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329 EstratØgias para o uso sustentÆvel da biodiversidade da Caatinga Marcos Antônio Drumond Lucia Helena Piedade Kiill Paulo CØsar Fernandes Lima Martiniano Cavalcante de Oliveira VisŒldo Ribeiro de Oliveira Severino Gonzaga de Albuquerque Clóvis Eduardo de Souza Nascimento Josias Cavalcanti Pesquisadores da Embrapa Semi-`rido, Petrolina - PE

INTRODU˙ˆO - ainfo.cnptia.embrapa.brainfo.cnptia.embrapa.br/.../item/18250/1/Artigo_2Caatinga.pdf · abundantes na maioria dos trabalhos de levantamento realizados em Ærea de caatinga

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Estratégias parao uso sustentável

da biodiversidadeda Caatinga

Marcos Antônio Drumond

Lucia Helena Piedade Kiill

Paulo César Fernandes Lima

Martiniano Cavalcante de Oliveira

Visêldo Ribeiro de Oliveira

Severino Gonzaga de Albuquerque

Clóvis Eduardo de Souza Nascimento

Josias Cavalcanti

Pesquisadores da EmbrapaSemi-Árido, Petrolina - PE

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INTRODUÇÃOO Nordeste do Brasil tem a maior

parte de seu território ocupado por umavegetação xerófila, de fisionomia e florísticavariada, denominada Caatinga. Fitogeo-graficamente, o bioma Caatinga ocupacerca de 11% do território nacional,abrangendo os estados da Bahia, Sergipe,Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grandedo Norte, Ceará, Piauí e Minas Gerais. Nacobertura vegetal das áreas da regiãoNordeste, a Caatinga representa cerca de800.000km2, o que corresponde a 70% daregião. Aproximadamente 50% das terrasrecobertas com a Caatinga são de origemsedimentar, ricas em águas subterrâneas.Os rios, em sua maioria, são intermitentese o volume de água, em geral, é limitado,sendo insuficiente para a irrigação. Aaltitude da região varia de 0-600m,apresentando temperaturas que variam de24 a 28oC, precipitação média de 250 a1000mm e déficit hídrico elevado durantetodo o ano (Nimer 1979, Silva et al. 1992,Sampaio et al. 1994)

A vegetação de caatinga éconstituída, especialmente, de espécies

lenhosas de pequeno porte, herbáceas,cactáceas e bromeliáceas. As primeiras sãodotadas de espinhos, sendo, geralmente,caducifólias, perdendo suas folhas no inícioda estação seca. Fitossociologicamente, adensidade, freqüência e dominância dasespécies são determinadas pelas variaçõestopográficas, tipo de solo e pluviosidade(Luetzelburg 1974, Andrade-Lima 1981,Araújo Filho & Carvalho 1997).

Não existe uma lista completa dasespécies da caatinga, encontradas nas suasmais diferentes situações edafoclimáticas(agreste, sertão, cariri, seridó, carrasco,entre outros). Em trabalhos qualitativos equantitativos sobre a flora e vegetação dacaatinga, foram registradas cerca de 932espécies arbóreas e arbustivas, sendo 318endêmicas (Giulietti et al. 2002).Certamente o número de espéciesaumentará se considerarmos as herbáceas.As famílias mais freqüentes sãoCaesalpinaceae, Mimosaceae, Euphorbia-ceae, Fabaceae e Cactaceae, sendo osgêneros Senna, Mimosa e Pithecellobiumos com maior números de espécies. A

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Homem da Caatinga

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catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.),as juremas (Mimosa spp.) e os marmeleiros(Croton spp.) são as plantas maisabundantes na maioria dos trabalhos delevantamento realizados em área decaatinga (Sampaio et al. 1994)

Potencial forrageiro e frutíferoEm termos forrageiros, a caatinga

mostra-se bastante rica e diversificada.Entre as diversas espécies, merecem serdestacadas: o angico (Anadenantheramacrocarpa Benth), o pau-ferro (Caesal-pinia ferrea Mart. ex. Tul.), a catingueira, acatingueira-rasteira (Caesalpinia micro-phylla Mart.), a canafistula (Sennaspectabilis var. excelsa (Sharad) H.S.Irwine& Barnely), o marizeiro (Geoffraea spinosaJacq.), a jurema-preta (Mimosa tenuiflora(Willd.) Poiret, o sabiá (Mimosa caesal-pinifolia Benth.), o rompe-gibão (Pithece-lobium avaremotemo Mart.) e o juazeiro(Zizyphus joazeiro Mart.), entre as espéciesarbóreas; o mororó (Bauhinia sp.), oengorda-magro (Desmodium sp.), amarmelada-de-cavalo (Desmodium sp.), ofeijão-bravo (Capparis flexuosa L.), o mata-pasto (Senna sp.) e as urinárias (Zornia sp.),entre as espécies arbustivas e subar-bustivas; e as mucunãs (Stylozobium sp.)e as cunhãs (Centrosema sp.), entre aslianas e rasteiras. A fitomassa disponívelpara os animais numa caatinga bruta naépoca chuvosa é de 1.000kg MS/ha,distribuídos mais ou menos de modo igualentre os estratos herbáceo e lenhoso(Albuquerque & Bandeira 1995).

Destacam-se como frutíferas, oumbu (Spondias tuberosa Arruda),araticum (Annona glabra L., A. coriaceaMart., A. spinescens Mart.), mangaba(Hancornia speciosa Gomez), jatobá(Hymenaea spp.), juazeiro (Ziziphusjoazeiro Mart.), murici (Byrsonima spp.), eo licuri (Syagrus coronata (Mart.) Becc.),que são exploradas de forma extrativistapela população local. Essa forma deexploração tem levado a uma rápidadiminuição das populações naturais dessasespécies vegetais, que estão ameaçadas deextinção (Mendes 1997).

Potencial medicinalEntre as diversas espécies da

Caatinga, várias plantas são notoriamenteconsideradas como medicamentosas deuso popular, sendo vendidas folhas, cascase raízes, em calçadas e ruas das principaiscidades, bem como mercados e feiraslivres. Entre elas, destacam-se a aroeira �Myracrodruon urundeuva F.F. & M.M.Alemão (adstringente), araticum � Annonasp.(antidiarréico), quatro-patacas �Allamanda Blancheti Muell. Arg.(catártica), pau-ferro � Caesalpinia ferreaMart. ex Tul. (antiasmática e antisséptica),catingueira (antidiarréica), velame �Croton campestris (St. Hil.) Muell. Arg. emarmeleiro � Croton sonderianus Muell.Arg. (antifebris), angico � Anadenantheramacrocarpa Benth. (adstringente), sabiá� Mimosa caesalpiniifolia Benth.(peitoral), juazeiro � Ziziphus joazeiro Mart.(estomacal), jericó � Selaginellaconvuluta Spring. (diurético), pau d�arco� Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.)Standl.)(anticancerígena),entre outras(Agra 1996).

Potencial madeireiroInventários florestais da região

demonstram estoques lenheiros variandoentre 7 e 100m3 de lenha (Tavares et al.1970, Carvalho 1971, Souza Sobrinho1974, Tavares 1974a, 1974b, Lima et al.1978). Como fonte madeireira para aprodução de lenha, carvão e estacas,destacam-se o angico, o angico-de-bezerro(Piptadenia obliqua (Pres.) Macbr.), acatingueira-rasteira, o sete-cascas(Tabebuia spongiosa), a aroeira, a baraúna(Schinopsis brasiliensis Engl.), a jurema-preta, o pau-d�arco, a catingueira, o sabiáe a umburana (Commiphora leptophloeosEngl.), dentre outras (Drumond 1982,Drumond 1992).

Em face da importância da aroeira edo umbuzeiro na economia dos agri-cultores, essas espécies foram proibidas deserem usadas como fonte de energia pelalegislação florestal, a fim de evitar a suaextinção na região.

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Potencial faunísticoOs mamíferos são de pequeno porte,

sendo os roedores os mais abundantes. Asespécies encontradas em maior número naCaatinga, são aquelas que apresentamcomportamento migratório nas épocas deseca (Mendes 1994, Paiva 1997). Algumasespécies já constam como desaparecidas,ou em processo de extinção, como osfelinos (onças e gatos selvagens), osherbívoros de porte médio (veado-catingueiro e a capivara), a ararinha-azul,as pombas de arribação e as abelhasnativas, resultante da caça predatória edestruição de seu hábitat natural.

Problemática da regiãoEmbora apresentando características

ambientais tão adversas, a ocupação dobioma Caatinga se deu, principalmente,através da formação de currais de gado emtorno das margens do rio São Francisco eseus afluentes. O gado era criado à solta,com a água dos mananciais e lagoas. Juntoaos currais e próximo às fontes de água,desenvolveram-se comunidades quefaziam roçados destinados aos plantios defeijão, arroz, milho, cana-de-açúcar,mandioca e algodão. Os moradorespodiam caçar, pescar e coletar outrosalimentos, principalmente frutos, o quecontribuiu para formar uma sociedadeextrativista por excelência (CAR 1985).

Atualmente, a região Nordeste abrigauma população estimada em mais de 25milhões de habitantes, e apresenta pro-blemas estruturais quanto à sustenta-bilidade dos sistemas de produção dealimentos, que, aliados aos constantesefeitos negativos do clima, como as secas,dificultam sua manutenção e desenvol-vimento, levando à deterioração do solo,da água e perda da biodiversidade.A combinação desses fatores pode darinício ao processo de desertificação. Apobreza da região é conseqüência de umaestrutura latifundiária e um sistema decrédito agrícola, comercialização eassistência técnica inadequados, do

deficiente sistema educacional e daocorrência periódica de seca, dentre outras.

A base da economia da região é aagropecuária de sequeiro e a irrigada emalguns locais. Nas áreas de sequeiro, osriscos de colheita são grandes e aumentamnos períodos de seca. Nas áreas irrigadas,há o risco de salinização, embora sejamcrescentes a olericultura e a fruticultura demanga, uva, banana e coco, entre outras.Para a pecuária, a capacidade suporte davegetação de caatinga varia de 15 a 20hectares para cada bovino adulto (Salvianoet al. 1982) e de 1 a 3 hectares paraunidade caprina (Guimarães Filho & Soares1988).

A região Nordeste possui 10,4milhões de caprinos correspondendo a88% do rebanho brasileiro, sendo que aovinocultura, com 7,2 milhões de ovelhas,corresponde a 39% dos rebanhos. Comoalternativa alimentar vem crescendo aformação de pastos de capim buffel,gramínea exótica, que avança na região(IBGE 2001).

Com relação ao extrativismo vegetal,as principais espécies utilizadas são umbu,licuri e carnaúba (Copernicia ceriferaMart.). A produção extrativa do umbuzeiroalcança 20.000 toneladas de frutos porano, com áreas de coleta espalhadas emtodo o Nordeste brasileiro. A comer-cialização dos frutos do umbuzeiro,coletados por famílias de pequenosprodutores ou assalariados agrícolas, éuma atividade crescente em algumasregiões do Nordeste, exceto em Alagoas eMaranhão. Apesar de sua importânciasocioeconômica, os trabalhos de pesquisae, principalmente, de conservação genéticada espécie, são incipientes. A produçãonativa da carnaúba concentra-se nosestados do Ceará e Piauí, responsáveis por80 a 90% da produção de cera brasileira,mas ainda pouco expressiva quandocomparada à produção comercial. Já oouricuri ou licuri, por ser uma palmeiratotalmente aproveitável, vem sendoamplamente explorada desde os temposcoloniais. Essa extração vem causando a

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destruição dos licurizais nativos, que aindasão explorados em larga escala (Duque1980, Noblick 1986).

Hoje, a utilização da caatinga aindase fundamenta em processos meramenteextrativistas para obtenção de produtos deorigens pastoril, agrícola e madeireiro. Nocaso da exploração pecuária, osuperpastoreio por ovinos, caprinos,bovinos e outros herbívoros temmodificado a composição florística doestrato herbáceo, quer pela época querpela pressão de pastejo. A exploraçãoagrícola, com práticas de agriculturaitinerante que incluem o desmatamentoe a queimada desordenados, temmodificado tanto o estrato herbáceo comoo arbustivo-arbóreo. E, por último, aexploração madeireira, que já temcausado mais danos à vegetação lenhosada caatinga do que a própria agriculturamigratória (CAR 1985).

As conseqüências desse modeloextrativista predatório se fazem sentirprincipalmente nos recursos naturaisrenováveis da Caatinga. Assim, já seobservam perdas irrecuperáveis dadiversidade florística e faunística,aceleração do processo de erosão edeclínio da fertilidade do solo e daqualidade da água pela sedimentação. Noque se refere à vegetação, pode-se afirmarque acima de 80% da caatinga sãosucessionais, cerca de 40% são mantidosem estado pioneiro de sucessãosecundária e a desertificação já se fazpresente em, aproximadamente, 15% daárea.

Em recentes levantamentos naregião, os dados de cobertura florestaldemonstraram valores inferiores a 50%por Estado, devido à exploraçãoextensiva das espécies para lenha ecarvão, para supr i r indústr iasalimentícias, curtume, cerâmica, olarias,reformadoras de pneus, panificadoras epizzarias. Em municípios da Chapada doAraripe, onde se localizam indústrias degesso, o consumo de lenha atingevalores de 30.000 metros cúbicos por

mês, o que resul ta em umdesmatamento de aproximadamente 25hectares por dia, sendo a produção davegetação nativa da região da ordem de40 metros cúbicos por hectare,enquanto que o consumo de lenha porpropriedade rural na região de Ouricuri- PE, é de 51estéreos (Ribaski 1986).

Quanto ao problema de reposiçãoflorestal, os trabalhos de reflorestamentose concentram na exótica algarobeira(Prosopis juliflora (SW) DC), espécieimportante quanto aos problemas deordem energética e também comoforrageira. Entretanto, face às facilidadesde regeneração natural que a espécie vemencontrando na região, há o risco de serinvasora, principalmente nas áreasirrigáveis. Não houve reflorestamentoutilizando espécies nativas da região.

Além das inúmeras justificativaspara a conservação da vegetação dacaatinga, baseadas na preservação dadiversidade genética e na sua importânciapara outros recursos naturais como solo,água e fauna, o valor extrativista desseecossistema é particularmente crucial emregiões onde há queimadas constantes,uso do solo e extração de madeira paradiferentes finalidades. Portanto, apreocupação com a conservação dosrecursos naturais é condição indispensávelpara se prever o uso regular da terra porseus proprietários, bem como descobrir edesenvolver métodos não destrutivos deusos dos recursos florestais que sejamaplicáveis à região. Dessa forma, torna-seevidente, e urgente, o conhecimento daflora, fauna, solo e clima, informaçõesfundamentais para o desenvolvimento dequaisquer ações que venham a contribuirpara um melhor planejamento de manejo,uso, conservação e enriquecimento daCaatinga.

Diante do exposto, algumasestratégias para o uso sustentável daCaatinga vêm sendo utilizadas, embora,haja a necessidade de se discutir novaspropostas mais adequadas às condiçõesregionais.

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Recursos florestaisA exploração dos recursos florestais

da Caatinga não é feita de modosustentável, sendo identificadas duasgrandes lacunas nesse segmento. A pri-meira refere-se à falta de desenvolvimentode Sistemas Agroflorestais (SAFs) na regiãoe a segunda se deve ao ajuste da oferta dematéria prima florestal na região e ao nãocumprimento, por parte da populaçãolocal, da reposição florestal obrigatória.

Os problemas ligados ao desen-volvimento de SAFs na região semi-áridado Nordeste são os seguintes: (a) falta detradição do segmento florestal na região;(b) desconhecimento dos benefícios dosSAFs; (c) ensino e práticas voltadas para omonocultivo (cultivo isolado); (d) falta depesquisas que quantifiquem e qualifiquemas melhores alternativas agroflorestais, porzona agroeológica; e (e) desconhecimentode práticas conservacionistas pelo uso deSAFs. Para solucionar estes problemas, sãosugeridas as seguintes alternativas: (a)fomento das atividades agroflorestaisatravés de eventos de difusão, visandoconscientizar e estimular técnicos eagricultores; (b) financiamento institucionaldos órgãos governamentais e ONGs nasolução de problemas comuns, evitandodispersão de esforços e recursos; (c)parceria entre os setores de pesquisa,ensino e extensão com entidades privadaspara uma atuação integrada; (d) introduçãode conceitos e noções básicas deagrossilvicultura nas escolas técnicas deciências agrárias, proporcionando ummaior conhecimento da área agroflorestal;(e) implantação da disciplina deagrossilvicultura nos cursos de graduaçãode engenharia florestal, agronômica ezootécnica; (f) capacitação de recursoshumanos para desenvolvimento dasatividades aplicadas em sistemasagrossilviculturais; (g) divulgação dosresultados de pesquisa de modo que osmesmos cheguem ao agricultor de formaclara e divulgação conjunta dos órgãos depesquisa, extensão e agricultores atravésde unidades demonstrativas nascomunidades; (h) levantamento das

tecnologias existentes na região e emoutros países, passíveis de adoção eadaptação; e (i) criação de bancos de dadosreferentes ao tema, a fim de centralizar afonte das tecnologias e facilitar o repassedesses conhecimentos.

No que diz respeito ao ajuste daoferta de matéria-prima florestal e ocumprimento da reposição florestalobrigatória, os problemas são os seguintes:(a) superexploração da vegetação nativa(manejo inadequado), tanto para produtosmadeireiros quanto não madeireiros(extrativismo); (b) caça e pesca predatória;(c) comércio ilegal de plantas e animaissilvestres; (d) não reposição florestalobrigatória; (e) desconhecimento deespécies potenciais indicadas parareflorestamento em cada zona agro-ecológica da região; (f) não cumprimentode leis governamentais de consumo ereposição de lenha; (g) falta de fiscalizaçãopor parte de órgãos governamentais juntoàs indústrias de transformação; e (h)distância entre áreas produtoras dematéria-prima e indústrias transfor-madoras.

As seguintes propostas alternativassão sugeridas para atenuar essesproblemas: (a) organização de estruturasque envolvam produtores e consumidores,para a comercialização dos produtos;(b) simplificação dos procedimentos buro-cráticos na exploração e manejo deespécies vegetais em matas naturais;(c) apoio financeiro aos agricultores quecomercializam lenha, a fim de melhorproceder ao reflorestamento, cumprindoassim, a reposição florestal; (d) esta-belecimento de recomendações aos órgãosde pesquisa e outros, para elaboração deum zoneamento indicativo de espéciespotenciais para reflorestamento, por zonaagroecológica de cada Estado; (e) iden-tificação de mecanismos administrativos oufinanceiros que permitam a opera-cionalização de propostas para reposiçãoflorestal por parte de agricultores eindústrias consumidoras de lenha e carvão;(f) reforço do papel dos produtores ruraisno processo de abastecimento das

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indústrias; (g) busca de maior vínculo entreconsumidores de lenha e produtores rurais;(h) delimitação de regiões prioritárias parareposição florestal, em função dasindústrias existentes, do avanço dodesmatamento, ou de áreas em processode desertificação; (i) evitar a formação delatifúndios energéticos, por parte deindústrias de transformação (cal, gesso,cimento etc.) a fim de evitar a expulsão defamílias rurais; (j) estabelecimento denormas de reflorestamento, indicando aoreflorestador padrões de manejo dasespécies quanto ao espaçamento a serefetuado (evitando que a reposição sejasomente em função do número de plantas,sem observar o espaçamento ideal para oplantio); (l) desenvolvimento de técnicasflorestais objetivando maior integraçãoespacial entre atividades florestais eagrícolas, mediante uso de sistemasagroflorestais em plantios de reposiçãoobrigatória; (m) oferta de assistênciatécnica por parte dos órgãosgovernamentais, com maior atuação eparticipação da extensão rural no processo;(n) incentivo à criação de áreas deprodução de sementes florestais; (o)

aumento do número de órgãos de fomentopara venda de sementes e/ou mudas deespécies florestais; (p) criação de maiorcontingente de fiscais e polícia florestal parao IBAMA, para uma fiscalização maisefetiva; (q) incentivo às campanhas dereflorestamento, ao nível de produtor rural;(r) incentivo à criação de viveiros florestaisdirigidos por comunidades e/ouassociações de classes; (s) fomento deatividades de carvoejamento, identificandoprocessos rentáveis de transformação dalenha em carvão e mercados alternativospara o produtor; (t) valorização econômicada vegetação por práticas de adensamentode espécies nativas de valor comercial,selecionando as espécies em função do seuciclo de crescimento; (u) introdução depráticas que reduzam o grau de exposiçãoe lixiviação do solo, e incrementem aprodutividade madeireira dos reflores-tamentos; e (v) expansão do sistema deunidades de conservação (unidades deproteção integral e de uso sustentável) paragarantir o uso sustentável e a conservaçãodos recursos genéticos dos principaisremanescentes de florestas nativas daregião.

Zig

Koch

Paisagem da Caatinga

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Áreas degradadas

Uma área considerável da Caatingaencontra-se degradada, podendo levar àperda da biodiversidade, à erosão genéticade espécies vegetais e à erosão do solo e,em conseqüência, incentivar o êxodo rural.O nível de degradação de algumas áreaspode ser tão grande que as mesmascorrem risco de desertificação. Para evitara expansão das áreas degradadas e dadesertificação na região, são propostas asseguintes estratégias: (a) promoção deencontros, cursos e treinamentos sobrecombate a desertificação; (b) cadastro deinstituições públicas e privadas que tenhaminteresse em participar do programa decombate à desertificação; (c) estudo dascadeias produtivas nas áreas passíveis dedesertificação e mobilização dos atorespara torná-las atrativas do ponto de vistasocial e econômico; (d) estabelecimento demecanismos de integração do setorpúblico/privado, principalmente no nível deestados e municípios; (e) incentivo àscampanhas de reflorestamento utilizandoespécies ameaçadas de extinção; (f)divulgação e prestação de assessoria sobreas tecnologias novas e/ou modificadas; (g)estabelecimento e reforço do sistema devigilância contra a desertificação; (h)atuação na fiscalização de indústrias queagridem o meio ambiente, exigindo ocumprimento de leis de proteçãoambiental; (i) incremento das pesquisasrelacionadas ao impacto ambiental nosemi-árido brasileiro, principalmenterelativas às áreas de mineração, manejo econservação do solo e água, manejo desolos salinos e alcalinos, manejo de baciashidrográficas, manejo florestal e conser-vação da biodiversidade; (j) cumprimentodas exigências de relatórios de avaliaçõesde impactos ambientais (EIA/RIMA), paratodos e quaisquer projetos de desen-volvimento agrícola; (l) ampliação da basegenética das espécies através da prática dereflorestamento; (m) reflorestamento comespécies ameaçadas de desaparecimento,transformando essas áreas em produtorasde sementes e/ou de conservação in situ;(n) oferta das tecnologias geradas pelos

órgãos de pesquisa e outras instituições,como auxílio ao combate à desertificação;(o) divulgação e assessoria às instituiçõesde extensão e grupos de trabalhos dedesenvolvimento comunitário sobretecnologias existentes na região e emoutros países, passíveis de adoção eadaptação; (p) criação de bancos de dadosreferentes ao tema, a fim de centralizarfonte de tecnologias e facilitar o repassedesses conhecimentos; (q) realização deencontros e/ou workshops a fim dedirecionar as pesquisas para as demandasproblemáticas; e (r) execução de umprograma de recuperação de matas ciliares.

PecuáriaEm função das condições

edafoclimáticas desfavoráveis, a pecuáriatem se constituído, ao longo do tempo,na atividade principal de cerca de ummilhão de propriedades rurais de basefamiliar disseminadas nos mais de noventamilhões de hectares do semi-áridobrasileiro. O modelo atual de pecuária naregião não é sustentável, pois exerce umagrande pressão sobre a vegetação nativa,acelerando, por conseguinte, a perda dabiodiversidade regional. De modo geral,os fatores limitantes ao desenvolvimentode uma pecuária sustentável tanto doponto de vista ecológico como do pontode vista econômico são os seguintes: (a)baixo nível de capacitação gerencial dosprodutores rurais, debilidade organizativae acesso limitado ao crédito e aos serviçosde assistência técnica e extensão rural; (b)condições de semi-aridez predominantenas áreas de caatinga, associadas àsirregularidades das chuvas; e (c) baixaprodutividade decorrente da qualidadegenética inferior dos rebanhos.

O seguinte conjunto de propostas éfeito visando compatibilizar as atividades depecuária e a conservação da biodiver-sidade: (a) avaliação do potencial dacaatinga para produção de ruminantes,apicultura, madeira e outros usos, edesenvolvimento de métodos racionaispara sua exploração extrativa;(b) identificação de espécies nativas da

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caatinga com potencial forrageiro, melífero,madeireiro, frutífero, medicinal, aromático,ornamental e outros usos, e desen-volvimento de métodos para seu cultivosistemático; (c) introdução e avaliação deforrageiras exóticas para corte e pastejo, edesenvolvimento de métodos para seuestabelecimento e manejo; (d) estudo dealternativas mais eficientes de suple-mentação, volumosa e concentrada, pararuminantes durante os períodos secos; (e)desenvolvimento e validação de sistemasdiversificados de produção (silvopastoris,agrosilvopastoris) adaptados aos principaisespaços agroecológicos e socioeconô-micos do semi-árido; (f) avaliação dealternativas de exploração pecuária emassociação com os sistemas hortifrutícolasirrigados; (g) zoneamento agroecológicoem base municipal ou microrregional paraa produção animal; (h) desenvolvimento dealternativas para melhoria da qualidade epara incorporação de valor agregado aosdiversos produtos e subprodutos daatividade agropecuária dependente dechuva; (i) criação de linhas de crédito paraos pequenos produtores, vinculadas aosprogramas de assistência técnica e deeducação ambiental; (j) desenvolvimentode alternativas de suplementação alimentardos rebanhos nos períodos secos, atravésdo aproveitamento racional de restosculturais e de métodos de conservação deforragens; (l) desenvolvimento dealternativas de suplementação energéticae protéica, a partir de subprodutosindustriais ou de outras fontes nãoconvencionais; (m) identificação dasprincipais carências minerais e de métodospara a sua prevenção e controle; (n) estudode métodos mais eficientes de manejoreprodutivo para as diversas espéciesanimais criadas em condições extensivase semi-extensivas no semi-árido; (o)desenvolvimento de máquinas eimplementos agrícolas de baixo custo paraas diversas operações de produção eprocessamento de forragens e de manejodo rebanho; (p) desenvolvimento demodelos mais eficientes de instalações fixase semifixas para as diversas fases eoperações da atividade pecuária em

condições de semi-aridez; (q) avaliação dasdiversas raças existentes visando identificare selecionar genótipos bovinos, caprinos eovinos mais produtivos nas condições desemi-aridez; e (r) preservação de raças/ecótipos nativos.

AgriculturaHistoricamente a agricultura praticada

na região semi-árida é nômade, itinerante oumigratória, onde os agricultores desmatam,queimam e plantam por um curto período(em torno de dois ou três anos), e mudampara outras áreas repetindo a mesma prática,na expectativa de uma recuperação dacapacidade produtiva dos solos, o que,entretanto, vem reduzindo consideravelmentea biodiversidade regional. A agricultura vemde uma ocupação territorial desordenada eimpactante em razão da falta de tradição deplanejamento, o que dificulta, ainda que nãoimpossibilite, a reordenação dos espaços.

A agricultura de sequeiro é umaameaça à biodiversidade regional devido aosseguintes fatores: (a) agricultura migratória;(b) baixa produtividade das culturas,decorrente do uso de espécies nativas e/ouprimitivas de qualidade genética inferior,implicando no uso de uma área maior deterra; (c) sistemas de produção de limitadaeficiência, apresentando níveis de pro-dutividade aquém dos seus potenciais;(d) baixo nível de capacitação gerencial etecnológica do produtor; (e) debilidadeacentuada na organização profissional esocial do produtor; (f) acesso precário aosmeios de produção, especialmente aocrédito; (g) assistência técnica quantitativa equalitativamente deficiente; (h) pouca ounenhuma integração entre os distintossegmentos das cadeias produtivas; e (i)políticas públicas de apoio ausentes ou poucoadequadas para os diversos segmentos.

As seguintes propostas visamcontornar esses problemas: (a) aumento daprodutividade pela utilização de variedadesmelhoradas, de ciclo curto e resistentes àsadversidades climáticas; (b) caracterizaçãoe monitoramento dos recursos de solo,água e vegetação em uso no semi-árido;(c) desenvolvimento de métodos mais

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eficientes de captação, armazenamento euso econômico de água de chuva; (d)estudos visando desenvolver métodos paramaior aproveitamento da água salina deorigem subterrânea com o mínimo impactoambiental; (e) desenvolvimento de métodosracionais de preservação e conservação dosrecursos do solo, água e vegetação, e derecuperação de áreas degradadas do semi-árido; (f) elaboração do zoneamento derisco climático para as principais culturasdependentes de chuva do semi-árido;(g) zoneamento e caracterização dosprincipais sistemas de produção do semi-árido � estudo de tipologias.

Os principais fatores negativosdecorrentes da agricultura irrigada são: (a)sistemas de produção de limitada eficiência,apresentando níveis de produtividade aquémdos seus potenciais; (b) baixo nível decapacitação gerencial e tecnológica doprodutor; (c) debilidade acentuada naorganização profissional e social do produtor;(d) acesso precário aos meios de produção,especialmente ao crédito; (e) assistênciatécnica quantitativa e qualitativamentedeficiente; (f) pouca ou nenhuma integraçãoentre os distintos segmentos das cadeiasprodutivas; (g) políticas públicas de apoioausentes ou pouco adequadas para osdiversos segmentos; (h) salinização dosperímetros irrigados, devido o mal uso da

água de irrigação; (i) erosão dos solos, pelomanejo inadequado dos solos, sem técnicasconservacionistas; (j) assoreamento de riospela eliminação da mata ciliar e manejoinadequado do solo; (l) desmatamento quasetotal do perímetro irrigado, sem reposição;(m) desequilíbrio ecológico decorrente do usointensivo de agrotóxicos; (n) compactação dosolo; (o) expansão da agricultura em regiõesnaturais; (p) contaminação da água pelo usoindiscriminado de agrotóxicos; e (q)produção de grande quantidade de resíduosinorgânicos (lixo das embalagens).

As seguintes propostas são feitas paraminimizar o impacto da agricultura irrigadasobre a biodiversidade regional: (a) fis-calização permanente junto aos agricultorespor parte dos órgãos competentes, sobre ocumprimento legal do uso das áreasribeirinhas; (b) divulgação, de forma clara, dosresultados das pesquisas para os agricultores;(c) divulgação conjunta dos órgãos depesquisa, extensão e agricultores através deunidades demonstrativas nas comunidades;(d) manejo integrado de pragas, através docontrole biológico, visando reduzir o uso deagrotóxicos; (e) utilização de variedadesmelhoradas e de alta produtividade;(f) monitoramento ambiental de todosperímetros irrigados; (g) introdução e seleçãode variedades de fruteiras mais produtivas emais adequadas às condições edafocli-

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Homem da Caatinga

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máticas dos pólos de irrigação (mangueira,videira, coqueiro, goiabeira, bananeira eaceroleira); (h) introdução e seleção devariedades mais produtivas e mais adequadasde hortaliças (melancia, melão, cebola etomate); (i) validação de novas alternativasagroeconômicas de cultivo de fruteiras,hortaliças e outros fins (alimentares,industriais, ornamentais, forrageiras, etc),com ênfase na introdução de novasvariedades/espécies; (j) desenvolvimento desistemas integrados mais eficientes decontrole das principais pragas e doenças queafetam os cultivos irrigados, inclusive suaaplicação em cultivos orgânicos; (l)desenvolvimento de práticas melhoradas demanejo do solo e da água em cultivosirrigados das principais fruteiras e hortaliças;(m) desenvolvimento de práticasmelhoradas de manejo das culturas,especialmente no que tange ao uso dehormônios (videira, aceroleira), reguladoresde crescimento (mangueira), nutrição(goiabeira, aceroleira, coqueiro), poda eanelamento (goiabeira, aceroleira),adensamento (bananeira, goiabeira) econsorciação; (n) desenvolvimento demétodos mais eficientes de colheita,tratamento pós-colheita, acon-dicionamento, armazenamento e transportedos principais produtos hortifrutícolascultivados sob irrigação; (o)desenvolvimento de métodos e práticas paraa melhoria das qualidades sanitária, nutritiva,sensorial e de uso das frutas e hortaliças;(p) desenvolvimento de alternativas paraincorporação de valor agregado aosprodutos hortifrutícolas; e (q) estudosvisando melhorar a caracterização dascadeias produtivas, circuitos decomercialização, novas oportunidades demercado e espaços de valorização ecompetitividade dos principais produtos daagricultura irrigada.

Outras propostas alternativasAlém das propostas listadas acima,

é fundamental para a promoção do usosustentável dos recursos naturais daCaatinga, o seguinte conjunto de ações:

(a) desenvolvimento e implantação de umprograma de educação ambientalintegrado às escolas; (b) reforço dadescentralização do sistema de gestãoambiental, fortalecendo a ação ambientalnos municípios com implementação deAgendas 21; (c) desenvolvimento dopotencial turístico ecológico regional aliadoao programa de educação ambiental; (d)instituição de mecanismos financeiros ecompensatórios para a criação de uma redede unidades de conservação municipais emtoda a região da Caatinga; e (e) criação delinhas de créditos específicos para projetosde conservação da biodiversidade,recuperação ambiental e manejosustentável dos recursos naturais,especialmente para pequenos produtorese comunidades locais.

Recomendações FinaisA Caatinga necessita, além de

estratégias específicas para problemasespecíficos, de um planejamentoestratégico permanente e dinâmico. O quese pretende com o planejamentoestratégico é que o meio ambiente, emgeral, e a vegetação da caatinga, emparticular, sejam parte central das políticaspúblicas e sejam incorporados como umtema central nas decisões e ações dosdiversos setores da economia esegmentos da sociedade. Para tal, épreciso atuar tanto no campo especi-ficamente ambiental quanto no campodas demais políticas setoriais do país, sejano nível nacional, regional ou local.É imprescindível que esse planejamentoestratégico tenha por base umconhecimento profundo das causas dadegradação ambiental e das tendênciassocioeconômicas, e uma visão pros-pectiva, a partir da análise de possíveis eprováveis cenários futuros. É preciso,ainda, que o planejamento estratégico sejaefetivamente participativo, e que sejampromovidos debates em todos o níveis dogoverno e segmentos da sociedade. Assimrecomenda-se a criação de um Grupo dePlanejamento Estratégico (de alto nível)para o uso sustentável do bioma Caatinga.

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