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1. INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, a vontade das pessoas é cada vez mais voltada para o “negocio
próprio”. As pessoas sentem-se desmotivadas com o emprego, salario e perspectiva de vida
oferecida pelas empresas, o que encorajam a terem seu próprio negócio.
Mas a realidade de grande parte destas novas empresas não é satisfatória, pois
muitas das empresas abertas não conseguem ter uma vida duradoura, sendo assim fecham as
portas num curto prazo.
A pequena e média empresa representa a base principal para a economia da
maioria dos países. No Brasil não é diferente, pois sua importância social e econômica é
fundamental para o crescimento do país, e pode ser confirmada por estudos e índices
estatísticos.
Segundo estudo realizado pelo SEBRAE-SP (2008), das 134 mil empresas abertas
no estado de São Paulo em um ano, quase 88 mil não completam 12 meses de atividade. Isto
representa uma perda financeira de R$16 bilhões em poupança pessoal e faturamento
cessante, e acaba com mais de 200 mil postos de trabalho.
Com base em índices alarmantes como estes em um estado como São Paulo, que é
o estado com o maior PIB do Brasil, faz-se necessário um estudo cada vez mais detalhado e
especifico em cada município, para expor e classificar de uma forma micro as possíveis
características próprias que levam a tal realidade no estado.
Em consequência deste detalhamento, filtra-se para analise a cidade de Águas de
Lindoia-SP, que de acordo com o IBGE (2011), esta localizada a 163 km da capital, possui
população de 17.266 habitantes e tem 948 empresas atuantes no mercado.
Cabe observar que apesar de pequena, Águas de Lindoia-SP, destaca-se por ser a
capital Thermal do Brasil, e possui um dos maiores parques hoteleiros do estado, atraindo
uma grande gama de turistas, que movimentam ou podem movimentar a economia da cidade e
da região do circuito das aguas paulista.
Para aproveitar melhor esta condição favorável, é necessário identificar e
classificar os principais problemas enfrentados por estas empresas neste micro mercado, e
8
realizar um paralelo de possíveis soluções para amenizar os problemas que impedem a
estabilidade destas empresas.
A cidade possui como principais fontes de atividade: hotelaria, indústria têxtil,
mineradoras de agua, comércios varejistas, bares e restaurantes e serviços destinados aos
turistas e a população local.
Com estas opções de empreendimentos, e com uma grande população flutuante
com renda elevada, fica atraente abrir o próprio negocio.
Contudo para que estas empresas iniciem suas atividades com maior segurança, e
que não encerrem suas atividades num prazo curto, é necessário um estudo especifico com o
objetivo de identificar quais são as principais causas que levam a mortalidade das mesmas.
Portanto, o presente trabalho teve como problema de pesquisa: Quais as principais
causas de mortalidade de empresas na cidade de Águas de Lindoia-SP?
O objetivo foi destacar as causas de maior relevância que contribuem para o
encerramento precoce das atividades empresariais na cidade analisada, para fins informativos
e preventivos aos futuros empreendedores que desejem abrir um negocio no município.
1.1. Empresas Analisadas
As analises deste trabalho realizaram-se na população de escritórios contábeis da
cidade de Águas de Lindoia – SP. Onde possui até a presente data, segundo levantamento
prévio, 9 escritórios de contabilidade estabelecidos, alguns com mais de 40 anos de mercado e
todos com profissionais formados e experientes no ramo contábil, além de grande fluxo de
clientes com estabelecimentos no município.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo foram revisados estudos anteriores de diversos autores que servirão
de base introdutória ao trabalho.
2.1 Princípios das Organizações
Silva (1996) afirma que o trabalho e tão velho quanto à humanidade, o mesmo
não acontece com a organização. A organização só se desenvolveu com o desenvolvimento
das grandes empresas, depois da Revolução Industrial (passagem da produção manual para a
mecânica), iniciada na Inglaterra no século XIII e desenvolvida a partir do século XIX.
Chiavenato (1999) defini organização como sendo unidades sociais que buscam
atingir objetivos específicos: sua razão de ser é servir a esses objetivos. Sendo que um
objetivo organizacional é uma situação que a organização deseja atingir no futuro.
Para Junior (2010), é difícil precisar o inicio das reflexões sobre a vida social
organizada. No entanto a um grande consenso que afirma que Frederick Winslow Taylor
iniciou as reflexões sistematizadas sobre as organizações industriais no final do século XIX e
o inicio do século XX.
Conforme o autor acima, com o surgimento das empresas junto com a Revolução
Industrial, os estudiosos começaram a pensar na importância de administrar pessoas e seus
recursos, e com isto intensificou-se os estudos de melhores praticas de gestão para as
empresas desta nova realidade.
Silva (1996) afirma que é grande o numero de autores que contribuíram para o
desenvolvimento dos estudos sobre as organizações, entre eles destacam-se: Frederick
Winslow Taylor (considerado o pai da administração); Henri Fayol; George Elton Mayo;
Ludwig Von Bertalanffy.
Mesmo com muitas opiniões e pontos de vista diferentes entre os primeiros
autores que estudaram as organizações, para Silva (1996), Frederick Winslow Taylor foi o
criador das bases fundamentais das organizações, e Fayol, ao contrario do que muitos relatam
não foi contra as teorias de Taylor, mais sim as complementou.
10
As ideias de Fayol deram origem a Escola do Processo Administrativo, conhecida
também por Escola Clássica, onde se considera a Administração um processo universalmente
valido, e procura-se estabelecer princípios e normas gerais para maior facilidade no ato de
administrar explana Silva (1996).
Chiavenato (2003), diz que para Taylor, a organização e a Administração,
necessitam ser tratadas e estudadas cientificamente, pois a improvisação deve dar lugar ao
planejamento, e as doutrinas que se baseiam exclusivamente na experiência como única ou
principal fonte de conhecimentos, devem dar lugar a Ciência da Administração.
Para tanto, Taylor (1911 apud WERNECK, 2005) publicou em uma revista
cientifica da época, os Princípios da Administração Cientifica, que são:
Planejamento – Definir cientificamente o modo de execução de cada tarefa.
Preparo – Selecionar cientificamente cada trabalhador e capacita-lo;
Controle – Controlar e cooperar com os trabalhadores para que o trabalho se
efetue como planejado.
Execução – Dividir o trabalho e a responsabilidade entre á gerencia
(planejamento e supervisão) e os trabalhadores (execução), segundo suas
capacidades.
Segundo Silva (1996) Com o passar dos anos e com o desenvolvimento da vida
econômica resultante das aglomerações humanas, as organizações foram se desenvolvendo e
começaram a surgir novos desafios e obstáculos com o surgimento das grandes empresas.
Junior (2010) relata que os estudos nesta época foram analisados de pontos de
vista diferentes, e por novos estudiosos do tema, e que resultarão em novas linhas de
pensamento no estudo da Administração como ciência.
Destas novas linhas de pensamento surge-se em meados da década de 1920 e
1930, uma nova pesquisa longa e complexa, elaborada por Elton Mayo e colegas do
Departamento de Pesquisa industrial da Harvard Bussines School, onde se objetivou
responder a pergunta:
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“Quais fatores, presentes no ambiente físico e social de uma pessoa que
trabalha em uma organização, são capazes de afetar seu desempenho no
trabalho e sua satisfação pessoal com a tarefa realizada?”
Com este questionamento no âmbito pessoal da organização, descobriu-se que não
havia relações entre variáveis físicas e mecânicas na quantidade de produção, e concluiu-se
que outros fatores estavam ligados ao homem, como sua motivação. Esta descoberta
denominou-se de efeito Hawthorne, e marcou o inicio da Escola das Relações Humanas.
Werneck (2005) relata que com esta conjuntura contemporânea os estudos dos
princípios das funções administrativas foram agrupados e atualizados em quatro grades
grupos:
Planejamento – fixação de metas, estabelecimento de estratégias, determinação
de planos de ação;
Organização – determinação das tarefas, metodologias, e recursos a serem
utilizados; definição de hierarquias; atribuição de tarefas e responsabilidades;
Direção – comando e coordenação do trabalho das pessoas, incluindo
motivação e orientação;
Controle – verificação do comportamento e resultados obtidos, comparação
desses resultados com o esperado e realimentação dos dados obtidos com
vistas a ajustar o planejamento, organização e direção de modo a corrigir o
rumo da organização.
Apesar das mudanças históricas, Chiavenato (1999) relata que as organizações
modernas são mais eficientes que as antigas devido a duas razoes fundamentais:
1. As grandes mudanças nas sociedades que permitiram paulatinamente um
ambiente mais compatível para as organizações.
2. Aos estudos das teorias administrativas que possibilitaram um
desenvolvimento de técnicas de organização, planejamento, direção e
coordenação das organizações, bem como um aumento do alcance e do
racionalismo das organizações.
12
Para Silva (1996), a adoção dos princípios e normas da administração e
organização, são essências para a sobrevivência das empresas atuais, e é de suma importância
a organização das empresas neste sentido, pois se vive hoje a era da organização.
2.2 Estratégias empresariais
A organização, como citado acima por Silva (1996), é fundamental para o inicio
de qualquer atividade empresarial, no entanto Ansoff (1977) entende que para definir um
caminho, é necessário à formulação de um plano de negocio estratégico, que possibilite uma
tomada de decisões mais assertiva e coerente com o perfil da atividade empresarial, e que guie
a empresa rumo ao seu proposito, ou melhor, sua missão.
De acordo com Karlöf (1994), a palavra estratégia no conceito empresarial, refere-
se a uma forma de ação de longo prazo e de longo alcance, que direcione a empresa para uma
existência continua e prospera. Para tanto, define-se três princípios para o desenvolvimento
estratégico:
1. Definição de uma missão de desenvolvimento para um portfólio ou de uma
missão empresarial para uma unidade empresarial;
2. Estabelecimento de um padrão global de ações destinadas a promover a
sobrevivência da empresa no longo prazo;
3. Fixação de metas para o ritmo e extensão do avanço na direção almejada.
Figura 1: Estratégia
Fonte: Lessa, J. (2011)
13
De acordo com Lessa (2011), a figura acima demonstra de forma simples o
conceito de estratégia, primeiramente deve-se analisar a contexto atual, e em seguida
estabelecer metas de alcance, ou seja, qual ponto que está e qual ponto deseja chegar, e por
final estabelecer ações que levaram ao objetivo esperado, em outras palavras tomar as
decisões para colocar em prática toda a elaboração do planejamento.
Com tais definições é necessário um conjunto de tomada de decisões, que
segundo Drucker (1974), são extremamente importantes e independem do tipo da empresa, e
devem ser tomadas de antemão ao inicio das atividades, tais como:
Quais oportunidades explorar;
Qual o risco que deseja aceitar;
Qual o risco que é capaz de aceitar;
Qual a finalidade da atividade;
Qual estrutura organizacional será mais adequada;
A tomada de decisão é um processo automático e inevitável para qualquer
atividade empresarial, desde seu nascimento como projeto até a sua falência, e a base
fundamental para estas decisões deve-se partir da missão da empresa, ou seja, daquilo que foi
estabelecido como sendo o proposito principal da existência da mesma.
Pamponet (2009) expõe que também é de suma importância à criatividade e a
autonomia na busca de soluções cotidianas, de planejamento estratégico, operacional e tático
das organizações. Estas contribuem no ato de saber reunir e gerenciar os processos. Para que
se torne possível gerenciar estes processos, é fundamental entender como funcionam,
classifica-los em tipos, e determinar como devem ser gerenciados para alcançar o máximo
resultado.
Ansoff (1977) afirma que o estímulo gerador que dá início a analise estratégica pode
surgir de diversas maneiras, dependendo das circunstâncias da empresa e da
amplitude de visão dos seus administradores. Em termos gerais, as empresas podem
ser enquadradas em três categorias:
1. “Reativas”, que esperam até os problemas ocorrerem antes de tentar resolvê-los;
2. “Planificadoras”, que se antecipam aos problemas;
3. “Empreendedoras”, que se antecipam aos problemas quanto às oportunidades.
14
Segundo o autor, as empresas que se encaixam na terceira categoria não aguardam
o surgimento de um estimulo, mas levam-se a uma busca constante e permanente de novas
oportunidades estratégicas. Pois após a segunda guerra mundial, acentuou-se no meio
empresarial a necessidade e os benefícios da antecipação empresarial às mudanças
estratégicas.
Com tudo, Drucker (1974) acredita que além da vontade de ter uma empresa é
necessário planeja-la, e há itens que necessitam de uma prioridade no planejamento, como a
ideia exata da atividade comercial, a excelência especifica de que se necessita, e a estratégia
empresarial, que se bem formulada pode traçar melhores rumos para empresa.
2.3 Empreendedorismo
Segundo Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008), as sociedades de consumo vêm
se consolidando de forma gradual, devido as constantes transformações sociais, politicas e
econômicas vivenciadas ao longo do tempo. Tais transformações levam as organizações a
buscarem novos caminhos para garantirem vantagens competitivas e assegurarem a
sobrevivência neste novo ambiente altamente competitivo.
Para Schumpeter (1959, apud FARAH, CAVALCANTI e MARCONDES 2008),
o empreendedor esta associado a este desenvolvimento econômico, com sua capacidade de
fazer novas combinações de elementos, inovando com novos produtos, ou novos processos, e
identificando e criando novos tipos de organizações.
Ainda neste sentido, Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008), observam que o
empreendedor sempre esta á procura de novas filosofias, metodologias e tecnologias que
possam tornar seu negocio mais rentável, competitivo e solido nos mercados em que atua,
aumentando consequentemente as chances de sucesso de seu empreendimento.
Os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem
empregos introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são
somente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que
assumem riscos em uma economia em mudança, transformação e crescimento.
Continuamente, milhares de pessoas com esse perfil – desde jovens a pessoas
adultas e de todas as classes sociais – inauguram novos negócios por conta própria e
agregam a liderança dinâmica que conduz ao desenvolvimento econômico e ao
progresso das nações. É esta força vital que faz pulsar o coração da economia.
Longenecker (1975 apud CHIAVENATO, 2007, p.4).
15
Segundo Chiavenato (2007), o empreendedorismo teve seus primórdios através da
reflexão de pensadores econômicos do século XVIII e XIX que defendiam que economia é o
reflexo das forcas livres do mercado e da concorrência.
Para Dornelas (2005 apud FARAH, CAVALCANTI e MARCONDES 2008),
empreendedores são aquelas pessoas diferenciadas que possuem motivação, e são
apaixonadas pelo o que fazem não se satisfazem sendo apenas um na multidão desejam ser
imitadas, admiradas, reconhecidas e referenciadas, e desejam deixar um legado.
Além de descrever o perfil do empreendedor, Dornelas (2005 apud FARAH,
CAVALCANTI e MARCONDES 2008) identifica a importância da ação empreendedora para
o desenvolvimento da sociedade, diante das transformações ocorridas a partir do século XX.
Ainda para o autor, estes indivíduos são capazes de criar e melhorar os processos
produtivos, e aproveitar com mais eficiência as oportunidades deste novo tempo, gerando
mais riquezas e bem-estar as pessoas, e criando maior mobilidade nas sociedades.
Segundo Hisrich e Peters (2004, p.26), o desenvolvimento da teoria do
empreendedorismo acompanha o próprio desenvolvimento do termo “empreendedor”.
Para Hisrich (1985), apud Hisrich e Peters (2004), o sentido de empreendedor se
modificou ao longo do tempo, e de acordo com as estruturas econômicas mundiais vigentes,
que foram se tornando mais complexas.
O termo empreendedorismo teve seu início, na Idade Média, quando era utilizada
na denominação de ocupações específicas, a noção de empreendedor foi refinando-se,
passando a englobar ideias relacionadas com a pessoa, em vez de sua ocupação. Os riscos, a
criação de riquezas e a inovação são exemplos dos critérios que foram desenvolvidos à
medida que evoluía os estudos de criação de novos negócios.
O quadro abaixo demostra uma sequencia cronológica dos estudos que somaram
para o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor.
16
Origina-se do francês: significa aquele que está entre ou estar entre.
Idade Média: Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala.
Século XVII: Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo
com o governo.
1725: Richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital.
1803: Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados dos lucros de capital.
1876: Francis Walker – distinguiu os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que
obtinham lucro com habilidades administrativas.
1934: Joseph Schumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda
não foi testada.
1961: David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados.
1964: Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades.
1975: Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais
e econômicos, e aceita riscos e fracassos.
1980: Karl Vésper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos,
negociantes e políticos.
1983: Gifford Pichot – o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma
organização já estabelecida.
1985: Robert Hisrich - o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor,
dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e
sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação
econômica e pessoal.
Quadro 1: Sequencia cronológica do termo empreendedor.
Fonte: Hisrich e Peters (2004, p. 27).
Apesar das características proativas no perfil empreendedor, Mai (2006), relata
que são necessárias as estruturas base da administração, pois só a motivação do empreendedor
não é suficiente para o sucesso de um empreendimento, pois a organização e o planejamento
das ações em coerência com a missão do empreendimento é fundamental para compor a
estrutura empresarial moderna.
Mai (2006) identifica também que o empreendedor é peça chave para o novo
cenário empresarial, conforme os estudos de diversos autores, pois possui características
inovadoras, motivacionais e proativas. Neste sentido o autor relata que para uma receita de
sucesso é necessário o conjunto destes fatores pessoais e organizacionais.
2.4 Mortalidade
O termo “mortalidade de empresas” é uma expressão muito utilizada para definir
em diversos aspectos o insucesso de um negocio. Para Cochran, (1981) mortalidade precoce é
definida como a baixa formal de uma empresa junto aos órgãos oficiais antes do alcance de
sua maturidade.
17
No entanto, as teorias administrativas costumam utilizar do termo falência para
expressar tal acontecimento. Contudo segundo explana Cochran (1981), dependendo do
conceito que se tirar por base de falência ou mortalidade de empresas, pode-se variar muito e
resultar em informações pouco confiáveis, pois quanto mais amplo o conceito, maior será a
taxa de mortalidade localizada.
Hisrich e Peters (2004) afirmam que geralmente os estudos sobre o insucesso
empresarial, não colocam distinção entre falência, mortalidade, declínio e fracasso. O que
geralmente ocorre, é que estas situações são todas analisadas como sendo sinônimos de
fracasso, mais é importante lembrar que estas podem conduzir a empresa a diferentes
resultados. Como por exemplo, a falência, que não resulta necessariamente no término da
empresa.
Contudo, entende-se que há distinções nos termos utilizados para definir o
termino das atividades de uma empresa Cochran (1981). Porem, neste trabalho de pesquisa
define-se como base somente os dados sobre o encerramento efetivo das empresas junto aos
órgãos responsáveis.
2.4.1- Brasil e a mortalidade de empresas
Segundo estudos do SEBRAE (2008), o universo das micro e pequenas empresas
no Brasil são de 5,5 milhões de estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de
serviços, estes representam 20% PIB (Produto Interno Bruto) do País, 12% das exportações,
43% da renda total e são responsáveis por 60% dos empregos, ou seja, 60 milhões de
Brasileiros tem ocupação remunerada nas micro e pequenas empresas.
Apesar dos atrasos em relação a muitos países desenvolvidos e até
subdesenvolvidos, nunca houve no Brasil uma fase onde abrir um negocio próprio fosse tão
simples e acessível à população em geral como na ultima década. É fácil encontrar algum
conhecido que virou um pequeno empresário nos últimos anos, pois provavelmente tenha
encontrado uma oportunidade no mercado.
Segundo estudos SEBRAE (2011), com esta nova era de empreendedores, surge-
se também um numero elevado de empreendedores fracassados e consequentemente empresas
fechadas. Com isto gerou-se a necessidade de identificar estas pequenas empresas e ajuda-las
a estruturar suas bases para mantê-las ativas nos mercados competitivos e exigentes de hoje.
18
De acordo com SEBRAE (2011), o mesmo fazia parte de um sistema CEBRAE –
Centro Brasileiro de Apoio a Pequeno e Media Empresa criado em 1972, vinculado ao
Governo Federal, porém em 1990, a entidade transformou-se em um serviço autônomo
criando estrutura para seguir como uma entidade individual.
O SEBRAE (2011) é uma instituição que prepara os micros e pequenos
empresários a obterem condições necessárias para sobreviver e crescer para assim
acompanhar o ritmo de uma economia competitiva, auxiliando os empresários a conseguir
estabilizar suas estruturas para não depararem com a mortalidade das mesmas.
Esta Instituição chamada de SEBRAE transformou-se em uma fonte de referencia
e pesquisa em todo o Brasil, e faz vários levantamentos e pesquisas sobre o tema de
mortalidade.
Em um de seus dados, o SEBRAE (2008) faz um alerta a população
empreendedor, afirmando que seus números são alentadores, e que os índices de mortalidade
empresarial ainda são muito elevado, pois somente no estado de São Paulo, o fechamento
prematuro de empresas ( antes de completar 1 ano) consome R$ 16 bilhões em poupança
pessoal e faturamento cessante e ceifa de mais de 200 mil postos de trabalhos.
2.4.2- Sobrevivência e Mortalidade nas Empresas Paulistas
De acordo com SEBRAE (2008), os “Indicadores SEBRAE-SP”, são estudos que
analisam micros e pequenas empresas (MPEs) e suas oscilações, trata-se de uma serie
estatística que, desde 1998, monitora a evolução do nível de faturamento e de pessoal
ocupado nestas empresas.
Estes indicadores são elaborados com varias variáveis, tais como: sexo, faixa
etária de empreendedores, economia do país no ano, característica das empresas, setor de
atividade, ocupação anterior dos empreendedores e motivo que incentivou o empreendedor a
abrir a empresa. Estes indicadores servem também como referencia para vários estudos e
como base para avaliar a economia e estabilidade das micro e pequenas empresas.
Segundo o SEBRAE (2008) os indicadores de mortalidade mostram que 27% das
empresas fecham no primeiro ano, 38% encerram suas atividades até o segundo ano, 46%
19
fecham antes do terceiro ano, 50% não concluem o quarto ano, 62% fecham até o quinto ano e
64% encerram suas atividades antes de completar seis anos de atividade.
Figura 2 - Sobrevivência e mortalidade acumulada das empresas, Estado de São Paulo (rastreamento realizado em out./06 a mar./07)
Fonte: SEBRAE(2008)
Conforme demostra a figura2 a uma inversão na taxa de mortalidade, que era de
27% para 73% de empresas que conseguiram manter-se ativas, porem com o passar do tempo,
estes números se invertem, para uma relação de 64% que encerraram sendo que somente 36%
mantiveram-se abertas no período de 6 anos. Ou seja, das empresas que foram abertas em
2000, somente 36% conseguiram se mantiveram abertas em 2006, percebe-se que ao passar
do tempo, fica cada vez mais critico manter a administração e a competitividade do negocio.
20
Figura 3: Comparação de Taxa de Mortalidade
Fonte: SEBRAE (2008)
Os dados da Figura 3 mostram uma tendência à queda das taxas de mortalidade ao
longo do tempo, para empresas com um, dois, três e quatro anos de atividade. Assim, por
exemplo, para empresas com até um ano de atividade, a taxa de mortalidade cai de 35% no
primeiro estudo (1998/1999) para 27% no último estudo (2006/2007).
Embora seja visível a tendência de queda da taxa de mortalidade, no conjunto dos
estudos, especificamente para empresas de até cinco anos, essa tendência parece ter sido
revertida no último rastreamento. A taxa de mortalidade de empresas de até cinco anos caiu
de 71% no estudo de 2000/01 para 56% no estudo de 2004/05 e voltou a crescer para 62% no
estudo de 2006/07.
SEBRAE (2008) afirma que a queda na taxa de mortalidade das MPEs esta
diretamente relacionada com a melhora no perfil dos empresários, das empresas e do
ambiente onde operam. Em termos de perfil de empresários, por exemplo, nas empresas
abertas em 2000, cerca de 70% possuíam segundo grau ou mais, ao passo que nas constituídas
em 2005 essa proporção subiu para 78% dos empresários.
A proporção dos empreendedores por oportunidade expandiu de 60% para 69%
dos empresários. A pró-atividade dos empresários também aumentou e pôde ser expressa por
meio de vários indicadores, como por exemplo, a participação em cursos (que subiu de 17%
para 21% dos empresários), a participação em reuniões de empresários do mesmo setor, em
21
seminários ou ações organizadas por entidades do setor (que subiu de 12% para 17%) e a
realização de ações em conjunto com outras empresas do mesmo ramo, em busca de maior
competitividade do grupo (que subiu de 3% para 13%).
Quadro 2: Perfil dos empresários de empresas constituídas em 2000 a 2005
Fonte: SEBRAE (2008)
O quadro 2 compara o perfil dos empresários com uma diferença de cinco anos, e
indica que os empresários tem investido em estudos, qualificações, interação com a empresa e
com outras, sendo que estes índices interferem diretamente com a qualidade de vida das
empresas, reduzindo assim a taxa de mortalidade das mesmas.
Quadro 3: Perfil da empresa constituída em 2000 e em 2005
Fonte: SEBRAE (2008)
22
De acordo com a quadro 3, o tipo de empresa e o setor de atividades tiveram
ênfases diferentes nos anos de 2000 e 2005. Sendo que a mudança de tipo de empresa de um
ano para o outro foi mínima, pois em 2000 eram constituídas 48% por sociedade e 52%
individual, para em 2005 o índice ser de metade para cada tipo.
Porém no setor de atividade houve uma diminuição na procura de abertura de
empresa para o comercio, e houve uma intensificação por empresas ligadas ao setor de
serviços, a questão indústria não teve oscilações significantes.
Quadro 4: Ambiente de negócios em 2000 a 2005
Fonte: SEBRAE (2008)
No ambiente de negócios (quadro 4), as vendas para o governo e os empréstimos
em bancos com pré-abertura, registraram alta significativa, porém a macroeconomia ficou
estabilizada durante estes cinco anos, e pode-se perceber que não interferiram para o aumento
de empréstimos as contas já abertas.
Para SEBRAE (2008) o índice de planejamento também é um requisito para
melhorar a sobrevivência na MPEs, pois se verificou um aumento do período dedicado pelos
empresários a esta atividade, antes da efetiva abertura do negócio, passando de sete meses
para doze meses no levantamento e sistematização de informações.
Em estudos realizados nas empresas constituídas em 2000, 53% dos empresários
conheciam ou levantaram informações antes da abertura do negócio. Já nas empresas
23
constituídas em 2005, 69% das empresas conheciam esses itens ou levantaram informações
antes da abertura do negócio.
Quadro 5: Perfil do planejamento das empresas em 2000 e em 2005
Fonte: SEBRAE (2008)
A quadro 5, demostra como houve intensificação no requisito planejamento, que
além de ser uma ferramenta importante para qualquer empresa, aumenta a sobrevivência da
mesma. Este indicador demostra que quase dobrou o tempo destinado ao planejamento que
antecede a abertura da empresa. Outro índice que teve destaque no aumento foi itens
planejados, que teve um aumento de 16%, auxiliando para evitar falhas e perdas financeiras.
24
3. METODOLOGIA
Segundo Lakatos & Marconi (1991), a Metodologia Científica, não é tão somente
uma disciplina, mais sim uma iniciação do discente a um novo mundo de procedimentos
acadêmicos e de pesquisas profissionais. Para este trabalho, o método utilizado foi à pesquisa
exploratória, que segundo os autores, são investigações que possuem três objetivos:
desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador para uma pesquisa futura e
tornar conceitos mais claros.
3.1. População
Para a elaboração desta pesquisa, analisou-se toda a população de escritórios de
contabilidade estabelecidos na cidade de Águas de Lindoia-SP, que totaliza 9 escritórios.
Estes escritórios prestam serviços a grande maioria das empresas estabelecidas na cidade,
Possibilita-se, portanto um estudo mais amplo e impessoal sobre as reais causas de
mortalidade de empresas no município.
3.2. Instrumento de pesquisa
Com base nesta população técnica, buscou-se de forma estatística, dados através
de um questionário estruturado (ANEXO 1), que teve como objetivo avaliar o grau de
concordância, ou discordância dos contadores pesquisados, em relação a possíveis causas que
contribuíram para o encerramento das empresas no período de suas atividades.
Este questionário possui 2 perguntas iniciais de variáveis nominais, uma que
avaliou o tempo que o escritório em questão atua no mercado da cidade, e outra para verificar
o tempo médio de duração de uma empresa na cidade. Estas perguntas foram divididas em
três alternativas: Menos de 1 ano, de 1 a 5 anos, e acima de 5 anos para o tempo de mercado
do escritório contábil, e : Menos de 1 ano, de 1 a 3 anos, e acima de 3 anos para avaliar o
tempo médio de sobrevivência da empresa na cidade.
Em sequencia 11 questões de variáveis intervalares, sobre possíveis causas para o
encerramento das atividades por parte das empresas. Nestas questões o pesquisado utilizou-se
de uma escala likert de 5 pontos, sendo: 5-Concordo totalmente 4-concordo 3-nem concordo
ou discordo 2-discordo e 1-discordo totalmente.
25
Para a tabulação dos dados utilizou-se uma planilha Excel (ANEXO 2) e
tratamentos estatístico tais como: Médias, Desvio Padrão, Correlação entre os itens gráficos e
tabela organizadas em planilhas de Excel.
3.3. Procedimentos metodológicos
Após a elaboração do questionário, aplicou-se um teste piloto, para a verificação
do entendimento referente às questões do questionário. Sendo que após este teste, verificou-se
que as informações foram de fácil entendimento, sendo assim manteve-se o mesmo.
Com a definição do questionário, levou-se a cada um dos 9 escritórios catalogados
previamente, um envelope contendo uma copia do questionário, e telefones para o
esclarecimento de possíveis duvidas quanto ao preenchimento e ao entendimento das
questões. Aplicou-se então a um contador de cada escritório, no qual, o mesmo teve um
tempo máximo de uma semana para o preenchimento das respostas.
Uma semana após a entrega dos questionários e sem quaisquer duvidas por parte
dos entrevistados, pode-se coletar as respostas preenchidas, e realizou-se um levantamento
das opiniões através da tabulação dos dados.
26
4 - RESULTADOS E ANÁLISES
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com esta pesquisa.
4.1 Variáveis Nominais
Figura 4: Tempo de Escritório
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Com base no figura acima, percebe-se que 88% dos escritórios de contabilidade
analisados estão estabelecidos na cidade a mais de 5 anos, o que demonstra o conhecimento
histórico das características locais.
Figura 5: Sobrevivência das Empresas
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor.
Pode-se analisar com a figura acima, que 67% dos escritórios contábeis
entrevistados acreditam que o tempo médio de sobrevivência de uma empresa no mercado
local e de 1 à 3 anos.
Menos de 1 ano 0%
1 a 5 anos 12%
acima 5 anos 88%
Tempo de Escritório
menos de 1 ano; 11%
1 a 3 anos; 67%
acima de 5 anos; 22%
Sobrevivência das Empresas
27
4.2 Variáveis Intervalares
Segue abaixo os resultados obtidos das variáveis intervalares.
Falta de clientes no ramo de atuação da empresa
Figura 6: Falta de Clientes
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
De acordo com a figura acima, para 63% dos entrevistados ao e a falta de clientes
no ramo de atividade da empresa que afeta seu desempenho, o que justifica a pequena media
de 2,5 em uma escala de 1 a 5, e a grande dispersão de 1,2 das respostas obtidas.
Falta de credito bancário para financiar equipamentos e matéria- prima
Figura 7: Falta de Crédito Bancário
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Com analise da figura acima, verifica-se que 88$ dos entrevistados, acreditam que
não e a falta de credito bancário que afeta a sobrevivência das empresas na cidade, o que
explica a media de 4,6 em uma escala de 1 a 5 e o pequeno desvio padrão de 0,8 nas
respostas.
Media: 4,6
DP: 0,8
Media: 2,5
DP: 1,2
28
Falta de conhecimentos administrativos e gerenciais
Figura 8: Falta de Conhecimento
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme se verifica na figura acima, 100% dos escritórios entrevistados
concordam que a falta de conhecimentos administrativos e gerencias afetam diretamente a
sobrevivência das empresas na cidade. Contudo entende-se que a unanimidade nas respostas
avaliam a media próxima de 5 , em uma escala de 1 a 5, é uma pequena dispersão de 0,5 nas
respostas.
Falta ou falha no planejamento estratégico na implantação da empresa
Figura9: Planejamento estratégico
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Pode-se analisar com a figura acima, que para 100% dos entrevistados falhas ou
falta de planejamento estratégico na implantação da empresa, contribuíram diretamente na
morte precoce das mesmas, o que justifica uma media elevada de 4,4 na concordância das
respostas e pequena dispersão de 0,5.
Concordo totalmente
37%
Concordo 63%
Nem concordo
nem discordo
0%
Discordo 0% Discordo
totalmente 0%
Planejamento Estratégico
Media: 4,4
DP: 0,5
Media: 4,6
DP: 0,5
29
Problemas Financeiros, ou má administração dos recursos financeiros.
Figura10: Má administração financeira
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme a figura acima 75% dos entrevistados acreditam que a má
administração dos recursos financeiros, contribuem para o insucesso empresarial local, o que
justifica a media de 4 em uma escala de 1 a 5 e uma dispersão nas respostas de 0,8.
Falta de capital de giro para o início das atividades da empresa
Figura11: Capital de Giro
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Com base na figura acima 38% dos entrevistados concordam que a falta de capital
de giro influencia na mortalidade das empresas locais, contudo, a questão acima demostra
pequena media de 2,9, na concordância das respostas, o que justifica o elevado desvio padrão
nas respostas de 1,1.
Concordo totalmente
25%
Concordo 50%
Nem concordo
nem discordo
25%
Discordo 0%
Discordo totalmente
0%
Má administração financeira
Concordo totalmente
0%
Concordo 37%
Nem concordo
nem discordo
25%
Discordo 25%
Discordo totalmente
13%
Capital de Giro
Media: 4
DP: 0,8
Media: 2,9
DP: 1,1
30
Concorrências muito fortes ou concorrentes que já possuem nome forte e tradição na cidade.
Figura12: Concorrência
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
De acordo com a figura acima, para 63% dos entrevistados a concorrência local
não contribui para o insucesso das empresas locais, porem observa-se pequena media nas
respostas e elevada dispersão, com o desvio padrão de 1,2.
Falta de conhecimento no ramo que a empresa atua
Figura13: Ramo de Atuação
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Com base na figura acima, observa-se que 50% dos entrevistados concordam que
a falta de conhecimentos na área em que a empresa atua influencia em sua sobrevivência no
mercado local, o que justifica a media de 3,5 em uma escala de 1 a 5. Porem houve elevada
dispersão nas respostas, com um desvio padrão de 1,2.
Concordo totalmente
0%
Concordo 25%
Nem concordo
nem discordo
12%
Discordo 50%
Discordo totalmente
13%
Concorrência
Concordo totalmente
25%
Concordo 25%
Nem concordo
nem discordo
25%
Discordo 25%
Discordo totalmente
0%
Ramo de atuação
Media: 2,8
DP: 1,2
Media: 3,5
DP: 1,2
31
Falta de mão de obra qualificada
Figura 14: Mão de Obra Qualificada
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme se verifica na figura acima, 62% dos entrevistados acreditam que a falta
de mão de obra qualificada pode influencias na mortalidade das empresas locais, o que
demonstra a media de 3,8 e uma escala de 1 a 5 nas respostas, e um desvio padrão
significativo de 0,9.
Aumento na inadimplência
Figura 15: Inadimplência
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Verifica-se na figura acima que 51% dos entrevistados acreditam que o aumento
na inadimplência não foi o fator crucial para a mortalidade nas empresas locais, Porém
observa-se pequena media de 2,8 nas respostas e elevado grau de dispersão, com o desvio
padrão de 1,
Concordo totalmente
12%
Concordo 50%
Nem concordo
nem discordo
25%
Discordo 13%
Discordo totalmente
0%
Mão de obra qualificada
Concordo totalmente
0%
Concordo 37%
Nem concordo
nem discordo
12%
Discordo 38%
Discordo totalmente
13%
Inadimplência
Media: 2,8
DP: 1,2
Media: 3,8
DP: 0,9
32
Cargas tributárias elevadas
Figura 16: Carga Tributária
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme a figura acima para 62% dos entrevistados a carga tributária e um fato
que contribuem para o insucesso empresarial local, o que justifica a media de 3,6 em uma
escala de 1 a 5, porem houve dispersão significativa nas respostas conforme demostra o
desvio padrão de 1,1.
Correlação entre itens
Figura 17: Correlação entre itens
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme se observa na figura acima, houve varias correlações positivas
significativas. Porém ressalta-se entre os itens forte correlação entre inadimplência e
sobrevivência das empresas o que significa dizer, que à medida que a inadimplência aumenta,
o tempo de sobrevivência da empresa no mercado diminui.
Concordo totalmente
12%
Concordo 50%
Nem concordo
nem discordo
13%
Discordo 25%
Discordo totalmente
0%
Carga Tributária
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TEMPO DO ESCRITORIO 1
SOBREVIVENCIA DAS EMPRESAS 0,22 1,00
FALTA DE CLIENTES 0,49 0,45 1,00
FALTA DE CRÉDITO BANCÁRIO 0,06 -0,09 0,12 1,00
FALTA DE CONHECIMENTO -0,29 -0,15 -0,07 -0,21 1,00
PLANEJAMENTO ESTRATEGICO -0,49 0,15 -0,20 -0,12 0,60 1,00
MÁ ADM. FINANCEIRA 0,00 0,41 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
CAPITAL DE GIRO 0,31 0,07 0,28 0,63 0,40 0,34 0,00 1,00
CONCORRENCIA -0,19 0,29 0,65 0,08 0,13 0,39 -0,35 0,18 1,00
RAMO DE ATUAÇÃO 0,17 -0,26 -0,46 -0,07 -0,12 -0,35 0,63 -0,16 -0,89 1,00
MÃO DE OBRA QUALIFICADA -0,17 -0,42 -0,19 -0,49 -0,34 -0,26 -0,62 -0,74 0,07 -0,20 1,00
INADIMPLÊNCIA 0,61 0,66 0,30 0,33 -0,65 -0,30 0,32 0,19 -0,11 0,10 -0,37 1,00
CARGA TRIBUTÁRIA 0,57 0,29 0,26 -0,40 -0,39 -0,13 0,35 -0,18 -0,13 0,34 0,07 0,46 1,00
Positiva
Negtiva
Media: 3,6
DP: 1,1
33
Já a respeito das correlações negativas, observa-se destaque entre os itens ramo de
atuação da empresa e concorrência, o que significa dizer que à medida que falta conhecimento
no ramo de atuação da empresa por parte do empreendedor, maior serão seus problemas em
relação à concorrência.
Contudo observa-se que apesar de apresentar consideráveis correlações, os itens
relacionados na figura acima somente realçam os problemas principais analisados nas figuras
de gráfico acima, que demostram concordância total dos entrevistados em itens como a falta
de conhecimentos administrativos e gerenciais, e a falta de planejamento estratégico na
implantação da empresa.
34
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho, buscou-se de forma exploratória identificar as
possíveis causas de mortalidade de empresas na cidade de Águas de Lindoia-SP, pesquisando
em forma de questionários estruturados a população de escritórios contábeis do município em
questão, a fim de obter uma visão técnica dos entrevistados a respeito do fato.
Nesta pesquisa buscou-se um aprofundamento na esfera micro de um grande
problema nacional, que é a mortalidade das micro e pequenas empresas. Neste pequeno nicho
municipal, pode-se perceber algumas características que fugiram a regra dos estudos
anteriores elaborados de forma macro, com uma abrangência estadual.
Percebe-se com a pesquisa, que o índice de mortalidade das empresas locais é
bem maior que a media estadual no período de 1 a 3 anos de sua formação. Já após este
período “critico”, as empresas tendem a ter uma melhor estabilidade no mercado local se
comparadas com os estudos estaduais mais recentes elaborados pelo SEBRAE.
As causas mais apontadas para estes acontecimentos, não diferem muito das
causas levantadas pelos estudos do SEBRAE no estado de São Paulo. Parece unanime que
problemas como: falta de planejamento inicial, falta de conhecimentos administrativos e
gerenciais e má administração financeira só leva a empresa a um caminho, o fracasso.
É importante ressaltar que o conhecimento adquirido com esta pesquisa pode
nortear e influenciar muitos futuros empreendedores no município, pois o estudo levanta de
forma clara e sucinta, os maiores obstáculos vivenciados por empreendedores que se
arriscaram no mercado local.
As características do município analisado propiciam a exploração de pequenos
negócios, devido sua localização estratégica dos grandes centros urbanos, e a grande
movimentação de turistas de todo o país que a cidade recebe ao longo do ano. Tais
características podem ser mais bem exploradas com base neste estudo.
Ao longo desta pesquisa pode-se observar com mais clareza os bastidores que se
fazem necessários para concretização de um negocio. Este ponto de vista só foi possível de
ser mensurado através do acompanhamento de rotinas contábeis em um escritório do ramo,
35
onde se acompanha diariamente através dos números, o perfil de cada empresário e de suas
decisões.
Além do conhecimento acadêmico especifico, consegui agregar com este trabalho
de pesquisa um grande valor profissional e analítico em minha carreira, pois adquiri uma base
de entendimento sobre as principais falhas e dificuldades enfrentadas na gestão de pequenas
empresas, e com isto poderei abrir inúmeros caminhos profissionais na tentativa de reverter
este quadro.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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empreendedorismo e viabilidade de novas empresas: um guia eficiente para iniciar e tocar seu
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FARAH, Osvaldo Elias; CAVALCANTI, Marly; MARCONDES, Luciana Passos.
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JUNIOR, Paulo Ferreira Simas. A importância da gestão de pessoas no sucesso das
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pequenas empresas comerciais do município de Aracruz/ES.Vitória: Dissertação –
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37
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WERNECK, Paulo de Lacerda. Fundamentos de administração. 1 ed. Rio de Janeiro:[s. n.],
2005. 30p.
38
ANEXOS
Anexo 1- Questionário
Anexo 1: Questionário
Fonte : Dados de pesquisa elaborada pelo autor
Tempo que o escritório está no mercado:
( ) MENOS DE 1 ANO ( ) DE 1 A 5 ANOS ( ) ACIMA DE 5 ANOS
Tempo médio de sobrevivência das Empresas:
( ) MENOS DE 1 ANO ( ) DE 1 A 3 ANOS ( ) ACIMA DE 3 ANOS
Concordo Concordo Nem concordo Discordo Discordo
Totalmente ou discordo Totalmente
5 4 3 2 1
Carga tributária elevada
Falta de conhecimentos
administrativos e gerênciais
Falta ou falha no
planejamento estratégico na
implantação da empresa
Problemas financeiros, ou
má administração dos
recursos financeiros
Falta de capital de giro para
o ínicio das atividades da
empresa
Concorrência muito forte ou
concorrentes que ja
possuem nome forte e
tradição na cidade
Falta de conhecimento no
ramos que a empresa atua
ASSINALE APENAS UMA ALTERNATIVA PARA CADA QUESTÃO :
Referente ao conhecimento que possui sobre a mortalidade das empresa em Águas de Lindoia,
assinale em cada item abaixo seu grau de concodância:
Falta de clientes no ramo
de atividade
Falta de mão de obra
qualificada
Aumento de inadimplentes
Falta de credito bancário
para financiar equipamentos
e materia- prima
QUESTIONÁRIO
39
Anexo 2- Planilha de Resultados
Anexo 2: Planilha de Resultados
Fonte : Dados de pesquisa elaborada pelo autor
DADO S INTERVALARES
sujeitos TE
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4 3 2 3 2 5 5 3 4 4 2 4 2 4
5 3 3 2 2 5 5 5 4 2 4 2 4 4
6 3 2 3 2 5 4 5 3 2 5 3 2 4
7 3 3 4 2 4 4 4 2 4 2 4 4 4
8 3 2 1 1 4 4 4 1 1 5 5 3 5
DADO S
NO MINAIS