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MESTRADEN
ECONNATU
O EM ECONOMIA E POLÍTICA DA ERGIA E DO AMBIENTE
2006/2007
2º TRIMESTRE
OMIA DOS RECURSOS RAIS E DO AMBIENTE
ISABEL MENDES
INTRODUÇÃO
O Papel do Estado, a Eficiência Económica, a Economia e o Ambiente;
O Ecossistema Global e o Sub-Sistema Económico;
O Objecto da ERNA;
A Emergência da Economia dos Recursos Naturais e
do Ambiente: Perspectiva Histórica.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 1
O PAPEL DO ESTADO, A EFICIÊNCIA ECONÓMICA, A ECONOMIA E O AMBIENTE
1. A “mão-invisível” e a maximização do Bem –Estar Social
Na Microeconomia aprendeu-se que o equilíbrio de mercado de
concorrência perfeita é um equilíbrio competitivo.
Tal significa que:
• Se os consumidores maximizarem a sua utilidade dados os
preços dos bens pX e pY e se as suas preferências forem ordenadas
por funções de utilidade bem-comportadas;
• E se os produtores maximizarem o seu lucro e minimizarem
os seus custos dados os preços dos inputs w e r,
então o equilíbrio de mercado de concorrência perfeita corresponde a um equilíbrio geral na produção e no consumo,
que se caracteriza por:
o Os Produtores minimizarem os seus custos de
produção e maximizarem os seus lucros ⇒ eficiência na
produção;
o Os Consumidores maximizarem a sua utilidade sujeitos
à sua restrição orçamental ⇒ eficiência no consumo;
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 2
o A Oferta iguala a Procura nos mercados dos bens e serviços para consumo (bens alimentares,vestuário,
transportes, serviços, etc) e nos mercados dos factores
de produção (trabalho, capital, matérias-primas).
Isto significa que, de acordo com Adam Smith, o mercado (o
“laisser-faire”) resolve os problemas fundamentais da Economia -
Produção, Consumo e Distribuição – de forma eficiente, ou seja,
maximizando os desejos dos agentes económicos ao mais baixo
custo.
2. As razões por detrás do não funcionamento da “mão invisível”
1ª) A mão-invisível não Permite a Prossecução dos Objectivos Sociais
A “mão invisível”, ou seja, o equilíbrio concorrencial, não resolve o
problema da justiça e da equidade na repartição dos recursos
económicos pelos agentes.
Ou seja, mesmo que todos os mercados sejam eficientes e
mesmo que não existam falhas de mercado, mesmo assim a
“mão invisível” não garante que se resolvam problemas de
ordem social como:
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 3
• A igualdade na repartição dos rendimentos (problema
social de ordem económica): o mercado começa por atribuir
os bens a quem mais os valoriza (com maior excedente do
consumidor) e, de entre estes, a quem for mais rico.
• A preferência de alguns agentes pelo aprovisionamento
público de bens e serviços que poderiam ser privados –
educação, saúde, justiça, áreas protegidas; água e
saneamento, energia, transportes;
• A necessidade de proteger os indivíduos das acções
abusivas de outrem;
• A necessidade de proteger os indivíduos das suas próprias
acções – paternalismo (proibição de fumar; de drogas;
obrigatoriedade do uso de cinto de segurança);
• A necessidade de garantir a prossecução das obrigações
sociais.
2ª) As Falhas de Mercado
A “mão invisível” parte de um conjunto de hipóteses acerca do
comportamento dos agentes e da economia, que na realidade estão
ausentes ⇒ a Teoria do Equilíbrio Geral é a descrição de um
quadro teórico ideal do funcionamento de uma economia, para
o qual se devem envidar esforços para que seja atingido.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 4
Para que a Economia tenda para o Equilíbrio Geral, é necessário
conhecer quais são as causas que, na realidade, dificultam a
prossecução do Equilíbrio Geral: as Falhas de Mercado ou
Mercados Imperfeitos.
Falhas de Mercado: diz-se genericamente quando as hipóteses
subjacentes ao equilíbrio competitivo não se verificam, e o mercado
deixa de poder assegurar uma afectação Óptima de Pareto.
Ou seja, os mercados não conseguem, só por si, maximizar os
excedentes dos consumidores e dos produtores (e, por tanto,
da sociedade) de tal forma que, para determinadas afectações de
bens de consumo e de factores produtivos, o Benefício Marginal
Social não é igual ao Custo Marginal Social.
Tipos de Falhas de Mercado:
Há, basicamente, quatro grandes grupos de falhas de mercado:
1. Poder de mercado;
2. Externalidades;
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3. Bens Públicos;
4. Informação Assimétrica.
Poder de Mercado
Existe poder de mercado quando os produtores e/ou consumidores
deixam de ser tomadores de preço – price - takers.
Logo, a condição necessária para a eficiência de Pareto deixa de se
verificar :
( )X xp CMg Q= .
O Monopólio é um exemplo de poder de mercado. O Oligopólio,
Concorrência Monopolística, Monopsónios, são outros exemplos de
concorrência imperfeita.
Externalidades
Uma afectação é eficiente quando o benefício marginal dessa
afectação iguala o seu custo marginal.
Mas que custos e que benefícios devem ser considerados?
Foram considerados todos os custos e benefícios implícitos dessa
afectação?
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Não!
Há custos e benefícios adicionais que não são considerados nas
funções de custo dos produtores nem no problema de decisão dos
consumidores. São as externalidades.
Existem Externalidades quando as decisões dos produtores e
dos consumidores impõem custos (Externalidades Negativas)
ou benefícios (Externalidades Positivas) sobre os outros
agentes que não estão directamente envolvidos nessas
decisões.
Por causa das Externalidades distingue-se entre
Benefícios/Custos Sociais e Benefícios/Custos Privados:
• Benefícios/Custos Privados incluem os benefícios e custos
associados à decisão privada;
• Benefícios/Custos Sociais incluem os benefícios e custos
associados à decisão privada mas também os benefícios e
custos que essa decisão privada tem sobre a sociedade.
Se os Benefícios/Custos Sociais não coincidirem
com os Benefícios/Custos Privados, então há
Externalidades.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 7
Exemplo do efeito de uma Externalidade Negativa sobre uma afectação óptima
Seja uma empresa competitiva produtora do bem X em situação
de equilíbrio ⇒ * : ( * )Xq p C M g q= .
Para além do bem X esta empresa produz efluentes que
despeja directamente na ribeira da zona e que vão afectar
negativamente a produção de uma outra empresa, sua vizinha.
Existe uma externalidade negativa: os custos privados da
empresa (custos de produção) são inferiores aos custos que ela
impõe à sociedade (custos de produção mais custos sociais
associados à produção da externalidade) .
Quais são os efeitos desta situação sobre o equilíbrio competitivo no mercado do bem produzido pela empresa
poluidora?
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 8
a
c b
d
q
p*
q*P q*S
p;CMgP;CMgS
CMgS(q)
CMgP(q)
p*
A empresa vai produzir a quantidade q*P para a qual o custo
marginal privado - CMgP(q*P) iguala o preço de equilíbrio de
mercado p* , no ponto b; obtém um excedente igual à área
ap*b;
Mas o verdadeiro custo de produção de q*P não é dado por
CMgP(q) mas sim por CMgS(q), por causa da externalidade
negativa; ou seja, o verdadeiro custo social é muito superior ao
custo privado;
Se os custos externos fossem internalizados, a empresa
produziria q*S , que é inferior à produção inicial: a economia
pouparia recursos produtivos e a empresa teria um excedente
inferior ao que tem na realidade igual à área cp*d.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 9
Conclusão: na presença de externalidades negativas, a
empresa concorrencial produz um output ineficiente:
• produz mais do que deveria;
• gasta mais recursos económicos do que deveria; e
arrecada um maior excedente do que deveria.
Bens Públicos
Bem Público, ou Bem de Consumo Colectivo, são bens com as
seguintes propriedades:
• Não-exclusão (ou não exclusividade): propriedade de um
bem público segundo a qual, uma vez disponível, não é
possível excluir um agente que não pague pelo seu consumo;
• Não-rivalidade (ou não-exaustão): propriedade de um bem
público segundo a qual, o consumo de mais um utilizador não
requer custos adicionais: ou seja, o custo marginal do
consumo do bem é nulo ou próximo do zero.
Bens Públicos com estas características são Bens Públicos
Puros: não é possível cobrar preços pelo seu uso, logo não
existe mercado para eles.
Mas nem todos os bens públicos obedecem a estas duas
características em simultâneo; ou, se elas estiverem presentes,
poderão estar em maior ou menor grau:
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 10
• Bens Públicos Impuros ou Quasi-Puros: admitem
alguma exclusão e alguma exaustão de consumo (praias;
piscinas; parques; áreas protegidas; bibliotecas públicas,
pontes);
• Bens Colectivos ou Comunitários: são bens para os
quais se torna muito cara a exclusão mas que admitem
rivalidade (recursos piscatórios; aquíferos; pastagens
comunitárias)
• Bens de Mérito: é um bem que existe porque é
reconhecidamente bom para a sociedade,
independentemente de ele ter sido ou não escolhido pelos
consumidores (áreas protegidas).
Os mercados privados não conseguem gerar níveis de
produção de Bens Públicos compatíveis com um equilíbrio
eficiente, por ser impossível (ou quase) fazer com que os
utilizadores paguem por eles.
Mas, por causa da não-rivalidade, o custo marginal destes bens é
nulo ⇒ a sua produção eficiente seria:
q* : p(q) = CMg(q) = 0
e nenhum mercado privado quererá produzir um bem, a preço zero
e, logo, tenderá a produzir bem público abaixo das necessidades
dos utilizadores.
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Informação Assimétrica
Actualmente, a Informação é vista pelos economistas como um
bem valioso ⇒ desenvolvimento de importantes mercados de
informação e de “expertising”.
Embora conceptualmente semelhantes a qualquer outro mercado
de um bem privado, sofrem de falhas do tipo Bem Público e
Informação Assimétrica.
o A Informação como Bem Público:
A Informação é um Bem Público: uma vez produzida e
assimilada, torná-la acessível a toda a gente é um processo simples
e barato ⇒ num sistema de mercado livre a sua produção será
inferior à que se obteria em “laisser faire” (as elites tenderão a
dominar o mercado);
o A Informação como Bem Não - Público:
Mas, mesmo não sendo Bem Público, existem outras falhas de
mercado: uma das partes (a detentora da informação) tenderá a
escondê-la da outra parte para obter uma vantagem.
Estas situações são designadas de Informação Assimétrica.
Há dois grandes tipos de Informação Assimétrica: Risco Moral (Moral Hazard) e Selecção Adversa (Adverse Selection):
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• Risco Moral: existe quando uma das partes tem o incentivo
necessário e as condições para atribuir custos à outra parte.
Situações de Azar Moral são comuns:
em contratos de seguros e recaem sobre as companhias:
os agentes segurados tendem a ser menos cautelosos para
evitarem a perda do que seriam, se não existisse o seguro
porque não têm de pagar a totalidade do custo marginal
associado à situação do risco (mas têm de suportar o custo
marginal de implementar a acção de prevenção do risco);
na prestação de serviços profissionais: dentistas,
oficinas de automóveis , serviços de reparação, advogados.
• Selecção Adversa: existe quando os agentes mais expostos
a situações de risco adverso são os que têm mais tendência
para fazerem seguros – está relacionada com o Risco Moral.
Situações de Selecção Adversa são comuns nos Seguros:
a companhia não conhece o segurado que tende a esconder o
máximo de informação para obter prémios mais vantajosos ⇒ o
benefício marginal da acção (fazer um seguro) não é igual ao custo
marginal social – um agente batoteiro terá sempre um benefício
marginal líquido muito superior ao agente que não é batoteiro.
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A Informação Adversa está na base de duas outras situações de
falha de mercado: o problema do agente-principal e o mercado dos lemons.
3. A Intervenção do Estado
São numerosos e variados os meios de intervenção do Estado para
complementar, substituir, ou corrigir o funcionamento da Economia
de Mercado: Aprovisionamento Público; Programas Específicos de Distribuição; Regulação; Incentivos à Reestruturação.
• Aprovisionamento Público:
Muito usado no caso dos Bens Públicos ou para fins de repartição
equitativa: serviços de defesa, sistema judicial, serviços de
educação, serviços de saúde, infra-estruturas, parques e áreas
protegidas, ar limpo; água; etc.
• Programas específicos de Redistribuição:
Fundamentalmente baseados em Impostos e Subsídios que
afectam directamente os rendimentos dos agentes económicos e
que influenciam as respectivas decisões económicas.
EXEMPLO: Efeito de um Imposto Específico sobre um
mercado concorrencial em equilíbrio.
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Um imposto específico sobre um produto, é uma determinada verba
monetária – t - que incide sobre cada unidade de produto vendida -
q.
Para analisarmos o efeito que um imposto deste tipo tem sobre o
equilíbrio de um mercado concorrencial vamos considerar a
seguinte situação:
Cabe aos produtores – empresas - colectarem o
imposto sobre o produto e entregá-lo ao Estado ⇒ o
imposto específico irá afectar a curva de oferta de mercado, a qual
se deslocará paralelamente a si própria, para cima e para a
esquerda - Figura 1.
O montante da deslocação da curva de oferta de mercado será
exactamente igual ao montante do imposto específico - t.
O facto de esta curva se deslocar desta forma em resposta ao
imposto, significa que o produtor vai colocar o produto no mercado
a um novo preço, que será igual ao preço antigo (seja qual for o
preço que estivesse em vigor na altura da incidência do imposto)
acrescido do imposto.
Na Figura 1:
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• pD’ é o novo preço de equilíbrio de mercado após imposto; é este
o preço efectivamente pago pelo consumidor após imposto, e
posteriormente recebido pelo produtor, quando se efectua a
transacção da nova quantidade de equilíbrio Q*’;
• pS’ é o preço com que o produtor efectivamente fica, depois de
ter entregue ao Estado o imposto t, correspondente à Q*´ésima
unidade de produto transaccionada no mercado;
• o Deadweight Loss do imposto - triângulo ABC - é igual à perda
de bem-estar sofrida pela sociedade: é igual à soma da variação
do excedente do consumidor e do excedente do produtor, após
imposto (em relação à situação inicial, antes do imposto);
• a Receita Fiscal do Estado é igual a t u.m. × Q*´ = à área do
rectângulo ponteado AC pS’ pD’.
• pD’ – p* representa a parte do imposto que vai ser efectivamente
suportada pelos consumidores;
• p* - pS’ representa a parte do imposto que vai ser efectivamente
suportada pelos produtores.
Analiticamente, se t é o montante do imposto pago por cada
unidade de produto transaccionada no mercado, então:
pD = pS + t
onde pD é o preço que o consumidor terá de pagar pelo produto
após imposto e que é igual ao preço que o produtor está disposto
a vender a nova quantidade de equilíbrio (pS’ ) acrescido do imposto
específico t.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 16
A quantidade de produto que será oferecida pelos produtores – qS -, dependerá do preço de oferta – ou seja do preço que o produtor
receberá efectivamente, depois de ter entregue o imposto ao
Estado.
E a quantidade de produto que será procurada pelos consumidores
dependerá do preço que os consumidores efectivamente pagarão.
Isto dá as seguintes equações no equilíbrio:
(1) (2)
( ) ( )D S
D S
Q p Q pp p t
=
= +
Substituindo a segunda na primeira obteremos a condição de
equilíbrio de mercado após o imposto:
D D S SQ p p t Q p= + =( ) S( )
− )
Alternativamente, poderíamos fazer pS = pD – t e, depois,
substituindo novamente em (1), teríamos:
D D S S DQ p Q p p t= =( ) (
NOTA: os subsídios têm um efeito semelhante aos dos impostos.
Consulte a bibliografia acerca deste tópico.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 17
• Regulação: Inclui todas as normas públicas que se aplicam ao sector privado.
Inclui regulamentação do funcionamento dos mercados de bens
(leis anti-trust, lei do trabalho, regulamentação da Bolsa), normas de
gestão e protecção ambientais, leis de protecção de menores, etc.
• Incentivos à Reestruturação:
Inclui todos os sistemas de incentivos.
4. Os Custos da Intervenção do Estado
A intervenção do Estado tem custos porque:
• os recursos são escassos ⇒ custo de oportunidade;
• a intervenção é geralmente imperfeita;
• tomar decisões acerca do que fazer e como fazer é caro
em termos de tempo e de recursos.
Por outro lado, o benefício da intervenção do Estado é igual ao
custo provocado pela falha de mercado, que a intervenção irá
corrigir.
Deverá o Estado intervir sempre que os benefícios da intervenção
forem potencialmente elevados?
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 18
Ou deverá o Estado intervir sempre que os custos associados à
falha de mercado forem potencialmente elevados?
NÃO: só deve intervir se o benefício líquido da intervenção for
maior ou igual a zero.
A tomada de decisão deverá sempre basear-se na análise Custo-Benefício.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 19
Figura 1 Efeitos de um Imposto Específico sobre o Bem-Estar, que incide sobre os Produtores
p*
C
B
A
p
Q
D
S
S’ = S + t
t
pS’
pD’
Q* Q*’
RECEITA FISCAL
Deadweight Loss associada ao
imposto
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 20
O ECOSSISTEMA GLOBAL E O SUB-SISTEMA ECONÓMICO
DIAGRAMA
O subsistema económico já atingiu ou excedeu os limites dos
recursos e da capacidade de regeneração do subsistema ecológico.
Destacam-se cinco evidências destes limites:
1º) A Apropriação de Biomassa pelos Humanos: tem a
ver com a % de produtos primários resultantes da fotossíntese
terrestre que é utilizada pelo subsistema económico.
A economia usa cerca de 40% dos produtos primários da
fotossíntese terrestre (Votousek, P. M. and al. 1986. Human
Appropriation of the Products of Photosynthesis. BioScience 34(6):
368-373); este nº baixa para 25% se acrescentarmos os oceanos e
outros sistemas aquáticos;
Consequências: desertificação, urbanização de áreas com aptidão
agrícola; crescimento das zonas asfaltadas; erosão dos solos;
poluição local e global crescente; grandes desastres ecológicos
com efeitos transfronteiriços; aumento da procura de alimentos.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 21
Se a População duplicar a Economia estará a usar 80% dos
recursos e posteriormente chegará aos 100%;
DAILY (Daily, H. E. 1991. Sustainable Development: From
Conceptual Theory Towards Operational Principles. Population and
Development Review 16: supplement; Daily, H. E. 1991. 1991.
Steady-State Economics, 2nd edition. Island Press: Washington DC)
refere que se tal acontecer, isso será ecologicamente insustentável.
2ª) Alterações Climáticas:
As evidências sugerem o contributo humano para esta questão → a
maior contribuição para o aquecimento global resulta do dióxido de
carbono libertado pela queima de combustíveis fósseis – carvão,
petróleo, gás natural – actualmente 5.8 biliões de pessoas queimam
o equivalente a mais de uma ton de carvão cada;
78% da energia dos EUA é de origem fóssil;
As emissões de carbono têm aumentado anualmente desde a
revolução industrial; crescem actualmente a 4% ao ano;
Outros gases de aquecimento global: metano, CFCs; Óxido de
Nitrato.
3ª) A Ruptura da Camada de Ozono:
A diminuição da camada de ozono ⇒ aumento da radiação
ultravioleta “b” ⇒ ↑ dos cancros da pele, cataratas, maior
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 22
vulnerabilidade do sistema imunitário; diminuição de recursos
renováveis – pescas – e das colheitas; diminuição da
biodiversidade, especialmente das espécies que sustentam os
ecossistemas.
4ª) A Degradação dos Solos:
O fenómeno acentuou-se desde a revolução industrial,
particularmente desde os anos 60;
35% dos solos está actualmente degradada de forma irreversível e
com tendência para aumentar; as taxas de perda de solos são
actualmente na ordem dos 10 a 100 ton/ha/ano o que excede as
taxas de formação de solo dos ecossistemas.
A Agricultura intensiva é a actividade mais predadora: erosão,
salinização, poluição de linhas de água e de aquíferos; a
Desflorestação e os incêndios são outras; a pobreza e
subdesenvolvimento agravam o problema; a urbanização excessiva
e caótica + o fenómeno das metrópoles levam à ocupação de solos
agrícolas e de importância ecológica.
5ª) A Perda da Biodiversidade
As taxas de extinção de espécies e habitats são das mais rápidas
da história humana e estão a acelerar: 55% de florestas tropicais
foram destruídos; numa perspectiva conservadora, 5000 espécies
desaparecem irreversivelmente por ano.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 23
• r e s í d u o s p a r a r e c i c l a g e m ;
• t r a b a l h o ;
I n p u t s / o u t pu t s
I n p u t s / o u t pu t s
A M B I E N T E C l i m a / A r
Á g u a P a i s a g e m / P a t r i m ó n i o
N a t u r a l S o l o e R e c u r s o s
N a t u r a i s
S O C I E D A D E ( f a m í l i a s )
C o n s u m o R e c r e i o e L a z e r
E d u c a ç ã o / I n v e s t i g a ç ã o Q u a l i d a d e d e V i d a
I N S T I T U I Ç Õ E S ( E s t a d o ) L o c a i s
I n t e r - M u n i c i p a i s N a c i o n a i s R e g i o n a i s
G l o b a i s
I N T E R A C T I V I D A D E E N T R E O S S I S T E M A S E C O N Ó M I C O , S O C I A L E A M B I E N T A L
♦ R E S Í D U O S ♦ O U T R O S
♦ R E S Í D U O S♦ O U T R O S
b a d s
I n t e r v e n ç ã o d i r e c t a
I n t e r v e n ç ã o i n d i r e c t a
b a d sI n p u t s / o u t p ut s
b a d s
E C O N O M I A
A g r i c . S i l v e P e s c a ; I n d . E x t e T r a n s f ;
E n e r g i a ; T u r i s m o ;
C o n s t r u ç ã o e « e O b r a s P ú b l i c a s ;
T r a n s p . C o m u n .
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 24
RELAÇÃO ENTRE OS DOMÍNIOS DAS CIÊNCIAS ECONÓMICA E ECOLÓGICA E OS FLUXOS INTER-SISTÉMICOS
PARA: SECTORES
AMBIENTAIS SECTORES ECONÓMICOSDE
ECONOMIA DO
AMBIENTE PARADIGMA
ECONÓMICO
“CONVENCIONAL E
ANÁLISE DE IMPACTE
AMBIENTAL (ERNA)
ECONOMIA DOS
RECURSOS NATURAIS
ECOLOGIA
“CONVENCIONAL”E
ANÁLISE DE IMPACTE
AMBIENTAL (ERNA)
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 25
OBJECTO DA ERNA:
Usar os conceitos económicos da Eficiência, Optimalidade
e de Sustentabilidade para:
1. Gerir sustentavelmente o uso dos recursos naturais
por parte dos agentes económicos;
2. Tomar as medidas necessárias para melhorar a
eficiência da decisão dos agentes económicos –
consumidores, empresas e estado.
A ERNA estuda a afectação, distribuição e o uso dos
recursos ambientais por parte dos agentes económicos –
consumidores, empresas e estado - de forma eficiente,
óptima e sustentável.
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 26
A EMERGÊNCIA DA ECONOMIA DOS
RECURSOS NATURAIS E DO AMBIENTE:
PERSPECTIVA HISTÓRICA
1. Contributos do Paradigma Económico Clássico
Ideias básicas: é o mercado que estimula o crescimento e a
inovação; são pessimistas quanto às perspectivas de
desenvolvimento a longo prazo - a fase de crescimento
económico é temporária e tende para o estado estacionário.
Adam Smith (1723-1790): a mão invisível ⇒ o comportamento
racional e egoísta dos indivíduos serve os interesses da sociedade;
o Estado não deve intervir nas transacções, excepto para garantir
um ambiente adequado às mesmas;
Malthus (1766-1834) e Ricardo (1772-1823): estado estacionário;
relacionam-no com “limites ambientais” na forma de oferta limitada
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 27
de terra fértil e consequente diminuição dos rendimentos da
produção agrícola:
Malthus: oferta fixa do factor terra + crescimento
populacional ⇒ escassez absoluta de terra ⇒
rendimentos decrescentes ⇒ diminuição da oferta de
comida per capita ⇒ diminuição do nível de vida até ao
nível da subsistência ⇒ quebra no crescimento
populacional.
Ricardo: também previa rendimentos decrescentes, não por causa
da escassez absoluta, mas por causa das diferenças em qualidade
da terra arável:
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 28
ESTADO ESTACIONÁRIO
0
Produto Total
S
w
P
População Total
Produto Líquido Total
Salário Real Constante
P
W1
w = PW
π = WP
O crescimento populacional forçaria à ocupação de terras cada
vez menos férteis, o que provocaria rendimentos decrescentes
(não considera o progresso técnico, que provocaria a deslocação
da curva do Produto Total para cima ⇒ a produção por input,
mas não eliminaria a tendência para os rendiementos
decrescentes).
1.3 Stuart Mill (1806 – 1873): o progresso económico é o
resultado da competição entre progresso técnico e os
rendimentos decrescentes na agricultura; visão optimista do
estado estacionário por causa do progresso técnico
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 29
Ao longo do séc. XIX o paradigma Clássico foi sofrendo
modificações com o Marxismo, Neoclassicismo e o Humanismo.
2. Contributos do Marxismo
Marx (1818 – 1883): dos Clássicos, adopta a Teoria do Valor do
Trabalho (só o Trabalho cria valor); mantém a visão pessimista
sobre o nível de vida das classes trabalhadoras; o modelo de
produção de mercadorias é visto como uma relação social.
Marx usou aquilo que hoje é designado por “Balanço de
Materiais” para analisar o processo produtivo ao longo do tempo.
Segundo a análise marxista, o sistema capitalista não seria
sustentável: uma das fontes da insustentabilidade seria a
destruição ambiental.
3. Paradigmas Neoclássico e Humanístico
Neoclássicos (1870): • abandonam a teoria do valor baseada no
trabalho; • o valor dos bens passa a ser dado pela sua
escassez; • o equilíbrio de mercado entre oferta/procura; • a
actividade económica é o resultado da interacção entre a
actividade produtiva e as preferências dos indivíduos sujeitos à
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 30
restrição monetária; • análise marginalista = estudo das
tomadas de decisão dos agentes económicos baseadas em
pequenas alterações ou incrementos; • o racionalismo e o
egoísmo dos indivíduos nas suas escolhas são igualmente bons
para o interesse social e o bem–estar – o Óptimo de Pareto; • o
valor económico (instrumental) das mercadorias, dos bens e
serviços ambientais ou a simpatia pelas gerações futuras ou por
questões de ética, religião, etc, é determinado pela utilidade
individual que proporcionam ao indivíduo; • um mercado
competitivo é um óptimo de Pareto; • só é admitida intervenção
no mercado, na presença de falhas de mercado.
Paradigma Humanista: • rejeitam o “indivíduo económico
racional” e adoptam o comportamento psicológico do indivíduo
que escolhem em função de “necessidades” e não de
preferências por bens substituíveis; • as preferências são
interdependentes e alteráveis ao longo do tempo por via dos
hábitos culturais; • criticam a visão racional e egoísta dos
neoclássicos – consideram que os indivíduos são capazes de
comportamentos altruístas e que os seus comportamentos são
afectados pelo sentido de comunidade em que estão inseridos; •
ERNA 2006/2007 ISABEL MENDES 31
aceitam o poder de mercado mas com o aumento da intervenção
do Estado, para garantir a estabilidade do sistema social a longo
prazo.
4. A Economia do Pós-Guerra: o Ambientalismo
Keynes (anos 50): o desemprego em massa e o grande “crash”
(1920-1930) levou à formulação das políticas keynesianas, com
ênfase na intervenção governamental e no aumento da despesa
pública;
Anos 60: • a poluição ambiental aumenta e espalha-se
geograficamente ⇒ surge a consciência ambiental nas sociedades
industrializadas; surgem várias ideologias ambientais basicamente
anti-crescimento económico – criticam a excessiva actividade
industrial + a sobre-exploração agrícola + o sobre-consumo.
Anos 70: • continuam os fenómenos de poluição clássica com
emissores e vítimas bem identificados, com danos pontuais alguns
reversíveis por acção da tecnologia; • passa a defender-se que o
crescimento económico é possível e desejável numa óptica de
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sustentabilidade ⇒ bom funcionamento do sistema de preços +
inovação tecnológica + reciclagem; • surgem quatro perspectivas
ambientalistas (Quadro 1) ⇒ a Economia do Ambiente surge como
sub-disciplina:
• Os “revisionistas” (TECNOCÊNTRICOS) pretendem recuperar o
paradigma económico convencional neo-clássico alterando-o para
introduzir as implicações das interacções com o sistema económico;
consideram que o fenómeno de escassez Ricardiano pode ser
ultrapassado com progresso tecnológico e processos de
compensação de mercado;
• Os não – economistas (ecocentristas) questionam a
aceitabilidade do modelo de crescimento tradicional e chamam a
atenção para os elevados custos sociais: Relatório Meadows
1972 apresentado pelo Clube de Roma → as políticas de
protecção ambiental são incompatíveis com o crescimento
económico a longo prazo; o paradoxo de Easterling; o conceito
dos “positional goods” de Hirsch; a análise de Scitovsky’s da
“joyless economy”; comunidades bio-económicas → mais
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radicais, baseadas na agricultura orgânica, o crescimento tem de se
submeter aos princípios éticos da ecologia.
5. O Paradigma da Economia Institucional (início sec
XX)
É o “chapéu de chuva” de várias perspectivas.
Em comum: • A Economia é vista como um processo dinâmico
“dirigido” pelo determinismo cultural (cultura = conjunto de ideias,
atitudes e crenças absorvidas pelos indivíduos) onde a ciência e a
inovação tecnológica são os factores que providenciam a mudança;
o “indivíduo cultural” substitui o “indivíduo racional”; • as
preferências dos indivíduos são “aprendidas” e não são estáticas; •
os problemas ambientais são aceites como inevitabilidades do
crescimento; • aceitam a noção de “custos sociais da poluição” e os
fundamentos ecológicos da economia; • o estado é necessário para
controlar as actividades das empresas transnacionais e para mediar
as relações entre os lobbies.
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6. O Desenvolvimento Sustentável e as Instituições
LISTA DE ACORDOS E DE ORGANISAÇÕES
Nos anos 60, a questão ambiental era vista como um bem de luxo.
EM 1968 realiza-se a Conferência da Bioesfera que deu origem ao
encontro de Estocolmo.
As Nações Unidas promovem a Conferência de Estocolmo sobre
o Ambiente Humano 1972 que constitui um marco: política
ambiental de desenvolvimento internacional → Programa para
o Ambiente das Nações Unidas (PNUMA) + criação de várias
agências de protecção ambiental no Norte.
Em 1973 surge o conceito de eco-desenvolvimento que esteve na
base do Relatório de Brundtland.
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Em 1974 realiza-se a Conferência das Nações Unidas sobre o
Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD – onde foi elaborada a
Declaração de Cocoyoc – modelo de ecodesenvolvimento
sustentável (muito radical e criticado).
Nos anos 80 houve uma reorientação das questões ambientais: •
aparece pela primeira vez o termo sustentabilidade (World
Conservation Strategy IUCN 1980) mais tarde claramente definido
no Relatório de Brundtland (Assembleia Geral das Nações Unidas.
1987. Our Common Future); • o Óptimo Económico aparece
associado ao equilíbrio ecológico estável; • o desenvolvimento
económico e a manutenção dos recursos naturais aparecem
relacionados.
Em 1980 o US Global 2000 Report parece confirmar as profecias
acerca das consequências do sobre-consumo dos recursos de bem
comum e com acesso livre: mas aparentemente rejeita a visão
pessimista do Relatório Meadows sobre os limites do crescimento e
adopta uma visão tipo “cornucópia tecnocentrista” – publicação do
The Resourceful Earth Report de 1984 .
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A rejeição da visão pessimista de Meadows, a defesa do papel dos
mercados no processo de desenvolvimento sustentável, e a
necessidade de reconhecer o bem e interesses comuns, são temas
explorados nos relatórios Our Common Future – Brundtland
Report (World Commission on Environment and Development
1987) e The Global Possible (Repetto 1985): os relatórios
reconhecem que os recursos são suficientes para satisfazer as
necessidades humanas a longo prazo.
Em 1987, na mesma Assembleia Geral das Nações Unidas, foi
criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Ainda nos anos 80 surgem os Ecologistas e o Paradigma
Económico Co-Evolucionista (Constanza, Daily, Norgaard) –
defendem a interdisciplinaridade economia-ecologia por causa da
inter-acção sistémica economia/ambiente/sociedade → o SISTEMA
ECONÓMICO é visto como parte integrante de um sistema mais
largo o planeta TERRA → é estudado segundo os princípios das
ciências naturais (termodinâmica e ecologia).
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Em 1992 realiza-se a célebre Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Conferência do Rio de
Janeiro onde foram elaborados textos fundamentais:
• Agenda 21 – programa de acção global;
• Declaração do Rio: conjunto de 27 princípios;
• Declaração de Princípios sobre Florestas;
• Convenção sobre a Diversidade Biológica;
• Convenção Quadro sobre as Mudanças Climáticas – culminou
no Protocolo de Kyoto em 1997.
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LEITURAS:
- Constanza, R., Cumberland, J., Daly, H., Goodland, R.
and Norgaard. 1977. An Introduction to Ecological
Economics, Cap 2. St Lucie Press: Florida;
- Pearce, D. W. and Turner, R. K. 1990. Economics of
Natural Resources and the Environment, Cap 1.
Harvester Wheatsheaf: Exeter;
- Pearce, D. 2002. An Intellectual History of
Environmental Economics. Annual Review of Energy
and Environment, vol 27:57-81.
WEB - SITES:
- http://www.worldwatch.org: página do Worldwatch Institue =
organização que investiga diversos assuntos ambientais. Publicam
anualmente o relatório State of the World com análise detalhada
das questões ambientais mais actuais;
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- http://www.cnie.org/stateof.htm : web site do National Council for
Science and the Environment com links para outros sites com
informação ambiental a nível regional, nacional e internacional;
http://www.emagazine.com/ : web site da E/The Environmental
Magazine. O site inclui vários artigos sobre tópicos ambientais, em
arquivo;
- http://www.enep.org/unep/eia/geo1/ch/toc.htm: web site do Global
Environment Outlook 1, que é uma publicação das NU. O relatório
inclui uma análise extensa sobre a situação ambiental global.
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ANEXO
PARADOXO DE EASTERLIN = baseado num conjunto de
indicadores sócio-económicos e em indicadores compósitos que
pretendem medir o nível de felicidade (= bem-estar) das
sociedades: pretendem demonstrar que a abundância de bens
materiais e o nível de riqueza não apresentam uma clara correlação
com o nível de felicidade humana e da sociedade em geral.
OS “POSITIONAL GOODS” DE HIRSCH = o usufruto de
determinado tipo de bens e de serviços de luxo é necessariamente
restrito a um pequeno grupo de indivíduos extremamente ricos,
apesar da ilusão criada em todos os quadrantes sociais de que,
algum dia, poderão igualmente participar no consumo destes bens.
A ANÁLISE DE SCITOVSKY DA “JOYLESS ECONOMY” = coloca o
acento tónico da análise no facto de que o bem-estar e a felicidade
do ser humano não dependem apenas de bens materiais.
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