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Plano de Implantao NBR ISO14.001 na empresa CETRIC
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
Thiane Drumm Zacchi
PLANO DE IMPLANTAO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC
Passo Fundo, 2012.
2
Thiane Drumm Zacchi
PLANO DE IMPLANTAO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC
Trabalho de concluso de curso apresentado ao
curso de Engenharia Ambiental, como parte
dos requisitos exigidos para obteno do ttulo
de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Dr . Aline Ferro Custdio
Passin
Passo Fundo , 2012.
Thiane Drumm Zacchi
PLANO DE IMPLANTAO NBR ISO 14.001 NA EMPRESA CETRIC
Trabalho de Concluso de Curso como requisito parcial para a obteno do ttulo de
Engenheiro Ambiental Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:
Orientador:_________________________
Aline Ferro Custdio Passini
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Juliana Kurek
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Patricia Martins
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Passo Fundo, 01 Novembro 2012.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a minha me e meu irmo, Cladis Maria Drumm e Thiago Zacchi,
pelo amor, dedicao e incentivo em todos os momentos, e que sempre estaro ao meu lado
ajudando-me a superar os desafios da vida, e a seguir em frente nos momentos mais difceis.
A minha orientadora, Professora Aline Custodio Ferro pela empolgao e otimismo que me
passou durante toda a realizao do curso, pelo comprometimento e auxilio para que este
trabalho fosse realizado da melhor forma possvel.
Agradeo a todos aqueles que, em momentos diferentes foram importantes para a realizao
deste trabalho, sobretudo:
A todos os meus amigos e colegas pela oportunidade de conhec-los e juntos vivermos
intensamente esta etapa da vida.
A Engenheira Qumica da empresa CETRIC Srta. Loana Defaveri, pela ajuda, orientao, e
oportunidade que me permitiram a realizao deste trabalho.
Ao Presidente da empresa CETRIC/Chapec, Sr. Gustavo Baldissera, pela oportunidade
fornecida para realizao do estgio e deste trabalho.
A mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao seu tamanho original.
Albert Einstein
6
RESUMO
A competitividade ambiental tem levado as empresas a melhorarem seus produtos,
processos e servios, demonstrando-se cada vez mais preocupadas em atingir um desempenho
ambiental correto, controlando o impacto de suas atividades. Esse comportamento se insere
no contexto de uma legislao cada vez mais exigente, no desenvolvimento de polticas
econmicas, de outras medidas destinadas a estimular a proteo ao meio ambiente e de uma
crescente preocupao das partes interessadas em relao s questes ambientais e ao
desenvolvimento sustentvel. Esse estudo refere-se ao planejamento de um Sistema Integrado
de Gesto abrangendo as reas de qualidade e meio ambiente. O trabalho detalha a estrutura e
os elementos do sistema proposto, bem como as etapas, planos de ao, cronogramas,
responsabilidade e ferramentas prprias a sua implementao.
O sistema proposto baseia-se na NBR ISO 14001 que estabelece requisitos para o
gerenciamento de sistemas de gesto ambiental. Esse trabalho foi utilizado em estudo de caso,
conduzindo junto empresa CETRIC - Central de Tratamento de Resduos Slidos Industriais
e Comercias, onde se realizou o estgio. Sendo assim o estudo baseia-se em uma reviso
bibliogrfica, pesquisando artigos j publicados sobre o tema proposto e acompanhamento das
atividades da empresa.
Palavras Chaves: Tratamento e destinao final de Resduos, ISO 14001, Meio ambiente.
ABSTRACT
The competitive environment has led companies to improve their products, processes and
services, showing up increasingly concerned about achieving correct environmental
performance by controlling the impact of their activities. This behavior is into the context of
an increasingly demanding legislation, the development of economic policies, into other
measures to stimulate environmental protection and the growing concern of stakeholders in
environmental issues and sustainable development. This study refers to the planning of an
Integrated Management System covering the areas of quality and environment. The present
paper details the proposed system elements, as well as the steps, action plans, timelines,
responsibilities and specific tools to their implementation.
The proposed system is based on ISO 14001 which establishes requirements for the
management of environmental management systems. This work was used in the study case,
led by the company CETRIC - Central Solid Waste Treatment Industrial and Commercial,
where the mtership was held. Thus the study is based on a literature review, researching
articles published on the topic and proposed follow-up activities of the company.
Key Words: Treatment and disposal of waste, ISO 14001 Environment.
8
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 01: Diviso das normas ISO 14000 em normas orientadas para produtos e para
processos. ........................................................................................................................... 19 Figura 02: Principais elementos da NBR ISO 14001:2004. ..................................................... 21 Figura 03: Fluxograma do Plano de implantao da NBR ISO 14001 .................................... 46 Figura 04: Mapa de Localizao de Chapec em Santa Catarina. ........................................... 49
Figura 05: Localizao da empresa CETRIC ........................................................................... 50 Figura 06: Prdio Controle de acesso a portaria ....................................................................... 52 Figura 07: Balana Rodoviria da empresa .............................................................................. 53 Figura 08: Vala para destinao de Resduos Classe II-A ....................................................... 55
Figura 09: Fluxograma da Sntese do processo de identificao e classificao de resduos
para posterior tratamento e disposio final. ..................................................................... 58 Figura 10: Sistema de impermeabilizao Vala Classe I. ........................................................ 61 Figura 11: Sistema de impermeabilizao Vala Classe IIA ..................................................... 62
Figura 12: Sistema de Cobertura da Clula de disposio final Classe I. ................................ 63
Figura 13: Poos de monitoramento, instalados a jusante e a montante do empreendimento. 65 Figura 14: Lagoas Aeradas de Mistura Completa .................................................................... 67
Figura 15: Lagoa Facultativa Aerada ....................................................................................... 68 Figura 16: Tratamento Fsico-qumico. .................................................................................... 69 Figura 17: Fluxograma do sistema de tratamento de efluentes por oxi-coagulao eletrnica e
oxidao qumica por foto-fenton. ..................................................................................... 71 Figura 18: Laboratrio interno da empresa .............................................................................. 75
Figura 19: Setor de filtros automotivos .................................................................................... 76
Figura 20: Setor de Beneficiamento de Isopor ......................................................................... 77
Figura 21: Equipamento descontaminador de lmpadas fluorescentes (Papa-lmpadas) ........ 78 Figura 22: Setor de limpeza e desinfeco de veculos e continers ........................................ 79
Figura 23: Setor de Trabalho da Administrao ....................................................................... 80 Figura 24: Setor de Alimentao da empresa CETRIC ............................................................ 81
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Dados da gerao de resduos slidos industriais no Brasil ................................... 40 Tabela 02: Dimenses aproximadas para as valas de disposio final da Cetric Chapec/SC 60 Tabela 03: Plano de ao para implementao do SGA ........................................................... 95
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: As normas NBR-ISO publicadas at o momento. ................................................. 19 Quadro 02: Aspectos e Impactos Ambientais de cpias de documentos ................................. 89 Quadro 03: Legislaes pertinentes as atividades da empresa ................................................. 90
SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................. 14 1.1 Objetivos .................................................................................................................... 16
1.1.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 16 1.1.2 Objetivos Especficos ......................................................................................... 17
2 REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................................... 18
2.1 NBR ISO 14.001 ........................................................................................................ 18 2.2 Os fatores que motivam a implantao de um SGA ISO 14.001............................ 23 2.3 Fases de implantao de um SGA ISO 14.001 .......................................................... 25
2.3.1 Fase de planejamento.......................................................................................... 25
2.3.2 Avaliao de aspectos e impactos ambientais .................................................... 27 2.3.3 Elaborao da poltica ambiental ........................................................................ 28 2.3.4 Elaborando os objetivos e as metas .................................................................... 28 2.3.5 Implantao dos Programas de Gesto Ambiental ............................................. 29
2.4 Resduos Slidos Industriais ...................................................................................... 36
2.5 Gerenciamento de resduos slidos ............................................................................ 41 2.6 Aterro Sanitrio .......................................................................................................... 42
3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 44 3.1 Seleo da Empresa ................................................................................................... 47
4 RESULTADOS ................................................................................................................. 48
4.1 Descrio da empresa em estudo ............................................................................... 48 4.1.1 Controle de acesso de portaria ............................................................................ 51
4.1.2 Balana rodoviria .............................................................................................. 52
4.1.3 Controle de destinao resduos ......................................................................... 53
4.1.4 rea de triagem, Separao e Prensagem dos Resduos .................................... 59 4.1.5 Controle Tecnolgico de Impermeabilizao Vala Classe I .............................. 59
4.1.6 Sistemas de drenos profundos de segurana....................................................... 60 4.1.7 Valas de disposio final .................................................................................... 60 4.1.8 Sistemas de cobertura das valas.......................................................................... 62 4.1.9 Sistema de drenos profundos de Segurana ....................................................... 64
4.1.10 Sistema de tratamento de efluentes atual ............................................................ 65 4.1.11 Sistema de tratamento de efluentes futuro .......................................................... 70 4.1.12 Laboratrio de Anlises Qumicas ..................................................................... 73 4.1.13 Sistema de Drenagem de Lquidos Percolados................................................... 75 4.1.14 Prensagem de Filtros automotivos ...................................................................... 76
4.1.15 Setor de beneficiamento de Isopor ..................................................................... 76
4.1.16 Setor de Descontaminao de Lmpadas florescentes ....................................... 77
4.1.17 Sistema de Monitoramento Topogrfico ............................................................ 78 4.1.18 Local para limpeza e desinfeco de veculos e continers................................ 79 4.1.19 Setor de Administrao ...................................................................................... 80 4.1.20 Setor de Alimentao.......................................................................................... 81
4.2 Proposta de Metodologia para futura Implementao da NBR ISO 14.001 .............. 81 4.2.1 Planejamento ...................................................................................................... 82
4.2.2 Avaliao ambiental inicial ................................................................................ 82 4.2.3 Polticas do sistema de gesto ............................................................................ 84
4.2.4 Requisitos Legais ................................................................................................ 85 4.2.5 Identificao e Avaliao de aspectos e impactos ambientais ........................... 86
12
4.2.6 Fluxograma e Layouts ........................................................................................ 87 4.2.7 Elaborar objetivos e metas .................................................................................. 90
4.2.8 Implantao dos programas de Gesto Ambiental ............................................. 91 5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................ 97
5.1 Sugestes para trabalhos futuros ................................................................................ 98 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................... 99 ANEXOS/APNDICES ......................................................................................................... 106
Anexo 01 Licena de Operao FATMA ......................................................................... 107 Anexo 02 Lista de Verificao para Diagnstico Ambiental Inicia Sistemas de gesto Existentes ................................................................................................................................ 109 Apndice 03 Orientao a Planilha CLAP da NAC ............................................................ 116 Apndice 04 Levantamento de Aspectos e Impactos, Perigos e Riscos .............................. 121 Apndice 05- Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I ......................................................... 133
Apndice 06 Layout e Mapa de Risco Aterro Classe I........................................................ 134 Apndice 07 Layout e Mapa de Risco E.T.E ...................................................................... 135 Apndice 08 Gesto de Mudanas....................................................................................... 136 Apndice 09 Aes Corretivas e Preventivas ...................................................................... 144 Apndice 10- Controle de Documentos e Registros ............................................................... 149
Apndice 11 Plano de Auditoria Interna ............................................................................. 157
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas AVC Avaliao do Ciclo de Vida BSI British Santards Institution BVQI - Bureau Veritas Quality International
CETRIC Central de Tratamento de Resduos Slidos Industriais CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CB Controle Brasileiro CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica CTR Central de Tratamento de Resduos CV - Cavalo Vapor
DBO Demanda Bioqumica de Oxignio DNV- Risk Based Certification
DQO Demanda Qumica de Oxignio ETE Estao de Tratamento de Efluentes FATMA Fundao do Meio Ambiente de Santa Catarina FIESP Federao das Indstrias do Estado de So Paulo IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
LAO Licena Ambiental de Operao Km Quilmetros MMA Ministrio do Meio Ambiente NAC - Norma Ambiental e Consultoria e Treinamento LTDA
RSI Resduos Slidos Industriais RACP Relatrio de aes corretivas e preventivas PEAD Manta de Polietileno de Alta Densidade POAx Processo de Oxidao Avanada PCDA Plano do Check Act PGA Programa de Gesto Ambienta; SEBRAE Servio de Apoio as Micro e Pequenas Empresas SIG Sistema Integrado de Gesto SGA Sistemas de Gesto Ambiental SGS Empresa de Auditoria e Certificao UVC Radiao Ultra Violeta
14
1 INTRODUO
A sociedade moderna tem sofrido conseqncias desenfreadas em relao ao
crescimento predatrio das catstrofes naturais. Alteraes climticas, escassez dos recursos,
e vrios outros problemas que vem assolando a humanidade. Diante dessa situao, surge a
preocupao com o meio ambiente, a necessidade de conserv-lo, pois a importncia dos
recursos naturais fundamental para a sobrevivncia humana, principalmente ao considerar
que, apesar de todo o desenvolvimento tecnolgico at aqui alcanado, ainda no existem
condies que possibilitem a substituio dos elementos fornecidos pela natureza.
Aps a dcada de 70, o homem passou a tomar conscincia do fato de que as razes
dos problemas ambientais deveriam ser buscadas nas modalidades de desenvolvimento
econmico e tecnolgico e de que no seria possvel confront-los sem uma reflexo sobre o
padro de desenvolvimento adotado. Isso levou a humanidade a repensar a sua forma de
desenvolvimento, essencialmente calcada na degradao ambiental, e fez surgir uma
abordagem de desenvolvimento sob uma nova tica, conciliatria com a preservao
ambiental. Assim, surge o desenvolvimento sustentvel (FIORILLO, 2006; SEIFFERT,
2006).
Diante dos ltimos acontecimentos ambientais, vrios setores sociais foram
influenciados. Os governos assumiram uma postura mais adequada quanto legislao
ambiental, os consumidores passaram a dar preferncia a produtos ambientalmente corretos
na deciso de compra pelo produto, as empresas esto mais atentas as responsabilidades
ambientais.
Weber (1999) esclarece que um dos ltimos grupos a integrar a luta pela preservao
do meio ambiente e, talvez, o que traga resultados mais diretos em menos tempo, o setor
empresarial. Movidos pela exigncia de seus consumidores, inicialmente os europeus, as
empresa comeam a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos
ambientalmente corretos, e mais, deixar de comprar aqueles que contribuam para degradao
do Planeta. Alm disto, a presso popular atingiu tambm governos, que passaram a
estabelecer legislaes ambientais cada vez mais rgidas, ao fazer com que empresas tenham
que adequar seus processos industriais, com o uso de tecnologias mais limpas.
Todos esses fatores acabam por influenciar os setores produtivos, que viram a
forados adicionar a questo ambiental nas suas empresas, simultaneamente necessidade de
novas tcnicas administrativas voltadas ao gerenciamento dessas atividades, com preocupao
ambiental. Para tal fim, as organizaes tm investidos nos sistemas de gesto ambiental
(SGAs).
Como forma de demonstrar ao consumidor a preocupao da empresa com o meio
ambiente surgiu o Sistema de Gesto Ambiental. um sistema implantado na empresa onde a
mesma estabelece metas e cumpre requisitos ambientais dentro da empresa, sendo executado
desde o inicio das atividades at o final. Esses Sistemas de Gesto integrada tambm surgiram
como resposta a necessidades da empresa de uma forma racional e menos pesada para a
estrutura das organizaes.
Moreira (2001) comenta que ao implementar um Sistema de Gesto Ambiental SGA
como forma de gerenciamento das atividades organizacionais, deve-se lembrar que o
compromisso passa a ser permanente, pois exige uma mudana definitiva da antiga cultura e
das velhas prticas. Para tanto, imprescindvel a busca da melhoria contnua, princpio
fundamental de um SGA.
Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um SGA
possibilita ganhos de produtividade e qualidade, alm da satisfao das pessoas envolvidas
diretamente no processo, pois esses aprendem que sempre possvel fazer melhor e percebem
a evoluo da qualidade de seus servios. Atuar de maneira ambientalmente responsvel
ainda, hoje, um diferencial entre empresas, que as destacam no competitivo mercado, quanto
antes s empresas perceberem esta nova realidade maior ser a chance de se manterem
(ANDRADE et al., 2000).
Para que o SGA de uma empresa seja certificado e reconhecido em todo o mundo, ele
deve atender aos requisitos da norma ISO 14001. Esta norma tem por objetivo prover as
organizaes de elementos de um SGA eficaz, passvel de integrao com os demais objetivos
da organizao.
A norma NBR ISO 14001 estabelece requisitos para gerenciamento de sistemas de
gesto ambiental (SGAs) sem definir a forma e o grau que eles devem ter ou alcanar,
permitindo, portanto, que as empresas desenvolvam suas prprias solues para o
atendimento das exigncias da norma.
Seiffert (2006) comenta que a evoluo das iniciativas ambientais nas organizaes
trouxe a necessidade de a gesto ambiental ser tratada enquanto sistema. Um SGA 14001
tem entre seus elementos integrantes uma poltica ambiental, o estabelecimento de objetivos e
metas, o monitoramento e medio de sua eficcia, a correo de problemas associados
16
implantao do sistema, alm de sua anlise e reviso como forma de aperfeio-lo, o que
vem a melhorar o desempenho ambiental geral.
A idia de aperfeioamento central para a questo ambiental em sua abordagem
sistmica, tendo-se em mente a complexidade em que se encontra inserida, o que demanda
contnua adaptao aos novos elementos que surgem. Assim, o SGA apresenta-se como um
processo estruturado que possibilita a melhoria contnua num ritmo estabelecido pela
organizao de acordo com suas circunstncias, inclusive econmicas (FALANDO EM
QUALIDADE, 2004).
Devido exigncia de seus clientes e a sua preocupao por prticas mais limpas de
produo e por certificaes com reconhecimento internacional; do escasseamento dos
recursos naturais e meio ambiente a empresa CETRIC pretende adquirir a certificao IS0
14001. Esta norma ser esclarecida a partir de uma reviso bibliogrfica, sendo assim, esse
estudo ser caracterizado como exploratrio e descritivo. Salienta-se que este trabalho pode
proporcionar a disseminao das informaes inerentes ao processo de implantao de um
SGA, seguindo as orientaes da ISO 14001, para que empresas interessadas em obter a
certificao possam usar o estudo como um guia para implantar o seu prprio SGA. Cabe
ressaltar ainda, que apesar da relevncia do tema, existem poucas publicaes sobre o mesmo
enfocando a realidade brasileira.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivos Gerais
Este trabalho tem como objetivo geral, apresentar um plano para implantao de
sistemas de gesto ambiental com base na NBR ISO 14.001 na rea de destinao final dos
resduos coletados pela empresa.
1.1.2 Objetivos Especficos
Realizar o diagnstico ambiental da empresa;
Levantar dados sobre requisitos legais;
Elaborar um plano de Gesto Ambiental para empresa;
Elaborar um plano de Auditoria Interna;
Incentivar a aplicao da NBR ISO 14001 a empresa CETRIC atravs da
incorporao da qualidade ambiental.
18
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 NBR ISO 14.001
A criao da srie ISO 14000 foi baseada em uma norma britnica pertencente
British Santards Institution, a BSI 7750. A norma inglesa foi criada com o objetivo de adequar
as atividades das organizaes, sejam elas indstrias ou do setor de servios, a um maior
controle ambiental. (DE CICCO, 1994). Logo aps a publicao da BSI 7750, em 1992, a
International Organization for Standardization (ISO) deu incio a criao da ISO 14000, em
que foi elaborada por um Comit Tcnico, denominado de TC-207.
A International Organisation for Standardisation (ISO) uma federao de
organismos de normalizao de 130 pases, um por pas. A ISO uma organizao no
governamental e foi estabelecida em 1947. A sua misso consiste na promoo do
desenvolvimento da normalizao e atividades relacionadas, em todo o mundo, como
elemento facilitador das trocas comerciais de bens e servios, dentro dos princpios da
Organizao Mundial do Comrcio (APCER, 2003).
Quatro anos aps o incio das discusses teve sua primeira publicao, com a ISO
14001, norma referente aos requisitos necessrios a implantao de um SGA. Esta norma foi
revisada em 2004, sendo que as modificaes realizadas buscaram estabelecer um maior
esclarecimento dos requisitos.
Como a ISO 9000 serviu para atestar que as organizaes, possuidoras da certificao,
possuam suas atividades desenvolvidas por meio de um sistema de qualidade total a ISO
14001 tornou-se a norma utilizada para que as empresas pudessem implantar um sistema de
gesto ambiental e demonstrar, por meio, da certificao que esto em conformidade com o
controle de suas aes perante a natureza. Porm as normas da ISO 14000 no tratam apenas
do sistema de gesto, as empresas podem optar por avaliarem o ciclo de vida de um
determinado produto, sistema esse conhecido como AVC (avaliao do ciclo de vida).
(ARAUJO, 2001)
As normas da srie ISO 14000 podem ser agrupadas, genericamente, em dois grandes
grupos: aquelas orientadas para processos (organizaes) e aquelas orientadas para produtos,
como pode ser verificado na Figura 1 (TIBOR; FELDMAN, 1996).
Fonte: Tibor e Feldman (1996).
Figura 01: Diviso das normas ISO 14000 em normas orientadas para produtos e para
processos.
No Quadro 1 esto apresentadas todas as normas da srie ISO 14000 traduzidas pelo
comit brasileiro de gesto ambiental, o ABNT/CB-38, at o momento, utilizando como
fontes Lemos (2004) e o stio do ABNT/CB-38 (ABNT/CB-38, 2006). As normas esto divi-
didas por assunto especfico, de acordo com o subcomit responsvel por sua traduo.
Quadro 01: As normas NBR-ISO publicadas at o momento.
Subcomit da ABNT/CB-38 Norma NBR-ISO
SC 01 Sistemas de gesto ambiental NBR-ISO 140001:2004. Sistemas de gesto
ambiental requisitos com orientao para
uso.
NBR-ISO 14004. Sistemas de gesto
ambiental diretrizes gerais sobre princpios,
sistemas e tcnicas de apoio.
SC 02 Auditorias ambientais NBR-ISO 14015. Sistemas de gesto
ambiental avaliaes ambientais de
localidades organizaes.
NBR-ISO 19011. Diretrizes para auditorias
de qualidade ambiental.
SC 03 Rotulagem Ambiental NBR-ISO 14021. Auto declaraes
ambientais (rtulo ambiental tipo II).
NBR-IS0 14024. Rotulo ambiental tipo I (de
20
terceira parte).
SC 04 Avaliao de desempenho ambiental NBR- ISO 14031. Avaliao de desempenho
ambiental diretrizes
SC 05 Avaliao do ciclo de vida NBR-ISO 14040. Avaliao do ciclo de vida
princpios e estrutura.
NBR-ISO14041. Avaliao do ciclo de vida
definio do escopo e anlise do inventrio.
NBR-ISO14042. Avaliao do ciclo de vida
avaliao do impacto do ciclo de vida.
NBR-ISO 14043. Avaliao do ciclo de vida
interpretao do ciclo de vida.
SC 06 Termos e definio NBR-ISO 14050. Rev. L. Termos e
definies.
SC 07 Aspectos ambientais ao projeto e
desenvolvimento de produtos (ecodesign)
NBR- ISO TR 14062. um relatrio tcnico,
com o mesmo titulo do subcomit.
Fontes: Lemos (2004) e ABNT/CB-38 (2006).
De acordo com Lemos (2004), a ABNT criou o comit brasileiro de gesto ambiental
(ABNT/CB-38), em abril de 1999, com estrutura bem semelhante do comit tcnico de
gesto ambiental da ISO (ISO/TC 207). O papel do ABNT/CB-38 participar das reunies
internacionais de desenvolvimento das normas da ISO, representando os interesses brasileiros,
principalmente das grandes empresas, alm de traduzir as normas publicadas pela ISO,
publicando as normas NBR-ISO.
A estrutura da norma ISO 14001:2004 segue da seguinte forma: introduo; objetivo;
referncias normativas; termos e definies; requisitos do sistema de gesto ambiental
(requisitos gerais, poltica ambiental, planejamento, implantao e operao, verificao e
ao corretiva, e anlise crtica pela administrao); e orientaes para o uso da norma (ISO,
2004). Seus principais elementos so representados pela espiral apresentada na Figura 1.
Figura 02: Principais elementos da NBR ISO 14001:2004.
FONTE: NBR ISO 14001:2004
Segundo Marshall et al, (2007) a Norma ISO 14.001 considera que a sua implementao e
operao se realizam por vrios meios, assim como o seu monitoramento e medio realizam
por vrios intermdios.
Um ponto chave da norma ISO 14001:2004 a melhoria contnua dos processos e
produtos da organizao. Uma diferenciao que deve ser feita para se atingir bons resultados
em termos de melhoria contnua entre melhoria ttica (nvel operacional) e estratgica (nvel
de sistema). Particularmente, a ltima assume grande importncia e requer elaboraes em
termos de indicadores de desempenho de processo/operacional e indicadores de desempenho
estratgico/gerencial, pois implicam maiores nveis de ambio ambiental, posto que
enfatizem no somente os processos internos da organizao, mas tambm questes
fundamentais, tais como: anlise de ciclo de vida, desenvolvimento de produtos orientados ao
meio ambiente e requisitos dos fornecedores (BROUWER; KOPPEN, 2007).
22
Gavronski et al. (2007) tambm caracterizam quatro dimenses de benefcios: benefcios
de produtividade (melhoria nas perspectivas das operaes), benefcios financeiros
(economias advindas da maior eficincia dos processos), benefcios relacionados sociedade
(relacionamento com stakeholders externos - governo e sociedade) e benefcios de marketing
(relacionamento com stakeholders de comrcio - clientes, competidores e fornecedores). Com
relao a estas questes, destaca-se o grande papel dos stakeholders (partes interessadas nas
atividades da organizao), tambm reportado por Zutshi e Sohal (2004).
No tocante gesto ambiental privada, a famlia de normas ISO 14000 fornece s
organizaes ferramentas de gerenciamento para o controle de seus aspectos ambientais e
para a melhoria de seu desempenho ambiental (ISO, 2002). Juntas, essas ferramentas podem
oferecer diversos benefcios econmicos, que esto associados a benefcios ambientais.
Segundo a ISO, estes benefcios incluem: reduo no uso de matrias-primas; reduo no
consumo de energia; melhoria da eficincia do processo; reduo da gerao de rejeitos e de
custos de disposio; e melhoria do gerenciamento de rejeitos, utilizando processos como a
reciclagem e a incinerao para tratar resduos slidos ou utilizando tcnicas mais eficientes
para o tratamento de efluentes lquidos.
A adequao ambiental de seus processos e produtos, atualmente, um diferencial
importante para as organizaes de todos os tipos e tamanhos obterem vantagens competitivas
no mercado domstico, e tambm imprescindvel para as organizaes que almejam atingir
o mercado internacional. A comprovao de que uma empresa possui um gerenciamento
ambiental correto se d atravs da certificao em conformidade com a norma ISO
14001:2004, que a nica norma da srie ISO 14000 certificvel e que diz respeito ao sistema
de gesto ambiental (SGA) da organizao, sendo este ltimo a parte de seu sistema global de
gerenciamento usada para desenvolver e implementar sua poltica ambiental e para manejar
seus aspectos ambientais (DANSK STANDARD, 2000 apud JORGENSEN et al., 2006).
Entretanto, os custos para adoo da norma ISO 14001 so similares queles para adoo
da norma ISO 9000 de gesto da qualidade, como reportado por Miles et al. (1997). Os altos
custos relacionados implementao da norma ISO 14001 podem, de fato, tornar-se uma
barreira para a entrada de muitas pequenas empresas. Entretanto, esses altos custos podem
deixar de ser uma barreira na medida em que a empresa comece com um sistema de gesto
ambiental bsico, gradualmente transformando-o em um Sistema mais sofisticado (TIBOR;
FELDMAN, 1996 apud MILES et al., 1997).
Por meio de uma anlise das empresas certificadas no Brasil, quando este alcanou a
marca de 2000 certificaes (REVISTA MEIO AMBIENTE INDUSTRIAL, maio/junho de
2005), observa-se que a grande maioria delas de mdio ou grande porte. Isso indica uma
dificuldade das pequenas empresas em obter o certificado de sistema de gesto ambiental,
provavelmente devido aos custos inerentes sua implantao.
No entanto, com o passar dos anos, esta tendncia vem mudando, posto que grandes
empresas como a Petrobras esto sugerindo aos seus fornecedores que se certifiquem,
conforme reportado por Lemos (2004).
Aps a adequao da empresa nas normas para certificao da ISO 14001 o Inmetro o
organismo acreditador brasileiro, ou seja, a instituio responsvel por credenciar as
empresas responsveis pela emisso dos certificados ISO 14001.
A norma NBR ISO 14.001: 2004 enfatizam que o sucesso do sistema depende do
comprometimento de todos os nveis e funes e especialmente da Alta Administrao. Um
sistema deste tipo permite a uma organizao desenvolver uma poltica ambiental, estabelecer
objetivos e processos para atingir os comprometimentos da poltica, agir, conforme
necessrio, para melhorar seu desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os
requisitos desta Norma. A finalidade geral desta Norma equilibrar a proteo ambiental e a
preveno de poluio com as necessidades socioeconmicas.
2.2 Os fatores que motivam a implantao de um SGA ISO 14.001
A deciso de implantao de um SGA na empresa voluntria, um fato que gera
muitas dvidas de quais seriam os indicadores que levam a organizao por optar por esse
sistema. Atualmente considerado por uma razo bem clara que as empresas que incluam a
questo ambiental em seu planejamento administrativo, conseguem uma vantagem real sobre
as demais e um mercado cada vez mais competitivo.
Quando as organizaes decidem implantar o seu SGA, elas no esto visando apenas
os benefcios financeiros - economia de matria-prima, eficincia na produo e marketing.
Esto tambm, estimando os riscos de no gerenciar adequadamente seus aspectos ambientais
- acidentes, descumprimento da legislao ambiental, incapacidade de obter crdito bancrio e
24
outros investimentos de capitais, alm da perda de mercados por incapacidade competitiva
(SEBRAE, 2004).
Morrow e Rondinelli (2002) realizaram um trabalho onde pesquisaram estudos de caso
que apresentavam entrevistas com administradores acerca das motivaes que os levaram a
adotar um SGA; a essa reviso adicionaram um estudo de caso realizado por eles,
investigando as mesmas motivaes em indstrias alems de energia e gs. Os fatores
apontados no estudo so os mesmos apontados no restante da literatura, a saber:
Melhoria no desempenho ambiental, o que possibilita uma postura mais proativa, em
vez de apenas reativa, permitindo antever problemas antes que eles aconteam. Um
SGA eficaz auxilia tambm a identificar possibilidades de melhoria no processo
produtivo, que de outra forma, poderiam passar despercebidos.
Aumento da competitividade, proporcionado pela conquista de novos mercados e
pelos investimentos possibilitados graas ao excedente de recursos advindos da
economia de insumos e energia e da diminuio de desperdcios que um SGA
proporciona. Outra vantagem se apresenta na forma de aumento de credibilidade
frente aos investidores, devido ao aumento da confiabilidade e segurana ambiental
demonstrada atravs de seu SGA; tal fator permite maiores investimentos e
crescimento da organizao.
Destaca-se aqui, que alm de economizar, a empresa pode ainda obter lucros; graas s
chamadas eco-inovao, onde resduos do processo produtivo passam a se tornar produtos
passveis de gerar renda com sua venda para outras indstrias (DAROIT e NASCIMENTO,
2000).
Melhoria da imagem pblica, resultando em conquista de novos mercados, com consumidores
cada vez mais exigentes quanto qualidade ambiental dos produtos. Outro resultado a
atrao de mais investimentos, com maiores facilidades de se obter crdito. Alm dessas
questes, a melhoria da imagem institucional facilita o relacionamento com os respectivos
rgos reguladores e fiscalizadores.
Facilidade de lidar com as questes legais. Um dos requisitos para a certificao ISO 14001 de
um SGA o cumprimento de todos os requisitos legais, de forma que um SGA bem
estruturado facilita que a empresa esteja em conformidade nesta questo.
Os fatores apresentados ajudam a entender porque cada vez mais empresas buscam
implantar um SGA e certific-lo. Devido globalizao, os mercados tornaram-se
acirradamente competitivos e h cada vez menos espao para empresas que no busquem a
inovao de suas prticas gerenciais. Atualmente, qualquer detalhe pode ser um diferencial
mercadolgico importante, pois muitos fatores se incorporaram ao conceito de qualidade.Os
consumidores modernos esto cada vez mais atentos e informados sobre questes referentes
responsabilidade social das empresas que produzem seus produtos alvo. Questes de tica e
correo se incorporam crescentemente aos padres de consumo vigentes, estando na moda o
politicamente correto e o chamado consumo consciente. (MICHELE DAS GRAAS
PACHECO FARIAS, 2008).
Especificamente, o processo de implantao de um sistema de gesto ambiental
(SGA), baseado na ISO 14001, exige, dos envolvidos, a aquisio de conhecimentos, a
aprendizagem de novos procedimentos e a re-aprendizagem de antigos hbitos, que
incorporem a varivel ambiental nos processos da organizao. Ferreira et al. (2003) afirmam
ainda que na tarefa de adaptar as empresas s presses ambientais externas, os gestores, em
geral, enfrentam os desafios inerentes a um processo de mudana organizacional.
2.3 Fases de implantao de um SGA ISO 14.001
Para Seiffert (2007), o grande desafio para a implantao de SGAs estabelecer um
fundamento metodolgico que sirva de suporte ao seu desenvolvimento e, principalmente,
implantao e manuteno. Tendo em vista as dificuldades de pequenas e mdias empresas, a
autora prope um sistema de implantao cooperativa, onde as empresas participantes
reunissem recursos financeiros e compartilhassem os gastos e os benefcios na implantao do
sistema, o que ajudaria a reduzir os custos para organizaes com este perfil.
Nesse item sero apresentadas as s fases de implantao de um SGA ISO 14001, que
sero as seguintes: planejamento, implantao, verificao, aes corretivas e preventivas e
reviso crtica.
2.3.1 Fase de planejamento
importante frisar que problemas ocorridos nesta fase podem inviabilizar a
implantao do SGA. Portanto, ateno especial deve ser dada a este primeiro passo.
26
Este subsistema envolve as determinantes legais relacionadas questo ambiental na
implantao de um SGA (SEIFFERT, 2007). Como determina a norma ISO 14001, a
organizao deve estabelecer e manter procedimentos para identificar e ter acesso legislao
e outros requisitos por ela subscritos aplicveis aos aspectos ambientais de suas atividades,
produtos e servios (NBR ISO 14001:2004).
A norma de orientao NBR ISO 14004:1996 sugere algumas perguntas que devero
dar suporte empresa no momento da concepo deste subsistema:
1. Como a organizao acessa e identifica os requisitos legais e outros requisitos
aplicveis?
2. Como a organizao acompanha os requisitos legais e outros requisitos?
3. Como a organizao acompanha as alteraes nos requisitos legais e outros requisitos?
4. Como a organizao comunica informaes pertinentes ao seu pessoal, no tocante aos
requisitos legais e outros requisitos?
A discusso em torno dessas questes permite identificar fontes de dados de informaes,
bem como estabelecer a forma como elas sero processadas e resultaro em informaes para
os outros subsistemas do SGA. Trata-se de um subsistema que deve atuar no sentido de
identificar, caracterizar e coletar as informaes constantes dos requisitos legais,
disseminando-a entre os agentes responsveis e interessados envolvidos com o SGA
(SEIFFERT, 2007).
De acordo com Cajazeira (1998), deve-se inicialmente recuperar toda a documentao
envolvida na obteno do ciclo de licenas ambientais localizao, implantao e operao.
Ainda segundo o autor, no caso da licena de operao, cada condicionante deve ser
rigorosamente checada. Toda a correspondncia entre o rgo ambiental e a empresa deve ser
resgatada.
Depois que toda a documentao referente s licenas estiver disponvel, hora de se
preocupar com a legislao relativa s suas atividades (CAJAZEIRA, 1998). importante
salientar que todos os nveis de legislao devem ser observados municipal, estadual,
federal e internacional, se for o caso. Alm desses requisitos, a empresa dever observar
tambm cdigos industriais, normas voluntrias e compromissos contratuais (SEIFFERT,
2007).
Pode-se ressaltar que essa uma das fases mais importante do processo para a obteno da
certificao da ISO, pois precisa de profissionais com conhecimentos ambientais quanto de
legislaes que so raros e caros no mercado.
Seiffert (2007) aponta uma alternativa a este empecilho, que a compra de uma base de
dados especfica sobre legislao ambiental. Sobre esta base, o departamento jurdico da
empresa ou a assessoria externa realiza uma primeira triagem dos itens legais relevantes. Em
seguida, os profissionais da rea de meio ambiente fazem uma anlise mais apurada, em
funo das peculiaridades da empresa. Depois destas anlises, as informaes devem ser
incorporadas a um cadastro de requisitos legais e outros. importante ressaltar que este
cadastro deve ser constantemente revisto e atualizado.
2.3.2 Avaliao de aspectos e impactos ambientais
A NBR ISO 14001:2004 define aspecto ambiental como: elemento das atividades ou
produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o meio ambiente (NBR
ISO 14001:2004).
A referida norma tambm conceitua impacto ambiental como: Qualquer modificao
do meio ambiente, adversa ou benfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos
ambientais da organizao (NBR ISO 14001:2004).
A identificao dos aspectos ambientais associados a atividades, processos e produtos
uma das etapas mais importantes da implementao de um SGA (TIBOR apud SEIFFERT,
2007). A adequada implementao deste subsistema particularmente crtica para a
implantao de um SGA, porque determinar sua abrangncia e robustez (SEIFFERT, 2007).
De acordo com o Guia de Implantao de SGA publicado pela EPA (2000), o trabalho nesta
fase envolve a reunio e organizao das informaes sobre as atividades da empresa. A
informao reunida deve abranger quatro tpicos:
Mapeamento dos processos e atividades da empresa;
Identificar as entradas e sadas para cada atividade, em todos os passos do processo;
Identificar os aspectos ambientais associados em cada entrada e sada do processo;
Identificar os requisitos legais e outros.
A mesma publicao destaca que o processo de identificao dos aspectos ambientais se
desenvolve de forma mais satisfatria se forem formados grupos de discusso com todos os
empregados da organizao, o que permite um melhor comprometimento dos mesmos e a
28
considerao de diferentes perspectivas na observao dos aspectos ambientais presentes nas
atividades da empresa.
2.3.3 Elaborao da poltica ambiental
Este subsistema relaciona-se ao estabelecimento de parmetros que orientem a gesto
ambiental da organizao. A poltica da organizao entendida como um conjunto de
intenes sobre determinado assunto (SEIFFERT, 2007).
Segundo Cajazeira (1998), a formao da poltica ambiental vem sendo historicamente
um item normativo ainda delegado ao carter emprico das organizaes. Geralmente forma-
se um grupo de pessoas que, baseadas em polticas de outras empresas, elaboram um texto
quase sempre formado por frases de efeito, que no entanto, pouco tem a ver com as prticas e
anseios da organizao.
De acordo com Assumpo (2004), a poltica ambiental a fora motriz para
implementao e aprimoramento do SGA de uma organizao, permitindo que seu
desempenho ambiental seja mantido e aperfeioado. A norma recomenda que o contexto da
poltica declarada reflita realmente o comprometimento da alta administrao com o
atendimento dos requisitos legais e com os outros que a empresa subscreve (ASSUMPO,
2004). Ainda segundo o autor, a poltica ambiental constitui a base sobre a qual a organizao
estabelece seus objetivos e metas. recomendado que a redao da poltica seja
suficientemente clara, para que o entendimento de todas as partes interessadas seja
inequvoco.
2.3.4 Elaborando os objetivos e as metas
Este subsistema caracteriza-se por buscar a elaborao e manuteno de objetivos e
metas claramente definidos e mensurveis. Os objetivos e as metas devem estar relacionados
a cada nvel e funo organizacional que guarde alguma relao com a questo ambiental, os
quais devem ser pautados pela poltica ambiental, estabelecendo desta forma a juno das
diretrizes operacionais com a orientao geral dada gesto ambiental. Esta vinculao entre
objetivos, metas e poltica deve buscar um comprometimento da organizao com o controle,
a melhoria e a eliminao dos impactos ambientais adversos (SEIFFERT, 2007).
Objetivos ambientais so os propsitos, determinados pela organizao, com relao
aos seus aspectos e impactos ambientais significativos e ao atendimento aos requisitos legais,
luz da poltica ambiental estabelecida e tendo em vista as opes tecnolgicas e os recursos
humanos, materiais e financeiros disponveis (FIESP, 2007).
Metas ambientais so os resultados esperados e, sempre que possvel, determinados ou
estimados de modo quantitativo, quanto ao atendimento dos objetivos definidos no mbito do
SGA da organizao. As metas devem ter a capacidade de indicar claramente se os objetivos
foram alcanados ou no. Ao final, o atendimento s metas estabelecidas levar s concluses
sobre a melhoria do desempenho ambiental da organizao, demonstrando se o SGA est
operando satisfatoriamente (FIESP, 2007).
De acordo com Seiffert (2007), importante ter em mente que existe um inter-
relacionamento marcante entre este subsistema e os subsistemas Programas de Gesto
Ambiental, Aspectos/Impactos Ambientais e Requisitos legais. Ainda segundo a autora, a
elaborao de objetivos e metas pela organizao e sua materializao atravs dos Programas
de Gesto Ambiental representam uma forma de gerenciamento de aspectos ambientais
significativos que apresentam uma importncia estratgica para a mesma.
Para o alcance dos objetivos e metas, a organizao deve estabelecer Programas de
Gesto ambiental que incluam: a atribuio de responsabilidades para atingir os objetivos e
metas em cada funo e nvel pertinente da organizao e, os meios e o prazo no quais estes
devem ser atingidos (ASSUMPO, 2004).
2.3.5 Implantao dos Programas de Gesto Ambiental
O estabelecimento de uma forma sistematizada para o alcance de metas e objetivos
ambientais responsabilidade do subsistema Programa de Gesto Ambiental (PGA). Neste
subsistema, so estabelecidos atribuies, responsabilidades, indicadores e recursos para o
alcance de metas e objetivos ambientais. Desta forma, o PGA trata do estabelecimento formal
das linhas de ao que a empresa ir desenvolver (SEIFFERT, 2007).
30
A FIESP (2007) recomenda que deve-se sempre associar as atividades e os parmetros
dos programas com os objetivos e metas, por sua vez associados aos aspectos e impactos
ambientais significativos que se pretende tratar e reduzir.
2.3.5.1 Fase de implantao
A definio da estrutura e das responsabilidades relacionadas ao SGA encontra-se
diretamente relacionada implementao e operacionalizao do sistema. A partir de seu
estabelecimento, torna-se possvel seu desenvolvimento e continuidade da implantao do
SGA. Isso decorre do fato de que passa a existir uma definio de atribuies permanentes
para os vrios sujeitos envolvidos, bem como a coordenao de seus esforos frente ao
aparato desenvolvido para a gesto ambiental na organizao (SEIFFERT, 2007).
A FIESP publicou em 2007 uma espcie de roteiro de orientao, que entre outras coisas,
trata da implantao do SGA. Neste manual, a fase de implementao e operao descrita
em tpicos, como exposto a seguir.
1. Indicao de representante da alta administrao para assegurar o estabelecimento, a
implementao e a manuteno do SGA, alm de relatar o desempenho ambiental alcanado e
fazer recomendaes de melhoria. A atribuio de sua funo, juntamente com suas
responsabilidades, dever ser documentada e comunicada internamente e s partes
interessadas, constando inclusive no organograma da empresa.
2. Alocao de recursos humanos, formao ou aquisio de profissionais com habilidades
especializadas ou, ainda, a contratao de servios especializados, se for o caso, para
implementar os programas ambientais, essncia do SGA. Este comprometimento da alta
organizao dever estar expresso, documentado e comunicado, internamente e s partes
interessadas.
3. Atribuio de responsabilidades, autoridades e funes, para implementao e manuteno do
SGA, a serem claramente definidas dentro do organograma da organizao, sendo
documentadas e comunicadas.
4. Criao ou disponibilizao de infra-estrutura e aquisio de tecnologia e disponibilizao de
recursos financeiros, para a execuo dos programas ambientais e para atender aos requisitos
da norma ISO 14001, nesta fase.
5. Identificao da necessidade e provimento de treinamento e conscientizao de todos na
organizao e tambm daqueles que a representem, formando competncias para
implementao e manuteno do SGA.
6. Definio, implementao e documentao de procedimentos para que todas as pessoas que
trabalhem na organizao e atuem em seu nome tenham conscincia de que e do porque:
a) importante estar em conformidade com a poltica ambiental e com os requisitos do
SGA da organizao;
b) A melhoria do desempenho pessoal traz benefcios ambientais e cada funo est
potencialmente associada a aspectos ambientais significativos e seus respectivos
impactos;
c) Suas funes e responsabilidades, atribudas pela administrao, implicam ficar em
conformidade com os requisitos do SGA;
d) A no observncia de procedimentos especificados para sua funo, no mbito do SGA,
pode trazer conseqncias.
7. Identificao, planejamento e definio de procedimentos documentados daquelas
operaes da organizao que estejam associadas aos aspectos e impactos ambientais
significativos, de modo a implementar controle operacional como elemento do SGA,
diminuindo a possibilidade de ocorrncia de desvios em relao poltica, aos
objetivos e s metas ambientais. Estes procedimentos devem ser definidos tambm
para produtos e servios fornecidos organizao, comunicando a necessidade de
cumprimento dos requisitos de controle de certas operaes, aos fornecedores e
prestadores de servios.
8. Estabelecimento, implementao e manuteno de procedimentos documentados para
identificar, prever e responder a reais e potenciais situaes de emergncia e acidentes,
relacionados aos seus aspectos e impactos ambientais significativos. A resposta deve
envolver aes de preveno ou mitigao de impactos ambientais adversos. A
organizao deve periodicamente analisar e rever procedimentos, alm de realizar
testes e simulaes de acidentes e simulaes de emergncia.
9. Determinao, implementao e documentao de procedimentos para comunicao
interna e s partes interessadas, sobre os aspectos ambientais e o SGA da organizao,
e deciso documentada sobre se e como a organizao vai providenciar a comunicao
externa, ao pblico em geral.
32
10. Muitos dos requisitos anteriores de planejamento, implementao e operao do SGA
necessitam ser documentados, tendo este termo aparecido onde a documentao , de
fato, um requisito. No se pode esquecer que a importncia da documentao no caso
do SGA no tem apenas funo burocrtica e/ou de permitir auditoria e certificao. A
documentao de, no mnimo, a) a poltica ambiental, os objetivos e as metas
ambientais da organizao e, em conseqncia, de seus programas ambientais; b) o
escopo do SGA; c) todos os requisitos exigidos pela norma, tais como os requisitos
legais e outros requisitos, subscritos pela organizao; d) os programas de treinamento
e conscientizao; e) as simulaes para atendimento e resposta a situaes de
emergncia, envolvendo aspectos e impactos ambientais significativos; f) os registros
especficos, importantes principalmente na fase de verificao de tudo aquilo que a
organizao entende como importante para planejar, operar e controlar processos
relativos aos seus aspectos ambientais significativos.
11. A documentao deve ser controlada, ou seja, planejada, analisada, aprovada, revista e
aprovada novamente, sempre que necessrio, de modo a evitar a incorreta
implementao, manuteno, verificao e reviso dos elementos do SGA, por causa
de desatualizao, obsolescncia, erro de aplicao ou inadequao ao objetivo a que
se prope, entre outros problemas.
2.3.5.2 Fase de verificao e aes corretivas e preventivas
Realizao de monitoramento e medies
Esse subsistema envolve o estabelecimento e a manuteno de procedimentos
documentados para monitorar e medir, periodicamente, as caractersticas principais das
operaes e atividades de uma organizao que possam ter um impacto significativo sobre o
meio ambiente. Tais procedimentos incluem o registro de informaes para acompanhar o
desempenho, controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas da
empresa (SEIFFERT, 2007).
A organizao deve assegurar que equipamentos de monitoramento e medio
calibrados ou verificados sejam utilizados e mantidos, devendo-se reter os registros
associados (ASSUMPO, 2004).
Para Seiffert (2007), o processo de medio uma forma de avaliao do desempenho
ambiental essencial para o SGA. A idia bsica que, sem uma medio efetiva de
desempenho com base em parmetros objetivos, no possvel melhor-lo. Segundo esta
autora, a medio e o monitoramento estabelecem a estrutura para a gesto, no sentido de que
uma empresa s pode gerenciar eficazmente aquilo que pode medir.
Devero ser monitorados em uma escala de prioridades os aspectos ambientais que se
referem a parmetros de desempenho que esto associados a requisitos legais. A partir do
momento em que o desempenho ambiental da empresa vai melhorando em relao a esses
parmetros de monitoramento, posteriormente outros podem ser eleitos visando ao
comprometimento com a melhoria contnua. Assim, podem ser monitorados tanto parmetros
associados a controles operacionais, como aos objetivos e metas estabelecidos. Nesse caso,
tais parmetros passam a ser indicadores de desempenho ambiental (SEIFFERT, 2007).
No conformidade e ao Corretiva/Preventiva
A NBR ISO 14001:2004 determina que a organizao deve estabelecer, implementar e
manter procedimentos para tratar as no conformidades reais e potenciais, e para executar
aes corretivas e preventivas. Os procedimentos devem definir requisitos para:
a) Identificar e corrigir no conformidades e executar aes para mitigar seus impactos
ambientais;
b) Investigar no conformidades, determinar suas causas e executar aes para evitar sua
repetio;
c) Avaliar a necessidade de aes para prevenir no conformidades e implementar aes
apropriadas para evitar sua ocorrncia;
d) Registrar os resultados das aes corretivas e preventivas executadas;
e) Analisar a eficcia das aes corretivas e preventivas executadas.
A organizao deve assegurar que sejam feitas as mudanas necessrias na documentao
do SGA.
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Na maioria das organizaes, as aes corretivas associadas ao sistema da qualidade,
normalmente so discutidas por um grupo que se rene semanalmente. Para aes corretivas
de cunho ambiental isso no adequado. O potencial de risco legal e outras responsabilidades
requerem uma resposta mais rpida. Geralmente, os responsveis da rea de qualidade no
tm conhecimento e autonomia para assumir a responsabilidade por aes corretivas
associadas ao SGA sem um apoio especfico de tcnicos da rea ambiental (SEIFFERT,
2007).
As fontes de identificao de no conformidades podem ser o monitoramento ambiental,
as auditorias, as sugestes de funcionrios, as reclamaes procedentes de partes
interessadas, etc. (ASSUMPO, 2004).
Estabelecimento do controle de registros
O subsistema que compe os registros ambientais possibilita organizao estabelecer
e manter procedimentos para a identificao, manuteno e eliminao de registros
ambientais. Os registros devem incluir dados de treinamentos, resultados de auditorias e
anlises crticas. O formato dos registros ambientais deve ser legvel e identificado, de modo a
possibilitar o rastreamento de atividades, produtos ou servios. Os registros devem ser
arquivados e mantidos de maneira que permita seu rpido acesso, tambm sendo protegidos
contra avarias, deterioraes ou perdas, sendo seu perodo de reteno preestabelecido e
registrado. Esse subsistema pode ser atendido plenamente pelo procedimento que j atende
aos requisitos da ISO 9001 sem nenhuma alterao (SEIFFERT, 2007).
Definio da sistemtica de auditoria do SGA
Outro subsistema que deve compor o SGA aquele encarregado de suas auditorias.
Este subsistema visa estabelecer e manter programas e procedimentos de auditorias
peridicas. Busca-se determinar se o SGA est em conformidade com as diretrizes
estabelecidas para a gesto ambiental, bem como as da norma ISO 14001, alm de verificar
sua efetiva implantao e manuteno (SEIFFERT, 2007).
De acordo com Cajazeira (1998), as auditorias podem ser classificadas como:
a) De primeira parte quando a auditoria executada pela prpria organizao.
b) De segunda parte quando a auditoria realizada por uma organizao sobre a outra
com propsitos prprios, caso tpico de auditoria de fornecedores.
c) De terceira parte quando uma organizao independente efetua a auditoria sobre
outra organizao. So tipicamente as auditorias de certificao, efetuadas pelo BVQI,
ABS, DNV, SGS, entre outras.
O autor tambm classifica as auditorias segundo o tipo, a saber:
a) De adequao determina a extenso da adequao de um sistema documentado,
representado por um manual e procedimentos, frente aos requisitos da norma em
questo.
b) De conformidade determina a extenso pelo qual um sistema documentado
entendido, implantado e observado por uma organizao. Neste tipo de auditoria, o
auditor procura pela conformidade entre o arranjo estabelecido e a implantao do
arranjo organizacional.
c) De produto, projeto e processo uma auditoria vertical que observa o sistema
produtivo de um produto especfico ou servio.
Para Donaire (1999), a auditoria ambiental um fator importante para uma efetiva poltica
de minimizao dos impactos ambientais das empresas e de reduo de seus nveis de
poluio. Ainda segundo o autor, sua execuo constitui-se num critrio essencial para que
investidores e acionistas possam avaliar o passivo ambiental da empresa e fazer sua projeo
para sua situao no longo prazo.
Realizao da reviso crtica pela alta administrao
Para a administrao desse elemento da norma, sugere-se montar um manual contendo
todas as informaes sobre o gerenciamento dos aspectos ambientais da unidade. Nele,
podem-se registrar o andamento e as evolues ocorridas com os aspectos ambientais. Esse
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manual deve ser atualizado periodicamente e levado para conhecimento da alta administrao
(ASSUMPO, 2004).
De acordo com Seiffert (2007), as reunies de anlise crtica devem ocorrer
mensalmente, pelo menos durante a fase de implantao, para discusso das condies de
implantao do SGA, avaliao dos pontos fracos e proposio de medidas visando soluo
dos problemas detectados. Essas reunies so particularmente importantes aps a realizao
das auditorias, onde as constataes do relatrio de auditoria sero discutidas e propostas as
solues, visando a melhoria contnua.
2.4 Resduos Slidos Industriais
De acordo com a Norma Brasileira NBR 10.004, da Associao Brasileiras de
Normas Tcnicas ABNT (2004), resduos slidos so aqueles que se encontram nos estados
slidos e semi-slidos, resultantes de atividade industrial, domstica, hospitalar, comercial,
agrcola, de servios e de varrio. Esta definio inclui, ainda, os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de gua, os gerados em equipamentos e instalaes de controle de
poluio e lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica
de esgotos ou corpos de gua, ou exijam para isso intervenes tcnicas e economicamente
viveis em razo da melhor tecnologia disponvel.
O lixo gerado pelas atividades agrcolas e industriais tecnicamente conhecido como
resduo e os geradores so obrigados a cuidar do gerenciamento, transporte, tratamento e
destinao final de seus resduos, e essa responsabilidade para sempre. O lixo domstico
apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido. A indstria responsvel por grande
quantidade de resduo sobras de carvo mineral, refugos da indstria metalrgica, resduo
qumico e gs e fumaa lanados pelas chamins das fbricas.
NAUMOFF & PERES (2000) cita que os resduos slidos so originados das atividades
dos diversos ramos da indstria, tais como metalrgica, qumica, petroqumica, papeleira,
alimentcia etc, sendo bastante variados, podendo ser representados por cinzas, lodos, leos,
resduos alcalinos ou cidos, plsticos, papis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escrias,
vidros e cermicas, dentre outros.
Quanto classificao dos resduos slidos, se d pela ABNT NBR 10004:2004
(BRASIL, 2004), que trata dos resduos slidos (classificao), classificando-os quanto aos
seus riscos potenciais ao meio ambiente e sade pblica, indicando quais deles devem ter
manuseio e destinao mais rigidamente controlados por mtodos que sejam eficazes para
diminuir ou eliminar sua periculosidade.
A classificao dos resduos envolve a identificao do processo ou atividade que lhes
deu origem e de seus constituintes e caractersticas e a comparao destes constituintes com
listagens de resduos e substncias cujo impacto sade e ao meio ambiente seja conhecido.
A identificao dos constituintes a serem avaliados na caracterizao do resduo deve ser
criteriosa e estabelecida de acordo com as matrias primas, insumos e o processo que lhe deu
origem (PINTO, 2004). Segundo a ABNT NBR 10004:2004, os resduos so classificados em
dois grupos Perigosos e No perigosos, sendo ainda este ltimo grupo subdividido em
resduos No inertes e Inertes:
Classe I ou Perigosos - So aqueles que, em funo se suas caractersticas intrnsecas de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam
riscos sade pblica atravs do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda
provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma
inadequada.
Classe II A ou No-Inertes So os resduos que podem apresentar caractersticas de
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar
riscos sade ou ao meio ambiente, no se enquadrando nas classificaes de resduos
Classe I Perigosos ou Classe II B Inertes.
Classe II B ou Inertes So aqueles que, por suas caractersticas intrnsecas, no oferecem
riscos sade e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa,
segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato esttico ou dinmico com gua
destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilizao segundo
a norma NBR 10.006 da ABNT (2004), no tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentraes superiores aos padres de potabilidade da gua, conforme
listagem n. 8 (NBR 10.004 Anexo H), excetuando-se os padres de aspecto, cor, turbidez
e sabor.
Tais resduos so classificados com base nas suas propriedades fsicas, qumicas ou
infectocontagiosas e com base na identificao de contaminantes presentes na massa. Essa
identificao, contudo bastante complexa em inmeros casos. Portanto, um conhecimento
38
prvio do processo industrial imprescindvel para a classificao do resduo, identificao
das substncias presentes nele e verificao de sua periculosidade.
Quando um resduo possui origem desconhecida, o trabalho para classific-lo torna-se
ainda mais complexo e com isto requer maior tempo e custo para que se consiga classific-lo
corretamente (PINTO, 2004). Muitas vezes, mesmo aqueles com origem conhecida, tornam-
se impossvel conseguir uma resposta conclusiva e, nesses casos, ser necessrio analisar
parmetros indiretos, ou mesmo realizar ensaios (CETESB, 201).
Durante o processamento industrial podem ser gerados Resduos Slidos Perigosos No-
Inertes ou Inertes o que recomenda ateno nos setores operacional e de meio ambiente da
indstria, a fim de evitar a mistura desses resduos durante as atividades de acondicionamento,
coleta, tratamento e destino final.
A necessidade de aplicar medidas especiais nas fases estar baseada em sua
classificao que certamente influir em uma elevao dos custos. Por isso, de fundamental
importncia que se consiga determinar a classificao de um resduo (CETESB, 2011).
Os resduos slidos industriais causam impactos significativos, de maneira a serem
considerados irreversveis do ponto de vista de sade pblica e ambiental. Os mesmos
comprometem a sade das pessoas dos animais e do meio ambiente, transcendendo a rea
fsica em que foram depositados, afetando pessoas e o meio fsico alm de comprometer os
mananciais de guas superficiais e tambm subterrneos devido infiltrao do lixiviado
gerado em locais onde o mesmo depositado sem impermeabilizao do solo em uma parcela
significativa e maior principalmente em grandes centros urbanos de grandes cidades, onde o
ndice de resduos gerados diariamente abundante em escala maior do que em pequenas
cidades (AWAZU, 1997; ALVES,1997 apud BRITO, 1999).
Os principais pontos referentes aos problemas dos resduos slidos industriais so
principalmente os seguintes: ausncia de controle oficial institucionalizado e atualizado sobre
o problema, sendo que existem empresas prestadoras de servio sem qualificao necessria
para tal determinada atividade de trabalho com profissionais inexperientes, ausncia por parte
da sociedade quanto importncia da destinao final dos resduos como comprometimento
com separao e acondicionamento correto em locais adequados, ausncia de programa
estadual de gerenciamento dos resduos slidos e a excessiva burocracia na busca e obteno
de autorizaes oficiais (AWAZU, 1997 apud BRITO, 1999).
Em 1998 foi publicada a Resoluo CONAMA n 06, que imps as empresas a
necessidade das mesmas apresentarem informaes sobre os seus resduos gerados. O
controle ambiental das atividades impactantes ao meio ambiente tem como ferramentas de
ao: o licenciamento, o monitoramento, a fiscalizao e a educao ambiental. Assim, o
controle das atividades potencialmente poluidoras um instrumento efetivo, regulamentado
pela legislao ambiental brasileira, sendo de responsabilidade do Estado a sua aplicao.
No Brasil, o gerador responsvel pelo resduo gerado. No pas, a responsabilidade do
gerador pelo gerenciamento de resduos est descrita no Art. 10 da Poltica Nacional de
Resduos Slidos (Lei n 12.305/10). Tal lei afirma que os resduos gerados em uma
localidade deveriam seguir as normas legais e tcnicas vigentes dando preferncia para
disposio final ou tratamento no local onde foram gerados. Em 1999, o Ministrio do Meio
Ambiente MMA, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renovveis - IBAMA, lanou edital para que de forma espontnea os estados
interessados apresentassem um projeto que vise elaborao de um inventrio estadual dos
resduos industriais. No ano de 2002, com a publicao da Resoluo CONAMA n 313, que
fala sobre o Inventrio Nacional de Resduos Slidos Industriais (RSI), a Resoluo n
06/1988 foi revogada.
As obrigaes impostas pela Resoluo CONAMA n 313/02 serviram de auxilio para a
elaborao de diretrizes nacionais, programas estaduais e o Plano Nacional para
Gerenciamento de RSI, uma vez que o inventrio um instrumento fundamental de poltica
visando o controle e a gesto de resduos industriais no pas, ficando claro que tais dados
deveriam ser apresentados at novembro de 2003 aos rgos competentes e passando-se dois
meses da publicao da resoluo, as indstrias ficam obrigadas a atualizar mensalmente os
dados sobre seus resduos gerados. Assim foi possvel coletar dados que resultaram no Plano
Nacional de Gerenciamento de Resduos Slidos Industriais, preliminar, tais dados so
demonstrados na tabela a baixo.
ESTADO
RESDUOS
SLIDOS
PERIGOSOS
RESDUOS
SLIDOS NO
PERIGOSOS
TOTAIS
Toneladas/ano Toneladas/ano Toneladas/ano
Acre (AC) 5.500 112.785 118.265
Amap (AP) 14.341 73.211 87.552
Cear (CE) 115.238 293.831 509.069
Gois (GO) 1.044.947 12.657.326 13.701.273
40
Mato Grosso (MT) 46.298 3.448.856 3.495.154
Minas Gerais (MG) 828.183 12.337.011 15.165.194
Paraba (PB) 657 6.128.750 6.129.407
Pernambuco(PE) 81.183 7.267.930 7.349.513
Paran (PR) 634.543 15.106.393 15.749.936
Rio Grande do Norte (RN) 3.363 1.543.450 1.546.813
Rio Grande do Sul (RS) 182.170 946.900 1.129.070
Rio de Janeiro (RJ) 293.953 7.768.562 6.062.515
So Paulo (SP) 535.615 26.084.062 26.619.677
TOTAL 3.786.391 93.869.046 97.655.438
Fonte: Inventario estaduais de RSI, Panorama das estimativas de resduos Industriais ABERTRE/FGV.
Tabela 01: Dados da gerao de resduos slidos industriais no Brasil
Como 2014 o prazo para os municpios entregarem os dados municipais para criao
do inventrio estadual de resduos slidos industriais, os tais dados obtidos agora so parciais
e por isso, estados como Santa Catarina SC ainda no tem dados confiveis de volume de
resduos gerados, pois somente alguns municpios do estado j fizeram seus inventrios de
RSI.
A compreenso deste problema gerado pelo mau gerenciamento deste tipo de resduo e
a busca por solues implicam na adoo de novas tecnologias. Pois so lentas as mudanas
na diminuio do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, fazendo-se necessrio,
grandes investimentos no controle ambiental e com gastos da despoluio para controlar a
emisso de poluentes, o lanamento de efluentes e o depsito irregular de resduos perigosos
(KRAEMER, 2006). Segundo o diretor executivo da Abrelpe, (Associao Brasileira de
Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais), SILVA FILHO, Carlos, em 2011 Teve-
se um problema de destinao inadequada de 42% dos resduos slidos. Mostrando que
grande parte do problema ainda est sem soluo e que a fiscalizao insuficiente.
2.5 Gerenciamento de resduos slidos
A gesto de resduos slidos industriais uma expresso muito utilizada hoje,
principalmente em funo da aprovao da Poltica Nacional de Resduos Slidos (Lei
12.350/2010). Pode-se dizer que gerenciamento refere-se ao conjunto de aes e gesto a
poltica que rege estas aes.
As atividades industriais geram resduos slidos, de diferentes caractersticas e
quantidades, que precisam ser gerenciados adequadamente para no causar poluio
ambiental e danos sade do homem. A Lei nmero 12.305/2010, que institui a Poltica
Nacional dos Resduos Slidos, estabelece a seguinte ordem de prioridade no gerenciamento
dos resduos: no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos e
disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos. A adoo destas estratgias no
gerenciamento dos resduos industriais um desafio tendo em vista que a maioria das
empresas ainda est focada na abordagem convencional de fim-de-tubo. Especial ateno
ainda deve ser dada as empresas de pequeno e mdio porte que costumam apresentar maiores
dificuldades para o desenvolvimento de prticas de gesto ambiental por disporem de recursos
financeiros mais limitados que empresas maiores, alm de normalmente contarem com uma
falta de estrutura organizacional adequada. A produo mais limpa pode ser uma importante
aliada no gerenciamento dos resduos slidos, pois se trata da aplicao de uma estratgia
tcnica, econmica e ambiental integrada aos processos e produtos, com o objetivo de
aumentar a eficincia no uso de matrias-primas, atravs da no gerao, minimizao ou
reciclagem dos resduos e emisses. (SIMIO, Juliana, 2011).
O conceito de Produo Limpa foi criado nos Estados Unidos a partir de 1993, a partir
do qual outros programas foram sendo implantado em diferentes pases, especialmente na
Europa, o que impulsionou os debates sobre as normas tcnicas, entre as quais, a ISO 14000,
principalmente no que se refere gesto ambiental, rotulagem ambiental e procedimentos
para concesso de selo verde, auditoria, gesto e avaliao do desempenho ambiental,
avaliao do ciclo de vida de produtos, definies e procedimentos para a introduo de
elementos ambientais nas normas de produtos (SILVA & SILVA, 2000).
Segundo Barbieri (2004, apud Oura; Souza, 2007), do ponto de vista ambiental, as
solues voltadas exclusivamente para o controle da poluio so fundamentais, porm,
insuficientes, na medida em que atuam apenas sobre a poluio. A abordagem de controle da
42
poluio caracteriza-se pelo estabelecimento de prticas para impedir os efeitos decorrentes
da poluio gerada por um dado processo. Em geral, este tipo de abordagem tem o objetivo de
atender s exigncias estabelecidas nos instrumentos de comando e controle aos quais a
empresa est sujeita.
A poluio provocada pelas indstrias a nvel mundial resultante de processos de
produo ineficientes. Atravs da inovao tecnolgica, vrios setores colaboraram no sentido
de eliminar o problema de impacto ambiental do processo produtivo, reduzindo custos e
aumentando a competitividade (OURA & SOUZA, 2007).
Considerando a produo industrial, Frondizi (1996), poluio sinnimo de desperdcio e
ineficincia produtiva, dentro desta mesma viso Valle (1995) coloca, os resduos industriais
representam na maioria dos casos, perdas de matrias-prima e insumos.
Com relao preveno da poluio ou de gerao de resduos, a empresa atua de
forma direta sobre os produtos e processos, com o objetivo de poupar materiais e energia.
Dessa forma, uma ao de preveno combina dois fatores ambientais: o uso sustentvel dos
recursos e o controle da poluio (OURA & SOUZA, 2007).
2.6 Aterro Sanitrio
A disposio dos resduos em aterros industriais muito utilizada, pois essas grandes
escavaes no terreno armazenam grande volume desse material. Contudo, os aterros
sanitrios precisam ser construdos e operados com grande segurana, para que no ocorra
contato do material com o solo ou percolao de lquidos para o aqfero livre. No caso de
poluio / contaminao do meio ambiente, prximo de aterros industriais, o responsvel pelo
empreendimento pode ter transtornos jurdicos para justificar esse passivo ambiental. Vale
observar que as normas brasileiras de aterros de resduos perigosos (NBR 10157) e no
perigosos (NBR 13896) estabelecem que, aps o encerramento da capacidade do aterro, a
empresa responsvel dever monitorar as guas subterrneas por 20 anos e realizar a
manuteno do mesmo.
No caso dos resduos slidos industriais, preciso que o gerenciamento e o manuseio
sejam bem planejados para que esses materiais sejam rapidamente removidos e destinados de
forma adequada. Alm disso, existe a possibilidade de reutilizao e reciclagem de parte dos
resduos slidos antes da definio do procedimento que ser utilizado, ou seja, se os resduos
sero encapsulados, incinerados ou dispostos em aterros industriais.
A forma mais correta de disposio de resduos slidos em aterros sanitrios e a
NBR 8.419 (1985), define a tcnica da seguinte forma: os aterros sanitrios de resduos
slidos urbanos, consiste na tcnica de disposio de resduos slidos urbanos no solo, sem
causar danos ou riscos sade pblica e segurana, minimizando os impactos ambientais,
mtodo este que utiliza os princpios de engenharia para confinar os resduos slidos ao
menor volume permissvel, cobrindo-os com uma camada de terra na concluso de cada
jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessrio.
Aterro sanitrio tambm pode ser definido como um aterro de resduos slidos
urbanos, ou seja, adequado para a recepo de resduos de origem domstica, varrio de vias
pblicas e comrcios. um processo utilizado para a disposio de resduos slidos no solo,
que fundamentado em critrios de engenharia e normas operacionais especficas, permite a
confinao segura em termos de controle de poluio ambiental, proteo sade pblica; ou,
forma de disposio final de resduos slidos urbanos no solo, atravs de confinamento em
camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais
especficas, e de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e segurana, minimizando os
impactos ambientais (AMBIENTE BRASIL, 2008).
Quando se fala de resduos slidos importante diferenci-los quanto a sua
periculosidade, ou seja, caracterstica apresentada pelo resduo em funo de suas
propriedades fsicas, qumicas ou toxicolgicas, que podem representar potencial risco de vida
sade pblica e ao meio ambiente. So vrias as maneiras de se classificar resduos slidos,
porm as mais comuns so quanto aos riscos potenciais de contaminao do meio ambiente
quanto natureza ou origem.
Assim, os aterros industriais acabam sendo a soluo mais utilizada para a disposio
final dos resduos slidos, sendo importante citar que necessitam de grandes reas e que
constituem sistemas de tratamento do Chorume.
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3 METODOLOGIA
Para elaborao do plano de implantao da ISO 14001 na empresa, inicialmente
foi necessria uma reviso bibliogrfica a respeito das normas da ISO 14001 Sistemas de
Gesto Ambiental Resduos Slidos Industriais Destinao final de resduos slidos
industriais. Esta reviso, fundamentada a diversas fontes acadmicas, como livros, teses,
dissertaes, monografias, artigos, etc. Alem dessas fontes, feitos tambm acessos internet
(a rede mundial de computadores) para consultar algumas home pages ou pginas de
interesse. Vale ressaltar que toda a legislao ambiental e os requisitos legais pertinentes
tambm foram consultados.
Neste sentindo, pode-se descrever esse mtodo da seguinte forma:
b) Pesquisa bibliogrfica de fonte secundria abrange toda bibliografia pblica com relao ao tema de estudo, desde publicaes
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses, material cartogrfico, etc., incluindo meios de comunicao
orais, como rdio, gravaes em fitas magnticas ou audiovisuais
(filmes, televiso). A finalidade colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre certo assunto,
inclusive conferncias seguidas de debates que tenham sido transcritos
de alguma forma (FICAGNA et.al., 2007, p. 94).
Os artigos sobre implantao da ISO 14001 em empresas j certificadas indicam que o
processo de implantao pode ser substancialmente simplificado. Este embasamento forneceu
dados para a elaborao de um planejamento sistemtico de Sistema Integrado de Gesto
objeto deste trabalho.
Partindo deste conceito de reviso bibliogrfica, e para melhor chegar aos objetivos
propostos deste trabalho, foram acompanhadas as atividades da empresa do incio ao final
durante o perodo de estgio.
Em seqncia o trabalho, levando em considerao o objetivo geral, classifica-se como
exploratrio:
[...] que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vista a torn-lo mais explcito ou a construir hipteses.
Na maioria dos casos envolve o levantamento bibliogrfico, a
realizao de entrevista com pessoas que possuem experincia prtica
com o problema pesquisado e a anlise de exemplos que estimulem a
compreenso (DIEHL; TATIM, 2004, p.53-4).
Aps, procurou-se verificar aspectos da empresa CETRIC no que diz respeito as suas
atividades tratamento e disposio final de resduos que podem ser aperfeioados por novas
tcnicas ou procedimentos com o objetivo de conseguir a certificao ISO 14001 para a
mesma.
A varivel principal do estudo verificar a possibilidade de obteno da certificao
ISO 14001 para a empresa CETRIC, partindo das prticas j adotadas pela mesma no sentido
de desenvolver suas atividades forma ecologicamente correta, visando sustentabilidade do
ambiente, reaproveitamento de materiais e o comprometimento ambiental responsvel da
empresa com o meio onde se encontra instalada.
Para melhor entendimento de como foi realizado o plano de implantao do sistema de
gesto ambiental com base na NBR ISO 14.001, apresentamos um fluxograma abaixo (Figura
03), das etapas e os anexos referente a cada etapa.
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Figura 03: Fluxograma do Plano de implantao da NBR ISO 14001
Como as atividades da empresa j foram acompanhadas durante o perodo de estgio,
o que possibilitou uma viso ampla e detalhada das mesmas, pode-se constatar que a questo
ambiental est muito clara para a empresa, mostrando um ponto positivo nas questes com o
meio ambiente correto.
3.1 Seleo da Empresa
A deciso pela empresa foi decorrente de ter sido a mesma onde foi realizado o estgio
obrigatrio do Curso de Engenharia Ambiental.
A CETRIC uma empresa muito bem conceituada pelo mercado industrial em vrios
estados do Brasil, e tem como atividade tratamento e disposio final de resduos slidos
industriais.
Trata - se de uma empresa com Licena de Operao certificada pela FATMA, com 10
anos de experincia nas suas atividades, utilizando de tcnicas atualizadas e avanadas.
No capitulo quatro a empresa ser abordada de forma mais detalhada, podendo-se,
desta forma, dispor de um panorama geral das atividades desenvolvidas pela mesma. Neste
captulo tambm sero demonstrados dados referentes s suas atividades.
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4 RESULTADOS
4.1 Descrio da empresa em estudo
Nesse item apresenta-se uma descrio do cenrio onde foi realizado o estudo de caso.
Essa descrio vai identificar o segmento industrial, produtos, mercado consumidor, relao
com fornecedores, estrutura organizacional, fluxo geral do processo, aspectos/impactos
ambientais, legislao ambiental aplicvel.
A CETRIC, empresa que desenvolve atividades de gesto, tratamento, reciclagem e
disposio final de resduos industriais e comerciais, estabelece as seguintes diretrizes de
qualidade, proteo ao meio ambiente e sade e segurana ocupacional, cumprir as leis e
regulamentaes aplicveis ao produto, ao meio ambiente, segurana e sade dos
colaboradores. A central de tratamento e disposio de Resduos Industriais e Comerciais
iniciou suas atividades no ano de 2001 e est localizada na Linha gua Amarela no distrito-
sede do municpio de Chapec SC de Chapec, SC. A rea localiza-se a 7 km do centr