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Administração/Logística 6 Módulo I 1. INTRODUヌテO タ ノTICA O ser humano age no mundo em que vivemos de acordo com valores pré-estabelecidos. Isso significa que as coisas e as ações realizadas podem ser hierarquizadas de acordo com as noções de bem e de justo compartilhadas por um grupo de peso. O homem é um ser que avalia sua conduta a partir de valores morais, ou seja, a partir da moralidade que possui, portanto, o homem é um ser moral. Embora os termos moral e ética na maioria das vezes sejam usados como sinônimos; existe diferença entre os conceitos, pois são um pouco diferentes, desta maneira torna-se possível fazer uma distinção entre eles. Mas o que é a moral? E o que é a ética? E qual a diferença entre moral e ética? Isso é o que veremos a seguir: MORAL A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que é relativo aos “costumes”. ノ o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um determinado grupo de pessoas com o objetivo fundamental de obter uma melhor reação em sociedade. Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no espaço quanto no tempo, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que origina códigos morais diferentes. Podemos dizer de modo simplificado, que o sujeito moral é aquele que age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras morais. ノTICA Apalavra ética vem do grego ethikos e significa o que é relativo ao “modo de ser”, “comportamento”. ノ a parte da filosofia (disciplina filosófica) que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento humano. No entanto, as reflexões éticas não se restringem apenas à busca de conhecimento teórico sobre valores humanos, cuja origem e desenvolvimento levantam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso e etc. A ética é uma filosofia prática, sobre a prática humana. Em síntese, podemos afirmar que a ノtica é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética contribui para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a ノtica é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado. A ética está presente em todas as raças. Ela é um conjunto de regras, princípios ou maneira de pensar e expressar. ノtica é uma palavra de origem grega com duas traduções possíveis: costume e propriedade de caráter.

Introdução e Definição sobre Ética

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Ética e seus conceitos

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  • Administrao/Logstica 6 Mdulo I

    1. INTRODUO TICAO ser humano age no mundo em que vivemos de acordo com valores pr-estabelecidos. Issosignifica que as coisas e as aes realizadas podem ser hierarquizadas de acordo com as noesde bem e de justo compartilhadas por um grupo de peso. O homem um ser que avalia suaconduta a partir de valores morais, ou seja, a partir da moralidade que possui, portanto, o homem um ser moral. Embora os termos moral e tica na maioria das vezes sejam usados comosinnimos; existe diferena entre os conceitos, pois so um pouco diferentes, desta maneiratorna-se possvel fazer uma distino entre eles. Mas o que a moral? E o que a tica? E qual adiferena entre moral e tica? Isso o que veremos a seguir:

    MORAL

    A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que relativo aos costumes. oconjunto de regras de conduta admitidas em determinada poca ou por um determinado grupode pessoas com o objetivo fundamental de obter uma melhor reao em sociedade. Como ascomunidades humanas so distintas entre si, tanto no espao quanto no tempo, os valorespodem ser distintos de uma comunidade para outra, o que origina cdigos morais diferentes.Podemos dizer de modo simplificado, que o sujeito moral aquele que age bem ou mal, namedida em que acata ou transgride as regras morais.

    TICA

    Apalavra tica vem do grego ethikos e significa o que relativo ao modo de ser,comportamento. a parte da filosofia (disciplina filosfica) que se ocupa com a reflexo arespeito das noes e princpios que fundamentam a vida moral. A tica uma disciplina tericasobre uma prtica humana, que o comportamento humano. No entanto, as reflexes ticas nose restringem apenas busca de conhecimento terico sobre valores humanos, cuja origem edesenvolvimento levantam questes de carter sociolgico, antropolgico, religioso e etc. A tica uma filosofia prtica, sobre a prtica humana. Em sntese, podemos afirmar que a tica umconjunto de valores morais e princpios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ticacontribui para que haja um equilbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ningumsaia prejudicado. Neste sentido, a tica, embora no possa ser confundida com as leis, estrelacionada com o sentimento de justia social.A tica construda por uma sociedade com base nos valores histricos e culturais. Do ponto devista da Filosofia, a tica uma cincia que estuda os valores e princpios morais de umasociedade e seus grupos.Cada sociedade e cada grupo possuem seus prprios cdigos de tica. Num pas, por exemplo,sacrificar animais para pesquisa cientfica pode ser tico. Em outro pas, esta atitude podedesrespeitar os princpios ticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a tica na rea depesquisas biolgicas denominada biotica.Alm dos princpios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe tambm a tica dedeterminados grupos ou locais especficos. Neste sentido, podemos citar: tica mdica, tica detrabalho, tica empresarial, tica educacional, tica nos esportes, tica jornalstica, tica napoltica, etc. Uma pessoa que no segue a tica da sociedade a qual pertence chamado deantitico, assim como o ato praticado.A tica est presente em todas as raas. Ela um conjunto de regras, princpios ou maneira depensar e expressar. tica uma palavra de origem grega com duas tradues possveis: costume epropriedade de carter.

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    FUNDAMENTOS DA TICA

    Antes de falarmos sobre qualquer elemento em que se fundamenta a tica, necessrioentendermos o significado do termo. Podemos definir tica como o resultado do julgamento dasociedade em busca da normatizao dos aspectos corretos em resposta a diversas questeshumanas. bvio, que para iniciarmos um julgamento necessrio antes de tudo, que existam as questes.Para que haja as questes, necessrio um pensamento crtico e racional sobre o assuntoproposto. S ento, as questes mais coerentes iro surgindo.Sendo que podemos entender filosofia como a investigao critica e racional dos princpiosfundamentais relacionados ao mundo e ao homem, detectamos a sua presena no s no incioda criao da tica, como tambm em todo processo de sua definio. Por tanto, os fundamentosfilosficos da tica, so justamente a base de toda sua definio. Sem o pensamento filosfico,seria impossvel extinguir os questionamentos e definir uma tica completa e coerente.

    TICA E CIDADANIA

    ATITUDE TICA

    Ser tico agir corretamente sem prejudicar os outros. cumprir com os valores da sociedadeem que se vive, mora, trabalha, estuda etc.tica tudo que envolve integridade, ser honesto em qualquer situao, ter coragem paraassumir seus erros e decises, ser tolerante e flexvel, ser humilde.Todo ser tico reflete sobre suas aes, pensa se fez o bem ou o mal para o seu prximo. ter aconscincia limpa".

    TICA E POLTICA

    Se a poltica tem como finalidade a vida justa e feliz, isto , a vida propriamente humana digna deseres livres, ento inseparvel da tica. De fato, para os gregos, era inconcebvel a tica fora dacomunidade poltica-apliscomokoinonia ou comunidade dos iguais, pois nela a natureza ouessncia humana encontrava sua realizao mais alta. Quando estudamos a tica, percebemosque Aristteles distinguira entre teoria e prtica e, nesta, entre fabricao e ao, isto ,diferenciar a poiesis de prxis. Percebemos tambm que reservara prxis um lugar mais alto doque fabricao, definindo-a como ao voluntria de uma gente racional em vista de um fimconsiderado bom. A prxis por excelncia a poltica. A esse respeito, na tica a Nicmaco,escreve Aristteles: Se, em nossas aes, h algum fim que desejamos por ele mesmo e os outrosso desejados s por causa dele, e seno escolhemos indefinidamente alguma coisa em vista deoutra (pois, nesse caso, iramos ao infinito e nosso desejo seria ftil e vo), evidente que tal fims pode ser o bem, o Sumo Bem(...). Se assim , devemos abarcar, pelo menos em linhas gerais, anatureza do Sumo Bem e dizer de qual saber ele provm. Consideramos que ele depende dacincia suprema e arquitetnica por excelncia. Ora, tal cincia manifestamente apoltica, pois ela que determina, entre os saberes, quais so os necessrios para as cidades e que tipos desaberes cada classe de cidados deve possuir (...). A poltica se serve das outras cincias prticas elegisla sobre o que preciso fazer e do que preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por

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    ela deve englobar os fins de todas as outras, onde se conclui que o fim da poltica o bempropriamente humano. Mesmo se houver identidade entre o bem do indivduo e o da cidade, manifestamente uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar obem da cidade, pois o bem no seguramente amvel mesmo para um indivduo, mas maisbelo e mais divino aplicado a uma nao ou cidade. Plato identificara a justia no indivduo e ajustia na polis. Aristteles subordina o bem do indivduo ao Bem Supremo da plis. Esse vnculointerno entre tica e poltica significava que as qualidades das leis e do poder dependiam dasqualidades morais dos cidados e vice-versa, isto , das qualidades da cidade dependiam asvirtudes dos cidados. Somente na cidade boa e justa os homens podem ser bons e justos; esomente homens bons e justos so capazes de instituir uma cidade boa e justa.

    PRINCIPAISTEORIAS TICAS:

    a) O Relativismo Moral:

    O relativismo moral a teoria que afirma que as afirmaes morais (isso bom, aquilo mau) sorelativas cultura. Para o relativista moral, no existe algo objetivamente bom ou mau; orelativista moral afirma que algo considerado mau em determinada cultura pode ser consideradobom em outra cultura. O relativista moral tende a considerar que bom aquilo que socialmente aprovado e mau aquilo que socialmente desaprovado em determinada cultura.

    b) O Absolutismo Moral:

    O absolutismo moral a teoria que afirma que existem valores morais objetivos. Para oabsolutista moral, uma ao boa ou m, independentemente da cultura qual o agentepertena. O absolutista moral parte de princpios ticos definidos e deles deduz suas proposiesmorais.

    c) O Utilitarismo:

    O utilitarismo a teoria que afirma que se deve buscar maximizar os benefcios e minimizar osmalefcios para a maior quantidade de pessoas. O utilitarista faz uma espcie de clculo tico parachegar concluso de que uma ao boa (a que maximiza os benefcios e minimiza osmalefcios) e outra m (a que no maximiza os benefcios e/ou no minimiza os malefcios).

    Teorias ticas - prticas

    1. A tica da convico, entendida como deontologia (estudo dos deveres);2. A tica da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins humanos).Toda atividade orientada pela tica pode subordinar-se a duas mximas totalmente diferentes eirredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela tica da responsabilidade ou pela tica daconvico. Isso no quer dizer que a tica da convico seja idntica ausncia deresponsabilidade e a tica da responsabilidade ausncia de convico. No se trataevidentemente disso. Todavia, h uma oposio abissal entre a atitude de quem age segundo asmximas da tica da convico - em linguagem religiosa, diremos: O cristo faz seu dever e no quediz respeito ao resultado da ao remete-se a Deus - e a atitude de quem age segundo a tica daresponsabilidade que diz: Devemos responder pelas consequncias previsveis de nossos atos.A tica da convico, uma tica que se pauta por valores e normas previamente estabelecidos,cujo efeito primeiro consiste em moldar as aes que devero ser praticadas.

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    Ela se subdivide em: a do princpio e a da esperana. A primeira est restrita s normas moraisestabelecidas, num deliberado desinteresse pelas circunstncias, e cuja mxima sentencia:Respeite as regras haja o que houver; a segunda, se ancora em ideais, moldada por uma f capazde mover montanhas, e cuja mxima preconiza: O sonho antes de tudo.Essas vertentes correspondem a modulaes de deveres, preceitos, dogmas ou mandamentosintrojetados pelos agentes ao longo dos anos.Como exemplo da tica da convico, o Cnsul portugus Aristides de Sousa Mendes, lotado noporto francs de Bordeaux, preferiu ter compaixo a obedecer cegamente a seu governo e regeuseu comportamento pela tica da convico. Priorizou a seus riscos e custos um valor em relaoao outro. Diante do avano do exrcito alemo em junho de 1940, salvou a vida de 30 milpessoas, entre as quais 10 mil judeus, ao emitir vistos de entrada em Portugal a qualquer um quepedisse, num ritmo frentico.A tica da responsabilidade se caracteriza por considerar cada um responsvel por aquilo que faz.Os agentes avaliam os efeitos previsveis que uma ao produz; constam obter resultadospositivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar que dos males, omenor.Exemplificando a tica da responsabilidade, diante da queda acentuada das receitas, um doscenrios possveis o da forte reduo das despesas com o consequente corte de pessoal. O quefazer? Manter o dispndio representado pela folha de pagamento e agravar a crise (talvez atpedir concordata), ou diminuir o desembolso e devolver empresa o flego necessrio paratentar ficar tona na tormenta? Vale dizer, cabe ou no cabe sacrificar alguns tripulantes paratentar assegurar a sobrevinda ao resto da tripulao e ao prprio navio? E, o que mais interessado ponto de vista social? Uma empresa que feche as portas ou uma empresa que gere riquezas?A tica da responsabilidade, assim como a da convico, est alicerada em duas vertentes: autilitarista e da finalidade.A primeira, exige que as aes produzam o mximo de bem para o maior nmero, isto , quepossam combinar a mais intensa felicidade possvel (critrio da eficcia) com a maior abrangnciaproporcional (critrio da equidade); sua mxima recomenda: Faa o maior bem para mais gente; asegunda, determina que a bondade dos fins justifique as aes empreendidas e supe que todasas medidas necessrias sero tomadas; sua mxima ordena: Alcance os objetivos custe o quecustar.A doutrina enfocada, conclui-se que, enquanto aqueles que pendem pela tica da convicoguiam se por imperativos da conscincia, os que seguem a tica da responsabilidade guiam-se poruma anlise de riscos.

    Lembre-se: A moral a considerao do que bem ou mal. A tica o estudo das teorias que voexplicar a moral. A moral a prtica, a tica a teoria.

    TEORIAS SOBRE OS PRINCPIOS TICOS

    Os conceitos ticos so extrados da experincia e do conhecimento da humanidade. Baseado naslies de estudiosos da tica h pelo menos cinco teorias a respeito da formao dos conceitosticos, aos quais tambm denomina como preceitos, a saber:Teoria fundamentalista: prope que os conceitos ticos sejam obtidos de uma fonte externa aoser humano, a qual pode ser um livro (como a Bblia), um conjunto de regras, ou at mesmo outroser humano;Teoria utilitarista: sustentada nas idias das quais o conceito tico deve ser elaborado no critriodo maior bem para a sociedade como um todo;Teoria kantiana: defendida por Emanuel Kant, prope que o conceito tico seja extrado do fatode que cada um deve se comportar de acordo com princpios universais.

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    Teoria contratualista: baseada nas idias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte dopressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes obrigao de se comportar deacordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos ticos seriamextrados, portanto, das regras morais que conduzissem perpetuao da sociedade, da paz e daharmonia do grupo social;Teoria relativista: segundo a qual cada pessoa deveria decidir sobre o que ou no tico, combase nas suas prprias convices e na sua prpria concepo sobre o bem e o mal. Assim sendo,o que tico para um pode no o ser para outro.O estudo de todas essas teorias revela que os conceitos ticos precisam ser elaborados tendo emconta todas elas, mas sem se ater a uma em especial. Cada conceito tico, para ser aceito comotal precisa claramente encontrar guarida em pelo menos uma teoria. Que o assunto dessetrabalho no integra o rol dos conceitos elaborados pelas chamadas cincias exatas. So todos,portanto, relativos, e como tal devem ser entendidos. No existem verdades absolutas ou exatasem matria de tica. A reflexo permanente requerida.

    ETICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

    A definio mais aceita para desenvolvimento sustentvel o desenvolvimento capaz de suprir asnecessidades da gerao atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades dasfuturas geraes. o desenvolvimento que no esgota os recursos para o futuro.Essa definio surgiu na Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvi- mento, criadapelas Naes Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: odesenvolvimento econmico e a conservao ambiental. O que preciso fazer para alcanar odesenvolvimento sustentvel?Para ser alcanado, o desenvolvimento sustentvel depende de planejamento e doreconhecimento de que os recursos naturais so finitos. Esse conceito representou uma novaforma de desenvolvimento econmico, que leva em conta o meio ambiente.Muitas vezes, desenvolvimento confundido com crescimento econmico, que depende doconsumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a serinsustentvel, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.Atividades econmicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dospases. Desses recursos depende no s a existncia humana e a diversidade biolgica, como oprprio crescimento econmico. O desenvolvimento sustentvel sugere, de fato, qualidade emvez de quantidade, com a reduo do uso de matrias-primas e produtos e o aumento dareutilizao e da reciclagem.

    Os modelos de desenvolvimento dos pases industrializados devem ser seguidos?O desenvolvimento econmico vital para os pases mais pobres, mas o caminho a seguir nopode ser o mesmo adotado pelos pases industrializados, mesmo porque no seria possvel. Casoas sociedades do Hemisfrio Sul copiassem os padres das sociedades do Norte, a quantidade decombustveis fsseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200vezes. Ao invs de aumentar os nveis de consumo dos pases em desenvolvimento, precisoreduzir os nveis observados nos pases industrializados.

    Os crescimentos econmico e populacional das ltimas dcadas tm sido marcados pordisparidades. Embora os pases do Hemisfrio Norte possuam apenas um quinto da populao doplaneta, eles detm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75%dos metais e 85% da produo de madeira mundial. Conta-se que Mahatma Gandhi, ao serperguntado se depois da independncia, a ndia perseguiria o estilo de vida britnico, teria

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    respondido: "a Gr-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcanar suaprosperidade; quantos planetas no seriam necessrios para que um pas como a ndia alcanasseo mesmo patamar?"

    A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar.Os estilos de vida das naes ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar emconsiderao o meio ambiente.O Forum de Copenhagen (01/2010), serviu para medir de uma vez por todas o tamanho doegosmo dos pases desenvolvidos, sobretudo quanto ao consumo de energia que igual a quantomaior, mais crescimento, de parte dos pases em desenvolvimento. Ficou claro que eles podemconsumir a energia que quiserem, enquanto que os pases em desenvolvimento tero quediminuir o consumo de energia que significa diminuir a produo, gerar menos emprego e renda,crescer menos, etc. Barbaridade em dose dupla. Mais uma vez eles mistificam a realidade. De umlado, preservar o meio ambiente uma necessidade vital e um comportamento fundamental parao ser humano. Diminuir a emisso de CO necessrio para o planeta como um todo porm, nod mais para aceitar tanta mistificao porque, na realidade, o problema climtico, ambiental eetc., no est localizado dentro do contexto econmico que eles mistificam para evitar o avanoinexorvel dos pases emergentes sobretudo os BRICS.Conhecemos os riscos do atual modelo de desenvolvimento, temos recursos e tecnologia esabemos o que deve ser feito para alcanar a justia social e cuidar do planeta, a opo pelodesenvolvimento sustentvel depende apenas da vontade poltica dos governos e da sociedade.Ou seja, trata-se de uma escolha tica.Nessa dimenso reflexiva e importante pontuar a correlao ou a relao biunvoca existenteentre as cincias sociais. Assim sendo, no poderemos deixar de considerar o universo quecompe esse cenrio, evidenciando os seguintes fatores bsicos para o estudo da economia:

    Dotao de Recursos

    Compreende todos os recursos disponveis numa economia. o que se usa para produzir bens.

    Tecnologia

    o menu da economia moderna, oferece todas as combinaes diferentes de recursos quepodem ser utilizados para a produo de bens e servios.

    Preferncia dos indivduos

    Depende os bens e servios que a economia deve produzir. As preferncias das pessoasdeterminam suas decises.

    Instituies Econmicas

    So as normas que regulam as relaes em uma determinada economia. Formalmentecodificadas em leis (leis tributrias, leis trabalhistas, leis da propriedade, etc.)

    E dentro desse contexto de analise centrada na fundamentao econmica que pontuamos,tambm, alguns aspectos da ao econmica e seus principais condicionamentos:

    Fatores condicionantes da ao, das relaes e do comportamento econmico e quepodem tambm ser condicionados por elas.

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    Forma de organizao poltica da sociedade Posturas tico-religiosas Modos de relacionamento social Condies limitativas do meio ambiente Estrutura da ordem jurdica Formao cultural da sociedade Padres das conquistas tecnolgicas

    Muitas vezes so as empresas criticadas por no desenvolverem produtos ecolgicos ou porseguirem lgicas produtivas socialmente nefastas. No entanto, se realmente defendermos aliberdade e a responsabilidade deveremos, para alm de inquirir as empresas, confrontar osconsumidores com os seus atos e as suas opes. No justo nem benfico utilizar as empresascomo bode expiatrio da m conscincia global e, por outro lado, tratar os consumidores como sefossem crianas.

    Os clientes, os consumidores, so a chave para alguns dos dilemas que se colocam no querespeita exequibilidade da tica empresarial. Proliferam os rankings de empresas que so boasempregadoras, desenhados por instituies ou rgos de comunicao; h tambm j mltiplosfundos ticos e at ndices como o FTSE4Good, destinado a facilitar o investimento socialmenteresponsvel e a aposta em empresas guiadas por uma gesto transparente.

    A tica do consumidor a melhor contrapartida que pode haver para uma tica da empresa. responsabilidade da empresa deve corresponder a responsabilidade do consumidor, que se devepreocupar em adotar um consumo consciente e crtico face a polticas de contratao, higiene,segurana, transparncia, honestidade no seio das empresas que produzem os bens ou fornecemos servios que vai adquirir. De fato, muita da crtica ao capitalismo uma crtica democracia namedida em que uma crtica capacidade de escolha de cada indivduo. A maturidade em todasas escolhas que efetuamos decisiva para formatar os Estados em que vivemos, as sociedadesem que nos movemos e os mercados que nos abastecem. Isto corresponde precisamente persecuo do projeto iluminista numa poca ps-convencional de, como Kant afirmou, sermoscapazes de nos guiarmos por ns prprios, assumirmos o peso de sair da menoridade confortvela que o consumo automtico nos restringe.

    A tica do consumo no faz parte da tica empresarial mas a consequncia lgica da mesma,uma exigncia de justia; movendo-nos no plano da tica e no do direito, a coao no podeser jurdica. No entanto, a coao moral num sujeito coletivo como a empresa, s pode dar-se

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    atravs de algo tangvel. O consumismo (tico e ecolgico) a recompensa prtica da empresatica e a punio da empresa que se furta a ser responsvel.

    ETICA E O MUNDO DO TRABALHO

    A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

    TICA EMPRESARIAL

    A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma "atividade econmica organizada,exercida profissionalmente pelo empresrio, atravs do estabelecimento". Extraem-se da os trsconceitos bsicos da empresariedade: o empresrio, o estabelecimento e a atividade. Para ummelhor entendimento da empresa sob o enfoque da tica, traz-se colao o pensamento deAlfredo Lamy Filho e Jos Luiz Bulhes Pedreira sobre a empresa - a grande empresa - enfocando-a como a clula de base de toda a economia industrial. Em economia de mercado, , com efeito,no nvel da empresa que se efetua a maior parte das escolhas que comandam o desenvolvimentoeconmico: definio de produtos, orientao de investimentos e repartio primria de vendas.Esse papel motor da empresa , por certo, um dos traos dominantes de nosso modeloeconmico: por seu poder de iniciativa, a empresa est na origem da criao constante da riquezanacional; ela , tambm, o lugar da inovao e da renovao.Prosseguindo dizem mais que:A macro empresa envolve tal nmero de interesses e de pessoas - empregados, acionistas,fornecedores, credores, distribuidores, consumidores, intermedirios, usurios - que tende atransformar-se realmente em centro de poder to grande que a sociedade pode e deve cobrar-lheum preo em termos de responsabilidade social. Seja a empresa, seja o acionista controlador,brasileiro ou estrangeiro, tem deveres para a comunidade na qual vivem.Concluindo, afirma-se que:Essa revoluo que se est operando nos pases da vida ocidental - como resposta, at certoponto surpreendente e admirvel, s exigncias de conciliar a eficincia insubstituvel da macro-empresa com a liberdade de iniciativa e a distribuio da riqueza - no foi feita, nem poder s-lo, sem a compreenso e a efetiva colaborao dos empresrios - que a lideraram - dasinstituies comerciais, que a secundaram, dos investidores que a compreenderam e apoiaram edo Estado que a estimulou, disciplinou e removeu os obstculos jurdicos para que ela serealizasse na plenitude.

    CONCEITOS DE TICA E TICA EMPRESARIAL

    A tica tem sido entendida sob diversas concepes.Segue abaixo algumas definies:- tica a cincia normativa dos comportamentos humanos.- A disciplina ou campo do conhecimento que trata da definio e avaliao de pessoas eorganizaes. a disciplina que dispe sobre o comportamento adequado e os meios deimplement-lo, levando-se em considerao os entendimentos presentes na sociedade ou emagrupamentos sociais particulares.- A tica a parte da filosofia que estuda a moralidade da obra humana considerando as atitudeshumanas classificando como benficas ou malficas.

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    - tica Empresarial o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age deconformidade com os princpios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade(regras ticas).- A atividade empresarial eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, seproporciona habitao, alimentao, vesturio e educao, detendo os bens como quem osadministra. Para os cristos a tica empresarial justia e obras de misericrdia. Para muitosoutros ser a lei natural que diz que ningum pode ser feliz / rico no meio de infelizes / pobres.- A tica empresarial consiste na busca do interesse comum, ou seja, do empresrio, doconsumidor e do trabalhador.

    TICA EMPRESARIAL Importncia

    Todo sistema que diminui a relevncia da tica, tornando tal valor desprezvel, tende a norespaldar os reclamos da sociedade, a tornar o Estado que o produziu menos democrtico,quando no totalitrio, e termina por durar tempo menor que os demais ordenamentos que areconhecem.Alm de outros dispositivos constitucionais, onde a tica permeia, verifica-se que no captuloVII, do ttulo III da Constituio Federal de 1988, que se encontra de forma mais evidente aimposio da necessidade da tica, no exerccio da honrosa funo de servir a sociedade, estandoesse princpio dentre os mais importantes da Administrao Pblica, a saber: legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.No mbito da atividade empresarial, os princpios ticos que norteiam o direito, estampados naOrdem Econmica e Financeira, fundamentam-se na valorizao dotrabalho humano e na livre iniciativa, reprimindo o abuso do poder econmico, incentivando alivre concorrncia, dando tratamento preferencial s empresas de pequeno porte, proibindo aatuao do Estado na rea especfica da iniciativa privada, a no ser em carter excepcional(segurana nacional ou relevante interesse coletivo).O 4, do art. 173, da Constituio Federal de 1988, estabeleceu as prticas que devem serevitadas na explorao da atividade econmica, por ferir a tica empresarial, dispondo que: "A leireprimir o abuso do poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao daconcorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros".Evolumos, assim, para uma sociedade em que alguns denominaram "ps-capitalista" e outros"neocapitalista" ou ainda "sociedade do saber", caracterizada pela predominncia do espritoempresarial e pelo exerccio da funo reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua funo deoperador para tornar-se o catalisador das solues, o regulador e o fiscal da aplicao da lei e aprpria administrao se desburocratiza. O esprito empresarial, por sua vez, cria parcerias que sesubstituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo, entreempregados e empregadores, entre produtores e consumidores e entre o Poder Pblico e ainiciativa privada. A sociedade contempornea apresenta um novo modelo para que a empresapossa progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilizao construtiva de todosos participantes, no s do plano poltico, pelo voto, mas tambm no campo econmico,mediante vrias formas de parceria, com base na confiana e na lealdade que devem presidir asrelaes entre as partes.Neste contexto, a empresa abandonando a organizao hierarquizada, "apodera do mundoempresarial, com os valores que lhes so prprios, como iniciativa, corresponsabilidade,comunicao, transparncia, qualidade, inovao e flexibilidade.V-se, portanto, que a empresa, abandonando sua estrutura originria, sob o comando dosproprietrios de companhia, agora, se sujeita, a uma nova forma de governo, com maior poderatribudo aos acionistas e empregados e at a prpria sociedade civil, passando a ter verdadeiros

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    deveres, no s com os seus integrantes e acionistas, mas tambm com os seus consumidores,clientes e at com o meio ambiente.A Lei n. 6.404/76, que disciplina as sociedades por aes, enumera de forma precisa e detalhadaos deveres e responsabilidades dos administradores, a funo social da empresa, orientando nosentido de que o administrador deve exercer as atribuies que a lei e o estatuto lhe conferempara lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigncias do bem pblico e dafuno social da empresa (art. 154). preciso ressaltar que hoje, no que tange matria contratual, ao contrrio do que acontecia nopassado, onde o direito alm de exigir a completa boa-f, proporciona proteo mais adequadaao comerciante mais frgil.Transmuda-se assim, de um regime de completa liberdade para uma nova ordem na qual aliberdade das partes importa responsabilidade, devendo inspirar-se em princpios ticos,abandonando-se a igualdade formal para atender s situaes respectivas dos contratantes, ouseja, igualdade material. Na questo ambiental h que se ressaltar que o meio ambientetransformou-se em um valor permanente para a sociedade, de forte contedo tico. Assim,proteg-lo, tornou-se um imperativo para todos os habitantes da terra, exigindo que cada um seconscientize dessa grande necessidade, requerendo esforo comum, em resposta aos desafios dofuturo.Exige-se, portanto, que as empresas promovam o desenvolvimento sustentvel, conforme teminsistido a Cmara de Comrcio Internacional. preciso pensar e pensar rpido, com coragem e ousadia, numa nova tica, para odesenvolvimento. Numa tica que transcenda a sociedade de mercadoria, da supostageneralizao dos padres de consumo dos pases ricos para as sociedades perifricas promessairrealizvel de certas correntes desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia.Tal promessa no passa de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido aobstculos polticos criados pelos pases ricos (que brecam a generalizao da riqueza) e aslimitaes impostas pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitaes ecolgicas inviabilizam(devido ao efeito estufa, destruio da camada de oznio, dilapidao das florestas tropicais etc.)a homogeneizao para toda a humanidade dos padres dos gastos do consumo.Hoje, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras s aprovam financiamentos cujosprojetos no afetem o meio ambiente.Dentro desse contexto, decidindo a empresa adotar os postulados ticos em suas relaes, nadamais necessrio estabelecer as regras de conduta num instrumento interno, ou seja, elaborar umCdigo de tica, que teria a incumbncia de padronizar e formalizar o entendimento daorganizao empresarial em seus diversos relacionamentos e operaes. Com ele evitar-se-ia queos julgamentos subjetivos deturpem, impeam ou restrinjam a aplicao plena dos princpios,alm de que, pode constituir uma prova legal de determinao da administrao da empresa, deseguir os preceitos nele refletidos.

    EVOLUO DA TICA EMPRESARIAL

    A doutrina no mbito do direito empresarial tem conceituado a empresa como uma atividadeeconmica organizada pelo empresrio, que se utiliza dos fatores da produo - a natureza, ocapital e o trabalho - para produzir um resultado, que pode ser um servio, um bem ou umdireito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro.A histria nos d conta de que, nas sociedades primitivas e antigas, a atividade econmica sebaseava na troca de mercadoria por mercadoria, no existindo nesse perodo a idia de lucro enem de empresa. Portanto, a tica se restringia s relaes de poder entre as partes e pelaseventuais necessidades presentes de obteno de certos bens ou artigos.

  • Administrao/Logstica 16 Mdulo I

    O surgimento do conceito de lucro nas operaes de natureza econmica trouxe certa dificuldadepara a moral, posto que ele (o lucro) era originariamente considerado um acrscimo indevido, sobo ponto de vista da moralidade.Somente no sculo XVIII, o economista Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Naes, conseguiudemonstrar que o lucro no um acrscimo indevido, mas um vetor de distribuio de renda e depromoo do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibilidade entre tica eatividade lucrativa.A encclica RerumNovarum, do Papa Leo XIII, foi a primeira tentativa formal de impor umcomportamento tico empresa.Esse documento papal trouxe no seu bojo princpios ticos aplicveis nas relaes entre aempresa e empregados, valorizando o respeito aos direitos e dignidade dos trabalhadores.Surge nos Estados Unidos em 1890, a Lei "ShelmanAct", destinada a proteger a sociedade contraos acordos entre empresas, contrrios ou restritivos da livre concorrncia.No incio do sculo XX, foi editada a Lei "Clayton", alterada pela "Pattman-Robison", quecomplementou a lei "ShelmanAct", proibindo a prtica de discriminao de preos por parte deuma empresa em relao aos seus clientes.Em 1972, realiza-se a Conferncia Internacional Sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, Sucia,organizada pela Organizao das Naes Unidas, que teve como finalidade conscientizar todos ossegmentos sociais, inclusive as empresas sobre a necessidade de se preservar o planeta.Cinco anos aps, o governo americano legisla sobre a tica empresarial, atravs da edio da Lei"ForeignCorruptPracticesAct", que probe e estabelece penalidades s pessoas ou organizaesque ofeream subornos s autoridades estrangeiras, com a finalidade de obter negcios oucontratos.

    No Brasil foi editada a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 8.884/94, que reprime o abuso dopoder econmico e as prticas concorrenciais. Em diversas outras reas, como nas de proteo aotrabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis especficas, tratando da questo datica.Diante dessa preocupao mundial com a tica empresarial, pode-se afirmar que estamosvivendo uma nova era nessa matria.Relativamente a evoluo da tica na empresa societria, ao que se tem notcia, at o fim daprimeira metade do sculo XX, os conflitos societrios eram solucionados na prpria empresa,sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o poder daquele que majoritariamentecomandava a empresa. Esse perodo foi chamado de fase monrquica da sociedade comercial.Aplicava-se a viso do banqueiro alemo ao qual se atribui a qualificao dos acionistasminoritrios como sendo tolos e arrogantes. Tolos porque lhe entregavam o dinheiro earrogantes, pois ainda pretendiam receber os dividendos.Paulatinamente vai-se criando nova conscincia nessas relaes, e os controladores passam abuscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade (empregados, minoritrios etc.).No Brasil, a partir da metade do sculo XX, j h uma preocupao do direito brasileiro para comos direitos dos minoritrios, possibilitando-lhes o recebimento dos dividendos, o recesso eresponsabilizar os administradores e controladores da companhia. o primeiro passo para a democratizao e moralizao da empresa, mediante a criao de umsistema de liberdade com responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais completairresponsabilidade.Verifica-se, modernamente, que a legislao brasileira consagra os conceitos de abuso de direito ede responsabilidade pelo desvio de poderes.A Lei n. 6.404/76, assim como a legislao do mundo inteiro, tem reconhecido que o poder dovoto deve ser exercido no interesse da sociedade, consoante dispe o artigo 115 da citada lei:

  • Administrao/Logstica 17 Mdulo I

    O acionista deve exercer o direito de voto no interesse da companhia; considerar-se- abusivo ovoto exercido com o fim de causar dano companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para siou para outrem, vantagem a que no faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuzo paracompanhia ou para outros acionistas.A obedincia tica e aos bons costumes se imps at aos acordos de acionistas cujas clusulasilegais, abusivas ou imorais no podem ser consideradas vinculatrias para os seus signatrios.

    VALORES TICOS: INTERPRETAO

    Como interpretar os valores ticos?A interpretao de valores ticos pode ser absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissade que as normas de conduta so vlidas em todas as situaes e, a segunda, de que as normasdependem da situao.No que tange tica relativa os orientais entendem que os indivduos devem dedicar- seinteiramente empresa, que constitui uma famlia qual pertence a vida dos trabalhadores. J,para os ocidentais, o entendimento de que h diferena entre a vida pessoal e a vidaprofissional.Assim, encerrado o horrio normal do trabalho, o restante do tempo do trabalhador e no dopatro.Quanto tica absoluta, parte-se do princpio de que determinadas condutas so intrinsecamenteerradas ou certas, qualquer que seja a situao, e, dessa maneira, devem ser apresentadas edifundidas como tal.Um problema srio da tica absoluta que a noo de certo e errado depende de opinies.

    Os bancos suos construram uma reputao de confiabilidade com base na preservao do sigilosobre suas contas secretas. Sob a perspectiva absoluta, para o banco, o correto proteger aidentidade e o patrimnio do cliente. Durante muito tempo, os bancos suos foram admiradospor essa tica, at ficar evidente que os clientes nem sempre eram respeitveis.Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas secretas muitodinheiro ganho de maneira ilcita. Os bancos continuaram insistindo em sua poltica, enquantoaumentavam as presses internacionais, especialmente dos pases interessados em rastrear alavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que havia sido roubado pelos ditadores enazistas. Para as autoridades destes pases, a tica absoluta dizia que o sigilo era intrinsecamenteerrado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma desonesta. Finalmente, as autoridadessuas concordaram em revelar a origem dos depsitos e iniciar negociaes visando devoluodo dinheiro para os seus donos.

    RAZES PARA A EMPRESA SER TICA

    A maioria dos autores que estudam a questo da tica empresarial, estabelece que ocomportamento tico seja a nica maneira de obteno de lucro com respaldo moral. Asociedade tem exigido que a empresa sempre pugne pela tica nas relaes com seus clientes,fornecedores, competidores, empregados, governo e pblico em geral.O comportamento tico dentro e fora da empresa permite s companhias inteligentes baratear osprodutos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salrios, porque uma cultura tica tornapossvel reduzir os custos de coordenao.Alm dessas, outras razes podem ser invocadas como o no pagamento de subornos,compensaes indevidas etc.Agindo eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas para que seus dirigentes eempregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicao.

  • Administrao/Logstica 18 Mdulo I

    Os procedimentos ticos facilitam e solidificam os laos de parceria empresarial, quer comclientes, quer com fornecedores, quer, ainda, com scios efetivos ou potenciais, Isso ocorre emfuno do respeito que um agente tico gera em seus parceiros.A tica da empresa trata de mostrar, ento, que optar por valores que humanizam o melhorpara a empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera.A atividade empresarial no s para ganhar dinheiro. Uma empresa algo mais que um negcio: antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando de um lder para lev-lo a cabo e que precisa de um tempo para desenvolver todas as suas potencialidades.Entendemos que a tica deve estar acima de tudo, e que a empresa que age dentro dospostulados ticos aceitos pela sociedade s tende a prosperar, posto que como diz, a esperteza esafadeza dissuadem. O engano ensina ao cliente que basta uma vez. A falta de qualidade afunda aempresa.

    O TECNICO EM ADMINISTRAAO E O CONTEXTO DA EMPRESA

    PROFISSIONAL TICO

    Ser um profissional tico nada mais do que ser profissional mesmo nos momentos maisinoportunos. Para ser uma pessoa tica, devemos seguir um conjunto de valores.Ser tico proceder sem prejudicar os outros. Algumas das caractersticas bsicas de como serum profissional tico ser bom, correto, justo e adequado.Alm de ser individual, qualquer deciso tica tem por trs valores fundamentais. Eis algumas dasprincipais:

    1. ser honesto em qualquer situao - a virtude dos negcios.2. ter coragem para assumir as decises - mesmo que seja contra a opinio alheia.3. ser tolerante e flexvel - deve-se conhecer para depois julgar as pessoas.4. ser ntegro - agir de acordo com seus princpios .5. ser humilde - s assim conseguimos reconhecer o sucesso individual.

    TICA PROFISSIONAL

    Um profissional deve saber diferenciar a tica da moral e do direito. A moral estabelece regraspara garantir a ordem independente de fronteiras geogrficas. O direito estabelece as regras deuma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis tm uma base territorial, valendoapenas para aquele lugar. As normas jurdicas obrigam os cidados de forma coercitiva, ou sejaindependente da vontade pessoal. J a norma tica no obriga coativamente a pessoa que adescumpre. Pessoas afirmam que em alguns pontos elas podem gerar conflitos. O desacato civilocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate certas leis. s vezes aspropostas da tica podem parecer justas ou injustas. tica diferente da moral e do direitoporque no estabelece regras concretas.A tica profissional se inicia com a reflexo. Quando escolhemos a nossa profisso, passamos a terdeveres profissionais obrigatrios. Os jovens quando escolhem sua carreira, escolhem pelodinheiro e no pelos deveres e valores. Ao completar a formao em nvel superior, a pessoa fazum juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso caracteriza o aspecto moralda tica profissional. Mesmo quando voc exerce uma carreira remunerada, no est isento dasobrigaes daquela carreira.Ns adolescentes temos vrias perguntas para fazer sobre o futuro profissional.

  • Administrao/Logstica 19 Mdulo I

    Quando temos uma carreira a seguir devemos colaborar mesmo com o que no proposto.Muitas propostas podem surgir, por isso devemos estar receptivos.Sabemos que existem vrios tipos de TICA: tica social, do trabalho, familiar, profissional.tica profissional refletir sobre as aes realizadas no exerccio de uma profisso e deve seriniciada antes da prtica profissional.Se voc j iniciou a sua atividade profissional fora da rea que voc gosta, no quer dizer que vocno tenha deveres e obrigaes a cumprir como profissional.

    TICA VIRTUAL

    A Internet est mudando o comportamento tico das empresas. A Internet muda a velocidadedos acontecimentos, a forma de remunerao dos funcionrios e o ambiente de trabalho. Masvamos tomar cuidado com o uso que fazemos dessa ferramenta no ambiente de trabalho.Utilidades com bate papo e sites de relacionamentos no compreendem um comportamentoprofissional tico, exceto se for para uso da empresa. Downloads e e-mails pessoais tambm nodevem ser acessados."Difcil no fazer o que certo, descobrir o que certo fazer." Robert Henry Srour

    CDIGO DE TICA DO TCNICO DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS

    RESOLUO NORMATIVA CFA N 04, DE 7 DE MAIO DE 1979(Revogada pela Resoluo Normativa CFA n. 128, de 13 de setembro de 1992)

    Aprova o Cdigo de tica Profissional dos Tcnicos de Administrao

    O CONSELHO FEDERAL DE TCNICOS DE ADMINISTRAO, no uso da competncia que lhe conferida pela Lei n 4.769, de 9 de setembro de 1965, e o Regulamento aprovado pelo Decreto61.934, de 22 de dezembro de 1967, e,CONSIDERANDO que o estabelecimento de um Cdigo de tica para os profissionais daAdministrao, de forma a regular a conduta moral e profissional e indicar normas que deveminspirar o exerccio das atividades profissionais, matria de alta relevncia para a implantaodefinitiva e consolidao do conceito profissional dos Tcnicos de Administrao;CONSIDERANDO que o Cdigo de tica Profissional dos Administradores est expressamentecitado na alnea "g" do artigo 7, da Lei 4.769, de 09/09/65, e na alnea "g" do artigo 20 doDecreto 61.934, de 22/12/67;CONSIDERANDO que, por fora os dispositivos legais invocados, a competncia para a elaboraode tal Cdigo de tica outorgada ao Conselho Federal de Tcnicos de Administrao;CONSIDERANDO que o atual Cdigo de tica Profissional, aprovado pela Resoluo NormativaCFA 43/69, de 27 de novembro de 1969, j se encontra necessitando de atualizao;CONSIDERANDO, finalmente, que tal Cdigo de tica h de refletir necessariamente os padresmorais e ticos que prevalecem na sociedade e so geralmente aceitos pela comunidade qualdevero integrar-se todos os Tcnicos de Administrao.

    RESOLVE:

  • Administrao/Logstica 20 Mdulo I

    Art. 1 Aprovar o novo Cdigo de tica Profissional, que a esta acompanha.Art. 2 Esta Resoluo Normativa entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas asdisposies em contrrio.

    Adm. Guilherme Quintanilha de AlmeidaPresidente

    ANEXO A RESOLUO NORMATIVA CFTA N 04/79CDIGO DE TICA PROFISSIONAL DOTCNICO DE ADMINISTRAO

    CAPTULO I DO OBJETIVO

    Art. 1 - O presente Cdigo de tica Profissional tem por objetivo regular a conduta moral eprofissional dos Tcnicos de Administrao e indicar normas que devem inspirar as atividadesprofissionais e regular sua relaes com a classe, com os rgos diretivos e fiscalizadores daprofisso e, principalmente, com a sociedade.

    Art. 2 - O Tcnico de Administrao tem uma obrigao contnua para com a cincia daAdministrao, em todas as suas reas, devendo propugnar pela elevao dos padres daprofisso, para isso dever procurar, sempre, novos modelos, descobrir a verdade e disseminarsuas descobertas e criaes, mantendo-se, ainda, bem informado do desenvolvimento no campoda Administrao.

    CAPTULO II DOS DEVERES

    Art. 3 So deveres do Tcnico de Administrao:

    1. Exercer a profisso com zelo, diligncia e honestidade;2. Cumprir e fazer cumprir a legislao em vigor, resguardando os interesses de seus clientes, massem jamais abrir mo de sua dignidade, suas prerrogativas e independncia profissional;3. Manter sigilo sobre tudo o que souber em funo de suas atividades e de sua profisso;4. Conservar independncia na orientao tcnica dos servios e rgos que lhe foram confiados;5. Informar e orientar seu cliente, com respeito situao real da empresa a que serve;6. Informar ao cliente, sempre com antecedncia e por escrito, sobre circunstncias adversas paraos seus negcios, sugerindo, tanto quanto possvel, as melhores solues e apontando as vriasalternativas;7. Emitir opinies, expender conceitos e sugerir medidas somente depois de estar seguro dasinformaes que tem e dos dados que obteve;8. Renunciar ao posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar conhecimento de que ocliente manifestou desconfiana para com o seu trabalho, salvo o cliente, hiptese em que deveraguardar substituto;

    9. Informar ao seu substituto tudo quanto se refira ao cargo, emprego ou funo, salvo osassuntos de natureza sigilosa ou confidencial, que ficaro a cargo do cliente;

  • Administrao/Logstica 21 Mdulo I

    10. Evitar declaraes pblicas ou pronunciamentos testemunhados sobre os motivos que olevaram renncia, salvo se, do silncio puder resultar prejuzo, desprestgio ou interpretaomaliciosa ou tendenciosa, quanto sua reputao profissional ou sua classe;11. Manifestar, em tempo hbil e por escrito, a existncia de impedimento ou incompatibilidadepara o exerccio da profisso, formulando, em caso de dvida, consulta aos rgos de classe;12. Recusar cargos, empregos ou funes, caso tenha conscincia de que no dispe desuficientes recursos tcnicos para em desempenh-los;13. Citar o seu nmero de registro no respectivo Conselho Regional aps sua assinatura emdocumentos referentes ao exerccio profissional.

    CAPTULO III DASPROIBIES

    Art. 4 - vedado ao Tcnico de Administrao, enquanto no exerccio de suas atividadesprofissionais;1. Anunciar-se com excesso de qualificativos. admitida a indicao de ttulos possudos, serviose especializaes;2. Sugerir, pedir, solicitar, provocar ou induzir textos de publicidade que resulte em propagandapessoal de seu nome, mritos ou atividades, salvo se em exerccio de qualquer cargo ou misso,em nome da classe e da profisso;3. Assinar quaisquer documentos, planos, projetos e trabalhos tcnicos de que no tenhaparticipado ou que tenham sido elaborados por leigos;4. Facilitar, por qualquer modo, o exerccio da profisso a terceiros, no habilitados ou impedidos;5. Exercer pessoalmente a profisso, quando impedido por deciso transitada em julgado;6. Organizar ou manter sociedade com profissionais inidneos ou sob forma no prevista em lei;7. Estabelecer negociao ou entendimento com parte adversa de seu cliente, sem suaautorizao ou conhecimento;8. Recuar-se prestao de contas de bens, numerrios e documentos que lhes sejam confiadosem razo de seu cargo, emprego ou funo;9. Interromper a prestao de servio contratado, sem causa real;10. Violar sigilo profissional.

    CAPTULO IV DOS HONORRIOS PROFISSIONAIS

    Art. 5 - A fixao de honorrios dever ocorrer em bases justas, levando-se em considerao,entre outros, os seguintes elementos:

    1. Vulto, dificuldade, complexidade, presso de tempo e relevncias dos trabalhos a executar;2. A necessidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos paralelos;3. As vantagens que, do trabalho, se beneficiar o cliente;4. A situao econmico-financeira do cliente;5. O fato de se tratar de um cliente eventual, temporrio ou permanente;6. A necessidade de locomoo na prpria cidade, ou para outras cidades, do Estado ou do Pas;7. Sua competncia e seu renome profissional;8. A maior ou menor oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo.

    Art. 6 - O Tcnico de Administrao dever obedecer, sempre s tabelas de honorrios que, aqualquer tempo, venham a ser baixadas pelo rgo de classe, como mnimo desejveis deremunerao.

    CAPTULO V DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAO AOS COLEGAS

  • Administrao/Logstica 22 Mdulo I

    Art. 7 - A conduta dos Tcnicos de Administrao, com relao aos colegas, ser pautada nosprincpios de apreo, solidariedade, considerao e de respeito mtuo.

    Art. 8 - O recomendado no artigo anterior no implica em conivncia nem induz tolerncia paracom erros cometidos por terceiros ou por atos contrrios s normas deste Cdigo de tica, ou dasleis vigentes, ainda que praticadas por elementos no ligados classe.

    Art. 9 - Com referncia aos colegas, o Tcnico de Administrao dever:

    1. Abster-se de fazer referncias prejudiciais ou de qualquer modo desabonadores;2. Recusar cargo, emprego ou funo para substituir colega que ele se tenha afastado oudesistido, comprovadamente, por decoro, dignidade ou preservao dos interessados da classeou da profisso;3. Representar aos rgos da classe o exerccio ilegal da profisso, em entidades particulares oupblicas;4. Jamais emitir pronunciamentos sobre servio profissional entregue a colegas, salvo parareferncias elogiosas;5. Evitar desentendimentos com colegas, usando sempre que necessrio os rgos da classe paradirimir dvidas e solucionar pendncias.

    CAPTULO VI DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAO CLASSE

    Art. 10 O Tcnico de Administrao deve observar as seguintes normas com referncia classe:

    1. Emprestar apoio moral, intelectual, material e financeiro s entidades da classe;2. Zelar pelo prestgio da classe, da dignidade profissional e do aperfeioamento das instituies,divulgando tudo quanto de positivo conhea sobre ela;3. Aceitar e desempenhar com zelo e eficincia quaisquer cargos ou funes nas entidades daclasse, justificando sua recusa quando, em caso extremo, tenha que apresent-la;4. Representar perante as autoridades competentes sobre irregularidades ocorridas naadministrao das entidades da classe;5. Jamais se servir de posio, cargo ou funo, que desempenhe no rgo da classe, em benefcioprprio ou para proveito pessoal.

    CAPTULO VII DISPOSIES FINAIS

    Art. 11 A violao das normas contidas neste Cdigo de tica importam em falta grave,sujeitando os seus infratores s seguintes penalidades:

    1. Advertncia escrita, reservada;2. Censura pblica, na reincidncia especfica;3. Multas em bases fixadas pelo Conselho Federal de Tcnicos de Administrao e atualizados,anualmente;4. Suspenso do exerccio da profisso, por tempo no superior a 90 (noventa) dias, prorrogvelpor igual perodo, se persistirem as condies motivadoras da punio;5. Cancelamento do registro profissional e divulgao do fato, para conhecimento de terceiros.

    Art. 12 A Administrao do presente Cdigo de tica ser feita pelo Conselho Federal de

  • Administrao/Logstica 23 Mdulo I

    Tcnicos de Administrao em segunda instncia e pelos Conselhos Regionais em primeirainstncia. Das decises tomadas por esses Colegiados, caber recurso com efeito suspensivo, parao Tribunal Superior de tica dos Tcnicos de Administrao, na forma prevista pela Resoluo n45/68.

    REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

    - Instituto ETHOS. Formulao e Implantao de Cdigo de ticaem Empresas: Reflexes e Sugestes. So Paulo, 2000.- LEISINGER, K. tica Empresarial, Editora Vozes, 2002.- MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administrao. SoPaulo: Atlas, 1974. 371p.- SROUR, Robert Henry tica Empresarial : A Gesto da Reputao,Editora Campus, 2003.- QUEIROZ, Adeleetalius- tica e Responsabilidade Social nosNegcios, Editora Saraiva,2006.

    EXERCCIOS

    01. Quais as diferenas entre tica e tica empresarial?

    02. Conceitue tica e formule qual a importncia desta para o profissional Tcnico deAdministrao de Empresas.

    03. Quais so as teorias ticas citadas no texto.

    04. O que so valores ticos?

    05. Descreva os motivos que justificam uma empresa tica.

    06. A moral o conjunto de normas e condutas reconhecidas como adequadas aocomportamento humano por uma dada comunidade humana. A moral estabelece princpios devida capazes de orientar o homem para uma ao moralmente correta. Embora os termos tica emoral por vezes sejam usados como sinnimos, h uma pequena distino entre eles. Nestesentido tica seria:

    a) um estudo sistematizado das diversas morais;b) um conjunto de normas e condutas;c) um conjunto de regras religiosas;d) um estudo idealizado sobre a vida do indivduo;e) um conjunto de regras jurdicas.

    07. Todo ato moral passvel de sofrer apreciao valorativa. No existe ato moral fora dasrelaes humanas. no agir (nas aes) que podemos avaliar moralmente algum. A inveja e agenerosidade, por exemplo, so vcio e virtude respectivamente. Moralmente, s so possveis deser avaliados em ns mesmos. Nos outros s teremos condies de perceber tais sentimentos eavali-los a partir da ao concreta de inveja e generosidade.Atravs do texto acima podemos afirmar que:

  • Administrao/Logstica 24 Mdulo I

    a) S o agir humano pode ser avaliado moralmente;b) A inveja algo considerado moralmente correto;c) O ato moral no algo no qual podemos atribuir valores;d) A generosidade um ato considerado moralmente incorreto;e) A generosidade e a inveja so virtudes;

    08. sabido que o homem um ser que avalia as suas aes a partir de valores. Marque aalternativa que corresponde a um juzo moral:

    a) Este homem belo;b) Esta garota elegante;c) Este colar amarelo;d) Este menino agiu corretamente;e) Esta turma organizada.

    09. Assinale verdadeiro ou falso:

    ( ) Conforme o Art.3, item 9 do cdigo de tica do Tcnico de Administrao deEmpresas, este poder delegar parcialmente a execuo dos servios a seu cargo a um

    colega de menor experincia, mantendo-o sempre sob sua responsabilidade tcnica.( ) O Art. 4, item 4 explicita que vedado ao Tcnico de Administrao facilitar, porqualquer modo, o exerccio da profisso a terceiros, no habilitados ou impedidos .( ) O Art. 4 - item 7 explicita que vedado ao Tcnico de Administrao estabelecernegociao ou entendimento com parte adversa de seu cliente, sem sua autorizaoou conhecimento.( ) O Art. 4 - item 9 estabelece que vedada ao Tcnico de Administraointerromper a prestao de servio contratado, sem causa real.10. O Art. 7 -do cdigo de tica do Tcnico de Administrao de Empresa indica aconduta deste profissional com relao aos colegas. Cite 3 desses deveres.

    11. Quanto conduta do Tcnico em Administrao de Empresas indique, conforme oArt. 9 - itens 1, 2, 3, 4, 5,como deve agir esse profissional.

    12. Conforme Captulo VI- Dos deveres especiais em relao classe, cite todas asobrigaes do Art.10, o Tcnico de Administrao de Empresas deve observar.

    13. O Captulo VII Das Disposies Finais do cdigo de tica do Tcnico deAdministrao de Empresas, no Art. 11 trata da violao das normas contidas noCdigo de tica que importam em falta grave, sujeitando os seus infratores s cinco

    penalidades. Cite quais so elas.

    14. A quem cabe o julgamento das questes relacionadas transgresso de preceitos doCdigo de tica?

  • Administrao/Logstica 25 Mdulo I

    ANOTAES: