39
IONÓFOROS Aluno: Marcus Vinicius Morais de Oliveira Prof.: Juan Ramon Olalquiaga Pérez

ionoforos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ionoforos

IONÓFOROS

Aluno: Marcus Vinicius Morais de Oliveira

Prof.: Juan Ramon Olalquiaga Pérez

Page 2: ionoforos

Em nossos experimentos de terminação de cordeiros em confinamento temos

utilizado dietas que contem aproximadamente 80% de concentrado, na base de grão de

milho e farelo de soja e apenas em torno de 20% de volumoso, geralmente feno de coast-

cross de qualidade media. Gostaria de saber que modificações poderia acarretar o uso de

ionóforos nessa dieta com relação a:

1. Proporções de ácidos graxos produzidos no rúmen dos cordeiros.

Os ácidos graxos voláteis encontrados no rúmen, são quase que totalmente, provenientes da

fermentação dos carboidratos da dieta, sendo formados por uma mistura, principalmente, dos

ácidos acético, propiônico, butírico, iso-butírico, valérico, iso-valérico e fórmico (Van Soest, 1994).

De acordo com Silva e Leão (1979), os principais carboidratos encontrados nos vegetais

são polissacarídeos, como amido, celulose, hemicelulose e pectina, havendo menor incidência de

monossacarídeos e dissacarídeos. O amido é formado pela união de açúcares simples com

ligações -glicosídicas, sendo decomposto pela amilase, originando a maltose e posteriormente a

glicose 1-P. A celulose e a hemicelulose são formados por cadeias lineares de unidades de

glicose, sendo sua digestão realizada, principalmente, por bactérias celulolíticas e hemicelulolíticas,

através das enzimas específicas celulase e a hemicelulase. A celulose pela ação da -1,4

glicosidase, forma cadeias lineares de glicose anidra, sendo esta subseqüentemente decomposta

em oligossacarídeo e em celobiose, que por sua vez é decomposta em glicose por ação de uma

fosforilase. Enzimas não específicas catalisam a clivagem da ligação -1,4 da hemicelulose

produzindo xilo-oligossacarídeos e xilobiose; posteriormente, através de uma clivagem hidrolítica

a xilobiose é decomposta em xilose e outras pentoses. A pectina é um polímero em forma de gel,

com ligações 1-4 de ácido galacturônico e ramnose, com cadeias laterais de outros açúcares,

principalmente a arabinose e a galactose, encontrada na lamela média e em outras camadas da

parede celular (Hall, 1994). A enzima pectinasterase catalisa a hidrólise de ligação de esteres,

dando origem a ácido péctico. A presença da enzima poligalacturonidase catalisa a hidrólise de

ligações 1-4 glicosídicas da substância péctica, formando o ácido galacturônico, sendo que a

fermentação deste ácido dá origem às pentoses. Os produtos finais da fermentação da xilose e

pentose são a frutose e a triose, respectivamente, as quais são, posteriormente, convertidas em

piruvato. Sendo posteriormente o piruvato convertido em ácidos graxos voláteis (Figura 1).

1

Page 3: ionoforos

Figura 1- Esquema de degradação dos carboidratos e síntese dos produtos oriundos da fermentação pelos microrganismos ruminais.

AMIDO CELULOSE HEMICELULOSE PECTINA Maltose Oligossacarídeo Xilo-oligossacarídeo Glicose 1-P Celobiose Xilobiose Ác. galacturônico Glicose 6-P Glicose Xilose e outras Pentoses Frutose Frutose Triose Gliceraldeído FosfoenolPiruvato Formato PIRUVATO Lactato Acetil P Acetil CoA + Malonil CoA Oxaloacetato Acrilil CoA Aceto AcetilCoA Succinato Propionil CoA Ác. ACÉTICO Succinil CoA Ác. PROPIÔNICO Ác. BUTÍRICO Metilmalonil CoA Metano Propionil CoA Ác. PROPIÔNICOAdaptado de Silva e Leão, (1979).

As produções relativas dos ácidos graxos voláteis variam com as dietas fornecidas aos

animais, mas em geral, em dietas compostas por feno, as proporções dos ácidos acético,

propiônico e butírico são de 65, 20 e 12%, respectivamente; e dos outros ácidos como valérico,

isovalérico e isobutírico totalizam cerca de 3% (Maynard et al., 1984). Assim, dietas contendo

maiores níveis de concentrado, como a sugerida, irão modificar a proporção de acetato e

propionato, reduzindo o primeiro e aumentando o segundo, pois ocorre um ajuste da biomassa no

rúmen, declinando o número de microrganismos celulolíticos e aumentando os amilolíticos.

Segundo Teixeira (1992), o ácido acético constitui a maior proporção da mistura de

ácidos graxos encontrados no rúmen, independente do tipo da dieta que o animal recebe, contudo

alimentos rapidamente fermentáveis, produzem menos ácido acético devido à diminuição do pH

ruminal. A produção do acetato no rúmen é, em sua maior parte obtida através de reações

fosforoclásticas, sendo que o tipo de reação varia com o microrganismo atuante. No caso de

Clostridium, há exigência de ferrodoxina (FD) como agente oxidante, já outros microrganismos,

2

Page 4: ionoforos

utilizam a flavoproteína. Havendo em ambos os casos a necessidade da presença de

difosfatiamina (ADT), coenzima A (COASH) e fosfato (P). Os principais sistemas envolvidos na

síntese de acetato, estão descritos abaixo:

a) Sistema coli-aerogenes fosforoclásticos ou formato-fosforoclástico:

Este sistema é característico da bactéria Veillonella gazogenes, e possivelmente, da maioria

dos microrganismos celulolíticos ruminais. COASH, ADT

Piruvato + PO4 →→→→→→→→→→→→→→→→ Formato + Acetil - PO4 Mn 2 + , Fe 2 +

AcetoquinaseAcetil - PO4 + ADP →→→→→→→→→→→→→ ATP + ACETATO

b) Sistema clostrídia:

Neste sistema há a necessidade de COASH, ADT e Fe2 + e baseia-se na descarboxilação

oxidativa do ácido pirúvico, formando Acetil fosfato, CO2 e H2. E é característico das bactérias

Clostridium butiricum e Peptostreptococcus elsdinii. COASH, ADT

Piruvato + COASH + FD →→→→→→→→→→→→→→→ CO2 + Acetil CoA + FDH2 Fe 2 +

FosfotransacetilaseAcetil CoA + PO4 - 2 →→→→→→→→→→→→→→→→ Acetil PO4 + COASH

AcetoquinaseAcetil - PO4 + ADP →→→→→→→→→→→→→ ATP + ACETATO

A síntese do ácido propiônico é feita por dois mecanismos; o primeiro envolve a

formação de Oxaloacetato-Succinato e o segundo envolve a formação de Acrilato, sendo o

primeiro considerado a principal rota (Figura 1). Já a síntese de ácido butírico pode ocorrer a

partir do acetato ou de compostos que produzam o Acetil CoA, como o Piruvato. Duas rotas para

a síntese de butirato tem sido descritas. A rota mais importante é a da reversão da ß-oxidação,

que envolve a formação de Acetoacetil CoA com o Acetil CoA. Outra rota seria a combinação

do Malonil CoA com o Acetil CoA produzindo o Acetoacetil CoA, que é então reduzido em

ácido butírico (Figura 1).

Quando ocorre a produção de acetato e butirato há a liberação também do íon hidrogênio

no ambiente ruminal, sendo liberados 8 e 4 íons de hidrogênio por molécula de acetato e

butirato, respectivamente. Todavia, isto não ocorre com a produção de propionato já que há uma

deficiência de 4 íons de hidrogênio por molécula de propionato sintetizada. Portanto, no tipo de

3

Page 5: ionoforos

fermentação onde há sobra de hidrogênio, a necessidade de eliminar-se esse íon passa a ser

imediata, sendo esta eliminação feita através da síntese do gás metano (Figura 1), porém este não

pode ser aproveitado pelo ruminante, constituindo-se portanto em uma perda líquida de energia

alimentar, que necessita ser reduzida. Uma das principais alternativas utilizadas pelos

nutricionistas para reduzir esta perda de energia é através do uso de ionóforos como a

monensina, já que este é capaz de reduzir a relação acetato: propionato e consequentemente

diminuir a quantidade de hidrogênio e metano produzido (Maynard et al., 1984).

Como somente uma pequena parte dos carboidratos escapam da fermentação ruminal, os

ácidos graxo voláteis, principalmente acético, propiônico e butírico, tornam-se a principal fonte

de energia do cordeiro, sendo absorvidos em sua grande maioria, pelas papilas do epitélio

ruminal na região ventral. Assim, verifica-se que os ruminantes vivem num constante estado de

deficiência potencial de glicose; no entanto, o cérebro e o sistema nervoso central dependem da

glicose para seu funcionamento. A glicose também é o principal precursor do glicogênio e

glicerol, podendo também ser utilizada para a produção de ATP e NADPH, nos ciclos de Krebs e

das Pentoses, respectivamente; havendo portanto a necessidade de se sintetizar endogenamente a

glicose (Hobson e Stewart, 1997).

Existe uma diferença marcante entre bovinos e ovinos em relação ao metabolismo do

propionato no epitélio ruminal. Segundo Bergman (1990), os bovinos possuem a capacidade de

metabolizar de 3 a 15% de todo o propionato absorvido pelas paredes do rúmen, ainda no próprio

epitélio. Em ovinos, cerca de 50% do propionato absorvido pode ser usado pelas próprias

paredes ruminais, devido à maior capacidade da enzima propionil-CoA sintase. Estudos

bioquímicos mostraram que a atividade da propionil-CoA sintase, em preparações mitocondriais

de ovinos, é igual ao epitélio de fígado e de rúmen. Em bovinos, entretanto, a atividade da

propionil CoA sintase do fígado é 14 a 28 vezes aquela do epitélio ruminal. Assim estes achados

são coerentes com o conceito de que o epitélio do rúmen de bovino metaboliza propionato, numa

extensão consideravelmente menor do que em ovinos.

Dentre as fontes de energia dos ruminantes, o propionato parece ser a mais eficiente por

duas razões principais: 1a A produção de propionato no rúmen consegue reduzir a energia que seria

perdida com a fermentação até a formação dos gases metano e dióxido de carbono; 2 a O

propionato é a mais flexível fonte de energia, sendo mais eficientemente utilizado pelos tecidos do

corpo do que o acetato e o butirato (Schelling, 1984). O ácido propiônico também é o único ácido

graxo volátil utilizado para síntese de glicose pelo ruminante; sendo isto feito, através da conversão

do propionato em propionil-CoA, seguido de um rearranjo do esqueleto carbônico em succinil-CoA,

que entrará no ciclo de Krebs e será convertido no oxaloacetato, que através de uma rota reversível à

4

Page 6: ionoforos

piruvato, se converterá em glicose. A principal enzima envolvida é a piruvatocarboxilase, presente

na mitocôndria e no citoplasma das células hepáticas. Podendo o propionato contribuir com até

54% da quantidade de glicose formada, sendo o fígado o mais importante órgão produtor de

glicose (Bergman, 1983). Em termos quantitativos, a máxima contribuição dos precursores de

glicose, baseada na sua remoção líquida pelo fígado de ovinos e bovinos são: propionato (40-

55%), lactato (17%), aminoácidos (16-25%) e glicerol (1%); Kelly et al. (1993).

Após a absorção, os ácidos acético, propiônico e butírico também podem ser oxidados

diretamente no ciclo de Krebs, produzindo 10, 18 e 25 ATPs, respectivamente. Sendo o ácido

acético absorvido, que está em excesso, utilizado principalmente para a síntese de ácidos graxos,

com conseqüente deposição destes no tecido adiposo. O ácido butírico após a absorção é

utilizado, em sua grande maioria pelo próprio epitélio ruminal, sendo o excesso também

utilizado para a síntese de gordura de reserva (Church, 1993).

Como cerca de 70% da energia requerida pelos ruminantes são obtidas pela absorção dos

ácidos graxos voláteis no rúmen; diferentes proporções de volumoso e concentrado na dieta

acarretam no desenvolvimento de diferentes tipos de microrganismos, com conseqüentes

mudanças nas proporções dos ácidos graxos voláteis. Assim, com o aumento da quantidade de

grãos nas dietas, há uma diminuição do pH ruminal, favorecendo o desenvolvimento de

microrganismos produtores de ácido propiônico, com conseqüente aumento na produção de

propionato no rúmen e diminuições nas concentrações de dióxido de carbono e metano e

portanto, menor será a perda energética (Bagg, 1997).

Os ionóforos são substâncias tóxicas a muitos microrganismos como bactérias, protozoários

e fungos, sendo definidos como antibióticos (Pressman, 1976). Por causa da sua natureza

lipofílica, o ionóforo adere-se à membrana celular microbiana, que é rica em lipídios, catalisando

a entrada ou saída de certos íons da célula. O aumento irregular do fluxo de íons ocasiona danos

em muitos processos biológicos, levando freqüentemente a morte da célula (Leedle, 1993). Nem

todas as bactérias tem a mesma sensibilidade aos ionóforos. As bactérias gram-positivas

possuem uma camada espessa de peptidioglicano, mas esta camada é porosa e não impede a ação

da monensina. Já as gram-negativas tem uma camada membranosa exterior, formada por

lipoproteínas e lipopolissacarídeos, que as tornam impermeáveis a grandes moléculas como a do

ionóforo; ficando a membrana celular interna protegida; sendo este o principal motivo das

bactérias gram-negativas serem mais resistente aos ionóforos que as gram-positivas, Figuras 2

e 3 (Russell e Wallace, 1997).

Figura 2- Parede celular bacteriana Figura 3- Parede celular bacteriana

5

Page 7: ionoforos

Um outro fato importante é que os produtos finais, da fermentação dos alimentos, pelas

bactérias gram-negativas são o propionato e o succinato; e o das bactérias gram-positivas são o

acetato, butirato, hidrogênio, amônia e ácido láctico (Russell e Wallace, 1997). Na Tabela 1

estão descritos bactérias resistentes ou não aos ionóforos, com seus respectivos produtos de

fermentação, segundo Richardson (1990); e na Figura 4 um esquema ilustrativo da atuação da

monensina sobre os produtos finais da fermentação dos alimentos pelas bactérias ruminais.

Tabela 1- Bactérias sensíveis ou resistentes a monensinaBactéria Produtos da Fermentação Resistente a MonensinaRuminococcus Acetato NãoMethanobacterium Acetato e Metano NãoLactobacillus Lactato NãoButyrivibrio Acetato e Butirato NãoLachnospira Acetato NãoStreptococcus Lactato NãoMethanosarcina Metano NãoFibrobacter Acetato NãoSelenomonas Propionato SimBacteroides Acetato e Propionato SimMegasphera Propionato e Acetato SimVeillonella Propionato SimSuccinimonas Succinato SimSuccinivibrio Succinato Sim

Richardson, (1990)

Assim, ionóforos atuam reduzindo a relação acetato/propionato, devido ao aumento da

percentagem molar de ácido propiônico, produzido durante a fermentação ruminal, através do

controle das bactérias gram-positivas (Berger e Bates, 1984); reduzindo também as perdas de

aminoácidos que seriam potencialmente fermentados em nível de rúmen, sendo estes

posteriormente digeridos e absorvidos no intestino delgado (Yang e Russell, 1993); bem como

diminuindo as produções de ácido láctico e metano (Raun, 1990).

Figura 4- Esquema de atuação da monensina sobre as bactérias

6

Page 8: ionoforos

7

Estudos realizados por Russell e Strobel (1989), com cultura de bactérias ruminais,

verificaram que a monensina tem pouco ou nenhum efeito sobre a metanogênese, todavia como

ela inibe as bactérias produtoras de hidrogênio e formato, que são precursores da formação do

metano, há indiretamente uma diminuição da concentração de metano (Figura 4). Assim, a

junção de todos estes efeitos, culminam para uma melhora da eficiência alimentar, sendo isto

correlacionado com a redução dos requerimentos de energia para mantença (NRC, 1996) e ao

aumento nos valores de energia metabolizável, oriunda dos alimentos, que estará disponível para

o animal (Zinn, 1988).

No entanto, dietas contendo 80% de concentrado, constituída de milho e farelo de soja; e

20% de feno de coast-cross, como sugerido, apresentam naturalmente uma maior produção de

propionato, e menor de acetato e butirato; podendo o ácido propiônico ser utilizado mais

eficientemente nos processos metabólicos para o crescimento dos cordeiros; garantindo assim,

menor conversão alimentar, elevado ganho de peso e gordura de cobertura adequada. Neste caso,

possivelmente, os efeitos dos ionóforos sobre os ácidos graxos voláteis estarão se sobrepondo,

pois como foi mostrado anteriormente, este aumenta a concentração de ácido propiônico,

7

Glicose

Monensina G-6-P 4 H

2 Piruvato 2 Acetil CoA 2 CO2

2 OAA 2 CO2 + 4 H 4 H 4 H 2 Malato 2 CO2

2 CO2 + 2 H2

2 Fumarato Butiril CoA 4 H ou

2 Succinato 2 Formato

2 Propionato

-

2 Acetato

CH4

Butirato

Page 9: ionoforos

havendo no entanto, nestas condições, já uma alta concentração deste ácido. Além disso, a menor

resposta da suplementação com ionóforo para animais recebendo dietas com alta percentagem de

concentrado é também devido: a) Ao pequeno efeito da monensina no aumento da

digestibilidade dos alimentos, por causa da alta digestibilidade dessa dietas (Raun, 1990); b) Ao

efeito negativo da associação entre ionóforos e gordura, já que neste tipo de dieta a concentração

de lipídios geralmente é elevada (Clary et al., 1993); c) A alta eficiência de síntese de proteína

microbiana; e a baixa desaminação de aminoácidos e perda de amônia na urina, por causa do alto

conteúdo de carboidratos não estruturais na dieta; já que dietas com alta porcentagem de

concentrados causam diminuição do pH ruminal e o baixo pH é um potente inibidor da

desaminação de aminoácidos, sendo que a desaminação de aminoácidos é 5 vezes menor em pH

5,2 do que em pH 7,0; sendo, a monensina, no entanto, um mais hábil redutor da desaminação de

aminoácidos quando o pH é mais alto (Russell et al., 1991).

Assim, embora em dietas com alto teor de concentrado, possivelmente os ionóforos não

proporcionem melhora na eficiência alimentar de cordeiros confinados, outros efeitos indiretos,

como manutenção do pH ruminal (Nagaraja et al., 1982); diminuição da fermentação de

aminoácidos, com conseqüente aumento da digestão e absorção destes diretamente no intestino

delgado (Russell e Strobel, 1989); controle das principais bactérias produtoras de lactato, como

Streptococcus bovis, Lactobacillos, Butyrivibrio e Lachnospira, com conseqüente controle da

acidose ruminal (Stock e Britton, 1993) e do timpanismo (McGuffey et al., 2001), também

devem ser considerados.

2. Efeitos do uso desses produtos sobre a anatomo-fisiologia, principalmente do rúmen e do

intestino delgado.

O aparelho digestivo dos ruminantes é anatomicamente dividido em boca, esôfago,

estômago e intestinos delgado e grosso. O estômago é formado por quatro compartimentos, o

rúmen, retículo, omaso e o abomaso. Os três primeiros são chamados de pré-estomagos, sendo

aglandulares e colonizados por microrganismos; e o abomaso corresponde ao estômago químico.

Os tecidos do estômago consistem em uma camada externa de tecido conjuntivo que

recobre uma outra subadjacente muscular, sendo o epitélio interno claramente diferenciado. A

fração muscular é composta em toda sua extensão por músculos lisos, distribuído em camadas

orientadas em diferentes direções, de modo a facilitar as contrações e a mistura da digesta. Os

alimentos sólidos, principalmente os fibrosos, são os responsáveis pelo desenvolvimento do

tamanho e da musculatura do rúmen (Church, 1993).

8

Page 10: ionoforos

Nos pré-estômagos, a superfície interna é formada por um epitélio escamoso estratificado

com ligeira queratinização, sendo que na porção ventral do rúmen existem inúmeras saliências,

denominadas papilas, que variam em forma, tamanho e comprimento, sendo estas estruturas

responsáveis pela absorção dos ácidos graxos voláteis; e pela proteção dos tecidos da abrasão

realizada pela digesta e da invasão microbiana. Cerca de 85% da mucosa ruminal está coberta

por papilas, em formas de botão, lingueta, bandas, ramas, cunha e folha, com uma densidade de

1-100/cm2; e tamanho variável de 2mm (largura) x 1mm (comprimento) até 9 x 3mm (Swenson e

Reece, 1996). Os ácidos graxos voláteis, principalmente o butírico e o propiônico, são os grandes

responsáveis pelo desenvolvimento destas papilas, os quais tem sua produção dependente do tipo

de dieta e consequentemente do tipo de microrganismo capaz de degradar o substrato. Isto

ocorre, pois o aumento da absorção destes ácidos, promove uma elevação do fluxo sangüíneo,

estimulando a mitose das células da mucosa, aumentando assim o tamanho e o número de

papilas. Logo alimentos que proporcionam alta taxa de fermentação, como os concentrados, são

mais eficientes para promover o desenvolvimento das papilas do que os volumosos (Church,

1993). Como os ionóforos aumentam as concentrações ruminais de ácido propiônico (Raun,

1990; Bagg, 1997; Oliveira et al., 2002), possivelmente há um maior estímulo para o

desenvolvimento das papilas ruminais.

Ao se fornecer dietas ricas em concentrado, como a sugerida, há uma menor produção de

saliva, associado há uma excessiva e rápida fermentação dos carboidratos, reduzindo o pH

ruminal e favorecendo o desenvolvimento de bactérias produtoras de ácido láctico, como a

Streptococcus bovis, contribuindo assim para o surgimento de sintomas de acidose (Russell

1996). Este tipo de dieta, aliado a alta capacidade seletiva dos cordeiros, pode também

proporcionar o surgimento de paraqueratose, havendo uma atrofia das papilas. Isto ocorre devido

ao menor fluxo sangüíneo, causado pela deficiência dos ácidos butírico e propiônico (Church,

1993). Como os ionóforos controlam as bactérias produtoras de ácido láctico e aumentam a

concentração de ácido propiônico essas desordens digestivas poderão ser amenizadas com a

suplementação de monensina (Blas et al., 1987).

O retículo é composto por células hexagonais, que se assemelham às do favo-de-mel,

além de existirem várias papilas no assoalho dessas células. A dinâmica deste órgão se

assemelha à do rúmen, havendo intensa troca de digesta entre os dois compartimentos, sendo as

células hexagonais também responsáveis pela condução das partículas de alimento para o omaso.

O omaso é formado por um epitélio constituído de estruturas laminares semelhantes a folhas,

sendo este compartimento responsável pela absorção de água e liberação das partículas

9

Page 11: ionoforos

alimentares para o abomaso (Pereira, 2000). No abomaso, o bolo alimentar sofre a ação do suco

gástrico que é secretado pelas glândulas das paredes deste órgão (Swenson e Reece, 1996).

O intestino delgado, juntamente com o pâncreas e o fígado, são os responsáveis por quase

todo o processo de digestão enzimática e de absorção de nutrientes, sendo dividido em três partes,

o duodeno, o jejuno e o íleo. O intestino delgado apresenta uma mucosa caracterizada por

vilosidades e microvilosidades, em toda a extensão, sendo o tamanho das vilosidades

compreendido entre 0,5-1,5mm, e com densidade de 10-40/mm2. Cada uma destas vilosidades,

possuem as microvilosidades, que apresentam uma densidade de 20.000/mm2. A presença destas

estruturas aumentam a superfície, facilitando a digestão e absorção de nutrientes (Teixeira, 1996).

O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, possuindo um pequeno comprimento.

Na sua porção cranial estão localizados os ductos do pâncreas e da vesícula biliar, que secretam

várias substâncias e enzimas, responsáveis pelo aumento do pH no lúmen intestinal e pela

digestão dos nutrientes. O jejuno constitui a maior fração e consequentemente é o maior local de

absorção, através do seu eptélio de borda em escova, também são secretadas várias enzimas. O

ílio é a última fração do intestino delgado, sendo também responsável pela absorção dos

nutrientes (Church, 1993).

As concentrações de bactérias viáveis no conteúdo do intestino delgado são muito mais

baixas que as encontradas no rúmen, sendo a maioria transitória e com pequena influência na

digestão. Todavia, sob condições adversas, o intestino delgado pode ser colonizado por

microrganismos patogênicos específicos ou por populações semelhantes àquelas que colonizam

o cólon (Swenson e Reece, 1996). Diarréia causada por coccidiose é freqüentemente observada

em animais confinados com menos de 1 ano de idade. A coccidiose pode ser letal, no entanto,

isto ocorre em menos de 5% dos casos; todavia, os animais atingidos perdem peso, devido ao

menor consumo e a constante diarréia, sendo os sintomas muitas vezes sub-clínicos. A

monensina tem demonstrado ser efetiva no controle destes microrganismos, sendo normalmente

incorporada no concentrado na quantidade de 1grama de Rumensin/animal/dia, (Oliveira, 1999).

Os principais hormônios do trato gastrointestinal são a gastrina, secretina, colecistoquinina

e o peptídeo gastrointestinal (GIP). Estes hormônios através de estímulos diretos e indiretos são

responsáveis pela ativação de mecanismos secretores de substâncias e enzimas que irão realizar a

digestão dos nutrientes no intestino delgado. A liberação de gastrina ocorre na presença de

peptídeos e aminoácidos. Ao ser liberado, este hormônio estimula as células do estômago a

manterem sua atividade funcional, estimulando também síntese de DNA, RNA e o

desenvolvimento da mucosa do intestino delgado e cólon. A secretina é liberada pela mucosa

duodenal pela ação do ácido clorídrico, quando o pH do cai abaixo de 4,5; sendo seu principal

10

Page 12: ionoforos

efeito a estimulação das secreções pancreática e biliar. Já a liberação de colecistoquinina ocorre

principalmente com a presença ácidos graxos. Este hormônio além de potencializar os efeitos da

secretina também estimula liberação de enzimas pancreáticas e a secreção biliar. A liberação do

GIP ocorre na presença de aminoácidos e de ácidos graxos, sendo este hormônio um forte

estimulador da liberação da insulina pancreática (Teixeira, 1996).

A insulina e o glucagon são os principais hormônios pancreáticos relacionados com a

digestão e absorção, sendo ambos componentes do mecanismo de regulação da concentração de

glicose sangüínea. A insulina é responsável pelo transporte de glicose através das membranas

celulares até o interior da célula, podendo esta ser oxidada para produção de energia ou

armazenada na forma de glicogênio ou tecido adiposo. A regulação da síntese e liberação de

insulina depende inteiramente da concentração de glicose no sangue. O glucagon é um hormônio

com função antagônica a insulina, já que este eleva a concentração de glicose, através de

estímulos à glicogenólise, principalmente no fígado (Frandson e Spurgeon, 1995). Segundo

Teixeira (1996), a interação hormonal também afeta os processos da digestão. A secretina e o

glucagon, por exemplo, inibem a liberação de gastrina; já a colecistoquinina estimula a liberação

de glucagon. Além disso, todos os quatro hormônios peptídicos gastrointestinais estimulam a

secreção e a liberação de insulina.

Oliveira et al. (2002) verificaram, em novilhas leiteiras, uma resposta quadrática da

concentração de propionato ruminal e glicose sangüínea com a suplementação de monensina nos

níveis de 0, 14, 28 e 42 ppm/kg de MS consumida. Verifica-se assim, uma correlação direta entre

a concentração de ácido propiônico ruminal e o aumento da de glicose sangüínea, sendo que esta

elevação de glicose no sangue, possivelmente, irá estimular a síntese de insulina, inibindo

consequentemente a liberação de glucagon; impedindo assim que este hormônio aja

negativamente sobre os hormônios gastrintestinais. Isto já confirmado por Frandson e Spurgeon

(1995), ao verificarem, em ovelhas, uma elevação da síntese de insulina, com o aumento da

concentração ruminal de butirato e propionato. Portanto, os ionóforos indiretamente também

estarão interferindo nos processos de digestão, permitindo uma maior liberação dos hormônios

gastrintestinais e consequentemente das enzimas digestivas, aumentando assim a digestibilidade

dos alimentos. Sendo este aumento de digestibilidade também verificado por Wedegaertner e

Johnson, (1983) e Lana et al., (2002). Segundo Russell e Strobel (1988), a melhora da

digestibilidade também é devida ao maior tempo de permanência do alimento no trato digestivo,

já que a monensina diminui o consumo de alimentos e a taxa de passagem.

Também tem sido verificado que a insulina estimula a proliferação de células epiteliais

do rúmen; já que este hormônio age como um mediador da estimulação da mitose induzida pelos

11

Page 13: ionoforos

ácidos graxos voláteis (Church, 1993). Assim, possivelmente a monensina também age

indiretamente, através da insulina, no desenvolvimento das papilas ruminais, aumentando

consequentemente a capacidade de absorção deste órgão.

O intestino grosso, constituído de ceco, cólon e reto, é responsável principalmente pela

absorção de água e eletrólitos, não sendo secretado nenhum tipo de enzima nestes compartimentos.

Todavia, o bolo alimentar pode sofrer ainda algumas transformações pela ação residual das

enzimas do intestino delgado; ocorrendo também uma fermentação pela ação dos microrganismos

que colonizam principalmente o ceco e cólon. Esta fermentação, à semelhança do rúmen, produz

ácidos graxos voláteis, sendo energeticamente menos eficiente em relação à digestão no intestino

delgado. Esta fermentação, no entanto, leva a uma perda de nitrogênio nas fezes, devido a síntese

microbiana, reduzindo assim a digestibilidade aparente do nitrogênio (rskov, 1986). Ionóforos

também podem atuar no crescimento microbiano em nível de intestino grosso (Russell, 1996).

3. O uso de ionóforos teria alguma interferência na exigência de proteína dietética desses

animais.

Após a ingestão da dieta, a proteína solúvel sofre hidrólise por ação das enzimas

microbianas ruminais, liberando oligopeptídeos, que são quebrados sucessivamente em peptídeos

menores e finalmente em aminoácidos e amônia, para então serem incorporados como proteína

microbiana (Wallace et al., 1997). No entanto, para ocorrer a máxima síntese de proteína

microbiana é necessário que exista um equilíbrio entre a quantidade de energia e de nitrogênio

disponível; assim, quanto maior a quantidade de energia liberada com a fermentação dos

alimentos, maior será a produção microbiana, desde que o nível de nitrogênio no rúmen esteja

adequado. Quando esta energia cessa, a proteína alimentar, se for solúvel, poderá continuar sendo

fermentada, até ser transformada em amônia. O excesso de amônia absorvido através da parede

ruminal é convertida em uréia pelo fígado; sendo parte desta uréia reciclada, voltando para o

rúmen na forma de saliva ou por difusão pela parede ruminal, e a outra parte perdida via excreção

urinária, diminuindo assim a retenção de nitrogênio pelo animal (AFRC, 1993). Posteriormente,

aqueles microrganismos e peptídeos, que não sofreram fermentação, passam para o abomaso e

intestino delgado onde sofrem hidrólise, liberando seus aminoácidos para serem absorvidos.

Estudos indicam que quando a monensina está presente, parte da proteína dietética,

principalmente da com alta solubilidade (Tolbert et al., 1977; Dinius, 1978), não é fermentada no

rúmen, havendo assim uma redução da produção de amônia. Isto ocorre porque a monensina age

inibindo o crescimento de bactérias proteolíticas, resultando numa menor concentração de

12

Page 14: ionoforos

enzimas deaminativas e proteolíticas (Bergen e Bates, 1984), sendo seu efeito maior na

desaminação do que na proteólise (Russell e Martin, 1984). Deste modo, uma maior quantidade

de aminoácidos oriundos da dieta poderão escapar da degradação ruminal, ficando disponíveis

para serem digeridos e absorvidos no intestino delgado, elevando-se assim a retenção de

nitrogênio pelo ruminante. Todavia, caso a dieta utilizada possuir uma alta concentração de

amido, a amônia ruminal poderá ser naturalmente baixa, devido a intensa síntese microbiana, e a

utilização de monensina não terá muito efeito (Yang e Russell, 1993).

Yang e Russell (1993) verificaram, em bovinos, o efeito da monensina sobre a concentração

de amônia no rúmen, sobre a atividade específica de produção de amônia e sobre o provável

número de bactérias ruminais fermentadoras de aminoácidos (Tabela 2). A monensina

proporcionou uma redução de 50% na concentração de amônia; sendo a atividade específica de

produção de amônia diminuída; bem como uma redução de quase 10 vezes no número de

bactérias fermentadoras de aminoácidos. Chalupa (1980) também verificou in vitro uma

diminuição na fermentação de aminoácidos, devido a menor desaminação e proteólise, quando

níveis crescentes de monensina foram adicionados a um substrato contendo 80% de concentrado.

Tabela 2- Efeito da monensina sobre a produção de amônia ruminal, atividade específica de produção de amônia e número de bactérias fermentadoras de aminoácidos (NBFAAs).

Parâmetros Ruminais Sem Monensina Com MonensinaAmônia – Mm 2,6 1,2Atividade Específica - nmol/mg/min 27,4 17,0NBFAAs - x 106 / ml 7,0 0,8

Yang e Russell (1993)

Já Erfle et al., (1982) verificaram in vitro a importância do pH ruminal na hidrólise da

proteína por bactérias ruminais, sendo a produção de amônia reduzida com a diminuição do pH.

Lana et al., (1998) também demonstraram através de ensaios in vitro que uma redução do pH, de

6,5 para 5,7, ocasiona uma diminuição na produção de amônia pelas bactérias de animais

recebendo dietas contendo apenas forragem, enquanto que em bactérias de animais recebendo

90% de concentrado houve uma produção similar de amônia nos dois diferentes pHs. Estes

resultados demonstram que as populações microbianas desaminadoras de aminoácidos são

distintas nos dois diferentes ambientes ruminais.

De acordo com Russell (1996), os efeitos da monensina sobre a diminuição da produção

de amônia ainda não estão totalmente esclarecidos. Em um ensaio, este autor verificou que as

bactérias ruminais que eram consideradas as mais importantes produtoras de amônia foram todas

resistentes a monensina. No entanto, essas bactérias possuíam atividades específicas de produção

13

Page 15: ionoforos

de amônia, e foram significativamente menos produtoras de amônia do que bactérias mistas

ruminais. Todavia, quando foi isolado três estirpes de bactérias ( C, F e SR) verificou-se que

estas tinham uma especificidade muito alta para a produção de amônia, com uma produção até

vinte vezes maior do que a realizada pela bactéria B. ruminicola; sendo estes três grupos

sensíveis a monensina (Tabela 3). Análises posteriores indicaram que os principais microrganismos

de cada estirpe eram o Peptostreptococus anaerobius, Clostridium aminophilum e Clostridium

sticklandii para os grupos C, F e SR, respectivamente.

Tabela 3- Produção de amônia e sensibilidade a monensina em bactérias ruminais. Organismo Produção Amônia - Nmol/mg proteína/min Sensíveis a MonensinaBacterioides ruminicola 11 NãoMegasphaera elsdenii 19 NãoSelenomonas ruminantium 15 NãoGrupo C 346 SimGrupo F 318 SimGrupo SR 367 Sim

Russell, (1996)

Reduções nos requerimentos protéicos dietéticos dos animais devido a maior eficiência

alimentar com a utilização de monensina ainda não tem sido notificado experimentalmente.

Alterações nos requerimentos protéicos seriam observados se houvesse ação hormonal dos

ionóforos, causando mudanças na relação gordura:proteína corporal. O efeito dos ionóforos

ocorre na redução da perda ruminal de proteína por fermentação, aumentando, assim, o

suprimento de proteína metabolizável no intestino delgado. Atua, também, economizando

aminoácidos glicogênicos, pelo maior aporte de ácido propiônico para atender a demanda

fisiológica de glicose.

4. Dado as modificações que possivelmente ocorreriam nas proporções de ácidos graxos

produzidos no rúmen, qual seria o efeito sobre o crescimento ponderal dos animais e as

relações músculo : osso na carcaça dos mesmos.

A criação de cordeiros em confinamento é uma alternativa para se reduzir o ciclo de

produção e produzir carcaças de alta qualidade, devido ao melhor controle da parte nutricional,

menor incidência de verminoses e maior rapidez com que os animais chegam ao ponto de abate.

No entanto, as maiores desvantagens se encontram nos altos custos de produção, principalmente na

alimentação que constitui um fator determinante no aspecto financeiro; assim, substâncias

melhoradoras da eficiência alimentar, como os ionóforos, podem ser muito úteis, já que estas

diminuem o consumo de animais em confinamento, reduzindo consequentemente o custo da dieta.

14

Page 16: ionoforos

Chalupa (1977), ao agrupar uma série de experimentos verificou que animais confinados,

alimentados com dietas contendo elevados níveis de carboidratos rapidamente fermentáveis, que

receberam monensina (5,5 a 33 mg de monensina/kg de alimento) consumiram menos alimentos,

mas mantiveram o ganho de peso, melhorando a conversão alimentar. Aparentemente, o aumento

da energia disponível diminuiu o consumo nos animais, devido uma regulação do balanço

energético corporal, sendo esta energia usada como um ganho adicional. Já os animais que foram

mantidos na pastagem ou que receberam a forragem verde picada, os ionóforos, não diminuíram

a ingestão de alimentos, porém aumentaram o ganho de peso em cerca de 20%, melhorando

também a conversão alimentar.

Raun citado no NRC (1996), também relatou que bovinos alimentados com dietas com

elevada percentagem de concentrados (84,3%), a monensina diminuiu a ingestão de matéria seca

em 4,0%, o ganho em 1,8% e a eficiência alimentar foi aumentada em 5,6%. Goodrich et al.,

(1984) trabalhando com rações com baixa energia (40% de concentrado), também concluíram que

a monensina aumentava a eficiência e o ganho em 7,5 e 1,6%, respectivamente, havendo uma

redução de 6,4% na ingestão de alimentos.

Já Hanson e Klopfenstein, (1979) mostraram que a monensina melhora o desempenho de

animais terminados em confinamento quando o farelo de soja foi fornecido na dieta, mas não

quando a uréia foi a fonte de nitrogênio. Visto que a monensina diminuiu a relação

acetato/propionato em cerca de 20% em ambas as dietas, a melhora do desempenho animal

causada pela monensina pode somente ser atribuída a menor degradação dos aminoácidos

contidos no farelo de soja. Em ambas as dietas a eficiência alimentar foi melhorada.

Assim, os principais benefícios atribuídos aos ionóforos, no desempenho de animais

mantidos em regime de confinamento, são ao aumento da eficiência energética, pela redução na

relação acetato/propionato (Raun, 1990); pela diminuição da produção de metano e de ácido

láctico; pela redução das perdas de aminoácidos que seriam potencialmente fermentados no

rúmen (Russell e Strobel, 1989); e pelo aumento da digestibilidade dos alimentos (Wedegaertner

e Johnson, 1983). Além da redução das desordens alimentares, como a acidose e o timpanismo

(Nagaraja et al., 1997).

No Brasil, a comercialização de ovinos é feita em observações no animal, sendo o peso

vivo o principal parâmetro adotado; no entanto, para o mercado consumidor o mais importante é

o rendimento das partes comestíveis, ou seja as percentagens de músculo, gordura e osso.

Portanto, a verificação da influência dos ionóforos sobre o rendimento de carcaça e das frações

comestíveis é de suma importância, todavia, até o momento pesquisas neste âmbito são escassas.

15

Page 17: ionoforos

Salles e Lucci, (1998) verificaram o efeito da monensina sobre o desempenho, características

e composição da carcaça de bezerros holandeses com 80 dias de idade. Foram encontrados

efeitos significativos para ganho de peso, ingestão de matéria seca, altura de cernelha, peso e

rendimento de carcaça quente (Tabelas 4 e 5).

Tabela 4- Efeito da monensina sobre o desempenho de bezerros holandesesTratamentos - mg de monensina / kg de peso vivo

Variável 0 0,4 0,8 1,2Ganho peso - kg/dia 1,06 1,31 1,37 1,25Ingestão matéria seca - kg 4,15 4,77 5,02 4,75Conversão alimentar 3,93 3,65 3,67 3,82Perímetro torácico – cm 32,60 37,00 39,80 36,60Altura de cernelha – cm 19,42 23,64 23,68 23,18

Salles e Lucci, (1998)

Tabela 5- Efeito da monensina sobre características e composição da carcaçaTratamentos - mg de monensina / kg de peso vivo

Variável 0 0,4 0,8 1,2Peso carcaça quente - kg 100,8 120,0 123,5 121,8Peso carcaça fria – kg 98,6 116,8 121,2 119,6Peso vazio – kg 178,8 211,0 221,2 213,2Comprimento da carcaça - cm 1,08 1,12 1,13 1,13Profundidade da carcaça - cm 0,30 0,32 0,31 0,31Rendimento carcaça quente - % 48,62 50,68 50,62 52,00

Salles e Lucci, (1998)

A influência da monensina nas características de carcaça também foi analisada por

Goodrich et al., (1984). A pesquisa foi realizada com cerca de 11.000 animais, sendo verificado

um efeito positivo (0,61 %) da monensina sobre a área de olho de lombo, no entanto a espessura

de gordura, qualidade e produção foram afetados negativamente pela monensina.

5. Como estruturaria um programa de pesquisa para elucidar esses questionamentos.

A elaboração de um programa de pesquisa para elucidar esses pontos é de suma

importância, no entanto alguns são difíceis de se verificar já que envolvem análises histo-

fisiológicas. Todavia, são sugeridos alguns ensaios.

Título- Influência da monensina em alguns parâmetros de fermentação ruminal, sangüínea e

anatômico e fisiológico do aparelho digestivo, bem como sua influencia no desempenho,

digestibilidade e características de carcaça de cordeiros alimentados com dietas contento

80% de concentrado e 20% de coast-cross.

Animais:

16

Page 18: ionoforos

Deverão ser utilizados 28 cordeiros, divididos em 4 tratamentos, sendo que cada

tratamento terá 7 repetições; cada cordeiro permanecerá alojado em uma gaiola individual, com

piso elevado, em um galpão coberto. Os animais deverão ser desmamados aos 60 dias de idade,

sendo realizado um período experimental de 77 dias sendo 14 dias de período de adaptação

seguido por três períodos experimentais de 21 dias cada. Antes de iniciar o experimento, todos os

animais também deverão ser protegidos contra os ecto e endoparasitas.

Tratamentos:

Os cordeiros receberão uma dieta completa, a vontade, fornecida metade no período da

manhã e o restante no período da tarde; sendo estudados 4 tratamentos, assim discriminados:

T1- 15 % PB - 80% de concentrado* + 20% de volumoso** + 0 mg de Monensina***

T2- 15 % PB - 80% de concentrado* + 20% de volumoso** + 33 mg de Monensina***

T3- 13 % PB - 80% de concentrado* + 20% de volumoso** + 0 mg de Monensina***

T4- 13 % PB - 80% de concentrado* + 20% de volumoso** + 33 mg de Monensina***

* Milho em grão, farelo de soja, mistura mineral** Feno de coast cross triturado*** mg de Monensina para cada kg de matéria seca consumido pelos animais

Avaliação do desempenho

Estas avaliações serão efetuadas através das seguintes variáveis:

a) Consumo de MS, PB e FDN: Serão determinados através da diferença do alimento oferecido

menos as sobras; tanto os alimentos oferecidos como as sobras deverão ser coletados diariamente,

amostrados para determinação dos teores de MS, PB e FDN da semana, do respectivo animal.

b) Ganho peso diário: Os animais serão pesados no início do período experimental e posteriormente

a cada 21 dias, devendo os cordeiros permanecer em um jejum de sólidos de 12 horas.

c) Conversão alimentar: Será calculada dividindo-se a quantidade de MS consumida pelo GMD,

obtido no respectivo período.

Avaliação da Digestibilidade

O estudo de digestibilidade objetiva determinar a influência da inclusão do ionóforo

monensina sobre as digestibilidades da MS, MO, PB, Cz, EE e FDN; e os teores de carboidratos

totais (CT), NDT e balanço de nitrogênio. Serão coletas durante sete dias (entre o 28 e 40o dia de

experimento) amostras do alimento oferecido e sobras, sendo estas reunidas em uma amostra

composta para cada animal. As fezes e a urina de cada animal serão coletadas, neste mesmo

período, sendo amostradas e congeladas após serem pesadas e medidas, respectivamente, e

reunidas em uma amostra composta por animal. As amostras do alimento oferecido, das sobras,

17

Page 19: ionoforos

das fezes e da urina de cada animal serão analisadas quimicamente pelo método de Weende, com

exceção da PB e FDN que serão feitos segundo o método Kjeldahl e Van Soest, respectivamente.

Sendo as análises de MS, MO, PB, Cz, EE e FDN realizadas segundo os procedimentos descritos

por Silva (1990); e os CT e o NDT calculados segundo a metodologia da Universidade de

Cornell descrita por Sniffen et al. (1992), em que CT(%) = 100 – (%PB + %EE + %Cz) e

NDT(g/dia) = (gPB ing. – gPB fecal) + [2,25(gEE ing. – gEE fecal)] + (gCT ing. – gCT fecal).

Avaliação de Parâmetros Ruminais e sangüíneos

Este estudo visa fornecer dados sobre alguns aspectos da dinâmica ruminal como o pH, as

produções de ácidos graxos voláteis e amônia pelos microrganismos ruminais; e de alguns

parâmetros sangüíneos. Assim, amostras de líquido ruminal de cada cordeiro deverão ser

coletadas a zero e 2horas após a alimentação, no final do último período, por intermédio de uma

sonda esofágica. Para a determinação do pH cerca de 50 mL de líquido ruminal deverão ser

coletados de cada animal. O líquido ruminal deverá ser filtrado, sendo a seguir feita a leitura do

pH, através de um pHmetro, e o resfriamento da amostra. Posteriormente, o líquido ruminal (1,5

mL) deverá ser centrifugado a 12.000 r.p.m., por 10 minutos, sendo o sobrenadante estocado

para determinação da concentração de ácidos graxos voláteis e de amônia, através dos

procedimentos descritos por Barbosa (2000) e Chaney e Marbach (1962), respectivamente.

O estudo dos parâmetros sangüíneos visa obter dados que permitam melhor explicar os

resultados encontrados nas análises anteriores. Fornecendo assim, informações sobre a influência

da inclusão da monensina na concentração de glicose e uréia plasmática, bem como dos

hormônios pancreáticos insulina e glucagon; e dos hormônios do trato gastrintestinal, como a

gastrina, secretina, colecistoquinina e o peptídeo gastrointestinal (GIP). Para isto, serão coletadas

amostras de sangue de cada cordeiro, no final do último período a zero e 2horas após a

alimentação, através de vacuum teenier. As amostras deverão ser resfriadas, centrifugadas e

posteriormente analisadas a partir de kits comerciais.

Avaliação do trato gastrointestinal e características da carcaça

O abate deverá ser realizado quando os animais atingirem 137 dias de idade, sendo que

antes de serem sacrificados, os cordeiros permanecerão em jejum de sólido por um período de 12

horas. Serão determinados o peso de abate (PA), o peso de carcaça quente (PCQ), o rendimento de

carcaça quente (RCQ = PCQ/PA x 100), o peso de carcaça fria (PCF), o rendimento de carcaça fria

(RCF = PCF/PA x 100) e o percentual de perda ao resfriamento [PPR = (PCQ - PCF)/PCQ x 100].

18

Page 20: ionoforos

Após o sacrifício, será realizada a evisceração do animal, sendo os órgãos e os

componentes corporais externos também pesados. Determinando-se individualmente o peso, em

kg, dos órgãos do aparelho digestivo (rúmen/retículo, omaso, abomaso, intestino delgado e

intestino grosso); de alguns órgãos internos (traquéia, pulmão, coração, fígado e baço); da

gordura visceral (omental e mesentérica) e de alguns componentes corporais externos, como a

cabeça, os pés/canela e a pele. Sendo também realizados cortes amostrais do rúmen/retículo e do

intestino delgado para serem feitas medições histológicas do desenvolvimento das papilas.

As carcaças deverão ser resfriadas em câmara frigorífica por 24 horas a uma temperatura

de 2ºC, suspensas por seus jarretes, sendo mantido uma separação entre os metatarsos de 14cm.

Após esse período serão feitas mensurações na carcaça, como comprimento da carcaça, largura e

perímetro da garupa, gordura sub-cutânea, comprimento da perna e a profundidade do tórax,

segundo os procedimentos descritos por Oliveira et al., (2002).

Posteriormente a metade esquerda da carcaça deverá ser subdividida nos seguintes cortes

comerciais: subdividida nos seguintes cortes comerciais: paleta, carré, peito/fralda, lombo, pernil,

braço anterior e braço posterior; sendo estes cortes pesados e dessecados, obtendo-se assim os

pesos de músculo, gordura e osso de cada corte. Antes da dessecação do lombo, também deverá

ser determinada a área do músculo longissimus dorsi, segundo Oliveira et al., (2002).

Referências Bibliográficas

19

Page 21: ionoforos

A.F.R.C. Agricultural and Food Research Council. Energy and Protein Requirements of Ruminants. CAB

International/UK, p. 159, 1993.

Bagg, R. Mode of action of ionophores in lactating dairy cattle. Usefulness of ionophores in lactating

dairy cattle. Proceedings of a Symposium Held. At the Ontario Veterinary College, June, 1997.

Barbosa, N.G.S. Fermentação da proteína dos alimentos por microrganismos ruminais in vivo e in vitro em

função da acidez, fontes de proteína e ionóforos. Mestrado em Zootecnia - UFV, Viçosa, p. 76, 2000.

Bergen, W.G.; Bates, D.B. Ionophores: Their effect on production, efficiency and mode of action. Journal

of Animal Science, v. 58, p. 1465-1483, 1984.

Bergman, E. N. Energy contributions of volatile acids from gastrointestinal tract in various species.

Physiological Reviews, v. 70, n. 2, p. 567-590, 1990.

Bergman, E. N. The pools of cellular nutrients: glucose. In: RIIS, P.M. (Ed.). Dynamic Biochemistry of

Animal Production. World Animal Science, A3. Amsterdan, p. 173-196, 1983.

Blas, C.; Gonzalez, G.; Argamenteria, A. Nutricion y alimentacion del ganado. Ediciones Mundi-Prensa,

p. 451, 1987.

Chalupa, W. Chemical control of rumen microbial metabolism. Digestive Physiology and Metabolism in

Ruminants. Published in the United States by AVI, p. 325-348, 1980.

Chalupa, W. Manipulating ruminal fermentation. Journal of Animal Science, v. 45, p. 585, 1977.

Chaney, A.L.; Marbach, E.P. Modified reagents for determination of urea and ammonia. Clin. Chem.,

v. 8, p. 130-132, 1962.

Church, D.C. El rumiante: Fisiología digestiva y nurtrición. Editorial Acribia, Zaragoza - España, p. 641,

1993.

Clary, E.M.; Brandt Jr., R.T.; Harmon, D.L.; et al. Supplemental fat and ionophores in finishing diets: feedlot

performance and ruminal digest kinetics in steers. Journal of Animal Science, v. 71, p. 3115, 1993.

Dinius, D.A. Effect of protein solubility and monensin on microbial use of ammonia. Journal of Animal

Science, v. 47 (Suppl. 1), p. 414 (Abstr.), 1978.

Erfle, J.D.; Boila, R.J.; Teather, R.M.; et al. Effect of pH on fermentation characteristics and protein

degradation by rumen microorganisms in vitro. Journal of Dairy Science, v. 65, p. 1457-1464, 1982.

Frandson, R.D.; Spurgeon, T.L. Anatomia y Fisiologia de los Animales Domésticos. Editorial

Interamericana, Mexico, p. 560, 1995.

Goodrich, R.D.; Garrett, J.E.; Gast, D.R.; et al. Influence of monensin on the performance of cattle.

Journal of Animal Science, v. 58, p. 1484-1498, 1984.

Hall, M.B. Pectin: The structural non-structural carbohydrate. In: Cornell Nutrition Conference Cornell

University. Ithaca. N.Y., 1994.

Hanson, T.L.; Klopfenstein, T. Monensin, protein source and protein levels for growing steers. Journal of

Animal Science, v. 48, p. 474, 1979.

Hobson, P.N.; Stewart, C.S. The rumen microbial ecosystem. London, p. 719, 1997.

20

Page 22: ionoforos

Kelly, J. M.; Park, H.; Summers, M. Interactions between protein and energy metabolism. Quantitative

aspects of ruminant digestion and metabolism. University press, Cambridge, p. 341-362, 1993.

Lana, R.P.; Oliveira, M.V.M.; Freitas, A.W.P. et al. Consumo e digestibilidade aparente de nutrientes

determinados com novilhas leiteiras sob dietas com diferentes níveis de monensina. XXXIX

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Anais ..., Recife-PE, 2002.

Lana, R.P.; Russell, J.B.; Van Amburgh, M.E. The role of pH in regulating ruminal methane and

ammonia production. Journal of Animal Science, v. 76, p. 2190-2196, 1998.

Leedle, J.A.Z. Modulating the ruminal fermentation. “In high-grain fed cattle: The role of rumensin”.

Scientific Update “ On rumensin/Tylan for the professional feedlot consultant”. Symposium

Sponsored by: Elanco Animal Health, Lilly Research Laboratories. Amarillo - Texas, august, 1993.

Maynard, L.A.; Loosli, J.K.; Hintz, H.F.; et al. Nutrição animal. Freitas Bastos – RJ, p. 726, 1984.

McGuffey, R.K.; Richardson, L.F.; Wilkinson, J.I.D. Ionophores for dairy cattle: Current status and

future outlook. Journal of Dairy Science, Supplement, v. 84, p. 194-203, 2001.

N.R.C. National Research Council - Nutrient requirements of beef cattle, p. 233, 1996.

Nagaraja, T.G.; Avery, T.B.; Bartley, E.E.; et al. Effect of lasalocid, monensin and thiopeptin on lactic

acidosis in cattle. Journal of Animal Science, v. 54, p. 649, 1982.

Nagaraja, T.G.; Newbold, C.J.; Van Nevel, C.J.; et al. Manipulation of ruminal fermentation. The rumen

microbial ecosystem. Edited by P.N. Hobson and C.S. Stewart, second edition, p.523-632, 1997.

Oliveira, M.V.M. Avaliação das farinhas de peixe e pena, para bezerros leiteiros confinados aos 60 dias

de idade, através de dietas calculada em termos de proteína bruta ou de proteína metabolizável.

Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, p. 101, 1999.

Oliveira, M.V.M.; Lana, R.P.; Valadares, R.F.D.; et al. Parâmetros ruminais e glicose sangüínea em

novilhas leiteiras sob dietas com diferentes níveis de monensina. XXXIX Reunião Anual da

Sociedade Brasileira de Zootecnia. Anais ..., Recife-PE, 2002.

Oliveira, M.V.M; Pérez, J.R.O; Alves, E.L.; et al. Rendimento de Carcaça, Mensurações e Peso de Cortes

Comerciais de Cordeiros Santa Inês e Bergamácia Alimentados com Dejetos de Suínos em

Confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, no prelo, 2002.

rskov, E.R.. Starch digestion and utilization in ruminants. Journal Animal Science, v. 64, p. 1624-1633, 1986.

Pereira, J.C. Vacas Leiterias, Aspectos Práticos da Alimentação. Viçosa-MG, p. 198, 2000.

Pressman, B.C. Biological applications of ionophores. Annu. Rev. Biochem, v. 45, p. 501-530, 1976.

Raun, A.P. Rumensin; “then and now”. Proc. Symposium Rumensin “in the 1990”, Dallas, TX. Elanco

Animal Health, Indianapolis, IN, 10 October, 1990.

Richardson, L.F. Rumensin® - Ruminal Effects. Rumensin® “in the 1990”. Symposium Sponsored by:

Elanco Animal Health, Lilly Research Laboratories. Dallas - Texas, October, 1990.

Russell, J.B. Bactéria. “Mechanisms of ionophore action in ruminal bacteria”. Symposium Sponsored by:

Elanco Animal Health. Scientific Update “ On rumensin / Tylan/ Micotil for the professional

feedlot consultant”, Amarillo-TX, august, 1996.

21

Page 23: ionoforos

Russell, J.B.; Martin, S.A. Effects of various methane inhibitors on the fermentation of amino acids by

mixed rumen microorganisms in vitro. Journal of Animal Science, v. 59, p. 1329-1338, 1984.

Russell, J.B.; Onodera, R.; Hino, T. Ruminal protein fermentation: new perspectives on previous

contradictions. In: Physiological Aspects of Digestion and Metabolism in Ruminants. Academic

Press, San Diego, CA, p. 681, 1991.

Russell, J.B.; Strobel, H.J. Effects of additives on in vitro ruminal fermentation: a comparison of monensin

and bacitracin, another gram-positive antibiotic. Journal of Animal Science, v. 66, p. 552-558, 1988.

Russell, J.B.; Strobel, H.J. Mini review. Effect of ionóforos on ruminal fermentation. Applied and

Environmental Microbiology, v. 55, p. 1-6, January , 1989.

Russell, J.B.; Strobel, H.J.; Chen, G. The enrichment and isolation of a ruminal bacterium with a very

high specific activity of ammonia production. Appl. Environment Microbiol., v. 54, p. 872, 1988.

Russell, J.B.; Wallace, R.J. Energy-yielding and energy-consuming reactions. The Rumen Microbial

Ecosystem, Second edition, p. 267-268, 1997.

Salles, M.S.V.; Lucci, C.S. Monensina para bezerros ruminantes em crescimento acelerado. 1- Desempenho.

XXXV Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Botucatu SP. Anais ..., p. 446-448, julho, 1998.

Schelling, G.T. Monensin mode of action in the rumen. Journal of Animal Science, v. 58, p. 1518-1527, 1984.

Silva, D.J. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. Imprensa UFV, Viçosa-MG, p. 195, 1990.

Silva, J.F.C.; Leão, M.I. Fundamentos de Nutrição dos Ruminantes. Livroceres, p. 380, 1979.

Sniffen, C.J.; O’Connor, J.D.; Van Soest, P.J. et al. A net carbohydrate and protein system for evaluating cattle

diets. II. Carbohydrate and protein availability. Journal Animal Science, v. 70, n. 11, p. 3562-3577, 1992.

Stock, R.; Britton, R. Acidosis “in feedlot cattle”. Symposium Sponsored by: Elanco Animal Health, Lilly

Research Laboratories. Amarillo-TX, August, 1993.

Swenson, M.J.; Reece, W.O. Dukes Fisiologia dos Animais Domésticos. Editora Guanabara, p. 856, 1996.

Teixeira, J.C. Fisiologia Digestiva dos Animais Ruminantes. UFLA/FAEPE, Lavras-MG, p. 260, 1996.

Teixeira, J.C. Nutrição de Ruminantes. Faepe, Lavras-MG, p. 239, 1992.

Tolbert, R.E.; Lichtenwalner, R.E.; Broderick, G.A. Effect of monensin on protein degradation. Journal

of Animal Science (Suppl. 1), p. 263, 1977.

Van Soest, P.J. Nutritional Ecology of the Ruminant. Cornell University - Press, New York, p. 476, 1994.

Wallace, R.J.; Onodera, R.; Cotta, M.A. Metabolism of nitrogen-containing compounds. The rumen

microbial ecosystem (2nd Ed.). Londres: Blackie academic & professional, p. 283-328, 1997.

Wedegaertner, T.C.; Johnson, D.E. Monensin effects on digestibility methanogenesis and heat increment

of a cracked corn-silage diet fed to steers. Journal of Animal Science, v. 57, p. 168, 1983.

Yang, C.M.; Russell, J.B. The effect monensin supplementation on ruminal ammonia accumulation in vivo

and the numbers of amino-acid fermenting bacteria. Journal of Animal Science, v. 71, p. 3470, 1993.

Zinn, R.A. Comparative feeding value of supplemental fat in finishing diets for feedlot steers

supplemented with and without monensin. Journal of Animal Science, v. 66, p. 213, 1988.

22