20
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a CSL - Opção pelo pagamento mensal em 2014 a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte a IRPF - Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Física e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 02/2014 / a Tributos e Contribuições Federais Imposto de Renda Pessoa Jurídica Opção pelo pagamento mensal em 2014 01 / a Legislação Falimentar Obrigações não exigíveis do devedor na recuperação judicial e na falência 13 / a IOB Setorial Saúde Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades sem Fins Lucrativos que atuam na Área da Saúde e que participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde (Prosus) 14 / a IOB Perguntas e Respostas IRRF Cooperativas de trabalho - Sobras líquidas devolvidas aos associados - Sujeição à incidência 18 IRPJ Lucro presumido - Alienação de bens do Ativo Imobilizado a prazo - Reconhecimento do lucro 18 Lucro presumido - Percepção de rendimentos oriundos de investi- mentos no exterior - Vedação à opção 18 Prejuízo fiscal e base de cálculo negativa do CSL - Comprovação 18 Siscoserv Valor comercial - Considerações 18

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Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a CSL - Opção pelo pagamento mensal em 2014

a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte

a IRPF - Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Física e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 02/2014

/a Tributos e Contribuições FederaisImposto de Renda Pessoa JurídicaOpção pelo pagamento mensal em 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Legislação FalimentarObrigações não exigíveis do devedor na recuperação judicial e na falência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

/a IOB SetorialSaúdePrograma de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades sem Fins Lucrativos que atuam na Área da Saúde e que participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde (Prosus) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

/a IOB Perguntas e RespostasIRRFCooperativas de trabalho - Sobras líquidas devolvidas aos associados - Sujeição à incidência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

IRPJLucro presumido - Alienação de bens do Ativo Imobilizado a prazo - Reconhecimento do lucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Lucro presumido - Percepção de rendimentos oriundos de investi-mentos no exterior - Vedação à opção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Prejuízo fiscal e base de cálculo negativa do CSL - Comprovação . . . 18

SiscoservValor comercial - Considerações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : IRPJ : opção pelo pagamento mensal em 2014.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2044-2

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

13-14026 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

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02-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

ImPOSTO de Renda PeSSOa JuRídICa

Opção pelo pagamento mensal em 2014 SUMÁRIO 1. Formas e periodicidade de apuração do imposto 2. Forma e efeitos da opção pelo pagamento mensal 3. Vantagens da opção pelo pagamento mensal 4. Base de cálculo do imposto mensal por estimativa 5. Cálculo do imposto mensal 6. Pagamento do imposto mensal 7. Opção para aplicação no Finor, no Finam ou no Funres 8. Redução ou suspensão dos pagamentos mensais

com base em balanço ou balancete

1. FORMAS E PERIODICIDADE DE APURAÇÃO DO IMPOSTO

1.1 Apuração trimestral (com base no lucro real, presumido ou arbitrado)

Como regra geral, as pessoas jurídicas devem apurar o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) devido trimestralmente, com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por pe-ríodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, ressalvados os casos de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, nos quais a apuração da base de cálculo e do imposto devido deve ser efetuada na data do evento.

Nota

O imposto devido trimestralmente deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do trimestre da sua apuração ou, opcionalmente, em até 3 quotas mensais, iguais e suces-sivas, respeitado o valor mínimo de R$ 1.000,00 para cada uma, observado o seguinte:

a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subse-quentes ao de encerramento do trimestre de apuração;

b) o valor de cada quota (exceto a 1ª, se paga no prazo) será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do trimestre de apuração, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

(RIR/1999, arts. 220 e 856)

1.2 Pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real

No regime de tributação pelo lucro real, alterna-tivamente à apuração trimestral, a pessoa jurídica pode optar pelo pagamento mensal do imposto por estimativa, ficando:

a) obrigada à apuração do lucro real anualmente, em 31 de dezembro, ou por ocasião de incor-poração, fusão, cisão ou encerramento de ati-vidades, para fins de determinação do imposto efetivamente devido no período e ajuste de di-ferenças - pagamento do saldo positivo apura-do ou restituição de saldo negativo apurado; e

b) com a opção de apurar o lucro real no decor-rer do ano, mediante levantamento de ba-

lanços ou balancetes periódicos, com base nos quais poderá reduzir ou sus-

pender os pagamentos mensais do imposto (veja o item 8).

Nota

A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão

ou cisão deverá levantar balanço específico para esse fim, observada a legislação comercial.

(Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º; Lei nº 9.430/1996, art. 2º, caput e § 3º; Lei nº 8.981/1995, art. 35; RIR/1999, arts. 221, 222 e 230)

1.3 Pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real

Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:

a) cuja receita total (veja a Nota 1 do subtópico 4.2.1), no ano-calendário anterior seja supe-rior ao limite de R$ 78.000.000,00, ou ao limite proporcional de R$ 6.500.000,00 multiplica-dos pelo número de meses do período, quan-do inferior a 12 meses, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.2014;

a Tributos e Contribuições Federais

A opção pelo

pagamento mensal é considerada exercida com o pagamento do imposto

correspondente ao mês de janeiro

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02-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Nota

Em relação aos fatos geradores que ocorreram até 31.12.2013, esta-vam obrigadas ao lucro real as pessoas jurídicas, cuja receita total no ano--calendário anterior fosse superior ao limite de R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses do período, quando inferior a 12 meses.

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvol-vimento, caixas econômicas, sociedades de cré-dito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuido-ras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitaliza-ção e entidades de previdência privada aberta;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior (veja a nota 2 ao final deste subtópico);

d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do imposto (veja a nota 2 ao final deste subtópico);

e) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assesso-ria creditícia, mercadológica, gestão de crédi-to, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos credi-tórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

f) que optarem pelo pagamento mensal do im-posto por estimativa (veja nota 2 ao final deste subtópico); e

g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agro-negócio.

Nota

As pessoas jurídicas mencionadas nas letras “a”, “c”, “d” e “f” que ade-riram ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) poderão optar pelo lucro presumido durante o período em que estiverem submetidas ao Refis.

(Lei nº 9.718/1998, art. 14; Lei nº 10.637/2002, art. 46; Lei nº 12.249/2010, art. 22; Lei nº 9.964/2000, art. 4º; Lei nº 12.814/2013, arts. 7º e 9º, parágrafo único; RIR/1999, arts. 221, 246, 518, 519 e 521)

1.4 Opção pela tributação com base no lucro presumido

As pessoas jurídicas não enquadradas em nenhuma das hipóteses relacionadas no subtópico 1.3, bem como as enquadradas nas hipóteses da Nota do referido subtópico que tenham aderido ao Refis, pode-rão optar pela tributação com base no lucro presumido, devendo essa opção ser exercida com o pagamento da 1ª quota ou quota única do imposto devido no pri-

meiro trimestre do ano-calendário, vencível no último dia útil do mês de abril, observando-se que:

a) no caso de início de atividades após o encerra-mento do 1º trimestre do ano, essa opção será exercida com o pagamento da 1ª quota ou quota única do imposto devido no trimestre de início das atividades, vencível no último dia útil do mês sub-sequente ao do encerramento desse trimestre;

b) a opção pela tributação com base no lucro pre-sumido é definitiva em relação a todo o ano--calendário, ou seja, não há mais a possibilida-de de mudança para o regime do lucro real no ano em que a empresa iniciar o pagamento do imposto com base no lucro presumido.

(Lei nº 9.964/2000, art. 4º; RIR/1999, arts. 222, parágrafo único, 231, 516 e 517)

1.5 Empresas que exploram atividades imobiliáriasDesde o ano-calendário de 1999, as pessoas jurí-

dicas que exploram atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis estão autorizadas a optar pelo lucro presumido.

Todavia, se essas empresas, submetidas à tributação pelo lucro real, houverem computado custo orçado no custo de imóveis vendidos antes do término das obras, não poderão optar pela tributação pelo lucro presumido enquanto não forem concluídas as operações imobiliá-rias para as quais houver registro de custo orçado.

(Lei nº 9.718/1998, arts. 14, 17, II, e 18, III; Instrução Nor-mativa SRF nº 25/1999)

2. FORMA E EFEITOS DA OPÇÃO PELO PAGAMENTO MENSAL

A opção pelo pagamento mensal é considerada exercida com o pagamento do imposto correspon-dente ao mês de janeiro (ou do início de atividades, quando for o caso), vencível no último dia útil do mês subsequente, observando-se o seguinte:

a) o exercício dessa opção implica, por si só, a obrigatoriedade de apuração anual do lucro real, em 31 de dezembro ou por ocasião de in-corporação, fusão, cisão ou encerramento das atividades, ficando a empresa impedida de op-tar pela tributação com base no lucro presumi-do, mesmo que não esteja enquadrada em ne-nhuma das outras situações que a obrigam à apuração do lucro real (ressalvada a hipótese informada na nota 2 ao final do subtópico 1.3);

b) a opção pelo pagamento mensal do Imposto de Renda impõe o pagamento mensal também da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

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02-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

3. VANTAGENS DA OPÇÃO PELO PAGAMENTO MENSAL

3.1 Compensação de prejuízos fiscaisA apuração trimestral é definitiva, de modo que o

lucro real de um trimestre não pode ser compensado com o prejuízo fiscal de trimestre subsequente, ainda que do mesmo ano-calendário. Se for apurado prejuízo fiscal em um trimestre, a compensação desse prejuízo com o lucro real apurado nos trimestres seguintes ficará sujeita à observância do limite máximo de 30% do lucro real. Além disso, o prejuízo não operacional de um trimestre somente poderá ser compensado, nos trimestres seguintes, com lucros da mesma natureza.

Todavia, no regime de pagamentos mensais, o que prevalecerá será a apuração anual do lucro real, de modo que os resultados positivos e negativos do ano são compensados automaticamente, sem nenhuma restrição, qualquer que seja a sua natureza (operacional ou não operacional).

Notas(1) As empresas que optarem pelo pagamento ou parcelamento dos

débitos nos termos da Lei nº 11.941/2009, art. 1º, § 7º, poderão liquidar os valores correspondentes a multa, de mora ou de ofício, e a juros moratórios, inclusive as relativas a débitos inscritos em dívida ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro líquido próprios. Lembre-se que o valor a ser utilizado será determinado mediante a aplicação sobre o montante do prejuízo fiscal e da base de cál-culo negativa das alíquotas de 25% e 9%, respectivamente.

(2) Essas vantagens do regime de pagamentos mensais aplicam-se também à compensação de base de cálculo negativa da CSL.

(3) Conforme a Lei nº 11.941/2009, art. 60, que é resultante da con-versão da Medida Provisória nº 449/2008, art. 58, o disposto no inciso IV do art. 187 da Lei nº 6.404/1976, com a redação dada por esta Lei, não altera o tratamento dos resultados operacionais e não operacionais para fins de apuração e compensação de prejuízos fiscais.

Dispõe o art. 187 da Lei nº 6.404/1976:

“Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

[...]

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;”

(4) A pessoa jurídica que optar pela aplicação antecipada para o ano--calendário de 2014 das disposições contidas nos arts. 1º a 66 da Medida Provisória nº 627/2013, observados os demais requisitos, poderá considerar os prejuízos decorrentes da alienação de bens e direitos do Ativo Imobiliza-do, Investimento e Intangível (art. 41), ainda que reclassificados para o Ativo Circulante com intenção de venda, para serem compensados somente com lucros de mesma natureza, observado o limite previsto no art. 15 da Lei nº 9.065/1995. Ressalta-se que o mesmo não se aplica em relação às perdas decorrentes de baixa de bens ou direitos em virtude de terem se tornado imprestáveis, obsoletos ou caídos em desuso, ainda que posteriormente ve-nham a ser alienados como sucata.

(RIR/1999, arts. 510 e 511)

3.2 Incidência do adicional de 10%

No regime de apuração trimestral, sobre a parcela do lucro real de cada trimestre que exceder a R$ 60.000,00 haverá a incidência do adicional de 10%, de forma definitiva, ao passo que no regime de paga-mentos mensais, embora incida o adicional sobre a parcela da base de cálculo do imposto mensal que

exceder a R$ 20.000,00, essa incidência somente será definitiva sobre a parcela do lucro real anual que exceder a R$ 240.000,00.

Por exemplo, em uma empresa que tenha optado pela apuração trimestral do lucro real, poderá ocorrer o seguinte:

TrimestreResultado apurado

Adicional devido - R$Lucro real - R$

Prejuízo fiscal - R$

1º 100.000,00 10% de 40.000,00 = 4.000,002º 120.000,00 10% de 60.000,00 = 6.000,003º 80.000,00 10% de 20.000,00 = 2.000,004º - (70.000,00) -

Somas 300.000,00 (70.000,00) 12.000,00

Essa empresa, por ter optado pela apuração trimestral do lucro real, acabou pagando no ano, de forma definitiva, adicional de R$ 12.000,00, ao passo que, se houvesse optado pelo pagamento mensal do imposto, isso não teria ocorrido porque o seu lucro real anual seria de R$ 230.000,00 (R$ 300.000,00 menos R$ 70.000,00) - abaixo, portanto, do limite de incidência do adicional.

Nessa hipótese, no regime de pagamentos men-sais, em alguns meses, a empresa poderia ter ficado sujeita ao adicional sobre a parcela do lucro mensal que excedeu a R$ 20.000,00, mas essa incidência seria provisória porque o imposto devido mensal-mente durante o ano é deduzido do imposto devido sobre o lucro real anual.

4. BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO MENSAL POR ESTIMATIVANo regime de pagamentos por estimativa, a base

de cálculo do Imposto de Renda mensal é o somatório dos seguintes valores:

a) resultado da aplicação dos percentuais infor-mados nos subitens 4.1 e 4.1.1 sobre a receita bruta mensal (veja Nota 1 do subtópico 4.2.1), proveniente das vendas de mercadorias ou pro-dutos, da prestação de serviços e de outras ati-vidades compreendidas no objeto da empresa;

b) ganhos de capital e outras receitas ou resul-tados auferidos no mês (por inteiro), não com-preendidos na receita bruta proveniente das atividades referidas na letra “a”.

4.1 Percentuais aplicáveis sobre a receita bruta mensal

Sobre a receita bruta mensal auferida na(s) atividade(s) que constitua(m) o objeto da empresa, aplicam-se os seguintes percentuais (RIR/1999, art. 223; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, § 2º; Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6/1997):

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02-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Espécies de atividades geradoras da receita Percentuais aplicáveis sobre a receita

• Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,6%• Venda de mercadorias ou produtos (exceto revendas de combustível para consumo)• Transporte de cargas• Serviços hospitalares• Atividade rural• Industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização• Atividades imobiliárias• Construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra• Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços), para a qual não esteja previsto percentual específico

8%

• Serviços de transporte (exceto o de cargas)• Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 (veja a nota 2)• Instituições financeiras e entidades a elas equiparadas (veja o subitem 4.2.5)

16%

• Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas• Intermediação de negócios, inclusive representação comercial e corretagem (de seguros, de imóveis etc.)• Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza• Factoring• Serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (veja a nota 5)• Administração de consórcios• Hotelaria e estacionamento

32%

Notas(1) No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado

sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual.(2) A pessoa jurídica exclusivamente prestadora de serviços (exceto

serviços hospitalares, de transporte e os relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas) poderá utilizar o percentual de 16% enquanto a sua receita bruta acumulada no ano em curso se comportar dentro do limite de R$ 120.000,00, observando-se que:

a) se a receita bruta acumulada até determinado mês ultrapassar o referido limite, a pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% ficará sujeita ao percentual normal de 32%, retroativamente ao mês de janeiro do ano em curso, impondo-se o pagamento das diferenças de imposto, apuradas em cada mês, até o último dia útil do mês subsequente ao da verificação do excesso;

b) dentro do prazo mencionado na letra “a”, as diferenças de imposto poderão ser pagas sem acréscimos moratórios.

(3) De acordo com as Decisões nºs 246 e 247/2000 da Superintendên-cia da RFB da 8ª Região Fiscal (São Paulo), não poderão utilizar o percentual de 16%, nas condições informadas na nota 2, por caracterizarem-se como prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas, as pes-soas jurídicas que prestem serviços:

a) de natureza artístico-cultural, tais como a apresentação de peças teatrais e a realização de cursos de teatro;

b) de intermediação no comércio de mercadorias em geral.(4) Desde 1º.01.2009, os serviços de auxílio diagnóstico e terapia, pato-

logia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nu-clear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também estarão sujeitos ao percentual de 8%, aplicáveis sobre a receita bruta mensal, para fins da apu-ração da base de cálculo do Imposto de Renda devido mensalmente por esti-mativa (Lei nº 9.249/1995, art. 15, III, “a”; Lei nº 11.727/2008, arts, 29 e 41, VI).

(5) A pessoa jurídica que optar pela aplicação antecipada para o ano--calendário de 2014 das disposições contidas nos arts. 1º a 66 da Medida Provisória nº 627/2013, observados os demais requisitos, poderá considerar, para efeito da apuração da base de cálculo do IRPJ, em cada mês, mediante a aplicação do percentual de 32%, para as atividades de prestação de ser-viços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público (art. 8º).

(RIR/1999, art. 223, § 3º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, § 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 2º, § 7º, II; Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6/1997)

4.1.1 Percentuais aplicáveis sobre a receita financeira das atividades imobiliárias - Fatos geradores ocorridos desde 1º.01.2006

As pessoas jurídicas que explorem atividades imo-biliárias relativas a loteamento de terrenos, incorpora-ção imobiliária, construção de prédios destinados à venda, e venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando esta receita for decorrente da comercialização de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato, devem acrescentar à base de cálculo mensal do Imposto de Renda o percentual de 8% sobre a receita financeira, para os fatos geradores ocorridos desde 1º.01.2006.

(Lei nº 11.196/2005, art. 34)

4.1.2 Industrialização

De acordo com o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26/2008 (que revogou o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 20/2007), para fins de apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSL, consideram--se industrialização as operações definidas no Decreto nº 4.544/2002, art. 4º (revogado pelo Decreto nº 7.212/2010), observadas as disposições do art. 5º c/c o art. 7º do mesmo decreto.

Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acaba-mento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:

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02-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) a que, exercida sobre matérias-primas ou pro-dutos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação);

b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a uti-lização, o acabamento ou a aparência do pro-duto (beneficiamento);

c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);

d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou recondicionamento); ou

e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inuti-lizado, renove ou restaure o produto para utili-zação (renovação ou recondicionamento).

São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.

Não se considera industrialização:

a) o preparo de produtos alimentares, não acon-dicionados em embalagem de apresentação:a.1) na residência do preparador ou em res-

taurantes, bares, sorveterias, confeita-rias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou

a.2) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a corporações, empresas e outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes;

b) o preparo de refrigerantes, à base de extrato con-centrado, por meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor;

c) a confecção ou preparo de produto de arte-sanato;

d) a confecção de vestuário, por encomenda di-reta do consumidor ou usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;

e) o preparo de produto, por encomenda dire-ta do consumidor ou usuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional;

f) a manipulação em farmácia, para venda dire-ta a consumidor, de medicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;

g) a moagem de café torrado, realizada por co-merciante varejista como atividade acessória;

h) a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:h.1) edificação (casas, edifícios, pontes, han-

gares, galpões e semelhantes, e suas coberturas);

h.2) instalação de oleodutos, usinas hidrelé-tricas, torres de refrigeração, estações e centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, esta-ções, usinas e redes de distribuição de energia elétrica e semelhantes; ou

h.3) fixação de unidades ou complexos in-dustriais ao solo;

i) a montagem de óculos, mediante receita médica;j) o acondicionamento de produtos classifica-

dos nos Capítulos 16 a 22 da TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de Natal e semelhantes;

k) o conserto, a restauração e o recondiciona-mento de produtos usados, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa exe-cutora ou quando essas operações sejam exe-cutadas por encomenda de terceiros não es-tabelecidos com o comércio de tais produtos, bem como o preparo, pelo consertador, res-taurador ou recondicionador, de partes ou pe-ças empregadas exclusiva e especificamente naquelas operações;

l) o reparo de produtos com defeito de fabrica-ção, inclusive mediante substituição de partes e peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por concessioná-rios ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;

m) a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com em-prego de máquinas de costura; e

n) a mistura de tintas entre si, ou com concentra-dos de pigmentos, sob encomenda do consu-midor ou usuário, realizada em estabelecimen-to varejista, efetuada por máquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, con-troladora, controlada ou coligadas.

Notas

(1) No caso da letra “c”, produto de artesanato é o proveniente de tra-balho manual realizado por pessoa natural nas seguintes condições:

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02-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 - Boletim IOB

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a) quando o trabalho não conta com o auxílio ou participação de tercei-ros assalariados; e

b) quando o produto é vendido a consumidor, diretamente ou por inter-médio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido.

(2) Nos casos das letras “d” e “e”:

a) oficina é o estabelecimento que emprega, no máximo, 5 operários e, caso utilize força motriz, não dispuser de potência superior a 5 quilowatts; e

b) trabalho preponderante é o que contribui no preparo do produto, para formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimo com 60%.

4.1.3 Serviços hospitalaresConforme vimos no subtópico 4.1, a base de cál-

culo do imposto, tratando-se de serviços hospitalares, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 30, são considerados serviços hospitala-res aqueles prestados por estabelecimentos assistenciais de saúde que dispõem de estrutura material e de pessoal destinada a atender à internação de pacientes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos, que pos-suam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirur-gia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e o acompanhamento dos casos. São também considerados serviços hospitalares, para os fins dessa Instrução Normativa, aqueles efetua-dos pelas pessoas jurídicas:

a) prestadoras de serviços pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio de UTI móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo “D”) ou em aeronave de su-porte médico (Tipo “E”); e

b) prestadoras de serviços de emergências mé-dicas realizados por meio de UTI móvel, ins-taladas em ambulâncias classificadas nos Ti-pos “A”, “B”, “C” e “F”, que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte avançado de vida.

Desde 1º.01.2009, o percentual de 8% aplica-se também aos serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patolo-gias clínicas, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Anvisa.

NotaConsideram-se serviços de saúde como espécies de auxílio diagnós-

tico e terapia: exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica.

(Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 1º, III, “a”; Lei nº 11.727/2008, art. 29 e art. 41, VI; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 30)

4.1.4 SoftwareO software por encomenda é a prestação de

serviços cuja receita se sujeita ao percentual de 32%, enquanto o software-padrão ou de prateleira, elabo-rado pela própria empresa e colocado à disposição dos clientes, indistintamente, sendo vendido como se fosse mercadoria, se sujeita ao percentual de 8% sobre a respectiva receita (Decisão nº 329/1997 da 8ª RF).

Segundo as Decisões nºs 165 e 167/1998 da 9ª RF, deve-se aplicar o percentual de 8% sobre as receitas de revenda de programas de computador elaborados por terceiros e 32% sobre as receitas de programação e manutenção de softwares específicos, sob encomenda.

4.1.5 Sondagem de soloEm conformidade com as Decisões nºs 651/1997 e

89/2000 da 6ª RF e com as Soluções de Consulta nºs 35 e 36/2007 da 2º RF, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta relativa a serviços de sondagem de solo, como tais compreendidos apenas a perfuração e a coleta de amostra, com emprego de materiais, é de 8%.

4.1.6 Atividade de hotelariaDe acordo com a Decisão nº 106/1999 da 8ª RF,

as receitas provenientes de atividade de hotelaria sujeitam-se ao percentual de 32% e, no caso de atividades diversificadas, desde que segregadas as respectivas receitas, aplica-se o percentual de 8% sobre a receita de venda de refeições e de 32% sobre a receita de prestação de serviços de hotelaria.

4.1.7 Prestação de serviços com guindaste e locação de guindaste

Segundo a Decisão nº 99/1998 da 8ª RF, sobre a receita de prestação de serviços com guindaste aplica-se o percentual de 8% e, sobre a receita de locação de guindaste, aplica-se o percentual de 32%.

4.1.8 Serviços de suprimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos e de exploração de rodovias

Estão sujeitas ao percentual de 32% as conces-sionárias e subconcessionárias de serviços públicos que exploram as seguintes atividades:

a) de prestação de serviços de suprimento de água tratada e a consequente coleta e trata-mento de esgotos, cobrados diretamente dos usuários dos serviços; e

b) de exploração de rodovia mediante cobrança de preço dos usuários, que envolve execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos para adequação de capacida-

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02-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

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de e segurança de trânsito, operação, monito-ração, assistência aos usuários e outros defi-nidos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas oficiais.

(Ato Declaratório Normativo Cosit nº 16/2000)

4.1.9 Escolas e crechesAs escolas, inclusive as creches, são consideradas

sociedades prestadoras de serviços relativos ao exer-cício de profissões legalmente regulamentadas, razão pela qual as receitas delas originadas estão sujeitas ao percentual de 32%, ficando proibida a utilização do percentual de 16%, ainda que a receita bruta anual se comporte dentro do limite de R$ 120.000,00.

(Ato Declaratório Normativo Cosit nº 22/2000)

4.2 Conceito de receita bruta e exclusões

4.2.1 Regra geralA receita bruta sobre a qual se aplicam os percen-

tuais informados no subitem 4.1, conforme a atividade geradora, é constituída pelo produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações de conta pró-pria, pelo preço dos serviços prestados e pelo resultado auferido nas operações de conta alheia (comissões aufe-ridas na venda de bens ou serviços por conta de terceiros, por exemplo), observando-se o seguinte (veja Nota 1):

a) a receita deverá ser computada pelo regime de competência, excluídos os valores relativos:a.1) às vendas canceladas e às devoluções

de vendas;a.2) aos descontos incondicionais concedi-

dos, entendidos como tais aqueles cons-tantes da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependen-tes de evento posterior à emissão desses documentos;

a.3) ao IPI incidente sobre as vendas e ao ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de substituição tributária;

b) integram a receita bruta e não podem dela se-rem excluídos:b.1) o ICMS incidente sobre as vendas e o

ISS incidente sobre os serviços;b.2) o custo do financiamento, nas vendas a

prazo, contido no valor dos bens ou dos serviços ou destacado na nota fiscal;

c) desde 1º.01.2009, ficam isentas as receitas de-correntes de valores em espécie pagos ou cre-ditados pelos Estados, Distrito Federal e muni-cípios, relativos ao ICMS e ao ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito volta-dos ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços

(Lei nº 11.945/2009, art. 4º - conversão da Me-dida Provisória nº 451/2008, art. 3º).

Notas(1) Considera-se receita total o somatório dos seguintes valores:a) receita bruta de venda de mercadorias e/ou prestação de serviços;b) demais receitas e ganhos de capital;c) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líqui-

dos de operações realizadas nos mercados de renda variável;d) parcela das receitas auferidas nas exportações a pessoas vinculadas

ou aos países com tributação favorecida, determinadas segundo as nor-mas de preços de transferência, que exceder ao valor contabilizado.

Salienta-se que, a partir de 1º.01.2015, a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre a base de cálculo estimada, mediante a aplicação dos percen-tuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249/1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598/1977, auferida mensalmente, deduzida das devolu-ções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981/1995. Entretanto, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das dispo-sições contidas nos seus arts. 1º a 66 da Medida Provisória nº 627/2013 para o ano-calendário de 2014, observando-se que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos artigos mencionados anterior-mente e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, serão a partir de 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da RFB (Medida Provisória nº 627/2013, arts. 5º, 71 e 98, I; Lei nº 9.430/1996, art. 2º).

Assim, a receita bruta passará a compreender (Medida Provisória nº 627/2013, art. 2º; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 12):

a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;b) o preço da prestação de serviços em geral;c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; ed) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não

compreendidas nas letras “a” a “c”.Observa-se, ainda, que, nessa hipótese, na receita bruta:a) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-

mente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

b) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações mencionadas anteriormen-te, observado o disposto na letra “a”.

(2) Não se incluem na receita bruta os valores relativos às doações e aos patrocínios realizados sob a forma de prestação de serviços ou de forne-cimento de material de consumo para projetos culturais amparados pela Lei nº 8.313/1991 - Lei Rouanet.

(3) De acordo com o Ato Declaratório SRF nº 7/2000:a) os valores recebidos por empresas concessionárias ou permissionárias

de serviço público de transporte urbano de passageiros, subordinadas ao sistema de compensação tarifária, que devam ser repassados a ou-tras empresas do mesmo ramo, por meio de fundo de compensação criado ou aprovado pelo Poder Público Concedente ou Permissório, não integram a receita bruta, para os fins da legislação tributária federal;

b) os valores auferidos, a título de repasse, de fundo de compensação tarifária integram a receita bruta, devendo ser considerados na de-terminação da base de cálculo dos impostos e contribuições admi-nistrados pela Secretaria da RFB.

(RIR/1999, art. 224; Instrução Normativa SRF nº 51/1978; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 5º, § 1º; Ato Declarató-rio Normativo Cosit nº 7/1993)

4.2.2 Atividades imobiliáriasAs pessoas jurídicas que explorem atividades

imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incor-poração imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido relativo às unidades imobiliárias vendidas.

(RIR/1999, art. 227)

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4.2.3 Receitas decorrentes de contratos de longo prazo

Nos casos de contratos com prazo de execução superior a 1 ano de construção por empreitada ou de for-necimento a preço predeterminado, de bens ou serviços a serem produzidos, será computada, na receita bruta, parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos, determinada mediante a aplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou da produção executada em cada mês, nos termos da Instrução Normativa SRF nº 21/1979, observando-se que:

a) no caso de construções ou fornecimentos con-tratados com base em preço unitário de quanti-dades de bens ou serviços produzidos em pra-zo inferior a 1 ano, a receita deverá ser incluída na base de cálculo do Imposto de Renda no mês em que for completada cada unidade;

b) a receita decorrente de fornecimento de bens e serviços para pessoa jurídica de direito público ou empresas sob seu controle, empresas públi-cas, sociedades de economia mista ou sua sub-sidiária, inclusive na hipótese da letra “a”, será reconhecida no mês do recebimento; quando os créditos forem quitados pelo Poder Público com títulos de sua emissão, inclusive com Certifica-dos de Securitização emitidos especificamente para essa finalidade, a receita será considerada recebida por ocasião do resgate desses títulos ou de sua alienação sob qualquer forma.

NotaA partir de 1º.01.2015, na hipótese de a pessoa jurídica utilizar critério,

para determinação da porcentagem do contrato ou da produção executada, distinto dos previstos no § 1º do art. 10 do Decreto-lei nº 1.598/1977, que implique resultado do período diferente daquele que seria apurado com base nesses critérios, a diferença verificada deverá ser adicionada ou excluída, conforme o caso, quando da apuração do lucro real. Entretanto, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos arts. 1º a 66 da Medida Provisória nº 627/2013 para o ano-calendário de 2014, observando-se que a opção será irretratável e acarretará a observân-cia de todas as alterações trazidas pelos artigos mencionados anteriormente e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, serão a partir de 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da RFB (Medida Provisória nº 627/2013, arts. 28, 71 e 98, I).

(RIR/1999, arts. 227, parágrafo único, e 407 a 409; Instru-ção Normativa SRF nº 93/1997, art. 5º, II a IV, e § 2º)

4.2.4 Comercialização de veículos automotores - Receita de venda de veículos usados

As pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e a venda de veículos automotores computarão como receita de vendas de veículos usados (adquiridos para revenda ou recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados) a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada, o qual deve corresponder ao preço ajustado entre as partes.

Por parte da RFB, não há manifestação a respeito. Contudo, algumas regiões fiscais têm se posicionado de forma diferente. São exemplos a 5ª Região Fiscal (Bahia e Sergipe) e a 9ª Região Fiscal (Paraná e Santa Catarina). Ambas têm informado, por meio de Soluções de Consulta, que o percentual aplicável sobre a receita bruta para determinação do lucro presumido corresponde a 32% (Soluções de Consulta nºs 21 e 100/2001, respectivamente).

Recentemente, por meio das Soluções de Consulta nºs 61/2003 e 456/2008, a 8ª Região Fiscal (São Paulo) posicionou-se no mesmo sentido, agora em relação à venda de motocicletas usadas. De acordo com essa solução, o valor a ser computado na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda será apurado segundo o regime aplicável às operações de consignação, aplicando-se, para apu-ração do lucro presumido, o percentual de 32%.

(Lei nº 9.716/1998, art. 5º; Instrução Normativa SRF nº 152/1998)

4.2.5 Instituições financeiras, empresas de seguro e entidades equiparadas

No cálculo do lucro estimado de bancos comer-ciais, bancos de investimento, bancos de desenvol-vimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valo-res mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros priva-dos e de capitalização e entidades de previdência privada aberta, o percentual de 16% aplica-se sobre a receita bruta ajustada pelas seguintes deduções:

a) no caso de instituições financeiras, socieda-des corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários:a.1) despesas incorridas na captação de re-

cursos de terceiros;a.2) despesas com obrigações por refinan-

ciamentos, empréstimos e repasses de recursos de órgãos e instituições oficiais e do exterior;

a.3) despesas de cessão de créditos;a.4) despesas de câmbio;a.5) perdas com títulos e aplicações financei-

ras de renda fixa;a.6) perdas nas operações de renda variável;

b) no caso de empresas de seguros privados: o cosseguro e o resseguro cedidos, os valores referentes a cancelamentos e restituições de prêmios que houverem sido computados em

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conta de receita, assim como a parcela dos prêmios destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas;

c) no caso de entidades de previdência priva-da abertas e de empresas de capitalização: a parcela das contribuições e dos prêmios, respectivamente, destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas.

Notas(1) Integrarão também a receita bruta:

a) os rendimentos obtidos em aplicações financeiras de renda fixa de titularidade de instituição financeira, sociedade de seguro, de pre-vidência e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil;

b) os ganhos líquidos e rendimentos auferidos nas operações de ren-da variável realizadas em bolsa, no mercado de balcão organizado, autorizado por órgão competente, ou por meio de fundos de investi-mento, para a carteira própria das entidades referidas na letra “a”.

(2) É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa.

(3) Desde 1º.01.2013, nas operações de crédito realizadas por institui-ções financeiras autorizadas a funcionar pelo Bacen, nos casos de renego-ciação de dívida, o reconhecimento da receita para fins de IRPJ e da CSL ocorrerá no momento do efetivo recebimento do crédito.

(Lei nº 9.430/1996, art. 12, § 2º; Lei nº 12.715/2012, arts. 48 e 78, § 1º; RIR/1999 arts. 223, II, “b”, e 226, parágrafo único; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, §§ 8º e 9º)

4.2.6 Receitas provenientes de atividades incentivadasAs receitas provenientes das atividades incenti-

vadas, como no caso das empresas instaladas nas áreas da Sudene ou da Sudam, não comporão a base de cálculo do imposto na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tribu-tação com base no lucro real, fizer jus.

Por exemplo, as receitas provenientes de uma atividade que goza de redução de 37,5% do imposto serão computadas na base de cálculo pela parcela equivalente a 62,5%.

As receitas provenientes de atividades que gozam de isenção total não entram na base de cálculo do imposto mensal estimado.

Notas(1) É oportuno observar que somente as empresas que tiverem projetos

próprios aprovados com base na Lei nº 8.167/1991, art. 9º, poderão efetuar aplicação em incentivos fiscais regionais e se beneficiar das reduções men-cionadas (Medida Provisória nº 2.199-14/2001).

(2) O conceito de modernização total a ser observado, para fins de gozo do benefício fiscal estabelecido pela Medida Provisória nº 2.199-14/2001, art. 1º, será o estabelecido pelo Decreto nº 6.539/2008, com as alterações do De-creto nº 6.674/2008, conforme traz a Solução de Consulta nº 5/2010 - DOU 1 de 02.09.2010. Assim, considera-se projeto de modernização total o destinado à introdução de novas tecnologias ou novos métodos ou meios mais racionais na linha de produção original ou, ainda, de alterações do produto, visando melho-ria no processo produtivo, ou no produto final, capaz de apresentar resultados mais eficientes em relação ao processo produtivo ou à produção anterior, inde-pendentemente de alteração da capacidade real instalada do empreendimento.

Esse conceito será aplicado inclusive na análise dos pedidos:

a) não admitidos ou indeferidos que forem reapresentados nas unida-des da RFB;

b) não definitivamente apreciados pelas unidades da RFB.

(RIR/1999, art. 223, § 6º; Medida Provisória nº 2.199-14/2001)

4.3 Acréscimo dos ganhos de capital e demais receitas e resultadosPara efeito de determinação da base de cálculo

do imposto mensal, aos valores resultantes da apli-cação dos percentuais sobre a receita bruta mensal proveniente das atividades compreendidas no objeto da empresa (na forma tratada nos subtópicos ante-riores), deverão ser adicionados ganhos de capital e demais receitas e resultados auferidos no mês (regime de competência), tais como:

a) os ganhos de capital (lucros) auferidos na alie-nação de bens do Ativo Não Circulante (an-tigo Ativo Permanente), inclusive os obtidos na alienação de participações societárias em sociedades coligadas e controladas e de par-ticipações societárias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídica até o término do ano--calendário seguinte ao de suas aquisições;

b) a receita de aluguel de bens, se a locação dos bens não estiver compreendida no objeto da empresa, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

c) os juros equivalentes à Selic, relativos a im-postos e contribuições a serem restituídos ou compensados;

d) as variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de variações cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obrigações expressas em moeda estrangeira, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto mensal, à opção da pessoa jurídica:d.1) no momento da liquidação da operação

correspondente (regime de caixa); oud.2) pelo regime de competência, aplicando-

-se a opção escolhida para todo o ano--calendário;

e) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital, ao titular ou aos sócios ou acionistas, em bens e direitos avaliados a preços de mer-cado; nesse caso, o ganho de capital corres-ponderá à diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens ou direitos entregues;

f) a diferença entre o valor em dinheiro ou o va-lor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor dos bens e direitos que tenham sido en-tregues para a formação do referido patrimônio.

Notas(1) Desde o ano-calendário de 2011:

a) o direito de efetuar a opção pelo regime de competência referido em “d.2” supra somente poderá ser exercido no mês de janeiro;

b) o direito de alterar o regime adotado, no decorrer do ano-calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de

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câmbio, considerando-se, para esse efeito, aquela superior a per-centual a ser determinado pelo Poder Executivo;

c) a opção ou sua alteração deverá ser comunicada à RFB:

c.1) no mês de janeiro de cada ano-calendário, no caso da letra “a” desta Nota;

c.2) no mês posterior ao de sua ocorrência, no caso da letra “b” desta Nota.

(2) A partir de 1º.01.2015, serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na determinação do lucro real, os resultados na aliena-ção, inclusive por desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do Ativo não Circulante, classificados como Investimentos, Imobilizado ou Intangível, observando-se que:

a) ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou perda de capital terá por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na escrituração do contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos;

b) nas vendas de bens do Ativo não Circulante classificados como In-vestimentos, Imobilizado ou Intangível, para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o término do exercício social seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito de determinar o lucro real, reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada período de apuração;

c) a parcela de depreciação anteriormente excluída do lucro líquido na apuração do lucro real deverá ser adicionada na apuração do IRPJ no período de apuração em que ocorrer a alienação ou baixa do ativo;

d) a RFB, no âmbito de suas atribuições, disciplinará o disposto nesta Nota.

Entretanto, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos arts. 1º a 66 da Medida Provisória nº 627/2013 para o ano-calendário de 2014, observando-se que a opção será irretratá-vel e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos artigos mencionados anteriormente e os efeitos do art. 99, caput, I a VI e VIII e X, serão a partir de 1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da RFB (Medida Provisória nº 627/2013, arts. 2º, 71 e 98, I; Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 31).

(RIR/1999, arts. 225 e 238, § 1º; Lei nº 9.532/1997, art. 17, § 4º, “a”; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 4º; Medida Pro-visória nº 2.158-35/2001, art. 30; Lei nº 12.249/2010, art. 137; Instrução Normativa RFB nº 1.079/2010)

4.4 Valores que não entram na base de cálculoNão entram na base de cálculo do imposto men-

sal estimado:a) os rendimentos produzidos por aplicações fi-

nanceiras de renda fixa, submetidos à incidên-cia do Imposto de Renda na Fonte;

b) os ganhos líquidos auferidos em operações fi-nanceiras de renda variável, se submetidos à tributação mensal separadamente;

c) os lucros e os dividendos recebidos de parti-cipações societárias avaliadas pelo custo de aquisição;

d) o resultado positivo da avaliação de investi-mentos pela equivalência patrimonial;

e) as recuperações de créditos que não repre-sentem ingresso de novas receitas;

f) a reversão de saldo de provisões anteriormen-te constituídas;

g) os juros remuneratórios do capital próprio au-feridos em decorrência da participação em outras sociedades;

h) as receitas decorrentes de valores em espé-cie pagos ou creditados pelos Estados, Dis-

trito Federal e municípios, relativos ao ICMS e ao ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de merca-dorias e serviços (Lei nº 11.945/2009, art. 4º - conversão da Medida Provisória nº 451/2008, art. 3º) - vigência desde 1º.01.2009.

(RIR/1999, art. 225, § 1º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 7º)

5. CÁLCULO DO IMPOSTO MENSAL5.1 Alíquotas

O imposto mensal será calculado mediante a apli-cação, sobre a base de cálculo determinada, de acordo com os procedimentos explanados no item anterior:

a) da alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada;

b) da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao limite de R$ 20.000,00.

(RIR/1999, art. 228)

5.2 Dedução de incentivos fiscaisPoderão ser deduzidos do imposto mensal de

15% os incentivos fiscais a seguir relacionados, res-peitados os limites máximos indicados:

a) Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT): até 4% do imposto, observadas as de-mais condições pertinentes;

b) doações e patrocínios realizados em favor de projetos culturais previamente aprovados pelo Ministério da Cultura: até 4% do imposto, ob-servadas as demais condições pertinentes;

c) valores aplicados na aquisição primária de Certificados de Investimento em projetos, pre-viamente aprovados pelo Ministério da Cultu-ra, de produção de obras audiovisuais cine-matográficas brasileiras, desde que os Certifi-cados de Investimento tenham sido emitidos e colocados no mercado com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários: até 3% do imposto, observando--se que a dedução cumulativa desse incenti-vo, com o incentivo referido na letra “b”, fica limitada a 4% do imposto;

d) Fundos dos Direitos da Criança e do Adoles-cente: as doações até o limite de 1% do im-posto devido, vedada a dedução da doação como despesa operacional dedutível;

e) Fundo Nacional do Idoso: as doações e con-tribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais, cuja soma fica limitada a 1% do imposto, vedada a dedu-ção da doação como despesa operacional;

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02-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

f) Incentivo ao Desporto: desde o ano-calendá-rio de 2007 e até o ano-calendário de 2015, inclusive, até o limite de 1% do imposto, veda-da a dedução para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL (Lei nº 11.438/2006, alterada pela Lei nº 11.472/2007);

g) Programa Empresa Cidadã: o valor total da re-muneração da empregada pago no período de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacio-nal. A dedução fica limitada ao valor do im-posto devido em cada período de apuração (Lei nº 11.770/2008; Decreto nº 7.052/2009; Instrução Normativa RFB nº 991/2010; Instru-ção Normativa RFB nº 1.292/2012);

h) Programa Nacional de Apoio à Atenção Onco-lógica (Pronon) e Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Defici-ência (Pronas/PCD): a dedução fica limitada a 1% do imposto devido em cada período de apuração trimestral ou anual com relação ao Pronon, e a 1% do imposto devido em cada período de apuração trimestral ou anual com relação ao Pronas/PCD, vedada a dedução como despesa operacional;

i) Programa de Cultura do Trabalhador: a par-tir do ano-calendário de 2013 (exercício de 2014), até o ano-calendário de 2016 (exercí-cio de 2017), o valor despendido a título de aquisição do vale-cultura poderá ser deduzido do Imposto de Renda devido pela pessoa jurí-dica beneficiária tributada com base no lucro real, observando-se que a dedução é limita-da a 1% do imposto devido, sem a inclusão do adicional, e somente se aplica em relação ao valor do vale-cultura distribuído ao usuário. Sem prejuízo, a pessoa jurídica beneficiária do Programa de Cultura do Trabalhador que tiver por objetivo estimular a visitação a estabeleci-mentos culturais e artísticos poderá deduzir o valor despendido a título de aquisição do vale--cultura como despesa operacional, deven-do, entretanto, adicionar o valor para fins de apuração da base de cálculo da CSL (Lei nº 12.761/2012, arts. 1º a 12; Lei nº 12.868/2013, art. 5º; Decreto nº 8.084/2013).

Notas(1) Os limites de dedução desses incentivos fiscais são calculados,

exclusivamente, com base no imposto devido à alíquota de 15% (sem o adi-cional de 10%), diminuído da parcela do imposto incidente sobre lucros, ren-dimentos e ganhos de capital auferidos no exterior.

(2) O incentivo do PAT, calculado com base nas despesas de custeio in-corridas no mês, que exceder o limite de 4% do imposto poderá ser aproveitado até o segundo ano-calendário subsequente, sempre respeitando o referido limite.

(3) Os incentivos referidos nas letras “a” a “d” que não puderem ser apro-veitados no mês da realização dos dispêndios incentivados, em virtude do

limite de dedução do imposto, poderão ser aproveitados nos meses subse-quentes até o mês de dezembro do ano-calendário em curso, inclusive no ajus-te anual (Instrução Normativa SRF nº 93/1997, arts. 9º, § 4º, e 23, §§ 3º e 4º).

(4) A pessoa jurídica poderá aderir ao Programa Empresa Cidadã mediante Requerimento de Adesão formulado em nome do estabelecimento matriz, pelo responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme regras estabelecidas na Instrução Normativa RFB nº 991/2010. O Requerimento de Adesão deverá ser formulado exclusivamente no site da Secretaria da RFB na Internet, www.receita.fazenda.gov.br, e o acesso ao endereço eletrônico será através de código de acesso ou mediante certificado digital válido.

(RIR/1999, arts. 229, 394, § 11, 475 a 489, 543 e 581 a 588; Lei nº 12.213/2010; Lei nº 9.874/1999; Lei nº 9250/1995, art. 12, I; Medida Provisória nº 2.189-49/2001; Decreto nº 794/1993, art. 1º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, arts. 9º, § 4º, e 23, §§ 3º e 4º; Instrução Normativa SRF nº 267/2002, art. 9º)

5.3 Compensação de imposto retido na fonte ou pago sobre receitas computadas na base de cálculo do imposto mensalPode ser deduzido do imposto mensal o valor

do Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integraram a base de cálculo do imposto mensal que compreende:

a) o imposto retido na fonte sobre rendimentos pagos ou creditados por outras pessoas jurí-dicas, a título de: a.1) remuneração de serviços profissionais;a.2) comissões e corretagens ou qualquer

outra remuneração pela intermediação de negócios;

a.3) serviços de limpeza e conservação de imóveis, segurança, vigilância e locação de mão de obra;

a.4) multas ou quaisquer outras vantagens, inclusive indenização, em virtude de res-cisão de contratos;

a.5) serviços de assessoria creditícia, merca-dológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber (Lei nº 10.833/2003);

b) o imposto retido na fonte sobre pagamentos efetuados por órgãos públicos federais pelo fornecimento de bens ou serviços;

c) o imposto pago pela agência de propaganda, incidente sobre serviços de propaganda e pu-blicidade.

NotaDo imposto mensal calculado por estimativa, não poderão ser deduzidos

o imposto retido na fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa nem o imposto pago separadamente sobre ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, pois os rendimentos e ganhos líquidos submetidos a essas formas de tributação não integram a base de cálculo do imposto mensal.

(RIR/1999, arts. 229, 647 a 651, 653 e 681)

5.4 ExemploAdmita-se que, em determinado mês, uma empresa:a) auferiu receita de vendas de mercadorias,

no valor total de R$ 1.950.000,00, e receita

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Imposto de Renda e Legislação Societária

de prestação de serviços, no total de R$ 280.000,00, sem inclusão do IPI e líquidas de descontos incondicionais e de devoluções fei-tas por clientes (veja o subitem 4.2);

b) alienou bens do Ativo Não Circulante (antigo Ati-vo Permanente), tendo apurado ganho de capital no valor de R$ 60.000,00 (veja o subitem 4.3);

c) não auferiu outras receitas ou rendimentos que devam ser incluídos na base de cálculo do imposto mensal.

Nesse caso, admitindo-se que os percentuais aplicáveis sobre a receita bruta sejam de 8% sobre a receita de vendas de mercadorias e de 32% sobre a receita de prestação de serviços, teremos:

a) determinação da base de cálculo do imposto:

8% sobre R$ 1.950.000,00 (receita de vendas de mercadorias) R$ 156.000,0032% sobre R$ 280.000,00 (receita de prestação de serviços) R$ 89.600,00Ganho de capital (lucro) na alienação de bens do Ativo Não Circulante R$ 60.000,00Base de cálculo do imposto mensal R$ 305.600,00

b) cálculo do imposto devido:

Imposto normal: 15% sobre R$ 305.600,00 R$ 45.840,00Adicional: 10% sobre R$ 285.600,00 (R$ 305.600,00 - R$ 20.000,00) R$ 28.560,00Imposto e adicional devido R$ 74.400,00

c) determinação do valor do imposto a pagar, considerando que a empresa tem direito à de-dução do incentivo do PAT pelo limite máximo admitido e não sofreu desconto do imposto na fonte sobre receitas computadas na base de cálculo do imposto mensal:

Imposto e adicional devido R$ 74.400,00Dedução: PAT: 4% sobre R$ 45.840,00 R$ (1.833,60)Imposto líquido a pagar R$ 72.566,40

6. PAGAMENTO DO IMPOSTO MENSAL6.1 Prazo

O imposto devido em cada mês deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao mês de apuração.

NotaSe o pagamento for efetuado com atraso, deverá ser acrescido de mul-

ta e juros de mora.

(RIR/1999, art. 858)

6.2 Preenchimento do DarfNo preenchimento do Darf para o pagamento do

IRPJ deverão ser utilizados os seguintes códigos:a) pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lu-

cro real:

a.1) entidades financeiras: 2319;a.2) demais pessoas jurídicas: 2362;

b) pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real: 5993.

6.3 Imposto apurado de valor inferior a R$ 10,00O Darf não pode ser utilizado para pagamento de

tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se o imposto mensal a pagar for inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao imposto devido em mês(es) subsequente(s), até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o pagamento do imposto devido no mês em que esse limite for atingido, junta-mente com esse e sem nenhum acréscimo moratório.

NotaDe acordo com a Lei nº 11.941/2009, art. 29 - conversão da Medida

Provisória nº 449/2008, que incluiu o art. 68-A ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclusive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(RIR/1999, art. 873, §§ 4º e 5º)

7. OPÇÃO PARA APLICAÇÃO NO FINOR, NO FINAM OU NO FUNRESDesde 26.05.2001, somente a pessoa jurídica

tributada pelo lucro real que mantenha projeto próprio aprovado com base na Lei nº 8.167/1991, art. 9º, poderá optar pela aplicação de parte do imposto mensal no Finor, no Finam ou no Funres (este último restrito às empresas domiciliadas no Estado do Espírito Santo), observando-se o seguinte (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Provisória nº 2.199-14/2001):

a) a opção é exercida mediante recolhimento, em Darf específico, no mesmo prazo do Im-posto de Renda, da parcela do imposto men-sal de valor equivalente a até:a.1) 18% para o Finor ou para o Finam e 25%

para o Funres, no período de 1º.01.1998 até dez/2003;

a.2) 12% para o Finor ou para o Finam e 17% para o Funres, no período de 1º.01.2004 até dez/2008;

a.3) 6% para o Finor ou para o Finam e 9% para o Funres, no período de 1º.01.2009 até dez/2013;

NotaA opção por aplicar parte do imposto nos Fundos de Investimentos

Regionais ficará extinta a partir de 1º.01.2014.

(Instrução Normativa SRF nº 267/2002, art. 105)

b) no campo 04 do Darf, deverá ser indicado o código de receita relativo ao fundo pelo qual a empresa optar, a saber:

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Manual de Procedimentos

b.1) 9017 - Finor - Opção Lei nº 8.167/1991, art. 9º;

b.2) 9032 - Finam - Opção Lei nº 8.167/1991, art. 9º;

b.3) 9058 - Funres - Opção Lei nº 8.167/1991, art. 9º;

c) a opção será irretratável para todo o ano-ca-lendário e não poderá ser alterada, importan-do alertar para o seguinte:c.1) se os valores destinados para os fundos

durante o ano excederem ao total a que a pessoa jurídica tiver direito, apurado com base no imposto devido sobre o lu-cro real anual, a parcela excedente será considerada:c.1.1) para as empresas que têm direito

de aplicação em projeto próprio, como recursos próprios aplica-dos nesse projeto;

c.2) se ocorrer pagamento a menor de im-posto em virtude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença deverá ser paga com acréscimo de mul-ta e juros de mora.

(RIR/1999, art. 601; Medida Provisória nº 2.199-14/2001)

8. REDUÇÃO OU SUSPENSÃO DOS PAGAMENTOS MENSAIS COM BASE EM BALANÇO OU BALANCETEA pessoa jurídica que optar pelo pagamento

mensal do imposto por estimativa poderá, com base

em balanço ou balancete periódico, levantado com observância da legislação comercial e fiscal e trans-crito no Diário (RIR/1999, art. 230):

a) suspender o pagamento do imposto relativo ao mês em que levantar o balanço ou balance-te, quando o valor do imposto devido, calcula-do com base no lucro real do ano-calendário em curso, até esse mês, for igual ou inferior à soma do imposto pago correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário;

b) reduzir o valor do imposto a pagar ao montan-te correspondente à diferença positiva entre o imposto devido sobre o lucro real do ano-ca-lendário em curso, até o mês em que levantar o balanço ou balancete, e a soma do imposto pago, correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário;

c) suspender ou reduzir o pagamento do impos-to devido no mês de janeiro se, com base em balanço ou balancete levantado nesse mês, apurar prejuízo fiscal ou se o imposto calcu-lado sobre o lucro real apurado for inferior ao calculado por estimativa.

NotaA não escrituração do livro Diário e do Lalur até a data fixada para o

pagamento do imposto do respectivo mês (último dia útil do mês subsequen-te), constatada pelo Fisco, implicará a desconsideração do balanço ou do balancete de suspensão ou redução, ficando a empresa sujeita à cobrança dos valores indevidamente suspensos ou reduzidos, com os acréscimos le-gais previstos na legislação.

(RIR/1999, art. 230; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 15, § 3º)

N

a Legislação FalimentarObrigações não exigíveis do devedor na recuperação judicial e na falência SUMÁRIO 1. Introdução 2. Obrigações legalmente excluídas 3. O que previa a legislação anterior

1. INTRODUÇÃOTrataremos, neste texto, da regra constante da Lei

nº 11.101/2005 (Lei de Falências), art. 5º, aplicável tanto à recuperação judicial quanto à falência, e que diz res-peito aos valores não exigíveis do devedor (empresário ou sociedade empresária) em tais processos.

2. OBRIGAÇÕES LEGALMENTE EXCLUÍDASA Lei nº 11.101/2005, art. 5º, dispõe que não são exi-

gíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:

a) as obrigações a título gratuito;b) as despesas que os credores fizerem para to-

mar parte na recuperação judicial ou na falên-cia, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.

2.1 Obrigações a título gratuitoParece-nos razoável, em princípio, entender

que a lei se refere às obrigações da espécie ainda não cumpridas (porque o bem ou direito ainda não foi transferido para o domínio do beneficiário), que importem em transferência patrimonial por mera libe-ralidade do devedor.

Cabe assinalar, quanto a esse aspecto, que, de acordo com a disciplina constante do vigente Código Civil (Lei nº 10.406/2002):

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Saúde

Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades sem Fins Lucrativos que atuam na Área da Saúde e que participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde (Prosus)1. INTRODUÇÃO

No sentido de fortalecer as entidades privadas filantrópicas e as entidades sem fins lucrativos que atuam na área da saúde e que participam de forma

complementar do Sistema Único de Saúde (SUS), foi instituído, pelo Governo federal, o Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades sem Fins Lucrativos que atuam na Área da Saúde e que participam de Forma Complementar do Sistema Único de Saúde (Prosus), que, dentre outras finalidades, destina-se à recuperação de créditos tribu-tários devidos à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), mediante a concessão de moratória pelo prazo de 180 meses. Dessa forma, o Governo federal pretende viabilizar a superação da situação transitória de crise econômico-financeira dessas entidades a fim de permitir a manutenção de suas atividades.

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

De todo modo, para se inferir a abrangência da veda-ção em exame é importante levar em conta que o intuito da lei parece ser o de evitar que o patrimônio do devedor seja indevidamente dilapidado. Deve-se preservá-lo para fazer frente aos débitos efetivamente exigíveis.

NotaA legislação anterior (Decreto-lei nº 7.661/1945) estabelecia que não

podiam ser reclamadas, na falência, as obrigações a título gratuito e as pres-tações alimentícias (art. 23, parágrafo único, I - veja o dispositivo transcrito no item 3 adiante). Na atual lei (Lei nº 11.101/2005), como vimos, não consta mais a restrição às prestações alimentícias. Esse aspecto, porém, só adquire importância em se tratando de recuperação judicial ou falência de empresá-rio (o antigo “titular de empresa individual”).

2.2 Despesas dos credoresIgualmente, não podem ser exigidas do devedor

as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.

Portanto, os gastos (custas judiciais e honorários advocatícios) dos credores para se habilitarem no processo de recuperação judicial ou de falência não podem ser reclamados, o que significa que serão por eles suportados.

A exceção são as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. Citem-se, como exemplo, custas em ação para reconhecimento da existência de crédito e de seu respectivo valor.

3. O QUE PREVIA A LEGISLAÇÃO ANTERIORNa antiga Lei de Falências (Decreto-lei nº

7.661/1945), o assunto objeto deste texto era tratado no art. 23, parágrafo único, com foco exclusivo no

instituto da falência, em decorrência da disciplina contida no próprio diploma legal.

Vejamos o teor do antigo dispositivo:Art. 23. Ao juízo da falência devem concorrer todos os cre-dores do devedor comum, comerciais ou civis, alegando e provando os seus direitos.

Parágrafo único. Não podem ser reclamados na falência:

I - as obrigações a título gratuito e as prestações alimentícias;

II - as despesas que os credores individualmente fizerem para tomar parte na falência, salvo custas judiciais em litígio com a massa;

III - as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrativas.

Observa-se que há duas diferenças básicas entre o antigo e o novo ordenamento. A primeira diz respeito às prestações alimentícias (inciso I), à qual já nos referimos na Nota ao subitem 2.1. A segunda refere-se às “penas pecuniárias por infração das leis penais e administrativas” que, na nova lei, não mais figuram entre os valores não exigíveis do devedor.

Consequentemente, tais créditos, agora, podem ser exigidos. Isto se aplica tanto na recuperação judicial quanto na falência.

Cabe assinalar, porém, que o art. 83, VII, da nova lei falimentar classifica “as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias” como créditos subquirografários.

Eles só têm preferência sobre os chamados “cré-ditos subordinados” (os assim previstos em lei ou em contrato e os créditos dos sócios e dos administrado-res sem vínculo empregatício).

N

a IOB Setorial

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De acordo com essa regra, poderão se beneficiar da moratória:

a) as dívidas vencidas no âmbito da RFB e da PGFN, ainda que se encontre em discussão administrativa ou judicial, desde que a entida-de renuncie aos respectivos processos;

b) as dívidas não constituídas, desde que con-fessem junto à RFB;

c) os débitos remanescentes de parcelamento ativo, desde que a entidade de saúde privada filantrópi-ca e a entidade de saúde sem fins lucrativos apre-sentem pedido de desistência do parcelamento;

d) as dívidas tributárias e não tributárias das en-tidades de saúde privadas filantrópicas e das entidades de saúde sem fins lucrativos na condição de contribuinte ou responsável.

2. OBJETIVOS DO PROGRAMAO Prosus tem por objetivos:a) garantir o acesso e a qualidade de ações e

serviços públicos de saúde oferecidos pelo SUS por entidades de saúde privadas filantró-picas e entidades de saúde sem fins lucrativos;

b) viabilizar a manutenção da capacidade e qua-lidade de atendimento das entidades mencio-nadas anteriormente;

c) promover a recuperação de créditos tributá-rios e não tributários devidos à União; e

d) apoiar a recuperação econômica e financeira das entidades de saúde privadas filantrópicas e das entidades de saúde sem fins lucrativos.

NotaConsidera-se entidade de saúde sem fins lucrativos a pessoa jurídica

de direito privado que não distribua ou transfira entre os seus sócios, asso-ciados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros, exce-dentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferi-dos mediante o exercício de suas atividades, e que aplica os excedentes integralmente na consecução de seu objeto social.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 23 a 25)

3. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE MORATóRIA E REMISSÃO DE DÍVIDASO Prosus aplica-se às entidades de saúde privadas

filantrópicas e às entidades de saúde sem fins lucrativos que se encontrem em grave situação econômico-finan-ceira, mediante a concessão de moratória e remissão das dívidas vencidas no âmbito da RFB e da PGFN, observadas as demais condições tratadas neste texto.

Considera-se em grave situação econômico--financeira a entidade privada filantrópica ou a enti-dade sem fins lucrativos cuja razão entre:

a) a dívida consolidada no âmbito da PGFN e da RFB, em 31.12.2013, e a receita bruta aferida no ano de 2013 seja igual ou superior a 15%; ou

b) a dívida consolidada no âmbito da PGFN e da RFB, em 31.12.2013, adicionada à dívida existente para com as instituições financeiras, públicas ou privadas, também em 31.12.2013, e a receita bruta aferida no ano de 2013 seja igual ou superior a 30%.

Salienta-se que, para a apuração do percentual de que tratam as letras “a” e “b”, as dívidas ainda não constituídas no âmbito da RFB poderão ser informa-das pelas entidades de saúde ao Ministério da Saúde.

Também são requisitos para adesão da entidade de saúde privada filantrópica e da entidade de saúde sem fins lucrativos ao Prosus, além da comprovação da grave situação econômico-financeira:

a) atuação na área da saúde e participação de forma complementar do SUS;

b) oferta de serviços de saúde ambulatoriais e de internação ao SUS em caráter adicional aos já realizados, a partir de rol de procedimentos definido pelo Ministério da Saúde, desde que haja demanda;

c) aprovação da oferta de serviços de saúde de que trata a letra “b” pelo gestor local do SUS, observados os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde;

d) apresentação de plano que comprove a capa-cidade de manutenção das atividades, con-templando destacadamente os recursos des-tinados ao pagamento dos tributos devidos a partir da concessão da moratória; e

e) apresentação de relação de dívidas para com as instituições financeiras.

NotaPara fins de verificação da comprovação de grave situação econômico-

-financeira, as entidades de saúde devem autorizar a RFB, a PGFN e as institui-ções financeiras a fornecerem o montante das dívidas ao Ministério da Saúde.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 26 e 27)

4. ADESÃO JUNTO AO MINISTéRIO DA SAúDEPara aderir ao Prosus, a entidade de saúde

privada filantrópica e a entidade de saúde sem fins lucrativos apresentarão ao Ministério da Saúde, até 3 meses após a publicação das normas de execução ou operacionalização pelo Ministro de Estado da Saúde, requerimento instruído com os seguintes documentos:

a) estatuto social e atos de designação e respon-sabilidade dos seus representantes legais;

b) plano de capacidade econômica e financeira de que trata a letra “d” do tópico 3;

c) aprovação do gestor local do SUS da oferta prevista na letra “b” do tópico 3; e

d) indicação do representante da direção ou admi-nistração da entidade de saúde responsável por:

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d.1) coordenar e gerenciar a execução do plano de recuperação econômica e financeira; e

d.2) prestar informações, atender requerimentos e pedidos de diligências oriundos de órgãos e entidades públicas a respeito do plano de capacidade econômica e financeira.

O Ministério da Saúde proferirá, até o último dia útil do mês subsequente à apresentação do pedido de adesão, devidamente instruído, decisão funda-mentada acerca do pedido de adesão ao Prosus. Ressalta-se que, a partir da data do deferimento do pedido de adesão ao Prosus, a entidade de saúde privada filantrópica e a entidade de saúde sem fins lucrativos deverão pagar todas as obrigações tributá-rias correntes, sob pena de exclusão do Prosus.

Observados os demais requisitos da legislação em regência, após o deferimento do pedido de adesão ao Prosus, o Ministério da Saúde adotará providências perante o gestor local do SUS do domicílio da sede da entidade de saúde, para fins de celebração ou aditivação de contrato, convênio ou instrumento congênere para a prestação de serviços ao SUS, executados no âmbito do Prosus.

A manutenção da entidade de saúde privada filan-trópica e da entidade de saúde sem fins lucrativos no Prosus é condicionada ao cumprimento, cumulativo, dos seguintes requisitos:

a) execução do plano de recuperação econô-mica e financeira;

b) recolhimento regular e espontâneo das obri-gações tributárias federais correntes, devidas a partir do mês seguinte ao da data da publi-cação do deferimento do pedido de adesão à moratória, inclusive as retenções legais na con-dição de responsável tributário na forma da lei;

c) atendimento das demais condições estabele-cidas pelo Ministério da Saúde;

d) adimplemento do contrato, convênio ou instru-mento congênere firmado com o gestor local do SUS e das regras fixadas no âmbito do SUS para a prestação de serviços a serem execu-tados no âmbito do Prosus; e

e) incremento da oferta da prestação de serviços ao SUS de, no mínimo, 5% do montante já ofer-tado, com referência no ano de 2013.

Em caso de indeferimento do pedido, a entidade de saúde privada filantrópica e a entidade de saúde sem fins lucrativos poderão, no prazo de 30 dias, con-tados da data de intimação da decisão, apresentar recurso, em instância única, à autoridade definida em ato do Ministro de Estado da Saúde.

NotaO plano de capacidade econômica e financeira deverá indicar, de for-

ma detalhada:

a) a projeção da receita bruta mensal e dos fluxos de caixa até o 12º mês subsequente à data do pedido de adesão; e

b) a demonstração da viabilidade econômica da entidade de saúde.

O plano deverá trazer as demonstrações financeiras e contábeis do último ano, nos termos da legislação aplicável.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 28 a 32)

5. EFEITOS DA EXCLUSÃOO descumprimento dos requisitos listados no

tópico 3 acarretará a exclusão da entidade de saúde privada filantrópica e da entidade de saúde sem fins lucrativos do Prosus e a revogação da moratória.

O Ministério da Saúde:a) efetuará monitoramento e avaliação periódica

do cumprimento dos compromissos firmados pela entidade de saúde no âmbito do SUS a cada 6 meses a partir da data de assinatura do contrato, convênio ou instrumento congênere, e solicitará ao gestor local do SUS relatório com informações sobre o cumprimento, parcial ou total, do ato negocial firmado no âmbito do SUS;

b) efetuará análise das informações, com avaliação in loco, se pertinente, e, caso constatar eventual irregularidade ou descumprimento, parcial ou to-tal, das obrigações firmadas com o gestor local do SUS, e das regras fixadas no âmbito do SUS, realizará imediatamente a comunicação do fato aos órgãos de controle interno, especialmente ao Sistema Nacional de Auditoria;

c) disporá, por meio de Ato, sobre o monitora-mento, a avaliação e o fluxo de informações.

NotaA exclusão da entidade de saúde privada filantrópica ou da entidade

de saúde sem fins lucrativos do Prosus importa revogação da moratória con-cedida e autoriza o imediato restabelecimento da cobrança de toda a dívida tributária e não tributária remanescente, com todos os seus acréscimos legais.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 33, 34 e 38, § 3º)

6. REVOGAÇÃO DA MORATóRIAA exclusão da entidade de saúde privada filantrópica

e da entidade de saúde sem fins lucrativos do Prosus implicará a revogação da moratória concedida e o imediato restabelecimento da cobrança da dívida tributária e não tributária remanescente, com todos os acréscimos legais.

O Ministério da Saúde, nos casos de exclusão do Prosus, poderá adotar, por um período de até 6 meses, prorrogável, por igual período, uma única vez, regime de direção técnica na entidade excluída.

O descumprimento das determinações do diretor técnico por dirigentes, administradores, conselheiros ou empregados da entidade de saúde acarretará o imediato afastamento do infrator, por decisão do diretor técnico, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, assegurado o direito ao contraditório.

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02-17Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 02 IR/LS

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Notas(1) No prazo que lhe for designado, o diretor técnico procederá à análi-

se da organização administrativa e da situação econômico-financeira e assis-tencial da entidade de saúde e proporá ao Ministério da Saúde as medidas cabíveis, o qual definirá as atribuições e competências do diretor técnico e poderá ampliá-las, se necessário.

(2) A adoção do regime de direção técnica implica a reinclusão auto-mática da entidade no Prosus.

(3) A manutenção da entidade privada filantrópica ou da entidade sem fins lucrativos no Prosus e a moratória serão extintas no dia seguinte àquele em que as dívidas constantes do Programa tiverem sido remitidas.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 33, 34 e 38, § 3º)

7. CONCESSÃO DA MORATóRIADeferido o pedido de adesão ao Prosus, a entidade

de saúde privada filantrópica e a entidade de saúde sem fins lucrativos poderão solicitar, na unidade da RFB ou da PGFN de seu domicílio tributário, pedido de morató-ria, até 90 dias após o deferimento do pedido de adesão.

A moratória será concedida pelo prazo de 180 meses e terá por objetivo viabilizar a superação da situação transitória de crise econômico-financeira da entidade privada filantrópica ou da entidade sem fins lucrativos, a fim de permitir a manutenção de suas atividades.

7.1 Débitos abrangidos pela moratóriaA moratória abrangerá o montante das dívidas ven-

cidas no âmbito da RFB e da PGFN, até o 30.09.2013, com respectivos acréscimos legais, observando-se, ainda, que poderão ser incluídos na moratória os débitos que se encontrem em discussão na esfera administrativa ou judicial, estejam ou não submetidos à causa legal de suspensão de exigibilidade, desde que a entidade privada filantrópica ou a entidade sem fins lucrativos desista, de forma expressa e irrevogá-vel, da impugnação, do recurso ou da ação judicial e, cumulativamente, renuncie a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundem os processos administrativos ou judiciais.

Na hipótese de haver dívidas não constituídas, a entidade de saúde privada filantrópica ou a entidade sem fins lucrativos poderá confessá-las perante a RFB.

Salienta-se que será permitida a inclusão no pedido de moratória de débitos remanescentes de parcela-mento ativo, desde que a entidade de saúde privada filantrópica e a entidade de saúde sem fins lucrativos apresentem pedido de desistência do parcelamento.

A moratória alcança também as dívidas tributárias e não tributárias das entidades de saúde privadas filantrópicas e das entidades de saúde sem fins lucra-tivos na condição de contribuinte ou responsável.

O pedido de moratória deverá vir acompanhado de autorização do gestor local do SUS para a reten-ção mensal pela União, para fins de pagamento das

obrigações tributárias correntes, de valores do Fundo Nacional de Saúde que lhe seriam destinados para fins de repasse à entidade de saúde privada filantró-pica ou à entidade de saúde sem fins lucrativos que requereu adesão ao Prosus.

Ressalta-se que a concessão da moratória:a) terá seus efeitos a partir do primeiro dia do

mês seguinte ao do pedido;b) não gera direito adquirido, tampouco implica a li-

beração dos bens e direitos da entidade de saúde privada filantrópica ou a entidade de saúde sem fins lucrativos ou de seus controladores, adminis-tradores, gestores e representantes legais que te-nham sido constituídos em garantia dos respecti-vos créditos tributários e não tributários.

7.2 Operacionalização mediante retenção de cotas do FNSA partir da concessão da moratória, o recolhimento

das obrigações tributárias correntes devidas pelas entidades de saúde privadas filantrópicas ou pelas enti-dades de saúde sem fins lucrativos será operacionali-zado mediante retenção de cotas do Fundo Nacional de Saúde (FNS) a serem destinadas ao gestor local do SUS para posterior repasse à entidade respectiva, conforme autorizado pelo gestor local do SUS.

Enquanto não for operacionalizada a retenção, o recolhimento das obrigações deverá ser promovido pela entidade de saúde por intermédio de documento de arrecadação próprio.

No mês em que o valor da retenção não for sufi-ciente para solver o montante dos tributos correntes, o sujeito passivo deverá promover o seu recolhimento na forma disciplinada em ato da RFB.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 37 a 39)

8. REMISSÃO DE DÍVIDASO montante recolhido anualmente a título de tribu-

tos correntes implicará remissão, no mesmo valor, das dívidas incluídas na moratória.

A remissão será feita na seguinte ordem: a) débitos inscritos na Dívida Ativa da União; e b) débitos no âmbito da RFB.

No âmbito de cada órgão, serão remitidos, primei-ramente, os débitos mais antigos.

O pagamento do tributo efetuado antes ou após 25.10.2013 em nenhuma hipótese autoriza a repetição de valores. Considera-se ocorrida a remissão no mês seguinte ao término do período anual de recolhimento mencionado.

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Imposto de Renda e Legislação Societária

IRRFCooperativas de trabalho - Sobras líquidas devolvidas

aos associados - Sujeição à incidência

1) As sobras líquidas pagas por cooperativa de tra-balho aos seus cooperados estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na Fonte?

Sim. As importâncias devolvidas pelas cooperati-vas aos seus associados, como sobras líquidas, estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na Fonte, como antecipação do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

(Solução de Divergência Cosit nº 2/2008)

IRPJ

Lucro presumido - Alienação de bens do Ativo Imobilizado a prazo - Reconhecimento do lucro

2) A pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que alienar bens de Ativo Imobilizado a prazo pode reco-nhecer o lucro no período em que receber as parcelas?

Não. O art. 421 do RIR/1999, que permite o dife-rimento da tributação, direciona para o lucro real a possibilidade de reconhecer o lucro na proporção da parcela recebida não se referindo ao lucro presumido.

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presu-mido poderão optar pelo regime de caixa ou compe-tência, somente em relação às receitas relacionadas à atividade da empresa.

(RIR/1999, art. 421; IN SRF nº 93/1997, art. 4º, § 5º; IN SRF nº 104/1998)

Lucro presumido - Percepção de rendimentos oriundos de investimentos no exterior - Vedação à opção

3) As pessoas jurídicas que obtiverem lucros, ren-dimentos ou ganho de capital oriundos do exterior de-rivados de investimento poderão optar pelo lucro pre-sumido?

Não. As pessoas jurídicas que tiverem lucros, ren-dimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior estão obrigadas à apuração do lucro real.

(Lei nº 9.718/1998, art. 14; RIR/1999, art. 246, III; Instrução Normativa SRF nº 213/2002, art. 1º, § 3º)

Prejuízo fiscal e base de cálculo negativa do CSL - Comprovação

4) Além da entrega da DIPJ, existe outro mecanis-mo que comprove o prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa da CSL, utilizados conforme dispõe a Lei nº 11.941/2008?

Não. O crédito decorrente de prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da CSL deverá ser informado exclu-sivamente pela DIPJ; porém, a pessoa jurídica deverá manter, durante todo o período de vigência do parcela-mento, os livros e documentos exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios dos montantes do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da CSL, além de promover a baixa dos valores nos respectivos livros fiscais.

(Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7/2013, art. 26)

SISCOSeRv

Valor comercial - Considerações

5) Para fins de registro do valor da operação no Sis-tema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, In-tangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv), as variações cambiais e o Imposto de Renda na fonte devem ser considerados?

Não. Para o Siscoserv, é considerado como valor comercial das operações o valor bruto pactuado entre as partes, sem levar-se em conta a variação cambial e o Imposto de Renda na fonte incidentes na operação.

(7ª Edição do Manual do Siscoserv, aprovada pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 1.534/2013)

Para fins de cálculo do montante a ser remitido, não incidirão juros ou correção monetária sobre os valores recolhidos a título de obrigação tributária corrente.

Ao final do prazo de concessão da moratória, os débitos não remitidos terão sua cobrança restabelecida.

Notas(1) Fica o Ministério da Saúde autorizado a contratar, mediante dispen-

sa de licitação, instituição financeira oficial federal para realizar atividades

relacionadas à avaliação dos planos de recuperação econômica e financeira apresentados pelas entidades de saúde para adesão ao Prosus.

(2) O Secretário da RFB, o PGFN e o Ministro de Estado da Saúde, no âmbito das respectivas competências, editarão as normas necessárias à execução do Prosus.

(3) Os registros de preços realizados pelo Ministério da Saúde poderão ser utilizados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios para aquisição de bens e contratação dos serviços necessários à execução das ações e projetos voltados à estruturação do SUS, inclusive quando empregados recursos próprios.

(Lei nº 12.873/2013, arts. 40 a 44)

N

a IOB Perguntas e Respostas