e

os direitos e deveres daí oriundos é que é regulada pelo CDC. É direito

especial subjetivo e relacional.”

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Por fim, a jurisprudência tem identificado os casos de aplicação do CDC:

· às entidades de previdência privada - Súmula 321;

· aos contratos de arrendamento mercantil - Condomínio e Concessionária;

· aos contratos do sistema financeiro de habitação - Sistema Financeiro.

Não se aplica o CDC nos casos de:

Serviço notarial

Condomínios e condôminos;

Locação;

Contratos de crédito educativo;

Benefícios previdenciários.

Síntese

Faça suas anotações, volte ao conteúdo e reveja os conceitos, bem como os

exemplos. Quando estiver seguro do conteúdo realize as atividades propostas

e siga em frente!

Page 17: Introdução Ao Direito Do Consumidor - Módulo I

Parabéns! Você chegou ao final do primeiro Módulo de estudo do curso

Introdução ao Direito do Consumidor (parceria ILB e ANATEL).

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma

releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não

influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu

domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a

correção imediata das suas respostas!