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ESAMC Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 23 INTRODUÇÃO O projeto em questão foi desenvolvido a partir de um estudo realizado em toda a cadeia têxtil, com o objetivo de apresentar uma solução para os produtores têxteis, dada a falta da matéria-prima do algodão e o aumento contínuo da demanda por artigos de vestuário. Para tanto, desenvolveu-se o projeto denominado Sexto Elemento, que se resume a implantação de uma planta fabril de produção de fios para a tecelagem a partir de garrafas PET recicladas. Este projeto objetiva ao mesmo tempo a difusão do conceito de sustentabilidade na moda e a apresentação de uma alternativa de matéria- prima, para que possa substituir o algodão em igual ou superior qualidade e durabilidade.

INTRODUÇÃO€¦ · algodão e pela pressão gerada pelo aumento do consumo do mercado do varejo da moda e da importação dos produtos chineses. Aliado a isso, trazer para mais

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INTRODUÇÃO

O projeto em questão foi desenvolvido a partir de um estudo realizado

em toda a cadeia têxtil, com o objetivo de apresentar uma solução para os

produtores têxteis, dada a falta da matéria-prima do algodão e o aumento

contínuo da demanda por artigos de vestuário.

Para tanto, desenvolveu-se o projeto denominado Sexto Elemento, que

se resume a implantação de uma planta fabril de produção de fios para a

tecelagem a partir de garrafas PET recicladas.

Este projeto objetiva ao mesmo tempo a difusão do conceito de

sustentabilidade na moda e a apresentação de uma alternativa de matéria-

prima, para que possa substituir o algodão em igual ou superior qualidade e

durabilidade.

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1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO PROJETO

1.1 Objetivo geral

O projeto tem por objetivo geral a contribuição para o desenvolvimento

do conceito de sustentabilidade na moda no Brasil, através da atuação em um

dos pontos da cadeia de produção do segmento da mesma.

A escolha desse projeto surgiu a partir do cenário, não apenas nacional,

mas internacional, que está desenvolvendo soluções alternativas para agregar

o conceito de sustentabilidade á moda. Sendo cada vez mais discutido, o termo

“sustentabilidade” na moda, envolve também a questão de ecologia, uma vez

que a cadeia compreende diversos processos para a produção do produto final.

1.2 Objetivo específico

O objetivo específico do projeto é aproveitar-se da oportunidade do atual

cenário que enfrenta o mercado têxtil, mais precisamente afetado pela falta do

algodão e pela pressão gerada pelo aumento do consumo do mercado do

varejo da moda e da importação dos produtos chineses.

Aliado a isso, trazer para mais perto o conceito de sustentabilidade e

ecologia, que já são tendências em diversos mercados, para o segmento da

moda, tendo como foco, difundir amplamente este conceito.

O objetivo principal do projeto está na possibilidade da substituição de

parte das atuais matérias-prima utilizadas na indústria têxtil, como por exemplo,

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o algodão. Além de ecologicamente correto, o fio do PET reciclado tem

qualidade igual, ou superior, em alguns casos, a alguns tipos de fio.

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2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ESCOLHIDO

Está cada vez mais visível a presença do conceito de sustentabilidade e

ecologia nos mais diversos ramos da economia. São diversas as ações

realizadas por empresas que procuram alinhar-se com as tendências dos

mercados, geradas pelo aumento da conscientização dos consumidores

principalmente por fatores como os reflexos do impacto ambiental gerado pela

produção e descarte de produtos dos mais diversos gêneros.

Não diferente, o segmento da moda está sendo afetado diretamente por

estes conceitos, que envolvem processos de transformação em toda a sua

cadeia produtiva. Na moda, estes envolvem desde processos complexos

baseados na alteração de componentes químicos para o tingimento do tecido

até outros como o aproveitamento dos retalhos gerados nos centros de

confecção espalhados por todo o país.

Apesar de tímido, a sustentabilidade no ramo da moda já completa cerca

de quatro anos, no Brasil, quando introduzido no São Paulo Fashion Week em

2007. Desde então foi possível observar alguns poucos estilistas trabalharem

com o conceito através do desenvolvimento de peças e acessórios a partir de

matérias-prima sustentáveis.

São diversas as opções disponíveis mediante o avanço tecnológico que

permite o desenvolvimento do mesmo, não somente no Brasil, mas em demais

países. As matérias-prima, por exemplo, vem sofrendo alterações genéticas

que permitem o desenvolvimento de soluções como o algodão orgânico,

gerado a partir de um processo sustentável que não utiliza agrotóxico e adubo,

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além do orgânico. Outras que ganham destaque são as matérias-prima

químicas como é o caso do poliéster, poliamida, acrílico e do poliuretano.

No caso das matérias-prima químicas destaca-se o polietileno tereftalato

(PET), que vem sendo amplamente discutido por diversos atuantes da cadeia.

Obtido em duas modalidades, o PET é gerado a partir de um processo de

transformação do petróleo em que dá origem a grânulos de poliéster, que

posteriormente serão transformados em fios para a tecelagem; já o rePET é

obtido através de um processo de reciclagem, que tem como matéria de

transformação o plástico das garrafas PET, sendo que após passar por

processos mecânicos, darão origem ao PET Granulado.

O grande destaque para o uso do rePET está na redução do impacto

ambiental que o mesmo gera, por ser um processo gerado a partir da

reciclagem das embalagens que são descartadas diariamente no meio

ambiente. Na cadeia produtiva do setor da moda seu uso está principalmente

direcionado à produção de fios para a tecelagem, que posteriormente darão

origem a tecidos produzidos com 100% deste material ou ainda poderão ser

misturados a outras matérias, como por exemplo, ao algodão.

Diversas marcas como Hering, Timberland, Cantão, Osklen e Grendene

já introduziram alguns produtos em suas linhas, acompanhando a tendência de

sustentabilidade na moda. Seja através de fios reciclados, orgânicos ou ainda

no reaproveitamento dos resíduos de produção, as marcas estão preocupadas

em desenvolver produtos que além de serem sustentáveis são de qualidade e

durabilidade igual ou superior á algunsfios tidos como naturais.

Apesar dos primeiros polímeros da indústria têxtil terem sido

desenvolvidos na década de 1980, anteriormente, no período do pós-guerra,

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grupos ativistas espalhados pelo mundo já se manifestavam a favor de causas

sustentáveis dada a intensificação dos fenômenos do aquecimento global.

Apesar de vários anos terem se passado, a disseminação do conceito

ainda caminha a passos pequenos, realidade que deve mudar nos próximos

anos. Segundo Leandro Moreira, do website Cultura Mix, os motivos pelos

quais o conceito ainda não foi amplamente difundido estão no fato dos

consumidores não saberem do que se trata o mesmo, além de não saberem

como adquirir produtos dentro deste conceito. No caso das marcas, segundo

Leandro, o investimento não é maior, pois existe uma deficiência em mão de

obra qualificada para o trabalho com este tipo de produto.1

Como é possível observar existe uma oportunidade no desenvolvimento

de novas soluções para o mercado da moda, que compreende uma cadeia de

produção extensa e com vários processos. Maior ainda é a oportunidade,

quando comparados o potencial do mercado da moda, juntamente com a

tendência á sustentabilidade, ecologia e os pequenos investimentos realizados

pelas indústrias do ramo, seja no mercado B2B ou B2C.

Apesar de pouco difundido, o conceito de sustentabilidade e ecologia

para a moda é muito promissor, segundo alguns analistas, que vêem a

tendência e o atual cenário econômico mundial como uma oportunidade para a

introdução de novas tecnologias de produção, principalmente no setor têxtil. As

marcas do varejo, por sua vez ampliarão suas linhas de produção à medida

que esse tipo de matéria-prima estiver disponível em quantidade suficiente

para o atendimento de sua demanda.

1 Citação da reportagem Sustentabilidade na Moda, por Leandro Moreira, ao website Cultura

Mix, em 26 de Setembro de 2009.

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É claro o positivismo do atual cenário econômico brasileiro para

investimentos, principalmente no setor têxtil, que sofre pelo excesso da

demanda e saturação da capacidade de produção. Aliado a isso, a

possibilidade de desenvolver processos sustentáveis, produtos ecologicamente

corretos e a intensificação do conceito no segmento da moda.

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3 BREVE COMENTÁRIO A RESPEITO DO SETOR

O setor têxtil brasileiro se destaca dentre o mercado internacional, sendo

o Brasil o terceiro maior produtor mundial de malha. Com faturamento

equivalente a US$ 52 bilhões em 2010, a cadeia produtiva têxtil e de confecção

posiciona o Brasil como sendo o país com o quinto maior parque têxtil do

mundo, atingindo a marca de 9 bilhões de peças de confecção produzidas

anualmente.

Ao longo de dez anos foram investidos US$ 13 bilhões em toda a

cadeia, sendo que só em 2010, US$ 2 bilhões corresponderam a investimentos

em parques fabris, novas tecnologias e capacitação de pessoas.

Apesar de apresentar níveis de produção que posicionam o Brasil entre

os principais produtores têxteis mundiais, segundo a ABVTEX (Associação do

Varejo Têxtil Brasileiro) ainda é insuficiente a produção para atendimento do

mercado interno que cresce a percentuais elevados, ano após ano. Somente

em 2010, o número de lojas de artigos de vestuário cresceu 13,7% em

comparação a 2009, passando de 1553 para 1776 lojas.

Segundo a Pyxis (ferramenta de potencial de mercado do Ibope em

Inteligência) o varejo da moda deverá movimentar em 2011, aproximadamente

R$ 136 bilhões no Brasil.

Apesar de atrativo e desafiador, o setor têxtil brasileiro vem enfrentando

problemas gerados por fatores macroambientais que o afeta diretamente. Em

janeiro de 2011, por exemplo, o setor têxtil apresentou déficit comercial de US$

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342,3 milhões, resultado da importação de US$ 451,9 milhões contra

exportação de US$ 109,6 milhões, segundo a Abit.

Um dos grandes problemas enfrentados pelo setor têxtil diz respeito à

baixa oferta do algodão, que está gerando um aumento de preço excessivo, e

que consequentemente, frente ao dólar desvalorizado, incentiva as

importações de outros países. Exemplo disso é o reflexo causado pela decisão

tomada pela Índia, em fevereiro deste ano, que decidiu suspender as

exportações da matéria-prima, devido ao aumento da demanda do mercado

interno e da redução de suas reservas, resultado de problemas climáticos que

afetaram sua safra de 2010.

Além da Índia, segundo maior produtor e consumidor de algodão do

mundo; a China, maior produtor e consumidor da matéria-prima comunicou que

semeará apenas 10% mais para a safra de 2011/2012, o que representará uma

redução de 550 mil toneladas num total previsto de 6,4 milhões, sendo que

grande parte de sua produção também está sendo direcionada para o mercado

interno. No caso da China, além de questões climáticas que também afetaram

sua produção, a crescente demanda por artigos de vestuário se da pela

ascensão social das classes que consomem cada vez mais.

Apesar de estar entre os principais produtores de algodão do mundo,

com um índice de crescimento da ordem de 90% nos últimos dez anos, o Brasil

ainda enfrenta dificuldades tendo que importar grande parte da matéria-prima

para a produção. O reflexo para o mercado interno é o aumento do preço da

matéria-prima, que consequentemente está refletindo no aumento do preço das

peças finais, esse que já chega a 10% se comparado aos meses anteriores.

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Um exemplo claro da alta do preço do algodão está em uma análise

realizada pelo website Textilia (site especializado em informações do mercado

têxtil) em que mostra que o preço do algodão, há alguns anos oscilava entre

R$ 2,50 e R$ 3,00 a libra, passando para R$ 8,00 atualmente. Esse aumento

de preço será refletido em toda a cadeia que já perde competitividade pela

desvalorização do dólar, consequentemente a entrada dos vestuários

importados, que representaram em 2010, 68 mil toneladas (correspondendo a

US$ 1,073 bilhão) afetará ainda mais o mercado brasileiro.

Uma das alternativas utilizadas por diversas empresas do setor têxtil

está no uso de matérias-prima alternativas para a produção de tecidos. Neste

contexto ganham destaque aquelas originadas a partir de materiais reciclados

e ecologicamente corretos, ou conhecidos como sustentáveis.

O foco deste estudo está mais precisamente no uso do grânulo de

polietileno tereftalato (PET), oriundo de material reciclado de garrafas PET para

a produção de fios para a tecelagem.

Gráfico 1: Índice de reciclagem do PET. Fonte: ABIPET 2010.

Japão(2008)

Brasil(2009)

Europa(2009)

Australia(2007)

Argentina(2008)

EUA (2009)Mexico(2009)

(%) 77,9 55,6 48,4 42,3 34 28 18,1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Comparativo sobre reciclagem do PET

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O Brasil posiciona-se como sendo o segundo maior em reciclagem de

PET no mundo, ficando atrás apenas do Japão, segundo mostra dados

divulgados pela ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET), em

dezembro de 2010.

Em todo o setor o consumo do PET cresceu em 2009, 7,4% em

comparação a 2008, representado por um consumo médio de 521,8 quilo

tonelada (Kton), assim como mostra o quadro a seguir:

Brasil - Consumo de resina PET

2008 2009

(Kton) (Kton)

Vendas no mercado interno mais importação

410,4 422

Exportação 4,9 1,7

Importação 80,3 101,5

Consumo aparente de PET

485,8 521,8

Crescimento 2008/2009

7,40%

Embalagens para refrigerante, água e óleo foram responsáveis pelo uso de aproximadamente 90% do total de resina virgem colocada no mercado brasileiro em 2009

(417 Kton).

Consumo aparente = Produção interna + Importação – Exportação

Tabela 1: Consumo de resina PET no Brasil.

Fonte: ABIPET 2010.

Do total de PET consumido no Brasil, mais de 50% foi reciclado, dando

origem a outros produtos, dentre os quais as fibras e os fios têxteis. O volume

de PET reciclado cresceu 3,6% de 2008 para 2009, excedendo as expectativas

dos analistas, segundo a ABIPET.

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Em 2009, o volume de PET reciclado alcançou a marca de 262 Kton

com crescimento acumulado de 30% nos últimos dez anos, como mostra o

gráfico a seguir:

Gráfico 2: Evolução da taxa de reciclagem do PET no Brasil. Fonte: ABIPET 2010.

Apesar de pouco atrativo para muitas empresas, o mercado do PET

movimentou em 2009, o equivalente a R$ 3,38 bilhões em toda a economia,

apresentando crescimento de 9% em relação a 2008.

Brasil - Faturamento da indústria PET

2008 2009

(R$ Bi) (R$ Bi)

Garrafas e frascos 2,1 2,29

Reciclados Total 1,08 1,09

Total da Indústria PET 3,18 3,38

Tabela 2:Faturamento líquido da indústria PET.

Fonte: ABIPET 2010.

13

18

22

30

40

50

67

89

10

5 1

42

16

7

17

4

19

4 2

31

25

3

26

2

18

,80

0

25

,40

0

21

,00

0

16

,20

0

17

,90

0

20

,40

0

26

,30

0

32

,90

0

35

,00

0

43

,00

0

47

,00

0

47

,00

0

51

,30

0

53

,50

0

54

,80

0

55

,60

0

0

10

20

30

40

50

60

0

50

100

150

200

250

300

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

%

Kto

ns

Brasil - Evolução das Taxas de Recuperação de PET

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A partir da reciclagem do PET, muitas indústrias dão origem a outros

produtos como tubos, embalagens, fibras, fios e também materiais têxteis. Os

produtos têxteis por sua vez representam 39% do total do PET reciclado

destinado para novos fins, como mostra o gráfico a seguir:

Gráfico 3: Usos finais para o PET reciclado. Fonte: ABIPET 2010.

Desse total, 23% são utilizados para a produção de peças de vestuário

como camisetas, calças, saias, vestidos e outros. Os outros 65% estão

divididos na produção de não tecidos, como é o caso de enchimentos para

edredons, almofadas e bichos de pelúcia (sendo na maioria das vezes os

resíduos gerados pela reciclagem do PET utilizados para tal finalidade) e

cerdas, cordas e monofilamentos.

39%

19%

15%

10%

9% 6%

2%

PET Reciclado - Usos Finais - 2009

Têxteis Resinas Insaturadas Laminados e Chapas

Embalagem Alimentos Embalagem Não-Alimentos Fitas de Arquear

Tubos

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Gráfico 4: Usos finais do PET reciclado na indústria têxtil. Fonte: ABIPET 2010

Dados revelam que é cada vez maior o consumo do PET como matéria-

prima de diversos produtos, como mostra o gráfico a seguir:

Gráfico 5: Evolução do consumo de resina PET (Kton). Fonte: ABIPET 2010.

Um dos principais fatores que contribuem para o aumento do consumo

da resina do PET está nas vantagens que a mesma proporciona. No caso do

setor têxtil é praticamente imperceptível a diferença entre peças produzidas a

partir do algodão e peças produzidas com fio doPET reciclado.

23%

42%

35%

PET Reciclado - Usos finais Têxteis - 2009

Vestuário Não tecidos Cerdas, Cordas e Monofilamentos

255 270 300

330 360 374

406

471 486 522

565

0

100

200

300

400

500

600

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Evolução do consumo de resina PET (Kton)

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 37

De melhor qualidade, assim como dizem alguns especialistas, o tecido

gerado a partir do fio do PET, permite a confecção de produtos de maior

resistência, com cores tão intensas quanto o tingimento do algodão e com

algumas vantagens adicionais, como não amassar com facilidade e não gerar a

aparência do tecido chamada de “bolinhas” com o tempo de uso e lavagem.

No Brasil, a produção da resina do PET se dá por indústrias químicas

que geram o conhecido PET virgem, ou polietileno tereftalato; e outras a partir

da reciclagem de garrafas PET, ou rePET. A seguir a evolução do consumo de

resina:

Gráfico 6:Capacidade produtiva de resina PET (Kton). Fonte: ABIPET 2010.

O aumento da produção da resina do PET está acontecendo mediante o

aumento da demanda por estes produtos, e seu consumo é cada vez maiora

medida que a oferta aumenta e seu preço diminui.

Um dos grandes agentes da cadeia produtiva do rePET, são as

cooperativas e os catadores, que vem contribuindo para o aumento do nível de

material PET reciclado. Segundo a ABIPET, se comparados 2004 a 2009 é

271 280 284 289 304 302 294

720

450

550 550 550

850

1000

0

200

400

600

800

1000

1200

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Capacidade Produtiva de resina PET (Kton)

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 38

possível observar um aumento de 169% no número de cooperativas de

reciclagem, espalhadas por todo o país com mais de cinco anos.

Ainda segundo a ABIPET, os recicladores e usuários do PET reciclado,

juntos somam cerca de 13.080 pessoas, além dos 24.600 trabalhadores

indiretos, que fazem parte da cadeia de reciclagem no transporte,

movimentação, serviços e outros. Somente o trabalho de coleta e separação do

PET compreende 800 000 trabalhadores/catadores em todo o país como

mostra o gráfico a seguir:

Gráfico 7: Número de centros de reciclagem com cinco anos ou mais. Fonte: ABIPET 2010.

Um dado interessante, divulgado pelo Censo realizado pela ABIPET em

2010, está na origem do PET que é comprado pelas indústrias de

transformação. Apesar do crescente número de cooperativas e centros de

coleta de reciclados, grande parte do PET ainda é comprado de outras fontes

que não estas.

32

55

70 77 80

86

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2004 2005 2006 2007 2008 2009

%

Recicladoras com 5 ou mais Anos (% do total)

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 39

Gráfico 8: Representatividade das vendas do PET por fornecedor. Fonte: ABIPET 2010.

Outro dado importante divulgado através do Censo, diz respeito à

facilidade na obtenção do PET para produção. Assim como mostra o gráfico

abaixo, conforme aumenta o volume de produção e reciclagem do PET, seja

pelas indústrias químicas ou centros de coleta e reciclagem, fica mais fácil o

acesso à matéria-prima que por sua vez incentiva o consumo por parte das

indústrias.

Gráfico 9: Disponibilidade da matéria-prima do PET no mercado. Fonte: ABIPET 2010.

Catadores 37,00%

Cooperativas 19,00%

Outros 44,00%

De onde você compra as suas garrafas PET?

Não 56,00%

Sim, está cada vez mais difícil

35,00%

Sim, está difícil como antes

9,00%

Você tem dificuldade, atualmente, para obter PET para a compra?

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 40

Através destes dados é possível traçar um panorama positivo com

relação ao uso de matérias-prima alternativas no setor têxtil. Não somente o

uso de garrafas PET recicladas, mas outras como o algodão orgânico, algodão

transgênico, a escama de peixe, a lã ecológica, o couro vegetal e outras, estão

aos poucos substituindo as principais fontes de matéria-prima até então

conhecidas.

Gráfico 10: Intenção das empresas em utilizar o PET reciclado. Fonte: ABIPET 2010.

Mesmo que tímido, até o presente momento, o conceito de

sustentabilidade na moda, deverá difundir-se nos próximos anos,

principalmente dado fatores como a intensificação dos efeitos do aquecimento

global, que comprometem a produção, não somente de algodão, mas de

diversas matérias-prima; além do aumento da conscientização das pessoas em

relação ao consumo e descarte de produtos.

2006 2007 2008 2009

Aumentar o uso 50% 56% 55% 74%

Manter 33% 31% 39% 22%

Reduzir 17% 13% 6% 4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Intenção quanto ao uso do PET Reciclado

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 41

Frente a esses dados, é esperado um cenário otimista para o

investimento na indústria de transformação do rePET em fios para a tecelagem.

Com isso gerando uma expectativa decrescimento natural da demanda por

produtos de vestuário gerados pelo fio do PET, que deverão substituir as atuais

peças feitas de algodão, a um preço mais competitivo.

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4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO CONCEITO DE

SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO

4.1 Histórico do conceito da sustentabilidade na moda

Desde o processo de industrialização na sociedade, o mundo vem

sofrendo modificações. Antigamenteos recursos naturais disponíveis eram

usados para consumo de uma determinada região ou da família, que produzia

e utilizava o que tinha ao seu alcance. Atualmente com o capitalismo, advento

da tecnologia e globalização, o consumo se tornou uma rotina para a

sociedade, fazendocom que a economia se movimente.

A cultura do consumo trouxe pontos positivos para a humanidade, como

o acesso a produtos antes jamais imaginados, além do crescimento da

inovação em busca de suprir ou expor um novo desejo ou necessidade de

consumo no mercado. Porém, existem também as consequências deste

desenvolvimento, como a escassez dos recursos naturais utilizados pelas

empresas.

Sendo este um dos temas mais debatidos na atualidade, fica a dúvida de

como equilibrar o desenvolvimento econômico com a utilização racional dos

recursos naturais do planeta, sem prejudicar as gerações futuras.

A população começou a se manifestar sobre questões ambientais nos

anos 60, com o movimento dos “hippies” que adotaram a causa ambiental

como seu estilo de vida. Porém, em níveis acadêmicos, a discussão sobre o

assunto se deu no início da década de 1970, por uma entidade formada por

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intelectuais e empresários italianos, denominada de o “Clube de Roma”, sendo

que a mesma surgiu a partir de discussões que tinham em pauta a

preocupação pela preservação ambiental, que chegou a divulgar estudos

científicos conhecidos como “Os Limites do Crescimento”, dando início à

discussão do tema de sustentabilidade, popularmente conhecido como o uso

consciente dos recursos naturais, na era industrial.

No ano de 1972, em consequência desta publicação, este tema ganhou

importância em uma esfera mundial, sendo abordada na Conferência das

Nações Unidas de Estocolmo. Vale ressaltar que neste período a opinião

pública ganhou mais força já que, o surgimento do Greenpeace se deu na

mesma década.

Em 1987, a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, na Noruega, elaborou um documento denominado “Nosso Futuro Comum” também conhecido como Relatório Brundtland, onde os governos signatários se comprometiam a promover o desenvolvimento econômico e social em conformidade com a preservação ambiental. (CMMAD, 1987) Segundo esse relatório, a definição de sustentabilidade resume-se à: “em que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. (GONÇALVES, 2005)

Desde então, foram realizados diversos encontros em que países

discutiram a relação da sustentabilidade no mercado mundial. Um exemplo foi

o Rio Summit Agreement (Rio 92) no ano de 1992, organizado pela ONU, em

que se assinou a Agenda 21, em que cada país participante criaria a sua

Agenda 21 comprometendo-se a refletir globalmente e localmente, sobre como

os governos, empresas, organizações não-governamentais e toda a sociedade

poderiam cooperar na busca de soluções relacionadas aos problemas sócio-

ambientais. Outro exemplo foi a conferência de Kyoto de 1997, em que tratou o

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tema do aquecimento global, na qual os países participantes se

comprometeram a diminuir a emissão de gases para amenizar o efeito estufa e

que segue em pauta até o presente momento.

4.2 Como o conceito de sustentabilidade foi desenvolvido no Brasil e sua

aceitabilidade

O Brasil mostra-se preocupado com o desenvolvimento sustentável,

mesmo sendo um país emergente e sua economia formada em grande parte

por uma produção em massa. O país acompanha as conferências e tratados

relacionados ao tema, tentando alinhar de maneira mais consciente o seu

desenvolvimento através da sustentabilidade.

De acordo com o Indicador de Desenvolvimento Sustentável (IDS)

referente ao ano de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), o país em comparação ao ano de 2007, manteve seu ritmo

de crescimento econômico e evoluiu nos principais indicadores socioambientais

analisados. Apesar de ainda serem necessárias muitas melhorias, é possível

observar que o governo, as empresas privadas e a população estão

trabalhando para alcançá-las.

A preocupação da sociedade e dos governos com o meio ambiente

culminou em estudos e desenvolvimento de meios alternativos, que de forma

sustentável, contribuíssem para o dia-a-dia dos mesmos.

Vale ressaltar que a população, com o passar dos anos, vem

fundamentando uma “consciência verde”, ou seja, aquela em que está

diretamente relacionada ao consumo e descarte de produtos de forma que não

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agrida o meio ambiente. Muitas das suas ações estão embasadas nestes

valores, sendo que as novas gerações não se preocupam somente com o

conforto, beleza e status, mas também com o impacto gerado pela produção,

consumo e descarte destes produtos no meio ambiente.

É possível observar, por exemplo, que o mercado vem sentindo-se

pressionado pela cobrança gerada, pela chamada “geração verde”, que está

ligada diretamente ao conceito de consumo saudável e sustentável. As

empresas por sua vez tentam se adaptar a esta nova cultura de consumo,

através de ações que contribuam para a preservação do meio ambiente,

exemplo disso é a busca pela diminuição na emissão de gases poluentes, com

o estudo e desenvolvimento de novos produtos como carros elétricos menos

poluentes, construções ecologicamente corretas, papel reciclado, plástico

reciclado e entre outros.

No mercado da moda este processo de preocupação com o meio

ambiente não é diferente. Países de grande influência na moda internacional

estão realizando eventos para destacar novos estilistas e até mesmo estilistas

renomados, que optaram pela moda verde em suas grifes. A feira Prêt à Porter

Paris, que ocorre na capital francesa, sendo uma das mais renomadas neste

ramo, criou em setembro de 2006, um espaço chamado So Ethic, onde as

grifes expositoras tinham como finalidade apresentar seus produtos que se

encaixassem no conceito de sustentabilidade. No ano de 2010, para a edição

primavera/verão, 50 empresas participaram do espaço em comparação aos 20

expositores do ano de 2006, sendo hoje um dos espaços de maior importância

no evento.

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A busca deste mercado pela adaptação às exigências do novo

consumidor é constante. Escolas de modas, por exemplo, acrescentaram em

suas grades de ensino os temas de sustentabilidade e ética, como é o caso da

renomada escola de moda britânica Central Saint-Martins, que possui a matéria

desde 2008, em seu currículo no curso de graduação. Em dezembro de 2010,

foi inaugurado em Paris o Centre Commercial, um novo local em que se vende

o conceito e a moda sustentável.

No Brasil o mercado da moda sustentável começou a dar os seus

primeiros passos no São Paulo Fashion Week de 2007, ano em que a Osklen

apresentou seu primeiro desfile em que suas roupas foram confeccionadas

com materiais alternativos, como o fio do PET reciclado. Desde então alguns

estilistas brasileiros começaram a trabalhar com este conceito.

Outro movimento criado no país para divulgação do conceito foi o

concurso Eco Fashion Brasil, em que seu propósito é a busca de novos

talentos na moda, além de novas formas de criação com matérias-prima

alternativas. Outro ponto que este concurso visa é a conscientização

acadêmica, ou seja, que as faculdades de moda do Brasil adicionem o tema

sustentabilidade em sua grade de formação. Esta visão acadêmica já pode ser

presenciada em alguns cursos como, por exemplo, o curso de moda

sustentável oferecido pelo Senac de São Paulo.

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4.3 Disparidade cultural na qual a moda sustentável está mais arraigada,

comparada ao Brasil e suas possíveis consequências para o mercado

brasileiro

A preocupação com a sustentabilidade na modateve início na década de

1970, na Europa, onde a população começou a se preocupar com a origem e

qualidade dos alimentosque consumiam e que acabou por estender-se para a

linha de vestuário.

Em 1980, com o incentivo dos ambientalistas, as preocupações se

voltaram para a produção de matéria-prima, tendo como alvo principal o

algodão, dando início a produção do algodão orgânico e as primeiras

vestimentas ecologicamente conscientes. O Brasil produziu sua primeira

camiseta sustentável no ano de 1993, pela indústria têxtil Filobel, situada em

Jundiaí no estado de São Paulo, sendo a primeira empresa a se adaptar às

exigências de produção ecológica instaurada pelo Instituto de Pesquisa

Hohentein da Alemanha, membro da Associação Internacional para Pesquisa e

Teste no setor da Ecologia Têxtil. (BERLIM, 2009).

Como dito anteriormente, atualmente existem eventos, cursos e

incentivos do uso de matérias-prima sustentáveis para a confecção de peças e

acessórios para vestuário, tanto em países pioneiros, como é o caso da França

e do Reino Unido e também para o mercado emergente, como o Brasil.

É possível ver que marcas de luxo e tradição como a empresa LVMH,

fabricante das bolsas Louis Vuitton, e a marca de alta costura Yves Saint

Laurent, estão se adaptando a este novo mercado, criando produtos, e

alterando seus processos, baseando-se no conceito de ecologicamente

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correto. Nota-se também que empresas de vestuários voltadas para o público

da classe média, conhecidas como lojas de departamentos, exemplos destas

Zara e C&A também já aderiram a esta nova tendência.

Todas estas empresas procuram se concentrar no que lhe são cobrados

pelo seu público consumidor, conscientes e preocupados com o impacto que

podem gerar a compra de uma peça de roupa ou acessório. Parte desta se dá

em consequência da divulgação de formadores de opinião, como é o caso de

renomados estilistas, destaques em documentários, noticiários e também no

ramo acadêmico.

No Brasil, além da marca pioneira, Osklen, algumas pessoas de grande

influência no ramo da moda criaram entidades e movimentos em prol da

“consciência verde”, como no caso da editora e consultora de moda Chiara

Gadaleta-Klajmic que criou o movimento Ser Sustentável com Estilo (S.S.E),

sendo grande repercursora do consumo consciente, realizando parcerias para

divulgação de produtos e empresas com a mesma sinergia que a S.S.E possui.

O Brasil está sofrendo mudanças consideráveis em sua cultura de

consumo. A população está passando por uma reestruturação piramidal que

está diminuindo o número de pertencentes à classe baixa e aumentando

principalmente a população da classe média. Isso é positivo quando analisada

a questão de que seu poder de compra vem crescendo, permitindo que essas

pessoas, consumam novas classes de produtos.

Com a ascensão das classes é possível aproveitar-se do processo de

consumo e em vez de esperar que esta tendência se torne uma rotina no país

para então introduzir o consumo consciente, trabalhá-lo paralelamente

aproveitando-se da oportunidade oferecida pelo mercado.

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O grande desafio presente no Brasil em relação a sua cultura é a

conscientização, ainda não tão presente na população como no caso dos

países europeus. Esta se dá por estar diretamente relacionado à dificuldade de

entendimento sobre o tema e sua importância para o ecossistema. Apesar

disso é possível dizer que a tendência vem se consolidando, já que, o

investimento das marcas e indústrias neste ramo está crescendo de forma

positiva e progressiva.

4.4 Tecnologias aplicadas à produção de matéria-prima para tecidos

ecológicos nos países pioneiros e o contraste com a infraestrutura

brasileira

De acordo com as pesquisas realizadas para entendimento da

tecnologia utilizada na produção de fios para tecidos a partir do PET reciclado,

constatou-se que o know-how e inovação neste setor se encontram em outros

países, como o caso da empresa alemã Lurgi Zimmer que possui mais de 50

anos de mercado em produção de maquinários para processo do PET no setor

têxtil.

Não existe disparidade de tecnologia destes maquinários entre os países

pioneiros, com a tecnologia utilizada no Brasil; o grande desafio para o

mercado têxtil brasileiro se encontra na importação destes produtos.

Para a aquisição dos mesmos, existe um processo que pode se tornar

dispendioso em tempo e capital para as empresas brasileiras; sendo estas a

forma de pagamento dos maquinários, uma vez que o valor dos mesmos é

calculado na moeda do país de origem de seus fabricantes, sendo suscetível a

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variação cambial podendo encarecer o produto, outro fator é o tempo de

produção, já que estes maquinários são feitos sob pedidos.

O processo de importação desde sua saída do país de origem até sua

chegada a planta fabril, também é um ponto relevante, levando em

consideração a infraestrutura portuária e rodoviária do país, o que se torna um

desafio para a elaboração do projeto logístico e consequentemente acarreta no

custo do maquinário.

Vale ressaltar que a parte de manutenção, treinamento e técnicos para

manuseio destes maquinários se torna outro desafio para a empresa, sendo

abordada de forma mais completa nos plano de Recursos Humanos e Gestão

de Operações.

4.5 Solução para uma difusão mais assertiva do conceito no Brasil e o

motivo desta ação

A partir das pesquisas realizadas, é possível concluir que o consumo de

produtos sustentáveis é uma forte tendência e que está se tornando um hábito

comum entreos consumidores. As empresas por sua vez estão procurando se

adequar a este novo mercado.

No ramo da moda o mesmo fenômeno ocorre, de forma que toda a

cadeia produtiva está se adaptando, em processos, recursos (materiais e

humanos) e produto, ou seja, o conceito está crescendo no Brasil e a

oportunidade se torna evidente para investidores que possuem a visão de que,

a sustentabilidade, especialmente na moda, está em alta e veio para ficar.

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Os desafios de adentrar-se neste novo mercado são grandes. Dentre

eles é possível citar; melhor divulgação do conceito na sociedade, formas

inovadoras de comunicação, busca por parcerias para recolhimento de matéria-

prima no caso do PET reciclado, importação de tecnologias de ponta,

capacitação de mão de obra, entre outros.

O mundo por sua vez, segue um ritmo em que a consciência ambiental e

as consequências de um consumo em excesso, estão sendo repensadas por

muitos consumidores que buscam a realização não somente na compra de um

produto ou serviço, mas também no fato dessa ação ter impacto positivo na

sociedade e no meio ambiente, criando assim um caminho em que a produção

sustentável irá se tornar uma necessidade e não uma tendência ou

diferenciação de mercado, que atende a um determinado nicho. Será para

todos e exigidos por todos.

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5 ANÁLISE MACROAMBIENTAL

5.1 Ambiente econômico

No ambiente econômico, é preciso identificar tendências econômicas

relevantes do setor têxtil que geram impactos ao poder de compra, o qual

depende da renda, do preço, da poupança, do endividamento e do crédito que

circula em mercado, uma vez que este poder de compra tem uma relação

próxima com as políticas econômicas.

Nos dias atuais, de acordo com os dispositivos constitucionais, elabora-

se, a partir da comissão mista de planos, orçamentos públicos e fiscalização,

um relatório de diretrizes orçamentárias o qual dispõe acerca das metas para

os gastos públicos. Este relatório, baseando-se no do ano de 2011, contempla

projeções de indicadores macroeconômicos em um período de 2011 a 2013,

em que o governo trata destes gastos a partir de parâmetros que servem como

metas a se alcançar. Ainda, caso ocorram mudanças substanciais nessas

expectativas, o próprio Poder Executivo se encarregará de revisá-las.

Projeções Macroeconômicas 2011/2013

Discriminação 2011 2012 2013

PIB (crescimento real % a. a.) 5,5 5,5 5,5

Taxa SELIC Efetiva (média % a.a.) 8,71 8,71 8,79

Taxa de Câmbio (R$/US$ em dezembro) 1,88 1,88 1,94

IPCA acumulado em 12 meses 4,5 4,5 4,5

Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 36,7 33,9 30,8

Salário-Mínimo (R$) 535,9 588,9 649,2

Tabela 3: Projeções macroeconômicas para 2011, 2012 e 2013. Fonte: PLDO 2011.

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Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) é idealizado para

uma economia estável, sem grandes interferências, porém, diante de uma

economia livre, submetida às forças do mercado em constantes mudanças,

forma-se um hiato entre realidade e metas, ou seja, mesmo com o

comprometimento máximo da administração pública sempre existem ajustes e

revisões a serem realizados.

A inflação tem se destacado pela disparidade entre as projeções e a

meta, mesmo com um histórico positivo do cumprimento das metas nos últimos

sete anos, o Comitê de Política Monetária – COPOM, em sua reunião número

157, de março de 2011, reconheceu as incertezas em relação ao assunto na

seguinte frase:

Em suma, o COPOM reconhece um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza acima do usual, e identifica riscos elevados à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta. (RELATÓRIO DE INFLAÇÃO, 2011, p. 92)

Nesta mesma ata, o COPOM atribui a alta dos alimentos como um dos

maiores responsáveis pela alta da inflação, que teve início no último trimestre

de 2010, e vem persistindo devido aos choques de ofertas domésticas e

externas. Ainda, no que concerne a um cenário futuro, o COPOM avaliou a

manutenção ou até crescimento da inflação nos três trimestres de 2011, em

função da inércia trazida de 2010. Diferentemente, a partir do quarto trimestre,

o COPOM ponderou que o cenário central indica tendência declinante para a

inflação acumulada em doze meses, ou seja, deslocando-se na direção da

trajetória de metas. (RELATÓRIO DE INFLAÇÃO, 2011).

O relatório Focus de Distribuição de Frequência das Expectativas de

Mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para

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os anos de 2011 e 2012, divulgado em 07 de fevereiro de 2011, pelo Banco do

Brasil, projetou que a grande maioria do mercado tem ajustado suas

expectativas em relação à projeção do IPCA, isto é, os dados deste relatório,

ao efetuar a pesquisa no período de 30 de julho de 2010, indicam uma

expectativa do IPCA de 4,6% para 2011 e 4,6% para 2012. Já os dados em

relação a 4 de fevereiro 2011, indicam uma perspectiva de 5,6% para 2011 e

4,6% para 2012, ambos com uma curva menos concentrada, ou seja, existe

uma maior distribuição das expectativas; há mais incertezas e oscilações

quanto ao índice de inflação, conforme se verifica no gráfico a seguir:

Imagem 1: Gráfico de evolução recente das distribuições de frequência das expectativas de mercado para o IPCA. Fonte: Relatório FOCUS - 2011

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A inflação é um dos principais índices monitorados pelos agentes

econômicos devido ao período de hiperinflação vivido no Brasil antes do Plano

Real (1994), em que havia instabilidade do poder de compra de um dia para o

outro, tornando as relações comerciais inviáveis e causando o afogamento da

economia.

No que tange à construção de uma planta fabril para a produção de fios

têxteis a partir do PET reciclado, os índices de inflação projetados para os

próximos anos, ainda que exista uma tendência de superar moderadamente as

metas do governo, são considerados sobre controle e teriam impactos diretos

de baixa relevância.

Em relação ao mercado, o preço do algodão, segundo levantamento da

Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu seu maior patamar em 11 anos em

fevereiro de 2011, com uma inflação acumulada em 12 meses de 170,56%. A

tendência de alta nos preços deve ser crescente uma vez que a plantação de

algodão competirá por espaço com alimentos, além de sua escassez dada

redução nas exportações de países como China e Índia, obrigando as

tecelagens a procurarem demais alternativas.

No que concerne à taxa de juros, sua elevação é uma ferramenta

utilizada para manter o equilíbrio do balanço de pagamentos, uma vez que a

abertura comercial e o câmbio valorizado tornam o balanço deficitário, não se

esquecendo, ainda, que as reservas são necessárias na sustentação do

sistema.

Por outro lado, a contrapartida de uma taxa de juros elevada é o

desaquecimento da economia, com uma relação risco-retorno muito atrativa

das aplicações financeiras; o capital vital para as indústrias investirem em

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tecnologia e se tornarem competitivas em uma economia globalizada fica

escasso, onerando os juros dos empréstimos diretos.

Com a atração de capital exterior a partir da alta taxa de juros, o Real se

valoriza barateando o custo de importação, gerando a chamada ancora

cambial. Devido ao poder da mencionada taxa de juros, pode-se, também,

como uma segunda forma de sua utilização, controlar os índices de inflação a

fim de estabilizar o mercado.

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projetou uma taxa

SELIC efetiva média de 8,71% a.a. para 2011, 8,71% a.a. para 2012 e 8,79%

a.a. para 2013.

O relatório Focus de Distribuição de Frequência das Expectativas de

Mercado para taxa SELIC, divulgado pelo Banco do Brasil (07/02/2011), aponta

uma taxa 12,75% a.a.; a expectativa é para o período de 12 meses na frente da

data da pesquisa (04/04/2011). Pode-se observar a partir do relatório que as

expectativas estão subindo.

Evolução recente das distribuições de Frequência das Expectativas de Mercado para a SELIC

Imagem 2: Gráfico de evolução das distribuições de frequência das expectativas de mercado para a SELIC. Fonte: Relatório FOCUS – 2011.

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De acordo com o COPOM na referida ata, embasado nas incertezas em

relação aos índices de inflação, este optou por aumentar a taxa SELIC em 0,5

p.p. para 11,75% a.a., mas em reunião mais recente realizada no mês de

abril/2011 o COPOM preferiu novamente por aumentar a SELIC, desta vez em

0,25 p.p., passando a ser 12% a.a.

Os agentes econômicos do governo usam frequentemente o aumento da

taxa SELIC para combater a inflação. Levando-se em consideração a mesma

para o desenvolvimento do projeto em questão, entende-se que a principal

consequência é a dificuldade em conseguir linhas de crédito necessárias para

sua implantação, por exemplo, no momento da compra de maquinários, capital

de giro, entre outros. O aumento da SELIC pode resultar em menos capital

disponível para os consumidores em geral, uma vez que esse enxugamento

monetário também impacta em uma quantidade menor de capital para toda a

economia.

O câmbio também é mais uma variável importante a ser avaliada, pois é

um dos fundamentos do Plano Real e pode ter grande influência na economia.

Uma taxa de câmbio valorizada ajuda a segurar os preços do mercado interno

e estimula a concorrência entre empresas locais com empresas de outros

países, ampliando o universo para concorrência. O Brasil utiliza política cambial

“suja”, ou seja, existem certas bandas em que o câmbio pode se movimentar

livremente, mas quando as cotações se aproximam das extremidades o Banco

Central interfere comprando ou vendendo Dólar de acordo com a necessidade.

Conforme o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) as metas

para taxa de câmbio do Real em relação ao Dólar são de 1,88 R$/US$ em

dezembro de 2011, 1,88 R$/US$ em dezembro de 2012 e 1,94 R$/US$ em

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dezembro de 2013. Atualmente a taxa de câmbio vem seguindo a coerência do

COPOM, com grandes incertezas em relação ao cumprimento da meta da

inflação, as medidas tem se baseado em aumentar a taxa SELIC e uma política

de câmbio mais valorizada, com intuito de conter o aumento dos preços.

A seguir é exposto um gráfico que ilustra a tendência de desvalorização

do Real frente ao Dólar nos últimos seis meses, até chegar a mais recente

divulgação em 28 de outubro de 2011, em que a cotação para a compra de 1

US$ esta em R$ 1,69.

Gráfico 11: Fechamento da Ptax para compra de US$. Fonte: Banco Central.

Em relação a uma planta fabril de fios para tecelagem, um câmbio

menos valorizado, por um ladopode significar maior competitividade dos

produtos nacionais frente aos importados, mas ao mesmo tempo, encarece o

custo do maquinário que é importado, fazendo com que a empresa necessite

de mais capital para investimento.

A atividade industrial é considerada uma variável ambiental crítica, pois

está relacionada com a geração de riquezas de uma economia. O seu índice

1,5791 1,5603 1,5555 1,5864

1,8536

1,6979

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11

Cotação em Real para compra US$

Cotação em Real para compra

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 59

indica aquecimento ou não das atividades de transformação, em outras

palavras, sinaliza a perspectiva da demanda para o setor secundário, aquele

que irá fornecer matéria-prima já beneficiada para outras indústrias, como no

caso da indústria de fios.

Segundo a ata do COPOM, a atividade fabril ainda encontra-se sem

sinais relevantes e robustos quanto à entrada em novo ciclo de alta. A

produção industrial obteve alta de 0,2% em janeiro, de acordo com dados

fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quanto à

produção neste mesmo mês, o índice é 2,6% menor em relação à produção

observada em março de 2010. Já a taxa de crescimento da média móvel

trimestral ficou em -0,2% no período de outubro a janeiro.

Entre os bens de consumo duráveis (dados IBGE) o crescimento foi de

6% em janeiro, em relação ao mês anterior, enquanto os bens de consumo não

duráveis e semiduráveis expandiram em 0,2%. No mesmo período, a produção

de bens de capital cresceu 1,8%, enquanto a de bens intermediários registrou

recuo de 0,4%. Impende lembrar que o crescimento da atividade da indústria

de bens de capital, no acumulado de 12 meses, é o maior entre as categorias

de uso, com expansão de 20,4%. Tal comportamento evidencia a robustez do

investimento, fator relevante na retomada econômica do período pós-crise.

O Brasil está mostrando maturidade no que se refere às Políticas

Econômicas; atualmente, o país tem a frente o terceiro Presidente da

República após a implementação oficial do Plano Real em 1994, os quais

deram continuidade e demonstraram coerência com o manejo das políticas

econômicas, o que vem sendo também, executado pela atual presidenta,

elevando o patamar do país no que se refere à confiança. O gráfico a seguir

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refere-se ao índice EMBI+Brasil que registra a classificação de risco elaborado

pelo banco de investimentos J.P. MORGAN e ilustra a queda no Risco País.

Imagem 3: Risco Brasil – EMBI + Brasil. Fonte: IPEA.

O Brasil tem consolidado seu crescimento econômico, mesmo diante de

cenários adversos, como o da crise imobiliária americana em 2008 - que

desencadeou a crise financeira mundial - apresentando um crescimento do PIB

de 7,5% a.a. em 2010.

O crescimento foi tão grande que houve um avanço da inflação um

pouco maior que o previsto, mas que vem sendo contido pelas políticas

econômicas adotadas e que pouco deve alterar o status do país como “bola da

vez” para investimentos, em função de seu crescimento.

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Imagem 4: Resumo da 1ª variável economica macroambiental– VAC.

Imagem 5: Resumo da 2ª variável economica macroambiental– VAC.

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Imagem 6: Resumo da 3ª variável economica macroambiental – VAC.

Imagem 7: Resumo da 4ª variável economica macroambiental – VAC.

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5.2 Ambiente político-legal

No ambiente político legal é possível observar que não existem leis de

incentivo ou barreiras específicas para um ponto da cadeia têxtil. De forma

geral, o setor têxtil até pouco tempo, apesar de representar 5,5% do PIB da

indústria de transformação, segundo a ABIT, era pouco incentivado por

programas governamentais ou leis de incentivo.

A seguir estão descritas algumas das principais variáveis relacionadas

ao ambiente político legal:

Criado em 2008 o “Programa de Desenvolvimento Setorial de Têxtil e

Confecção” foi planejado para 15 anos (até 2023) e tem como objetivo principal

“a articulação, construção, coordenação, monitoramento e avaliação de ações

estratégicas para a cadeia têxtil e de confecção”. (ABDI)

Controlado pela ABID (Associação Brasileira do Desenvolvimento

Industrial) em parceria com a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil)

além de outras empresas, instituições de pesquisa e universidades, o programa

espera incentivar o desenvolvimento de toda a cadeia através de incentivos

governamentais em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, além de linhas de

financiamento específicas para o setor.

Outra variável é a Lei 8.666/93 – Lei das Licitações, que tem como

objetivo principal dar vantagem competitiva ás indústrias brasileiras frente às

estrangeiras, em licitações do governo, levando em consideração fatores

importantes como aspectos sociais e ambientais. A alteração dessa lei permitiu

ao setor, de certa forma, maior competitividade e consequentemente maiores

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lucros e investimentos por parte dos produtores conforme descrito a seguir no

Art 3º, par. 2º, inc I (Revogado), II, III e IV.

“Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” “§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I – Produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; (Revogado); II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.”

Apesar de simples, o incentivo gerado pela alteração da Lei 8.666/93

impacta positivamente toda a cadeia têxtil, puxada por uma demanda

considerável de produtos têxteis pelo governo. Um fato importante a ser

destacado é que a alteração do inciso I, parágrafo 2º do Art 3º tem como

objetivo promover o desenvolvimento nacional sustentável, devendo ser levado

em consideração no julgamento das propostas fatores como, geração de

emprego, utilização de tecnologia nacional, geração de tributos para o estado e

município, dentre outros.

Outro ponto de análise é o aumento do limite do empréstimo do governo

federal (EGF) para produção de algodão, que passou de R$ 10 milhões para

R$ 20 milhões no ano de 2010. Esse incentivo visa atender a demanda

crescente pela matéria-prima no Brasil, e não somente, mas também atender

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ao mercado internacional, tanto na venda do fio do algodão como na

comercialização de peças para vestuário.

O incentivo pode ser visto com bons olhos do âmbito do produtor de

algodão e dos atuantes da cadeia têxtil que se utilizam desta matéria-prima

para a produção de tecidos e fios, porém, esse incentivo leva a questões

ambientais contraditórias que dizem respeito ao desenvolvimento de uma

cultura que contamina o solo e avança sobre as plantações de alimentos. A

cultura do algodão é considerada como o terceiro maior absorvente de água

irrigada na agricultura, segundo Francisco Ferreira da revista Textilia, além de

ser a que mais utiliza agrotóxicos no mundo e matar milhares de pessoas todos

os anos pela contaminação por exposição a pesticidas.

Do âmbito do produtor de fios químicos, o incentivo pode ser tido como

uma ameaça pelo fato de tornar a matéria-prima menos competitiva frente ao

algodão. O estímulo à produção de algodão compete com a produção de fios

químicos que vem crescendo com o passar dos anos, devido ao aumento do

consumo por parte da população e da falta da matéria-prima em quantidade

suficiente.

Assim como o incentivo para a produção do algodão, a medida

provisória do Governo Federal (Portaria Secex nº 23),que permite as empresas

importar até 10 mil toneladas de algodão com alíquota zero, prejudica o setor

de produção de fios químicos, pela redução da competitividade da matéria-

prima em relação ao seu preço de venda.

Criada em 4 de Abril de 2011, a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil,

tem como objetivo principal defender os interesses dos atuantes da cadeia

têxtil, levando até o parlamento questões fundamentais para o desenvolvimento

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e sobrevivência das indústrias têxteis nacionais frente ao cenário econômico

mundial e consequentemente o mercado interno.

São esperados resultados positivos com a organização desta frente

parlamentar, que já vem lutando por melhorias no setor têxtil nacional, a fim de

melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado interno e

externo.

Imagem 8: Resumo da 1ª variável político-legal macroambiental – VAC.

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Imagem 9: Resumo da 2ª variável político-legal macroambiental – VAC.

Imagem 10: Resumo da 3ª variável político-legal macroambiental – VAC.

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Imagem 11: Resumo da 4ª variável político-legal macroambiental – VAC.

Imagem 12: Resumo da 5ª variável político-legal macroambiental – VAC.

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5.3 Ambiente demográfico

Segundo Phillip Kotler,

“... a primeira força macroambiental que os profissionais de marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas...”.(KOTLER, Phillip, 2005, p 162).

Dentro desse contexto, salientam-se análises de taxas de crescimento,

faixas etárias, níveis de escolaridade e padrões domiciliares.

Desta forma, o estudo do macroambiente demográfico tem início a partir

de dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia

Estatística (IBGE) no qual aponta um crescimento de 8,56% na população

brasileira entre os anos de 2000 e 2010.

A partir desse dado, buscou-se a medição de tendências e estimativas

de cenários futuros, para que se tenha maior embasamento para qualquer tipo

de tomada de decisão. Não diferente é a análise do cenário demográfico para a

realidade da indústria têxtil no Brasil, principalmente a qual possui foco na

mente do futuro consumidor, o jovem (e também os demais consumidores) de

hoje que já possuem opiniões e pensamentos a partir de conceitos amplamente

discutidos, como a sustentabilidade e meios alternativos de produção dos mais

diversos tipos de produtos e serviços.

Através de dados obtidos pela pesquisa “Os Jovens e o Consumo

Sustentável”, realizada em 24 países ao redor do mundo (incluindo o Brasil –

259 entrevistas domiciliares) aplicada no ano de 2001, pelo Instituto Akatu, pelo

Consumo Consciente e da Indicator Opinião Pública, em parceria com a

Unesco, em que foram consideradas as opiniões dos jovens entre 18 e 25 anos

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no ato do consumo buscando conhecer seus hábitos no mesmo e visão futura

do consumo sustentável, foi possível destacar os principais resultados:

- 10% dos jovens possuem consciência que a utilização do algodão na

composição do vestuário causa impacto ao meio ambiente, uma vez que a

matéria-prima é proveniente de meios não tão naturais, como é o casodo

algodão orgânico;

- 64% dos jovens têm consciência da forma que o lixo é descartado e de

como impacta o meio ambiente;

- Para a compra de roupas, os jovens elencam em primeiro lugar a

qualidade, seguido de preço, moda e impacto ambiental.

Com isso se vê a conscientização cada vez maior e a possibilidade da

união do sustentável com o mercado da moda, uma vez que os jovens se

preocupam com as tendências deste segmento, e que é possível a junção da

mesma com ações ecologicamente corretas.

As consequências para o mercado têxtil, principalmente para a produção

de fios a partir do PET reciclado são positivas, uma vez que se encontram

consumidores mais exigentes, abertos às novas tendências de mercado

gerando um aumento das vendas direcionadas a este público.

Outra variável a se destacar são os empregos relacionados ao setor de

reciclagem do PET. O setor de reciclagem gera, segundo dados da Associação

Brasileira da Indústria do PET (ABIPET) de 2010, cerca de 18 mil empregos

diretos e mais de 24 mil empregos indiretos.

O conceito de reciclagem foi com o passar do tempo, transformando-se

de “recolhimento de lixo” para trabalho formal, no qual muitas famílias

encontraram forma de sustento e trabalho digno. Com isso o mercado tende

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cada vez mais atrair pessoas para expansão da mão de obra, uma vez que se

tem valorizado o trabalho dos catadores e cooperativas de reciclagem, e

principalmente, a matéria-prima utilizada.

O acompanhamento das tendências no ambiente demográfico possui

peso na análise de cenários, já que, é o mercado consumidor quem ditará o

volume e intensidade de produção de filamentos derivados de materiais

reciclados, sendo que a demanda do mercado B2B é derivada do mercado

consumidor do produto final. Dada a grande importância a este

acompanhamento, verifica-se como consequência a ampliação da fabricação

de outros tipos de matérias-prima ou expansão do mercado.

Porém, para que os objetivos sejam alcançados, é imprescindível que a

demanda seja impulsionada através de ações de impacto para que o

pensamento do consumidor se torne constante no que diz respeito ao consumo

sustentável, uma vez que, o assunto deixa apenas de ser discutido no âmbito

político, passando às lojas, mercados, escolas e principalmente ao cotidiano

dos jovens, considerando de acordo com as pesquisas realizadas e o

crescimento da população, que estes são clientes potencias para o segmento

da moda sustentável, impactando diretamente no resultado ao qual o projeto se

resume.

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Imagem 13: Resumo da 1ª variável demográfica macroambiental – VAC.

Imagem 14: Resumo da 2ª variável demográfica macroambiental – VAC.

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5.4 Ambiente sócio-cultural

No ambiente sócio-cultural podemos estudar as possíveis ações do

mercado consumidor, sendo que estas podem sofrer alterações de acordo com

a situação do país e o ambiente cultural em que a população está inserida.

Segundo pesquisas realizadas desde 2001, pelo instituto Akatu

(organização não governamental, sem fins lucrativosque trabalha para

conscientizar e mobilizar o cidadão brasileiro a favor da sustentabilidade) a

consciência da população brasileira em 2010 pelo “consumo verde”, teve um

aumento percentual de 5%, tendo em consideração o aumento populacional,

significa que 500.000 pessoas a mais aderiram aos valores do consumo

responsável.

Desde a abordagem de ativistas em relação à sustentabilidade, o mundo

vem sendo exposto ao processo de conscientização do consumo responsável,

sendo realizadas por meio de interesses governamentais, áreas acadêmicas,

públicos formadores de opiniões e até mesmo comunicações do setor privado.

O Brasil se encontra neste processo de conscientização, vinda de suas

participações em fóruns e agendas ambientais, mesmo sendo um país em

processo de desenvolvimento, em que a renda do consumidor vem

aumentando. O país trabalha para alcançar esta visão sustentável em sua

população, ainda de forma lenta e precária, porém possui a consciência que é

necessária a aplicação desta política.

Segundo pesquisa da Akatu, no período de 2003 a 2008, a renda da

população mais pobre subiu 10%, tendo como previsão a manutenção deste

ritmo até 2012, dando oportunidade de maior consumo a estas famílias. Neste

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fenômeno de poder de compra não existe a avaliação das consequências

sociais e ambientais, tornando difícil conciliar o desenvolvimento econômico do

país com a sustentabilidade.

De acordo com reportagem de 2010, no site da Guia Embalagem, relata

que houve um aumento do consumo do PET, devido à disponibilidade do poder

de consumo das classes emergentes (C e D), que estão direcionando suas

compras de bens duráveis para bens de consumo.

O grande desafio é promover o desenvolvimento e ao mesmo tempo

dentro deste, englobar na cultura de consumo do brasileiro a consciência

responsável, educando a população, de que a aquisição de bens de forma

consciente em prol de uma vida de maior conforto e praticidade é sano, mas

também não deixar de pensar nos impactos que poderão gerar a compra deste

produto e/ou serviço, buscando um ponto de equilíbrio, com isso estimulando o

consumo sustentável também nas classes emergentes.

Apesar deste desafio na cultura de consumo do brasileiro, de acordo

com uma pesquisa mundial realizada em agosto de 2010, pela Gouvêa e

Souza (GS&MD) consultoria empresarial especializada em varejo, marketing e

canais de distribuição, o Brasil está alinhado com as tendências mundiais em

relação ao entendimento e preocupação com a sustentabilidade e que dos 500

brasileiros entrevistados, 44% acreditam tomar atitudes em prol da

sustentabilidade, contra 38% da média mundial.

Outro dado relevante é de que 65% dos entrevistados paulistas querem

obter mais informações sobre produtos sustentáveis. De acordo com a mesma

pesquisa, o Brasil está em 4º lugar em países que adotam práticas

sustentáveis no dia a dia. Na visão do consumidor, 62% acreditam que a

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sustentabilidade não é mais difundida no Brasil por ausência de produtos e

serviços disponíveis e o segundo maior obstáculo com 49% de concordância

dos entrevistados é a questãofinanceira, seguido de incentivos e apoio do

governo.

A partir de outra pesquisa realizada por alunos de Mestrado do Curso de

Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul em 2009,

propõe um estudo sobre o comportamento do consumidor frente à questão

ambiental. Sendo suas principais abordagens:

- Identificar os fatores que explicam as atitudes dos consumidores frente

à questão ambiental;

- Verificar as atitudes que levam os consumidores a tomarem decisões

favoráveis ou desfavoráveis sobre questões ambientais;

- Evidenciar o envolvimento do consumidor no processo de compra com

questõesambientais.

Desta forma, seguem alguns dados relevantes da pesquisa realizada:

Do universo pesquisado, 52% eram mulheres e 48% homens, sendo

54% com idade entre 21 e 30 anos, 66% solteiros e divididos entre as classes

sociais B e C.

Após perguntas que buscavam informações sobre o cotidiano dos

entrevistados, foi questionada a forma como a informação chega aos jovens e

o grau de consciência ambiental sobre cada compra realizada. Como

conclusão da pesquisa, evidenciou-se que há necessidade de intensificar os

esforços de divulgação dos produtos ambientalmente corretos, e que esses

esforços se mantivessem no decorrer do desenvolvimento dos jovens e

também para toda a sociedade brasileira.

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A tendência é, além do aumento do consumo já evidenciado nos anos

anteriores, o aumento de consumo da população com a “consciência verde”, se

tornando um estilo de vida, agir de forma sustentável, em que o ato de

consumir incluirá outros fatores determinantes na compra, além do desejo e

necessidade, como por exemplo, a origem do produto, o material utilizado, o

impacto deste no meio ambiente, as condições de trabalho para produção do

mesmo, dentre outros.

De acordo com a pesquisa da GS&MD, 8% dos entrevistados estão

dispostos a pagar mais por produtos que eles reconheçam como sustentáveis,

ou seja, o produto ganha reconhecimento por possuir seu selo verde. Mesmo

sendo uma questão abordada em que o valor de compra se faz relevante,

existe um nicho a ser trabalhado, que está disposto a pagar mais caro por

estes produtos, podendo ser trabalhadas as duas áreas, de produtos com um

valor mais elevado e produtos de consumo em massa.

Outra tendência identificada é o poder de influencia e exigência dos

consumidores em relação a responsabilidade sustentável das empresas,

podendo esta clientela migrar para os concorrentes que possuam os valores

condizentes com seu estilo de vida.

O mercado por sua vez, precisa se adaptar a estas novas exigências do

público, agregando a consciência sustentável em suas ações e na produção de

seus produtos.

Vale ressaltar que este gap de conhecimento sobre sustentabilidade no

Brasil, é gerador de grande oportunidade para as empresas pioneiras no ramo

da sustentabilidade e novas empresas que buscam uma produção ecológica.

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Sendo o momento parafortalecer esta imagem perante o público já

consciente e criarem uma comunicação de maneira mais instrutiva para

adicionar os novos consumidores brasileiros (classe C e D) nesta cadeia,

fomentando o consumo, porém, de uma maneira saudável a satisfatória para

cliente e a empresa. Outro ponto a favor da empresa é a busca por apoio

governamental para uma maior propagação da “consciência verde” pelo país,

visto que a busca do mesmo é por um equilíbrio entre desenvolvimento e

sustentabilidade.

As empresas tradicionais que não se atualizarem para este conceito,

correm um risco latente de “represália” por esta nova cultura de consumo dos

brasileiros, como exemplo, o caso da empresa de sapatos brasileira Arezzo

que lançou casacos com peles de animais no mês de maio de 2011 e devido à

grande repercussão negativa na mídia pela população, sentiu a necessidade

de retirar toda a campanha do ar, devido aos protestos e boicotes. Ou seja, o

consumidor atual possui peso suficiente para influenciar a forma de consumo

de outros compradores, podendo migrar de empresas caso estas não possuam

o mesmo conceito buscado pelos clientes, neste caso a sustentabilidade.

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Imagem 15: Resumo da 1ª Variável sócio-cultural macroambiental – VAC.

Imagem 16: Resumo da 2ª Variável sócio-cultural macroambiental – VAC.

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5.5 Ambiente tecnológico

Pode-se observar que os principais avanços tecnológicos no processo

produtivo da indústria têxtil ocorreram a partir de uma necessidade identificada

pelos próprios produtores, no desenvolvimento de máquinas e matérias-prima.

As características predominantes do segmento produtor de fios

sintéticos são: a intensidade na utilização de capital e matérias-prima. Isso as

torna extremamente dependentes de frequentes investimentos em pesquisa e

modernização, dada a necessidade dereduzir seus altos custosaumentando a

eficácia de suas operações industriais para assegurar sua competitividade no

mercado interno.

O setor têxtil, praticamente em toda a sua cadeia, é caracterizado pelo

uso de maquinários que possuem características peculiares, que são altamente

tecnológicos, envolvendo processos precisos e pouco dependentes do homem,

isso porque grande parte do processo produtivo é realizado por máquinas,

sendo necessária a utilização de mãodeobra apenas para operá-las e realizar a

manutenção das mesmas.

Outro fato importante, diz respeito à necessidade de mão de obra

especializada para o manuseio destes maquinários, que é escassa e que

acaba por comprometer o setor. Por serem maquinários, em sua grande

maioria, de origem européia e asiática, são necessárias pessoas que tenham

conhecimento técnico e especializado nos processos produtivos. Além disso, é

importante que os fabricantes dos maquinários possam oferecer treinamentos

de capacitação aos colaboradores da indústria.

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O fato do tema de sustentabilidade estar sendo amplamente discutido

por diversos atuantes da cadeia têxtil, faz com que novas tecnologias estejam

sendo desenvolvidas para atender as novas necessidades do mercado.

Exemplo disso se dá com o desenvolvimento das culturas do algodão orgânico,

a utilização de outros tipos de material reciclado, como lonas de caminhão ou

resíduos da produção de pneu, entre outras.

As mudanças que compreendem toda a cadeia são diversas, como é

possível citar o exemplo da empresa Basf, que foi uma das empresas pioneiras

no desenvolvimento de soluções sem formaldeído (substância que causa

irritação quando inalada) esta utilizada em diversos processos como o de

tingimento, impressão e acabamento de peças para vestuário. Outro exemplo é

o da empresa DyStar que desenvolveu uma linha de corantes que não contém

metais pesados além de poderem ser utilizadas em fios de poliéster reciclado.

Como é possível observar a maior parte do conceito de sustentabilidade

e de ecologia, no mercado B2B, está diretamente relacionado ao

desenvolvimento de soluções que agridam menos o meio ambiente

possibilitando a produção de artigos de qualidade a um valor competitivo. Além

disso, o impacto gerado por seus processos é outro fator que está sendo

amplamente discutido, uma vez que os recursos hídricos e renováveis, como é

o caso da energia elétrica, estão cada vez mais escassos.

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Imagem 17: Resumo da 1ª Variável tecnológico macroambiental – VAC.

Imagem 18: Resumo da 2ª Variável tecnológico macroambiental – VAC.

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5.6 Ambiente natural

A importância de se estudar a variável natural no macroambiente é

avaliar tendências que possam gerar fraquezas ou oportunidades para o

projeto, bem como características que influenciam naturalmente o produto ou o

processo produtivo. Abaixo são citadas as principais variáveis para o ambiente

natural.

Uma variável que gera um impacto no projeto proposto é a falta da

garrafa PET para reciclagem. Apesar do Brasil se posicionar como o segundo

maior em reciclagem do PET do mundo, perdendo apenas para o Japão, ainda

há muita dificuldade no que se diz respeito à reciclagem total de resíduos

(embalagens plásticas) gerados no país.

Segundo a ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET), pouco

mais de 50% do resíduo total, gerado pela população e indústrias, são

reciclados, podendo-se observar que ainda há muito potencial de reciclagem

no país.

O maior problema encontrado para a dificuldade da reciclagem total do

PET é a conscientização da população ao separar por categorias o lixo

produzido em suas casas e locais de trabalho (realização da coleta seletiva).

No caso de condomínios prediais é rara a coleta seletiva, sendo que em

alguns casos os moradores separam o lixo, porém o mesmo posteriormente é

misturado e descartado junto com lixo orgânico.

A falta de reciclagem do PET, que leva mais de 100 anos para se

decompor no meio ambiente, gera prejuízo ao mesmo, as empresas que

consequentemente gastam mais na fabricação de novas garrafas e também

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prejudicam os reutilizadores do PET (rePET), que o utilizam para a produção

de novas embalagens, laminados, chapas, dentre outros, ficando restritos a

apenas 56% do material reciclado.

Como ilustrado nos gráficos a seguir, somente 12% da população

brasileira foi atendida pela coleta seletiva no ano de 2010. Nas cidades onde

há coleta, a maioria não tem capacidade para atender a toda população do

município, ficando assim a desejar e atendendo menos de 50% da mesma.

Imagem 19: Mapa temático de localidades onde há coleta seletiva. Fonte: CEMPRE – Reciclagem (Gerenciamento integrado do lixo).

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Imagem 20: Nível percentual da população atendida pela coleta seletiva em 2010. Fonte: CEMPRE – Reciclagem (Gerenciamento integrado do lixo).

Outra variável de suma importância está relacionada com o aquecimento

global. Desde o surgimento da Terra, o clima mudou radicalmente em

determinadas situações. De acordo com informações da Embrapa, nos últimos

200 mil anos o planeta Terra passou porvárias glaciações alternadas com

períodos quentes. Porém, com a atual poluição atmosférica a intensidade da

mudança tende a ocorrer bem mais depressa, se comparado ao caminho

natural.

A cada ano que passa o verão brasileiro se torna mais quente e

chuvoso. De acordo com a CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos

Climáticos), o verão do ano de 2010 - 2011, foi o mais quente e chuvoso

principalmente na região Sudeste, se comparado com a média histórica da

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estação no Brasil. Apesar de ter chovido bastante em certas regiões brasileiras,

as chuvas duraram pouco tempo, o que contribuiu para elevar a temperatura.

O verão mais quente gera o aumento no consumo de bebidas e

consequentemente o aumento no descarte de embalagens plásticas como, por

exemplo, o PET.

Pode-se identificar uma oportunidade para o projeto com o aumento

constante da temperatura, pois, gera maior quantidade de matéria-prima para

os diversos tipos de produções.

Outro fator a ser destacado é a utilização da água, uma vez que se

comparado o algodão com o rePET, há uma grande diferença entre ambos

neste tema. O algodão é o terceiro maior absorvente de água irrigada na

agricultura, sendo este o mais utilizado para fabricação de vestuários no

mundo.

De acordo com a TecidoPet, empresa produtora de tecidos a partir da

rePET, para produzir 1kg de tecido a partir do algodão gasta-se 11.000 litros de

água, já o tecido advindo do PET reciclado gasta-se 3 litros de água por 1 Kg

produzido. Além de utilizar o descarte do PET, auxilia na economia de água,

fator este importante para a sociedade como um todo, devido ao menor

impacto ambiental.

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Imagem 21: Resumo da 1ª variável natural macroambiental – VAC.

Imagem 22: Resumo da 2ª variável natural macroambiental – VAC.

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Imagem 23: Resumo da 3ª variável natural macroambiental – VAC.

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6 ANÁLISE SETORIAL

6.1 As cinco forças de Porter

6.1.1 Poder de barganha dos clientes

O setor de produção têxtil é em sua maior parte dominado por indústrias

de grande porte, que possuem alto poder de barganha pelo seu volume de

compra. Segundo pesquisa da consultoria Lafis, em 2008 existiam no Brasil

601 empresas de tecelagem responsáveis por um faturamento de US$ 9,2

bilhões anual.

O fato de o mercado ser dominado por poucos clientes e certa parte

além de produzir o tecido, também realizar a produção do fio, torna difícil o

acesso e alta a dependência de poucos clientes, limitando a indústria a

necessidade de oferecer produtos com qualidade a um preço competitivo.

Em contrabalança é possível dizer que existem poucas empresas que

produzem o fio para tecelagem a partir da fibra do PET reciclado, motivo esse

que impede a difusão do conceito e aumento no consumo do produto.

Uma vez que a utilização do PET é relativamente nova na indústria têxtil

faz com que muitas empresas ainda não trabalhem com o mesmo em suas

linhas de produto. Apesar disso, as informações a respeito da qualidade do fio

e de suas características, atualmente são amplamente discutidas pelos

veículos de comunicação, dada a tendência do consumo consciente e dos

produtos sustentáveis.

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O fio do PET é mais complexo para ser obtido, se comparado aos fios

naturais, como é o caso do algodão, pois envolve diversos processos. O fio

gerado a partir do PET pode ser encontrado com características diversas, dado

o seu uso na indústria têxtil. O fato de não ser considerado um produto de

comóditie aliado ao pequeno número de fornecedores, reduz um pouco o poder

de barganha dos compradores.

O cenário atual mostra-se atrativo para as empresas produtoras de fios

para tecelagem, sejam eles de origem química ou natural, uma vez que existe

a escassez de matéria-prima para atendimento do mercado interno e externo.

A desestabilização do setor, causada pela avalanche de produtos chineses

subsidiados pelo governo de seu país, fez com que muitas empresas, tanto de

fiação quanto de tecelagem, fechassem as portas e outras, que reduzissem

seus investimentos em tecnologia produtiva.

6.1.2 Ameaça de novos entrantes

Em análise do setor têxtil, é possível observar que diversos atuantes da

cadeia respondem por mais de uma parte do mesmo processo produtivo. Isso

quer dizer que várias empresas atuam em mais de um ponto da cadeia

produtiva, dado que realizaram processos de integração para frente e para trás

com o passar dos anos.

Apesar de complexos, em sua grande maioria, alguns dos processos

produtivos podem ser facilmente associados através de maquinários que

permitem sua extensão. Um exemplo claro disso, são empresas, que no setor

de reciclagem, transformam as garrafas PET em flakes e após isso continuam

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no processo de beneficiamento, gerando os grânulos do polímero para

posteriormente serem transformados em algum tipo de filamento para a

tecelagem.

Os exemplos são diversos com extensão para frente e para trás, mas

dependendo do ponto da cadeia em que o negócio está localizado, são mais

difíceis, dadas as barreiras de entrada e saída.

Ao olharmos do ponto da cadeia em que a indústria proposta pelo

projeto irá se encontrar, ou seja, da produção de fios através do PET, são

claros alguns exemplos de integração para frente em que algumas indústrias

não somente produzem o fio, mas também produzem o tecido, como é o caso

da indústria Maxitex.

O fato de existirem poucas empresas que atuam em ambos os pontos

da cadeia, se dá devido às barreiras de entrada e saída, como o alto

investimento, em consequência da alta tecnologia envolvida no processo

produtivo.

Um exemplo dessas barreiras diz respeito à economia de escala, em

que, uma indústria já atuante na área, tenha uma redução nos seus custos

unitários e um aumento na quantidade de metros/fios produzidos, dificultando

que seu novo concorrente consiga atingir tal economia em curto espaço de

tempo, assim não tendo condições de vender por um preço menor ou igual ao

de seus concorrentes.

Para o projeto, esta barreira é considerada como uma ameaça, visto

que, já existem empresas produtoras de fios do PET, que atuama algum tempo

no mercado têxtil, tendo a capacidade de negociar melhores preços com seus

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fornecedores, possuir uma carteira de clientes fiéis e já conhecerem bem o

mercado em que atuam.

Outra principal e forte barreira é a diferenciação do produto. No atual

mercado com diversos produtos semelhantes e até mesmo iguais, fica difícil se

destacar, para isso, as empresas têm que se diferenciar valorizando aspectos

como qualidade e funcionalidade, criando lealdade com seus clientes, forçando

os novos entrantes a custear mais despesas.

Em sua grande parte importadas, as máquinas utilizadas para a

tecelagem são altamente eficazes pela sua tecnologia, sendo assim,

necessitam de mão de obra qualificada para serem operadas. Não somente, as

empresas produtoras de fios em si necessitam de investimentos contínuos em

pesquisa e desenvolvimento para que possam se manter competitivas.

A extensão para frente envolve além de grandes investimentos em

estrutura de produção, um planejamento mais complexo por envolver questões

relacionadas ao impacto ambiental, uma vez que uma das fases do processo

produtivo envolve grande índice de poluição; questões logísticas, se

considerados os maiores centros produtores de peças para vestuário do Brasil;

e também da necessidade de mão de obra qualificada, como no caso dos

engenheiros de produção e técnicos de manutenção têxtil.

A necessidade de capital, para um investimento de grande porte sendo

este, a construção de um parque fabril, caracteriza-se como forte barreira de

entrada no mercado têxtil.

Podemos citar como novo entrante neste mercado, mais

especificamente na produção de fibras do PET, a Companhia Petroquímica de

Pernambuco (Petroquímica Suape), um empreendimento liderado pela

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Petrobras Química S.A., para implementar o Complexo Petroquímico de

Suape, que reúne três unidades industriais integradas, sendo uma delas para a

produção de fios para tecelagem a partir do PET (virgem) advindo do petróleo,

visando alavancagem da indústria de transformação brasileira, sendo seu foco

a de fios químicos.

Em resumo é possível dizer que por ser um empreendimento liderado

pela Petrobras, apresenta facilidade em alguns aspectos de acesso ao

mercado, por ser um órgão de parte pública, porém o mesmo terá que competir

no mercado têxtil, apesar de possuir um maior poder de barganha pela sua

capacidade de produção.

6.1.3 Ameaça de produtos substitutos

Produtos substitutos são produtos que desempenham a mesma função

ou suprem a mesma necessidade que os produtos da própria indústria.

Porém, segundo Roxo (2007), “a identificação de produtos de

substituição resulta da pesquisa de outros produtos que podem desempenhar a

mesma função. Os produtos substitutos que merecem atenção especial são

aqueles cuja relação preço/rendimento tem tendência a ser superior à dos

produtos do setor, ou são produzidos em setores altamente rentáveis”.

Nesse caso, podemos citar como produtos substitutos diretos (ou seja,

aqueles que possuem o mesmo conceito de sustentabilidade, ecologicamente

corretas):

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- Fibras provenientes do algodão colorido: o qual a Embrapa

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é líder mundial em pesquisas,

utilizando a técnica de alterações genéticas nas espécies nativas;

- Rayon: (também conhecido como Viscose) e o acetato, decorrentes do

reprocessamento das fibras do algodão reciclado;

- Tencel: uma fibra produzida a partir da polpa da madeira;

- Lyocell: fibra obtida através da extração da celulose;

- SPF: (Soybean Protein Fibre), obtida através do processo de

bioengenharia da pasta residual, derivada da extração do óleo de soja,

resultando no polímero para produção da fibra;

- Ingeo: desenvolvida pela americana Cargill Dow, traz uma fibra

derivada de carbonos engendrados do açúcar do milho.

Embora ainda haja um pré-conceito por produtos derivados de materiais

reciclados, estes conseguem manter a qualidade e passar quase que

despercebidos quando comparado a um produto de algodão, uma vez que as

tecnologias de aprimoramento para qualidade dos fios e filamentos tem se

mostrado cada vez mais avançadas, em um mercado que se rende cada vez

mais às questões ambientais e as chamadas “politicamente corretas”.

Além dos substitutos diretos indicados acima, podemos descrever como

substitutos indiretos (ou seja, fibras que são utilizadas para a produção de

tecido, porém que não caracterizam-se como sustentáveis): a viscose, que tem

como base a seda artificial, assim como os fios têxteis derivados do algodão,

produto que, segundo a Organic Exchange, representa 47% dos têxteis

produzidos em âmbito mundial. Dado importante também é o volume de

produção do fio, que gira em média de 1,16 milhão de tonelada (produção de

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2010) segundo dados Agrosoft, porém desta produção, 400 mil toneladas

foram exportadas, fazendo com que a oferta do produto fosse inferior à

demanda nacional.

Desta forma, os substitutos de mercado, para representar ameaça,

devem ser mais competitivos quanto a preços, inovações tecnológicas e

vantagens sobre custos e qualidade do produto. E neste caso, principalmente,

difundir aos consumidores finais, o conceito de consumo sustentável.

6.1.4 Poder de barganha dos fornecedores

Os fornecedores diretamente relacionados à produção do fio podem ser

divididos em dois grupos: insumos e equipamentos de transformação.

O PET reciclado é o insumo básico usado na produção da fibra para

então dar-se origem ao fio, sendo que o mesmo é comercializado de três

formas:

- Separadas e vendidas por fardo;

- A garrafa devidamente separada, esterilizada e triturada, comumente

conhecido como flake;

- Pequenas bolinhas de polietileno que se resumem ao flake derretido e

comprimido por um processo conhecido como extrusão, que resulta na matéria-

prima conhecida como chips;

O que determina a escolha de um ou outro, é a tecnologia dos

equipamentos e a relação desempenho / custo de cada uma das opções.

Em acordo com Censo mercadológico publicado no site da Associação

Brasileira da Indústria do PET - ABIPET, o Brasil reciclou 55,6%, do consumo

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do PET virgem no ano de 2009, o segundo melhor índice do mundo, porém fica

claro que ainda existe um grande potencial a ser explorado.

O estudo pontuou os processadores (aqueles que reciclam a garrafa

PET) em sua produção da maneira como se segue:

- Até 50 ton. 20% dos produtores;

- De 51 ton. a 100 ton. 20%dos produtores;

- De 101 ton. a 200 ton. 25%dos produtores;

- De 201 ton. a 500 ton. 20% dos produtores;

- Acima de 501 ton. 15%dos produtores.

Gráfico 12: Percentual de produtores que reciclam a garrafa PET. Fonte: ABIPET.

Este dado reflete de forma positiva o fato da reciclagem do PET não

estar concentrada em pequenos grupos, o que permite a redução do poder de

barganha do fornecedor de matéria-prima, possibilitando maior competitividade

da indústria no momento da compra.

20%

20%

25%

20%

15%

Concentração do volume de reciclagem

Até 50 ton De 51 a 100 ton De 101 a 200 ton

De 201 a 500 ton Acima de 501 ton

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Outro dado importante é que a garrafa do PET não é um produto que

envolve tecnologia ou diferenciação, sendo ela de fácil aquisição no mercado.

O fato do índice de reciclagem ainda ser pequeno é o que preocupa, porém por

ser uma matéria-prima simples e com tendência de aumento no nível de

reciclagem, possibilita que a indústria tenha maior poder de negociação.

O processo de integração para frente pode ser considerado pouco

provável para grande parte das empresas de reciclagem, dado que exige altos

investimentos em maquinário para a produção em larga escala dos chips. Isso

caracteriza como pequena a ameaça de integração para frente das indústrias

de reciclagem.

Para a transformação do PET em fio para tecelagem é necessário

investimento em máquinas robustas chamadas de extrusoras. Em visita a 13ª

Feira Internacional da Indústria do Plástico – Brasil Plast 2011, verificou-se a

existência de diversos fabricantes em grande maioria chineses e europeus, que

devido ao desenvolvimento do mercado de reciclagem no Brasil estão

presentes em escritórios ou possuem representantes para todo o território

nacional. As máquinas em geral possuem o mesmo princípio, mas podem

variar em capacidade de produção e em algumas características de acordo

com matéria-prima desejada e a intenção final da transformação.

O fato de grande parte dos fabricantes dos maquinários, não somente de

extrusão, mas de fiação também, serem de origem estrangeira, fragiliza a

indústria que ficará dependente da compra de peças e serviços de manutenção

desses fornecedores, caso não exista representação nacional.

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Outro fator está atrelado ao processo de importação desse maquinário

que demandará grande esforço e tempo, envolvendo relações políticas e

cambiais entre os países.

Por ser grande a oferta destas máquinas no mercado é possível

encontrar produtos de qualidade e outros com nem tanta, mas isso pressiona

os fornecedores a produzirem maquinários de melhor qualidade a preços mais

competitivos. O fato de possuírem características muito próximas possibilita a

indústria maior poder de barganha no momento da compra do maquinário,

reduzindo assim o poder de barganha do fornecedor. Nesse caso é importante

que no momento da compra seja utilizada a avaliação de multricritérios para a

escolha do fornecedor e do maquinário.

É pouco provável que esses fornecedores realizem uma integração para

trás, pelo fato do maquinário não restringir-se a indústria têxtil, como é o caso

da extrusora, que pode ser trabalhada, como por exemplo, na produção de

ração animal.

6.1.5 Rivalidade entre os concorrentes

É possível dizer que no setor de produção de fios para a tecelagem a

partir do PET, a rivalidade entre os concorrentes é alta, isso principalmente

pelo fato de grande parte das indústrias produtoras desta matéria-prima serem

de grande porte e atuantes no mercado há bastante tempo.

Apesar do número de concorrentes ser relativamente pequeno, o fato de

serem grandes produtores de uma matéria-prima para a indústria da

tecelagem, que não envolve grande diferenciação, torna mais acirrada a

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disputa pelo mercado interno que é pequeno, dada a tímida difusão do

conceito.

A indústria da produção de fios sintéticos vem crescendo por sua vez e

as perspectivas dos especialistas do setor são otimistas, mesmo frente ao

crescimento do consumo do algodão. O fato de ser um setor que envolve

emprego de mão de obra especializada e alta tecnologia de produção deixa

claro que são grandes as barreiras tanto de entrada quanto de saída, que com

o atual cenário do setor pode ser atrativo para alguns investidores e repulsivo

para outros.

Dado que o conceito de sustentabilidade já se tornou uma tendência, a

principal rivalidade entre os concorrentes resume-se a disposição em oferecer

produtos denominados de qualidade, tanto para o mercado nacional quanto

para o internacional, agregando valor ao produto, em toda a sua cadeia

produtiva, para que mesmo que sem grandes diferenciações, possa se tornar

atrativo aos olhos dos investidores e consumidores.

Um exemplo de produtor que estáinovando no âmbito de diferenciação,

é a empresa Unnafibras, que se especializou na produção de fibras de poliéster

a partir da garrafa PET, e que hoje possui uma ampla gama de produtos

baseados nesta tecnologia.

O surgimento de novas indústrias neste setor é evidente, principalmente

dada à atratividade e a força tendenciosa do conceito de sustentabilidade. Por

um lado o aumento da concorrência pode ser tido como positivo, aos olhos dos

consumidores que se beneficiarão com produtos há um preço mais atrativo,

porém pode se considerar uma ameaça aos produtores, uma vez que estes

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deverão cada vez mais tornarem competitivos com produtos de qualidade e

que apresentem o diferencial esperado pelos produtores têxteis.

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7 ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO

7.1 Análise do mercado organizacional

Quando comparados, os processos de compra realizados por

consumidores do mercado B2C aos do mercado B2B, é possível destacar

algumas peculiaridades que estão principalmente relacionadas a fatores que

caracterizam, na maioria das vezes, o processo de compra do setor B2B como

especializado.

A compra organizacional, segundo Philip Kotler, é mais complexa e

envolve maior quantidade de variáveis, além de pessoas, envolvidas no

processo de compra. Tido por muitas empresas como sendo um departamento

estratégico, o setor de compras é um dos que mais tem crescido em termos de

importância para a competitividade das organizações.

O processo de compra organizacional é mais complexo, principalmente

por estar relacionado a volumes de investimentos maiores, padrão de

qualidade, localização estratégica, possibilidade de adaptação, produtos de alta

tecnologia, riscos, entre outros; fazem deste uma ação mais demorada e que

exige dos fornecedores maior investimento em tempo e no processo de

agregar valor a seus produtos.

Ainda segundo o autor Philip Kotler, a compra pode ocorrer a partir de

três simples motivos: o de recompra simples, recompra modificada ou de nova

tarefa. Para o produto em questão ao qual este projeto trata, é possível que

seus clientes trabalhem nos três níveis de compra, dependendo se já são

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clientes da indústria ou não. O fato da transformação do mercado exigir rápida

adaptação dos fornecedores poderá fazer com que, em um curto espaço de

tempo seus clientes representem maior representatividade em compra de

novas tarefas, dado o efeito causado pela demanda derivada.

Apesar da demanda do mercado organizacional caracterizar-se como

sendo inelástica, o cenário atual do setor têxtil faz com que esse mercado

esteja aquecido, uma vez que a demanda por produtos de vestuário é maior do

que a oferta. Sendo assim acredita-se que a demanda do mercado esteja em

um período em que se caracteriza como elástica, sendo que a opção da

matéria-prima alternativa (reciclada) a um preço competitivo terá como objetivo

atender a demanda existente, crescendo o seu consumo conforme for maior a

oferta.

Partindo da ótica do produto em questão, o fio para a tecelagem, pode-

se dizer que o processo da compra ocorre de forma técnica. O mesmo

acontece, na maioria das vezes, por meio de um representante de vendas que

visita as indústrias de tecelagem, sendo por meio de uma representatividade

regional ou nacional, dependendo do porte da organização.

O fio ao qual dará origem ao tecido possui diversas características

técnicas que estão relacionadas à finalidade do uso. Para que se torne claro o

entendimento do processo de compra é fundamental explicar alguns pontos

chave:

a) O processo de fiação se dá a partir da fibra, que pode ocorrer de duas

formas, sendo ela uma “fibra descontínua” (quando não é originada por

processo de extrusão) ou “fibra contínua” (gerada por um processo de

extrusão). Nesse caso a fibra gerada a partir da garrafa PET, que é sintética, é

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extrudada, o que é vantajoso da ótica das características principais de

qualidade do fio, pois as fibras possuem maior comprimento.

b) As fibras são classificadas em naturais (aquelas que são retiradas

“prontas” da natureza), artificiais(aquelas produzidas pelo homem, porém

utilizando polímeros naturais como a celulose) e sintéticas (aquelas produzidas

pelo homem a partir da matéria-prima do petróleo).

c) O PET é um tipo de poliéster (Politereftalato de Etila). Sua diferença

principal se comparado ao poliéster está em suas propriedades termoplásticas

permitirem que o mesmo seja reutilizado. O mesmo por sua vez é reconhecido

como um polímero termoendurecível (termofixo), o que significa que é frágil a

alterações de temperatura não permitindo a sua reutilização.

d) O PET pode ser facilmente contaminado se misturado a outros

plásticos químicos. Essa contaminação pode ocorrer, por exemplo, se a

embalagem não for devidamente limpa, retirando os adesivos plásticos que a

compõe (geralmente feitos de polipropileno).

A contaminação da matéria-prima do PET pela cola age como um

catalizador no processo de extrusão, além de escurecer e endurecer o

reciclado.

Além dessa, outra contaminação comum que pode acontecer é a mistura

do plástico de PET com o de PVC (policloreto de vinílico), que reage

quimicamente com o PET transformando-se em outra substância.

Também é possível que o PET seja contaminado com alumínio, que está

presente em algumas tampas. Porém esse é aceitável se em quantidade

relativa a 50 partes por milhão no reciclado.

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e) Segundo o Eng. Mario Gilberto Cortopassi (especialista em fibras

químicas artificiais e sintéticas), os fatores que estão diretamente relacionados

à qualidade do fio e que diz respeito à fibra, são os de comprimento e

espessura da fibra, e do estado de limpeza da mesma.

No caso da fibra originada a partir do PET, o estado de limpeza está

relacionado ao processo de transformação da embalagem em flake.

f) As propriedades físicas do fio diferem-se em “título”(medida da

grossura do fio), torção (processo em que as fibras são fixadas entre si dando

resistência ao fio) e regain (percentual de água que o material possui em

relação ao seu peso seco).

g) O fio utilizado pela indústria têxtil para a produção de tecido é

diferente daquele utilizado pela confecção das peças de vestuário, esse que é

necessário maior resistência à rotura (processo de movimentação da agulha)

devido a utilização das máquinas de confecção. O fio para a tecelagem é

intermediário, enquanto o fio para a costura necessita de características

especiais como elasticidade e lubrificação.

Conforme quadro a seguir é possível descrever os principais fatores

levados em consideração no processo de compra do fio, a partir da garrafa

PET, para a produção do tecido:

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Fatores do processo de compra do fio

Matéria-Prima

O PET é utilizado para diversas finalidades, dentre as quais para

embalagens de diversos produtos. Sendo assim, é possível encontrar

o mesmo em 3 cores diferentes: branca, verde e transparente.

No processo de reciclagem, as cores devem ser separadas, assim as

embalagens devem ser separadas de seus rótulos e tampas. O fato

da mistura dessas junto á matéria-prima, pode comprometer a

qualidade do fio e consequentemente influenciar na qualidade do

produto a ser produzidos pelas indústrias de tecelagem.

Outro problema está na mistura do PET com outros tipos de plástico,

como é o caso do PVC, o que contamina a matéria-prima inutilizando-

a.

Finalidade

A partir da garrafa PET é possível se obter diversos tipos de fio, seja

para a produção de peças para vestuário, para calçados ou para

outras finalidades.

Título

Diz respeito a uma relação de massa e comprimento do fio, ou seja, a

medida para a grossura. A unidade adotada pela ISO é a de “Tex”, o

que é o número de gramas por 1000 metros.

Torção

Refere-se à forma como é dada a origem ao fio, através da fibra. É

possível que seja no sentido de S ou Z, sendo possível entender que

quanto maior a torção, mais rígido e firme é o fio e quanto menor,

mais suave e macio ele é, podendo levar como exemplo a

comparação entre o fio de algodão e o de lã.

Regain Relação entre o percentual de água que o material possui em relação

ao peso seco.

Tabela 4: Fatores do processo de compra do fio, a partir da garrafa PET, para a produção do tecido.

É importante ressaltar que o processo de compra pode ser mais ou

menos complexo e extenso, dado o porte do cliente. Quanto maior,

consequentemente maior será a sua demanda e maiores seus investimentos,

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sendo assim mais difícil de tê-lo como cliente considerando o maior número de

exigências para atender o mesmo.

Tidos como de qualidade internacional, os produtos têxteis brasileiros

são reconhecidos pela mesma, e para que isso seja possível, as organizações

buscam cada vez mais por produtos de melhor qualidade e de processos mais

robustos e que tenham menor impacto ambiental possível.

A realidade do mercado nacional traz uma oportunidade ao nicho da

produção do fio através da garrafa PET, que pode ser utilizado como diferencial

competitivo pelas atuais e novas indústrias. Por ser um produto ecologicamente

correto, o mesmo auxilia seus clientes a tornarem seus processos mais

sustentáveis, aliando a necessidade de matéria-prima de qualidade, que possa

atender a falta do algodão, ao mesmo tempo em que reforçam o conceito de

sustentabilidade na moda, no Brasil.

De forma simples é possível realizar uma simulação do processo de

compra organizacional, realizado por uma indústria de tecelagem, mostrando

para tanto a oportunidade do desenvolvimento da solução alternativa para esse

segmento:

- Reconhecimento do Problema: a falta do algodão, dado pelo

aumento do consumo de peças de vestuário no mercado nacional e a redução

das exportações dos maiores produtores do mundo (China e Índia), faz com

que a indústria da tecelagem pense em uma alternativa viável para o

atendimento do mercado interno, que está sendo dominado por produtos de

origem chinesa a preços baixos.

- Descrição da necessidade geral: o fato aqui se resume a identificar

uma matéria-prima alternativa, de igual ou menor valor, com a mesma

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qualidade do algodão, que possa ser misturado à matéria-prima de origem ou

que possa dar origem a outra peça de igual qualidade e durabilidade tendo em

sua integridade outra matéria-prima.

- Especificação do produto: seja do âmbito da produção de peças para

vestuário ou não, aqui é necessária uma descrição técnica das necessidades

as quais deverão ser atendidas.

- Procura de fornecedores: segundo estudo realizado pela empresa de

consultoria Lafis, o mais importante pólo têxtil nacional fica no estado de São

Paulo. Além desse destacam-se Minas Gerais, com a produção de fios e

tecidos mais leves e Santa Catarina, responsável por 90% da produção

nacional de roupas de cama mesa e banho e 80% da produção de malhas.

Atualmente a questão logística é um fator competitivo discutido por

muitas indústrias que dão preferências a empresas que estão localizadas nas

proximidades de suas plantas de produção e que trabalhem em um sistema

mais próximo ao Just-in-time.

As outras etapas do processo de compra fazem parte da continuidade

do processo de negociação e são relativas a cada cliente.

Sendo assim é possível resumir que o processo de compra dos clientes

da indústria de tecelagem pode ser comparado a outro que envolve processo

de compra baseado em estudos mais complexos e demorados.

7.2 Fatores críticos de sucesso

Fatores críticos de sucesso são fatores que definem o sucesso ou o

fracasso da empresa, e por este fato devem estar alinhados ao que o cliente

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deseja, espera dos produtos e/ou serviços prestados por ela. Estes fatores

precisam ser buscados e encontrados, de acordo com os objetivos da mesma,

assim tornando-se fundamentais para que a organização sobreviva e obtenha

sucesso. Para que os fatores possam ter efeito, é preciso que sejam cumpridos

de acordo com os critérios estabelecidos pela organização, e quando bem

alinhados definirem um padrão a ser seguido pela empresa.

O Prof. Eng. Mario Gilberto Cortopassi, quando questionado pelo grupo,

a respeito de sua opinião sobre quais são os principais fatores críticos de

sucesso para uma indústria produtora de fios para a tecelagem, foram

elencados os seguintes fatores, que segundo ele podem ser ponderados da

seguinte forma:

- Preço (30%): Segundo estudo realizado pela empresa Lafis, na

produção de fios para a tecelagem, a matéria-prima corresponde a 45% dos

custos totais do produto, sendo que na produção do tecido, a mesma

corresponde a 38%.

O fato da falta do algodão no mercado nacional e internacional ter

causado um aumento expressivo do preço para a compra da matéria-prima (R$

6,00 o kilo, segundo Elmar Luiz Floss, do website O Nacional), deixa claro o

potencial das matérias-prima sintéticas, principalmente a reciclada, como é o

caso do PET.

O preço é um fator crítico de sucesso principalmente pelo fato do

seguimento de fios ecológicos esta em desenvolvimento. Além disso, por existir

um pequeno número de produtores, se torna grande a dependência dos

clientes aumentando assim seu poder de barganha. Sendo assim, mesmo que

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de melhor qualidade, se comparado ao algodão, é possível dizer que o

aumento expressivo do preço do fio pode inviabilizá-lo frente ao algodão.

- Qualidade (40%): envolve os tipos de maquinários utilizados, a origem

da matéria-prima e principalmente a condição do produto final. Nesse caso, o

fator qualidade está diretamente ligado ao preço que dependerá do

posicionamento da organização em adotar uma estratégia de preço baixo ou

qualidade superior.

- Capacidade de Produção (20%): a capacidade de produção está

relacionada à possibilidade de atendimento da demanda das indústrias têxteis.

Um dos fatores que pode estar contribuindo para lenta difusão do conceito é a

falta de produção de larga escala do fio, o que impede as indústrias de

produzirem mais artigos têxteis sustentáveis.

- Distribuição (10%): sendo esta com o menor grau de importância,

porém, influenciadora no processo de compra. Se a empresa não conseguir

obter uma distribuição eficiente e não atender aos prazos de entrega,

possivelmente o cliente que necessitará do produto com certa urgência, irá

recorrer à concorrência. Assim, a organização necessita de um processo de

operações logísticas alinhada aos pedidos de compra, para não haver falhas

de entrega de produto bem como erros de mercadoria extraviada e/ou entregue

errado.

7.3 Clientes potenciais

O setor têxtil brasileiro é considerado um dos maiores mercados

existentes, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial de malha. Com

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faturamento equivalente a US$ 52 bilhões em 2010, a cadeia produtiva têxtil e

de confecção posiciona o Brasil como sendo o país com o quinto maior parque

têxtil do mundo, atingindo a marca de 9 bilhões de peças de confecção

produzidas anualmente.

Segundo pesquisa do IEMI (Instituto de Estudos de Marketing Industrial)

no Brasil em 2008, os segmentos de fibras/filamentos e têxtil, representaram

cerca de 45% do faturamento de todo o setor, sendo esse formado por 3,4 mil

empresas dentre as quais de fiação, tecelagem, malharia e beneficiamento.

Para o estudo em questão é possível dizer que o foco nas empresas

localizadas no interior do estado de São Paulo, mais precisamente na região de

Americana, Santa Bárbara D’ Oeste, Nova Odessa e Sumaré, pelo fato de

caracterizarem-se como sendo o maior centro de tecidos planos e de fibras

artificiais e sintéticas da América Latina.

Uma vez que o fio a partir da garrafa PET pode ser considerado de

origem sintética, entende-se por este motivo que os clientes potenciais estão

localizados nessa região. A grande concentração de indústrias de tecelagem

também é foco para o possível posicionamento da planta fabril.

O cenário que retrata a perda da competitividade dos produtos nacionais

para os asiáticos, impactou nessa região reduzindo em mais da metade o

número de empresas atuantes no setor. Isso por um lado pode ser considerado

como ponto positivo, uma vez que a competitividade diminui, porém o fato

destas empresas utilizarem apenas cerca de 50% de sua capacidade instalada

(segundo estudo da Lafis) preocupa, uma vez que a demanda por esse produto

ainda não ser tão intensa.

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Como é possível observar na tabela a seguir a produção de tecidos

advindos de fios sintéticos cresceu em média 4,87% dentre os anos de 2007 e

2008.

Produção de tecido por categoria

Natureza 2007 (mil ton) 2008 (mil ton) 2008/2007

Algodão 801,8 802,0 0,02%

Artf./ Sintético 521,4 546,8 4,87%

Outros Naturais 38,8 44,4 14,43%

Total 1.362,0 1.393,2 2,29%

Tabela 5: Comparação da produção de tecido por categoria. Fonte: Estudo Lafis.

Isso mostra que apesar da produção de tecidos a partir do algodão

continuarem crescendo, este acontece a um ritmo menor se comparado aos de

origem artificial e sintética, o que é positivo para o setor. A realidade enfrentada

pelo mercado impulsiona a atratividade gerada pela alternativa da matéria-

prima que oferece qualidade igual a do algodão.

Segundo estudo da Lafis em 2008, no Brasil era possível encontrar 601

empresas de tecelagem, 38,9% menos se comparado a 1995.

Como é possível observar no gráfico a seguir, a produção têxtil vem se

recuperando, com índices atrativos principalmente na cidade de São Paulo.

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Gráfico 13: Produção Física Industrial de São Paulo – Setor Têxtil e de Vestuário. Fonte: Sinditêxtil – Sindicato Têxtil de São Paulo.

Sendo assim é possível citar alguns dos clientes potenciais para a

indústria em questão, a qual o projeto está sendo desenvolvido.

- ProTextil: indústria de tecelagem, fundada em 1995, localizada na

região de Americana no estado de São Paulo, que produz têxteis planos

voltados para a confecção de vestuário para a moda masculina e feminina.

Pode ser considerado como um cliente potencial por estar localizado na

região Sudeste e principalmente por não trabalhar com nenhuma linha de

produtos ecológicos.

- Cermatex: indústria têxtil, que produz tecidos para 3 nichos (calçados,

bolsas e acessórios; moda e industrial). Na linha de produtos de moda a

empresa trabalha com tecidos de algodão e sintéticos.

Apesar de extensa a sua linha de produtos têxteis para a moda, a

mesma até o presente momento não trabalha com tecidos feitos a partir do fio

do PET.

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Localizada em Santa Barbara D’Oeste, a planta produtiva está

estrategicamente situada entre as cidades de Americana e Piracicaba, com

fácil acesso as cidades de Campinas, Valinhos, Jundiaí e São Paulo.

- Tessifil: indústria produtora de tecidos para a moda feminina, além de

tecidos profissionais. Tida como um cliente potencial pela sua localização e

produtos, a Tessifil também não possui uma linha de produtos feitos a partir da

garrafa PET.

- Tecelagem Panamericana: com tradição de mercado, a Tecelagem

Panamericana atua no setor têxtil desde 1977. Localizada na cidade de Santa

Barbara D’Oeste, esta é uma das mais tradicionais da região na produção de

tecidos a partir da fibra do algodão.

Apesar de não trabalhar com nenhuma linha de tecidos sintéticos, é um

cliente potencial dada a tendência do mercado e da qualidade de seus

produtos.

Os clientes potenciais aqui relacionados são alguns daqueles que

podem vir a tornarem-se clientes da indústria a qual se propõe este projeto.

Focado na região Sudeste, é esperado atingir as empresas de tecelagem dos

estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

7.4 Análise dos concorrentes

Por ser um mercado ainda pouco explorado, existe a escassez do fio

advindo do PET reciclado, o que também contribui para a lenta difusão do

conceito, uma vez que não existe produção suficiente no país para atender a

toda a demanda.

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Os concorrentes podem ser facilmente diversificados em concorrentes

diretos, ou seja, aqueles que produzem o mesmo produto, e os indiretos,

aqueles que produzem produtos diferentes, mas que atendem as mesmas

necessidades. Assim como existem produtos substitutos diretos e indiretos o

mesmo acontece com os concorrentes.

Dos concorrentes diretos existentes no segmento de produção de fio

advindo do PET reciclado destacam-se os seguintes:

- Maxitex: indústria têxtil de médio porte com faturamento mensal de R$

1 milhão ao mês (segundo publicação da revista Plástico Sul) que produz fios

ecológicos incluindo o de PET reciclado. Localizada no Rio Grande do Sul,

onde sua produção máxima é de 96 toneladas2 por mês de fio de PET

reciclado, atende principalmente o mercado interno e exporta para Mercosul e

Europa.

- Cocamar: considerada uma indústria têxtil de médio porte, possui o

maior parque industrial do Brasil, conta com 35 unidades fabris tanto para

produção de fios a partir da garrafa PET quanto do algodão. Localizada na

região de Maringá – PR, com um faturamento médio de R$ 1.732.500,003 ao

mês e produção média de 165 toneladas quilos mensal, atendendo apenas ao

mercado interno.

Um dos maiores concorrentes indiretos, é a Petrobras, que investiu R$

4,0 bilhões em sua unidade industrial de ácido tereftálico purificado (PTA), para

implementar um pólo reunindo três unidades integradas, sendo uma delas para

produzir polímeros e fios de poliéster. O mesmo representará no final de 2011,

2 Dados referentes a entrevista realizada com Paula Barbosa Vicari – Supervisora Comercial

da empresa Maxitex. 3 Dados fornecidos pela empresa Cocamar, com base no faturamento no ano de 2010.

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um volume de produção de 1 050 000 toneladas por ano de filamentos e

polímeros têxteis, o equivalente a 87 500 toneladas por mês que a tornará a

maior produtora neste segmento no mercado nacional.

Podemos analisar também como concorrentes indiretos, aqueles que

produzem fios de algodão, sendo estes, usados para a mesma finalidade que o

fio do PET. Foi efetuada uma seleção dos concorrentes produtores da região

do estado de São Paulo objetivando melhor análise do mercado, além da

amplitude real dos futuros concorrentes, sendo eles:

- Actual Têxtil: empresa de médio porte, localizada em Bom Retiro/SP,

há 15 anos no mercado, produz além do fio de algodão, mais quarenta outros

produtos para os setores de confecções de moda feminina e masculina. Com

uma produção de 600 toneladas4 de fios de algodão por mês, a empresa

atende apenas o mercado interno tendo como previsão de no ano de 2013,

atender o MERCOSUL.

- Tsuzuki: empresa de grande porte, há 47 anos no mercado, localizada

na cidade de Suzano – São Paulo. Sua produção mensal de fio é em média

1.660 toneladas5, cujo produto é vendido no mercado interno e externo

mantendo uma política permanente de exportação trabalhando continuamente

com todos os países do MERCOSUL, Chile, Colômbia, Venezuela, Estados

Unidos, Canadá e alguns países da Europa, bem como Alemanha, Itália,

França, e Bélgica.

- KDB: empresa de grande porte, localizada em São José dos Campos /

São Paulo, que conta com mais uma unidade de produção na cidade de

4Dados fornecidos por Ivan Almeida, representante de vendas da empresa Actual Têxtil em

entrevista. 5Segundo informações retiradas do website da empresa Tsuzuki.

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Guaxupé / Minas Gerais. Produz fios de algodão e fios mistos

(algodão/poliéster) para aplicação em segmentos de malharia, tecelagem e

tecidos técnicos e não tecidos. Sua produção máxima mensal é de 1.300

toneladas6 de fio, distribuídos apenas para o mercado interno.

- Toyobo: empresa de grande porte, em atividade a mais de 55 anos,

situada na cidade de Americana – São Paulo, com matriz localizada no Japão.

Sua capacidade de produção é de 1.700 toneladas7 de fio por mês, exporta

cerca de 25% da produção total para o Mercosul, Europa e Estados Unidos.

O mercado têxtil é caracterizado pelo alto nível de diversidade, pois além

das indústrias temos algumas cooperativas que fazem o processo de

reciclagem e tecelagem de forma manual, com um volume de produção restrito

e muito baixo. Estas não serão citadas, pois não fazem parte do grupo a ser

analisado, pois sua capacidade de produção é extremamente limitada.

7.5 Análise de grupos estratégicos

Através do estudo dos principais players do mercado, no segmento de

produção têxtil a partir do fio da garrafa PET, é possível realizar a análise dos

grupos estratégicos, baseando-se em três fatores, tidos como principais:

qualidade, escala de produção e distribuição.

A escolha destes fatores deu-se por serem cruciais para separação e

melhor identificação dos concorrentes, já que o produto é semelhante (com

pequenas variações em “título” de fios produzidos), pois acredita-se que a

6Dados fornecidos por Miguel Venituci, representante comercial da empresa KDB.

7 Segundo informações obtidas através de contato com Irene Braga, analista de vendas da

empresa Toyobo.

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escolha de seusfornecedores é motivada pela qualidade do fio, a capacidade

em escala de produção e a capacidade de entrega e abrangência do mercado

total.

Para ilustrar de forma clara a classificação dos concorrentes pelas

variáveis supracitadas acima, está exposto na forma de um gráfico os

principais grupos estratégicos e sua possibilidade de migração, assim como em

qual dos grupos, a empresa aqui proposta pretende atuar.

Imagem 24: Gráfico de grupos estratégicos.

Classificação para os grupos estratégicos

Capacidade Mês Qualidade Distribuição

Maxitex 1 3 3

Cocamar 1 2 2

Suape 3 3 2

Tabela 6: Classificação dos grupos estratégicos.

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Afim de, criar a dimensão dos grupos foram utilizados os seguintes

critérios para a classificação dos grupos assim como dos concorrentes:

- Capacidade produtiva: Até 1 000 toneladas (1); de 1 001 á 10 000

toneladas (2); mais de 10 000 toneladas (3).

- Qualidade: Baixa (1); Média (2); Alta (3). Nessa variável foi levada em

consideração o fato da empresa exportar seus produtos para outros países,

uma vez que o padrão de qualidade exigido pelo mercado internacional é alto.

- Distribuição: Regional (1); Nacional (2); Internacional (3)

O grupo estratégico 1 é formado pelas empresas Cocamar e Maxitex,

duas empresas de médio porte, que oferecem um produto de qualidade média

a alta, mais que se limitam a sua capacidade de produção. Nesse grupo

acredita ser provável a migração da empresa Cocamar, para a mesma posição

onde está a indústria Maxitex devendo para tanto aumentar a qualidade de seu

produto, além de atender ao mercado exterior.

O grupo 2 é formado isoladamente pela indústria Suape, dada sua

grande capacidade produtiva e qualidade de seu material. Apesar de não ser

produzido a partir de matéria-prima reciclada, o fio originado por esta deverá

concorrer diretamente com o oferecido pela indústria Sexto Elemento.

Acredita-se, no entanto que a Sexto Elemento posicione-se no grupo

estratégico 1, dado que seu objetivo é trabalhar com alta qualidade, portanto

inicialmente com uma capacidade produtiva limitada para o atendimento da

região sudeste.

Conforme o crescimento da empresa será possível realizar a migração

para os outros grupos.

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7.6 Estratégia genérica de competição

O estudo da Estratégia Genérica de Competição serve para que a

empresa possa direcionar seus esforços na área de atuação e forma de ação,

estas definidas anteriormente por sua administração, e que essas estratégias

possam trazer o resultado esperado pela organização.

Tal estudo alinha as estratégias dos administradores com a missão,

visão e valores da companhia frente as expectativas de mercado.

Segundo Michael E. PORTER, “ao enfrentar as cinco forças

competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas potencialmente

bem sucedidas para superar outras empresas em uma indústria”.

São elas, liderança em custo total, diferenciação e enfoque.

Visto que a missão da Sexto Elemento é produzir uma matéria-prima

alternativa e sustentável para produção de tecidos, a estratégia mais

condizente é o Enfoque em Custo Total.

Essa estratégia está baseada no entendimento de que a matéria-prima

não pode ter preço superior ao algodão, principalmente pelo fato do atual

cenário econômico brasileiro, posicionar as indústrias de tecelagem em

condição desfavorável às indústrias estrangeiras. Porém, o fato da matéria-

prima ser sustentável, permite aos produtores trabalharem com preços

condizentes com a expectativa de mercado, isso se o mesmo apresentar

qualidade superior.

A seguir a ilustração da vantagem estratégica:

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Estratégia de competição

Imagem 25: Vantagem estratégica. Fonte: Michael Porter (1999).

É esperado, no entanto que a matéria-prima aumente de valor

principalmente pelo fato da demanda ser a mesma e a oferta de algodão

diminuir.

Sendo assim é possível dizer que a estratégia de preço está baseada

em uma condição de qualidade superior e valor agregado, uma vez que o

produto envolve processos sustentáveis, se comparados a outras matérias-

prima, permitindo assim além da produção de produtos de qualidade, a

redução do impacto ambiental.

Espera-se trabalhar com a imagem do produto, afim de que o mesmo

alcance um patamar elevado, frente a seus concorrentes, que permita a

indústria ser competitiva mesmo com um produto há um preço relativamente

superior.

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O produto oferecido pela Sexto Elemento envolve certo nível de

especialização, principalmente em virtude do seu processo produtivo. Por isso

são necessários investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento) para

garantir a competitividade do mesmo por se tratar de um produto ainda pouco

conhecido no mercado, e este ser muito dinâmico e exigente quanto à

qualidade.

A estrutura de gastos baseados nos objetivos estratégicos com

marketing, comunicação e gestão de operações será abordada no Plano

Financeiro do projeto disposto posteriormente.

7.7 Estratégia de penetração de mercado

Segundo a matriz Ansoff, a estratégia condizente com o projeto em

questão é a de Penetração de Mercado, uma vez que será trabalhado um

produto existente (fio para a tecelagem a partir do PET reciclado, que é

produzido por algumas empresas) para mercados existentes (mercado de

tecelagem e de moda sustentável).

A seguir a ilustração da Matriz Ansoff:

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A estratégia de crescimento intenso condiz com os objetivos estratégicos

de crescimento da empresa, utilizando-se para tanto do potencial do mercado

têxtil. Além disso, essa estratégia está baseada na difusão do conceito de

sustentabilidade na moda, o que contribuirá para o aumento do consumo e

consequentemente o da produção desta matéria-prima.

Para esta fase de introdução do produto em que se dá início ao ciclo de

vida do mesmo, será utilizada a estratégia de Penetração Lenta (baixo preço e

baixa comunicação), lançando o produto com um preço competitivo em relação

ao mercado e baixa comunicação, uma vez que, será comunicado diretamente

ao cliente potencial.

Matriz Ansoff

Imagem 26: Matriz Ansoff. Fonte: Michael Porter (1999).

EXISTENTES NOVOS

EX

IST

EN

TE

SN

OV

OSM

ER

CA

DO

S

PRODUTOS

Penetraçãode Mercado

Desenvolvimentode Produtos

Desenvolvimentode Mercado

Diversificação

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7.8 Matriz SWOT

Análise SWOT

Oportunidades

Desvalorização do Real frente ao

Dólar;

Crescimento da atividade

industrial;

Programa de Desenvolvimento

Setorial de Têxtil e Confecção;

Frente Parlamentar da Indústria

Têxtil;

Aumento do poder de consumo

das classes C e D;

Crescimento da consciência da

população pelo consumo

sustentável;

Alto envolvimento de tecnologia e

desenvolvimento de processos

sustentáveis;

Aquecimento global;

Utilização de água no processo

produtivo.

Ameaças

Previsão de inflação acima da

projeção do Plano de Metas;

Elevação da taxa SELIC pelo

Banco Central;

Aumento do limite do empréstimo

do Governo Federal para

produção de algodão;

Empregos relacionados ao setor

de reciclagem do PET;

Alto custo do maquinário para

produção e necessidade de capital

intelectual.

Tabela 7: Análise SWOT. Fonte: Phillip Kotler (2008).

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7.9 Objetivos estratégicos

Objetivos, são as expectativas descritas de forma a se mensurar

qualitativamente ou quantitativamente, visando alcançá-los, baseados nas

diretrizes dadas pelos administradores da organização.

Basicamente, assim como em toda empresa, os stakeholders do projeto

esperam que seja possível se alcançar um resultado sustentável, em que a

mesma possa cumprir com suas obrigações financeiras, gerando o lucro

esperado, mantendo assim a sua sobrevivência no mercado em que atuará.

Para tanto o foco, ou seja, a missão da Sexto Elemento está em produzir

um produto de qualidade superior a um preço competitivo, difundindo o

conceito de sustentabilidade na moda.

Além de visar menor impacto ambiental, uma vez que irá retirar parte do

um lixo do meio ambiente (PET), a indústria tem como objetivo oferecer aos

produtores têxteis, uma matéria-prima alternativa sustentável, para a produção

de tecido, que seja de qualidade igual e até superior em alguns casos.

Sendo assim, destacamos os principais objetivos estratégicos da

empresa:

Alcançar a meta de transformação de 10% de toda a matéria-

prima (PET) reciclada da RMC (Região Metropolitana de Campinas).

Para alcançar a meta descritaanteriormente, os departamentos

financeiro e operacional, deverão traçar os planejamentos tático e operacional,

que serão descritos mais adiante no projeto.

Além desses:

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Alcançar a meta de crescimento de 10% a.a durante os 5

primeiros anos.

Tornar-se a maior indústria de produção de fio advindo do PET,

da RMC em um prazo máximo de 5 anos.

Já estes objetivos, deverão fazer parte dos planejamentos tático e

operacional do departamento de marketing e vendas.

Ser reconhecida como uma das melhores empresas do ramo têxtil

para se trabalhar, no estado de São Paulo.

Esse objetivo deverá fazer parte do planejamento tático e operacional do

departamento de recursos humanos.

A seguir estão descritas as diretrizes estratégicas que deverão nortear

os objetivos estratégicos.

7.10 Diretrizes estratégicas

A empresa orienta suas ações por meio de suas diretrizes empresariais.

Segundo os princípios dessas diretrizes, para a empresa em questão, toda sua

atuação (do planejamento estratégico aos processos e procedimentos diários)

é baseada em padrões éticos e legais.

Dessa forma, destacam-se as seguintes diretrizes:

Atuar de forma transparente, ética e acima de tudo, que suas

decisões resultem em ações sustentáveis e ecologicamente corretas.

Todas as ações da empresa devem ser realizadas com o mínimo

impacto ambiental possível.

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Primar pela qualidade, associada aos seus diferenciais

competitivos, levando em consideração seus procedimentos internos associada

as expectativas de seus clientes e fornecedores.

Agir de forma que contribua para o fortalecimento da cadeia

produtiva, em sua total amplitude, formando parcerias estratégicas

competitivas, que proporcionem o resultado “ganha-ganha”.

Considerar que o público interno é tão importante quanto o

público externo para o crescimento sustentável da organização

7.11 Diagnóstico

A partir da definição dos objetivos e diretrizes estratégicas, pode-se

analisar a matriz SWOT como uma importante ferramenta de diagnóstico, já

que fornece um panorama geral da empresa, tratando as fraquezas e forças

(ambiente interno) e oportunidades e ameaças (ambiente externo). Neste caso

como se trata de um plano de negócios a análise engloba apenas os fatores

externos, aqueles que a empresa não possui controle.

De acordo com o estudo desenvolvido sobre o macroambiente de

atuação da empresa, pode-se verificar como pontos negativos a previsão da

inflação acima da projeção do Plano de Metas gerando uma possível redução

do mercado potencial, dada pela redução do poder de compra.

Outro ponto desfavorável do mercado é a elevação da taxa SELIC que

encarece as linhas de créditos, muitas vezes utilizadas para obtenção de

capital de giro das empresas e maquinários, uma vez que os maquinários do

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setor têxtil para produção de fio do PET são importados e sua aquisição possui

um valor elevado.

Vale ressaltar que o fato do maquinário ser oriundo do exterior faz-se

necessária a aquisição de capital intelectual para manuseio e manutenção das

referidas máquinas, gerando alto custo de investimento para a empresa.

Com a crescente desvalorização do Real frente ao Dólar surge uma

problemática uma vez que encarece a importação dos maquinários para a

estruturação da indústria ao mesmo tempo em que favorece a competitividade

do mercado interno frente aos produtos importados.

O Governo Federal aprovou um aumento de empréstimos para os

produtores de algodão no ano de 2010, o que torna esta matéria-prima mais

competitiva perante as matérias-prima sintéticas como no caso do fio do PET.

No estudo realizado foi encontrado um gap no que diz respeito à

disponibilidade de mão de obra para captação de matéria-prima para produção

do fio do PET.

Na análise de oportunidades no mercado foram encontradas variáveis

que tornam a aplicação deste plano de negócio atrativo para investimentos,

visto que o Brasil vem crescendo economicamente em todos os setores e com

isso despertando o interesse de investidores de todas as partes. Devido ao

Programa de Desenvolvimento Setorial de Têxtil e Confecção, o setor possui

uma vantagem visto que, neste serão discutidos os interesses da cadeia têxtil e

de confecção como um todo, gerando uma maior sinergia em todo o processo

têxtil. Este fato junto com a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil propicia um

aumento da competitividade das empresas pertencentes a este ramo e maiores

investimentos em P&D em busca de vantagens competitivas.

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Pode-se verificar na análise cultural realizada, um crescimento da

consciência da população pelo consumo responsável, dando a oportunidade do

setor de vestuário difundir de maneira mais assertiva o conceito de moda

sustentável. Outro fator identificado é o aumento de poder de compra das

classes C e D, criando uma opção de atuação na produção de bens de

consumo sustentável em massa.

Devido à tendência identificada no mercado de consumo por busca de

produtos em que seu processo gere menos impactos ao ambiente, foi

considerada a economia de água no processo produtivo do fio do PET em

relação ao algodão, sendo este um diferencial.

Com o aquecimento global dá-se o aumento do consumo de bebidas,

muitas delas armazenadas em garrafas PET, tendo como consequência o

aumento da matéria-prima disponível para a produção da indústria aqui

apresentada.

Na questão econômica foi identificado um ponto favorável para o projeto,

visto que com a valorização cambial programada pelo Projeto de Lei de

Diretrizes Orçamentárias vem sendo seguida, o que torna para a planta fabril

uma oportunidade para importação de seu maquinário por menor custo em

moeda local.

Na variável tecnológica identificou-se uma busca por novas tecnologias

para se adaptar as necessidades do mercado, como no caso da

sustentabilidade; sendo assim os processos produtivos aprimoram no quesito

qualidade, aumentam a produtividade e atingem a meta que é menor impacto

ambiental.

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7.12 Prognóstico

Após o conhecimento do setor, das indústrias concorrentes, da

necessidade de consumo do mercado, maquinários e tendências, conclui-se

que o plano de negócios para produção a partir do PET reciclado é uma

alternativa que, além de sustentável, mostra-se rentável, uma vez que grandes

investimentos tendem a serem realizados na área, como principalmente é o

caso da Petrobrás, nas plantas fabris da Suape, que foram analisadas no

decorrer do trabalho.

Uma junção de fatores, como a preocupação com a preservação do

meio ambiente, a conscientização da população por um consumo sustentável,

a busca por retornos financeiros e principalmente a criação e capacitação de

mão de obra especializada para indústrias que se mostram cada vez mais

preocupadas com a produção consciente, sem perder seu lucro, indicam que o

país está preparado para uma nova visão de produção.

Muitas ideias, teorias e tecnologias ainda devem ser desenvolvidas para

que a viabilidade do projeto tenha um maior percentual de sucesso. Porém,

atitudes e ações no presente são necessárias para que esse desenvolvimento

torne-se cada vez mais presente na consciência do mercado industrial,

servindo de exemplo para demais áreas de produção, além do setor têxtil.

Para que as premissas sejam concretizadas, as próximas ações contam

com a elaboração de uma planta fabril com maquinário específico para

produção de fio originado da garrafa PET, necessidade logística e de mão de

obra para evolução da planta, análise e projeções financeiras, ações de

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marketing necessárias para conhecimento do processo produtivo, entre demais

ações focadas no interior da organização.

A partir destas ações, pode-se conhecer melhor as forças e fraquezas

pertinentes à indústria, e possíveis conflitos e semelhanças com o mercado e

macroambiente aqui apresentado.

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8 PLANO DE MARKETING

8.1 Brand equity

Para o projeto em questão, decidiu-se que faria parte da estratégia de

branding a criação de uma marca que pudesse transmitir o valor agregado

esperado e que estivesse de acordo com as expectativas de seus futuros

clientes.

Essa decisão partiu do princípio de que a empresa apresentada é nova,

e não tem correlação com uma marca existente, não sendo possível assim a

associação com outra marca. Apesar de demandar maiores investimentos e ser

de maior risco, uma vez que o nome não é conhecido ainda no mercado,

espera-se que possa ser construída uma imagem sólida e duradoura frente a

marca apresentada, o que contribuirá para o crescimento da indústria no

mercado em que se propõe atuar.

A marca proposta para a indústria aqui apresentada foi definida com

base em algo que fosse de fácil identificação, leitura e lembrança. Procurou-se,

no entanto que a marca pudesse transmitir, seja através de seus objetos e

tipografia, que tipo de produto a empresa produz e qual o seu diferencial frente

a seus concorrentes. Para tanto buscou-se partir das declarações

institucionais, que resumem o que a empresa é, e a que se propõe, levando em

consideração que a proposta deveria ser voltada ao mercado corporativo, uma

vez que o projeto é direcionado ao mercado B2B.

A construção do brand equity foi feita partindo dos seguintes princípios:

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- Elementos que compõem a marca: a marca foi criada levando em

consideração que a mesma não deveria restringir-se ao produto inicialmente

proposto no projeto, permitindo adaptabilidade para outros da mesma

categoria. O conceito deveria transmitir a ideia de consciência sustentável, mas

de forma inovadora, na medida em que não utilizasse composições que são

“batidas” evitando assim que a marca fosse confundida com outras já

existentes.

A ideia criada foi construída a partir do conceito dos cinco elementos da

natureza, que, pela filosofia Taoista Chinesa, interagem e se relacionam entre

si gerando a harmonia necessária para o equilíbrio da natureza. Sabendo, no

entanto que os conceitos de sustentabilidade e ecologia, são convergentes a

este conceito, projetou-se a marca Sexto Elemento, com o objetivo de ser algo

complementar e ao mesmo tempo fundamental à harmonia, ou seja, que

permita a perpetuidade e sobrevivência dos outros cinco elementos.

A seguir a imagem que ilustra a marca:

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Marca

Imagem 27: Imagem ilustrativa da marca.

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Por ser uma marca nova não é possível realizar uma análise do brand

equity, a não ser de suas propostas futuras e de quais estratégias estarão

baseadas a comunicação e desenvolvimento da marca.

Segundo David Aaker, o “brand equity é formado por cinco categorias de

ativos e passivos de marca, ligados a uma marca (fidelidade a marca,

conscientização de marca, percepção de qualidade, associação de marca e

outros ativos)”. Como dito não é possível mensurar essas variáveis, uma vez

que a marca é nova, porém é possível descrever os objetivos a serem

alcançados em cada uma delas, sendo:

- Fidelidade à marca: espera-se que os clientes potenciais, tornem-se

fiéis a mesma, identificando-se com a qualidade do produto oferecido, podendo

assim tornar-se evangelizadores em um segundo momento.

Espera-se desenvolver fidelidade à marca na medida em que a empresa

se desenvolva e passe a atender as atuais e novas necessidades de seus

clientes. Para tanto deverá ser trabalhado um relacionamento estreito, com

todos os atuantes da cadeia produtiva.

- Conscientização de marca: será criada mediante a estratégia utilizada

na comunicação realizada.

- Percepção de qualidade: a percepção de qualidade será trabalhada no

valor agregado transmitido pela marca, através de seus produtos e processos,

que terão como foco a produção de produtos com qualidade superior e que

atendam padrões sustentáveis condizentes com as expectativas dos

consumidores.

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Sendo a qualidade, algo teoricamente intangível, a mesma estará

associada a características técnicas do produto, baseadas nas necessidades

dos consumidores.

- Associação a marca: o objetivo é de que a marca se torne sinônimo de

solução em fiação têxtil sustentáveis de alta qualidade e preço competitivo.

A marca Sexto Elemento, tem como identidade central e estendida:

Identidade Central: produção de fios para a indústria têxtil de malharia

para a produção de tecidos planos.

Identidade Estendida: fios que sejam advindos de processos

sustentáveis, que sejam de qualidade comparável ao algodão, permitindo a

produção de peças para vestuário de diversas categorias a preços

competitivos.

A estratégia de branding traçada para este projeto, está baseada na

utilização de nomes individuais para cada linha de produtos. Isso porque,

sendo este um produto de venda para o mercado B2B, a estratégia de

comunicação, na maioria das vezes, utilizada pelas empresas, fica baseada na

marca mãe, sendo esta amplamente comunicada, para então dar acesso aos

seus produtos.

O objetivo de utilizar-se de uma estratégia de nomes individuais está

associado na intenção da empresa em trabalhar no mesmo segmento,

futuramente, porém com outras linhas de produtos sustentáveis para a indústria

têxtil, como é o caso do algodão orgânico.

A linha de comunicação deverá dar ênfase ao reconhecimento e difusão

da marca da empresa, ficando o nome do produto em segundo plano. Essa

estratégia tem como objetivo tornar a marca forte e conhecida, podendo

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demais produtos aproveitar-se de sua força e reconhecimento em um futuro

próximo.

8.2 A busca pelo posicionamento da marca

O posicionamento da marca está relacionado a necessidade das

empresas diferenciarem seus produtos nos mercados em que atuam. Apesar

de seus produtos possuírem algumas características semelhantes, estas que

são mínimas exigidas pelos consumidores, é fundamental que os mesmos

possuam também diferenças, do contrário não existiria motivo para a existência

de diversas marcas, uma vez que todos os seus produtos fossem iguais.

Para tanto,é necessário que os profissionais de marketing posicionem

suas marcas baseados principalmente nos seus objetivos, levando em

consideração os fatores principais considerados pelos consumidores para a

compra de determinado produto ou serviço.

No setor têxtil, por exemplo, alguns pontos de paridade são comuns

quando consideradas as necessidades dos produtores têxteis em produzir

peças de vestuário que sejam de qualidade e que possam ser vendidas a

preços competitivos.

Uma vez que as estratégias de posicionamento devem ser atualizadas

mediante as condições mercadológicas, que mudam de acordo com a

economia, nesse momento definiu-se por utilizar a estratégia de

posicionamento baseada principalmente nos fatores qualidade e

competitividade. Isso porque a entrada descontrolada de produtos chineses no

mercado nacional faz com que os produtores nacionais necessitem de

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alternativas que lhes permitam ganhar competitividade no mercado interno,

oferecendo produtos de qualidade igual ou superior a dos produtos importados,

mas acima de tudo a preços competitivos.

Outro fator importante está relacionado ao fato da busca crescente por

matéria-prima alternativa, que possa substituir o algodão na produção de

tecidos. Isso porque é prevista a escassez do mesmo para o ano de 2012,

como mostrado anteriormente, fazendo com que os produtores necessitem de

outra que a substitua.

No estudo de concorrência realizado para o setor em questão, pode-se

observar que é pequeno o número de empresas produtoras de fio para a

tecelagem a partir do PET reciclado. Apesar da planta produtora da

petroquímica Suape, adentrar o mercado com o objetivo de atender parte da

necessidade do mercado com este produto, o mesmo advém de matéria-prima

não sustentável.

Outro fator observado é de que grande parte da produção a partir da

matéria-prima reciclada é feita por produtores individuais, ou seja, a reciclagem

das garrafas é feita por centros de reciclagem, o flake é originado por indústrias

químicas, grande parte das vezes, a fibra é originada por indústrias

especializadas e o fio também.

Através dessa análise é possível estruturar o posicionamento da marca

Sexto Elemento da seguinte forma:

- Pontos de paridade: o produto originado pela empresa aqui

apresentada terá como objetivo principal a produção de tecido para confecção

de peças de vestuário. Uma característica peculiar desse material (PET) é a

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sua capacidade de transpiração, que está relacionada a questão da matéria-

prima ser um polímero.

Outro ponto de paridade está relacionadoa resistência do fio, essa para

permitir que a trama seja feita de maneira uniforme sem prejudicar o tecido.

- Pontos de diferença: os pontos de diferença estão principalmente

relacionados a preocupação com a sustentabilidade e com a qualidade do

produto.

A sustentabilidade está relacionada ao fato do produto ser originado a

partir de garrafas PET que foram descartadas na natureza e que através de um

processo de reciclagem, voltam para os centros consumidores na forma de um

novo produto.

A qualidade pode ser mensurada de diversas formas, mas sua

preocupação está em oferecer aos seus clientes produtos diferentes dos

atualmente oferecidos no mercado, através de processos robustos e controles

precisos que garantam um produto final livre de contaminação e de não

conformidades.

Além destes, um dos mais importantes pontos está no processo

produtivo utilizado pela indústria em questão que utiliza maquinário diferente

dos atuais médios produtores, comparando-se apenas a petroquímica Suape.

Esta decisão está baseada no objetivo principal da construção de uma indústria

sustentável não apenas ecologicamente, mas também administrativamente,

uma vez que o maquinário envolve menor investimento em mão de obra,

menor espaço físico produtivo, melhor controle de qualidade e menor

investimento se comparada a estrutura produtora convencional.

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A diferenciação do produto oferecido pela Sexto Elemento está

principalmente associada em seu produto, levando em consideração que é um

produto relativamente novo, se considerado que uma pequena parcela de

produtores têxteis outilizam.

As características técnicas do fio são tidas como pontos de paridade,

uma vez que mesmo sendo de matérias-prima diferentes são utilizados como

pontos de comparação pelos compradores.

Pelo fato do produto ser considerado em fase de introdução, de acordo

com seu ciclo de vida, a estratégia de posicionamento estará baseada na

comunicação de seus atributos e benefícios se comparados aos seus

concorrentes.

8.3 Segmentação de mercado

8.3.1 Segmentação para o mercado B2B

Segundo Philip Kotler, uma empresa não pode atender a todos os

clientes inseridos em todos os mercados. Os consumidores diferem entre si

podendo ser agrupados em uma ou mais características, e cabe a empresa

identificar os segmentos de mercado que poderá atender com eficácia.

A cadeia têxtil é composta por três segmentos básicos: fibras e

filamentos, têxteis (fiação, tecelagem, malharia e acabamentos) e confecção ou

indústria do vestuário.

O projeto foca o nicho de mercado em que estão inseridos os produtores

de fios para a tecelagem, mais precisamente aqueles que têm preferências

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 139

pela compra de fios advindos da fibra do PET. Sendo assim, espera-se atingir o

consumidor preocupado com a preservação do meio ambiente, principalmente

estando este atrelado ao consumo de produtos ecológicos e sustentáveis.

A segmentação geográfica é caracterizada pela divisão do mercado, que

pode ser classificado por município, estado, país, dentre outros.

No caso do projeto, inicialmente a segmentação focará a região

Sudeste, visto que a mesma representa grande parte do setor têxtil e é nesta

região que há mais oportunidade em relação a clientes. Futuramente, a

intenção é expandir este mercado e iniciar a exportação para outros países,

focando os esforços de comunicação nas regiões mais interessadas.

Segundo a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),

as importações totais da indústria têxtil brasileira em 2010, atingiram 21,8%,

superando em 3,5 pontos percentuais aoano de 2009, demonstrando uma

maior expansão da economia brasileira, porém, reduzindo a competitividade da

indústria têxtil nacional, que perdeu espaço e oportunidade para se

desenvolver.

As empresas têxteis brasileiras necessitam atuar no mercado com

preços competitivos aproveitando-se de seus recursos internos, juntamente

com a agregação de valor ao seu produto nas diversas regiões do país, assim

aumentando as barreiras de entrada de produtos advindos do exterior.

Conforme dito anteriormente, o estudo realizado pela consultoria Lafis,

os pólos têxteis mais importantes estão localizados em São Paulo (fiação e

tecidos de vestuário), Minas Gerais (fiação e tecidos mais simples e leves) e

Santa Catarina (90% da produção nacional de cama, mesa e banho; 80% da

produção de malhas). (Estudo Lafis, 2010).

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O Vale do Itajaí, com mais 45 cidades ao redor, concentra cerca de

6.500 empresas do ramo têxtil, entremicro, pequenas, médias e grandes

indústrias. É considerada a segunda maior concentração de indústriastêxteis

do mundo, perdendo apenas para o Vale de Greensboro, na Carolina do Norte,

nos Estados Unidos. No Vale do Itajaí, incluindo as cidades de Blumenau,

Joinville, Brusque e Jaraguá do Sul, existem aproximadamente 35 fábricas de

grande porte e mais de 100 indústrias de porte médio, além de centenas de

pequenas confecções.

Os pólos têxteis da região de São Paulo, formados pelas cidades de

Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa e Sumaré, formam o maior

centro de tecidos planos de fios artificiais e sintéticos da América Latina.

A produção do setor concentra-se basicamente nas regiões Sul e

Sudeste do país, que respondem porcerca de 80% da produção nacional. No

entanto, a participação relativa da região Sudeste tem apresentado, nos últimos

anos, redução justificada pela migração de indústrias para outros estados,

principalmente para o Nordeste.

8.3.2 Segmentação para o mercado B2C

Apesar de o projeto ser voltado ao mercado B2B, a segmentação para o

B2C refere-se ao consumidor final do produto, sendo este o que vai comprar o

vestuário pronto.

Para que seja possível obter melhores resultados com o projeto, é

necessário o entendimento do que o consumidor deseja e quais suas principais

características.

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8.3.2.1 Segmentação geográfica

O consumidor poderá se localizar em todo território nacional uma vez

que, a empresa irá atuar na distribuição de fios do PET focado para a região

Sudeste, esta que por sua vez, na continuação da cadeia até o ponto final,

distribui o vestuário nacionalmente. Porém, como será um produto focado para

a classe A/B poderá não atender a todas as regiões do país.

8.3.2.2 Segmentação demográfica

O vestuário em geral, pode ser utilizado por todas as faixas etárias, tanto

do sexo feminino quanto masculino, com renda dentre as classes A e B,

representando 26% da população total brasileira segundo dados divulgados

pelo Critério Brasil. O fio do PET pode ser utilizado na indústria de tecelagem

não somente para produção de vestuários, mas também na fabricação de

tecidos para roupas de cama, mesa e banho, ampliando assim a potencialidade

do mercado a ser explorado.

8.3.2.3 Segmentação psicográfica

Consumidores em sua maioria com grau de instrução elevado,

orientados para a cultura sustentável e a preocupação com o meio ambiente,

dando importância não somente ao preço do produto, mas também com a

qualidade e seu impacto na natureza.

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8.3.2.4 Segmentação comportamental

O consumidor ao comprar um vestuário com o preço mais elevado se

comparado aos tecidos feitos com algodão, busca diferenciação e qualidade no

produto, bem como durabilidade do tecido, conforto ao vesti-lo e com design

que o agrada. O mesmo, na hora da aquisição, leva em consideração sua

necessidade em adquirir o vestuário, a ocasião e as características que

condizem com sua personalidade ou personalidade de quem irá receber o

mesmo.

Pelo vestuário ser confeccionado a partir do PET, não deve influenciar o

pensamento do consumidor de que o mesmo é de baixa qualidade se

comparado ao algodão. O entendimento sobre a utilização têxtil do fio do PET

necessita ficar claro para o consumidor de que este apresenta características

únicas como maior durabilidade e preservação do meio ambiente.

8.4 Análise quantitativa de mercado

Segundo dados divulgados pelo instituto IEMI (Instituto de Estudos e

Marketing Industrial), relativos ao ano de 2009, é possível observar que a

região Nordeste ultrapassou a região Sudeste na produção de fios para a

tecelagem, apesar da produção de tecidos ainda estar concentrada nesta

última.

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Produção de artigos têxteis 2009

Produção Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Total

Fios (1.000 ton) 18,60 529,70 500,40 343,90 16,10 1408,70

Tecidos (1.000 ton) 32,10 256,80 858,50 225,80 22,90 1396,10

Malhas (1.000 ton) 6,20 60,50 264,40 329,40 11,50 672,00

Vestuário (milhões de peças)

41,70 1043,60 3017,50 1594,40 240,80 5938,00

Têxteis Lar(milhões de peças)

3,40 203,70 364,20 460,50 33,50 1065,30

Outros Confeccionados (milhões de peças)

199,10 418,80 1112,60 575,30 81,10 2386,90

Total Geral 301,1 2513,1 6117,6 3529,3 405,9 12867

Tabela 8: Produção de artigos têxteis por região brasileira em 2009. Fonte: Dados do IEMI 2010.

O motivo da escolha da região Sudeste para a implantação da fábrica

para a produção do fio para a indústria de tecelagem diz respeito, à grande

concentração de indústrias produtoras tanto de tecido quanto de artigos para

vestuário.

Para a realização da análise quantitativa de mercado foram utilizados os

seguintes dados comparativos:

Produção de tecido por região - 2008 e 2009

Produção Nordeste Sudeste Sul Outros Total

2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009

Tecido (1000 toneladas)

244 257 883 859 214 226 52 55 1393 1396

(%) Total 18% 18% 63% 61% 15% 16% 4% 4%

Variação (%)

4,8%

-2,9%

5,5%

4,7%

0,2%

Tabela 9: Produção de tecido por região, comparação entre os anos de 2008 e 2009. Fonte: Dados do IEMI 2010.

Como é possível observar, a produção têxtil teve aumento de 0,2% se

comparados os anos de 2008 e 2009. Apesar de a região Sudeste ter tido

queda de 2,9% na produção, a mesma continua sendo a principal na produção

têxtil.

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 144

Faturamento total do setor por região

Faturamento Nordeste Sudeste Sul Outros Total

2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009

Representatividade do faturamento

(US$ bilhões) 1,61 1,70 5,83 5,67 1,41 1,49 0,35 0,36 9,20 9,22

Tabela 10: Representatividade do faturamento total do setor por região. Fonte: Dados do IEMI 2010.

Dados os indicadores é possível quantificar o mercado da seguinte

forma:

Análise quantitativa de mercado

2008 2009

Mercado Potencial 9,1991 9,2192

Mercado Disponível 5,8291 5,6694

Mercado Alvo 0,1981 0,1923

Tabela 11: Análise quantitativa de mercado. Dados relacionados ao faturamento do mercado

em US$ bilhões.

O mercado potencial diz respeito à soma de todas as empresas

produtoras de tecido do país. O mercado disponível está relacionado a todas

as indústrias de tecelagem da região Sudeste do país, pelo fato da localização

da indústria de produção de fios, considerando a capacidade de distribuição do

mesmo para as regiões mais próximas de sua localização. Por fim, o mercado

alvo resume-se as indústrias de tecelagem que pertencem ao pólo têxtil

paulista representado pelas regiões de Americana, Santa Barbara D’Oeste,

Nova Odessa e Sumaré.

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8.5 Marketing e valor para o cliente

Segundo Philip Kotler, fazer marketing significa satisfazer as

necessidades e os desejos dos clientes. A Sexto Elemento tem como objetivo

principal agregar valor ao mercado, acreditando que seu maior lucro vêm do

relacionamento bem estruturado com o cliente, pois entende-se que produzir e

vender apenas, não traz os mesmos resultados que antigamente, devido ao

grande desenvolvimento mercadológico dos últimos anos, que expandiu

praticamente todos os mercados, ocasionando a saturação do mesmo, o que

modificou o comportamento das organizações perante seus clientes e

concorrentes.

Isso fez com que as empresas deixassem de lado certa fixação em

apenas vender, passando a reconhecer que o maior desafio, a partir de então,

é de conquistar e fidelizar o cliente, que passou a ter mais opções de produtos

e serviços.

Visando atingir o objetivo principal de transmitir valor ao cliente, e assim

obter lucro financeiro, a Sexto Elemento trabalhará inicialmente com os clientes

da região Sudeste, destacado anteriormente no capítulo de segmentação de

mercado B2B, sendo que a região de São Paulo possui a maior concentração

do público alvo.

É importante ressaltar que no mercado têxtil a qualidade é um fator de

grande importância para os produtores têxteis, assim como o custo da matéria-

prima, sendo que estes fatores permitem maior competitividade em relação aos

seus concorrentes sejam eles nacionais ou internacionais. Para isso a indústria

deverá utilizar-se de maquinários adequados e de processos robustos que

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permitam ao cliente alto nível de confiabilidade em relação ao produto

produzido.

A empresa trabalhará o conceito de valor agregado através de ações

relacionadas à sua força de vendas, ações promocionais e de propaganda,

visando principalmente no início informar a todos os atuantes da cadeia têxtil a

sua entrada no mercado.

Uma das ferramentas que a empresa irá utilizar dentro do pós venda

será o conceito de “tempo zero de feedback”, com o objetivo de monitorar as

expectativas e experiências do produto, extraindo destas, informações, que

possam ser utilizadas para melhoria do produto e/ou dos processos.

Na equação de valor para o cliente, diversos fatores podem ser levados

em consideração, dependendo de seu posicionamento. Sendo assim não é

possível que a empresa compreenda todos estes, pois são diferentes e alguns

divergentes, de forma quepode-se destacar algumas formas de trabalhá-los

afim de gerar valor superior:

- O tempo de reação da empresa em relação as opiniões do cliente, seja

a respeito do produto ou de outros assuntos, deverá ser trabalhado, levando

em consideração qual o de maior relevância para a empresa no tempo mais

rápido possível.

- Trabalhar com maquinários de alta tecnologia, que permitam melhor

aproveitamento da matéria-prima e menor desperdício, por sua vez permitindo

ao cliente ganho na qualidade final do produto, assim como para a empresa em

questão, através da economia na redução de refugos, tornando o produto mais

competitivo.

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Além destes, outros serão melhores explicados nos planos de Gestão de

Operações e Recursos Humanos.

A empresa proposta neste plano terá a obrigação de examinar seus

custos e seu desempenho em todas as atividades e buscar formas de melhorá-

los constantemente, agregando valores internos e externos a organização.

Com uma gestão sólida e capaz de desenvolver constantes melhorias

visadas pelos colaboradores e clientes, as chances de obtenção de sucesso

são altas. Uma vez que a informação seja obtida de forma rápida e eficaz os

processos internos terão seus erros minimizados, beneficiando a todos os

envolvidos da cadeia.

Todas as áreas da organização serão interligadas (marketing holístico),

desde as áreas de vendas, atendimento, financeiro, operacional, marketing,

compras dentre outras de maneira que flua o repasse de informação, não

havendo um entrave dentre elas, que possa prejudicar o funcionamento da

empresa.

Outra forma de trabalhar o valor para o cliente será através dos padrões

de qualidade utilizados pela empresa, melhor explicados no capítulo de Gestão

de Operações.

8.6 Cadeia de valor

A Sexto Elemento buscará fazer fortes parcerias com seus fornecedores,

principalmente aqueles que irão fornecer a base de todo o processo (garrafas

PET), sendo estes as cooperativas. O objetivo é trabalhar para o fortalecimento

dos atuantes da cadeia permitindo o crescimento e expansão da indústria.

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A participação de programas ambientais, bem como a educação

ambiental para conscientização da população e também de seus clientes, é

fundamental não só para a administração dos impactos ambientais, mais

também para o desenvolvimento do conceito e consequente expansão da

indústria.

O que se pretende é a excelência operacional, melhorando

continuamente todos os processos e controlando periodicamente os custos,

gerenciando uma cadeia de valor que proporcione altos níveis de qualidade,

atendimento e agilidade, além da participação dos clientes construindo uma

parceria sólida, criando fidelidade ao longo do tempo.

8.7 Sistema de informação de marketing (SIM)

Para que haja uma padronização nos dados internos da empresa, se faz

necessário um sistema de informação eficaz que registre dados como: pedidos

de venda, preço, custo, níveis de estoque, contas a pagar, contas a receber,

dentre outras variáveis que identificam forças e fraquezas da organização. Este

sistema tem a finalidade de cruzar informações, fornecer dados e gerar

diagnósticos precisos, para a tomada de decisão dos gerentes.

A empresa buscará das principais fontes de informações diárias para

monitorar o ambiente externo e suas variáveis bem como: livros, jornais,

publicações setoriais, sites, informações de fornecedores, concorrentes ou

parceiros às quais auxiliam na tomada de decisão da mesma. Estas fontes

permitem a empresa verificar informações como crescimento de mercado e

potencial de investimento.

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Para haver uma maior interação na busca de informações de mercado, a

empresa realizará treinamentos motivacionais para que seus vendedores e

fornecedores relatem os acontecimentos em campo, com a finalidade de utilizar

essas informações para traçar novas estratégias de venda.

O fato da Sexto Elemento estar em contato direto com seu cliente,

permite a aplicação de pesquisas de dados primários com objetivo específico

de obter informações, que possam ser utilizadas para melhorias nos processos

e produtos da empresa.

8.8 Análise do marketing mix

O Marketing Mix é dividido em 4 sessões, mais conhecidas como 4Ps -

Produto, Preço, Praça (ponto de venda/distribuição) e Promoção, tendo como

finalidade formular uma oferta para satisfazer as necessidades e os desejos do

cliente, destacando-se de seus concorrentes e tornando-se mais competitivo.

8.8.1 Produto

Cada nível de produto acrescenta mais valor para o consumidor e os

cinco constituem uma hierarquia de valor para o público-alvo.

Os cinco níveis de produto são:

- Benefício Central: fio para tecelagem.

- Produto Básico: fio para produção de tecido advindo do PET

(polietileno tereftalato de etila).

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- Produto Esperado: que o produto seja advindo de matéria-prima

reciclada originada por processos sustentáveis e que gerem baixo impacto

ambiental.

- Produto Ampliado: que o fio seja produzido com matéria-prima de alta

qualidade sem contaminação por polímeros diversos ou impurezas.

- Produto Potencial: que sua produção seja 100% sustentável e

ecologicamente correta, em que toda a extensão de seu processo seja

reaproveitado o material que não de uso para a produção do fio, podendo

assim tornar-se fonte produtiva de matéria-prima de outros produtos.

Os fios do PET são desenvolvidos, a partir da reciclagem das garrafas

PET (pós-consumo), que são retiradas do meio ambiente e transformadas em

fios têxteis.

Além de ser ecológico e sustentável, o fio será produzido com um alto

rigor de qualidade, principalmente focado em seu processo produtivo tendo

como características principais a resistência e a durabilidade.

A empresa irá respeitar as cores originais das garrafas (transparente e

verde), para produção de fio sem a utilização de processo químico para

tingimento.

O produto em si apresenta um alto nível de durabilidade, podendo ser

classificado como bem durável, uma vez que o vestuário, ou qualquer produto

a base fibra têxtil é utilizado certamente por longo período.

Por se tratar de um produto voltado para as indústrias têxteis, sua

tangibilização se dá através principalmente de fatores como coloração, preço,

resistência e durabilidade, fatores estes que são de grande importância para os

clientes e para a própria empresa.

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 151

Como a Sexto Elemento, será nova no mercado, é possível dizer que o

produto se encontrará na fase de introdução, de forma que a partir do momento

em que a participação de mercado aumentar, o ciclo de vida tende a entrar em

fase de crescimento.

Ciclo de vida do produto

Imagem 28: Detalhamento do ciclo de vida do produto. Fonte: Philip Kotler (2008).

8.8.2 Preço

Inicialmente a empresa irá trabalhar com a estratégia de sobrevivência,

de acordo com o ponto em que se encontra do ciclo de vida (introdução).

Sendo assim espera-se que a mesma possa sobreviver neste que é

altamente competitivo e dinâmico, para então através do seu conhecimento e

difusão de seus produtos possa alinhar-se a médio e longo prazo (período de

crescimento e maturidade) à estratégia de maximização da participação de

mercado, trabalhando com uma estratégia associada à qualidade superior e

preço competitivo trabalhados no valor agregado do produto.

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Com relação à demanda, é possível dizer que neste setor a mesma

caracteriza-se como sendo inelástica. Essa relação se dá pelo fato da

produção da indústria de tecelagem estar diretamente ligada ao

comportamento do mercado consumidor final (B2C), ou seja, uma redução no

preço do fio não irá gerar um aumento significativo na demanda por este

material, se o mercado consumidor também não aumentar o seu consumo.

Um exemplo a respeito da demanda agregada, correspondente a esta

cadeia produtiva, é o fato de que o consumidor final para este produto (peças

de vestuário com o conceito sustentável) ser pertencente às classes A e B,

principalmente pelo fato da não difusão do conceito que acaba por

comprometer o custo do produto final, uma vez que não é produzido em larga

escala. Ao mesmo tempo, caso a matéria-prima, nos diversos elos da cadeia,

reduza o seu preço estes se tornarão acessíveis aos consumidores de outras

classes, o que aumentará o consumo por parte da população.

Para efeito de estudo foi realizado uma pesquisa com a empresa

Cocamar, concorrente e produtora de fios do PET. Neste estudo foi constatado

que o preço médio de venda varia entre R$10,50 a R$11,00 o quilo do fio, sem

o ICMS incluso, de forma que o fio é vendido no formato de bobinas com uma

média de peso de 2,50Kg, uma altura de 170 mm e diâmetro de 240 mm a

unidade8.

O método de determinação de preço utilizado será através do mercado,

ou seja, naquele em que a empresa fixa o seu preço a partir do preço médio

praticado para venda de produtos semelhantes ao seu.

8 Dados fornecidos pela empresa COCAMAR.

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8.8.3 Praça

A empresa trabalhará com um canal de distribuição sem intermediários,

ou seja, de nível zero, realizando uma venda direta, em que o produto sai da

fábrica rumo direto ao cliente (indústria).

De acordo com estudos para o mercado B2B, na venda de fios para

tecelagens não existem empresas intermediárias como, atacados ou redes de

distribuição, sendo estes distribuídos diretamente para o cliente, como citado

acima.

Os fios serão entregues enrolados em bobinas e armazenados em

caixas de papelão, podendo variar a quantidade de acordo com o sistema

logístico de entrega e suas especificações bem como seu título (espessura),

mas que geralmente são entregues ao cliente com 12 unidades cada caixa,

divididos em duas camadas de 06 unidades9.

A partir dessas especificações, o produto pode ser distribuído aos seus

clientes, através de vendedores próprios ou terceirizados.

Existem duas modalidades de logística de vendas:

- Cost Insurance Freight (CIF): Essa forma de contrato, o próprio

fornecedor é quem se responsabiliza pela realização do frete, sendo de

responsabilidade do mesmo organizar a forma de entrega do produto ao

comprador, já que este custo deve estar contido no orçamento passado pelo

fornecedor.

- Ex-Works (EXW): Através do contrato, o comprador se responsabiliza

pelo transporte do produto, com isso o valor do frete não está incluso no

9 Dados fornecidos pela empresa COCAMAR.

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orçamento do fornecedor e é pago pelo comprador de acordo com o tipo de

frete escolhido pelo mesmo.

Estas formas de entrega são definidas no contrato de compra (ou venda)

do material, denominado proforma invoice.

A partir do que foi definido sobre a modalidade de frete, o próximo passo

do canal de distribuição é a efetivação da entrega do material ao seu

comprador, que deve ocorrer de forma que mantenha a qualidade original do

produto, bem como de sua embalagem. Como normalmente os fretes são

realizados por meio rodoviário, faz-se necessário uma conferência detalhada

no recebimento, para que sejam evitadas trocas, desvios e demais retrabalhos

e consequentes atrasos de produção.

A distribuição inicialmente se dará no interior do estado de São Paulo,

mais precisamente na região do pólo têxtil paulista, que é compreendido pelas

cidades de Santa Barbara do Oeste, Sumaré, Americana, dentre outras

cidades.

Para tanto será utilizado um processo de distribuição terceirizado

permitindo o atendimento do cliente de forma que não onere o custo final do

produto, permitindo que o mesmo se mantenha competitivo, caso o cliente opte

por esta modalidade de transporte.

8.8.4 Promoção

Quando analisadas as ferramentas de comunicação utilizadas pelos

principais concorrentes da empresa Sexto Elemento, foi possível observar que

grande parte deles não possuem grandes investimentos, restringindo-se a um

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website institucional, que em sua grande maioria é mal estruturado com

informações confusas ou falta das mesmas sobre a empresa e o produto.

Não foram identificados indícios da utilização de ferramentas de mídia

como jornal ou revistas, que não especializadas sobre o setor. Uma das

empresas apenas trabalha com a rede social Twitter, porém a mesma é

desatualizada e não é utilizada com o objetivo de difundir seus produtos da

empresa.

Através dessa análise realizada decidiu-se que toda a comunicação do

produto será feita com o objetivo de tangibilizar seus clientes. Esse processo

acontece através da caracterização do produto e da transformação de suas

características em benefícios.

Por ser tratar de uma compra especializada, a empresa contará com

uma força de vendas interna e outra externa, com o objetivo de atender as

duas modalidades de compra. Nestes serão utilizados materiais como catálogo

e amostras do produto.

Em primeiro momento é possível que a empresa trabalhe com uma

estratégia de experimentação com alguns clientes potenciais, permitindo assim

o conhecimento sobre o produto e suas características.

Além dessas ferramentas a empresa investirá em feiras e eventos

voltados para o mercado têxtil e de malharia, trabalhando assim tanto a parte

institucional da marca, quanto à parte técnica de seu produto.

Não serão utilizadas ferramentas como mídias sociais ou anúncios em

jornal, porém fica aberta a possibilidade da veiculação de anúncios em mídias

especializadas e principalmente o desenvolvimento de um website que permita

fácil navegabilidade para os clientes e interessados no produto e na empresa.

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 156

8.9 Objetivos de marketing

Os objetivos de marketing a serem propostos por este plano de negócios

devem primeiramente estar alinhados ao planejamento estratégico da empresa,

para tanto podemos citar os seguintes objetivos de marketing para os próximos

05 anos.

O que: aumentar as vendas em 30%, sendo responsável por este

crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna;

Quando: 02 anos;

Quem: equipe de Vendas;

Como: através de telemarketing ativo, visitas externas aos clientes e

ações de comunicação.

O que: aumentar a participação de mercado em 10%;

Quando: 02 anos;

Quem: equipe de vendas e marketing;

Como: através de ações de desenvolvimento dos clientes potenciais,

relacionadas à força de vendas e comunicação.

O que: expansão para o mercado do Sul;

Quando: 05 anos;

Quem: equipe de vendas e marketing;

Como: através do desenvolvimento de parceiros em pontos estratégicos

das principais regiões produtoras de tecido da região Sul do país,

desenvolvendo representantes locais.

O primeiro objetivo pode ser considerado como o mais ousado, pois visa

um crescimento de 30% num mercado que tem previsão de crescer apenas

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 157

3,5% no ano de 2011, segundo dados apresentados pela ABIT (Associação

Brasileira da Indústria Têxtil).

O segundo objetivo de marketing é de igual ousadia, pois o mercado

têxtil sofre com a concorrência tanto direta quanto indireta, dessa maneira é

encontrada bastante dificuldade para manter os clientes atuais e também

buscar e fidelizar novos clientes. Temos como principal objetivo o aumento do

market share da marca, gerando assim maior conhecimento de ambas as

marcas pelo mercado proporcionando assim melhores oportunidades de

vendas.

O terceiro objetivo de marketing, só ocorrera a partir do crescimento da

Sexto Elemento no mercado paulista, para assim poder expandir suas vendas

no mercado do Sul, sendo esta a região onde há maior produção de tecido.

8.9.1 Objetivos de comunicação

O que: ampliar o reconhecimento da marca;

Quando: 01 ano;

Quem: equipe de comunicação e marketing;

Como: através de uma estratégia de branding, alinhado aos objetivos

estratégicos da empresa de forma que a comunicação esteja baseada no

objetivo principal de reconhecimento da marca, assim como das vantagens do

produto.

O que: tornar mais conhecido o produto e seus benefícios;

Quando: 01 ano;

Quem: equipe de vendas e comunicação;

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 158

Como: através de um planejamento de comunicação que tenha como

objetivo principal a caracterização do produto e de seus benefícios, assim

como de incentivar o desenvolvimento do conceito através da conscientização

da sustentabilidade na moda.

O primeiro objetivo de comunicação será ampliar o reconhecimento da

marca para assim expandir o crescimento das vendas e aumentar a

participação de mercado.

Por fim o segundo objetivo de comunicação é apresentar o produto para

o mercado tornando-o mais conhecido no mercado de forma que mostre seus

benefícios quando comparados ao uso do fio de algodão e ou de outra matéria-

prima para produção de tecidos.

Cada um dos objetivos representa um grande desafio para a

organização, porém, atingíveis se considerarmos as estratégias e ações de

marketing e comunicação que serão apresentadas nos capítulos a seguir.

8.10 Estratégia de marketing e comunicação

As estratégias partem dos objetivos traçando as diretrizes necessárias

para alcançá-los no prazo esperado. Dentre as estratégias utilizadas para

alcançar os objetivos de marketing estão ações que remetem a estratégia de

penetração de mercado, condizentes com análise realizada segundo a matriz

Ansoff, com um produto existente (fio para a tecelagem a partir do PET

reciclado, que é produzido por algumas empresas) para mercados existentes

(mercado de tecelagem e de moda sustentável).

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- Objetivo de marketing 1.0 - aumentar as vendas em 30%, sendo

responsável por este crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna.

Estratégia 1.1: investir na capacitação das equipes de vendas;

Estratégia 1.2: aumentar o volume de compra dos clientes efetivos;

Estratégia 1.3: investir em campanha de comunicação;

Estratégia 1.4: desenvolver parceiros locais em pontos estratégicos do

estado de São Paulo;

Estratégia 1.5: campanha de vendas.

- Objetivo de marketing 2.0 - Aumentar a participação de mercado em

10%.

Estratégia 2.1: transformar 10% dos clientes potenciais em efetivos;

Estratégia 2.2: investir em inovação e melhorias no produto.

- Objetivo de marketing 3.0 – Expandir para o mercado Sul.

Estratégia 3.1: trabalhar ativamente todos os atuantes da cadeia assim

como a equipe de vendas.

- Objetivo de Comunicação 1.0 - Ampliar o reconhecimento da marca.

Estratégia 1.1: desenvolver um planejamento de comunicação;

Estratégia 1.2: manter um relacionamento estreito com o cliente.

- Objetivo de Comunicação 2.0 - Tornar mais conhecido o produto e

seus benefícios.

Estratégia 2.1: desenvolver um planejamento de comunicação;

Estratégia 2.2: trabalhar ativamente a força de vendas interna e

externas.

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8.11 Plano de ação

Para que os objetivos possam ser alcançados, devemos seguir o grupo

de estratégias e ações que possuem como fim o êxito no que foi previamente

planejado.

Deste modo, segue um demonstrativo de estratégias e ações,

juntamente com os responsáveis pelo cumprimento de cada uma delas,

elencadas para este plano de marketing.

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Objetivos de marketing

Objetivo 1.0: Aumentar as vendas em 30%, sendo responsável por este crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna.

Estratégia 1.1: Investir na capacitação das equipes de vendas.

Ação 1.1.1: Através do planejamento de recursos humanos, desenvolver uma estrutura de treinamento e capacitação para a força de vendas.

Responsável de Recursos Humanos

Estratégia 1.2: Aumentar o volume de compra dos clientes efetivos.

Ação 1.2.1: Trabalhar com um programa de desconto baseado no volume de compra, bem como condições de pagamento.

Responsável de Marketing e Vendas

Estratégia 1.3: Investir em campanhas de comunicação.

Ação 1.3.1: Atuação em feiras e eventos considerando os principais focos de divulgação.

Responsável de Marketing

Estratégia 1.4: Desenvolver parceiros locais em pontos estratégicos do estado de São Paulo.

Ação 1.4.1: Captação de fontes estratégicas de informação bem como desenvolver parcerias com clientes e fornecedores.

Responsável de Vendas e Gerente de Produção

Estratégia 1.5: Campanha de vendas.

Ação 1.5.1: Através desenvolvimento de um plano de metas de vendas a serem atingidas pelos vendedores.

Responsável de Vendas

Objetivo 2.0: Aumentar a participação de mercado em 10%.

Estratégia 2.1: Transformar 10% dos clientes potenciais em efetivos.

Ação 2.1.1: Estruturar um sistema de CRM. Responsável de Marketing e Vendas

Estratégia 2.2: Investir em inovação do produto.

Ação 2.2.1: Investimento em P&D. Gerente de Produção

Objetivo 3.0: Expansão para o mercado Sul.

Estratégia 3.1: Trabalhar ativamente todos os atuantes da cadeia assim como a equipe de vendas.

Ação 3.1.1: Criar parcerias em toda a cadeia de suprimentos a fim de viabilizar o projeto de expansão logística.

Gerente de Produção e Equipe de Vendas

Ação 3.1.2: Desenvolver representantes nas cidades onde existe maior concentração de indústrias de tecelagem.

Gerente de Produção e Equipe de Vendas

Ação 3.1.3: Desenvolver sistema de logística reversa, viabilizando o custo do transporte para não onerar a matéria-prima e impactar na competitividade do produto final.

Gerente de produção

Tabela 12: Resumo dos objetivos de marketing.

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Objetivos de comunicação

Objetivo de Comunicação 1.0: Ampliar o reconhecimento da marca.

Estratégia 1.1: Desenvolver um planejamento de comunicação.

Ação 1.1.1: Realizar uma campanha publicitária voltada para a divulgação da marca no mercado (foco em branding).

Departamento de Marketing

Ação 1.1.2: Participação de feiras e eventos. Departamento de Marketing

Ação 1.1.3: Através da força de vendas e telemarketing ativo.

Departamento de Marketing

Objetivo de Comunicação 2.0: Tornar mais conhecido o produto e seus benefícios.

Estratégia 2.1: Desenvolver um planejamento de comunicação.

Ação 2.1.1: Trabalhar com ferramentas de mídia (anúncio em revistas especializadas do setor têxtil, email marketing, websites especializados) e em material publicitário (catálogos, mala direta).

Responsável de vendas

Estratégia 2.2: Trabalhar ativamente a força de vendas interna e externas.

Ação 2.1.2: Programa de incentivo para o desenvolvimento da equipe de vendas, e consequentemente motivá-la a obter os resultados esperados pelos stakeholders.

Responsável de RH

Tabela 13: Resumo dos objetivos de comunicação.

Traçado os objetivos e as estratégias, assim como as ações que serão

tomadas para o alcance dos objetivos, foi estruturado de acordo com o plano

de Marketing, em um cronograma de ação que leva em consideração o ano de

2012, baseado na hipótese que poderão ocorrer alterações mercadológicas

que impactem diretamente no cronograma para os anos seguintes.

A seguir o cronograma de ação:

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Tabela 14: Cronograma geral das ações de marketing e comunicação.

Cronograma Geral das Ações

2012

Ação Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Treinamento e capacitação de vendas

Programa de Desconto

Atuação em feiras e eventos

Captação de fontes estratégicas de informação

Metas por vendas

Parceria com produtoras de tecido da região Sul

Estruturação de CRM

Investimento em P&D

Aplicação do Sistema de Informação de Marketing

Pesquisa de Satisfação do cliente

Criar parcerias em toda a cadeia têxtil

Desenvolver representantes da Região Sul

Campanha publicitária

Força de Vendas

Ferramentas de Mídia

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Como é possível observar segundo o cronograma, as ações de

marketing estão distribuídas entre o primeiro e o segundo semestre. Fatores

principais como treinamento de vendas e sistema de informação fazem parte

do plano de investimentos para o primeiro semestre.

As ações de comunicação serão pontuais e devem ocorrer ao longo de

todo o ano, considerando a manutenção da imagem da marca e da divulgação

de seus produtos. Outro, como a produção de material para a equipe de

vendas, se faz necessário à atualização do layout, considerando para tanto o

prazo de três meses para mudança.

8.12 Orçamento

Para que os objetivos sejam alcançados, não basta apenas a formulação

das estratégias e ações para os funcionários, elas devem ser realizadas para

que os fins sejam atingidos. Para tanto a execução de cada tarefa possui um

custo, sendo estes levantados em pesquisas com fontes do setor, os quais

serão mostrados e interpretados na tabela a seguir:

Ações $ Treinamento de vendas. R$ 50.000,00

Investimento em feiras e eventos. R$ 500.000,00

CRM – Software + manutenção, suporte mensal. R$ 60.000,00

Investimento em P&D. R$ 100.000,00

SIM – Software +manutenção, suporte mensal. R$ 60.000,00

Campanha publicitária. R$ 70.000,00

Ferramentas de mídia. R$ 200.000,00

Total: R$ 1.040.000,00

Tabela 15: Orçamento de marketing e comunicação.

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Acredita ser importante alto investimento em treinamento e capacitação

para a equipe de vendas, principalmente no período de introdução da empresa

no mercado. O valor descrito acima diz respeito ao investimento apenas no ano

de 2012, podendo este ser maior nos demais anos conforme o crescimento da

empresa e consequentemente da equipe de vendas.

O setor industrial é um setor que concentra maiores investimento, estes

relacionados a marketing, em feiras e eventos que segundo cronograma, estão

distribuídos por todo o ano de 2012.

O investimento inicial do sistema de CRM e SIM, tem como objetivo

principal, criar uma base sólida que possa contribuir para construção da

inteligência de mercado na empresa. Os investimentos nesses, consideram

uma estrutura enxuta e relativamente pequena podendo estes também sofrer

maiores investimento ao longo dos próximos cinco anos.

O investimento em pesquisa e desenvolvimento relacionado ao

marketing está mais direcionado a estudos e pesquisas que possam contribuir

para que sejam feitas melhorias contínuas durante o ciclo de vida do produto

permitindo que o mesmo se mantenha competitivo.

Está sendo considerado como campanha publicitária, a contratação de

uma agência publicitária em regime de Fee mensal pagos mediante contrato de

prestação de serviço para o desenvolvimento de toda a campanha publicitária

para o ano de 2012.

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8.13 Revisão e controle

Para garantir o sucesso de todo o Plano de Marketing, o controle e a

revisão das estratégias e ações são de extrema importância, sabendo que

cada objetivo envolve áreas diferentes da empresa, deve-se dar atenção a

cada um deles, desenvolvendo uma metodologia de controle para cada um.

Para monitorar os resultados da Sexto Elemento e, assim, verificar se a

mesma está atingindo os objetivos planejados, serão utilizados os seguintes

KPIs (Key Permormance Indicators):

- Acompanhamento mensal do valor das vendas realizadas, comparando

com as metas esperadas para aquele mês;

- Acompanhamento do número de clientes ativos no portfólio da

empresa, monitorando o desenvolvimento de novos clientes;

- Número de novos clientes x clientes efetivos;

- Realizar uma pesquisa de brand awareness;

- Comparação entre investimento e retorno sobre as ações de mídia e

promoção de vendas;

Cada indicador de desempenho será avaliado pelo respectivo

responsável da ação referente ao controle que deverá efetuar relatórios

mensais sobre o andamento de cada indicador, e sempre que necessário serão

feitas adaptações para atingir as metas propostas.

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9 PLANO DE GESTÃO DE OPERAÇÕES

A gestão das operações de produção é o gerenciamento dos recursos

diretos que são necessários para a obtenção do(s) produto(s) de uma

organização.

Neste caso, a análise detalhada da linha de produção, bem como a

logística destas operações (desde a captação da matéria-prima, sua

transformação, até a obtenção do produto final), será alvo de estudo para maior

viabilidade do projeto, bem como o trabalho com foco nas estratégias de

competição na produção, que serão qualidade e custos (a serem descritos no

próximo capítulo).

O detalhamento das atividades sequenciadas é fundamental para o

conhecimento do processo produtivo bem como a identificação de possíveis

gaps ou falhas no decorrer das atividades produtivas.

9.1 Objetivos estratégicos da produção

A definição da estratégia de competição da produção faz com que os

esforços da equipe de produção sejam direcionados a um mesmo norte, este

anteriormente estudado e devidamente analisado na condição de obter

retornos favoráveis à organização. Esta determinação prioriza os objetivos de

produção.

Neste caso, os objetivos estratégicos escolhidos foram: Qualidade e

Custos.

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- Qualidade: produzir de forma adequada, correta, sem falhas, reduzindo

assim o custo e elevando a confiabilidade do cliente.

- Custos: buscar uma diminuição de custo da produção, até ao ponto em

que não comprometa a qualidade do produto, visando uma melhor

competitividade no mercado. Uma vez que a política de custos impacta

diretamente no preço final do produto, este fator ganha importância, já que o

mercado de atuação é pequeno, aumentando a dependência e poder de

barganha dos clientes. Ou seja, um preço muito elevado pode inibir a busca

pelo fio do PET produzido pela Sexto Elemento.

Estes dois fatores foram escolhidos uma vez que, para as empresas

consumidoras a qualidade possui grande importância, pois o fio precisa

suportar todo o processo de tecelagem; ao mesmo tempo que tenha custo

inferior em relação aos seus concorrentes, gerando uma vantagem competitiva.

Buscando por meio destes, o reconhecimento assertivo no mercado de que o

fio do PET é uma opção sustentável em todos os âmbitos para a produção

têxtil.

Para que os objetivos estratégicos sejam alcançados com sucesso,

medidas como forte controle de refugos, não ocorrência de reprocessos e de

ociosidade são importantes uma vez que barateiam a produção. Necessário

também um efetivo controle de estocagem, constante controle da qualidade do

processo produtivo, treinamentos, revisão e atualização de processos.

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9.1.2 Localização estratégica

A importância de realizar uma análise para a localização de uma

empresa no espaço geográfico é a busca por maior lucro e menor custo para a

mesma. Podendo com isso gerar uma vantagem competitiva em relação ao

preço do produto final, custo de frete, acessibilidade e dentre outros.

Os fatores locacionais utilizados para o desenvolvimento do estudo

podem ser o fácil acesso a matéria-prima, mercado consumidor, mão de obra,

infraestrutura, vias de transporte, incentivos fiscais e legislações fiscais,

tributárias e ambientais.

O estudo realizado anteriormente, em relação aos clientes potenciais

identificou que estes se encontram no estado de São Paulo, mais precisamente

na região de Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa e Sumaré,

alguns ilustrados pelo mapa a seguir:

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Mapa de localização de indústrias de tecelagem - RMC

Imagem 29: Mapa de localização das indústrias de tecelagem na Região Metropolitana de Campinas. Fonte: Google Maps.

No caso do PET reciclado, por ser uma matéria-prima de baixo custo, é

importante que a planta fabril esteja localizada próxima aos fornecedores

(cooperativas e recicladores), para que o custo de transporte não onere de

maneira desproporcional ao custo da matéria-prima.

Como demonstrado inicialmente na análise de ambiente natural, o Brasil

é o segundo país que mais recicla PET no mundo. Mesmo atingindo esta

posição, somente 12% da população foi atendida pela coleta seletiva no ano de

2010, com maior concentração na região sul e sudeste do país.

Ainda de acordo com as informações prestadas pelo website

Recicloteca, especializado em questões ambientais e informações sobre

reciclagem, existem em sua página de busca, a mesma atualizada no ano de

2011, um cadastro de aproximadamente 80 cooperativas no estado de São

Paulo que atuam no referido setor, alguns ilustrados no mapa a seguir:

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Mapa de localização de cooperativas de reciclagem - RMC

Imagem 30: Mapa de localização das cooperativas de reciclagem na Região Metropolitana de Campinas. Fonte: Google Maps.

Uma vez identificada onde ficam os principais compradores e

fornecedores, é necessária uma análise da disponibilidade de mão de obra; de

acordo com o Governo do Estado de São Paulo, no ano de 2009 cerca dos

56% dos trabalhadores possuíam mais de 11 anos de estudos, ou seja, tinham

no mínimo o ensino médio completo, e 15% contavam com 15 ou mais anos de

estudo, ou seja, concluíram o ensino superior; vale ressaltar que no Brasil

estes índices foram de 43% e 11%.

Já tratando mais especificadamente do setor de transformação de

plásticos, o estado de São Paulo possui infraestrutura de pesquisa e educação

para o mesmo, como por exemplo, o curso de graduação de Engenharia de

Materiais fornecido pela Universidade de São Paulo – USP, o curso de nível

técnico de Polímeros e Plásticos, este fornecidos pelas FATECs (Faculdades

de Tecnologia) e pelo Colégio Técnico de Campinas e entre outros.

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Em relação às vias de transportes é importante buscar um local em que

a logística seja otimizada, abrangendo modais diferentes, para manter certa

flexibilidade em relação àincidentes ou alterações do ambiente externo.

O Estado de São Paulo possui vias rodoviárias que interligam os

principais mercados produtores e consumidores do país, como por exemplo, as

rodovias Anhanguera (SP-330) que atravessa a Região de Campinas; Dutra

(BR-116) que passa pelo Vale do Paranaíba em direção ao Rio de Janeiro e

Anchieta (SP-270), que liga a capital ao porto de Santos.

Na Região Metropolitana de Campinas encontram-se a D.Pedro I (SP-

065) dando acesso ao Vale do Paranaíba e a rodovia Santos Dumont (SP-075),

que segue rumo a Sorocaba e dá acesso ao Aeroporto Internacional de

Viracopos.

Além da parte rodoviária, que São Paulo conta com cinco aeroportos

(Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte, Viracopos e São José dos Campos).

Dando destaque para o Aeroporto Internacional de Viracopos no que se refere

a transporte de carga, vale ressaltar que o mesmo está passando por um

processo de expansão visando a diminuição da burocracia e tributação para as

empresas importadoras e exportadoras.

Outro ponto de destaque é o acesso a zona portuária de Santos, sendo

este o porto de maior valor exportado e conteinerização do país, também se

encontra o porto de São Sebastião que possui alto movimento de importação

devido ao terminal da Petrobras na região.

O produto final da Sexto Elemento é transportado normalmente via

terrestre, utilizando transportadoras rodoviárias, porém é de grande importância

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a flexibilidade para opções de transporte, uma vez que possa se tornar

necessário a utilização dos mesmos.

Até ao presente momento da análise pode-se perceber que a

infraestrutura do estado de São Paulo favorece uma localização condizente

com as necessidades da empresa. Dando destaque para a região de

Campinas, uma vez que esta se encontra próxima aos fornecedores e

compradores.

Importante comentar que Campinas é a cidade que concentra um terço

da produção industrial do estado de São Paulo, recebendo indústrias de alta

tecnologia e o parque metalúrgico, segundo dados do website Inovação

Tecnológica. Atualmente estão presentes na região 10.000 empresas de médio

e grande porte, sendo esta região considerada a capital do Vale do Silício

Brasileiro.

De acordo com a Lei nº 6.031/88, que dispõe sobre o uso e ocupação do

solo no município de Campinas a planta fabril da Sexto Elemento é

considerada uma “indústria não incômoda”, ou seja, não ocasiona poluição

ambiental, sendo uma vantagem para a fixação da fábrica nesta região.

A prefeitura de Campinas possui leis de incentivos para que empresas

se instalem na cidade, sendo que existem três leis que possivelmente se

enquadram na planta fabril aqui proposta:

Lei 12.471/06 (Empresas em Geral), que propõe redução do

ISSQN, IPTU, ITBI e isenção de taxas e emolumentos, tendo 6 anos de

validade estes benefícios podendo se estender para mais 6 anos;

Lei 12.653/06 (Base tecnológica), que propõe concessão de

incentivos fiscais por até 10 anos.

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Lei 12.928/07 (Compre Campinas), que propõe incentivos fiscais

em forma de concessão de créditos para fins tributários e aumento do repasse

do ICMS pelo estado para Campinas, ou seja, uma porcentagem do ICMS

cobrado retorna à empresa.

Uma vez realizada a análise de localização estratégica, observa-se que

o estado de São Paulo possui condições de abrigar uma empresa do porte da

Sexto Elemento, de uma maneira que os benefícios são mútuos, ou seja,

ganho para a região e para a empresa.

Os incentivos e condições de Campinas levam a conclusão que este é

um bom lugar para fixar a planta fabril. Com isso a fábrica pode aproveitar suas

vantagens de localização para aumento de seu lucro e diminuição de seus

custos, gerando assim uma vantagem competitiva no mercado de produção

têxtil de fios sintéticos.

9.2 Processo logístico de inputs e outputs

O processo logístico proposto para a planta fabril se dá desde a entrada

da primeira matéria-prima a ser transformada (PET reciclado) até a saída do

produto final da empresa, que é a bobina de fios.

Os fornecedores da garrafa PET são as cooperativas disponíveis na

região metropolitana de Campinas, uma vez que a empresa se encontra nesta

localidade. Esta decisão foi feita buscando uma dinamização do processo de

entrega e por diminuição do custo de transporte.

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A empresa contará com o fornecimento de matéria-prima de

cooperativas da região, que atendam às necessidades da mesma, conforme

sua produtividade. Vale ressaltar que diversificação dos fornecedores se dá

pela busca da diminuiçãodo risco de dependência do mesmo.

O processo logístico de input da matéria-prima inicia-se com o

recebimento mensal de fardos de garrafa PET, com peso aproximado de 90Kg

a 120Kg, estes separados por cores, para facilitar o processo de seleção na 1ª

etapa do processo de transformação. Importante expor que a quantidade varia

de acordo com a demanda mensal da fábrica.

Segundo pesquisa realizada com cooperativas da RMC, detectou-se que

o transporte em sua grande maioria é realizado pelas mesmas, de forma que

após o pedido ser realizado é solicitado o prazo médio de 26 dias para envio do

material até a fábrica. Os fardos ficam armazenados em um espaço externo

para logo serem usadas no processo de produção.

Em relação o processo logístico de output, os fios já devidamente

paletizados e estocados aguardam para serem transportado via terrestre para

os compradores. Este procedimento pode ser oferecido em duas opções para o

cliente.

O transporte pode ser realizado via Ex-Works (EXW) em que o

responsável pela retirada do produto é o comprador, ou seja, as bobinas de fios

são retiradas direto da fábrica, com isso oferecendo um preço sem acréscimos

dos valores de transporte, tornando assim o produto mais competitivo.

A outra opção a ser realizado é via Cost, Insurance and Freight (CIF),

em que o responsável pela entrega e integridade do material é da empresa

produtora, neste caso a Sexto Elemento, porém o valor final do produto sofre

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uma alteração, devido à inclusão deste gasto (transporte) por parte da empresa

vendedora.

Vale ressaltar que o processo de transporte em que a empresa arca com

os custos e responsabilidade, será realizado por uma transportadora

terceirizada, uma vez que os custos iniciais para aquisição de caminhões,

manutenção de mão de obra e equipamentos são relativamente altos e o foco

da empresa não se dá na área logística.

Todo este processo será oferecido e negociado com os compradores,

sempre buscando uma maneira de viabilizar financeiramente a compra do

produto.

Em relação a tempo de entrega, custo e transporte dependem da região

em que a empresa compradora se encontra e a data em que o pedido for

realizado, uma vez que este projeto não possui uma planta fabril até o presente

momento, o cálculo exato de custo de transporte não pode ser realizado.

Segue uma simulação para custo de frete baseado em um exemplo de

valor médio da quantidade do pedido, realizado através de dados fornecidos

pela empresa Cocamar.

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Simulação de custo e frete

Imagem 31: Exemplo de custo de frete. Fonte: Transportadora Americana.

9.3 Infraestrutura

Após estudo da localização estratégica e do processo logístico da Sexto

Elemento, foi realizada uma pesquisa com a consultora imobiliária Eliana Ribeiro

Carvalhaes, em que foram expostas as necessidades físicas do projeto.

O estudo resultou em um barracão localizado as margens da rodovia

D.Pedro I, próximo ao bairro Alphaville. O mesmo está situado em um terreno

de área total igual a 25.758,20m², com 4.591,3 m² de área construída. O seu

valor de aquisição é de R$14.000.00,00 ou podendo ser alugado por R$

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20.000,00 mensais. Sua infraestrutura conta com ar condicionado central, com

uma capacidade de 75600 kcal/h. O prédio é alimentado com rede de alta

tensão que permite o uso de maquinários que demandam alta capacidade de

energia. O piso é de concreto polido, com resistência de 3ton/m².

Como medidas de segurança, o mesmo conta com sistema de

iluminação de emergência, distribuídas na área industrial, escritório e portaria.

O forro possui isolamento térmico e sistema de proteção contra incêndio,

hidrantes, pára-raios e esgoto ligado à rede pública.

A área administrativa é composta por cinco salas, sendo uma delas com

banheiro privativo e um banheiro para as demais salas, conforme planta a

seguir:

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Ilustração da planta administrativa

Imagem 32: Ilustração da planta área administrativa.

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O centro de pesquisa e desenvolvimento (2) é uma área destinada a

análise e estudo dos produtos da Sexto Elemento, sendo um dos objetivos o

investimento em novas alternativas sustentáveis para produção têxtil, esta área

tem como foco principal suportar o crescimento da empresa ao longo dos

próximos anos. O centro administrativo (1) deverá alocar todos os

departamentos da empresa, sendo eles devidamente organizados no espaço.

O local conta com uma estrutura de refeitório (3), banheiros (4) e

almoxarifado (5). E uma sala isolada para a presidência (6).

Ilustração da divisão da área de produção

Imagem 33: Ilustração da divisão da área de produção da fábrica.

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Ilustração da implantação do terreno

Imagem 34: Ilustração da implantação do terreno da empresa.

1

2

Limite do terreno

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Já para a área de produção foi definida a seguinte distribuição:

A área de recebimento (1) conta com espaço para descarga e

despaletização dos fardos de garrafa PET, permitindo que os mesmo sejam

transportados pelo empilhadeiristas a área de descompactação (2). Esta última

desrespeita a uma área em que os trabalhadores iram desfazer os fardos e

alimentar a linha de produção de flakes (3).

Após serem produzido, os flakes serão direcionados para uma área de

análise de qualidade (Q1), em que será avaliada a qualidade do material

produzido na primeira fase do processo. Nesta, o material que não estiver

conforme será segregado e posteriormente enviado a comunidades ou

empresas parceiras que darão outra finalidade a esta matéria-prima.

O material aprovado seguirá para uma área de armazenamento

temporário (4), onde será encaminha para a linha de produção de fios (5). Após

ser produzido, o fio passará pelo segundo controle de qualidade (Q2), onde o

material que não atingir os padrões de qualidade da empresa, retornará ao

processo de extrusão.

Finalizado o material será encaminhado a área de embalagem,

paletização e estocagem (6). Neste local ficará até o momento de expedição

(7).

A localização e a estrutura da fábrica permitem um fácil acesso, as

transportadoras, clientes, fornecedores e funcionários. Vale ressaltar que foi

decidido pela locação do espaço, uma vez que a soma de investimentos para

implementação da planta fabril e aquisição do terreno, pode ser inviável neste

momento.

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9.4 Processo produtivo

9.4.1 Processo de transformação da garrafa PET em Flakes

O processo inicial para a produção do fio originada da garrafa PET

reciclada é composto por sua separação, pré-lavagem dupla, moagem,

lavagem, secagem e transformação da mesma em flakes, para dar

continuidade na cadeia de transformação.

Segue a descrição passo a passo do processo:

O processo se inicia com a chegada da matéria-prima entregue pelas

cooperativas, o PET vem acondicionado em fardos com cerca de 90 a 120

quilos, já separados por cores. Após a chegada, são separadas possíveis

impurezas (tais como rótulos soltos e outros materiais) das garrafas PET, que é

realizada manualmente com o auxílio de uma esteira transportadora.

Após passarem por uma pré-lavagem, as garrafas seguem para o

moinho no qual são trituradas originando o flake, com aproximadamente 3/8

polegadas.

Após a trituração o material vai para a lavadora, sendo sua função de

retirar impurezas maiores do mesmo (como terra e areia).

Dando sequência, a matéria em transformação segue para o tanque de

descontaminação, onde serão separadas dos rótulos e tampas restantes.

Por último, os flakes passam por duas secadoras que retiram o restante

da umidade e vai para o silo, local de armazenagem até que sejam enviados

para outra etapa do processo, podendo também ser armazenados em big bag’s

ou outra sacaria de acordo com a necessidade da produção no momento.

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Segue imagem de uma linha de separação, lavagem e moagem da

garrafa PET:

Linha intermediária de moagem de garrafa PET

Imagem 35: Linha de moagem e lavagem da garrafa PET intermediária. Fonte: Site Kie Máquinas

A capacidade produtiva de uma estrutura semelhante à discorrida acima

são de 700 Kg/h com uma granulometria de 3/8 polegadas.

O consumo de água se dá em 3 litros por /kg de material, em relação à

energia consumida, utiliza-se 155Kwa/h e a mão de obra necessária são de2

(duas) pessoas para operação do equipamento e de 2 (duas) a 4 (quatro)

pessoas para seleção do material.

Outra informação importante e de grande relevância para a produção é

que a cada 8 horas trabalhadas sem parar, as facas contidas no moinho

necessitam ser afiadas, sendo que, este equipamento vem junto com o

maquinário citado anteriormente.

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Através de estudos realizados com a Kie, uma das empresas

fornecedoras do maquinário no Brasil, o valor de investimento somente dos

equipamentos são em média de R$ 285.500,00.

Assim como a Kie, é possível encontrar no mercado outros

fornecedores, como Gold Press, Seibt, Plastimax e Bandera. As empresas

fornecem o treinamento inicial para o chão de fábrica e garantem a assistência

técnica quando necessário de acordo com a negociação realizada no processo

de compra do maquinário.

Em relação ao material descartado (tampas e rótulos) no processo de

seleção desta primeira etapa de produção, a Sexto Elemento decidiu por doar

esta matéria-prima para Organizações Não Governamentais (ONGs), com o

intuito de que a mesma seja utilizada em prol de projetos sociais que,

incentivem a reciclagem podendo estes serem utilizados para treinamento e

para criação de produtos alternativos que possam ser revertidos em renda

extra para comunidades carentes.

9.4.2 Processo produtivo do Flake em fios

A segunda etapa de produção é a transformação do flake em fio. Nas

pesquisas realizadas foram observados dois modelos de produção capazes de

atender os objetivos da Sexto Elemento.

O primeiro modelo estudado consiste na transformação do flake em fibra

através da extrusão do mesmo, este processo se dá com a fusão do flake a

uma temperatura de 300ºC. Posteriormente estes são enviados a uma peneira

que possui micro furos, assim gerando a fibra. Após este processo a fibra é

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reunida e passa por um processo de estiragem e termofixação, de forma que

saem molhadas, seguindo para um secador preparando o material para o

processo de fiação.

A primeira etapa do processo de fiação consiste em abrir as fibras que

se encontram em grandes fardos, este acontece na linha de abertura. Na etapa

seguinte as fibras passam por um processo de estiragem e paralelização

dando origem as conhecidas fitas cardadas. Estas por sua vez são

armazenadas de forma circular em latas de formato médio que posteriormente

são enviadas para as passadeiras.

Nesta fase as mesmas sofrerão novamente os processos de estiragem e

paralelização, sendo que nesta é possível misturar mais de um tipo de fibra

caso necessário. Após, são originadas fitas de menor espessura que serão

encaminhadas para as maçaroqueiras.

De forma resumida as maçaroqueiras dão origem a filatórios de menor

espessura conhecidos como pavio, uma vez que neste processo acontece a

primeira etapa de torção da fibra. Já na etapa seguinte é dada a origem a

primeira condição reconhecida de fio, porém não em condição de uso.

Nas conicaleiras as espulas (canilha + fio) sofrem um novo processo de

estiramento e torção, dando origem às roscas (cone + fio). Na etapa seguinte

as roscas sofrem um processo de vaporização, que tem como objetivo

recuperar a umidade do fio perdida no processo de fiar. Por fim, o material

passa por um controle de qualidade, em que é embalado e armazenado.

Pode-se observar que este é um processo complexo, que consiste em

etapas descontínuas. Para cada uma delas há um equipamento diferente,

gerando a necessidade de um ou mais operadores que precisam fazer a

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transferência, preparação de cada um dos equipamentos e entender o

funcionamento dos mesmos.

Outro ponto negativo é a necessidade de espaço físico para dispor o

maquinário. Vale ressaltar que este modelo gera grande quantidade de refugo,

uma vez que as fibras pequenas e irregulares são separadas e eliminadas pela

penteadeira (necessária para construção de um fio de qualidade). Segundo a

Cocamar que possui um modelo semelhante a este, o investimento estimado

para uma linha de transformação para o porte da Sexto Elemento, permeia em

dez milhões de reais.

Processo produtivo Cocamar

Imagem 36: Ilustração do processo de produção da Cocamar. Fonte: Cocamar.

O segundo modelo observado é o mesmo processo utilizado pela

multinacional INVISTA, um dos maiores produtores integrados de polímeros e

fibras do mundo, segundo site da mesma, sendo esta detentora da marca

LYCRA. Também será a concepção utilizada pela Suape, segundo fontes

obtidas pelos fornecedores da mesma.

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O modelo foi projetado pela TMT Machinery INC, empresa especializada

em fabricação de máquinas para produção de fios sintéticos, formada pela

união da Toray Engineering, Murata Machinery and Teijin Machinery

(atualmente Nabtesco). A seguir modelo da estrutura do maquinário:

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Ilustração de maquinário

Imagem 37: Ilustração do maquinário de produção do fio projetado pela empresa TMT Machinery INC. Fonte: Invista.

Neste sistema, a transformação do PETem fio ocorre de maneira

contínua, ou seja, sem interrupções no processo para alimentação das etapas.

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O equipamento possui um estrutura composta por 3 andares. Como

etapa inicial o flake é derretido a partir de uma extrusora (1). O fluído é

bombeado para uma caixa aquecida (2) onde fica armazenado. Nesta o

material é bombeado (3) e transportado por roscas giratórias (4) para uma

espécie de peneira composta por chapas aquecidas com micro furos (5)

formando mono filamentos. Posteriormente o mesmo é direcionado para um

fluxo circular de arrefecimento, onde o fio é resfriado (6).

Na etapa seguinte o fio é lubrificado (7), cortado e aspirado (8) para

passar pelo processo de texturização. Após o filamento é estirado (9), com

intuito de garantir o título e as propriedades do mesmo. Por último o fio é

enrolado em bobinas (10), finalizando o processo produtivo.

Por este processo ser contínuo, ou seja, após a alimentação com flake,

todo o processo ocorre de maneira mecânica, sem necessidade de interrupção

ou interferências humana para alimentação das etapas. É possível evitar,

paradas na linha de produção, falhas de causa humana e possíveis acidentes.

Uma vez que, existe a otimização da produção/tempo, a operação se

torna mais simplificada, o que resulta na diminuição da necessidade de mão-

de-obra (inicialmente a necessidade é de apenas um funcionário por andar).

Outro ponto positivo é que este modelo gera menor quantidade de refugo se

comparado com o primeiro processo apresentado.

A linha produtiva deve ser importada do Japão e montada pela Murata

do Brasil, representante autorizado local, com sede em Itaquaquecetuba - SP

(a 140 Km de Campinas). Durante o processo da montagem ocorre a

transferência da tecnologia e know-how; os funcionários da empresa participam

do processo como parte do treinamento, com objetivo de aprender a fazer

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manutenções na linha. O Start Up também é acompanhado pelo representante,

que entrega o maquinário em pleno funcionamento.

Estes fatores são considerados um diferencial, uma vez que facilitam a

resolução de problemas técnicos para empresas iniciantes.

Considerando todas as vantagens citadas, foi solicitado a Murata do

Brasil o dimensionamento para uma linha com capacidade intermediária. A

linha dimensionada possui uma extrusora com capacidade de produção de 185

a 500 Kg/h, fiação com doze posições de produção de fio e bobinadores.

O valor do investimento é de JPY 210.000.000,00, (R$ 5.142.747,75)

FOB (freeonboard), ou seja, todo custo de transporte aduaneiro do Japão e

impostos referentes à importação é por conta do comprador. Segundo o

representante, a linha vem desmontada e ocupa o volume de dez contêineres,

sendo que o valor contempla a montagem, que é feita pela Murata do Brasil.

Por ter sido projetado especificamente para produção de fios sintéticos,

o modelo se torna mais eficiente para a proposta da Sexto Elemento e este

será o adotado pela mesma.

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9.5 Fluxograma

Ilustração do fluxograma

Imagem 38: Fluxograma do processo produtivo da Sexto Elemento.

9.6 Controle de estoque

A importância de um controle efetivo de estoque em uma empresa, é a

busca pela otimização dos recursos da mesma, de maneira que diminua os

custos de manutenção de estoque. Outro ponto importante são os cálculos

para demanda e pedidos de matéria-prima, buscando uma flexibilidade há

possíveis alterações do ambiente externo e lograr sua vantagem competitiva e

credibilidade perante seus fornecedores e clientes.

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Uma vez que, a Sexto Elemento é uma proposta e não se encontra em

funcionamento, foram simulados através de estudos teóricos os controles de

estoques dispostos a seguir.

Nestes foram simulados dados como, preço médio da matéria-prima em

R$ 10,75 o quilo, com base nos dados fornecidos pela Cocamar; assim como a

projeção de produção para os 12 meses referentes ao ano de 2012.

A planta fabril utilizará para controle e auditoria da estrutura de produção

um sistema em que possa aperfeiçoar a mesma, uma vez que, no primeiro ano

as falhas poderão ser mais recorrentes devido ao processo de adaptação da

equipe com os equipamentos e que a utilização da capacidade produtiva

efetiva dos maquinários poderá não ser atingido.

Para isto será usado o sistema de Total Productive Maintenance (TPM),

que segundo a Comunidade Learn Thiking, que busca a troca de

conhecimentos entre profissionais pela busca da melhoria contínua, este

procura maximizar a performance global dos equipamentos, através da gestão

de seu funcionamento, reparação e intervenções, com a manutenção de um

histórico.

Muitas multinacionais, como por exemplo, Kodak, Harley Davidson,

Pirelli e dentre outras utilizam esta ferramenta, e as mesmas já foram

premiadas pelo Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM), este detentor das

normativas e auditoria da TPM.

A Sexto Elemento possui o objetivo de alcançar a excelência na

produção, com isso adotando a ferramenta citada e buscará trabalhar em 80%

da capacidade produtiva efetiva.

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Outro ponto a ser considerado, foi em relação aos turnos, este será

dividido em duas jornadas de 8 horas cada um, totalizando em 16 horas de

processo produtivo.

9.7 Projeção de produção anual

A projeção de produção anual foi formada levando-se em consideração

uma média de previsão de vendas para os próximos 12 meses do ano de 2012.

Neste foi considerado as sazonalidades ocorridas no mercado têxtil, como por

exemplo, em alguns meses em que a projeção é maior (outubro e novembro)

em virtude de algumas datas comemorativas.

Imagem 39: Cálculo de projeção de produção anual.

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É importante ressaltar que esta é uma previsão considerando alguns

fatores como, por exemplo, a capacidade de produção dosmaquinários e o

período de introdução da empresa no mercado.

9.8 Custos do pedido

Considerando que o custo fixo do pedido inicialmente será o salário do

responsável pela compra, segue valor: R$ 1.500,00. Isso se dá porque a

realização da compra acontecerá na empresa, não demandando outros custos.

O custo do pedido em outros casos pode envolver diversos outros

fatores, porém uma vez que a empresa estará em fase de estruturação,

espera-se que não haja gastos como de deslocamento ou algo do tipo.

9.9 Estoque de segurança

Fornece a quantidade necessária de estoque de matéria-prima que a

empresa necessita ter até o próximo ressuprimento por parte do fornecedor. É

importante frisar que o fator de segurança foi considerado 10% de incerteza por

alguma situação em que a Sexto Elemento possa ficar sem estoque.

Imagem 40: Cálculo do estoque de segurança.

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Considerar para o cálculo anterior:

Fs = Fator de segurança

Lt = Lead time

Pp = Período do Pedido

9.10 Pedido de compra

Expõe a necessidade de compra de mais material.

Imagem 41: Cálculo do volume do pedido de compra.

9.11 Custo de Armazenagem

Este cálculo fornece o custo unitário do estoque.

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Imagem 42: Cálculo de custo de armazenagem para cada R$1,00.

Para o cálculo anterior considere:

Ca: custo de armazenagem

Custo de Manutenção de estoque:

1) Salários;

2) Aluguel;

3) Despesas gerais.

- Considerando que não haverá seguro sobre a mercadoria estocada.

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Valor médio do estoque: previsão de produção anual ( X ) preço médio

de venda.

O preço médio de vendas foi levado em consideração segundo dados

fornecidos pela empresa Cocamar, considerando que este seja igual a R$

10,75.

9.12 Lote econômico

A equação fornece o cálculo ideal do lote de pedido visando a redução

do custo do mesmo. Vale ressaltar que este seria aplicado em uma condição

ideal do processo produtivo, situação que não ocorre com facilidade no

cotidiano de uma empresa.

Imagem 43: Cálculo do lote econômico.

Levar em consideração no cálculo anterior:

Da = Demanda anual

Cp = Custo do pedido

Ce = Custo unitário de estoque

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9.13 Quantidade de pedidos

Este fornece a necessidade de quantos pedidos de matéria-prima serão

feitos em um período de 12 meses, considerando que pedido é feito com base

no lote econômico, não sendo necessariamente aplicável a Sexto Elemento.

Imagem 44: Cálculo no número de pedidos em 12 meses.

Considerar para o cálculo anterior:

D = Demanda anual

Q = Lote econômico de compra

9.14 Lead time

Considerando o lote econômico este cálculo posiciona a empresa qual

seria o lead time ideal dos fornecedores, porém é importante ressaltar que este

não depende da mesma e sim da capacidade de produção e entrega dos

mesmos.

Imagem 45: Cálculo do tempo de entrega.

Como dito anteriormente, estes cálculos são utilizados em um ambiente

ideal, em que sua aplicabilidade nas empresas depende de diversos fatores.

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Além disso, uma pequena variação na demanda gera impacto direto nas

demais variáveis que podem ou não ser aplicáveis em diversos casos, de

forma que os mesmos servem para efeito de análise.

No caso da projeção de produção, que apesar de ter sido prevista

levando-se em consideração a meta de 80% da capacidade produtiva, pode

este ser maior ou menor dependendo de diversos fatores, estes que

automaticamente influenciam diretamente no número de pedidos e

consequentemente no lote econômico.

Através da análise realizada foi possível identificar que grande parte dos

indicadores mostram algumas variações quando comparadas aos estudos

realizados com alguns atuantes do mercado. Exemplo disso é o Lead Time,

que segundo o resultado obtido é inferior se comparado ao tempo médio de

entrega de matéria-prima por parte das cooperativas.

Este indicador também está baseado em um lote econômico de compra

que não é aplicável com a estrutura física definida para empresa, assim como o

número de pedidos,uma vez que, o objetivo da Sexto Elemento é trabalhar com

uma estrutura enxuta.

No entanto espera-se trabalhar com o maior número de pedido possível

condizente com estrutura física da fábrica, levando em consideração os custos

mínimos envolvidos para transporte e armazenagem, e também visando uma

precaução por parte da empresa, caso ocorra dificuldades na captação de

garrafas PET.

Por último é importante ressaltar que a matéria-prima utilizada não

possui impacto direto relacionado aos períodos de sazonalidade, isto porque a

mesma pode ser utilizada para diversos fins.

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9.15 Qualidade

A qualidade é baseada em aspectos mensuráveis que devem servir de

referência para analisar a conformidade entre o que é produzido, com o

objetivo de produção e as expectativas dos consumidores.

Dentro desta análise, se faz necessário o constante controle para que

não haja nenhuma lacuna, entre o que se produz e o que o mercado necessita,

estando acima do mínimo exigido pelos órgãos de controle de qualidade e

normas técnicas.

Em particular no âmbito da produção têxtil, algumas características

técnicas do fio são imprescindíveis para que a qualidade mínima do produto

final seja garantida, dessa forma é possível explicar de forma mais concisa as

quatro etapas da definição da conformidade à especificação.

9.15.1 Definir as características de qualidade

A seguir as características de qualidade:

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Características de qualidade

Funcionalidade Pureza, Resistência, Torção, Regularidade e Título.

Aparência

Os fios em sua grande maioria são semelhantes quanto a

sua aparência, mas podem ser diferenciados pela sua forma

de torção, que pode ser em forma de S ou Z, e pela sua

coloração final. Isso não influência na qualidade do produto.

Confiabilidade

Através da certificação da utilização de matéria-prima

descontaminada.

Durabilidade Resistência a trama para produção do tecido

Recuperação

Reciclagem do fio ou reutilização em outros processos

produtivos.

Contato Conhecimento técnico da equipe de vendas.

Tabela 16: Características de qualidade.

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9.15.2 Decidir como medir as características

Variáveis Atributos

Funcionalidade

Pureza: através do controle de análise da mistura da matéria-prima (PET), assim como o controle de material reciclado (flake). Torção: é calculado através da fórmula –

,

em que, = fator ou coeficiente de torção, e Ne = título do fio. Título: refere-se à massa (em gramas) por comprimento (em metros), que tem relação com sua espessura, de forma que maior é a massa e o comprimento do fio, maior é a sua espessura. A obtenção do título se dá a partir da seguinte fórmula: m x k = c x T ;em que: m: peso do fio em gramas k: valor constante segundo tabela c: comprimento do fio em metros T: título do fio Resistência / Regularidade Serão analisados em laboratório através de equipamentos especializados.

Pureza: contaminada ou descontaminada. Regularidade: uniforme ou disforme. Resistência: resistente ou frágil.

Aparência Modo de Torção: S ou Z Coloração: verde claro ou banco.

Coloração: certo ou errado

Confiabilidade Contaminação: através do índice de impureza da matéria-prima.

Contaminação: contaminado ou puro.

Durabilidade Será controlado através da comparação entre os índices de resistência e torção do fio.

Resistente ou Frágil

Recuperação Controle do descarte de material e devolução dos clientes.

Alto, médio ou baixo

Contato Através de pesquisa de satisfação realizada com os clientes.

Ótimo, bom ou ruim.

Tabela 17: Definição da medida das características.

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9.15.3 Estabelecer os padrões de qualidade

Para definir os padrões de qualidade do produto em questão, foram

utilizadas as normas para o setor têxtil, segundo diretrizes da ABNT, que se

resumem as seguintes10:

ABNT NBR 13371:2005 – Materiais Têxteis (referente à espessura do

fio).

Diz respeito à determinação da espessura de materiais têxteis, quando

submetidos a certa pressão.

ABNT NBR 15291:2005 – Filamentos Têxteis (referente à determinação

do número de filamentos em fios ou tecidos multifilamentos)

Especifica os métodos para a determinação do número de filamentos em

fios ou tecidos constituídos de fios multifilamentos manufaturados, de fibra

artificial ou sintética.

ABNT NBR 13583:1995 – Material Têxtil (referente à análise qualitativa)

Prescreve o método para identificação de fibras em produtos têxteis,

utilizando técnicas físicas, químicas e microscópicas.

ABNT NBR 13401:1995 – Fio de filamento texturizado

Esta norma define os termos para os fios de filamento texturizado.

9.15.4 Controlar a Qualidade frente aos padrões

Para um efetivo controle, manutenção e melhoria constante na

qualidade, ferramentas foram desenvolvidas com o passar dos anos a partir da

10

Extração de Lista de Normas sem Revisão – Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), encontrada no website www.abnt.com.br.

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necessidade de constantes transformações nas linhas de produção. Atividades

sequenciadas que possam ser auditadas, controladas e padronizadas dentro

dos requisitos mínimos, que devem obedecer ao que as ferramentas de

qualidade mostram como exemplo a ser melhorado, fazem com que as

possíveis falhas sejam entendidas desde seu início, evitando assim

reincidência.

Assim é possível citar as seguintes ferramentas propostas para

implantação na empresa Sexto Elemento:

9.15.5 PDCA (Plan, Do, Check, Act), na síntese, busca solucionar um

possível problema

Na Sexto Elemento, sua aplicação consiste no acompanhamento dos

processos (produtivo, logístico e administrativo), pelos responsáveis das

equipes envolvidas nas referidas atividades avaliadas. Esse acompanhamento

permite a identificação rápida de alguma irregularidade no processo, as causas

dessa irregularidade e um possível plano de ação, que deverá ser avaliado em

conjunto com os colaboradores diretamente ligados ao processo.

Além de planejar é fundamental colocar em prática as ações propostas e

treinar quem as fará assim como determinar os colaboradores responsáveis

pela execução das mesmas, dentro dos moldes programados no planejamento.

Com o plano de ação realizado, os responsáveis pelas áreas envolvidas

devem monitorar e acompanhar os resultados e compará-los com o que foi

planejado e o que se deve de fato ser realizado, através de análises e

relatórios descritivos;

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Se as ações forem eficazes, a empresa deverá mantê-las em execução,

caso contrário será necessária a revisão do planejamento, com uma nova

avaliação por parte dos responsáveis das áreas e colaboradores diretamente

envolvidos com a situação-problema.

Desta forma utilizando a ferramenta que busca trazer uma melhoria

constante nos processos, tem como resultado, a diminuição da possibilidade de

ocorrência de falhas, lacunas e retrabalhos.

9.15.6 KOSU

É uma ferramenta utilizada em paralelo ao PDCA, que tem como

objetivo principal servir de indicador visual para o controle de produção e de

falhas, permitindo assim melhor eficiência produtiva.

O KOSU será trabalhado em toda a extensão do processo produtivo,

visando identificar possíveis falhas e possíveis melhorias nos processos. As

etapas produtivas terão indicadores de KOSU independentes que permitam

aos gerentes controlar o nível de produtividade de cada trabalhador.

9.15.7 5W2H

Outra ferramenta amplamente reconhecida e utilizada por indústrias de

diversos setores é o 5W2H, que também é utilizado com finalidade investigativa

para análise de problemas.

A ferramenta será utilizada quando detectadas falhas em cada uma das

etapas do processo produtivo bem como em seu produto final. Apesar de ser

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uma ferramenta simples, essa pode ser facilmente utilizada pelos

colaboradores de chão de fábrica permitindo assim uma reação em tempo hábil

evitando grandes paradas de linha ou perda de matéria-prima.

Vale ressaltar que quando necessário a mesma poderá ser utilizada nas

áreas

9.15.8 ISO 9001 E ISO 14001

Uma das certificações mais conhecidas entre as indústrias de produção

de fio têxtil é a ISO 9001 para a fabricação de fios, que engloba a origem do

algodão, fibras artificiais, sintéticas e misturas entre si. Para a certificação da

ISO, é necessária a realização de seis procedimentos: Procedimentos de

Controle de Documentos, Procedimento de Controle de registros,

Procedimento de Auditoria Interna, Procedimento de Controle de Produto Não

Conforme, Procedimento de Ação Corretiva e Procedimento de Ação

Preventiva.

Para alcançar determinadas exigências, a empresa trabalhará seus

processos e procedimentos internos, a fim de serem auditados respeitando o

objetivo da melhoria contínua.

Não somente a conquista da certificação é importante, mas também sua

manutenção, pois ela torna-se um diferencial competitivo no mercado de

atuação.

Já a certificação da ISO 14001 atesta que a empresa utiliza-se de

processos e normas que buscam diminuir os impactos ambientais nas suas

atividades produtivas. Neste caso, pode-se traçar como objetivo a certificação a

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partir das rotinas estruturadas e contando com parceiros que possuam a

mesma visão de minimizar impactos ambientais.

A preocupação com a utilização de processos menos impactantes ao

meio ambiente no que diz respeito à produção têxtil como um todo, mostra-se

fundamental, uma vez que os impactos não se restringem apenas a poluição

causada em sua produção, mas também consumo de energia, água,

capacidade de reuso, entre outros.

Dessa forma, a análise feita no processo produtivo do algodão mostra

que é necessário o uso de inseticidas e pesticidas (que pode provocar

problemas pulmonares a quem os administra e também contaminação do solo

e da água), elevado consumo de energia nos combustíveis de máquinas e

tratores e utilização de água para irrigação. Todas essas necessidades trazem

impactos ao meio ambiente, impactos estes que são minimizados na produção

de fio a partir do PET reciclado.

Por fim, ao longo da evolução do processo produtivo e do consequente

aumento de sua complexidade, as ferramentas de controle deverão ser revistas

e adequadas para manter assim o padrão de qualidade exigido pelo mercado e

definido como meta pela Sexto Elemento.

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10 PLANO DE RECURSOS HUMANOS

10.1 Declarações institucionais

O estabelecimento e ampla disseminação das declarações institucionais

de toda e qualquer empresa são fundamentais, para que todos os

colaboradores possam saber como e o porquê de se fazer as atividades da

melhor forma, com a qualidade que a empresa busca. Uma linguagem simples

e objetiva mostra para toda a toda organização, o senso comum para o

sucesso no mercado de atuação. Sendo assim, as declarações institucionais

para a Sexto Elemento serão:

- Missão: (o que e para quem a organização se propõe a fazer):

Oferecer uma opção de matéria-prima alternativa para produção de

tecidos, considerando a tendência de mercado voltada para o aumento do

consumo sustentável, na forma de venda de fios para tecelagem à empresas

produtoras de tecido para vestuário.

- Visão: (o futuro desejado pela organização):

Tornar-se referência na produção de fio para indústria têxtil através de

fontes limpas e renováveis, construindo assim uma consciência de

responsabilidade ambiental.

- Valores: (quais princípios, conceitos e crenças a organização utilizará

para alcançar seus objetivos):

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 210

Transparência, qualidade do produto e processo produtivo, compromisso

com a sustentabilidade e ética nas relações entre colaboradores, fornecedores

e clientes.

- Objetivo: (alvos a serem atingidos pela empresa)

Possuir participação significativa no mercado de produção do fio têxtil a

partir de fontes ecologicamente corretas e renováveis. Desenvolver novas

técnicas de melhor utilização das matérias-prima. Disseminar o conceito de

sustentabilidade no âmbito têxtil.

10.2 Força motriz

A Força Motriz é o conceito que move a empresa, a partir do que foi

definido por ideologia nas declarações institucionais. No caso da Sexto

Elemento, o conceito que move a mesma é a produção ecologicamente

correta. Desenvolver fio para produção têxtil, utilizando fontes limpas e assim,

colaborar com a preservação do meio ambiente na diminuição da quantidade

de garrafas PET que são descartadas após o consumo.

10.3 Descrição de cargos e salários

Os funcionários das áreas administrativasde operações e logística (que

são as áreas ligadas à atividade fim da empresa) serão contratados por regime

da Consolidação das Leis Trabalhistas, em formato de tempo indeterminado.

As demais contratações (limpeza, segurança patrimonial e alimentação) serão

realizadas através de empresas terceirizadas, sendo que seus contratos

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possuirão tempo determinado de duração, conforme termos acordados, que

normalmente vigoram pelo período de um ano.

Porém em ambos os casos os empregados possuem os direitos

previstos na CLT e leis esparsas, sendo que, para os de prazo determinado,

em menor número, tais como, FGTS, férias, 13º salários, e adicionais legais

(periculosidade e insalubridade quando exigido da função exercida).

A empresa terá seu horário de expediente dividido da seguinte forma:

Funcionários da Área Administrativa – de segunda a sexta, das 9h20 às

18h, sendo 8,8 horas/dia trabalhadas com mais 1 hora para refeição,

totalizando 44 horas semanais.

Funcionários da Área Produtiva – de segunda a sexta, das 6h às 22h,

sendo divididos em dois turnos conforme descrição abaixo, trabalhando 8

horas/dia com 1 hora para refeição, totalizando 40 horas semanais.

Produção: dois turnos:

Turno 1 – 6h às 14h20 – sendo 8,8 horas de produção mais 1 hora de

refeição.

Turno 2 – 12h20 às 22h – sendo 8,8 horas de produção mais 1 hora de

refeição.

Limpeza – Por se tratarem de três funcionários, a escala será:

Limpeza 1 – de segunda a sexta, das 8h20 às 17h;

Limpeza 2 – de segunda a sexta, das 9h20 às 18h;

Limpeza 3 – de segunda a sexta, das 11,20h às 20h;

Portaria – de segunda a sexta, das 8h20 às 17h;

Vigilância – de segunda a sexta, das 11h20 às 22h.

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Em todos os casos dos terceirizados, 8,8 horas trabalhadas mais 1 hora

para refeição, totalizando 44 horas semanais.

10.4 Funcionários contratados pela Sexto Elemento

Título do cargo: Gerente Geral;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração mensal bruta: R$ 5.000,00;

Subordinados: supervisores de produção e administrativo;

Função principal: gerenciar as ações estratégicas da empresa;

Tarefas realizadas: assinatura de contratos, controle de contratações,

desenvolvimento de estratégias para o mercado de atuação, representação da

empresa perante sindicatos, reuniões, convenções e feiras;

Qualificação: ensino superior completo, desejável especialização em

Administração Estratégica ou Produtiva;

Competências necessárias: pensamento estratégico, visão global,

relacionamento interpessoal, análise da conjuntura e foco em processos

produtivos e administrativos.

Área administrativa:

Título do cargo: Gerente Administrativo;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração mensal bruta: R$ 3.500,00;

Departamento: administrativo;

Subordinados: auxiliares administrativos;

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Função principal: gerenciar todos os processos das áreas

administrativas, como contratos, compras, relacionamento com funcionários,

fornecedores, áreas financeiras e de marketing. Apoiar nos processos e

decisões das áreas descritas;

Tarefas realizadas: controle de compras, consulta às contratações,

direcionamento para decisões administrativas, contatos com fornecedores e

supervisão financeira;

Qualificação: ensino superior completo, com especialização em gestão

de pessoas e recursos;

Competências necessárias: estrategista, conciliador, bom

relacionamento interpessoal, gestor de conflitos, visão tática sobre as decisões

estratégicas tomadas pela gerência geral.

Título do cargo: Auxiliar Administrativo;

Quantidade de funcionários: 6;

Remuneração bruta: R$ 1.500,00;

Departamentos: marketing, recursos humanos, compras, contas a pagar,

contas a receber e contabilidade.

10.4.1 Auxiliar de marketing

Função principal: apoiar o gerente administrativo no desenvolvimento

das atividades associadas a comunicação e marketing. Realizar estudos de

concorrência, análise de campanhas de comunicação, desenvolvimento de

estudos de potencial de mercado, controle de investimento de verbas,

planejamento, controle e organização de eventos e dentre outras atividades.

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Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em marketing, Comunicação Social com habilitação

em publicidade e propaganda ou Publicidade e Propaganda.

10.4.2 Recursos humanos

Funções principais: dar suporte ao gerente administrativo nas atividades

voltadas ao departamento de RH. Auxiliar no desenvolvimento do programa de

endomarketing da empresa, estruturar a descrição de cargo de todos os

colaboradores, auxiliar os colaboradores nas questões que envolvam

documentação para contratação ou outras finalidades, além de outras.

Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia.

10.4.3 Compras

Funções principais: auxiliar o gerente administrativo na estruturação de

um departamento de compras com finalidade estratégica de competitividade

baseada no fortalecimento da empresa com seus fornecedores. Será

responsável por estruturar um sistema de concorrência na empresa, criar uma

carteira de clientes, formatar um sistema de avaliação de fornecedores; dentre

outras.

Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia.

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10.4.4 Contas a pagar

Funções principais: deverá auxiliar o gerente administrativo na

operacionalização dos pagamentos e controle dos gastos da empresa.

Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia.

10.4.5 Contas a receber

Funções principais: controle e administração do recebimento dos títulos

da empresa.

Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia.

10.4.6 Contabilidade

Funções principais: auxiliar o gerente administrativo nas questões fiscais

e financeiras, dando suporte aos responsáveis por contas a pagar e receber.

Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de

Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia.

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10.4.7 Área produtiva

Título do cargo: Gerente de Produção;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração bruta R$ 4.200,00;

Departamento: operações e logística;

Subordinados: supervisores de produção;

Função principal: gerenciar o processo produtivo como um todo.

Tarefas realizadas: verificação das rotinas de produção desde o

recebimento da matéria-prima até expedição, fiscalizar o cumprimento das

normas de segurança, cuidar dos processos de manutenção da qualidade

contínua no processo produtivo e gerenciamento do controle de estocagem até

a expedição.

Qualificação: superior completo em Administração de empresas com

especialização em Gestão da Produção, Engenharia de Produção têxtil ou

Logística.

Competências necessárias: conhecimentos técnicos do processo

produtivo têxtil; controle da qualidade do processo produtivo e logístico da

empresa; implantação e garantia de aplicação da filosofia Kaisen e PDCA.

Título do cargo: Supervisores de Produção;

Quantidade de funcionários: 2;

Remuneração bruta R$ 2.600,00;

Departamento: operações e logística;

Subordinados: auxiliares de produção;

Função principal: supervisionar todo o processo de produção;

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Tarefas realizadas: controle do recebimento e armazenagem da matéria-

prima, utilização dos maquinários e seus devidos equipamentos de segurança,

controle de expedição;

Qualificação: superior completo em Administração de empresas com

especialização em Gestão da Produção; Engenharia de Produção têxtil ou

Logística;

Competências necessárias: conhecimento técnico em processos

produtivos têxteis, controle de produção, armazenagem e controle de estoque,

controle de qualidade.

Título do cargo: Auxiliares de Produção;

Quantidade de funcionários: 14;

Remuneração bruta R$ 1.300,00;

Departamento: operações e logística;

Subordinados: não há;

Função principal: controle e manutenção do maquinário responsável

pela produção do flake e do fio a partir do PET reciclado;

Tarefas realizadas: captação da matéria-prima na área de

armazenamento, alimentação do maquinário para produção, acompanhamento

do processo produtivo, retirada do produto final, armazenagem do fio e controle

de estocagem;

Qualificação: ensino médio completo ou técnico em tecelagem;

Competências necessárias: conhecimento técnico em processos

produtivos têxteis, conhecimentos básicos em estoque.

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Título do cargo: Técnico em Segurança do Trabalho;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração bruta: 1.300,00;

Departamento: operações e logística;

Função principal: manutenção e controle da segurança no trabalho;

Tarefas realizadas: treinamentos, fiscalização de equipamentos, rotinas

de trabalho, controle de atividades que incidam grau de atenção quanto a

integridade física do trabalhador;

Qualificação: ensino médio completo com técnico em segurança do

trabalho;

Competências necessárias: conhecimentos técnicos de EPI’s, normas e

legislações de segurança e didática para treinamentos.

Título do cargo: Gerente de Engenharia Têxtil;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração bruta: R$ 3.000,00;

Departamento: engenharia têxtil e qualidade;

Subordinados: assistente de produção têxtil;

Função principal: gerenciar o processo de engenharia fabril da produção

do fio;

Tarefas realizadas: acompanhamento dos processos produtivos,

planejamento e controle de tecnologias utilizadas na produção;

Qualificação: ensino superior completo em Engenharia de Produção ou

Engenharia têxtil;

Competências necessárias: conhecimento do processo produtivo do fio a

partir do PET reciclado.

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 219

Título do cargo: Assistente de produção Têxtil;

Quantidade de funcionários: 1;

Remuneração bruta: R$ 950,00;

Departamento: engenharia;

Subordinados: não há;

Função principal: auxiliar o gerente de engenharia de produção têxtil no

desenvolvimento e controle de técnicas de produção;

Tarefas realizadas: acompanhamento dos processos produtivos,

desenvolvimento de relatórios de avaliação e ocorrências na produção;

Qualificação: cursando ensino superior em Engenharia Têxtil ou

completo;

Competências necessárias: conhecimento básico do processo produtivo

têxtil.

Título do cargo: Técnico de Qualidade;

Quantidade de funcionários: 4;

Remuneração bruta: R$ 1.700,00;

Departamento: produção;

Subordinados: auxiliares de produção;

Função principal: gerenciar a produção do flake e do fio, fazendo com

que o produto tenha a qualidade exigida pelas Normas Técnicas, conforme

descrição no capítulo de Gerenciamento da Qualidade;

Tarefas realizadas: testes contínuos nos lotes de produção, análises,

treinamentos e supervisão do processo produtivo em todas suas etapas, bem

como na estocagem dos produtos e matérias-prima;

Qualificação: ensino técnico especializado em controle de qualidade;

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Competências necessárias: conhecimentos técnicos e experiência com

fio têxtil.

Total de funcionários: 40.

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Organograma

Imagem 46: Organograma da Sexto Elemento

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10.5 Terceirizados

Segundo dados do Ministério do Trabalho, a carga tributária que incide

sobre o contrato com o funcionário regularmente registrado conforme a

Consolidação das Leis do Trabalho gira em torno de 65% do salário bruto pago

ao colaborador. Dessa forma, a solução encontrada pelas organizações para

diminuir os custos com os funcionários que não estão ligados à atividade fim da

empresa é a terceirização da mão de obra.

Nesse caso, a Sexto Elemento opta pela terceirização dos serviços

referentes à refeição dos funcionários, segurança patrimonial, limpeza e

empilhadeiristas.

10.5.1 Alimentação

No que diz respeito à refeição, o contrato a ser realizado será com a

empresa Casa da Mistura Comércio de Alimentos, localizada no Jardim

Flamboyant e que dispõe do serviço de entrega de alimentação pronta aos

funcionários, contando com entregas em horários pré-estabelecidos, pelo valor

unitário de R$ 9,50, devendo apenas à Sexto Elemento a disponibilização de

uma cozinha tanto para seus funcionários como para os terceirizados.

10.5.2 Segurança patrimonial

Já para a segurança patrimonial, o contrato com a empresa Gocil

Tecnologia e Segurança e Automação oferece serviços como vigilância

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patrimonial, portaria, prevenção e combate a incêndios e projeto de segurança

integrada.

Os funcionários da Gocil são treinados para execução das tarefas

pertinentes ao controle de acesso e vigilância patrimonial, mas também são

reportados ao setor de Recursos Humanos da Sexto Elemento, através do elo

com o responsável pela equipe de segurança, para atualização e manutenção

das informações pertinentes a rotina de trabalho exercida pelos terceirizados,

como apresentação dos novos funcionários, fornecedores, clientes e possíveis

alterações nas relações de trabalho dentro da empresa.

Desta forma, o valor cobrado pela empresa para a disponibilidade de 2

funcionários, sendo 1 porteiro e 1 vigilante, com comunicação via rádio Nextel

será de R$ 24.124, 34 / ano, considerando substituição imediata em caso de

falta ou qualquer outro tipo de situação que possa ocorrer a ausência de algum

dos funcionários. O contrato, férias, pagamento de benefícios, uniforme e

adicionais é realizado entre a Gocil e o funcionário, restando à empresa

contratante apenas o oferecimento da refeição e do vestiário/WC para a troca

de uniforme.

10.5.3 Limpeza e higiene

A manutenção da limpeza na Sexto Elemento, tanto na parte

administrativa, produção e estoqueé de responsabilidade da empresa

Conservadora Dom Pedro, que disponibiliza funcionários capacitados para a

execução da limpeza e higiene. A disponibilidade de 3 funcionários, no período

de funcionamento da empresa terá o custo de R$ 4.800,00 /mês, estando

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incluso neste valor contratual todos os produtos e utensílios necessários para a

realização do trabalho pelos funcionários.

Também fica sob responsabilidade da Conservadora Dom Pedro o

pagamento e substituição (caso necessário) dos funcionários em virtude de

falta ou afastamento.

10.5.4 Empilhadeiristas

Deverá ser considerado além destes a contratação de

08empilhadeiristas, em regime de contrato, em um sistema de locação de mão

de obra e equipamento. Para tanto a empresa terceira, será responsável tanto

pela administração dos prestadores de serviço como do maquinário que estes

operarão. Esta decisão leva em conta fatores relacionados a custos com

manutenção de equipamento, encargos trabalhistas e outros.

Total de terceirizados: 12

10.6 Treinamento e capacitação de mão de obra

O treinamento da equipe de produção é oferecido pela empresa

responsável pela venda e instalação do maquinário utilizado no processo

produtivo da produção do flake e do fio. Este treinamento é realizado no

momento da implantação do maquinário e também periodicamente, na

contratação de novos colaboradores atuantes na linha de produção, como

parte do processo de melhoria constante do processo produtivo.

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Já para a parte administrativa, o treinamento de rotinas administrativas

são constantes e oferecidos pela coordenação de área.

Para os terceirizados, as empresas contratadas são responsáveis, por

determinação em contrato, da manutenção de treinamento e capacitação dos

funcionários de acordo com as necessidades da empresa contratante, no caso,

a Sexto Elemento.

Além do treinamento operacional, a organização pode avaliar a

necessidade de treinamento, com objetivo de alinhar os esforços junto às

declarações institucionais definidas pela Sexto Elemento. O programa de

treinamento é determinado a partir das necessidades identificadas em quem

deve ser treinado, como, em que, por quem, onde, quando e qual objetivo

deste treinamento.

E finalmente, a avaliação do treinamento deve ser realizada tanto pelo

funcionário treinado, como por seu supervisor direto e por quem for o

responsável em oferecer o mesmo treinamento, para que possíveis falhas ou

melhorias sejam consideradas para um próximo programa de treinamentos,

quando necessários.

A avaliação deve considerar os investimentos, os resultados obtidos e as

melhorias consideradas e atingidas.

Importante ressaltar que os colaboradores dos cargos Auxiliares

Administrativos como Auxiliares de Produção serão treinados no estilo job

rotation, para que, na ausência de um funcionário, outro, de mesmo cargo,

tenha conhecimentos básicos para dar suporte a área, evitando assim gaps e

perda de tempo com treinamento para suprir tal ausência.

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10.7 Aplicação das técnicas de recursos humanos na organização

O organograma da Sexto Elemento conta com um colaborador

responsável pela disseminação das informações e aplicação das técnicas de

recursos humanos na organização.

Como parte das ações, pode-se considerar o relacionamento com o

Sindicato das Indústrias Têxteis (Sinditêxtil), informações sobre férias,

treinamentos, reuniões, escala de trabalho e folga, pagamento de salário e

benefícios (Vale Transporte e assistência médica Unimed Paulistana).

Além das técnicas acima descritas, ações como exames admissionais,

periódicos (realizados por um profissional que possua registro no Conselho

Regional de Medicina, liberando assim ao funcionário o Atestado de Saúde

Ocupacional), integração de novos colaboradores, normas e procedimentos,

socialização, confraternizações, comunicação interna, recebimento e controle

do uso do uniforme e equipamentos de proteção individual (EPI, quando a

função lhe exigir o uso).

Mais do que isso, o responsável pelo RH da Sexto Elemento é o elo do

colaborador com a alta gerência, na forma de mediar possíveis conflitos que

possam existir, como alterações de salário, escala de trabalho, nomeações ou

promoções e até mesmo o desligamento do colaborador, quando de sua

ocorrência.

O desligamento de qualquer um dos funcionários será sempre

acompanhado pelo responsável do RH da empresa e pelo Gerente

Administrativo, sempre com o aval do Gerente Geral. O funcionário, desligado

tanto por vontade própria como por vontade da empresa é submetido ao exame

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demissional (também realizado por um profissional registrado no CRM), baixa

do registro de contrato de trabalho na Carteira de Trabalho e Previdência

Social e o acerto dos valores a receber é realizado perante um representante

do Sindicato das Indústrias Têxteis, ao qual todos os funcionários da Sexto

Elemento devem ser filiados, para que lhe sejam assegurados todos os direitos

previstos na Lei.

Caso o funcionário tenha recebido uniformes e EPI’s, estes serão

devolvidos mediante emissão de recibo de entrega dos materiais.

10.8 Tecnologias e tendências

A capacitação da mão de obra é fundamental para que as empresas

consigam se estabelecer no mercado. Além disso, uma barreira que dificulta a

estabilização das indústrias no setor é a falta de pessoal treinado para a

operacionalização da produção.

Assim, como uma das medidas para minimizar o impacto dessa carência

de mão de obra, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) em

parceria com a Polo TecTex firmaram um convênio desde 2006, no qual

viabilizam a capacitação da mão de obra, tendo principalmente como alvo as

cidades de Sumaré, Santa Barbara D’Oeste, Nova Odessa, Americana e

Hortolândia.

A grande preocupação com a capacitação desta mão de obra é

justificada, segundo Nilza Tavoloni, diretora regional da Ciesp (Centro das

Indústrias do Estado de São Paulo).O setor têxtil sofrerá com a ausência de

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mão de obra qualificada, principalmente por conta do crescimento do mercado

consumidor.

Visando tal “gargalo”, o SENAI investe, não somente na região do

interior paulista, mas também nas regiões nordeste e centro-oeste, em cursos

de qualificação tanto na área têxtil como de confecção.

Segundo o Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, a

escassez de pessoal é reflexo da evolução tecnológica na indústria. As

empresas estão aderindo às novas tecnologias e muitas vezes, os

trabalhadores não acompanham o ritmo das mudanças. De acordo com a

entidade, a falta de atualização profissional se dá, em grande parte, não pelo

desinteresse do trabalhador, mas sim pela escassez de cursos técnicos e

superiores voltados ao setor têxtil e de confecção.

10.9 Recrutamento e seleção

A contratação de mão de obra, principalmente para a área operacional

da empresa, exige certo rigor para que a contratação seja feita de forma eficaz.

Desta forma, o processo de recrutamento e seleção é realizado pelo

responsável da área de recursos humanos, com o suporte do Gerente

Administrativo.

As vagas serão divulgadas no próprio website da Sexto Elemento, bem

como em jornais populares, no caso de cargos mais especializados, como os

da área de produção.

Todos os curriculums vitae serão recebidos apenas via site, de forma

que será feita uma pré-seleção dos candidatos. Também será aceita a

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recomendação feita pelos atuais funcionários da empresa, mas de forma que o

processo de seleção seja uniforme e igualitário. Os curriculums descartados

por ora, ficarão armazenados no banco de dados da empresa, para futuros

processos seletivos e contratações.

A continuidade do processo seletivo se molda conforme o cargo

disponível, sendo realizados testes práticos, dinâmicas de grupo e análise de

perfil como fatores de recrutamento e seleção de novos colaboradores.

10.10 Equipamentos de proteção individual e coletiva

A utilização de Equipamentos de Proteção Individual, quando exigido

pela função desempenhada pelo colaborador é obrigatória, segundo a Lei 6514

de dezembro de 1977 e que figura o capítulo V da Consolidação das Leis

Trabalhistas, o qual estabelece a gratuidade no fornecimento dos EPI’s em

suas perfeitas condições. É necessário também que os equipamentos estejam

de acordo com a Norma Regulamentadora n.6 e pelo INMETRO e que

possuam na sua identificação o Certificado de Aprovação do Ministério do

Trabalho (CA).

Além da disponibilidade dos EPI’s, a organização tem como dever

proporcionar o treinamento para a correta utilização dos equipamentos, bem

como sua higiene, preservação, manutenção e reposiçãoquando necessária.

Os EPI’s podem ser tanto de uso individual como de uso coletivo,

conforme a necessidade e destinação do uso. No caso da Sexto Elemento, o

uso é feito pelos funcionários da linha de produção (Gerente,

Supervisores,Auxiliares de Produção e Operadores de Empilhadeira),

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 230

funcionários da limpeza e vigilância (nesses casos, por serem funcionários

terceirizados, as próprias empresas contratadas são obrigadas a disponibilizar

os equipamentos, conforme cláusulas contratuais).

Dentre os existentes, a Sexto Elemento trabalhará com os seguintes

EPIs:

- Protetores auriculares, óculos de proteção contra partículas, protetor

facial e protetores de pele contra a ação de produtos químicos em geral, luvas

de proteção, mangotes, calçados de segurança, máscara de proteção, calça,

blusão, creme bloqueador solar FPS 30 e capa de chuva.

Já em relação aos equipamentos de uso coletivo, é possível citar o uso

do colete de segurança, item de grande importância para a segurança do

trabalhador e de seus colegas, assim como os de proteção individual.

10.11 Objetivos de recursos humanos

Como objetivos a serem traçados após a análise da área de gestão de

pessoas,a Sexto Elemento buscará um referencial interno, na figura do

representante da área de Recursos Humanos. Ele será o elo entre os

funcionários e a alta administração da empresa, além de ser também a ligação

com seus direitos e deveres assegurados na Consolidação das Leis

Trabalhistas. O RH será fundamental para o bom desenvolvimento das

atividades da empresa, através da capacitação e desenvolvimento das

pessoas.

O que: implantação e desenvolvimento da cultura organizacional da

empresa;

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ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 231

Quando: 6 meses;

Quem: funcionários das áreas administrativa e produtiva;

Como: ações de endomarketing, treinamento e capacitação;

O que: controle do baixo índice de turnover da empresa;

Quando: 1 ano;

Quem: funcionários das áreas administrativa e produtiva;

Como: incentivos, condições salubres de trabalho, pesquisa de clima

organizacional e avaliações de desempenho.

10.12 Estratégias de recursos humanos

Para que os objetivos traçados sejam atingidos da maneira esperada, as

estratégias a serem adotadas serão:

Objetivo 1 - Implantação e desenvolvimento da Cultura organizacional

da empresa.

Estratégia 1.1 – reforço contínuo utilizando-se do endomarketing para

conscientização dos colaboradores;

Estratégia 1.2 – treinamentos e simpósios;

Objetivo 2 - Controle do baixo índice de turnover da empresa;

Estratégia 2.1 – aplicação da metodologia do Kaisen em todos os

processos objetivando a melhoria contínua de processos e consequentemente

do clima organizacional;

Estratégia 2.2 – realização de pesquisas de clima organizacional.

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10.13 Plano de ação

Objetivo 1.0 – Implantação e desenvolvimento da cultura organizacional da

empresa.

Estratégia 1.1: reforço contínuo utilizando-se do endomarketing para

conscientização dos colaboradores.

Ação 1.1.1: desenvolver um programa de endomarketing.

Departamentos de

Recursos Humanos

e Marketing

Ação 1.1.2: estruturar um cronograma anual de eventos

internos, com o objetivo de difundir a cultura da

organização.

Departamentos de

Recursos Humanos

Ação 1.1.3: desenvolver uma metodologia de aculturação

dos funcionários.

Departamentos de

Recursos Humanos

Ação 1.1.4: desenvolver balanço social da organização e

expor de forma clara para todos os colaboradores.

Departamentos de

Recursos Humanos

Estratégia 1.2: treinamentos e simpósios.

Ação 1.2.1: realizar palestras sobre o mercado de

produção de fios a partir do PET e de tecelagem.

Departamento de

Recursos Humanos

e Engenharia Têxtil

Objetivo 2.0 - Controle do baixo índice de turnover da empresa.

Estratégia 2.1 – aplicação da metodologia do Kaisen em todos os processos

objetivando a melhoria contínua de processos e consequentemente do clima

organizacional.

Ação 2.1.1: estruturar um sistema de proposta de

melhoria, em que os colaboradores são incentivados a

darem ideias de como melhorar o processo que

participam.

Departamento de

Recursos Humanos

Ação 2.1.2: desenvolver um sistema de avaliação 360º .

Departamento de

Recursos Humanos

Ação 2.1.3: desenvolver um sistema de indicadores de

desempenho.

Departamento de

Recursos Humanos

Estratégia 2.2: realização de pesquisa de clima organizacional.

Ação 2.2.1: desenvolver um projeto de pesquisa de clima

organizacional.

Departamento de

Recursos Humanos

Tabela 18: Plano de ação dos objetivos de recursos humanos.

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Tabela 19: Cronograma das ações gerais de recursos humanos.

Cronograma Geral das Ações

2012

Ação Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Desenvolver um programa de endomarketing.

Estruturar um cronograma anual de eventos internos, com o objetivo de difundir a

cultura da organização.

Desenvolver uma metodologia de aculturação dos funcionários.

Desenvolver balanço social da organização e expor de forma clara para todos os

colaboradores.

Realizar palestras sobre o mercado de produção de fios a partir do PET e de

tecelagem.

Estruturar um sistema de proposta de melhoria, onde os colaboradores são

incentivados a darem ideias de como melhorar o processo que participam.

Desenvolver um sistema de avaliação 360º

Desenvolver um sistema indicadores de desempenho.

Desenvolver um projeto de pesquisa de clima organizacional

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Algumas das ações de Recursos Humanos devem ocorrer juntamente

com a fundação da Sexto Elemento, e se faz necessária uma contínua

administração de suas aplicações. Já o estímulo através da comunicação

interna é um processo contínuo, que deve ser acompanhado para que sempre

os colaboradores estejam bem informados das ações da organização.

Grande parte das ações de Recursos Humanos, acontecem ao longo de

todo o ano, isso porque não são ações isoladas ou pontuais, devendo ser

trabalhadas de forma integrada, afim de alcançar os objetivos esperados.

Algumas relacionadas a planejamento, podem ocorrer por um período curto,

mas outras podem ocorrer durante todo o ano considerando a necessidade de

adaptação e dinamicidade da atividade.

10.14 Orçamento

Para que as ações acima planejadas possam ser realizadas, é

necessário o cálculo do investimento para sua execução.

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Ações $

Desenvolver um programa de endomarketing. R$ 20.000,00

Estruturar um cronograma anual de eventos internos, com o objetivo de difundir a cultura da organização.

R$ 15.000,00

Desenvolver uma metodologia de aculturação dos funcionários.

R$ -

Desenvolver balanço social da organização e expor de forma clara para todos os colaboradores.

R$ -

Estruturar um sistema de proposta de melhoria, em que os colaboradores são incentivados a darem ideias de como melhorar o processo que participam.

R$ 14.000,00

Desenvolver um sistema de avaliação 360º R$ -

Desenvolver um sistema de indicadores de desempenho.

R$ -

Desenvolver um projeto de pesquisa de clima organizacional

R$ 4.000,00

Total R$ 53.000,00

Tabela 20: Orçamento de recursos humanos.

10.15 Revisão e Controle

Tão importante quanto a elaboração de objetivos, estratégias e ações é

o controle que este planejamento seja realizado em conformidade com o

esperado.

Assim, os KPIs(Key Permormance Indicators) que serão utilizados para

este controle são:

- Comparativo entre valores investidos nas ações realizadas e retorno

efetivo em produtividade e desempenho;

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- Monitoramento dos resultados das pesquisas de clima de satisfação

organizacional;

- Índice de rotatividade de pessoal;

- Controle de afastamentos e acidentes de trabalho.

O acompanhamento dos indicadores será realizado pelo responsável do

departamento de Recursos Humanos da Sexto Elemento, em parceria com o

Gerente Administrativo.

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11 PLANO DE FINANÇAS

11.1 Análise financeira

11.1.1 Desenvolvimento do cálculo do WACC

O WACC é definido por ser o custo do capital da empresa. Esse custo é

composto pelas linhas de crédito adotadas pela empresa para obtenção de

recursos que possibilitem sua viabilidade.

No caso da Sexto Elemento, a escolha das linhas de crédito foi definida

em duas formas:

1- Linha de crédito Banco Nacional do Desenvolvimento – Programa

BNDES Pró Plástico, que visa a modernização das empresas do setor da

indústria do plástico, proporcionando taxas subsidiadas para o aumento da

produção e desenvolvimento de pesquisas e ações que buscam, dentre outros

fatores, investimentos para a racionalização do uso dos recursos naturais e

diminuição dos passivos ambientais.

O Programa possui prazo de vigência até 30 de setembro de 2012 e

orçamento de R$ 700 milhões. O custo financeiro terá como base a TJLP (Taxa

de Juros de Longo Prazo, que foi instituída pela Medida Provisória n. 684 de 31

de outubro de 1994, que foi definida como custo básico dos financiamentos

concedidos pelo BNDES). Assim, o cálculo foi baseado inicialmente, na

classificação da empresa a partir de seu faturamento, no caso, empresa de

pequeno porte. A partir dessa definição, considerando as regras de cessão de

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créditos do Programa Pró Plástico, chegou-se na taxa de juros que é

composta:

TJLP (6%) + Remuneração do BNDES (0,9%) + Taxa de Risco de

Crédito (máximo de 3,57%) = 11,73% ao ano.

O prazo de total de financiamento será determinado em função da

capacidade de pagamento da empresa. O prazo máximo que o programa

proporciona, e o que será utilizado pela Sexto Elemento é de 14 anos para os

projetos de Inovação Tecnológica.

A simulação realizada a partir dos dados obtidos pela linha de

financiamento mostra um valor anual a ser pago de R$ 750.191,45,

contabilizados na Demonstração de Resultados do Exercício.

A distribuição dos valores de financiamentos a partir das regras do

mesmo deu-se da seguinte forma:

- 80% do valor FOB (Free On Board) para equipamentos importados

(maquinário da linha de produção do fio);

- 90% para pequenas empresas em produtos nacionais (maquinário da

linha de produção da moagem do PET).

2- Para fins de composição do cálculo da viabilidade financeira e estudo,

os demais imobilizados (softwares, móveis e utensílios e balança rodoviária)

que não estão contemplados no Programa Pró Plástico; excedentes dos

percentuais para financiamento da máquina de fio e da linha de moagem; e

nacionalização e transporte da máquina do fio, foram calculados a partir do

relatório disponibilizado pelo Banco Central, que proporciona operações de

crédito com a finalidade de aquisição de bens para pessoa jurídica.

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Esse relatório calcula a média de prazo de pagamento do financiamento

e taxa de juros das concessões mensais realizadas.

Com base no relatório, a média calculada para o mês de agosto de 2011

é 15,96% a.a. Para efeito de estudo, a simulação feita utilizando a taxa

adotada, o prazo de pagamento do financiamento será de cinco anos, com

valor de parcela anual estipulado em R$ 487.468,61, confrontando assim com

a projeção dos demonstrativos financeiros da Sexto Elemento.

A seguir os investimentos necessários para a operação da empresa:

Investimentos

Máquina Fio FOB R$ 5.040.000,00

Nacionalização e Transporte da Máquina do Fio R$ 1.444.779,23

Linha de Moagem R$ 285.500,00

Software R$ 120.000,00

Móveis e Utensílios R$ 25.000,00

Balança Rodoviária R$ 70.000,00

Total do Investimento R$ 6.985.279,23

Tabela 21: Relação de investimentos necessários para operação da empresa.

Com o estudo das linhas de crédito adotadas, tem-se a seguinte

distribuição para o WACC:

WACC

Fontes R$ Peso CABF WACC

1) Linha de crédito BNDES Pró Plástico. R$ 5.387.673,38 77,13% 10,47% 8,08%

2) Aquisição de bens Pré fixada PJ - Média Agosto 2011.

R$ 1.597.605,85 22,87% 15,96% 3,65%

Total R$ 6.985.279,23 100%

11,73%

Tabela 22: Distribuição do WACC.

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O resultado obtido com o WACC de 11,73% mostra o custo do capital

para a empresa.

11.2 Premissas do estudo da viabilidade financeira

As premissas do estudo de viabilidade servem como definições pré-

estabelecidas necessárias para elaboração da previsão do índice de inflação

projetada para os anos de estudo do projeto e também para definição da TMA

(Taxa Mínima de Atratividade).

A TMA foi definida a partir do custo financeiro do capital utilizado para

compra do maquinário, somada a um “prêmio” de 5% estabelecido na forma de

remuneração aos viabilizadores do projeto.

Se comparada à atual taxa SELIC (11,5% a.a.), a TMA adotada pela

Sexto Elemento mostra-se mais atraente.

A seguir a premissa de inflação:

Inflação

Taxas Aplicáveis 2012 2013 2014 2015 2016

Inflação. 5,56% 6,00% 6,00% 6,00% 6,00%

Taxa Mínima de Atratividade (WACC + prêmio 5%).

16,73% 16,73% 16,73% 16,73% 16,73%

Tabela 23: Premissas de inflação.

11.3 Ficha técnica do produto

A ficha técnica mostra o custo variável para a produção do fio a partir do

PET reciclado. São considerados os custos com energia elétrica, água e a

própria matéria-prima.

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Os cálculos foram baseados por quilo de fio produzido. Como é

inevitável a perda de parte da matéria-prima na produção, foi calculado um

refugo de 10% sobre um quilo de matéria-prima.

O cálculo é que a cada 1 quilo de PET, resulta em 0,9 quilo de fio

produzido. Já no cálculo do consumo de energia elétrica e água, foram

utilizados os dados de consumo dos fabricantes do maquinário e também as

tarifas cobradas pelas empresas Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e

Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), que são

as responsáveis pela disponibilização dos serviços na cidade de Campinas.

Consumo de energia

Consumo de Energia Maquinário

Potência total de motores (KW). 300

Potência total de resistências (KW). 50

Linha Moinho (KW). 155

Total 505

Tabela 24: Previsão de consumo de energia elétrica.

Custos do consumo energia para produção das 6h às 22h

Consumo Quantidade Custo (R$) Total/Hora Total/kg (R$)

Consumo Ponta 505 0,187 0,920 87,138 0,0726

Consumo Fora Ponta 505 1 0,175 88,597 0,22149

Demanda

465 6,89 6,674 0,016687

Custo por Quilo

0,310795

Tabela 25: Custos de energia do maquinário a partir do consumo (produção das 6h às 22h).

Custo de Água/Esgoto

Consumo L/Kg Tarifa/L (R$) Custo por Quilo (R$)

3 0,033624444 0,100873332

Tabela 26: Custos com consumo de água e esgoto.

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A partir dos cálculos realizados, é possível projetar uma previsão de

custo variável para cada quilo de fio produzido:

Custos Variáveis de Produção

Matéria Prima Qtde. (Kg) Custo

unitário 2012 2013 2014 2015 2016

Material Direto 1,11 1,30 1,44 1,53 1,62 1,72 1,82

Energia Elétrica 1,00 0,31 0,31 0,33 0,35 0,37 0,39

Água 1,00 0,10 0,10 0,11 0,11 0,12 0,13

Total:

1,85 1,97 2,08 2,21 2,34

Tabela 27: Custos variáveis de produção.

11.4 Detalhamento de gastos

A folha de pagamento dos funcionários contratados pela Sexto Elemento, bem

como seus encargos e benefícios seguem os parâmetros a seguir:

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Folha de pagamento dos funcionários

Cargo Área Qtde. Salário Base Salários

Totais Vl. Encargos Refeições

Vale

Transporte Plano Saúde Vl. Total

Gerente Geral MO ADM. 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 3.250,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 11.368,78

Gerente Administrativo MO ADM. 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 2.275,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 8.893,78

Auxiliar Administrativo MO ADM. 6 R$ 1.500,00 R$ 9.000,00 R$ 5.850,00 R$ 17.100,00 R$ 752,40 R$ 860,28 R$ 33.562,68

Gerente de Produção MO PROD. 1 R$ 4.200,00 R$ 4.200,00 R$ 2.730,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 10.048,78

Supervisor de Produção MO PROD. 2 R$ 2.600,00 R$ 5.200,00 R$ 3.380,00 R$ 5.700,00 R$ 250,80 R$ 286,76 R$ 14.817,56

Auxiliar de Produção MO PROD. 14 R$ 1.300,00 R$ 18.200,00 R$ 11.830,00 R$ 39.900,00 R$ 1.755,60 R$ 2.007,32 R$ 73.692,92

Técnico em Seg. no Trabalho MO PROD. 1 R$ 1.300,00 R$ 1.300,00 R$ 45,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 5.263,78

Gerente de Engenharia Têxtil MO PROD. 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 1.950,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 8.068,78

Assistente de Produção Têxtil MO PROD. 1 R$ 950,00 R$ 950,00 R$ 17,50 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 4.686,28

Técnico em Qualidade MO PROD. 4 R$ 1.700,00 R$ 6.800,00 R$ 4.420,00 R$ 11.400,00 R$ 501,60 R$ 573,52 R$ 23.695,12

Total R$ 57.150,00 R$ 37.147,50 R$ 91.200,00 R$ 4012,80 R$ 4.588,16 R$ 194.098,46

Tabela 28: Descrição da folha de pagamento dos funcionários.

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Custo com Empregados

Descrição 2012 2013 2014 2015 2016

Administrativo R$ 699.728,12 R$ 741.711,81 R$ 786.214,52 R$ 833.387,39 R$ 883.390,63

Produção R$ 1.823.551,86 R$ 1.932.964,97 R$ 2.048.942,87 R$ 2.171.879,44 R$ 2.302.192,21

Administrativo R$ 53.825,24

Produção R$ 140.273,22

Tabela 29: Custo total com empregados.

Os custos e despesas para operacionalização do processo produtivo serão distribuídos da forma a seguir:

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Operacionalização do processo produtivo

Descrição de Gastos Categoria 2012 2013 2014 2015 2016

Aluguel (IPTU e Condomínio) Despesa R$ 240.000,00 R$ 254.400,00 R$ 69.664,00 R$ 285.843,84 R$ 302.994,47

Despesas de Propaganda e Marketing Despesa R$ 70.000,00 R$ 74.200,00 R$ 78.652,00 R$ 83.371,12 R$ 88.373,39

Ferramentas de Mídia Despesa R$ 200.000,00 R$ 212.000,00 R$ 24.720,00 R$ 238.203,20 R$ 252.495,39

Treinamento de Vendas Despesa R$ 50.000,00 R$ 53.000,00 R$ 56.180,00 R$ 59.550,80 R$ 63.123,85

Consumo de Água Administrativo Despesa R$ 6.960,00 R$ 7.377,60 R$ 7.820,26 R$ 8.289,47 R$ 8.786,84

Consumo de Energia Administrativo Despesa R$ 12.000,00 R$ 12.720,00 R$ 13.483,20 R$ 14.292,19 R$ 15.149,72

Limpeza e Manutenção Despesa R$ 57.600,00 R$ 61.056,00 R$ 64.719,36 R$ 68.602,52 R$ 72.718,67

Manutenção de Redes e Internet Despesa R$ 4.800,00 R$ 5.088,00 R$ 5.393,28 R$ 5.716,88 R$ 6.059,89

Manutenção Predial Despesa R$ 60.000,00 R$ 63.600,00 R$ 67.416,00 R$ 71.460,96 R$ 75.748,62

Salários Administrativos Despesa R$ 699.728,12 R$ 741.711,81 R$ 86.214,52 R$ 833.387,39 R$ 883.390,63

Segurança de Monitoramento Despesa R$ 120.000,00 R$ 127.200,00 R$ 34.832,00 R$ 142.921,92 R$ 151.497,24

Suprimentos de Escritório Despesa R$ 18.000,00 R$ 19.080,00 R$ 20.224,80 R$ 21.438,29 R$ 22.724,59

Telefonia Despesa R$ 42.000,00 R$ 44.520,00 R$ 47.191,20 R$ 50.022,67 R$ 53.024,03

Despesas Manutenção Recursos Humanos Despesa R$ 53.000,00 R$ 56.180,00 R$ 59.550,80 R$ 63.123,85 R$ 66.911,28

Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento Despesa R$ 100.000,00 R$ 106.000,00 R$ 112.360,00 R$ 119.101,60 R$ 126.247,70

Eventos / Feiras Despesa R$ 500.000,00 R$ 530.000,00 R$ 561.800,00 R$ 595.508,00 R$ 631.238,48

Equipamentos de Proteção Individual Custo R$ 14.757,72 R$ 15.643,18 R$ 16.581,77 R$ 17.576,68 R$ 18.631,28

Manutenção de Fábrica Custo R$ 120.000,00 R$ 127.200,00 R$ 134.832,00 R$ 142.921,92 R$ 151.497,24

Salários Produção Custo R$ 1.823.551,86 R$ 1.932.964,97 R$ 2.048.942,87 R$ 2.171.879,44 R$ 2.302.192,21

Aluguel Empilhadeira C/ Funcionário Custo R$ 360.000,00 R$ 381.600,00 R$ 404.496,00 R$ 428.765,76 R$ 454.491,71

Total

R$ 4.552.397,70 R$ 4.825.541,56 R$ 5.115.074,05 R$ 5.421.978,50 R$ 5.747.297,21

Mão de Obra Direta

R$ 1.823.551,86 R$ 1.932.964,97 R$ 2.048.942,87 R$ 2.171.879,44 R$ 2.302.192,21

Outros Custos R$ 494.757,72 R$ 524.443,18 R$ 555.909,77 R$ 589.264,36 R$ 624.620,22

Saldo Despesa R$ 2.234.088,12 R$ 2.368.133,41 R$ 2.510.221,41 R$ 2.660.834,70 R$ 2.820.484,78

Tabela 30: Descrição da operacionalização do processo produtivo.

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Os custos/despesas anteriormente descritos vão de acordo com as

estratégias, objetivos e estudos realizados nos planos de Marketing, Recursos

Humanos e Gestão das Operações.

11.5 Demonstrativo do resultado do exercício

Para elaboração da DRE a opção dentre os regimes possíveis de

tributação, foi escolhida para trazer menor impacto e menos onerar o caixa da

empresa, neste caso será utilizado, o Regime de Lucro Presumido, no qual o

Governo Federal presume um lucro de 8% sobre o faturamento.

Além da escolha da tributação, foi considerada como Despesas

Financeiras a simulação de financiamento utilizando as condições e taxas

estipuladas pelas linhas de crédito do BNDES e das médias de crédito

concedidas pelo relatório do BACEN.

Para cálculo dos valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS), foram utilizados os créditos referentes à compra da matéria-

prima (já de forma líquida, ou seja, descontados os créditos da matéria-prima,

evitando assim a bi tributação).

Os dados utilizados para cálculo da receita bruta foram baseados nos

preços de venda médio e a previsão de demanda estipulada, conforme abaixo

descritos:

- Preço de venda médio: R$ 10,75/quilo.

- Demanda estipulada: No primeiro ano, considerando a implantação de

maquinário e desenvolvimento de fornecedores, a produção estimada é de

1.175 toneladas/ano. Considerando para o segundo ano, aumento de 30%

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sobre a produção do primeiro ano, baseado nos objetivos de marketing

descritos no projeto, chegando ao total de 1.527,5 toneladas/ano. Já no terceiro

ano, a capacidade produtiva atinge 80% da capacidade nominal do maquinário,

que é o considerado como limite máximo para produção, de 1.689,6

toneladas/ano.

Os índices de depreciação do imobilizado foram calculados com base

nos percentuais aplicados pelo mercado, conforme tabela a seguir:

Depreciação

Descrição Discriminação Valor Imobilizado Taxa Depreciação

Máquinas e equipamentos Produção R$ 6.484.779,23 10% R$ 648.477,92

Linha de moagem Produção R$ 285.500,00 10% R$ 28.550,00

Software (SIM + CRM) R$ 120.000,00 25% R$ 30.000,00

Móveis e utensílios Móveis para

escritório R$ 25.000,00 10% R$ 2.500,00

Balança rodoviária Almoxarifado R$ 70.000,00 10% R$ 7.000,00

Total R$ 6.985.279,23

R$ 716.527,92

Tabela 31: Índice de depreciação.

A seguir a demonstração do resultado do exercício (DRE) encerrados em 31 de

dezembro dos anos 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais:

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DRE – 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em Reais

2012 2013 2014 2015 2016

Previsão de Vendas em (Kg) 1175000 1527500 1689600 1689600 1689600

Preço de Venda (Kg) R$ 10,75 R$ 11,40 R$ 12,08 R$ 12,80 R$ 13,57

(+) Receita Bruta de Vendas R$ 12.631.250,00 R$ 17.405.862,50 R$ 20.408.171,52 R$ 21.632.661,81 R$ 22.930.621,52

(-) Deduções -R$ 2.429.471,13 -R$ 3.347.811,21 -R$ 3.925.269,74 -R$ 4.160.785,93 -R$ 4.410.433,08

ICMS (líquido) -R$ 1.968.430,50 -R$ 2.712.497,23 -R$ 3.180.371,48 -R$ 3.371.193,77 -R$ 3.573.465,40

PIS -R$ 378.937,50 -R$ 522.175,88 -R$ 612.245,15 -R$ 648.979,85 -R$ 687.918,65

COFINS -R$ 82.103,13 -R$ 113.138,11 -R$ 132.653,11 -R$ 140.612,30 -R$ 149.049,04

(=) Receita Líquida de Vendas R$ 10.201.778,88 R$ 14.058.051,29 R$ 16.482.901,78 R$ 17.471.875,89 R$ 18.520.188,44

Custo de Produção -R$ 4.497.544,48 -R$ 5.460.393,85 -R$ 6.125.818,47 -R$ 6.493.367,58 -R$ 6.882.969,64

Custos de Produção (Matéria prima) -R$ 2.179.234,90 -R$ 3.002.985,69 -R$ 3.520.965,83 -R$ 3.732.223,78 -R$ 3.956.157,20

Mão de Obra -R$ 1.823.551,86 -R$ 1.932.964,97 -R$ 2.048.942,87 -R$ 2.171.879,44 -R$ 2.302.192,21

Outros Custos de Produção -R$ 494.757,72 -R$ 524.443,18 -R$ 555.909,77 -R$ 589.264,36 -R$ 624.620,22

(=) Margem de Contribuição R$ 5.704.234,40 R$ 8.597.657,44 R$ 10.357.083,31 R$ 10.978.508,30 R$ 11.637.218,80

% Percentual 45,16% 49,40% 50,75% 50,75% 50,75%

(-) Despesas Fixas -R$ 2.234.088,12 -R$ 2.368.133,41 -R$ 2.510.221,41 -R$ 2.660.834,70 -R$ 2.820.484,78

(=) LAJIDA / EBITDA R$ 3.470.146,28 R$ 6.229.524,04 R$ 7.846.861,90 R$ 8.317.673,61 R$ 8.816.734,03

Tabela 32: DRE dos exercícios 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais até o EBITDA.

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DRE – 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais

2012 2013 2014 2015 2016

(-) Depreciação - 716.527,92 -716.527,92 -716.527,92 -716.527,92 -686.527,92

(=) Resultado Operacional

(LAJIR) R$ 2.753.618,35 R$ 5.512.996,11 R$ 7.130.333,97 R$ 7.601.145,69 R$ 8.130.206,10

(-) Despesas Financeiras * -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06

(=) LAIR R$ 1.515.958,29 R$ 4.275.336,05 R$ 5.892.673,91 R$ 6.363.485,63 R$ 6.892.546,04

(-) IRPJ presumido -R$ 151.575,00 -R$ 208.870,35 -R$ 244.898,06 -R$ 259.591,94 -R$ 275.167,46

(-) CSLL presumida -R$ 136.417,50 -R$ 187.983,32 -R$ 220.408,25 -R$ 233.632,75 -R$ 247.650,71

(=) Lucro Líquido R$ 1.227.965,79 R$ 3.878.482,39 R$ 5.427.367,60 R$ 5.870.260,94 R$ 6.369.727,87

(=) Caixa Livre R$ 1.944.493,72 R$ 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 6.586.788,86 R$ 7.056.255,79

Tabela 33: DRE dos exercícios 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais até o caixa livre.

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11.6 Indicadores financeiros

O Valor Presente Líquido (VPL) é o resultado dos Caixas Livres, trazidos

a valor presente, considerando o custo de capital obtido pelo cálculo da TMA

descontando o investimento inicial.

O valor resultante mostra a diferença obtida se comparada à

necessidade de capital para estruturação da empresa, que no caso, resulta em

saldo positivo para os cinco anos aqui projetados.

A seguir a tabela de descrição:

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Fluxo de caixa para cálculo do VPL

-R$ 6.985.279,23 2012 2013 2014 2015 2016

R$ 1.944.493,72 R$ 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 6.586.788,86 R$7.056.255,79

TMA

16,73%

VPL

R$ 8.007.715,39

Tabela 34: Cálculo do VPL.

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O Payback da empresa (quanto tempo tem-se o retorno do

investimento), dá-se em 3 anos e 6 meses, conforme tabela a seguir:

Payback

Ano Amortização Saldo

0 -R$ 6.985.279,23 -R$ 6.985.279,23

1 R$ 1.665.804,61 -R$ 5.319.474,62

2 R$ 3.372.263,63 -R$ 1.947.210,99

3 R$ 3.862.747,90 R$ 1.915.536,91

Tabela 35: Payback.

Para o cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR), também foi utilizados

os resultados obtidos nos resultados de Caixa Livre, dessa forma, a taxa

encontrada após a realização dos fluxos de caixa trazidos a valor presente

mostram o retorno do investimento na Sexto Elemento.

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Fluxo de Caixa para cálculo da TIR

-R$ 6.985.279,23 2012 2013 2014 2015 2016

R$ 1.944.493,72 R$ 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 6.586.788,86 R$ 7.056.255,79

TIR VPL = 0

53,06%

Tabela 36: Calculo da TIR.

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11.7 Valor estimado do negócio

Para cálculo do valor do negócio, foi utilizado como base o Fluxo de

Caixa Livre. O cálculo foi realizado considerando a perpetuidade do ano de

2016, trazendo os fluxos de caixa anuais a valor presente, descontando a TMA

desses fluxos de caixa.

A seguir a descrição:

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Fluxo de caixa para cálculo do valor da empresa (EVALUATION)

2012 2013 2014 2015 2016

R$

1.944.493,72

R$

4.595.010,31

R$

6.143.895,52

R$

6.586.788,86

R$

8.473.501,44

TMA

16,73%

Valor da Empresa

R$18.869.944,01

Tabela 37: Fluxo de caixa EVALUATION.

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11.8 Pontos de equilíbrio

11.8.1 Ponto de equilíbrio operacional (PEO)

O PEO mostra o quanto a Sexto Elemento necessita obter de receita

bruta anual para que sejam pagos os custos da operação de produção. Para o

ano de 2012, para que a empresa tenha o lucro desejado, a receita de vendas

deve ser de R$ 7.167.616,25.

11.8.2 Ponto de equilíbrio financeiro (PEF)

O PEF é a análise que mostra o quanto a Sexto Elemento deve obter de

receita para cobrir os custos de produção somados aos juros pagos para

realização das operações. Para o ano de 2012, os cálculos mostram que a

receita de vendas deve ser de R$ 10.244.427,50.

11.8.3 Ponto de equilíbrio contábil (PEC)

O PEC. é o mínimo que a Sexto Elemento necessita vender para pagar

os custos de produção, mais juros e impostos, ou seja, não obter prejuízo em

suas operações. No caso, em 2012, o total de vendas que gera a receita para

que o lucro líquido seja igual a zero é de R$ 10.625.869,75.

A seguir o detalhamento dos pontos de equilíbrio:

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Operacional Econômico Contábil

(+) Receita Bruta de Vendas R$ 7.167.616,25 R$ 10.244.427,50 R$ 10.625.869,75

(-) Deduções R$ (1.378.605,97) R$ (1.970.394,13) R$ (2.043.760,02)

ICMS (líquido) R$ (1.116.987,98) R$ (1.596.472,52) R$ (1.655.915,77)

PIS R$ (215.028,49) R$ (307.332,83) R$ (318.776,09)

COFINS R$ (46.589,51) R$ (66.588,78) R$ (69.068,15)

(=) Receita Líquida de Vendas R$ 5.789.010,28 R$ 8.274.033,37 R$ 8.582.109,73

Custo de Produção R$ (3.554.918,74) R$ (4.085.752,54) R$ (4.151.561,73)

Custos de Produção (M. P.) R$ (1.236.609,16) R$ (1.767.442,96) R$ (1.833.252,15)

Mão de Obra R$ (1.823.551,86) R$ (1.823.551,86) R$ (1.823.551,86)

Outros Custos de Produção R$ (494.757,72) R$ (494.757,72) R$ (494.757,72)

(=) Margem de Contribuição R$ 2.234.091,53 R$ 4.188.280,83 R$ 4.430.548,00

% Percentual R$ 0,31 R$ 0,41 R$ 0,42

(-) Despesas Fixas R$ (2.234.088,12) R$ (2.234.088,12) R$ (2.234.088,12)

(=) LAJIDA / EBITDA R$ 3,41 R$ 1.954.192,71 R$ 2.196.459,88

(-) Depreciação R$ - R$ (716.527,92) R$ (716.527,92)

(=) Resultado Operacional (LAJIR) R$ - R$ 1.237.664,79 R$ 1.479.931,96

(-) Despesas Financeiras * R$ - R$ (1.237.660,06) R$ (1.237.660,06)

(=) LAIR R$ - R$ 4,73 R$ 242.271,90

(-) IRPJ presumido R$ - R$ - R$ (127.510,44)

(-) CSLL presumida R$ - R$ - R$ (114.759,39)

(=) Lucro Líquido R$ - R$ - R$ 2,07

Tabela 38: Descrição dos pontos de equilíbrio operacional, econômico e contábil.

Necessidades Operacional Econômico Contábil

Quantidades (Kg) 666755 952970 988453

Horas de Produção 1667 2382 2471

Dias de Produção 104 149 154

Tabela 39: Necessidades para os pontos de equilíbrio.

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11.9 Conclusão financeira

Após a detalhada análise financeira dos dados da empresa e dos

indicadores econômicos que compõe o estudo, pode-se verificar resultados

expressivos em consequência do custo baixo da matéria-prima em relação ao

preço de venda do fio, e larga escala de produção em função da tecnologia do

maquinário, resultando em uma margem de contribuição que permite

resultados agressivos.

O Valor Presente Líquido obtido (R$ 8.007.715,39) mostra que os fluxos

de caixa trazidos ao valor presente pela Taxa Mínima de Atratividade,

descontado o valor do investimento, possui significativa sobra e indica a

viabilidade do projeto.

Ao trazer os fluxos de caixa à zero, descobre-se a Taxa Interna de

Retorno (53,06%). Essa porcentagem, conforme já explicado, deve-se a alta

margem de contribuição proporcionada pela diferença entre o preço de venda e

o custo variável.

O Payback é o prazo em que o investimento se paga, que no caso da

Sexto Elemento, ocorre no sexto mês do terceiro ano, conforme cálculos

demonstrados.

Para finalizar, o valor da empresa (R$ 18.869.944,01) reflete a

capacidade de geração de caixa mesmo após os pagamentos de tributos

nacionais.

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11.10 Cenários

11.10.1 Pessimista

Se considerarmos a taxa de câmbio desvalorizada frente ao Dólar,

temos um cenário pessimista, pois a compra inicial do maquinário para

produção é realizada em moeda estrangeira, porém este custo é apenas inicial,

já que em longo prazo, essa desvalorização encarece as importações de

produtos concorrentes advindos de outros países.

A alta da inflação eleva os custos em geral da empresa, diminuindo

assim a lucratividade da mesma, que inevitavelmente é repassada ao valor

final do produto, encarecendo-o e trazendo possível queda em seu nível de

vendas.

Em relação à SELIC (taxa básica que compõe os juros do mercado para

os diversos tipos de financiamento), as consequências, caso ocorra um

aumento, traz um cenário pessimista para Sexto Elemento se variar acima do

máximo da meta estipulada pelo Governo Federal para o ano de 2011, pois

encarecem as linhas de crédito para financiamento, elevando o custo financeiro

do capital da empresa (WACC).

Além dos fatores econômicos, existem fatores produtivos que podem

afetar a produção efetiva, tais como atrasos de produção, manutenção de

maquinários e problemas com a especificação da qualidade do produto. A partir

destas hipóteses, considera-se como produção horária de 55% da capacidade

máxima nominal no primeiro ano, passando a ser em 64% da capacidade a

partir do segundo ano, trazendo o cenário a seguir:

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Demonstração de resultado do exercício

Encerrados em 31 de dezembro de 2012, 2013, 2014, 2015, 2016

Em Reais

2012 2013 2014 2015 2016

Previsão de Vendas em

(Kg) 1175000 1351680 1351680 1351680 1351680

Preço de Venda (Kg) R$ 10,75 R$ 11,40 R$ 12,08 R$ 12,80 R$ 13,57

(=) Caixa livre R$ 1.944.493,72 R$ 3.368.216,97 R$ 3.644.569,60 R$ 3.937.503,38 R$ 4.248.013,18

5.101.224,63

Valor Presente R$ 3.525.865,92

Caixa Livre Médio R$ 3.428.559,37

Taxa de Desconto a.a 16,73%

Valor da Empresa

(EVALUATION) R$ 12.263.642,75

Tabela 40: DRE cenários.

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11.10.2 Realista

Considerando o conceito de sustentabilidade, investimentos em fontes

limpas e renováveis de produção, tem-se um cenário realista favorável a Sexto

Elemento.

Atualmente, o câmbio desvalorizado, porém ainda em níveis aceitáveis

para importação de maquinário estimula a venda da produção interna de

maneira geral.

A taxa SELIC, atualmente em 11,5%, se comparada com as demais

economias dos países mais desenvolvidos é elevada, porém considerando o

histórico dessa variável, temos um cenário favorável, com possibilidades de

recuo de 0,5% até o final do ano, segundo previsão do Governo Federal.

A taxa de inflação deve-se manter dentro dos parâmetros da meta

estipulada pelo Governo Federal para o ano de 2011, com pouca variação,

mostrando estabilidade para o mercado financeiro.

Considerando como cenário realista, a utilização de 55% da capacidade

nominal máxima do maquinário, no primeiro ano, 72% no segundo ano e a

partir do terceiro ano, chegando 80% da capacidade produtiva.

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12 CONCLUSÃO FINAL

Através da análise realizada no estudo em questão é possível concluir

que o projeto está inserido em um cenário atrativo, dados os diversos fatores

estudados.

A tendência à sustentabilidade, associada a fatores como aumento do

mercado potencial de consumo das classes médias brasileiras, assim como o

aumento do consumo de peças de vestuário, permite concluir que a o atual

contexto macroeconômico é favorável ao tema escolhido.

As análises de marketing, recursos humanos e gestão de operações,

permitiram demonstrar de forma clara a possibilidade de fundamentação do

projeto, seja através da mesma estrutura aqui simulada, ou similar a esta.

Como forma de fundamentar o estudo do projeto, conclui-se através dos

resultados financeiros, que o mesmo é viável financeiramente.

Para tanto pode-se dizer, que além de ser financeiramente viável o

mesmo é possível de ser estruturado em sua condição física e operacional.

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