Upload
vanphuc
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
INVESTIGAÇÃO DO USO INDISCRIMINADO DE AMOXICILINA EM CRIANÇASNA FAIXA ETÁRIA DE 2 A 10 ANOS
INDISCRIMINATE USE OF AMOXIXILLIN IN CHILDREN AGED 2 TO 10 YEARS
Ana Maria de Araújo Scarcela1
José Wilson Alves Muniz1
Julyene Zorzet Cirqueira 2
RESUMO: A ansiedade pela cura da doença, a dificuldade de acesso de parte da sociedadeaos serviços públicos de saúde e a falta de informação a respeito do tema medicamentospodem ser descritos como fatores que colaboram para a automedicação. Esta prática aumentaem se tratando da população infantil, que quando adoece é freqüentemente cuidada pelaprópria família, não sendo levado em conta, todos os perigos relacionados aos medicamentos,como: a intoxicação, reações inesperadas, interações com outros medicamentos e alimentos eas super dosagens que podem causar o óbito. Sendo assim, o presente estudo tem o objetivode investigar o perfil de tratamento de crianças de 2 a 10 anos com o antibiótico Amoxicilina.A metodologia utilizada foi pesquisa de campo, desenvolvida por meio de questionário, comdiscussão baseada na literatura apresentada. Os resultados são apresentados em forma degráficos e demonstram que o medicamento é amplamente conhecido dos consumidores e delargo uso entre as crianças. Os maiores compradores são as mães, sendo que, apesar deconhecerem o modo de preparo do medicamento, não têm noção exata da sua validade depoisde preparado, o que pode gerar desperdício, ineficácia ou efeitos adversos. Observou-se,ainda, que é fundamental a presença do farmacêutico na orientação dos consumidores quantoao uso de antibióticos, principalmente em crianças, para que o risco da produção de cepasresistentes de bactérias seja diminuído.
Palavras-Chave: atenção farmacêutica, uso racional de medicamentos, antibiótico,amoxacilina.
ABSTRACT: The anxiety to treat an illness, the difficulty of access to public health servicesand the lack of information on drugs and medicine may be described as factors thatcollaborate to self-medication. This practice increases in regards to children who, when are ill,are taken care by their own family that does not take into consideration all the dangers relatedto drugs, such as: intoxication, unexpected reactions, interaction with other medicines andfood, and super doses that can lead to death. Thus, this paper aims at investigating treatmentprofile of children aged 2 to 10 years with the antibiotic Amoxicillin. The methodology usedwas field research, developed by means of a questionnaire and with discussion based inpresented literature. The findings are presented by means of graphics and they show that thismedicine is widely known by consumers and of broadly use in children. Major buyer are theirown mothers who, despite knowing the form in which this drugs is prepared, do not have the
1Acadêmica do Curso de Farmácia do Centro Universitário Euroamericano. E-mail: [email protected]êmico do Curso de Farmácia do Centro Universitário Euroamericano, bacharel em Administração
com Gestão em Negócios, pela Faculdade Michelângelo, em 2004. E-mail: [email protected] Orientadora, Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Euroamericano, graduada emFarmácia e Bioquímica pelas Faculdades Objetivo (GO), Especialização em Farmácia Hospitalar e AssistênciaSocial (UFG) e Administração Hospitalar pela Universidade Castelo Branco.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
exact notion of its usefulness after elaboration which can lead to waste, inefficiency oradverse effects. It was observed still that the presence of a druggist is essential in guidingconsumers on antibiotics use, mainly in children so risks for producing bacterial resistingstrains be reduced.
Key-words: pharmaceutical care, rational use of drugs, antibiotic, amoxicillin.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Hepler e Strand (1990, apud FREITAS e PEREIRA; 2008, p. 602) a
atenção farmacêutica é a “provisão responsável do tratamento farmacológico com o propósito
de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.” Trata-se
de prática recente da atividade farmacêutica, priorizando a orientação e o acompanhamento
farmacoterapêutico e a relação direta entre o farmacêutico e o usuário de medicamentos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o conceito de atençãofarmacêutica é um compêndio de atividades, comportamentos, compromissos,inquietudes, valores éticos, funções, conhecimentos, responsabilidades e habilidadesdo farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançarresultados terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida do paciente (COSTA,MEROLA, TERRA, 2008, p. 95; ANDRADE, ORNELAS, PEYNEAU, 2006, p. 28;REIS, 2003, p. 7).
No Brasil, as farmácias perderam seu “status” de estabelecimento de saúde e, hoje são
consideradas estabelecimentos comerciais (setor privado) ou depósitos de medicamentos
(setor público), afastando o farmacêutico de sua atividade primária, como dispensador de
saúde. Para que a farmácia retorne à atividade de estabelecimento de saúde, desempenhando
importante função social e tendo o farmacêutico como líder, torna-se necessário investir na
formação, que resulte na melhoria do atendimento e, consequentemente, na conscientização
da população para o uso correto dos medicamentos. Freitas e Pereira (2008) afirmam que o
farmacêutico deve possuir o conhecimento teórico, aliado à habilidade de comunicação nas
relações interpessoais.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras Associações
Farmacêuticas de relevância internacional consideram que a Atenção Farmacêutica é
atividade exclusiva do farmacêutico e que este deve tê-la como prioridade para o
desenvolvimento pleno de sua profissão.
Reis (2003), considera que a Atenção Farmacêutica, um novo modelo centrado no
paciente, surge como alternativa que busca melhorar a qualidade do processo de utilização de
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
medicamentos, alcançando resultados concretos. Por isto, sua importância para a promoção do
uso racional de medicamentos.
A prática da Atenção Farmacêutica envolve macrocomponentes como a educação em
saúde, orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico e seguimento
farmacoterapêutico, além do registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos
resultados. (MONTRUCCHIO et. al., 2005; ANDRADE, ORNELAS e PEYNEAU, 2006 e
PEREIRA e FREITAS, 2008)
O Código de Ética Farmacêutica do Distrito Federal (CONSELHO REGIONAL DE
FARMÁCIA DO DISTRITO FEDERAL, 2004), em seu preâmbulo, rege que o profissional
farmacêutico deve atuar buscando salvaguardar e promover a saúde pública. De acordo com
Marin (2003) a Atenção Farmacêutica consiste no mais recente caminho a ser tomado para tal
finalidade. Ao farmacêutico moderno é essencial ter conhecimentos, atitudes e habilidades
que permitam ao mesmo integrar-se à equipe de saúde e interagir mais com o paciente e a
comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, em especial no que se refere
à otimização da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos.
Desta forma, o objetivo deste estudo é investigar o perfil de tratamento de crianças de
2 a 10 anos de idade, com o antibiótico Amoxicilina. Com isso, pretende-se enfatizar a
importância na orientação do uso racional de medicamentos, principalmente das classes de
antibióticos. Os resultados deste estudo servirão de base para a implantação de um serviço de
Atenção Farmacêutica nas drogarias onde foi realizado.
1.1 Atenção Farmacêutica
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a atenção farmacêutica constitui-se
como a prática profissional na qual o paciente é o maior beneficiário das ações do
farmacêutico. Possui por finalidade aumentar a efetividade do tratamento medicamentoso.
Nesta prática, de acordo com Reis (2003), o objetivo principal é garantir que o paciente utilize
o medicamento de forma responsável, alcançando com isto uma melhora na qualidade de
vida.
Com a intenção de serem facilitadores do conhecimento, apresentam-se algumas bases
conceituais de atenção farmacêutica, extraídos de autores renomados e da Organização Pan-
Americana de Saúde.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
1.1.1 Conceito
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde a definição de atenção farmacêutica
mais aceita internacionalmente é a de Hepler e Strand (1990):
(...) a provisão responsável do tratamento farmacológico com o propósito dealcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. AOrganização Mundial da Saúde (OMS), ao adotar o conceito de atençãofarmacêutica, estendeu o benefício da atenção farmacêutica para toda a comunidadee ainda reconheceu o farmacêutico como um dispensador de atenção à saúde quepode participar ativamente na prevenção de enfermidades e na promoção da saúde,junto com outros membros da equipe de atenção à saúde (HEPLER e STRAND,1990, apud FREITAS e PEREIRA; 2008, p. 602).
Cipolle et. al. (2000, apud Reis, 2003, p. 6) menciona que “atenção farmacêutica é
uma prática como as demais da área de saúde. Possui uma filosofia, um processo de cuidado
ao paciente e um sistema de manejo. É diferente do conceito de 1990 que foca os resultados”.
Hepler e a Commission to implement Change in Pharmaceutical Education afirmam
que:(...) a atenção farmacêutica é uma filosofia de prática pela qual o usuário é oprincipal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção farmacêutica focaliza asatitudes, os comportamentos, as preocupações, a ética, as funções, osconhecimentos, as responsabilidades e as competências do farmacêutico na provisãode terapia medicamentosa, com a meta de alcançar resultados terapêuticos definidosna saúde e qualidade de vida do usuário (HEPLER: 1990; apud REIS, 2003, p. 7).
Diversos países, inclusive o Brasil e a Espanha, adotaram o novo modelo de prática
farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica, com a equipe de saúde
trabalhando de forma integrada, em benefício da promoção e recuperação da saúde dos
pacientes e prevenção de doenças. Envolve a melhoria da qualidade de vida, com respeito às
especificidades dos sujeitos atendidos (FREITAS, PERINI E RAMALHO-DE-OLIVEIRA,
2005, p. 450; IVAMA et. al, 2003, p. 9).
Finalmente, para a Organização Mundial de Saúde (1993, apud REIS, 2003, p. 7), “a
Atenção Farmacêutica é um conceito de prática profissional em que o paciente é o principal
beneficiário das ações do farmacêutico, pois ele assegura que o paciente tenha acesso à
informação acerca da utilização adequada dos medicamentos, o que contribui para o seu uso
racional”
A evolução da Atenção Farmacêutica no Brasil é algo que ainda se encontra em
construção, porque só em meados da década de 1990 é que a mesma passou a se sobressair de
forma mais objetiva e dinâmica. A partir desta época, passou-se a “resgatar” uma maior
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
valorização do profissional farmacêutico, a exemplo do que acontecera no mundo, após um
período de desprestígio.
Os Conselhos Regionais de Farmácia trabalham para obter um consenso brasileiro
sobre a Atenção Farmacêutica, cujo conceito já foi possível definir e adotar um modelo de
prática. Para efetivar a implantação da política de saúde fundada na Atenção Farmacêutica é
preciso conseguir a uniformização da terminologia utilizada nas diferentes atividades
desempenhadas pelo farmacêutico.
1.2 Uso Racional de Medicamentos
Segundo o Ministério da Saúde, o uso racional de medicamentos é
O processo que compreende a prescrição apropriada; a disponibilidade oportuna e apreços acessíveis; a dispensação em condições adequadas; e o consumo nas dosesindicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado de medicamentoseficazes, seguros e de qualidade (BRASIL, 2001, p. 37).
O uso racional de medicamentos é essencial numa sociedade na qual os fármacos
constituem o arsenal terapêutico mais utilizado (LIPTON et. al.: 1995, apud REIS: 2003). No
Brasil, além da garantia do acesso aos serviços de saúde e a medicamentos de qualidade, é
necessário a implantação de práticas assistenciais que promovam o uso racional de
medicamentos propiciando resultados que influenciam diretamente os indicadores sanitários
(OPAS, 2002a).
O uso racional ocorre quando o paciente recebe o medicamento apropriado à sua
necessidade clínica, na dose e posologia corretas, por um período de tempo adequado e ao
menor custo para si e para a comunidade (MANAGEMENT, 1997, apud MARIN, 2003).
Conforme Marin (2003) o uso racional de medicamentos inclui:
a. Escolha terapêutica adequada (é necessário o uso de terapêutica
medicamentosa);
b. Indicação apropriada, ou seja, a razão para prescrever está baseada em
evidências clínicas;
c. Medicamento apropriado, considerando eficácia, segurança, conveniência para
o paciente e custo;
d. Dose, administração e duração do tratamento apropriado;
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
e. Paciente apropriado, isto é, inexistência de contra-indicação e mínima
probabilidade de reações adversas;
f. Dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os medicamentos
prescritos;
g. Adesão ao tratamento pelo paciente;
h. Seguimento dos efeitos desejados e de possíveis eventos adversos
conseqüentes do tratamento.
1.3 Uso de Antibióticos
1.3.1 Conceito e uso na pediatria
Os antibióticos foram primeiramente definidos como substâncias químicas produzidas
por várias espécies de microorganismos, vegetais e animais, que impedem o crescimento de
outros. Contudo, o desenvolvimento da indústria farmacêutica viabilizou a síntese de
antibióticos de origem semi-sintética e sintética, conforme ensinam Antunes, Pereira Jr. e
Ebole (2006).
Os antibióticos são comumente utilizados para melhorar uma infecção estabelecida e
possuem a finalidade de eliminar ou impedir o crescimento bacteriano. De acordo com
Nicolini et. al. (2008), os riscos mais importantes relacionados ao seu uso são: reações
adversas, resistência bacteriana e possíveis interações medicamentosas.
Para tentar minimizar todos esses problemas, que estão relacionados ao uso
inadequado de antibióticos, uma das medidas é esclarecer as dúvidas do paciente e garantir
que este tenha a total compreensão da administração adequada e segura. O paciente deve ter o
conhecimento da duração do tratamento e do intervalo entre as administrações, garantindo que
haja adesão completa ao tratamento, para que não haja diminuição da concentração
plasmática, ou ainda ocorra ineficácia do fármaco e surgimento de resistência bacteriana,
conclui Nicolini et. al. (2008).
Na maioria dos países, os três grupos de medicamentos mais utilizados em crianças -
antibióticos, analgésicos/antitérmicos - são utilizados de forma inadequada, destacando-se os
problemas relacionados ao uso de antibióticos para tratar de etiologia viral, utilização de
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
fármacos cuja efetividade não está comprovada, além de problemas como erros na dose,
intervalo de administração e tempo de uso incorretos, o que pode acarretar riscos para a
criança e, no caso dos antibióticos, também para a comunidade, adverte Bricks (2003), com a
anuência de outros autores:
A escolha do antibiótico deve seguir alguns requisitos: este precisa estar presente emsituações inibitórias adequadas durante o período da exposição; o espectro de açãoda droga deve atingir somente a microbiota previsível; o período de utilização devecorresponder ao tempo da exposição e finalmente a utilização deve ter embasamentocientífico e não estar apenas na dependência de experiências pessoais (AUTO,CONSTANT e CONSTANT, 2008, p. 293-294).
Para Bricks (2003) as reações ao uso indiscriminado desses medicamentos são
diversas, como a interferência no diagnóstico de doenças bacterianas graves, que podem ser
confundidas com viroses, pois o material de análise nos laboratórios não produz agentes de
cultura confiáveis. O custo dos tratamentos médicos aumenta, desfavorecendo a população
pobre e mais doenças se disseminam, com a produção de cepas ainda mais resistentes aos
antibióticos.
A eficácia do tratamento depende de todos os profissionais de saúde, sendo necessário
treinamento a esses profissionais tanto para o conhecimento próprio quanto para atenção
farmacêutica (NICOLINI et. al., 2008). Diante desse quadro, cabe ao profissional
farmacêutico, exercer uma dispensação responsável e ética, para que a população tenha um
atendimento adequado, principalmente as crianças, que ainda não têm o conhecimento
necessário para opinar se querem ou não fazer uso de um medicamento.
1.3.2 A Amoxicilina
A Amoxicilina é uma penicilina semi-sintética, divergindo da ampicilina apenas por
apresentar a hidroxila em vez do hidrogênio. Como apresenta o grupo amino, seu espectro de
ação é amplo, tendo, em relação à ampicilina, maior biodisponibilidade e contando que a
presença de alimentos não interfere em sua absorção. É ácido-resistente, mas como sofre
inativação das beta-lactamases produzidas por várias bactérias, é ingerida apenas por via oral,
na forma triidratada (KOROLKOVAS e FRANÇA, 2008).
De acordo com Goodman e Gilman (2006), as concentrações plasmáticas máximas da
Amoxicilina são alcançadas em cerca de duas horas, sendo em média de 4 µg/ml, mediante a
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
ingestão de uma dose de 250 mg. A maior parte da dose é excretada em uma forma ativa na
urina, sendo que a probenecida retarda a sua excreção.
De acordo com Korolkova e França (2008), a Amoxicilina atravessa a barreira
placentária e, além da urina, também é excretada pelo leite, sendo removível por hemodiálise.
As indicações são para o tratamento de infecções do aparelho respiratório, como bronquite,
faringite bacteriana, otite média aguda e sinusite, bem como para doenças gonocócicas e febre
tifóide. Pode ser usada para tratamento de infecções de feridas causadas por queimaduras da
pele e do tecido mole, do trato biliar e do trato geniturinário.
Goodman e Gilman (2006) recomendam que no tratamento da otite média em crianças
se aumente a dose do medicamento de 40 a 45 para 80 a 90 mg/kg/dia, visto que o a
prevalência de resistência dos pneumococos tem sido cada vez maior. Nas infecções
enterocócicas do trato urinário a ampicilina é mais efetiva do que a Amoxicilina.
Em relação à dosagem, recomenda-se:
Via oral, adultos e crianças com mais de 20 kg de peso, 750 mg a 1,5 mgdiariamente (em alguns adultos, doses de até 1 g cada 4 horas); crianças com menosde 20 kg, 20 a 40 mg/kg diariamente. Estas doses são administradas a intervalos de 8horas. Em infecções mais graves se usam doses mais altas. Nos pacientes cominsuficiência renal grave, a dose não deve exceder 500 mg cada 12 horas(KOROLKOVAS e FRANÇA, 2008, p. 18.61).
A Amoxicilina é contra-indicada para quem for sensível às penicilinas, na gravidez, na
lactação, insuficiência renal, mononucleose infecciosa e infecções causadas por estafilococos
penicilino-resistentes e nas produzidas por bacilo piociânico, riquétsias e vírus. O alopurinol
administrado concomitantemente com Amoxicilina aumenta o risco de acidentes cutâneos;
com heparina ou anticoagulantes orais altera a coagulação do sangue; junto com beta-
bloqueadores aumenta o risco de choque anafilático, sendo que o cloranfenicol diminui o seu
efeito e quimioterápicos bacteriostáticos interferem no seu efeito bactericida
(KOROLKOVAS e FRANÇA, 2008).
2 METODOLOGIA
2.1 Delineamento do Estudo
Em função da natureza do problema e dos objetivos que nortearam o trabalho, optou-
se por realizar um estudo investigativo e exploratório de cunho quantitativo, como estudo de
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
campo. Silva e Menezes (2001) informam que o estudo de campo é aquele utilizado com o
objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se
procura uma resposta ou uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou relações entre eles.
Como parte do estudo, também utilizou-se a pesquisa bibliográfica, desenvolvida com
base na leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais, documentos dentre
outros. O material coletado foi submetido a uma triagem, a partir da qual foi possível
estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se fez
acompanhar de anotações e fichamentos que, eventualmente, serviram de fundamentação
teórica para o estudo.
Foram encontrados vários estudos sobre o uso inadequado ou indiscriminado de
medicamentos, como os antibióticos, para os pacientes pediátricos, mas a maioria dos autores
alerta que as pesquisas nessa área ainda são precárias, principalmente no Brasil. A indústria
farmacêutica não inclui crianças nas pesquisas de novos medicamentos, por razões legais,
éticas e econômicas. No entanto, alerta Meiners e Bergsten-Mendes (2001), a mesma lei que
dificulta as pesquisas não é aplicada no sentido de proteger crianças do uso indiscriminado e
incorreto dos medicamentos.
2.2 População e amostra do estudo
A escolha dos sujeitos da pesquisa esteve relacionada aos objetivos do estudo, tendo
como critérios de inclusão ser mãe, pai ou responsável por criança à qual foi dispensado o
medicamento Amoxicilina, na faixa etária entre 2 e 10 anos e a necessária concordância em
participar.
Os entrevistados demonstraram compreender a importância do estudo, repassando o
convite a vizinhos ou parentes, para que se dirigissem às drogarias, com o objetivo de
participar da pesquisa. Dessa forma, obteve-se uma sensibilização dos sujeitos participantes,
que, de certa forma, tornaram-se multiplicadores da pesquisa.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
2.3 Local de estudo
Para participarem da pesquisa, foram convidados 25 clientes de uma drogaria de
Brazlândia – DF e igual número em uma drogaria da cidade do Guará, também no Distrito
Federal, totalizando 50 participantes. Essa amostra pode ser considerada de caráter acidental,
de acordo com o parecer de Silva e Menezes (2001), uma vez que é constituída por pessoas
que foram às drogarias em busca do medicamento Amoxicilina para uso em crianças e
também por aquelas que, a convite de vizinhos ou parentes, procuraram voluntariamente os
pesquisadores.
2.4 Procedimento de coleta de dados
Como técnica de coleta de dados utilizou-se a aplicação de um questionário contendo
11 questões fechadas, elaborado com base na literatura referenciada e nos objetivos da
pesquisa. As entrevistas foram realizadas nas duas drogarias pelos próprios pesquisadores.
Todos os participantes foram informados previamente acerca da natureza da pesquisa,
e todos preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido (em anexo). A participação
nas entrevistas teve caráter voluntário, tanto para as pessoas que se dirigiram às drogarias para
compra do medicamento Amoxicilina, como para aquelas que compareceram a convite de
parentes ou vizinhos.
2.5 Aspectos éticos
A identidade de cada participante foi mantida em sigilo. Os mesmos foram informados
sobre os objetivos da pesquisa e sua opção em participar ou não desta. Todos os respondentes
foram devidamente esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa, onde foram
disponibilizados para os mesmos o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, conforme
preconizado pela Resolução 196/96 – MS-CONEP (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE,
1996). O presente estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética, onde recebeu aprovação, sob
protocolo nº 041/09 e Parecer nº 046/2009 (Anexo 2).
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
2.6 Resultados e Discussão
A base de dados coletada é apresentada por meio de gráficos, elaborados a partir das
respostas dos participantes às perguntas do questionário. Na primeira pergunta obteve-se os
seguintes dados mostrados no gráfico 1:
Gráfico 1: Distribuição das crianças por sexo
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Em relação ao sexo das crianças a que o medicamento Amoxicilina se destinava
verificou-se um percentual mais elevado de crianças do sexo feminino, com 56%, em relação
ao sexo masculino, com 44%.
Na faixa etária pesquisada, ou seja, crianças de 2 a 10 anos, a distribuição das idades
apresenta-se da seguinte forma:
Gráfico 2: Distribuição do uso da Amoxicilina de acordo com a faixa etária
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
O maior percentual, 16%, refere-se a crianças de dois anos de idade e o menor
percentual (8%) está relacionado às idades de 8 e 9 anos. No caso das crianças menores, é
preciso dizer que estão inteiramente sujeitas à ação dos pais ou responsáveis, correndo todos
os riscos, caso eles não usem o medicamento corretamente ou o ministrem sem indicação
médica. De acordo com Meiners; Bergsten-Mendes (2001) e Bricks (2003), nessa fase as
crianças são mais susceptíveis a problemas relacionados ao uso indevido de medicamentos,
sendo que esses riscos também atingem a comunidade, devido à resistência bacteriana.
Na infância, o consumo de medicamentos representa uma questão particularmente
preocupante em razão de muitos medicamentos não terem sua segurança comprovada para
esta faixa etária, justamente em um estágio que o organismo está sofrendo alterações e é
potencialmente sensível a iatrogênias, conforme alertam Leite et. al. (2006).
Verificou-se que 96% dos sujeitos da pesquisa conhecem o antibiótico Amoxicilina e
apenas 4% admitiram não conhecê-lo, conforme se nota no gráfico:
Gráfico 3: Distribuição de conhecimento e utilização do antibiótico Amoxicilina
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
O estudo de Oliveira (2004), intitulado como Atenção farmacêutica na
antibioticoterapia apresenta a Amoxicilina como o antibiótico mais requisitado,
provavelmente pelo seu largo espectro de ação bactericida, evidenciando ser freqüentemente
utilizado em infecções de âmbito respiratório. O uso correto do antibiótico Amoxicilina
mostra-se bastante eficiente e é uma das classes farmacológicas mais prescritas por serem
financeiramente mais viáveis, segundo Nicolini (2008).
Apesar da maioria dos respondentes dizerem conhecer o antibiótico, durante a
aplicação do questionário verificou-se que esse é utilizado de forma inadequada. Os
responsáveis pelas crianças compram o medicamento sem prescrição, por indicação de
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
alguém e para patologias em que o mesmo não terá efeito, como por exemplo, em um quadro
viral (HELITO e KAUFFMAN, 2007).
Na próxima questão foi investigado o uso do antibiótico Amoxicilina sem a prescrição
médica, sendo analisados no gráfico 4, onde o maior percentual afirma já ter utilizado sem a
prescrição médica.
Gráfico 4: Distribuição de administração do antibiótico Amoxicilina sem prescrição médica
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Segundo Leite, Vieira e Veber (2008) a automedicação está relacionada com o baixo
poder aquisitivo de grande parte da população que, diante da doença da criança, tem apenas
uma opção, ou seja, levar ao médico ou comprar o medicamento. A visita ao médico só
acontece quando os pais conseguem vaga nos postos ou hospitais públicos, geralmente
superlotados. Diante disso, a opção pela compra do medicamento, possivelmente já utilizado
sob prescrição em caso semelhante, é a opção escolhida pelos pais.
Estas autoras relatam, ainda, em seu estudo, que os antibióticos são dispensados
livremente nas drogarias, sem apresentação da prescrição e que os balconistas percebem de
forma comissional sobre as vendas de medicamentos, levando ao uso indiscriminado e
inadequado dos antibióticos, favorecendo o aumento da resistência bacteriana e ineficácia
terapêutica. Neste caso, cabe ao farmacêutico a orientação e o acompanhamento para que se
tenha a eficiência esperada.
Questionados se sabia a forma correta de administrar o antibiótico Amoxicilina, a
maioria dos pais/responsáveis respondeu que sim, conforme se observa no gráfico abaixo:
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Gráfico 5: Distribuição sobre a forma correta de administração do antibiótico Amoxicilina
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Apenas 6% dos pais/responsáveis admitiram não ter informações corretas sobre a
administração de Amoxicilina, indicando que o medicamento é de amplo uso e conhecimento
da população e comprovando estudos de Antunes, Pereira Jr. e Ebole (2006), que o aponta
como tendo sucesso em grande número de infecções e com um grande volume de venda nas
drogarias.
Menezes, Baisch e Domingues (2009), em seu estudo, relatam que 75% dos
antibióticos são prescritos inapropriadamente e em média 50% dos pacientes toma estes
medicamentos de maneira incorreta. Erros de medicação e a incompreensão ou o não
cumprimento da terapia medicamentosa, são exemplos que contribuem para o uso irracional
de medicamentos resultando no aumento da resistência microbiana a fármacos.
Segundo Nicolini (2008), grande parte dos tratamentos pode estar comprometida pelo
não entendimento do paciente ou presença de interação medicamentosa, onde a eficácia do
tratamento depende de todos os profissionais de saúde, sendo necessário treinamento a esses
profissionais, tanto para o conhecimento próprio quanto para atenção farmacêutica.
Falhas na terapia farmacológica podem ser evitadas com a correta compreensão da
terapêutica antimicrobiana por parte do acompanhante da criança, em função disso os
profissionais de saúde devem estar aptos ao fornecimento de orientação quanto ao uso correto
dos antimicrobianos tanto no momento da consulta e dispensação de medicamentos, conforme
estudos de Menezes, Baisch e Domingues (2009).
Para verificar a validade da informação anterior foi perguntado aos pais/responsáveis
sobre o processo de preparação do medicamento para ser administrado e sobre a sua validade
após diluído em água (suspensão oral). No gráfico 6 é apresentado o conhecimento sobre a
forma de administração:
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Gráfico 6: Distribuição sobre o conhecimento da validade do antibiótico Amoxicilina após diluição
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Foram encontradas divergências entre os laboratórios fabricantes do medicamento, no
que se refere à validade da solução reconstituída, alguns apontando 7 dias à temperatura
ambiente e outros apontando 14 dias à temperatura ambiente. Foi considerado, então, nesta
pergunta, o percentual de pais/responsáveis que não soube responder (34%). De acordo com
Nicolini et. al. (2008), as crianças estão susceptíveis a que os pais descartem o medicamento
quando ele ainda tem validade, deixando os filhos sem cuidar da infecção durante o tempo
necessário ou que o ministrem quando já perdeu a validade, podendo ter efeitos adversos ou
não ser eficaz.
Assim, os resultados revelam que a antibioticoterapia pode estar comprometida pela
falta de entendimento do diganóstico, posologia ou ambos. Estudos anteriores mostraram que
muitos pacientes têm dificuldade na compreensão do tratamento, pois alguns prescritores não
lhes passam informações a respeito do diagnóstico, forma de uso ou de possíveis efeitos
adversos.
Estudos de Santos e Nitrini (2004) revelaram que os prescritores gastam, em média 9,2
minutos para a consulta e 18,4 segundos para a dispensação dos medicamentos, quando a
Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993) orienta que a consulta dure pelo menos 15
minutos e a dispensação dos medicamentos dure pelo menos 3 minutos, com as orientações
necessárias ao paciente ou aos pais/responsáveis, no caso de crianças. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) ainda recomenda que essas orientações sejam escritas, para que o
paciente/administrador dos medicamentos não tenha dúvidas.
Uma vez que 60% dos pais/responsáveis admitiram administrar Amoxicilina sem
receita médica, foi-lhes perguntado se compram o medicamento por indicação do balconista
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
da drogaria e as respostas ficaram relativamente divididas, conforme se nota no gráfico
abaixo:
Gráfico 7: Compra de Amoxicilina por indicação de balconista de drogaria
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
De acordo com os parâmetros percentuais observados no gráfico 7, verifica-se que a
quantidade de pessoas que compram o antibiótico por indicação do balconista da drogaria é
algo simultaneamente significativo e preocupante. No entanto, mesmo sabendo que o
balconista não é médico e nem farmacêutico, mas por obter algum conhecimento embasado
em teoria, o cliente/consumidor termina por solicitar indicação ao mesmo, sendo muitas vezes
persuadido a comprar e administrar o medicamento sem prescrição médica.
De acordo com Edler (2006) o hábito de solicitar indicação é, na verdade, uma herança
que data do período colonial e imperial, quando nem sempre os boticários - donos das
farmácias da época - eram farmacêuticos, sendo muitas vezes apenas práticos no ofício de
fazer e prescrever medicamentos.
Portanto, o farmacêutico é o profissional capacitado para avaliar prescrições , propor o
uso racional de medicamentos e praticar a atenção farmacêutica, proporcionando assim
informações sobre a utilização adequada de antibióticos e outros medicamentos melhorando a
qualidade de vida dos pacientes.
No questionamento seguinte foi pesquisado junto aos sujeitos em que circunstâncias
administram a Amoxicilina aos filhos, se o fazem quando eles estão apenas gripados,
resfriados ou com febre. 20% administra o antibiótico se a criança apresentar esses quadros e
76% não administra o medicamento nessas circunstâncias.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Gráfico 8: Circunstâncias de administração da Amoxicilina
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
O resultado encontrado revela que 76% dos entrevistados administram antibiótico para
um simples resfriado, o que demonstra o perigo do uso desse medicamento sem o devido
conhecimento. O uso reiterado de antibióticos sem que haja uma infecção que justifique seu
uso pode fazer com que os microorganismos fiquem ainda mais resistentes, exigindo
medicamentos ainda mais potentes da próxima vez que a criança tiver uma infecção. De
acordo com Nicolini (2008), decorre daí, o aumento da resistência bacteriana, trazendo
prejuízos para a comunidade, uma vez que infecções que eram relativamente fáceis de serem
tratadas se tornam cada vez mais difíceis.
Bell (2008) acrescenta, ainda, uma questão importante, que é o impacto do aumento da
resistência bacteriana sobre as pesquisas de novos fármacos que possam combatê-la. O custo
dessas pesquisas, principalmente para os países pobres ou em desenvolvimento é
extremamente elevado, quando conseguem fazê-las. O que ocorre é que tenham que se
submeter aos laboratórios dos países ricos, onerando ainda mais os seus já minguados
orçamentos. As pesquisas demandam tempo e enquanto isso as doenças avançam, uma vez
que não encontram resistência dos medicamentos em uso. Essa preocupação atinge também os
países desenvolvidos.
Wannmacher (2004) alerta que o gasto com antibióticos, que correspondem a 12% do
total das prescrições ambulatoriais, chega a 15 bilhões de dólares, anualmente, grande parte
usado de forma incorreta, como por exemplo, para tratar infecções de etiologia viral. A autora
ainda menciona que, além de muitos médicos desconhecerem a aplicação e a ação dos
antibióticos, também sofrem pressões dos fabricantes, no sentido de que prescrevam os
medicamentos mais recentes e mais caros e também dos planos de saúde, para que não
solicitem exames de alto custo, como as culturas.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Wanmacher (2004) conclui, ainda, que o aumento da resistência microbiana é
resultante do uso abusivo e irracional de medicamentos, como os antibióticos, estimulado
também pela publicidade. O tratamento das reações adversas também tem um alto custo para
os sistemas de saúde. Campanhas eficientes e de longa duração sobre o uso de antibióticos,
bem como a melhoria das condições de saneamento de diversas localidades podem surtir um
efeito de diminuição da resistência de algumas bactérias aos medicamentos.
Cumpre lembrar também que algumas pessoas têm alergia à Amoxicilina e os sujeitos
da pesquisa foram questionados a respeito desse assunto, respondendo se suspendem o uso do
medicamento imediatamente, diante de reações alérgicas (gráfico 9).
Gráfico 9: Atitude diante de reação alérgica à Amoxicilina
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Verificou-se que 86% dos pais/responsáveis responderam que suspendem o uso da
Amoxicilina imediatamente, se a criança apresentar uma reação alérgica. Estudos sobre o
antibiótico, realizados por Lopes et. al. (2000) relatam reações alérgicas como pruridos e
eritema, consideradas de incidência ocasional).
Auto, Constant e Constant (2008, p. 370) dizem que “dentre os antibióticos
relacionados a problemas alérgicos, as penicilinas e as cefalosporinas são os mais estudados”,
sendo que “as penicilinas são capazes de promover reações alérgicas, mesmo em pequenas
doses.” O sistema imunológico, então, defende o organismo do suposto agressor e a cada vez
que o paciente tiver contato com esse agente o organismo dará uma resposta liberando
mediadores inflamatórios que podem causar vasodilatação, constricção bronquial, atração
eosinofílica e aumento da permeabilidade celular.
Diante dessa situação os pais/responsáveis foram questionados se têm noção do risco a
que submetem os filhos ao administrar-lhes Amoxicilina sem prescrição médica. 80% admitiu
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
conhecer esse risco, porém 20% não sabe dos perigos a que as crianças estão expostas quando
medicadas de forma inadequada com antibióticos.
Gráfico 10: Reconhecimento dos riscos da administração de Amoxicilina sem prescrição médica
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Diversos fatores contribuem para que os pais/responsáveis continuem ministrando
antibióticos aos filhos sem prescrição médica. Leite et. al. (2006) apontam a falta de
acessibilidade cultural aos serviços locais de saúde, a concepção do que seja saúde e doença e
a permanência cultural de uma série de crenças e superstições a esse respeito. Nesse sentido, a
automedicação envolve não só medicamentos industrializados, mas também os remédios
caseiros.
Esse tratamento é ministrado às crianças antes que sejam levadas ao pediatra, o que
ocorre depois que o sintoma da doença se torna persistente. Os pais/responsáveis usam
receitas médicas de consultas anteriores, baseiam-se em informações de parentes ou vizinhos,
além da propaganda.
Meiners e Bergsten-Mendes (2001) acrescentam que esse é um quadro propício para a
ação do farmacêutico, orientando os pacientes e consumidores acerca do uso correto e
racional dos medicamentos, principalmente os antibióticos. Janebro et. al. (2008, p. 682)
também destacam este aspecto, que se refere à Farmacovigilância, relacionada à “detecção,
avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou qualquer outro possível
problema relacionado ao medicamento”.
Finalmente, os pais/responsáveis responderam se procuram a orientação do
farmacêutico durante a aquisição da Amoxicilina, sendo que 74% dos entrevistados disseram
procurar a orientação do farmacêutico. Já 26% admitiram comprar e levar o medicamento sem
nenhuma orientação.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Gráfico 11: A busca da orientação do farmacêutico na compra de Amoxicilina
em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos em duas drogarias do Distrito Federal
Quando aquele que compra e administra o medicamento, caso dos pais/responsáveis,
não conhece bem o seu uso ou simplesmente não sabe como usar, além de comprar sem a
necessária receita médica, o tratamento pode ficar inteiramente comprometido. Nesse aspecto,
Nicolini et. al. (2008) consideram que a Atenção Farmacêutica e a Farmacovigilância são
muito importantes.
Na análise deste gráfico, quando a maioria dos entrevistados (74%) respondeu que
durante a aquisição do antibiótico Amoxicilina em farmácia ou drogaria procura orientação
com o farmacêutico, verificou-se que alguns sujeitos desta pesquisa cometeram equívocos
quanto à distinção entre farmacêutico e balconista/atendente, pois apontaram este último
como sendo o farmacêutico. Esta afirmação baseia-se na observação do comportamento dos
respondentes no momento da pesquisa.
Acredita-se que esta evidência se fundamenta em razão do farmacêutico não estar
presente na drogaria pelo menos por quatro horas durante o expediente e também por não
utilizar alguma forma de identificação, como crachá ou uniforme adequado, ou por se ocupar
em outros serviços burocráticos no seu horário de trabalho.
A Revista do Farmacêutico, citada pelo Portal Farmácia (2009) ensina que o
farmacêutico é um profissional que tem curso superior, com prática permeada pela ética e é
essencial para a sociedade, pois é a sua garantia de receber toda orientação necessária para um
resultado eficaz de tratamento, além do acompanhamento terapêutico. E ainda tem
responsabilidade em prestar atenção e assistência farmacêutica.
Brandão (2006) adiciona que o profissional pode trabalhar nos postos de saúde e
gerenciar o ciclo completo da assistência farmacêutica, desde a seleção e aquisição até a
dispensação, passando pelo processo de armazenamento e distribuição.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
Desta forma, são beneficiados milhares de municípios, que poderão contar com o
profissional farmacêutico em seus quadros de atenção básica e toda a sociedade brasileira, que
poderá dispor das informações para que use os medicamentos corretamente, principalmente
no que se refere às crianças, sujeitas sempre ao entendimento dos pais do que seja saúde e
doença e à forma como lhes administram os medicamentos.
3 CONCLUSÃO
A pesquisa apontou no que se refere à parte bibliográfica, que são necessários mais
estudos e com maior aprofundamento, a respeito do uso racional de medicamentos em
crianças. Esses estudos precisam acontecer não somente na área de competência do
farmacêutico, como dispensador de saúde, mas também na área médica, uma vez que os
médicos são os prescritores dos medicamentos e muitas vezes não têm as informações
adequadas a respeito do seu uso em pacientes pediátricos.
Comprovou-se que a informação constante na literatura sobre o antibiótico
Amoxicilina, uma forma de penicilina, é um dos mais conhecidos e usados pelos pacientes e
vendido em grande quantidade pelas drogarias, com ou sem prescrição médica. O uso
inadequado e indiscriminado desse medicamento cria cepas microbianas mais resistentes,
dificultando tratamentos futuros, que exigirão intervenções ainda mais fortes, além de
envolver os custos desses tratamentos e também da pesquisa e fabricação de medicamentos
mais potentes, situação que prejudica os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento,
como é o caso do Brasil.
Uma das formas de reverter esse quadro, ainda que a longo prazo, pois depende de
medidas educacionais, é a inserção e intervenção do farmacêutico nas equipes
multidisciplinares que formam o sistema de saúde. Porque, por meio de campanhas de
esclarecimento e conscientização junto às famílias, o uso irracional e inadequado dos
medicamentos, principalmente dos antibióticos, pode ser suprimido, reduzindo também a
resistência microbiana, tornando os tratamentos mais baratos e mais eficazes.
Esse é o papel do farmacêutico, auxiliando o comprador/paciente a entender o
tratamento e a necessidade de usar o medicamento corretamente, principalmente os
antibióticos, cujo uso inadequado pode trazer uma série de conseqüências. Se os prescritores
realizam consultas muito rápidas e não informam adequadamente o paciente sobre o
tratamento, o farmacêutico pode interferir, esclarecendo e contribuindo para que o tratamento
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
seja eficaz, diminuindo, inclusive, o custo de tratamentos futuros, oriundos do fato do
paciente não ter sido se curado daquela doença.
O farmacêutico também precisa no ambiente da drogaria, assumir o seu papel de
dispensador de saúde, procurando estar sempre junto aos consumidores, convenientemente
trajado e identificado, para orientá-los em suas necessidades. Dessa forma, o consumidor terá
mais segurança para administrar os medicamentos aos seus familiares, principalmente se
forem crianças, ou até para si mesmo.
4 REFERÊNCIAS
ANDRADE, Aline Cristina de; ORNELAS, Nilma C.B.F. e PEYNEAU, Amanda K. de M. S.Proposta de implantação de um serviço de Atenção Farmacêutica ao usuário hipertensodo Programa Farmácia Popular do Brasil. Proj. de Espec. em Farmácia Hospitalar.Brasília: UNB, 2006. Disponível em:<http://www.unb.br/fs/far/latosensu/farmhosp/projetos/efh13.pdf> Acesso em 20 jul. 2009.
ANTUNES, Adelaide; PEREIRA JR., Nei e EBOLE, Maria de Fátima. Gestão emBiotecnologia. Rio de Janeiro: E-Papers, 2006.
AUTO, Hélvio Farias; CONSTANT, José M. C. e CONSTANT, André B. L. Antibióticos equimioterápicos. 5 ed. Maceió: EDUFAL, 2008.
BELL, David M. Resistencia antimicrobiana: panorama en los Estados Unidos de América.In: ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Resistencia antimicrobiana enlas Américas: magnitud del problema y su contención. Washington (EUA): OPS, 2000.
BRANDÃO, Aloísio. É definitivo: o farmacêutico está na atenção básica. PharmáciaBrasileira, ano X, nº 52, mar./abr. 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Uso racional de medicamentos. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=25641&janela=2> Acesso em: 28 maio 2009.
BRICKS, Lúcia Ferro. Uso judicioso de medicamentos em crianças. Rio de Janeiro: Jornalde Pediatria, Supl. 1, S107-S114, 2003. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/jped/v79s1/v79s1a12.pdf> Acesso em 30 maio 2009.
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução 196/96: Diretrizes e NormasRegulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#conep> Acesso em 28 nov. 2009.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO DISTRITO FEDERAL. Resolução nº 417de 29 de setembro de 2004: Código de Ética. Disponível em:<http://www.crfdf.org.br/internas.php?id=91> Acesso em 28 nov. 2009.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
COSTA, Ana Maria D. D.; MEROLA, Yuma de Lima e TERRA, Fábio de Souza. Incentivoà Assistência Farmacêutica na atenção básica: um projeto em discussão. Rev. Elet. deFarmácia, v. V (1), 95-100, 2008. Disponível em:<http://www.revistas.ufg.br/index.php/REF/article/view/4619/3941> Acesso em 30 maio2009.
COSTA, Patrícia Quirino da; REY, Luís C. e COELHO, Helena Lutéscia L. Carência depreparações medicamentosas para uso em crianças no Brasil. Soc. Bras. de Pediatria,Jornal de Pediatria, 85(3): 229-235. Rio de Janeiro: mar. 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572009000300008>Acesso em 5 jun. 2009.
EDLER, Flávio Coelho. Boticas & Pharmacias: uma história ilustrada da Farmácia no Brasil.Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2006.
FREITAS, Osvaldo de e PEREIRA, Leonardo Régis Leira. A evolução da AtençãoFarmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Rev. Bras. de Ciênc. Farmacêuticas, v. 44, n.4, out./dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a06.pdf>Acesso em 10 jun. 2009.
FREITAS, E. L. de; PERINI, Edson e RAMALHO-DE-OLIVEIRA, Djenane. AtençãoFarmacêutica – Teoria e Prática: um diálogo possível? Acta Farm. Bonaerense, 25 (3):447-53, 2006. Disponível em:<http://www.ufmg.br/proex/arquivos/RELATORIO_Proex_2005.pdf> Acesso em 6 jun.2009.
GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro:McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
HELITO, Alfredo Salim e KAUFFMAN, Paulo (Orgs.). Entendendo as doenças: aenciclopédia médica da família. São Paulo: Nobel, 2007.
IVAMA, A. M. (coord) Relatório da Oficina de Trabalho Atenção Farmacêutica no Brasil:“ Trilhando Caminhos”. Consultoria de Medicamentos e Tecnologias da OPAS/OMS.Fortaleza: 2001. Disponível em:<http://www.ans.gov.br/portal/upload/forum_saude/forum_bibliografias/atencaoasaude/DD%201%20Atenção%20Farmacêutica%20no%20Brasil.pdf> Acesso em 15 jun. 2009.
IVAMA, A. M. et. al. Reconstruir a unidade da Assistência Farmacêutica como um dospilares essenciais das políticas em saúde. I Fórum Nacional de Atenção Farmacêutica.Riopharma – Rio de Janeiro, 27 a 29 de junho de 2003. Disponível em:<http://www.opas.org.br/medicamentos/site/UploadArq/HSE_RIO_ATENFAR_0603vf.pdf>Acesso em 15 jun. 2009.
JANEBRO, Daniele I. et. al. Problemas relacionados aos medicamentos (PRM’s) empacientes pediátricos de um hospital do município de Campina Grande, Paraíba, Brasil.Lat. Am. J. Pharm., 27 (5): 681-7, jun. 2008. Disponível em:<http://www.latamjpharm.org/trabajos/27/5/LAJOP_27_5_1_6_3356HDTCI2.pdf> Acessoem 15 jul. 2009.
KOROLKOVAS, Andrejus e FRANÇA, Francisco F. de A. C. de. Dicionário TerapêuticoGuanabara. 15 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
LEITE, Silvana Nair et.al. Utilização de medicamentos e outras terapias antes de consultapediátrica por usuários de Unidade Pública de Saúde em Itajaí-SC, Brasil. Acta Farm.Bonaerense 25(4): 608-12, jun. 2006. Disponível em:<http://www.latamjpharm.org/trabajos/25/4/LAJOP_25_4_6_2_4N8VODL1U6.pdf.> Acessoem 20 jul. 2009.
LEITE, Silvana Nair; VIEIRA, Mônica e VEBER, Ana Paula. Estudos de utilização demedicamentos: uma síntese de artigos publicados no Brasil e América Latina. Ciência eSaúde Coletiva, 13 (Sup): 793-802, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232008000700029&script=sci_arttext> Acesso em 20 jul. 2009.
LOPES, H.V. et. al. Perfil farmacocinético de três diferentes doses diárias de amoxicilina.Rev. Bras. de Medicina, v. 57, nº 1/2, jan./fev. 2000.
MARIN,Nelly et al. Uso racional de medicamentos. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003.Disponível em: <http://www.opas.org.br/medicamentos/temas_documentos_detalhe.cfm?id=46&iddoc=501> Acesso em 20 jul. 2009.
MEINERS, M. M. M. A. e BERGSTEN-MENDES, G. Prescrição de medicamentos paracrianças hospitalizadas: como avaliar a qualidade? Rev. Ass. Med. Brasil, 2001; 47(4):332-7. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302001000400036&script=sci_arttext> Acesso em 25 jul. 2009.
MENEZES, Ana Paula Simões; BAISCH, Ana Luiza M. e DOMINGUES, Marlos Rodrigues.Compreensão das prescrições pediátricas de antimicrobianos em Unidades de Saúde emum município do sul do Brasil. Rev. Bras. Epidemiol., 2009; 12(3): 478-89. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2009000300016&lng=e. doi: 10.1590/S1415-790X2009000300016> Acesso em 25 out.2009.
MONTRUCCHIO, Deise et. al. Obstáculos da Atenção Farmacêutica no Brasil. Rev. Bras.de Ciênc. Farmacêuticas, v. 41, n. 4, out./dez. 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v41n4/a02v41n4.pdf> Acesso em 28 jun. 2009.
NICOLINI, Paola et. al. Fatores relacionados à prescrição médica de antibióticos emfarmácia pública da região Oeste da cidade de São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup): 689-696, 2008. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=479728&indexSearch=ID> Acesso em: 15 jun. 2009.
OLIVEIRA, Antonio A. O. T. de et. al. Atenção farmacêutica na antibioticoterapia. VisãoAcadêmica, Curitiba, v. 5, nº 1, p. 7-14, jan.-jun./2004. Disponível em:<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/academica/article/viewFile/536/449> Acesso em 18jun. 2009.
ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). Como investigar el uso demedicamentos en los servicios de salud. Indicadores seleccionados del uso de medicamentos.Ginebra; 1993.
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE. Atenção Farmacêutica no Brasil:trilhando caminhos. Relatório 2001-2002. Brasília, Organização Pan-americana De Saúde,
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
2002a. Disponível em:<http://www.ans.gov.br/portal/upload/forum_saude/forum_bibliografias/atencaoasaude/DD%201%20Atenção%20Farmacêutica%20no%20Brasil.pdf> Acesso em 15 jun. 2009.
REIS, A. M. M. . Atenção Farmacêutica e Promoção do Uso Racional de Medicamentos.Espaço para a Saúde (Online), Londrina, v. 4, n. 2, p. 1-17, 2003. Disponível em:<http://www.gpuim.ufc.br/ceatenf_arquivos/Artigos/ATENFAR%20e%20URM%20Adriano%20Max.pdf> Acesso em: 30 maio 2009.
REVISTA DO FARMACÊUTICO. Assistência Farmacêutica: porque a saúde é sua!Disponível em: <http://www.portalfarmacia.com.br/farmacia/principal/conteudo.asp?id=117>Acesso em 10 out. 2009.
SANTOS, Vânia dos e NITRINI, Sandra M.O.O. Indicadores do uso de medicamentosprescritos e de assistência ao paciente de serviços de saúde. Rev. Saúde Pública 2004;38(6):819-26. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n6/10.pdf> Acesso em 20jul. 2009.
SILVA, Edna Lúcia da e MENEZES, Estera Muzkat. Metodologia da pesquisa e elaboraçãode dissertação. 3 ed., rev., atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC,2001.
SINPRAFARMAS. Balconista: o elo entre a farmácia e o cliente. Disponível em:<http://www.sinprafarmas.org.br/Atuali_Balconista/funcoes_do_balconista.htm> Acesso em10 out. 2009.
WANNMACHER, Lenita. Uso indiscriminado de antibióticos e resistência microbiana:uma guerra perdida? ISSN 1810-0791, vol. 1, nº 4. Brasília: mar. 2004. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/HSE_URM_ATB_0304.pdf> Acesso em 10 out.2009.
5 ANEXOS
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO
Nome do Responsável ______________________________
Nome da criança: ___________________________________
1-Sexo:
Masculino ( ) Feminino ( )
2- Idade da criança: ________
3- Você conhece o antibiótico Amoxicilina e sabe para que o mesmo é utilizado?( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
4- Você já administrou o Antibiótico Amoxicilina ao seu filho (a) sem prescrição médica?( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
5- Ao comprar o antibiótico Amoxicilina ao seu filho (a) você possui a informação correta da forma deadministração do mesmo?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
6- Para a administração do antibiótico Amoxicilina existe necessidade de diluição em águafiltrada. Você sabe a validade deste medicamento após diluído?
( ) 1 semana ( ) 14 dias ( )30 dias ( ) 1 ano ( ) não sabe
7-Você compra o antibiótico Amoxicilina ao seu filho(a) por indicação do balconista dadrogaria?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
8- Você costuma administrar o Antibiótico Amoxicilina ao seu filho (a) quando está apenasgripado (a), resfriado(a) ou com febre?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
9- Quando seu filho (a) apresenta algum tipo de reação alérgica com o uso do antibióticoAmoxicilina você comunica ao médico ou suspende o medicamento imediatamente?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
10- Você tem noção do risco que pode expor o seu filho (a) ao administrar um antibiótico dotipo Amoxicilina sem prescrição médica?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
11- Durante a aquisição do antibiótico Amoxicilina em farmácia ou drogaria você procura aorientação com o farmacêutico?
( ) Sim ( ) Não ( )Não soube responder
ANEXO 2
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.
Cenarium Pharmacêutico, Ano 4, n° 4, Maio/Nov 2011, ISSN: 1984-3380
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa intituladaUso Indiscriminado do antibiótico Amoxicilina em crianças de 2 a 10 anos. O propósito desteestudo é contribuir com informações substanciais para avaliar o perfil de tratamento decrianças de 2 a 10 anos que fazem uso da Amoxicilina e enfatizar a importância na orientaçãodo uso racional de medicamentos.
Os dados coletados por meio da aplicação de questionário ajudarão a confirmar o fatode avaliar se existe ou não a automedicação nos tratamentos de crianças de 2 a 10 anos queutilizam o antibiótico Amoxicilina. Aqueles que fornecerem dados espontaneamente pós-esclarecimento terão suas identidades preservadas mesmo após elaboração de relatório finaldeste estudo.
O resultado deste estudo poderá possibilitar ou não modificações na avaliação daexistência ou não de automedicação nos tratamentos de crianças de 2 a 10 anos que utilizam oantibiótico Amoxicilina. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa doCentro Universitário Unieuro. Este termo em duas vias é para certificar que eu,_______________________________________________________________________________________________, residente à _________________________________________concordo em participar voluntariamente da pesquisa mencionada e sei que posso retirar meuconsentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo.
Estou ciente de que o anonimato daqueles que preencherem este questionário poderácontribuir ou não para melhor avaliar se existe ou não a automedicação nos tratamentos decrianças de 2 a 10 anos que utilizam o antibiótico Amoxicilina. Estou ciente de que a pesquisanão implicará em riscos físicos à minha pessoa nem à comunidade da qual faço parte, porémpoderá modificar comportamentos.
Finalizando, sou sabedor de que terei todas as dúvidas respondidas a contento pelopesquisador responsável Ana Maria de Araújo Scarcela/José Wilson Alves Muniz, no telefone9615-7982/ ou e-mail: [email protected] e [email protected]
____________________________________Assinatura do sujeito de Pesquisa
____________________________________Assinatura do Pesquisador Responsável
_____/_____/____
Easy PDF Creator is professional software to create PDF. If you wish to remove this line, buy it now.