116
Gestão Ambiental Pela ISO 14001 Coleção de Textos e Artigos Diversos por Márcio José de Campos Hosken Não há qualquer intenção comercial ou literária neste documento

Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Gestão Ambiental

Pela ISO 14001

C o l e ç ã o d e T e x t o s e A r t i g o s D i v e r s o s

p o r M á r c i o J o s é d e C a m p o s H o s k e n

N ã o h á q u a l q u e r i n t e n ç ã o c o m e r c i a l o u l i t e r á r i a n e s t e d o c u m e n t o

Page 2: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 3: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

PREFÁCIO Ultimamente , têm sido significativa a preocupação das empresas com a preservação e conservação do meio ambiente, em função de uma série de exigências , como cumprimento da legislação, desenvolvimento sustentável e consumidores cada vez mais exigentes.

A preocupação ambiental não pode ser mais um legado que deixaremos às gerações futuras. E la deve estar presente em nosso dia a dia , pois é fruto de nosso procedimento, bem como do que recebemos e dos que nos antecederam.

Neste contexto, o modelo proposto pela ISO 14001, contribui decisivamente para o entendimento e gerenciamento das interfaces ambientais , inclusive possibi l itando controlar e minimizar os r iscos ambientais de suas atividades.

Porém, muitos uti l izam como justif icativa para implantar um SGA, a faci l idade de obtenção de empréstimos , a redução no custo de contratação de um seguro, entre outras justif icativas , demonstrando uma abordagem voltada quase que exclusivamente para grandes empresas exportadoras. E as empresas que não exportam? E as pequenas e médias empresas como ficam? Elas não podem ter um SGA implantado? Será que é tão complicado e caro implantar que somente as grandes têm condições de fazê-lo?

Mas , segundo a Norma ISO 14001:2004 em sua Introdução: O n í ve l d e d et a l he e c o m p le x i d a d e d o s i s t e m a d e g e s tã o a mb i e n t a l , a e x t e n sã o d e s u a d o c u m en t a ç ã o e d o s r e c u r s o s d ed ic a d o s a e l e i r á d e p en d er d e a l g u n s f a to r e s , t a i s c om o : o e s c o p o d o s i s t e m a , o p o r t e d a o r g a n i z a ç ã o e a na t u r e za de s u a s a t i v i da d e s , p r od u t os e s e r v i ç o s . E s t e p o d e s e r e m p ar t i c u l a r , o c a s o d a s p e q u e n a s e m éd i a s e m p r es a s .

A falta de uma informação melhor estruturada e melhor interpretada quanto a estas e outras questões têm levado inúmeras empresas a adiar ou pelo menos , não implantar integralmente um Sistema de Gestão Ambiental .

Também a l iteratura existente em geral , não trata do sistema de gestão ambiental de maneira explicativa em relação a ISO 14001: ou não entra no mérito do POR QUE deve ser feito e O QUE pode acontecer se não o f izer ; ou s implesmente interpretam os requisitos da norma, sem entrar em questões relevantes à gestão ambiental , tais como coleta seletiva , reciclagem e reutil ização.

Comparando a ferramenta de gestão 5W1H (O QUÊ? COMO? POR QUÊ? ONDE? QUANDO? QUEM?) , nos cursos de interpretação da Norma ISO 14001:2004, é comum sermos agraciados com uma cópia xérox das apresentações que o instrutor vai apresentar (O QUÊ?) , qualquer questão mais específica (COMO? e POR QUÊ?) ou detalhada em relação a um requisito as respostas sempre se encaminham a apresentação de uma consultoria , nos faltando as respostas a ONDE? QUANDO? QUEM?

Uma primeira resposta as questões aqui levantadas , é a de que a ISO 14001 pode ser implantada por qualquer organização, quer seja uma indústria , uma prestadora de serviços , de tamanho grande ou pequeno.

Outra questão importante é o fato de que a ISO 14001 não é um atestado de excelência ambiental , mas sim, um modelo gerencial em busca da melhoria contínua de suas questões ambientais , não necessariamente, do desempenho ambiental .

Este trabalho tem como objetivo geral analisar a Norma ISO 14001 em sua versão 2004, identificando os fatores relevantes associados à praticidade e aplicabi lidade de seu uso nas empresas , trazendo uma leitura da norma para uma maior faci l idade no entendimento de seus requisitos e para que seja aplicável a qualquer tipo de organização.

Muito mais do que “modelos de procedimentos e formulários” (que podem faci lmente ser obtidos pela internet) , procurei juntar o que existe de melhor em termos de interpretações , objetivos e conceitos de cada seção que compõe a ISO 14001:2004 com a intenção de faci l itar o entendimento e a aplicação no dia-a-dia dentro das empresas.

A liás , cada seção, item e subitem são anal isados profundamente com o objetivo de não deixar dúvidas sobre o que precisa ser feito.

Boa Leitura!

Márcio J . C . Hosken En ge nhe iro C iv i l , Pós- graduado em Gestão da Qual idade e , Pós- graduado em Gestão Ambien tal . e - m a i l : [email protected] om. br

Page 4: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 5: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

SUMÁRIO

CAPITULO UM

PROBLEMAS NA IMPLANTAÇÃO DE QUALQUER GESTÃO OS PARADIGMAS QUE PODEM IMPEDIR O SUCESSO DE UMA ORGANIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

FATORES DE INSUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE S ISTEMAS ORGANIZACIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

O NOVO PAPEL DO GERENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

CAPITULO DOIS

CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL

O QUE É GESTÃO AMBIENTAL?.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

B r e v e H i s t ó r i c o d a G e s t ã o A m b i e n t a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

A G e s t ã o A m b i e n t a l e a s O r g a n i z a ç õ e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

I n s t r u m e n t o s o u F e r r a m e n t a s d e G e s t ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

S i s t e m a s d e G e s t ã o A m b i e n t a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

A f a m í l i a d e n o r m a s I S O 1 4 0 0 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

CAPITULO TRÊS

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

E l e m e n t o s B á s i c o s d e u m S G A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

D e f i n i n d o Q u e m s ã o a s P a r t e s I n t e r e s s a d a s ( S T A K E H O L D E R S ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

PRINCÍPIOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

MELHORIA CONTÍNUA E O CICLO PDCA .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

A ABORDAGEM POR PROCESSO .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

CAPITULO QUATRO

INTERPRETANDO A ISO 14001:2004

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NA ISO 14001:2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

0 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

3 DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4 REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.1 Requis i tos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.2 POLÍT ICA AMBIENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.3 PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.3 .1 Aspectos ambien ta i s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.3 .2 Requ i s i to s lega i s e out ros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.3 .3 Ob je t i vos , Metas e P rog rama(s ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.4 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4 .4 .1 Recu r sos , funções , re sponsab i l idades e au to r idades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4 .4 .2 Competênc ia , t re inamento e consc ien t i zação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

4.4 .3 Comun icação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

4.4 .4 Documentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4.4 .5 Cont ro le de documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

4.4 .6 Cont ro le operac iona l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

4.4 .7 P reparação e respos ta a emergênc ia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

4.5 VERIF ICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

4.5 .1 Mon i to ramento e med ição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

4.5 .2 Ava l iação do a tend imento a requ i s i to s lega i s e out ros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

4.5 .3 Não con fo rm idade, ações co r re t i va e p reven t iva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

4.5 .4 Cont ro le de reg i s t ro s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

4.5 .5 Aud i to r ia in te rna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

4.6 ANÁLISE CRÍT ICA PELA ADMINISTRAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

ANEXOS

5 R 'S - REDUCE, RE-USE, RECYCLE, RECOVER AND RESIDUAL MANAGEMENT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A1

O PROBLEMA DO L IXO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A3

O QUE É COLETA SELET IVA? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A6

O QUE É RECICLAGEM? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A7

Page 6: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 7: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Problemas na

Implantação de

Qualquer Gestão

Page 8: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 9: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 1 de 84

OS PARADIGMAS QUE PODEM IMPEDIR O SUCESSO DE UMA ORGANIZAÇÃO

Paradigmas são um conjunto de regras , regulamentos , padrões ou rot inas , nem sempre reconhecíveis , que mostra como resolver problemas dentro de certos l imites .

Paradigmas inf luenciam fortemente a maneira de ver e anal isar problemas, afetando sensivelmente as decisões. Impedem a previsão do futuro, b loqueiam a cr iat iv idade. Com isso todo mundo tende a buscar , nas exper iências do passado, so luções para novos problemas, apoiadas em “velhos paradigmas” .

Os paradigmas f i l t ram novas exper iências . As pessoas vêem o mundo, o tempo todo, através de seus paradigmas. Constantemente, se lec ionam informações do que de melhor se ajusta a suas regras e regulamentos, e tentam ignorar o resto.

Por i sso há tantas divergências na interpretação de um mesmo fato. A versão que cada pessoa dá a um acontecimento está condicionada o seu paradigma part icular .

O fenômeno chamado de “efe ito paradigma” pode cegar empresár ios diante de novas oportunidades , fazer com que vendedores não percebam novos mercados e que gerentes não considerem novas formas mais ef icazes de administrar negócios e pessoas . O efeito paradigma também tem o seu lado posit ivo: concentra a atenção e aumenta a conf iança em resolver problemas. Mas pode bloquear a v isão de futuro.

As pessoas de apr is ionam a uma maneira específ ica de resolver problemas. E tentam fazer i sso usando os seus própr ios paradigmas. Ao surgir uma nova maneira de fazer as coisas , tendem a reje i tá- las por não se enquadrar aos padrões sempre ut i l izados (e que são tão bons) .

A mudança de paradigma representa um novo e revolucionár io modo de se pensar nos ve lhos problemas. Por exemplo: de “a Terra é chata” para “a Terra é redonda” , do “Muro de Ber l in” à “glasnost” . A mudança de paradigma ocorre gera lmente quando as regras do jogo estabelec idas não conseguem oferecer soluções ef icazes para os problemas. Quando uma nova v isão, uma expl icação di ferente ou uma descoberta oferecem perspect ivas que revolucionam a compreensão. Quando a velha estrutura de percepção cede lugar à nova.

Os Paradigmas nas Empresas Lidamos com paradigmas o tempo todo. Na v ida das organizações não é d i ferente. Entretanto, pode-se observar na cultura das empresas uma sér ie de paradigmas que, quando presentes , d i f icultam muito a implantação de uma Gestão da Qual idade. É necessár io que todos da organização estejam conscientes das impl icações destes paradigmas, para que possam mudá-los .

A seguir , você vai ver a lguns paradigmas famosos. Mas você pode ident i f icar outros, que por certo estão di f icultando a impl antação de uma nova mental idade em sua empresa . Convoque seu pessoal e faça com eles uma ref lexão sobre o assunto. Você verá quanto a inda há por mudar . Mãos à obra .

a) Errar é hum ano

Quando as pessoas de uma organização partem da premissa que errar é humano, cr ia-se permanentemente uma just i f icat iva para todos os erros , fa lhas , desperdíc ios , não-qual idades cometidos, já que estes erros são t idos como de natureza humana.

Ora, as pessoas acertam muito mais do que erram. Se isso não fosse verdade, o homem já ter ia desaparecido da face da Terra . Conseqüentemente, este di tado popular pode muito bem ser a l terado para outro mais próximo da nature za humana: acertar é humano. Aceitando isto, valor izamos os acertos de todos na organização, reconhecendo a contr ibuição de cada um, que certamente , é inf in i tamente super ior aos erros cometidos.

b ) Santo de Casa não Faz Milagres

Quando não se reconhece a capacidade do pessoal da organização em transformar a real idade, em ident i f icar e resolver problemas ou inventar uma solução cr iat iva para um problema di f íc i l está havendo um desperdíc io de toda uma exper iência de v ida organizacional .

Se as pessoas não t iverem a capacidade de cr iar e t ransformar seu própr io dest ino, ninguém o fará . Na Gestão da Qual idade, a valor ização e o maciço invest imento na formação e aperfe içoamento de todos é o caminho que leva à sat isfação dos c l ientes e se const itu i em pr incípio fundamental . Portanto, para a Gestão da Qual idade, santo de casa é quem faz mi lagres .

c) Cachorro Velho não Aprende Nov os T ruques

As pessoas costumam acreditar que fazem as coisas como fazem porque sempre f izeram assim. A capacidade de sobrevivência de uma empresa é diretamente proporc ional a sua capacidade de se transformar . Organizações com colaboradore s abertos às própr ias transformações mudam rápido. Sua capacidade de adaptação (da empresa) depende da percepção de seu pessoal sobre as t ransformações no ambiente . A palavra chave dos tempos de hoje é mudança. Os ve lhos modos de fazer as coisas já não sat is fazem os c l ientes , que querem sat isfazer suas expectat ivas . Invest i r na transformação do pessoal é urgente e importante.

Como ser cr iat ivo, fazendo as mesmas coisas , da mesma forma, durante anos? Quem pensa que as pessoas preferem a segurança da rot ina a novas formas de trabalhar este redondamente

Page 10: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 2 de 84 enganado. Ao invest ir na capacitação dos colaboradores , a empresa perceberá como são ávidos pela transformação, pela novidade, por fugir da rot ina.

Independentemente do tempo de empresa ou cargo ocupado, cachorro ve lho aprende novos t ruques. É só dar oportunidade e colher os resultados .

d ) E m Casa d e Ferrei ro , Esp e t o d e Pau

Muitas organizações pr ior izam a qual idade de seus produtos e serv iços, mas se esquecem que os processos que geram estes mesmos produtos e serv iços também têm que ter qual idade. Caso contrár io , perceberão, e bem cedo, que a qual idade foi embora.

Para que se consiga obter a qual idade desejada, a organização deve mudar este paradigma, adotando outro muito mais ef icaz : casa de ferro, espeto de ferro . E verá que a grande mudança esta em mudar a s i próprio em pr imeiro lugar . Está na coerência entre as palavras e as ações dos executivos ou em prat icar aqui lo que prega.

FATORES DE INSUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS ORGANIZACIONAIS

“Tão importante quanto fornecer recursos é neutral izar as forças negat ivas que geram desmotivação para o projeto” (Moreira , 2004) .

Quando uma empresa pretende implantar um s istema organizacional , raramente está preparada para l idar com os aspectos comportamentais inerentes a um processo dessa envergadura.

As considerações aqui apresentadas se apl icam à implantação de qualquer programa organizac ional que envolva a empresa como um todo, como por exemplo, S istema da Qual idade ou S istema de Gestão Ambiental .

Muitas vezes a al ta administração provê os recursos necessár ios , mas o processo se arrasta devido a diversos problemas, inc lus ive fal ta de motivação.

O que está por trás disso?

Mais do que buscar fatores externos, um olhar para dentro da organização pode ajudar . Para aquelas empresas que nunca passaram pela experiência , implantar um s istema pode parecer a lgo eminentemente técnico, que se efet iva mediante consultor ia , documentação e a lguns programas informat izados .

Nem sempre está muito c laro que implantar um s istema de gestão é , na essência, mudar o comportamento das pessoas.

Em Administração é conhecida a "Teor ia do Campo de Forças" , conforme i lustração. Consiste na percepção óbvia de que, dado um processo rumo a um objet ivo, ex iste as forças posi t ivas , que contr ibuem para o sucesso, e as forças negativas , que agem em sent ido contrár io ao que se pretende.

O resultado favorável va i depender não somente das forças posi t ivas , mas também da e l iminação ou neutra l ização das negativas .

F o n t e : C A M P O S , 1 9 9 9

O que geralmente ocorre , entretanto, é que as forças pos i t ivas são c laramente percebidas (precisamos fazer i sso e aqui lo , prec isamos deste e daquele recurso) , mas as negativas se inf i l t ram sorrate iramente, minando os esforços daqueles que estão comprometidos com o objet ivo , e seguem seu caminho destruidor nos bast idores da cena.

Page 11: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 3 de 84

Ident i f icando as Forças Negat ivas O processo de implantação de um s istema organizacional , devido à sua abrangência, duração, esforço exigido e potencia l de mudanças, sempre provoca inúmeros focos de turbulência . Os egos se exaltam, os problemas comportamentais ec lodem com maior evidência , ocorre prat icamente uma revolução (mais ou menos) s i lenciosa.

Todo cuidado será pouco para l idar com o que Freud denominou de "narc is ismo das pequenas di ferenças" , que certamente estarão à f lor da pele . Ident i f icar as forças negat ivas , ou até mesmo antevê- las , é impresc indível para que se possa ao menos neutral izá- las .

Vejamos a lgumas fontes de forças negat ivas internas que representam graves fatores de insucesso:

a) F al ta d e con sen so na d eci são

Qualquer programa que dependa do comprometimento de toda a empresa deve contar com o apoio decis ivo de todos os integrantes da al ta administração.

Um único elemento que não tenha se convencido da necess idade do programa pode colocar tudo a perder , dependendo de sua importância na organização. E muitas vezes e le se esconde atrás de uma aparente aceitação.

Quando se t rata da ISO 9000 e ISO 14000, o mercado tem deixado cada vez mais c laro sua ex igência, fazendo constar até mesmo dos edita is de l ic i tação.

Mas isto pode trazer o problema de tomar a decisão pela pressão, sem conhecer mais profundamente o que representa para a empresa adotar este ou aquele s istema.

Portanto, buscar esc larecimento antes de decidi r e debater o assunto à exaustão const i tuem at i tudes que podem evitar uma força negat iva já no nascedouro do processo.

b ) P essoa i nad equad a com o coorden ador

Nada melhor para começar mal um projeto do que escolher a pessoa errada como coordenador , sob diversos aspectos, ta is como:

Perfi l

Desorganização, pouca habi l idade interpessoal , ausência de traços de l iderança, baixo tônus v i ta l , pouca tenacidade, etc . , são caracter ís t icas a serem evitadas na escolha de um coordenador .

Posição Hierárquica

F o n t e : C A M P O S , 1 9 9 9

O coordenador de implantação de um s istem a de gestão que afete toda a empresa não necessar iamente deve ser uma pessoa da área técnica pert inente. Coordenar um s istema organizacional s ignif ica garant ir sua implantação e seu funcionamento ao longo do tempo; garant ir que o conteúdo técnico seja inser ido pela área de competência cabível ; garantir que as responsabi l idades técnicas e administrat ivas estejam adequadamente estabelec idas.

Com isso queremos dizer que o coordenador do S istema de Gestão Ambiental , por exemplo, não necessar iamente deve ser o responsável pela área de Meio Ambiente.

Page 12: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 4 de 84 A função de coordenar impl ica estabelecer procedimentos, responsabi l idades, f luxos administrat ivos , cronograma, etc . . . . O mais importante é que o coordenador esteja l igado diretamente à a l ta administração, num posic ionamento de assessor ia e não de gerência, porém com delegação de autor idade suf ic iente para garant i r a real ização de sua tarefa.

O recado a ser dado a todos é que a implantação do s istema é de interesse direto da a l ta administração e não é exc lus ividade de nenhum departamento em especia l . I sto evi tar á retal iações devido a r ival idades porventura existentes entre setores .

c) Recursos inadequados ou insufici entes

Se para compor a equipe de trabalho forem arrebanhados elementos sabidamente pouco capazes, dolentes ou de re lac ionamento dif íc i l , t rata-se de um indíc io c laro de que o programa não está sendo levado a sér io pelas gerências .

O mesmo se pode dizer quando não se dispõem de computadores para o t rabalho, sala de reunião e outros t ipos de recursos, inc lus ive tempo.

É importante sal ientar que todos os empregados estão, consc ientes ou inconscientemente, aval iando o quanto esse processo é ou não importante para a empresa .

Em vir tude disto , dest inar uma sa la de trabalho bem equipada para o grupo de implantação é uma providência que confere status ao programa.

d) Não neutral izar comportamentos negativos

Comportamentos negat ivos caracter íst icos já foram identi f icados e são faci lmente reconhecidos por qualquer pessoa que tenha part ic ipado de um processo de implantação de programas organizac ionais . Sua percepção e neutral ização podem evitar entraves prejudic iais ao processo.

E is a lguns exemplos:

Ind iferença

O indiferente é um elemento neutro. Não tem entusiasmo, não se esforça, mas também não atrapalha. Talvez lhe fa l te motivação ( fator a ser anal isado adiante) . Trata-se de um elemento que pode contr ibuir para o esforço global , desde que bem or ientado e incent ivado.

Sabotag em

O sabotador pode apresentar comportamentos diversos, ta is como:

Mostra-se envolvido no processo, assume compromissos, mas na hora de fazer , de ixa para depois ou para nunca;

Faz comentár ios debochados em surdina, sobre tudo que se re lac iona ao projeto;

Cr i t ica o coordenador veladamente, às vezes por inveja ou para abalar a conf iança das pessoas no processo de implantação;

Não sabe fazer cr í t icas construt ivas ;

Não se dispõe a fazer esforços que extrapolem sua rot ina.

E como l idar com o sabotador? Se todos os envolv idos est iverem atentos para identi f icar o sabotador , deve-se manifestar com assert iv idade o reconhecimento de uma postura contrár ia aos interesses do grupo, ou seja , "cor tar - lhe as asas" ao pr imeiro s intoma, em vez de consent i r suas at i tudes ins idiosas ou de se deixar inf luenciar .

Oposição Aberta

Embora negat iva para o processo, é melhor do que o anter ior , pois é prefer ível l idar com um inimigo declarado do que com um diss imulado. Trata-se de um comportamento raro, pois um opositor tão v is íve l corre sér io r i sco de ser e l iminado, até mesmo por demissão. É poss ível , entretanto, que o e lemento tenha motivos para não se sent ir ameaçado. Portanto, todo cuidado é pouco.

E como l idar com o opositor? Sempre existe a poss ibi l idade de buscar o entendimento de seus motivos e , quem sabe mediante um diá logo bem conduzido e esc larecedor , conseguir convencê- lo dos pontos posit ivos da implantação do s istema ou pelo menos negociar uma at i tude que não prejudique o processo.

Inseg urança

Diante da mudança organizac ional que começa a tomar corpo, certos indivíduos podem se senti r ameaçados de vár ias maneiras , como, por exemplo, temer a perda de posição na empresa, achar que não são capazes de arcar com as novas responsabi l idades ou que determinada def ic iência pessoal se tornará de a lguma forma mais evidente.

O inseguro é um per igo em potencia l , pois sua reação é às vezes imprevis íve l . E le pode, por exemplo, tornar-se um sabotador , atacar para se defender , co locar defe i to em tudo e em todos, cr iando uma nuvem de fumaça em torno de s i para encobr ir sua insegurança.

Como l idar com o inseguro? Não é uma tarefa s imples , mas ao reconhecer os s intomas caracter íst icos, ser ia necessár ia a busca de uma conversa esclarecedora, procurando ident i f icar , e se poss íve l neutral izar , os pontos de insegurança.

Page 13: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 5 de 84

Muitas vezes o inseguro "vê chi f re em cabeça de cavalo" , pois sua imaginação é uma fonte de ameaças inexistentes .

O coordenador de implantação deve estar atento aos comportamentos inadequados e procurar sempre o diá logo, antes que os ef eitos negat ivos ocupem espaço e contaminem outras pessoas.

e) Falta de motivação

Certos comportamentos negat ivos podem ser conseqüência da fa l ta de motivação. A palavra motivação é composta de dois núcleos de s ignif icado:

MOTIVO + AÇÃO

Ou seja, não há ação sem motivo.

Ninguém faz esforço a lgum se não houver um motivo c laro e justo e se a re lação custo/benef íc io não compensar a ação.

Muito menos quando se trata de uma mudança, que sempre traz o desconforto da a l teração de um status quo.

A implantação de um s istema organizacional é uma tarefa penosa e de longa duração, que vai ex igir de todos um esforço extra por muito tempo.

Se não houver motivação e uma pr ior idade muita bem estabelecida, o programa será colocado em últ imo plano.

Alguma coisa terá que ser sacr i f icada para que o s istema vença a di f íc i l fase de implantação. Horas-extras , por exemplo, serão indispensáveis .

Portanto, uma pergunta deve ser fe i ta : que motivo as pessoas terão para suportar por um longo tempo uma carga de responsabi l idade e t rabalho que vai muito a lém de suas at iv idades normais?

O que Favorece a Mot ivação Sabe-se que não é poss ível mot ivar a lguém, uma vez que motivação é um processo intr ínseco de cada pessoa.

Alguns fatores , desde que adequadamente explorados, podem servi r de faci l i tadores d a motivação.

E is a lguns exemplos:

A comp reen são d os obj etiv os

A maneira como o programa é lançado pode contr ibuir para a motivação.

É conveniente uma reunião de todos os empregados e tercei ros envolv idos, para que sejam expl icados os mot ivos da implantação do novo programa, o esforço extra necessár io , os resultados esperados e os benef íc ios para a empresa.

O envolv imento da a lta administração nesse momento é cruc ia l .

A postura Gerencial

Complementando o que fo i d i to no i tem “Recursos inadequados ou Insuf ic ientes” , o empregado aval ia a cada momento se a sua dedicação ao programa é ou não valor izada, em especial , pelo seu gerente.

Nada passa despercebido, sejam at i tudes, omissões ou mensagens subl iminares da chef ia .

Uma postura gerencial adequada impl ica demonstrar interesse pelo desenvolv imento do trabalho, a locar as pessoas adequadas , prover recursos e procurar equacionar com

Page 14: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 6 de 84

rac ional idade o andamento da rot ina com as at iv idades excepcionais inerentes à implantação do programa.

Quando o empregado percebe que seu gerente está levando a sér io o programa, sua dedicação será prat icamente i r restr i ta .

Infe l izmente a f igura do gerente "sabotador" não é rara . Perante a a l ta administração sua postura é de apoio à implantação do s istema. Diante de seus subordinados, entretanto, mal consegue dis farçar seu desinteresse pelo assunto, que nunca merece pr ior idade em sua área. Esta s i tuação será objeto de um tópico à parte .

Recompen sa ou reconhecimen to?

Muita cautela deve-se to mar no que diz respeito a recompensas. Um bônus apenas para o coordenador , por exemplo, ser ia desastroso e desnecessár io .

Se todos souberem que apenas o coordenador receberá um bônus, a maior ia não terá motivação para cooperar .

Um bônus para o grupo de implantação também não ser ia indicado, pois o processo vai envolver todos da empresa, em maior ou menor grau.

Talvez o melhor caminho se ja o estabelecimento de uma competição saudável entre as diversas áreas , prevendo-se um reconhecimento da a l ta administração para aquelas que melhor est iverem cumprindo o cronograma, sem conotação mater ial .

Obtendo-se o cert i f icado, uma comemoração gera l será indispensável , ocas ião em que o coordenador e o grupo de implantação devem merecer destaques especiais , em função do esforço mais intensivo desses e lementos.

Valorização Profission al

Embora não muito explorado como fator de motivação, a valor ização do curr ículo prof iss ional é um dos mais contundentes.

Numa época em que emprego v ita l íc io é uma s i tuação fora de contexto, aumentar o grau de empregabi l idade é um incent ivo que merece destaque.

Ao f inal do processo de implantação de um s istema organizacional é inquest ionável o desenvolv imento prof iss ional de todos aqueles que se dedicaram com ser iedade à tarefa e sem dúvida a lguma este é um diferencia l para qualquer curr ículo , caso o empregado venh a a ter necess idade de se colocar novamente no mercado, seja por decisão da empresa ou por decisão própr ia .

O d ram a do G eren te

Algumas vezes encarado como um di f icultador na implantação de s istemas organizacionais , o gerente enfrenta uma s i tuação nada confortável , que prec isa ser compreendida.

Durante todo o per íodo de implantação, parte de seu pessoal terá uma parcela de tempo comprometida com tarefas que extrapolam a at iv idade f im da gerência . E , no entanto, os resultados serão cobrados pela a l ta d ireção como se nada est ivesse acontecendo.

É compreensíve l , portanto, a postura do gerente que aparentemente apóia o projeto, mas para os seus subordinados demonstra o contrár io . O que ele precisa compreender é que essa postura negat iva não vai mudar a s i tuação e só terá como resultados aumentar e prolongar o sofr imento.

Uma vez que a diretor ia decidiu implantar o novo s is tema, i s to ocorrerá de qualquer forma, num per íodo maior ou menor de tempo, com maior ou menor di f iculdade. Portanto, a melhor escolha para o gerente é apoiar o projeto da melhor maneira , para que o processo termine o mais rápido poss ível . Sem dúvida a manutenção do s istema é bem menos t rabalhosa.

A implantação de um sistema organizacional é uma tarefa desaf iadora.

Aval iar cada passo, p lanejar a a locação de cada recurso e , pr inc ipalmente, não negl igenciar o fator humano são fatores decis ivos para o sucesso do empreendimento.

O NOVO PAPEL DO GERENTE

A f igura do administrador ou chefe que apenas da ordens e exige obediência esta u ltrapassada. O moderno conceito de gerência esta associado à capacidade de fazer acontecer , mobi l izar , motivar , debater , t ransmit ir informações, buscar o consenso e or ientar os funcionár ios . Quando o gerente se expõe à cr í t ica, passa a sent ir o pulso da organização e a pressão por mudanças. É di f íc i l enfrentar a mesma platé ia sem que os problemas detectados tenham sido resolv idos ou encaminhados.

Fundamentalmente os L íderes :

a ) Inf luenciam as outras pessoas do grupo, mult ipl icando in ic iat ivas e comportamentos posit ivos;

b) Colocam o c l iente em pr imeiro lugar ;

Page 15: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 7 de 84

c) Investem tempo com os c l ientes e são seus porta-vozes;

d) Promovem e divulgam a Visão de Futuro da organização;

e ) Admitem o que não sabem e procuram aprender ;

f ) Acreditam e investem no pessoal . Treinam, educam, preparam e a judam as pessoas a obter desempenho sempre melhor ;

g) Fazem a equipe funcionar . Reúnem pessoas de di ferentes setores da organização em Times da Qual idade;

L íderes prat icam o que dizem, dão o exemplo. Estão sempre dispostos a “por a mão na massa” e est imulam a cr iação de novos l íderes .

A MODERNA GERÊNCIA

QUESITO GESTÃO T RA DI CIO NAL GESTÃO PART ICIPATI VA

A u toridad e O g e r e n t e é v i s t o c o m o O C H E F E , a e n c a r n a ç ã o d a a u t or id a d e .

V i s t o c o m o L í d e r /F a c i l i t ad o r , a q u e l e q u e f a z c o m q u e as c o i s a s a c o n t e ç am .

Postura

E n c a r n a a f ig u r a d e u m b u r o c r at a , ap e g a d o a r eg r a s e r e g u l a m e nt os , c o m a v i s ão v o l t ad a p ar a d en t r o d a o r g a n i z aç ã o .

I d en t i f i c a- s e c o m a f i g u r a d e e m p r e e nd ed o r , qu e se p r e o c u p a c o m a i n o v a ç ã o . P o s su i s em p r e p r o j e t o s e m d e s e n v ol v i m e n t o .

R esp on sabi l id ade

J u l g a- s e o ú n i c o r e s p o n sá v e l p e l o s et o r . Q u a nd o a s co i s a s v ã o bem a t r i bu í a s i o s m é r i t o s . C a so c o n t r ár i o , s a i e m b u s ca d e u m “ c u l p ad o ” .

T e m a v i s ã o d e qu e o t r ab a l h o é f e i t o em e qu i p e . P o r i s s o c o m p a r t i l h a c om o s s u b o r d i n ad os a s r e s p o n s a b i l i d ad e s p e l o s r e s u l t ad o s a lc a n ç a d o s .

F o c o d e a çã o V o l t a d o p a r a o su p e r i or h i e r á r qu i c o a q u em ju l g a s e r o s e u “ c l i e n t e ” .

V o l t a d o p a r a o c l i e nt e , i nt e r n o o u e xt e r n o . T e m c o n s c i ên c i a d e s e r u m “ f o r n e ce d or ” d a e qu i p e .

T omad a d e d ec i são

É s e m pr e a qu e l e q u e d e c i d e q u e d á a ú l t im a p a l a vr a , o “ d o n o d o p od e r ” .

A c r ed i t a na d e c i s ã o p o r c o n s e n s o . F a c i l i t a a d ec i s ã o d o g r u p o . N ã o i m p õ e a s u a o p i n i ã o .

Cadeia Cl iente-Forneced or

J u l g a- s e o c l i e n t e . A c h a qu e t od o s o s s u b o r d i n ad os d ev e m t r a b a l h ar em f u n ç ã o d e l e .

V ê - s e c o m o f o r n e c ed o r . P r e o cu p a - s e c o m a e q u i pe e p r o c u r a su p r i - l a d o q u e n e c e s s i t a .

Comunicação

C e n t r a l i z a a s i n f or m a ç õ e s q u e p a s s a m p e l o s e t o r . F u n c i on a c om o c e n s o r , nã o d i vu lg a n d o aq u i l o q u e j u lg a q u e a e qu i p e n ã o d e v e r e c e b e r .

D i s s e m i n a t od a s a s i nf o r m a ç õ e s q u e r e c e b e. M u n i c i a s u a e q u i p e c o m d ad o s e i n f o r m aç õ e s s o b r e o s r e su l t a d o s o b t i d o s .

Negoci ação

E n t e n d e qu e, c o m o g er e nt e , t e m s e m p r e q u e g a n h a r a l g o , m e s m o qu e p a r a i s s o a l g u é m p e r c a , a i nd a q u e s e j a a l g u é m d e su a e q u i pe .

P r o cu r a e s t ab e l e c e r u m a r e l a ç ã o g a n h a - g a n h a e nt r e o s m em b r o s d a e q u i p e . A c r ed i t a qu e t od o s pr e c i sa m g a n h a r .

Delegação

C e n t r a l i z a po d e r o m a i s q u e p o d e . V i v e e m d i l em a s e d ev e ab r i r m ã o d e p ar t e d e s s e p od er a o s s u b o r d i n ad os , p o i s n u n c a o s j u l g a p r e p ara d o s .

D e l eg a p od er a o s su b o r d in a d o s . P o s s u i u m pr o g r a m a d e c a p a c i t aç ã o , p a r a q u e t od o s e s t e j a m a p t os a a s su m i r d e s a f i o s .

Substi tuto

V ê o s s u b or d i n a d o s c o m o a m e a ç a . J u l g a e st r at ég i c o e s c o n d e r i n f o r m aç õ e s q u e c on s i d e r a f u nd a me n t al p a r a t o r ná - lo i m p r e s c i nd íve l .

S a b e qu e sem f or m a r s u b s t i t u t o s d i f i c i lm e nt e p o d e r á a s c en d e r a p o s t o m ai s a l t o . N a e qu i p e , se m p r e e x i s t em p e s s o a s a p t as a l he su b s t i t u i r .

Informação J u l g a s e r a pe s s o a q u e d ev e r e c e b e r t od a e qu a l qu e r i n f o r m aç ã o n a e m p r e s a .

M o n it o r a a s in f o r m a ç õe s n e c e s s á r i a s à s u a á r e a d e t r a b a l h o.

Page 16: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 8 de 84 Aprendendo a Transfer i r Responsabi l idades Delegar s ignif ica colocar o poder de decisão o mais próximo possível de onde ocorre a ação, o que a inda não é comum nas empresas .

Quem atende c l ientes não costuma ter poder de decisão, recebe sa lár io mais baixo, não é t re inado e pode ser malv isto internamente, quando repassa a “bronca” do c l iente. A imagem que o c l iente faz do serviço, porém, é formada através desses contatos.

D e ci s ã o O nd e E st á a A ç ã o

É fundamental que exista capacidade de decisão, especialmente no contato com o c l iente, para que a credibi l idade da empresa não seja colocada em dúvida e sua imagem não seja ar ranhada.

A ve loc idade de decisão é uma exigência dos c l ientes . A capacidade e o desejo de fornecer pronto serviço determinam aproximação ou afastamento do c l iente.

Resp ald o para as Ações

Delegar não se resume a “mandar a lguém fazer o t rabalho” ou entregar um setor a a lguém de conf iança e “ fechar os o lhos” . É necessár io transfer i r parcela do poder e da responsabi l idade e respaldar ações delegadas.

A Gestão pela Qual idade pressupõe mudanças no comportamento das chef ias intermediár ias , ret i rando-lhes a função de “ intermediár ios da delegação” .

R EG RA S PARA DELEGAR MA IS E MELHO R

1. Não delegue as tarefas ruins , preservando as boas para s i mesmo;

2 . Divida o poder com os subordinados;

3 . Conheça bem os subordinados;

4 . Caso delegue tarefas que não constem da rot ina de t rabalho do subordinado, expl ique a e le muito bem o porquê;

5 . Delegue tarefas , de forma equi l ibrada, entre todos os subordinados;

6 . Delegue a tarefa, acompanhe-a para ter certeza de que fo i executada adequadamente, mas tome cuidado para não “super supervis ionar” ;

7 . Delegue somente o que t iver segurança de que o subordinado é capaz de real izar ;

8 . Todos devem saber as responsabi l idades def in idas para cada um;

9 . Delegue de maneira que o subordinado receba instruções somente de uma pessoa e preste contas somente a e la ;

10. Defenda seu subordinado quando a autor idade que você atr ibuiu a e le for quest ionada;

11. Deixe bem c laro as questões sobre as quais os subordinados devem decidir e delegue as decisões até o menor nível h ierárquico possível ;

12. Delegue com consciência. Não superest ime nem subest ime os subordinados;

13. Delegue somente tarefas que os subordinados possam real izar até o f im. Garanta o tempo necessár io para a real ização;

14. Na hora de delegar , ins ista na comunicação c lara e precisa ;

15. Valor ize o bom desempenho dos subordinados;

16. Incent ive os subordinados a fazer perguntas sobre as tarefas a e les delegadas, de forma a esc larecê- las ;

17. Esteja certo de que uma tarefa delegada possa ser real izada. Tarefas impossívei s desmotivam;

18. Expl ique a importância da delegação e a importância das tarefas delegadas ;

19. Aprenda a conviver com resultados de trabalhos di ferentes daqueles que você obter ia se real izasse pessoalmente a tarefa . Duas pessoas real izam o mesmo trabalho de forma di ferente ;

20. Evite delegar tarefas de sua exclusiva responsabi l idade e de seu exclusivo interesse , de ordem pessoal ou pr ivada, tr iv ia is ou mesquinhas;

21. Faça a sua parte : execute as tarefas que são de sua responsabi l idade, delegue tanta responsabi l idade quanto poss ível para subordinados competentes, despreze tarefas não importantes .

Page 17: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Conceitos

de Gestão

Ambiental

Page 18: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 19: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 9 de 84

O QUE É GESTÃO AMBIENTAL?

Breve Histórico da Gestão Ambiental A Gestão Ambiental surgiu da necess idade do ser humano organizar melhor suas d iversas formas de se re lac ionar com o meio ambiente (MORALES, 2006) .

Segundo a Encic lopédia Br i tânica : “gestão ambiental é o controle apropr iado do meio ambiente f í s ico, para propic iar o seu uso com o mínimo de abuso, de modo a manter as comunidades biológicas , para o benef íc io cont inuado do ser humano.” Ou a inda, a Gestão Ambiental consiste na administração do uso dos recursos ambientais , por meio de ações ou medidas econômicas, invest imentos e potencia is inst i tucionais e jur íd icos , com a f inal idade de manter ou recuperar a qual idade de recursos e desenvolv imento socia l (CAMPOS, 2002) .

(SEBRAE, 2004) In ic ia lmente, nos anos 70 e começo dos anos 80 na Europa, os esforços concentraram-se no desenvolv imento das estruturas legis lat ivas e regulamentares , re forçados por uma estrutura de l icenciamento ambiental .

A resposta da indústr ia fo i amplamente reac ionár ia . A indústr ia invest iu em soluções tecnológicas superf ic iais para assegurar que estava de acordo com as regulamentações, sempre mais restr i t ivas , e com as l icenças de operação re lac ionadas a condicionantes ambientais , na busca de atender ao comando-controle da le gis lação ambiental cada vez mais r igorosa.

A combinação de negócios com aspectos ambientais em âmbito internacional começou depois da Conferência das Nações Unidas de 1972 (Conferência de Estocolmo), quando uma comissão independente fo i cr iada: a Comissão Mundial de Desenvolv imento e Meio Ambiente (Brundtland Comiss ion) . Esta Comissão encarregou-se da tarefa de reaval iar o meio ambiente no contexto do desenvolvimento e publ icou seu re latór io Nosso Futuro em Comum em 1987, que hoje é considerado um marco. Esse re latór io introduziu o termo Desenvolv imento Sustentável e inc i tou as indústr ias a desenvolverem s istemas de gestão ambiental ef ic ientes . O re latór io fo i ass inado por mais de 50 l íderes mundiais , que agendaram uma conferência geral para d iscut ir a necess idade do estabelec imento de ações a serem implementadas .

A ONU, conseqüentemente, decidiu organizar a Conferência de Desenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas (Unced) , também conhecida como ECO 92, real izada no Rio de Janeiro em junho de 1992. L íderes de governos, pr óceres comerc ia is , representantes de mais de c inco mi l organizações não-governamentais , jornal istas internacionais e grupos pr ivados de vár ias partes do globo se reuniram para d iscut i r como o mundo poderia mudar em direção ao desenvolv imento sustentável .

O resultado da ECO 92 fo i a Agenda 21, um “consenso global e compromisso pol í t ico do mais a l to níve l” , mostrando como os governos, as empresas, as organizações não governamentais e todos os setores da ação humana podem cooperar para resolver os problemas ambientais crucia is que ameaçam a v ida no planeta.

O Secretár io-Geral da Unced quer ia assegurar-se de que as corporações comerc ia is part ic ipar iam no processo da discussão e da decisão f inal . E le , então, pediu a um l íder industr ial suíço para ser seu conselheiro nas questões comerc ia is . Esse industr ia l fez seu papel , estabelecendo o Conselho Empresar ia l de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) .

Este Conselho publ icou um re latór io importante int i tulado Mudança de Rumo, mas também decidiu aproximar-se da ISO para discutir o desenvolvimento de padrões ambientais .

Para le lamente a esses acontecimentos, a Câmara do Comércio Internacional ( ICC) desenvolveu a Carta Empresar ia l de Desenvolvimento Sustentável em 1990, que foi lançado no ano seguinte na Segunda Conferência Mundial de Gestão Ambienta l das Indústr ias (Wicem). A Carta Empresar ia l da ICC contém 16 pr incípios de gestão ambiental .

Em outra in ic iat iva, a indústr ia química, preo cupada com sua imagem públ ica deter iorada, lançou seu Programa de Atuação Responsável , começando no Canadá em 1984, cujos cr i tér ios condic ionam à part ic ipação como membro na Associação das Indústr ias Químicas . Sua abordagem é f i rmemente baseada nos pr incípios de controle ambiental e de qual idade total , inc lu indo aval iação da saúde potencia l e real , segurança e impactos ambientais das at iv idades e produtos, e do fornecimento de inform ações para as partes interessadas .

Desde a metade dos anos 80, e mais recentemen te nas economias emergentes e dinâmicas do Oriente e do Ocidente, o segmento empresar ia l está tomando uma at i tude mais proat iva e reconhecendo que a gestão ambiental , como in ic ia t iva voluntár ia , pode intensi f icar a imagem de corporação, aumentar os lucros e a competi t iv idade, reduzir os custos e prevenir a necess idade de proposição de emendas legis lat ivas a serem tomadas pelas autor idades.

Uma evidência disso é v ista na mudança para “produtos verdes” , com o aumento da “aval iação do c ic lo de v ida” – ident i f icar os impactos ambientais de um produto do “berço ao berço” . Também têm s ido produzidas inúmeras ferramentas de gestão ambiental , ta is como auditor ia ambiental e s istemas de gestão ambiental . Essa s fer ramentas , em sua maior ia , começaram como in ic iat ivas voluntár ias dentro das companhias , mas agora afetam as pol í t icas e regulamentações governamentais na União Européia, e põem em r isco as pol í t icas administrat ivas nacionais e internacionais de bancos e companhias de seguro.

Page 20: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 10 de 84 A implementação de s istemas de gestão ambiental em empresas permanece voluntár ia . No entanto, organizações em todo o mundo estão est imando cuidadosamente não só os benef íc io s f inanceiros ( ident i f icação e redução de desperdíc ios , melhora na ef ic iência da produção, novo potencial de marketing etc . ) que podem surgir de ta is at iv idades, mas também os r iscos de não empregar soluções organizacionais e técnicas para problemas ambientais (ac identes, incapacidade de obter crédito bancár io e invest imento pr ivado, perda de mercado e da c l ientela) .

Uma das at iv idades mais importantes nos ú l t imos anos ta lvez seja o desenvolv imento de padrões no campo ambiental , pr incipalmente daqueles estabelecidos pela ISO. Essas at iv idades são essenciais se um SGA (e ações re lac ionadas) tem que ser apl icado no contexto de “campo de atuação nivelado”, como exigido por acordos internacionais de exportação e importação, inc lu indo a União Européia e a Mundial . Padrões desenvolvidos em nível nacional e europeu também afetam indústr ias no mu ndo todo, sendo mais reconhecidos a BS 7750, da Grã-Bretanha desde outubro de 1996, subst i tuída pela ISO 14001 , e o EMAS (Environmental Management and Audit ing Scheme), da União Européia .

Neste in íc io do século 21, o homem passa a assumir a mea culpa pelo passado de uso predatór io dos recursos natura is . Fa la de desenvolv imento sustentável , como forma de redimir-se dos danos causados ao meio ambiente em que vive.

Passar do discurso do desenvolv imento sustentável para a prát ica das ações ambientais diár ias é um caminho que envolve mudanças de comportamento, de procedimentos; demora tempo e custa dinheiro, que nem sempre está disponível para essa f inal idade.

Falar de desenvolvimento sustentável é falar de coisas novas, é rever conceitos . É falar de biotecnologia , de tecnologias l impas, de mudanças de padrões de produção e consumo, de recic lagem, de reuso, de reaproveitamento e de outras formas de diminuir a pressão sobre matér ias-pr imas, e ao mesmo tempo reduzir os impactos causados pelos descartes de substâncias e objetos no meio ambiente.

É importante ressaltar que cada c idadão tem o dever de exerc i tar procedimentos de gestão ambiental onde quer que exerça suas at iv idades : no lar , no t rabalho, nas inst i tuições de ensino, nos ambientes de lazer e , também, nas ruas por onde passa . Dê sua contr ibuição de forma coerente e envide esforços para que as cr ianças s igam rumo certo no caminho da sustentabi l idade ambiental , como condição para a sobrevivência da própr ia espécie humana no planeta Terra .

Conceito de Desenvolv imento Sustentável : “É o desenvolvimento que sat isfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações sat isfazerem suas próprias necess idades” (Relatór io Brundtland – Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolv imento – ONU) .

Formas de Abordagem das Empresas em Relação às Questões Ambientais Dependendo de como a empresa atua em re lação aos problemas ambientais decorrentes das suas at iv idades , e la pode desenvolver três di ferentes abordagens e , também podem ser v istas como fases de um processo de implementação de prát icas de gestão ambiental numa dada empresa.

F IGURA 1 – EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS EM RELAÇÃO A QUESTÃO AMBIENTAL

F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6

De modo análogo à evolução da gestão da qual idade, a fase inic ia l da gestão ambiental também é de caráter corret ivo, as exigências estabelec idas pela legis lação ambiental são vistas como problemas a serem resolvidos pelos órgãos técnicos e operac ionais da empresa sem autonomia decisór ia e esse trabalho é visto como um custo interno adic ional . Do ponto de v ista ambiental , as prát icas de controle da poluição apresentam-se como soluções pobres por estarem focadas nos efe itos e não nas causas da poluição e a lcançam poucos efe i tos sobre o montante de recursos que a empresa ut i l iza . Na fase seguinte, as so luções para ta is problemas ambientais são v istas como meios para aumentar a produt iv idade da empresa, sendo necessár io rever os produtos e processos para reduzir a poluição na fonte, reut i l izar e rec ic lar o máximo de res íduos. Essa abordagem permite reduzir a poluição e o consumo de recursos para a mesma quant idade de bens e serv iços produzida . Por f im, numa etapa mais avançada, a empresa passa a

CONTROLE DE POLUIÇÃO

Postura reativa Ação corretiva

É um custo adicional Práticas ambientais

Atender aos requisitos Restrito a produção

PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO

Postura reativa e proativa Ação corretiva e preventiva

Procura pela redução de custos Uso eficiente dos insumos

Uso de tecnologias mais limpas Restrito a algumas áreas

POSTURA ESTRATÉGICA

Postura reativa e proativa Ação corretiva, preventiva e antecipatória

É uma vantagem competitiva Uso eficiente dos insumos

Uso de tecnologias mais limpas Disseminada na organização

Page 21: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 11 de 84 considerar as questões ambientais como que stões estratégicas , minimizando problemas que podem comprometer a competit iv idade da empresa, capturando oportunidades mercadológicas (BARBIERI , 2006) .

TABELA 2 – T IPOS DE ABORDAGENS À QUESTÃO AMBIENTAL

CARACTERÍSTICAS CONTROLE DA POLUIÇÃO

PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO

ESTRATÉGICA

Preocupação básica Cumprimento da legislação e resposta às pressões da comunidade

Uso eficiente dos insumos Competitividade

Postura típica Reativa Reativa e proativa Reativa e proativa

Ações típicas

Corretivas;

Tecnologias de remediação e de controle no final do processo (end-of-pipe);

Aplicação de norma de segurança.

Corretivas e preventivas;

Conservação e substituição de insumos;

Uso de tecnologias limpas.

Corretivas, preventivas e antecipatórias;

Antecipação de problemas e captura de oportunidades utilizando soluções de médio e longo prazo;

Uso de tecnologias limpas.

Percepção dos empresários e

administradores Custo adicional

Redução de custo e aumento da produtividade

Vantagens competitivas

Envolvimento da alta administração Esporádico Periódico Permanente e sistemático

Áreas envolvidas Ações ambientais confinadas nas áreas produtivas.

As principais ações ambientais continuam confinadas nas áreas produtivas, mas há envolvimento de ouras áreas.

Atividades ambientais disseminadas pela organização;

Ampliação das ações ambientais para toda a cadeia produtiva.

F O N T E : B A R B I E R I , 2 0 0 6

A Gestão Ambiental e as Organizações (SEBRAE, 2004) Os negócios são estabelec idos com alguns propósitos def in idos, mas fundamentalmente v isam o LUCRO. E é saudável que tenham lucros , bons lucros.

Não há incompatibi l idade a lguma entre um empreendimento rentável e uma GESTÃO AMBIENTAL adequada.

Muito pelo contrár io , a exper iência tem demonstrado que as empresas mais bem controladas têm seus custos reduzidos por que:

Consomem menos água, pelo uso rac ional ;

Consomem menos energia , pela redução do desperdíc io ;

Uti l izam menos matér ia-pr ima, pela rac ional ização do seu uso;

Geram menos sobras e res íduos, pela adequação do uso de insumos;

Reuti l izam, rec ic lam ou vendem res íduos, quando poss ível ;

Gastam menos com controle de poluição.

Ao reduzir seus custos, as empresas e levam sua competit iv idade, pois podem cobrar preços menores. Além disso, conquistam novos consumidores pela demonstração de responsabi l idade socia l , já que hoje o consumidor , cada vez mais consciente e bem informado a respeito dos efeitos ambientais e processos produtivos ecologicamente saudáveis , está disposto a pagar mais caro por marcas associadas a uma at i tude posit iva em relação à proteção do meio ambiente.

É comum pensar que as indústr ias , inc lus ive as agroindústr ias , são as grandes poluidoras do meio ambiente, porque l idam com recursos naturais , consomem muita água e energia , emitem poeiras e gases tóxicos e geram ef luentes e resíduos sól idos de dif íc i l t ratamento.

Mas, na real idade, qualquer at iv idade humana está int imamente envolv ida com aspectos ambientais importantes .

Os setores de comérc io e serviços têm grande responsabi l idade ambiental , pois são consumidores, vendedores e repassadores de produtos industr ial izados . Podem desenvolver , por

Page 22: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 12 de 84 exemplo, programas especiais de conservação de energia e água, de reut i l ização de embalagens, de rec ic lagem de papel ou de qual i f icação de consumo para produtos ambientalmente mais saudáveis , v isando melhorar seu desempenho ambiental .

A lém disso, comércio e serv iços são grandes empregadores de mão-de-obra qual i f icada. Essa conscient ização é muito importante para o aperfeiçoamento de processos produtivos e o desenvolv imento da consciência ambiental de produtores e consumidores.

A gestão ambiental é uma abordagem s istêmica em que a preocupação ambiental está em todos os aspectos dos negócios das organizações. A implementação de s istema de gestão ambiental é , normalmente, um processo voluntár io . Ao optar pela sua implantação, porém, as companhias não estão visando apenas os benef íc ios f inanceiros (economia de matér ia-pr ima, ef ic iência na produção e market ing) . Estão também, est imando os r i scos de não gerenciar adequadamente seus aspectos ambientais (ac identes, descumprimento da legis lação ambiental , incapacidade de obter crédito bancár io e outros invest imentos de capitais , e perda de mercados por incapacidade competit iva) .

Uma gestão ambiental adequada, expressa numa pol í t ica ambiental , obviamente, é o marco in ic ia l para que as empresas integrem seus aspectos ambientais às suas operações . As ferramentas para assegurar atenção s istemática e at ingir a pol í t ica ambiental e os objet ivos ambientais inc luem, entre outras , s is tema de gestão ambiental e auditor ias ambientais . Essas a judam a controlar e aperfe içoar o desempenho ambiental de acordo com a pol í t ica ambiental da companhia. Ferramentas adic ionais também estão à disposição, como metodologias para aval iação do c ic lo de v ida dos produtos, programas de rotulagem ambiental e métodos para aval iação de desempenho.

Esses instrumentos têm s ido reputados em vár ios países , pelas corporações governamentais , como instrumentos convenientes para que as organizações adotem um SGA e o usem com l ivre arbítr io , sem pressão legis lat iva. Ao mesmo tempo, organizações nacionais e internacionais vêm adotando esses instrumentos como ferramentas úte is .

Organizações de todos os t ipos estão cada vez mais preocupadas em at ingir e demonstrar um desempenho ambiental correto , controlando os impactos de suas at iv idades, produtos ou serviços no meio ambiente, levando em consideraç ão sua pol í t ica e seus objet ivos ambientais . Esse comportamento se insere no contexto de uma legis lação cada vez mais ex igente, do desenvolvimento de pol í t icas econômicas , de outr as medidas dest inadas a est imular a proteção ao meio ambiente e de uma crescente preocupação das partes interessadas em re lação às questões ambientais e ao desenvolv imento sustentável .

Modelos de Gestão Ambiental Os modelos de gestão ambiental incorporam a idéia de prevenção da poluição e encaram os problemas ambientais a part i r de uma visão mais ampla que pode ser al inhada à estratégia da empresa.

Esses modelos , embora representem de modo s impl i f icado a real idade empresar ial , permitem or ientar as decisões sobre como, quando, onde e com quem abordar os problemas e como essas decisões se re lac ionam com as demais questões empresar ia is .

Como cada modelo apresenta pontos fortes e f racos, é poss ível combinar seus e lementos para cr iar um modelo própr io , uma vez que e les não são mutuamente exc lus ivos. Esses modelos ou suas var iações permitem implementações isoladas , ou seja , uma dada empresa com seu própr io esforço podem-se adotar um desses modelos , embora sempre haja a necess idade de art iculação com fornecedores , t ransportadores , recic ladores, ent idades apoiadoras e outros agentes (BARBIERI , 2006) .

TABELA 3 – MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL

MODELO CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

GESTÃO DA QUALIDADE

AMBIENTAL TOTAL (TQEM)

EXTENSÃO DOS PRINCÍPIOS E DAS PRÁTICAS DA QUALIDADE TOTAL ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS

MOBILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO, SEUS CLIENTES E PARCEIROS PARA AS QUESTÕES AMBIENTAIS

DEPENDE DE UM ESFORÇO CONTÍNUO PARA MANTER A MOTIVAÇÃO INICIAL.

PRODUÇÃO MAIS LIMPA

(CLEAN PRODUCTION)

ESTRATÉGIA AMBIENTAL PREVENTIVA APLICADA DE ACORDO COM UMA SEQÜÊNCIA DE PRIORIDADES CUJA PRIMEIRA É A REDUÇÃO DE RESÍDUOS E EMISSÕES NA FONTE

ATENÇÃO CONCENTRADA SOBRE A EFICIÊNCIA OPERACIONAL, A SUBSTITUIÇÃO DE MATERIAIS PERIGOSOS E A MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS

DEPENDE DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DE INVESTIMENTOS PARA A CONTINUIDADE DO PROGRAMA NO LONGO PRAZO

Page 23: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 13 de 84

MODELO CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

ECOEFICIÊNCIA (ECO EFFICIENCY)

EFICIÊNCIA COM QUE OS RECURSOS ECOLÓGICOS SÃO USADOS PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES HUMANAS

ÊNFASE NA REDUÇÃO DA INTENSIDADE DE MATERIAIS DE ENERGIA EM PRODUTOS E SERVIÇOS, NO USO DE RECURSOS RENOVÁVEIS E NO ALONGAMENTO DA VIDA ÚTIL DOS PRODUTOS

DEPENDE DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, DE POLÍTICAS PÚBLICAS APROPRIADAS E DE CONTINGENTES SIGNIFICATIVOS DE CONSUMIDORES AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEIS

PROJETO PARA O MEIO AMBIENTE

(DESIGN FOR ENVIRONMENT)

PROJETAR PRODUTOS E PROCESSOS CONSIDERANDO OS IMPACTOS SOBRE O MEIO AMBIENTE

INCLUSÃO DAS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS DESDE A CONCEPÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO

OS PRODUTOS CONCORREM COM OUTROS SIMILARES QUE PODEM SER MAIS ATRATIVOS EM TERMOS DE PREÇO, CONDIÇÕES DE PAGAMENTO E OUTRAS CONSIDERAÇÕES NÃO AMBIENTAIS

FAMÍLIA DE

NORMAS ISO 14.000

UMA GESTÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE UMA SÉRIE DE NORMAS SOBRE: SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL, AUDITORIA AMBIENTAL, AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL, AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO, ROTULAGEM AMBIENTAL E ASPECTOS AMBIENTAIS EM NORMAS DE PRODUTOS.

POSSUI A NORMA SOBRE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL MAIS UTILIZADA NO MUNDO; PODE SER UTILIZADA EM CONJUNTO COM OUTRAS NORMAS DE GESTÃO AMBIENTAL; COMPATIBILIDADE COM OUTRAS NORMAS DE GESTÃO.

NORMAS PROTEGIDAS POR DIREITO AUTORAL; ALTO CUSTO (acima de US$ 370.00) DE AQUISIÇÃO DE TODAS AS NORMAS; NEM TODAS AS NORMAS FORAM PUBLICADAS.

F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6

Instrumentos ou Ferramentas de Gestão A adoção de qualquer modelo de gestão requer o uso de instrumentos, aqui entendemos como meios ou ferramentas para a lcançar objet ivos em uma matér ia ambiental (BARBIERI , 2006) .

Auditor ia ambiental , aval iação do c ic lo de vida, estudos de impactos ambientais , s is tema de gestão ambiental , re latór ios ambientais , rotulagem ambienta l , gerenciamento de r i scos ambientais , educação ambiental são alguns entre muitos instrumentos de que as empresas podem se valer para alcançar objet ivos ambientais .

F IGURA 2 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL

F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6

AUDITORIA AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DODESEMPENHO

AMBIENTAL

ANÁLISE DO

CICLO DE VIDA

GESTÃO AMBIENTAL

SISTEMA DE GESTÃO

AMBIENTAL

Page 24: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 14 de 84 Muitos também são instrumentos de pol í t ica públ ica , como, em certos casos , o estudo de impactos ambientais e a auditor ia ambiental .

Outros são de caráter hor izontal , i s to é , são instrumentos que podem ser apl icados em qualquer empresa independente de seu porte e setor de atuação, como s istemas de gestão ambiental .

A lguns se apl icam diretamente aos produtos, como a rotulagem ambiental e a aval iação do c ic lo de v ida; outros na empresa como um todo ou em parte dela , como o s istema de gestão, a auditor ia e a aval iação do desempenho ambiental .

Há instrumentos, como esses ú lt imos, que são apl icados em s i tuações, operações ou at ivos existentes para a melhor ia do desempenho ambiental , enquanto outros v isam encontrar soluções antes que os problemas apareçam, como o estudo prévio de impacto ambiental e os projetos para o meio ambiente.

A l i s ta de instrumentos de gestão ambiental pode ser ampl iada com a inc lusão dos instrumento s convencionais ut i l izados nas empresas para f ins de qual idade e produt iv idade, ta is como anál ise de valor , l i s tas de ver i f icação, cartas de controle , d iagrama de relações, d iagrama de cause-efei to , c ic lo PDCA, anál ise de falhas, manutenção preventiva , gestão ef ic iente de mater ia is , prát icas correntes de housekeeping, etc .

Aval iação de Impacto Ambiental : Este é um proced imento formal para aval iar os efe i tos sobre o meio ambiente de uma nova at ividade ou insta lação, que pode ser usado tanto para aval iar os impactos ambientais de grandes indústr ias ou obras públ icas , quanto para examinar pol í t icas , programas e planos. Normalmente aval iam-se os impactos econômicos e ambientais nos projetos, mas cada vez mais estão sendo inc luídos os impactos sociais .

Auditor ias : A auditor ia é um processo de aval iar a efet iv idade de um s istema para a lcançar seus objet ivos declarados , inclus ive às exigências legais e reguladoras . Apesar de ser mais f reqüentemente apl icada a s istemas f inanceiros , as auditor ias ambientais e energét icas estão se tornando cada vez mais comuns. Auditor ias ambientais podem ser apl icadas a estruturas organizacionais , procedimentos administrat ivos e operac ionais , áreas de trabalho, operações, processos ou documentação.

Uma auditor ia pode envolver o uso de quest ionár ios , entrevistas , medições e observações diretas , dependendo da natureza da função a ser auditada. As pessoas que real izam a auditor ia devem ser independentes das at iv idades ou áreas sendo auditadas. Os re latór ios de auditor ia podem inc luir detalhes sobre infrações ou outras def ic iências , as poss íveis razões de ta is problemas, recomendações para ações corret ivas e aval iações da efet ividade das melhor ias resultantes de outras auditor ias .

A Auditor ia Ambiental aval ia as condições e o impacto ambiental das at iv idades de um projeto ou inst i tu ição. Em uma c idade, este processo pode ser d iv id ido nos n íveis ' interno' (aval iação das prát icas e pol í t icas ut i l izadas) e 'externo' ( re latór io das condições ambientais) .

Aval iação do desempenho ambiental : A ADA é a aval iação evolut iva do desempenho ambiental de uma determinada organização. É um método que permite medir e melhorar os resultados da gestão ambiental prat icada numa dada organização ou at iv idade econômica. Ex ista ou não um s istema de gestão ambiental formal implementado na ent idade em causa, este instrumento poderá ser apl icado, a inda que, ta l como sugere o mesmo autor , será mais vantajoso se pelo menos alguns aspectos do SGA est iverem implementados.

Anál ise do c ic lo de v ida: A Anál ise do Cic lo de Vida (ACV) é um método técnico para aval iação dos aspectos ambientais e dos impactos potencia is associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a ret i rada dos recursos da natureza até a disposição do produto f inal . Esta técnica auxi l ia na ident i f icação de pr ior idades e afasta-se do enfoque tradic ional de end-of-pipe ( t ratamento no f inal do processo) para a proteção ambiental .

Educação ambiental : A educação ambiental tem como objet ivo fundamental lograr que os indiv íduos e a colet ividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente cr iado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, f í s icos , soc ia is , econômicos e culturais , e adquiram os conhecimentos, os valores , os comportamentos e as habi l idades prát icas para part ic ipar responsável e ef icazmente d a prevenção e so lução dos problemas ambientais , e da gestão da qual idade do meio ambiente.

Sistemas de Gestão Ambiental Segundo o SEBRAE (2004) S istemas de Gestão Ambiental podem ser apl icados a qualquer at iv idade econômica, em organizações públ icas ou pr ivadas , especia lmente naqueles empreendimentos que apresentam r iscos de provocar impactos negat ivos ao meio ambiente. Um Sistema de Gestão Ambiental poss ibi l i ta a uma organização controlar e minimizar os r i scos ambientais de suas at iv idades. Além disso, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental representa uma importante vantagem competi t iva, o mercado reconhece e valor iza as organizações ecologicamente corretas . Também é crescente o nível de exigências legais para que os bens produzidos sejam ambientalmente adequados em todo o seu c ic lo de v ida: que não agr idam o meio ambiente desde a or igem de sua matér ia-pr ima, durante sua produção e entrega, até sua obsolescência e d isposição f inal .

Page 25: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 15 de 84 Um Sistema de Gestão Ambiental é parte do s istema administrat ivo geral de uma empresa. E le inclui a estrutura organizacional , at iv idades de planejamento, responsabi l idades , tre inamentos, procedimentos, processos e recursos para a implementação e manutenção da gestão ambiental . Também inc lui aqueles aspectos de administração que planejam, desenvolvem, implementam, at ingem, revisam, mantêm e melhoram a pol í t ica ambiental , os objet ivos e metas da empresa .

Dentre as caracter íst icas de um SGA, este ajuda a empresa a :

a ) Ident i f icar e controlar os aspectos, impactos e r i scos ambientais re levantes para a organização.

b) Atingir sua pol í t ica ambiental , seus objet ivos e metas, inc lu indo o cumprimento da legis lação ambiental .

c ) Def inir uma sér ie bás ica de pr incípios que guiem a abordagem da sua organização em re lação a suas futuras responsabi l idades ambientais .

d) Estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental , assegurando o equi l íbr io de custos e benef íc ios , para a organização e para seus vár ios ac ionistas e interessados.

e ) Determinar que recursos são necessár ios para at ingir ta is metas , garant ir responsabi l idades por e las e comprometer os recursos necessár ios .

f ) Def inir e documentar tarefas , responsabi l idades, autor idades e procedimentos especí f icos para assegurar que cada empregado aja no curso de seu t rabalho diár io para a judar a minimizar ou e l iminar o impacto negat ivo da empresa no meio ambiente.

g) Comunicar tudo isso à organização e tre inar pessoal para cumprir e f icazmente seus compromissos.

h) Medir o desempenho em re lação a padrões e metas preestabelec idos e modif icar a abordagem, se necessár io (NBR ISO 14001:2004, p . 11; NBR ISO 14004:2004, p . v i ; SEBRAE, 2004, p . 57; SGS, 2003, p . 10) .

A família de normas ISO 14000 A “ International Organisat ion for Standardisat ion” ( ISO) é uma federação de organismos de normal ização de 130 países , um por país . A ISO é uma organização não governamental e foi estabelec ida em 1947. A sua missão consiste na promoção do desenvolv imento da normal ização e at iv idades re lac ionadas, em todo o mundo, como elemento fac i l i tador das t rocas comerc ia is de bens e serviços, dentro dos pr inc ípios da Organização Mundial do Comércio (APCER, 2003) .

O Br i t ish Standards Inst i tut ion in ic iou a cr iação de uma norma sobre SGA no f inal dos anos 1980s, resultando daí a BS 7750 em 1991. Seguindo o exemplo desse órgão, em vár ios países foram cr iadas normas para o mesmo f im, gerando restr ições ao comérc io internacional . A ISO entra em cena e em 1992 cr iou um grupo de assessor ia denominado Strategic Advisory Group on the Environment (SAGE) para estudar as questões decorrentes da divers idade crescente de normas ambientais e seus impactos sobre o comérc io internacional . O SAGE recomendou a cr iação de um comitê especí f ico para a e laboraç ão de normas sobre gestão ambiental , o Comitê Técnico 207 (TC 207) . Em 1 .996 são editadas as pr imeiras normas sobre gestão ambiental a cargo do Subcomitê 1 (SC1) : a ISO 14.001 e 14.004, ambas sobre SGA. Desde então outras foram editadas sobre outros tópicos da gestão, ta is como, auditor ia ambiental , rotu lagem ambiental , aval iação do c ic lo do produto etc . Essas normas que em outubro de 2 .006 eram 30 formam um s istema de normas, de acordo com um c ic lo PDCA ampl iado, como mostra a F igura 3 (CAJAZEIRA; BARBIERI , 2005) .

A série ISO 14000 lida com sistemas e métodos gerenciais e não com normas técnicas ou relativas ao produto, focalizam o estabelecimento de um sistema para alcançar internamente o estabelecimento de políticas, objetivos e alvos. Além disso, requerem que essas políticas incluam elementos que cumpram as leis e regulamentações e que evitem a poluição. Mas os padrões não ditam como a organização alcançará essas metas nem descrevem o tipo ou nível de desempenho exigido. Assim como a série ISO 9000, focaliza-se nos processos necessários para alcançar resultados e não nos próprios resultados, o objetivo é aumentar a confiança de todos os interessados em que a organização possui um sistema que provavelmente levará a um melhor desempenho ambiental (BOGO, 1998).

As normas c i tadas na F igura 3 são autônomas, podendo ser implementadas de modo isolado. Porém há uma expectat iva de que os melhores resultados venham a ser obtidos na medida em que as normas sejam usadas de modo art iculado, como será mostrado a seguir em re lação à implantação e manutenção de um SGA com base na ISO 14001 e ISO 14004. A norma ISO 14004 não é um guia para a ISO 14001, um equívoco muito comum observado inc lus ive na l i teratura acadêmica, mas um guia para um s istema de gerenciamento ambiental genér ico e , portanto, mais abrangente que os própr ios requis i tos da ISO 14001 (CAJAZEIRA; BARBIERI , 2005) .

O núcleo desse c ic lo é a ISO 14001, uma norma também concebida como um c ic lo PDCA (Plan-Do-Check-Act) . Todas as normas da gestão têm como base o c ic lo PDCA, cr iado na década de 1930 por Walter A. Shewart para efe i to da gestão da qual idade, e que passou a ser ut i l izado para outros propósitos tornando-se uma espécie de modelo padrão de gestão para implementar qualquer melhor ia de modo s istemático e cont ínuo.

Page 26: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 16 de 84 FIGURA 3 – Modelo ISO 14001 e suas correlações com as demais normas da série 14000

FONTE: ADAPTADO DE CAJAZEIRA; BARBIERI, 2005 E ISO/TC207, 2002

ISO 14001 e ISO 14004 Sistema

de Gestão Ambiental

Priorização dos aspectos ambientais

Série ISO 14040

Análise do ciclo de vida

Descrição do desempenho ambiental dos produtos

Integração dos

aspectos ambientaisno

projeto e desenvolvimento

ISO 14062 Projeto para o

meio ambiente (Design for environment)

Melhoria do desempenho ambiental dos produtos

ISO 14063

Comunicações ambientais

Série ISO 14020

Selos e declarações ambientais

Comunicaçãodo

desempenhoambiental

Informações sobre aspectos ambientais dos produtos

Comunicação do desempenho ambiental

Monitoramento do desempenho

ambiental

Série ISO 14030

Avaliação do desempenho ambiental

Descrição do desempenho ambiental

ISO 19011Auditoria do sistema de

gestão ambiental

Monitoramentoda performance

do SGA

Informações sobre o desempenho do SGA

Avaliação de locais e

organizações

ISO 14015

Avaliação ambiental de locais e organizações

Avaliação das questões ambientais associadas a locais e /ou atividades

Page 27: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 17 de 84 TABELA 4 APLICAÇÕES DAS NORMAS DA SÉRIE ABNT NBR ISO 14000 NO NÍVEL ORGANIZACIONAL

IMPLEMENTAÇÃO

DE

SISTEMAS

DE

GESTÃO

AMBIENTAL

(SGA)

ABNT NBR ISO

14001:2004

ABNT NBR ISO

14004:2005

Ajuda a organização a

estabelecer um SGA novo ou

melhorar um SGA existente

ABNT NBR ISO

14001:2004

Especifica os requisitos para que o SGA possa

ser objetivamente auditado para fins de certificação de primeira, segunda ou terceira parte

ABNT NBR ISO

14004:2005

Fornece diretrizes para

ajudar a organização a estabelecer e

implementar um SGA, incluindo

orientações que vão além dos requisitos da ABNT NBR ISO

14001

ABNT NBR ISO

14005

Fornece diretrizes para uma execução

gradual de um sistema de gestão

ambiental, incluindo o uso da

avaliação de desempenho ambiental

ABNT NBR ISO/TR

14061:1998

Contém informações que

auxiliam na implementação da

ABNT NBR ISO 14001 e da ABNT

NBR ISO 14004 em organizações de

gestão florestal e na indústria de

produtos florestais

REALIZAÇÃO

DE

AUDITORIAS

AMBIENTAIS

E

DE

OUTRAS

INVESTIGAÇÕES

RELACIONADAS

ABNT NBR ISO

14010:1996

Fornece diretrizes sobre os princípios

gerais comuns à realização de

qualquer auditoria ambiental

(norma cancelada)

ABNT NBR ISO

14011:1996

Fornece diretrizes sobre os

procedimentos para a realização de auditorias de SGA, incluindo os

critérios para seleção e formação

de equipes de auditoria

(norma cancelada)

ABNT NBR ISO

14012:1996

Fornece diretrizes sobre as qualificações de auditores e

auditores líderes ambientais internos e externos

(norma cancelada)

ABNT NBR ISO

14015:2003

Ajuda a organização a identificar e

avaliar os aspectos ambientais e suas

conseqüências para a empresa, a

fim de dar suporte à transferência de

propriedades, responsabilidades e obrigações de uma parte para

outra

ABNT NBR ISO

19011:2002

(substitui as normas ABNT NBR

ISO 14010, 14011 e 14012) Fornece

diretrizes sobre os princípios de

auditoria; a gestão de programas de

auditoria; a realização de auditorias de sistemas de gestão; e a

competência de auditores

ABNT NBR

ISO GUIA

66:2001

Requisitos gerais para organismos

que operam

avaliação e

certificação

/registro de sistemas de

gestão ambiental (SGA).

AVALIAÇÃO

DO

DESEMPENHO

AMBIENTAL

ABNT NBR ISO 14031:2004

Fornece diretrizes sobre a seleção e

o uso de indicadores para

avaliar o desempenho ambiental da organização

ABNT NBR ISO/TR

14032

Fornece exemplos de organizações

reais para ilustrar o uso

das orientações da ABNT NBR

ISO 14031

COMUNICAÇÃO

DE

RESULTADOS

ABNT NBR ISO

14063

Fornecerá diretrizes sobre a comunicação referente ao desempenho

ambiental e aos aspectos

ambientais da organização

COMPREENSÃO

DE

TERMOS

E

DEFINIÇÕES

ABNT NBR ISO

14050

Ajuda a organização

a compreender

os termos usados nas normas da série ABNT

NBR ISO 14000

USO

DE

RÓTULOS

E

DECLARAÇÕES

AMBIENTAIS

ABNT NBR ISO

14020:2002

Fornece princípios gerais que servem como base para o desenvolvimento

de diretrizes e normas ABNT NBR ISO sobre rótulos

e declarações ambientais

ABNT NBR ISO

14021:2004

Fornece diretrizes sobre a

terminologia, os símbolos e as

metodologias de ensaio e

verificação que a organização deve usar para auto-

declarar os aspectos

ambientais de seus produtos e

serviços (Rotulagem Ambiental

Tipo II)

ABNT NBR ISO

14024:2004

Fornece os princípios e

procedimentos guias para

programas de certificação de terceira parte

(Rotulagem Ambiental

Tipo I)

ABNT NBR ISO/TR

14025

Identifica e descreve elementos

e questões para serem considerados

ao se fazer declarações de informações

quantificadas sobre o produto, baseadas

em dados do Inventário do Ciclo

de Vida (Declarações Ambientais

Tipo III)

COMPREENSÃO

DE

TERMOS

E

DEFINIÇÕES

ABNT NBR ISO

14050

Ajuda a organização a compreender

os termos usados nas normas da série ABNT

NBR ISO 14000

Page 28: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 18 de 84

REALIZAÇÃO

DE

AVALIAÇÕES

DO

CICLO DE VIDA

(ACV)

ABNT NBR ISO

14040:2001

Fornece os princípios gerais, a

estrutura e os requisitos

metodológicos para a ACV de

produtos e serviços

ABNT NBR ISO

14041:2004

Fornece diretrizes para se determinar o

objetivo e o escopo de um estudo ACV e realizar um

inventário do ciclo de vida

ABNT NBR ISO

14042:2004

Fornece diretrizes para

se realizar a fase de

avaliação do impacto no

ciclo de vida de um estudo

ACV

ABNT NBR ISO/TR

14043:2005

Fornece diretrizes para a

interpretação dos resultados de um

estudo ACV

ABNT NBR ISO/TS

14048

Fornece informações

com relação à formatação de dados para dar

suporte à avaliação do ciclo de vida

ABNT NBR ISO/TR

14049/14047

Fornece exemplos

que ilustram

como aplicar as diretrizes da ABNT NBR ISO

14041 e da ABNT NBR ISO 14042

INCLUSÃO

DE

ASPECTOS

AMBIENTAIS

EM

PRODUTOS

E

EM NORMAS

DE

PRODUTOS

ABNT NBR

ISO GUIA

64:2002

Ajuda os escritores de

normas de produtos a incluir os aspectos

ambientais nessas normas

(em revisão)

ABNT NBR ISO/TR

14062:2004

Fornece conceitos e

práticas atuais relacionadas

com a integração de

aspectos ambientais no

projeto e desenvolvimento de produtos

ABNT NBR ISO

17422:2002

Plásticos - Aspectos

ambientais - Diretrizes

gerais para sua inclusão em

normas

COMPREENSÃO

DE

TERMOS

E

DEFINIÇÕES

ABNT NBR ISO

14050:2004

Ajuda a organização a

compreender os termos usados nas normas da

série ABNT NBR ISO 14000-

ABNT NBR: Normas Brasileiras ISO: International Organization for Standardization TR: Relatório Técnico TS: Especificação Técnica

FONTE: ADAPTADO DE ABNT/CB-38 – COMITÊ BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL E ISO/TC207, 2002

Page 29: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Sistema de Gestão

Ambiental

ISO 14001 e ISO 14004 Sistema

de Gestão Ambiental

Page 30: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 31: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 19 de 84

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Segundo Bogo (1998) a f inal idade básica da ISO 14001 é a de fornecer às organizações os requis i tos bás icos de um s istema de gestão ambiental ef icaz. A norma não estabelece "requis i tos absolutos de desempenho ambiental" sendo poss ível que duas organizações que desempenhem at iv idades s imi lares e a lcancem desempenhos ambientais d i ferentes podem estar ambas em conformidade com a ISO 14001.

Estes requis i tos bás icos formam um processo de c inco etapas:

a) Compromisso e polí t ica: Nesta fase a organização def ine uma pol í t ica ambiental e assegura seu comprometimento com ela.

b ) Planejam en to: A organização formula um plano que sat is faça às pol í t icas .

c) Imp lem en tação: A organização coloca um plano em ação, fornecendo os recursos e mecanismos de apoio.

d ) Med ição e av ali ação: A organização mede, monitora e aval ia seu desempenho ambiental contra objet ivos e a lvos .

e) A n ál i se c rí t i c a e melh o ri a : A organização real iza uma anál ise cr í t ica e implementa continuamente melhorias em seu SGA para a lcançar melhor ias no desempenho ambiental total .

Em 15 de novembro de 2004, a ISO ( Internat ional Organizat ion for Standardizat ion) publ icou as segundas edições das Normas ISO 14001 e 14004. Esta revisão é parte do compromisso da ISO de per iodicamente revisar e atual izar as normas c i tadas , concluindo um trabalho de mais de 3 anos efetuado pelo TC 207 da ISO, o qual é respon sável pelo desenvolvimento e manutenção das Normas da sér ie ISO 14000 (SGS, 2005) .

Conforme descr i to na introdução da ISO 14001:2004:

A segunda edição desta Norma busca o esc larec imento da pr imeira edição, para auxi l iar o seu entendimento, e leva em consideração as disp osições da ABNT NBR ISO 9001:2000, de maneira a aumentar a compatibi l idade entre as duas normas, para benef íc io da comunidade de usuár ios .

Gener icamente a segunda versão da ISO 14001 tem como objet ivos :

Esclarec imento da pr imeira edição;

Aumento da compatibi l idade com a ISO 9001:2000.

A estrutura da norma (muito mais de que uma harmonização em termos de nomenclatura com a ISO 9001:2000) manteve-se em grande parte , ex is t indo apenas duas a l terações substancia is :

Integração dos subitens 4 .3 .3 Objet ivos e metas e 4 .3 .4 Programa de gestão ambiental da versão 1996 no subitem 4.3 .3 Objet ivos , metas e programas na versão 2004;

Inc lusão do subitem 4.5 .2 – Aval iação do atendimento a requis i tos legais e outros .

Também o Anexo A fo i revisado e agora têm melhor direc ionamento, esc larec imento e or ientação para a implementação e manutenção do SGA nas organizações. As partes de especial interesse são: requis itos gera is (A .1) , aspectos ambientais (A .3 .1) , objet ivos, metas e programa(s) (A .3 .3) , documentação (A.4 .4) e monitoramento e medição (A.5 .1) .

Esta últ ima a l teração traduz o espír i to que norteou a revisão da ISO 14001. A versão 2004 apresenta um enfoque bastante s ignif icat ivo nos aspectos ambientais e na importância que este processo representa para todo o S istema de gestão Ambiental .

Todos os procedimentos e processos devem ter em consideração os aspectos ambientais , representando efet ivamente o cerne do Sistema.

Nota-se também expl ic i tamente a importância dada ao cumprimento de todos os requis i tos legais nas organizações que pretendem obter a cert i f icação de acordo com o referencial ambiental .

Os cr í t icos da ISO 14001 se refer iam muitas veze s o fato da Norma impor a melhor ia cont ínua do s istema de gestão ambiental e não do desempenho ambiental . Argumentavam, com se tal fosse poss ível , que uma organização poder ia melhorar o desempenho do seu s istema sem que ta l correspondesse a uma melhor ia efet iva do seu desempenho ambiental e complementarmente a uma diminuição do seu impacte sobre o meio envolvente.

Com esta nova versão toda a estrutura da norma baseia-se na gestão dos aspectos ambientais e no seu controle . O procedimento de levantamento dos aspectos ambientais assume uma posição de destaque para quem procede à implementação de um s istema de gestão ambiental .

Esta versão da norma que aparentemente não apresentar ia a l terações s ignif icat ivas mostra-se mais ex igente, mais t ransparente e muito mais a l inhada com a ISO 9001:2000.

Ref lexo disso mesmo é o refer ido na Introduç ão “… como o PDCA é apl icável a todos os processos , é considerado que as duas meto dologias são compatíveis" (APCER, 2005) .

Page 32: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 20 de 84 Elementos Básicos de um SGA Os Sistemas de Gestão Ambiental serão diferentes para d i ferentes t ipos de organizações, dependendo da natureza , tamanho e complexidade das at iv idades, produtos e serviços de cada uma (AEP, 1988) .

Os e lementos bás icos inc luem:

a) Uma pol í t ica ambiental expressando o compromisso da direção da empresa de incorporar a gestão ambiental . Compreende-se a pol í t ica ambiental como sendo uma declaração públ ica das intenções e pr inc ípios de ação da empresa em re lação ao meio ambiente. A declaração deve or ientar a def in ição dos objet ivos gera is que a organização quer a lcançar .

b) Um programa ambiental ou um plano de ação, descrevendo medidas que a empresa tomará na v igência do SGA. O programa ambiental ou o plano de ação traduz a pol í t ica ambiental da organização em objet ivos e metas e identi f ica as ações para at ingi- lo . Def ine as responsabi l idades dos colaboradores internos e a loca os recursos humanos e f inanceiros necessár ios para a sua implementação. Além disso, o programa deve levar em consideração os aspectos ambientais da organização, uma v isão geral das exigências legais e outros requis i tos apl icáveis .

c ) Uma estrutura organizacional estabelecendo tarefas , de legando autor idades e def in indo responsabi l idades para implementar as ações . No caso de empresas com locações múlt iplas ou di ferentes at iv idades comercia is , estão inc luídas estruturas organizac ionais para a empresa como um todo, ass im como para as unidades de operação separadas . O representante da a l ta administração tem uma t íp ica re lação de comunicação direta com os executivos (direção) da empresa.

d) A integração da gestão ambiental com as operações comerc ia is , que inc lui procedimentos para incorporar as medidas ambientais em outros aspectos das operações da empresa, ta is como a saúde e segurança ocupacional , compras , desenvolv imento de produtos , associações e aquis ições , market ing, f inanças , etc .

e ) Inc lu i o desenvolvimento de procedimentos ambientais especia is , gera lmente especif icados em manuais e outras instruções de t rabalho, descrevendo medidas e ações a serem tomadas na implementação do programa ambiental ou plano de ação. Os procedimentos ambientais podem abranger :

Documentação do SGA e controle dos documentos;

Controle operac ional : procedimentos e cr i tér ios para as operações e at iv idades , ass im como para os bens e serv iços, fornecedores e contratados da organização;

Cálculo dos r iscos e p lanos de ação de emergência , para identi f icar ac identes em potencial e ev itar que se tornem catástrofes .

Procedimentos para monitoramento, medição e manutenção de registros para documentar e monitorar os resultados de ações e programas especí f icos , ass im como os efe i tos globais das melhor ias ambientais .

f ) Ações corret ivas e prevent ivas para e l iminar causas reais ou potenciais de não cumprimento dos objet ivos , metas , cr i tér ios e especif icações.

g) Auditor ias para ver i f icar a adequação e ef ic iência da implementação e funcionamento do SGA.

h) Anál ises cr í t icas para a aval iação formal pela a l ta di reção v isando a adequação do SGA à luz das mudanças de c i rcunstâncias .

i ) Comunicação ( interna e externa) – recebendo e respondendo a comunicação das partes interessadas internas e externas , ass im como comunicação em todos os níve is da organização e no níve l externo as re lações com a comunidade para comunicar a postura e as metas ambientais da organização às pessoas interessadas de fora da empresa, e mantê- las informadas sobre questões , d i f iculdades ou outros assuntos ambientais específ icos que possam afetá- las , mantendo uma postura de transparência.

j ) Treinamentos para assegurar que todos os empregados entendam onde estão insertos no contexto do SGA e em relação a suas at iv idades de trabalho, a lém da conscientização das questões ambientais re levantes, à pol í t ica ambiental , os objet ivos, metas e o papel de cada empregado no s istema de gestão ambiental .

Page 33: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 21 de 84 FIGURA 4 – ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

FONTE: ADAPTADO DE AEP, 1998

Definindo Quem são as Partes Interessadas (STAKEHOLDERS) Segundo MIYASSHITA (2004) o termo stakeholder é um neologismo que se contrapõe conceitualmente ao termo ac ionista, que em inglês é denominado de shareholder , ou de stockholder . Ao longo do tempo, o termo fo i adquir indo sucess ivos aperfe içoamentos, em razão de uma melhor compreensão do fenômeno envolvendo a re lação empresa-sociedade.

Sua or igem é de 1963, e fo i or iginalmente formulado pelo Standford Research Inst i tute para indicar todos aqueles que possuem um interesse em jogo na at iv idade da empresa e seu nome der iva de stake que s ignif ica aposta , promessa.

Uma def inição considerada c láss ica no meio, apresentada por Freeman (1984) segundo a qual “stakeholder é todo indiv íduo bem ident i f icável que pode inf luenciar ou ser inf luenciado pela at iv idade da organização em termos de produtos, pol í t icas e processos de t rabalho”. Segundo este s ignif icado mais amplo, tanto grupos de interesse públ ico, quanto movimentos de defesa, comunidades locais , ent idades governamentais , associações, concorrentes, s indicatos e imprensa podem ser todas consideradas stakeholders . Todos estes grupos possuem um interesse “em jogo” (at . stake) nas decisões real izadas pela empresa.

As re lações da empresas com seus stakeholders podem ser expressas também na forma de um quadro em que são apresentadas as contr ibuições e demandas de cada grupo socia l para com a empresa, como mostra a tabela 6 .

A compreensão de quais os pr inc ipais stakeholders envolvidos especi f icamente com cada empresa const i tui uma base importante em seu processo decisór io . Cabe a cada empresa mapear quais são os seus públ icos de interesse e real izar um planejamento adequado para o gerenciamento estratégico dos seus stakeholders tendo em vista a cr iação de valor .

AUDITORIA AVALIAÇÃO

DE IMPACTOS

AMBIENTAIS

INTEGRAÇÃO COM A

GESTÃO

ESTRUTURA INTERNA DO SGA

PROGRAMA AMBIENTAL

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

POLÍTICA AMBIENTAL

PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS

(DE NORMA)

ANÁLISES CRÍTICAS

AÇÕES CORRETIVAS

E PREVENTIVAS

TREINAMENTOS

COMUNICAÇÕES INTERNAS

E EXTERNAS

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

(monitoramento, medição e manutenção de registros)

Page 34: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 22 de 84 TABELA 6 – RELAÇÃO ENTRE OS STAKEHOLDERS E A EMPRESA

Parceiros Contribuições Demandas Básicas

Acionistas Capital Lucros e dividendos

Preservação do patrimônio

Empregados Mão-de-obra Criatividade Idéias

Salários justos

Segurança no emprego

Realização pessoal

Condições de trabalho

Fornecedores Mercadorias Respeito aos contratos

Negociação leal

Clientes Dinheiro

Segurança e boa qualidade dos

Produtos

Preço acessível

Propaganda honesta

Concorrentes Competição; referencial de mercado Lealdade na concorrência

Governo Suporte institucional, jurídico e político Obediência às leis

Pagamentos de tributos

Grupos e

movimentos Aportes sócio-culturais diversos

Proteção ambiental

Respeito aos direitos de minorias

Respeito aos acordos salariais

Comunidade Infra-estrutura

Respeito ao interesse comunitário

Contribuição à melhoria da qualidade de vida na comunidade

Conservação dos recursos naturais FONTE: DUARTE (1985: 84)

Page 35: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 23 de 84

PR INCÍP IOS DO S IS TEMA DE GESTÃO AMB IENTAL ( SGA) Um sistema de gestão ambiental (SGA) é def inido pela ISO 14001 como a estrutura organizac ional , responsabi l idade, prát icas , procedimentos, processos e recursos para implementação e manutenção da gestão ambiental .

O modelo de s istema de gestão ambiental proposto pela ISO baseia-se numa v isão organizac ional que adota os seguintes pr incípios :

Princípio 1 – Comprometimento e política

Texto da Norma ISO 14004:2004

É recomendado que uma organização defina sua pol ítica ambiental e assegure o comprometimento com o seu SGA.

A O rg an i z aç ã o deve def in ir a sua pol í t ica ambiental e assegurar um compromisso perante o SGA, é o documento base do ju lgamento da organização onde deve estar garant ida a intenção real de cumprir as af i rmações nele contidas e deve ser redigido pela administração.

A Ob ten ção d o Com promisso dos gestores do topo da organização é um dos passos in ic ia is para assegurar o sucesso do SGA. Este compromisso é fundamental para o desenrolar do s istema. Depois os gestores intermediár ios terão que implementá- la e providenciar os necessár ios inputs para formulação e a l terações da pol í t ica .

Antes de ser e laborada a Pol í t ica Ambiental da organização, deve ser fe i ta uma revisão inic ial , ou levantamento inic ia l da posição da organização perante o ambiente, nomeadamente:

− Ident i f icação dos requis i tos legais e legis lação;

− Ident i f icação dos aspectos ambientais re lat ivos ás suas at iv idades, produtos ou serviços por forma a determinar aqueles que têm impactos ambientais s ignif icat ivos;

− Aval iação do desempenho ambiental , comparada com cr i tér ios internos, externos, regulamentares , ou outros;

− Procedimentos e prát icas de gestão ambiental correntemente usadas;

− Feedback resultante da invest igação de inc identes anter iores de não cumprimento;

− Oportunidades para ganhar vantagens competi t ivas :

− As opiniões dos parceiros interessados;

− Funções ou at iv idades de outros s istemas organizacionais que podem por em causa o desempenho ambiental .

A Polít ica Ambiental def in ida deve:

− Conter a missão, a os valores e as crenças da organização;

− Ser apropr iada à natureza e escala da organização e aos impactes decorrentes da sua at iv idade, produtos ou serviços ;

− Ref let i r o compromisso dos gestores de topo da organização no cumprimento da legis lação e outros requis i tos que a organização subscreva, na melhor ia cont inua do s istema e pela prevenção da poluição;

− Servir de base para a formulação dos objet ivos e metas ambientais at ingir ;

− Ser devidamente documentada, implementada, mant ida e comunicada a todos os funcionár ios e colaboradores da organização;

− Ser suf ic ientemente c lara por forma a ser compreendida por parceiros internos e externos ser per iodicamente revista de modo a incorporar a l terações nas condições;

− Estar d isponível para o públ ico em geral .

Princípio 2 – Planejamento

Texto da Norma ISO 14004:2004

É recomendado que uma organização formule um plano para cumprir sua pol ítica ambiental .

A ORGANIZAÇÃO deve formular um plano que sat is faça a pol í t ica ambiental concebida anter iormente.

Para ta l o planejamento deve incluir :

− A ident i f icação dos aspectos ambientais e aval iação dos impactes ambientais associados;

− A legis lação ambiental e regulamentação apl icável ;

− Os objet ivos e metas ambientais ;

− O programa de gestão ambiental .

Page 36: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 24 de 84 a) Id en ti f i cação d os aspectos amb ien tai s e a av ali ação dos im pactes amb ientai s

A organização deve estabelecer e manter procedimentos que identi f iquem os aspectos ambientais associados as suas at iv idades, produtos ou serv iços, por forma a determinar aqueles que podem ter impactes ambientais s igni f icat ivos. A organização deve assegurar que os aspectos re lac ionados com os impactes re levantes se jam considerados no estabelec imento dos objet ivos ambientais .

A ident i f icação dos aspectos ambientais é um processo contínuo que deve considerar os impactos passados, correntes e futuros (posi t ivos e negat ivos) das at iv idades de urna organização no ambiente.

O processo de ident i f icação dos aspectos ambientais tem como objet ivo encontrar pr ior idades em termos de intervenção do SGA.

− Os aspectos ambien tais referem-se aos e lementos da at iv idade, produtos e serviços da organização que podem interagir com o ambiente.

− Os im pactos ambi entai s referem-se às a lterações que tomarão lugar no ambiente como resultado de um aspecto ambiental .

Deve-se começar por se lec ionar uma at ividade, produto ou serv iço; em seguida ident i f icam-se todos os aspectos ambientais que poderão estar adjacentes a essa at iv idade, produto ou serviço; ident i f icam-se os potencia is impactos ambientais e aval ia-se a sua importância .

Na ident i f icação dos di ferentes aspectos ambientais , deve-se ter em conta as emissões para a atmosfera, as descargas de águas res iduais , a gestão dos res íduos, a contaminação dos solos , a ut i l ização de matér ias-pr imas e recursos natura is e outros aspectos ambientais locais e assuntos que digam respeito às comunidades locais .

O processo deve considerar o normal funcionamento da organização, bem como as s i tuações de arranque e fecho, nomeadamente em alturas de fér ias , e a inda atender aos potencia is impactos ambientais resultantes de casos de emergência .

A importância de determinados impactos é d i ferente de organização para organização. Por forma a que a aval iação seja fac i l i tada, podemos ter em conta os seguintes fatores :

− Escala do impacto;

− Sever idade do impacte ;

− Probabi l idade de ocorrência:

− Duração do impacte ;

− Legis lação;

− Incomodo para as populações v iz inhas;

− Preocupação internacional ;

− Falta de informação.

b ) Legisl ação ambien tal e regulamentação ap licáv el

A organização deve estabelecer e atual izar procedimentos de modo a ident i f icar , ter acesso e compreender toda a legis lação ambiental e regulamentação apl icável que a organização subscreva como diretamente apl icáveis aos aspectos ambientais decorrentes das suas at iv idades, produtos ou serv iços.

c) Objetivos e metas ambientais

Os objet ivos devem ser estabelecidos de encontro com a pol í t ica ambiental da organização. Quando a organização estabelecer os objet ivos, devem ter em conta os requis i tos legais constantes da legis lação, os aspectos re levantes encontrados nas revisões ambientais e na ident i f icação dos aspectos ambientais e respect ivos impactos.

As metas ambientais devem ser então at ingidas num espaço de tempo determinado.

Os objet ivos e metas ambientais def in idos devem:

− Ref let i r a pol í t ica ambiental da organização e ainda os impactos associados com as at iv idades, produtos e serviços da organização;

− Ser específ icos para cada s i tuação;

− Ser c laramente def in idos e compreendidos;

− Aceites por todos os parceiros envolvidos;

− Flexíve is , mensuráveis , motivadores e at ingíveis .

Os objet ivos e metas ambientais devem incluir a inda compromissos na redução da produção de res íduos e poluentes; na redução do consumo de recursos natura is ; na concepção de produtos de modo a que tenham um impacto ambiental reduzido; e na promoção de uma cultura ecológica junto de todos os colaboradores da organização.

Esses indicadores podem ser usados numa aval iação do desempenho ambiental e a inda fornecer informação sobre o SGA e os s istemas operat ivos.

Page 37: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 25 de 84 Os objet ivos e metas devem ser revistos per iodicamente e devem ser t idas em conta as considerações dos parceiros interessados por forma a introduzir melhoramentos no desempenho ambiental da organização.

d ) P rog rama ambi en tal

A organização deve estabelecer e manter um programa por forma at ingir os objet ivos e metas propostos. Com efei to , a cr iação de um ou mais programas ambientais é uma peça chave para a implementação bem sucedida do SGA.

O programa deve descrever como os objet ivos e metas ambientais da organização devem ser at ingidas , inc luindo uma calendar ização e a atr ibuição de competências e responsabi l idades, em cada nível e funções re levantes da organização, pela implementação da pol í t ica ambiental da organização.

Princípio 3 – Implementação

Texto da Norma ISO 14004:2004

Para uma efetiva implementação, é recomendado que uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua pol ítica , seus objetivos e metas ambientais .

Para que haja uma correta implementação, a organização deve desenvolver as capacidades e mecanismos de suporte necessár ios por forma a sat is fazer a pol í t ica ambiental , bem como os objet ivos e metas ambientais .

a) Recursos humanos, f ísi cos e f inancei ros

A organização deve identi f icar e designar os recursos humanos, técnicos e f inanceiros necessár ios a sat isfazer os seus objet ivos e metas ambientais . A organização deve ser capaz de ca lcular os custos e benef íc ios das suas at iv idades ambientais .

A responsabi l idade pelo controle do SGA deve ser confer ida a a lguém cuja função garant a suf ic iente autor idade, competência e recursos. Os gestores devem def in ir c laramente as responsabi l idades do pessoal e serem responsáveis pela implementação do SCA e pelo desempenho ambiental da organização. De resto, todos os funcionár ios devem ter responsabi l idades e contr ibuir para o desempenho ambiental g lobal da organização.

O pessoal responsável pela implementação do SGA deve:

− Ter a formação e os recursos necessár ios ;

− Antecipar e registrar todos os inc identes ambientais ;

− Recomendar so luções para os problemas e ver i f icar a implementação dessas soluções;

− Controlar at iv idades poster iores até que a ef ic iência ambiental tenha s ido corr ig ida;

− Saber atuar em s i tuações de emergência.

Os gestores de topo devem desempenhar um papel fundamental em motivar os seus funcionár ios expl icando- lhes os valores ambientais e comunicando-lhes a pol í t ica ambiental da organização.

Todos os membros da organização devem compreender e ser encorajados a acei tar a importância da obtenção dos objet ivos e metas ambientais , para os quais e les são diretamente responsáveis .

A motivação para a melhor ia cont ínua pode ser a lcançada quando os funcionár ios são reconhecidos pelo seu papel na obtenção de determinados object ivos e metas ambientais e são encorajados a introduzir a l terações (melhoramentos) no SGA.

Os responsáveis pela implementação, des ignados pelos gestores de topo, devem assegurar que o SGA está estabelec ido, implementado e mantido de acordo com as normas ISO 14001, e devem comunicar regularmente o desempenho do SGA aos gestores de topo numa base de melhor ia contínua.

b ) F orm ação

Deve ser fe ita a ident i f icação das necess idades de formação e a sensibi l ização de todo o pessoal para as questões ambientais . Deve ser def in ido um plano de formação por forma a sat is fazer as suas necess idades, acompanhado de docu mentação e aval iação da formação.

Deve ser considerado o recrutamento de pessoal e formação. Todo o pessoal de uma organização deve ter a formação e t re inos apropr iados para que os objet ivos, metas e pol í t ica ambiental sejam at ingidos . Os funcionár ios deve m ter uma correta formaç ão de base, inc lu indo métodos e t re ino que os levarão a executar as suas tarefas de uma forma mais ef ic iente e competentes , causando por i sso menores impactes no ambiente . Da mesma forma, a organização deve exigir aos seus fornecedores que atuem dentro da organização com sent ido de responsabi l idade de modo a não bel iscar o SGA da organização. A educação e o tre ino são a inda necessár ios para assegurar que os funcionár ios possuem os conhecimentos suf ic ientes sobre a regulamentação, legis lação, cr i tér ios internos, pol í t ica e objet ivos da organização.

Page 38: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 26 de 84 Devem ser estabelecidos procedimentos de modo a que se consiga sensibi l izar todos os funcionár ios e colaboradores da organização para:

− A importância de atuar em conformidade com a pol í t ica ambiental e os requis itos do SGA;

− Os impactos ambientais s igni f icat ivos ou potencia is resultantes das suas at iv idades e os benef íc ios resultantes do melhoramento do desempenho do pessoal ;

− As regras e responsabi l idades na obtenção da conformidade com a pol í t ica ambiental e procedimentos, e com os requasitos do SGA. inc lu indo os requistos de resposta em casos de ac identes e os p lanos de emergência ;

− As potenciais conseqüências provenientes dos procedimentos operacionais .

e) Comunicação

Devem ser estabelecidos procedimentos para uma comunicação interna entre os vár ios níveis e funções da organização; e a inda procedimentos para receber , documentar e responder a comunicação re levante a part i r de parceiros interessados.

d) Documentação

As operações unitár ias e os procedimentos re lat ivos a cada uma delas devem estar def in idos e documentados . A organização deve def ini r c laramente os d i ferentes t ipos de documentos que são necessár ios para o controlo e estabelec imento de procedimentos apropr iados. A ex istência de documentação a juda a informar os funcionár ios de tudo aqui lo que é necessár io para at ingir os objet ivos ambientais propostos e poss ibi l i ta a aval iação do s istema e do desempenho ambiental .

A natureza da documentação var ia conforme a dimensão e complexidade da organização. De qualquer das maneiras a organização deve manter organizada documentação sobre:

− A pol í t ica ambiental , os objet ivos e metas ;

− Programa ambiental que possibi l i te at ingir os objet ivos e metas propostos ;

− Os procedimentos ambientais ;

− A demonstração de que os e lementos do SGA estão implementados;

− As informações dos processos e os gráf icos organizac ionais , os procedimentos operac ionais e as normas internas, e os p lanos de emergência .

A documentação referente ao SGA deve estar ar t iculada com outros t ipos de documentação já ex istentes . O acesso dos funcionár ios à documentação do SGA deve ser def in ido. Toda a documentação deve ser legível , datada, fac i lmente identi f icável , organizada e conservada por per íodos de tempo def in idos . Os documentos devem estar ident i f icados re lat ivamente à organização, div isão, função, at iv idade e pessoa a que se referem. Os documentos devem ser per iodicamente revistos bem como aprovados pelos respectivos responsáveis . As versões atual izadas re levantes devem estar disponíveis nos locais onde as operações re lac ionadas são executadas e os documentos obsoletos devem ser e l iminados .

e) P rocedim en tos

A implementação é conseguida através do estabelec imento e manutenção de procedimentos operac ionais e controles por forma a assegurar o cumprimento da pol í t ica, objet ivos e metas ambientais propostos. A organização deve considerar e ident i f icar as operações e at iv idades que estão ou possam estar associadas com os aspectos ambientais ident i f icados, de acordo com a pol í t ica, objet ivos e metas ambientais estabelec idos quando do desenvolvimento dos procedimentos.

As at iv idades podem estar agrupadas em três categor ias :

− Ativ idades que previnam a poluição e a conservação de recursos em novos projetos, ou a l terações de processos , e a inda em novos produtos;

− Ativ idades de gestão diár ias por forma a assegurar conformidade com os requis i tos internos e externos, e assegurar a sua ef ic iência:

− Ativ idades estratégicas de gestão por forma a antecipar e responder a alterações dos requis i tos ambientais .

f ) Planos de emergência

Os planos de emergência devem ser estabelecidos por forma a que haja uma resposta apropr iada em caso de existência de ac identes inesperados. A organização deve def in ir procedimentos a l idar com acidentes ambientais ou potenciais s i tuações de emergência . Os procedimentos de operação e controlo devem incluir considerações re lat ivas a emissões acidentais para a atmosfera , ac identais descarga para os le i tos de água e so lo e os efe i tos ambientais especí f icos a part i r de descargas ac identais .

Os planos de emergência devem inc luir :

− Uma organização e responsabi l idades em caso de uma s ituação de emergência:

− Uma l i s ta das pessoas chave;

Page 39: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 27 de 84 − Detalhes dos serviços de emergência ;

− Planos de comunicação internos e externos;

− Ações tomadas em caso de vár ios t ipos de emergências ;

− Informação sobre mater ia is per igosos, incluindo mater ia is que causem potencia is impactes ambientais e medidas a tomar em caso de eventuais descargas acidentais ;

− Planos de tre ino e testes para aver iguar a sua ef ic iência .

Princípio 4 – Medição e avaliação

Texto da Norma ISO 14004:2004

É recomendado que uma organização mensure , monitore e avalie seu desempenho ambiental .

a) Monitorização (Medição)

As medições , monitor izações e aval iações são atividades chave no SGA, pois asseguram que o desempenho ambiental da organização está de acordo com o programa ambiental def inido.

Deve exist i r um s istema montado que permita a monitor ização do desempenho atual em confronto com os objet ivos e metas da organização. Naturalmente que isto envolve a obr igator iedade do cumprimento da legis lação ambiental e regulamentação apl icável . Os resultados devem ser anal isados e ut i l izados para determinar as áreas de sucesso e ident i f icar as at iv idades que requerem ações corret ivas e melhoramentos.

A organização deve estabelecer uma sér ie de procedimentos por forma a monitor izar , numa base regular , as caracter íst icas chave das suas operações e at iv idades que possam ter um impacto s ignif icat ivo no ambiente. O equipamento de monitor ização deve ser cal ibrado e mant ido e os registros deste processo devem ser guardados de acordo com os procedimentos da organização.

Devem ser estabelecidos indicadores ambientais que permitam aver iguar se os objet ivos e metas ambientais da organização estão a ser cumpridos. A ident i f icação de indicadores ambientais apropr iados para a organização deve ser um processo dinâmico. Ta is indicadores devem ser objet ivos, ver i f icáveis e reproduzíveis . Devem ser re levantes para as at iv idades da organização, consistentes com a sua pol í t ica ambiental , prát icos, com baixos custos e tecnicamente viáveis .

b) Identif icação de não-conformidades e ações corretivas e prev en tivas

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para def in i r as responsabi l idades e competências para l idar com s ituações de não-conformidade, e tomar ações por forma a mit igar quaisquer impactes causados e por in ic iar as ações corret ivas e preventivas .

Qualquer ação corret iva ou prevent iva tomada para e l iminar as causas de não conformidade deve ser apropr iada para a ampl i tude dos problemas e comensurável com os impactes ambientais encontrados . A organização deve implementar e guardar a l terações nos procedimentos resultantes das ações corret ivas e preventivas .

c) Registros

Os registros são as evidências do dinamismo a que um SGA deve corresponder e devem incluir :

− A legis lação ambiental e a regulamentação apl icável ;

− Os aspectos ambientais e respect ivos Impactos;

− As at ividades de formação ambiental ;

− As at ividades de inspeção, cal ibração e manutenção;

− Os registros da monitor ização;

− As não conformidades, os ac identes , as queixas ;

− Informação re lat iva aos produtos, fornecedores e c l ientes ;

− As revisões e auditor ias ao SGA.

Os registros ambientais devem ser legíveis , fac i lmente identi f icados com a at iv idade, produto ou serv iço envolvido. Devem ser guardados e mant idos de forma que se mantenham protegidos contra possíveis danos. Os seus tempos de retenção devem ser determinados e cumpridos.

d ) A ud i t o ria s ao S G A

A organização deve estabelecer e manter programas e procedimentos que permitam a auditor ia regular do SGA, por forma a determinar se o SGA está conforme os p lanejamentos operados segundo as normas 150 14001, se tem s ido corretamente implementado e mantido. O programa de auditor ias , inc luindo a sua calendar ização, deve ser baseado na importância ambiental da at iv idade re lat iva e nos resultados de auditor ias anter iores . Estas auditor ias dist inguem-se pois das auditor ias ambientais que se preocupam com o cumprimentos da legis lação e regulamentação apl icável . Neste caso, as auditor ias ao SGA centram-se exclus ivamente no SGA.

Page 40: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 28 de 84 Princípio 5 – Análise crítica e melhoria

Texto da Norma ISO 14004:2004

É recomendado que uma organização analise criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de gestão ambiental , com o objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global . Com isto em mente, o SGA é melhor visto como uma estrutura organizacional , que se recomenda ser continuamente monitorada e periodicamente analisada criticamente, a f im de que se possam dirigir da organização, em resposta à mudança de fatores internos e externos. É recomendado que cada pessoa da organização aceite sua responsabil idade quanto a melhorias ambientais .

A ORGANIZAÇÃO deve anal isar e melhorar de uma forma cont ínua o seu SGA, com o objet ivo de melhorar o seu desempenho ambiental g lobal . A revisão deve ser devidamente documentada. A gestão da organização deve, com intervalos regulares considerados apropr iados , conduzir uma revisão ao SGA por forma a garant i r a sua ef ic iência. A revisão do SGA deve ser suf ic ientemente a largada de modo a englobar as at iv idades, produtos e serv iços da organização, seus impactes no desempenho f inanceiro e posição competi t iva .

O objet ivo desta revisão deve ser compreensivo e nem todos os e lementos do SGA poderão necess i tar de ser revistas ao mesmo tempo. A revisão das pol í t icas , objet ivos, metas e procedimentos ambientais devem ser conduzidos pelo n ível organizat ivo que os def in iu. As revisões devem incluir os resultados das auditor ias , a extensão dos objet ivos e metas que foram conseguidos e preocupações de parceiros interessados.

O conceito de melhor ia cont ínua está imbuído ao SGA. E é at ingido pela regular aval iação do desempenho ambiental do SGA em confrontação com as pol í t icas , objet ivos e metas ambientais t raçadas com o objet ivo de serem ident i f icadas oportunidades de melhoramentos.

O processo de melhoramento contínuo deve:

− Identi f icar áreas de oportunidade para me lhoramentos no SGA que levarão a um melhor desempenho ambiental ;

− Determinar as causas das não-conformidades ou def ic iências do s istema;

− Desenvolver e implementar um plano com ações corret ivas e preventivas por forma por cobro a essas não-conformidades;

− Registrar alterações nos procedimentos resultantes do processo de melhor ia ;

− Estabelecer comparações com os objet ivos e metas ambientais .

− A revisão deve advert i r para possíveis necess idades para a l terações na pol í t ica , objet ivos e outros e lementos do SGA, como resultado da auditor ia ao s istema com o compromisso de se obter uma melhor ia cont ínua.

Page 41: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 29 de 84

MELHORIA CONTÍNUA E O CICLO PDCA A gestão ambiental permite o reconhecimento das interações dos produtos e serv iços da organização com o ambiente, bem como o desenvolv imento e melhor ia cont ínua do seu desempenho ambiental , sendo que a ISO 14001 rege-se pelos pr incípios de melhor ia contínua com base em quatro pi lares : P lanear , Executar , Ver i f icar e Atuar .

Buscando fazer uma comparação entre os pr incípios ac ima apresentados e uma das fer ramentas introduzida por Deming, conhecida como Círculo de Deming ou Cic lo PDCA, pode se observar a lgumas semelhanças c laras .

O segundo pr incípio do modelo de s istema de gestão ambiental proposto pela ISO corresponde ao P (Plan) do c ic lo PDCA, ou se ja , a fase de planejar , ou formular um plano, v isando o objet ivo a ser a lcançado.

O terceiro pr incípio D (Do) , a fase de execução, desenvolvendo capacidade e mecanismos necessár ios à real ização dos objet ivos.

Já os quatro pr inc ípios correspondem por analogia, ao C (Check) , fase esta onde a organização mede e aval ia seu desempenho, ou seja , checa.

O quinto e ú l t imo pr inc ípio do modelo de s istema de gestão ambiental da ISO, corresponde ao A (Action) do c ic lo onde ocorre a ação propriamente di ta , v isando uma melhor ia cont ínua.

A comparação real izada anter iormente mostra de forma c lara a re lação existente entre os pr incípios da qual idade e qual idade ambiental . Mostrando a inda que trabalhar sob a ót ica do s istema de gestão ambiental é antes de mais nada trabalhar sob a ót ica de gestão da qual idade.

4.2 Política Ambiental

4.3 Planejamento

4.4 Implementação e Operação

4.5 Verificação e Ação Corretiva

4.6 Análise Crítica pela Administração

Page 42: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 30 de 84

A ABORDAGEM POR PROCESSO Como qualquer auditor , consultor ou gestor sabe, este conceito relat ivamente s imples é di f íc i l de def ini r por palavras ou imagens e a inda mais di f íc i l de implementar de uma forma coerente numa Organização.

No entanto, a ident i f icação de ta is processos internos e as interações entre e les e o mundo exter ior é fundamental para conceber e implementar um s istema de gestão ef ic iente e ef icaz, que seja da qual idade ou ambiental .

As Organizações devem deixar de pensar nas suas operações como um "f luxo l inear" desde a recepção dos requis i tos dos Cl ientes até a entrega dos produtos aos Cl ientes , e encarem as at iv idades re lac ionadas com o meio ambiente como um c ic lo permanente de melhor ias contínuas .

Os Processos possuem t ip icamente as seguintes caracter íst icas :

Fornecem at iv idades de valor agregado que ut i l izam recursos para converter entradas em saídas;

Têm fontes de entradas – internas ou externas, c l ientes , fornecedor , etc ;

Têm saídas que podem ser produtos, serviços, informação – tangível ou intangível – que podem ir para um ou mais c l ientes internos ou externos;

Convém que todos os processos tenham um responsável ;

Todos os componentes (entradas, at iv idades de processo , recursos e sa ídas) devem ser controlados;

Todos os processos em uma organização necess i tam ser controlados desta maneira .

Os processos nas organizações podem var iar baseados na natureza dos seus negócios , complexidade de produtos, processos, etc .

Os processos podem ser agrupados em:

Processos de real ização;

Processos de suporte ;

Processos do SGA;

De uma maneira s imples , uma organização existe para transformar “ inputs (entradas)” (por exemplo, mater iais , energia, informação, etc . ) em “outputs (saídas)” (produtos , serviços) que são fornecidos aos seus c l ientes , e ao fazê- lo , acrescentam valor .

Texto da Norma ISO 14004:2004

4.1 .1 O modelo do sistema de gestão ambiental Ajuda prática – O modelo do s istema de gestão ambiental O PDCA é um processo contínuo iterativo e que possibi l ita a uma organização estabelecer , implementar e manter sua pol ítica ambiental (ver 4 .2) , com base na l iderança e comprometimento da alta administração em relação ao sistema de gestão ambiental (ver 4 .1 .2) . Após a organização ter avaliado sua posição atual em relação ao meio ambiente (ver 4.1.4) , os passos deste processo contínuo são: a) Planejar: estabelecer um processo contínuo de planejamento (ver 4.3) que possibi l ite a uma organização:

1) identificar os aspectos ambientais e os impactos ambientais associados (ver 4.3.1) ; 2 ) identificar e monitorar os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela

organização, e estabelecer cr itérios internos de desempenho, onde apropriado (ver 4 .3 .2) ; 3 ) estabelecer objetivos e metas ambientais e formular programa (s) para atingi-los (ver

4.3 .3.1 e 4 .3.3 .2) ; 4) desenvolver e uti l izar indicadores de desempenho (ver 4 .3 .3 .3) .

b) Executar: implementar e operar o sistema de gestão ambiental (ver 4.4) : 1) criar estruturas de gestão , atribuir funções e responsabi lidades com suficiente autoridade; 2) prover recursos adequados (ver 4 .4 .1) ; 3 ) treinar o pessoal que trabalha para a organização ou em seu nome e assegurar sua

conscientização e competência (ver 4 .4.2) ; 4 ) estabelecer processos para comunicação interna e externa (ver 4 .4.3) ; 5 ) estabelecer e manter a documentação (ver 4.4 .4) ; 6 ) estabelecer e implementar controle (s ) de documento (s) (ver 4 .4.5) ; 7 ) estabelecer e manter controle (s ) operacional ( is ) (ver 4 .4.6) ; 8 ) assegurar prontidão e atendimento a emergências (ver 4.4 .7) .

Page 43: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 31 de 84

c) Verificar: avaliar os processos do sistema de gestão ambiental (ver 4.5) : 1 ) conduzir monitoramento e medição de forma contínua (ver 4 .5.1) ;2) avaliar a situação de

atendimento dos requisitos legais e outros (ver 4 .5.2) ; 3 ) identificar não-conformidades e tomar ações corretivas e preventivas (ver 4 .5.3) ; 4) gerenciar os registros (ver 4 .5.4) ; 5 ) conduzir auditorias internas periódicas (ver 4 .5.5) .

d) Agir : anal isar e empreender ações para melhorar o sistema de gestão ambiental (ver 4 .6) : conduzir anál ises do sistema de gestão ambiental pela administração em intervalos apropriados (ver 4.6.1) ; identificar áreas para melhoria (ver 4 .6 .2) . Este processo contínuo possibi l ita à organização melhorar continuamente seu sistema de gestão ambiental e seu desempenho ambiental global .

É importante que uma organização adote uma abordagem do t ipo PLAN-DO-CHECK-ACT (PDCA) (p lanejar – executar – ver i f icar – agir ) aos seus processos, e que inc lua o retorno obt ido do controle de processos , aval iações de produto e indicadores da sat is fação de c l ientes , a f im de determinar a necess idade de um maior ou menor controle .

Ao nível de estratégia dá-se o seguinte exemplo:

Plan (p lanejar)

Estabelecer os objet ivos e os processos necessár ios para apresentar resultados de acordo com: os requis i tos das partes interessadas , os requis i tos legais , as pol í t icas internas da organização e a def in ição de objet ivos e metas ambientais .

Necessitando para tanto:

Fazer uma Aval iação Ambiental In ic ia l : Para compreender a posição ambiental atual da empresa, as exigências legais impostas a e la , os aspectos ambientais re levantes , suas prát icas e posturas , a lém de identi f icar os seus pontos fortes e f racos;

Obter uma visão c lara do futuro próximo: co mpreender os prováveis aspectos e impactos ambientais futuros e suas impl icações na empresa, a f im de identi f icar os r i scos e as oportunidades ambientais ; e

Estabelecer uma Pol í t ica Ambiental : def ini r como a empresa i rá reagir às questões ambientais atuais e futuras , se antec ipado a elas .

Do (executar)

É a faze de implementar os processos, ou seja , é a fase de execução das ações def in idas anter iormente, onde são fe i tas a educação e o tre inamento para capacitar as pessoas a real izarem as at iv idades, desenvolvendo capacidades e mecanismos necessár ios à real ização dos objet ivos.

Check (v erif icar)

Monitorar e medir os processos e produtos em comparação com padrões ou requis i tos legais , pol í t icas , objet ivos e reportar os resultados;

Também se real iza a aval iação da ef icác ia da sua implantação e matur idade do Sistema de Gestão Ambiental .

Estes resultados são anal isados junto à direção da empresa, que promove uma anál ise cr í t ica e determina mudanças de rumo, quando necessár io , e/ou melhor ias e a justes ao s istema.

A c t (agi r)

Empreender ações para melhorar continuamente o desempenho do processo;

Esta faze busca a melhor ia contínua dos processos e serviços da organização no que tange a sua re lação com o meio ambiente e , conseqüentemente, o desempenho ambiental da empresa;

Envolve a busca de soluções para e l iminar o problema, a escolha da solução mais efet iva e o desenvolv imento desta so lução, com a devida normal ização, quando invade o c ic lo P do c ic lo PDCA;

Quaisquer def ic iências ou imprevistos identi f icados devem ser corr ig idos, o p lano de ação deve ser revisado e adaptado às novas c i rcunstâncias , e os procedimentos são melhorados ou reor ientados, se necessár io .

Se não há problema, quando se at inge um objet ivo a lém do que t inha s ido planejado ou se igualam metas e resultados , novas metas mais audaciosas devem ser estabelecidas e o c ic lo recomeçado.

Page 44: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 32 de 84 A cada volta do c ic lo PDCA sempre acontece um progresso, mesmo pequeno, por isso nunca se volta ao mesmo ponto. Cada mudança dá in íc io a um novo c ic lo que tem como base o c ic lo anter ior , caracter izando desta forma a espiral da Melhor ia Contínua.

A seguir é fornecida uma or ientação sobre como uma organização pode optar por contemplar estes requis i tos , embora se deva sal ientar se t ratar apenas de exemplos, e não o único caminho para cumprir os requis i tos :

FIGURA X – CICLO PDCA

ACT

IMPLEMENTAÇÃO DE MELHORIA

(f)*

PLAN

SEQÜÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DE

CRITÉRIOS E MÉTODOS DE INTERAÇÃO

(a, b, c)*

CHECK

CÁLCULO E

ANÁLISE (e)*

DO

IMPLEMENTAÇÃO DO

PLANO (d)*

* Veja o texto abaixo para obter mais detalhes

FONTE: APCER, 2003

a) Iden ti f icar os processos necessários para o Sistem a de Gestão Ambiental e para a sua apl icação em toda a organização:

Atr ibuir “nomes” aos processos , incluindo os que serão obt idos no exter ior ;

Definir entradas e sa ídas para cada processo;

Def in ir c l ientes dos processos e respect ivos requis i tos ( inc lu indo necess idades e expectat ivas) ;

Def in ir quem é o gestor ou “dono” do processo.

b ) Determinar a seqüência e interação destes processos:

Apresentar a rede de processos;

Def in ir interfaces entre processos ;

Documentar os processos conforme necessár io .

Page 45: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 33 de 84 A representação esquemática a seguir dá uma idéia de como uma organização pode uti l izar f luxos ou mapas de processo, de modo a compreender melhor a interação dos vár ios processos que compõem o SGQ.

FIGURA X – MAPA DE PROCESSO

Processo input

recursos

controle

output

Processo A input A

recursos B

controle A

output A / controle B

Processo B output C

Processo C output B

input C

controle C

input B

FONTE: APCER, 2003

TABELA X – MODELO DE PROCESSO

PROCEDIMENTO * (“ Forma especificada de executar uma atividade ou um processo” - pode ser

documentado ou não)

PRODU T O (“Resultado de u m processo ”)

MONITORAMENTO E MEDIÇÃO DE OPORTUNIDADES

(Antes, durante e depois do processo)

Saída En t rad a PROCESS O (“Conjunto de atividades

inter - relacionadas ou interação de processos)

EFICÁCIA DO PROCESSO =

Habilidade para alcançar os resultados desejados

(Foco na ISO 9001:2000)

Requisitos E specificados

(Inclu i Recursos)

* Nota : Esta é a definição de procedimento dada pela ISO 9000:2000.Este não é necessariamente um dos 6 procedimentos documentadosexigidos pela ISO 9001:2000

Requisitos Satisfeitos

EFICIÊNCIA DO PROCESSO =

Resultado alcançado X

Recursos usados (Foco na ISO 900 4 :2000)

FONTE: ISO/TC 176/SC2 N524R Process

Page 46: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 34 de 84

c) Determinar cr itérios e m étod os necessários para assegurar que, tanto a operacionalidade quanto os controles d estes processos são eficazes:

Especif icar caracter íst icas de resultados pretendidos e não pretendidos;

Especif icar métodos de medição, monitoramento e anál ise de cr i tér ios (Programa Ambiental ) ;

Considerar questões econômicas (custo, tempo, perda,…);

Def inir métodos para coleta de dados .

d ) Assegurar a disponibi l idade de recursos e inform ação necessários para suportar o d esem penho e m onitoram ento d esses processos:

Alocar recursos para cada processo;

Estabelecer canais de comunicação;

Disponibi l izar informação externa e interna;

Obter retorno (resposta) ;

Coletar dados;

Manter registros .

e) Medir, monitorar e anal isar estes processos:

Medir processos e monitorar o seu desempenho (capacidade do processo, indicadores de desempenho, sat is fação de c l ientes , . . . ) ;

Anal isar informação recolhida (técnicas de estat íst ica) ;

Aval iar resultados da anál ise .

f ) Implem en tar ações necessári as para atingir resultad os planej ad os e a melhoria contínua d estes processos:

Implementar ações corret ivas e prevent ivas (melhor ia do processo) ;

Ver i f icar implementação e ef icác ia das ações corret ivas e preventivas ;

Promover melhor ias .

Page 47: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretando a

ISO 14001:2004

MELHORIA CONTÍNUA

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL

4.5 VERIFICAÇÃO E AÇÕES CORRETIVAS

4.5.1 Monitoramento e medição 4.5.2 Avaliação do Atendimento

a Requisitos Legais e Outros 4.5.3 Não-conformidade,

ação corretiva e ação preventiva

4.5.4 Controle de registros 4.5.5 Auditoria interna

4.6 ANÁLISE CRÍTICA PELA

ADMINISTRAÇÃO

4.3 PLANEJAMENTO 4.3.1 Aspectos ambientais

4.3.2 Requisitos legais e outros 4.3.3 Objetivos, metas e programa

4.4 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO 4.4.1 Recursos, funções,

responsabilidades e autoridades. 4.4.2 Competência, treinamento e

conscientização. 4.4.3 Comunicação.

4.4.4 Documentação 4.4.5 Controle de Documentos.

4.4.6 Controle operacional 4.4.7 Preparação e

resposta a emergências.

Page 48: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 49: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 33 de 84

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NA ISO 14001:2004 Apesar dos textos das normas estarem disponíveis , este documento não subst i tu i o texto normativo, sendo necessár io que o le i tor consulte a ISO 14001:2004, a ISO 14004:2004 quando ut i l izar este documento.

O texto das normas é apresentado entre bordas conforme a seguir :

ISO 14001:2004 Borda Azul sem Sombreamento

1. Cada item e subitem da ISO 14001:2004 são abordados em ordem seqüencial .

2 . Para efeitos deste Manual é uti l izada a seguinte terminologia:

a) Item normativo (ex: 4 .4 – “Implementação e operação”)

b) Subitem normativo (ex: 4 .4 .2 – “Competência , treinamento e conscientização”)

c) Requisito normativo (ex: “… deve conduzir auditorias internas em intervalos … ” ou “Deve ser planeado um programa de auditoria … ”)

3 . O texto apresenta as seguintes marcações:

a) Os requisitos desta norma foram identificados marcando as frases Deve ou Devem com amarelo s ignificando obrigação em atender ao requisito;

b) Os procedimentos documentados exigidos pela norma foram identificados marcando a frase Procedimento com verde;

c) Os registros exigidos pela norma foram identificados marcando a frase Registro com vermelho;

d) As frases quando, quando necessário ou quando apropriado estão marcados em azul por significar , na maioria das vezes , um requisito somente se adotado, porém, é recomendável justificar a não adoção do requisito;

4 . Mudanças entre a ISO 14001:1996 e ISO 14001:2004

Este documento procura diferenciar os requisitos da ISO 14001:2004 face aos da anterior versão. Para tanto se codificou os requisitos em função da sua natureza , recorrendo-se à uti l ização de cores da seguinte forma:

a) Requisitos Novos ou modificados: Verde

b) Requisitos Reescritos , mas cujo conteúdo não foi alterado: Laranja

c) Requisitos inalterados: Preto

ISO 14004:2004 Borda Azul e Sombreamento Amarelo

A interpretação de cada seção, item e subitem da norma, estão divididos em cinco aspectos fundamentais :

Ob jetiv o: Qual o propósito de cada conjunto de requisitos agrupados no item ou subitem; o que a norma pretende alcançar ;

P r in ci pai s m ud a n ça s n a v e r s ã o 2 0 0 4 : Quais as mudanças e suas implicações nos sistemas já implantados;

Interp retação: Qual a interpretação sobre cada conjunto de requisitos , suportada em exemplos , quando aplicável ;

Gerand o Evid ên ci a: Necessária e/ou requerida para evidenciar a implementação, realização e controle das atividades/processos associados ao cumprimento do conjunto de requisitos em análise; o que seria importante para demonstrar o comprometimento com os requisitos;

Não Conformidades mais freqüentes: Ressalva às situações que, de acordo com experiência , são constatadas com mais freqüência em auditoria.

Page 50: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 34 de 84

0 INTRODUÇÃO Texto da Norma ISO 14001:2004

Organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas com o atingimento e demonstração de um desempenho ambiental correto , por meio do controle dos impactos de suas atividades , produtos e serviços sobre o meio ambiente , coerente com sua pol ítica e seus objetivos ambientais . Agem assim dentro de um contexto de legis lação cada vez mais exigente , do desenvolvimento de políticas econômicas , e outras medidas visando adotar a proteção ao meio ambiente e de uma crescente preocupação expressa pelas partes interessadas em relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável . Muitas organizações têm efetuado “análises” ou “auditorias” ambientais para aval iar seu desempenho ambiental . Por s i só , entretanto, tais “análises” ou “auditorias” podem não ser suficientes para proporcionar a uma organização a garantia de que seu desempenho não apenas atenda, mas continuará a atender , aos requisitos legais e aos de sua pol ítica. Para que sejam eficazes , é necessário que esses procedimentos sejam conduzidos dentro de um sistema de gestão estruturado que seja integrado na organização. As normas de gestão ambiental têm por objetivo prover às organizações de elementos de um sistema de gestão ambiental (SGA) eficaz , que possam ser integrados a outros requisitos da gestão, e auxi l iá-las a a lcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Não se pretende que estas Normas, tais como outras Normas, sejam uti l izadas para cr iar barreiras comerciais não-tarifárias , nem para ampliar ou alterar as obrigações legais de uma organização. Esta Norma especifica os requisitos para que um sistema de gestão ambiental capacite uma organização a desenvolver e implementar pol ítica e objetivos que elevem em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais s ignificativos . Pretende-se que se aplique a todos os tipos e portes de organizações e para adequar-se a diferentes condições geográficas , culturais e sociais . A base desta abordagem é representada na f igura 1 . O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções , especialmente da alta administração. Um sistema deste tipo permite a uma organização desenvolver uma política ambiental , estabelecer objetivos e processos para atingir os comprometimentos da pol ítica, conforme necessário , para melhorar seu desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos desta Norma. A finalidade geral desta Norma é equi l ibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas. deve-se notar que muitos desses requisitos podem ser abordados simultaneamente ou reapreciados a qualquer momento. A segunda edição desta Norma busca o esclarecimento da primeira edição, para auxi liar o seu entendimento, e leva em consideração as disposições da ABNT NBR ISO 9001:2000, de maneira a aumentar a compatibi l idade entre as duas normas, para benefício da comunidade de usuários. Para faci l idade de uso, as subseções da seção 4 desta norma e do anexo A possuem números correlatados. Por exemplo, a 4 .3.3 e A.3.3 tratam de objetivos , metas e programa(s) , e 4 .5.5 e A .5 .5 tratam de auditoria interna. Adicionalmente, o Anexo B identifica as correspondências técnicas abrangentes entre a ABNT NBR ISO 1004:2004 e a ABNT NBR ISO 9001:2000 e vice versa. Existe uma importante distinção desta norma, a qual descreve os requisitos para certificação/registro e/ou autodeclaração do sistema de gestão ambiental de uma organização, e uma diretriz não-certif icável destinada a prover orientação genérica a uma organização para estabelecer , implementar ou melhorar seu sistema de gestão ambiental . A gestão ambiental abrange uma vasta gama de questões, inclusive aquelas com implicações estratégicas e competitivas. A demonstração de um processo bem-sucedido de implementação desta Norma pode ser uti l izada por uma organização para assegurar às partes interessadas que ela possui um sistema de gestão ambiental apropriado em funcionamento. Orientação sobre técnicas de apoio à gestão ambiental faz parte de outras Normas, em especial àquelas sobre gestão ambiental em documentos estabelecidos pela ISO/TC 207. Qualquer referência a outras Normas tem caráter meramente informativo.

Page 51: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 35 de 84

Melhoria Contínua

Análise pela Administração

Política

Planejamento

Implementação e operação Verificação e

ação corretiva

N O T A : E s t a N o r m a é b a s e ad a n a m e t o d o l o g i a c o n h e c i d a c o m o P l an - D o -C h e c k - A c t ( P D C A ) / P l a n e j a r - E x e c u ta r -V e r i f i c a r - A g i r ( P D C A ) . O P D C A p o d e s e r b r eve m e n t e d e s c r i t o d a s e g u i n te f o r m a :

− Plane jar : e s t a b e l e c er o s o b j e t i v o s e p r oc e s s o s n e c e s s á r i o s p a r a a t in g i r o s r e s u l ta d o s e m c o n c o r d â n c i a c o m a p o l í t i c a a mb ien t a l d a o r g a n i z a ç ã o .

− Executar : i m p l e m e n t ar o s p r o c e s s o s .

− Ver if icar : m o n i t o r a r e m ed i r o s p r o c e ss o s e m c o n f or m i d a d e c o m a p o l í t i c a amb i e n t a l , o b j e t iv o s , m e t a s , r e q u i s i t o s l ega i s e o u t r o s , e r e l a ta r o s r e su l t a d o s .

− Agi r : A g i r p a r a c o n t i n u a m e nt e m e l h o r a r o d e s e m p e n h o d o s i s t e m a d e ge s t ã o a mb i e n ta l .

M u i t a s o r ga n i z a ç õ e s g e r e n c i a m s u a s o p e r a ç õ e s a t r a v é s d a a p l i c a çã o d e u m s i s t e m a d e p r o c e s s o e s u a s i n t e r a ç õ e s , o q u e p o d e m s er r e f e r e n c i a d a s c o m o “ a b or d a g e m d o p r o c e s s o ” . A A B N T I S O 9 0 0 1 : 2 0 0 0 p r o m o v e a u t i l i z a ç ã o d a a b o r d a g e m d o p r o c e s s o . C o m o o P D C A p o d e s e r a p l i c a d o a t o d o s o s p r o c e s s o s , a s d u a s m e t o d o l o g i a s s ã o c o n s i d e r ad a s c o m p a t í v e i s .

Esta Norma contém apenas aqueles requisitos que podem ser objetivamente auditados. É recomendado àquelas organizações que necessitem de orientação adicional que uti l izem como referência a ABNT NBR ISO 14004. Esta Norma não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental , a lém dos comprometimentos , expressos na pol ítica ambiental , de estar em conformidade com requisitos legais e outros requisitos aos quais a organização tenha subscrito, com a prevenção da poluição e com a melhoria contínua. Assim, duas organizações que desenvolvem atividades s imi lares , mas que tenham níveis de desempenho ambiental , podem ambas estar em conformidade com seus requisitos . A adoção e a implementação, de forma sistemática , de um conjunto de técnicas de gestão ambiental podem contribuir para a obtenção de resultados ótimos para todas as partes interessadas. Contudo, a adoção desta Norma por s i só não garantirá resultados ambientais ótimos. Para atingir os objetivos ambientais e a pol ítica ambiental , pretende-se que os sistemas de gestão estimulem as organizações a considerarem a implementação das melhores técnicas disponíveis , onde apropriado e economicamente viável , e que a relação custo-benefício de tais técnicas seja levada integralmente em consideração. O nível de detalhe e complexidade do sistema de gestão ambiental , a extensão de sua documentação e dos recursos dedicados a ele irão depender de alguns fatores , tais como: o escopo do sistema, o porte da organização e a natureza de sua atividades, produtos e serviços . Este pode ser , em particular , o caso das pequenas e médias empresas .

Page 52: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 36 de 84

Esta Norma não inclui requisitos específicos de outros sistemas de gestão, tais como aqueles para qual idade, saúde ocupacional e segurança , finanças , gerenciamento de risco , muito embora seus elementos possam ser al inhados ou integrados com os outros sistemas de gestão. è possível a uma organização adaptar seu(s) sistema(s) de gestão existente(s) de maneira a estabelecer um sistema de gestão ambiental que esteja em conformidade com os requisitos desta Norma. Deve-se notar , contudo, que a aplicação de vários elementos do sistema de gestão ambiental podem diferir , dependendo dos objetivos pretendidos e das partes interessadas envolvidas.

Objet ivo A intenção desta seção é a de esclarecer que a Norma ISO 14001:2004 possibi l i ta a organização opte pela autodeclaração, não prec isando necessar iamente da cert i f icação para demonstrar o atendimento aos requis i tos da norma.

Pr incipais mudanças na versão 2004 Indica a metodologia PDCA para compatibi l idade entre as normas ISO 9001:2000 e a ISO 14001:2004 ver exemplo na f igura 5 .

F IGURA 5 – MODELO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO EM PROCESSO

FONTE: ADAPTADO DA ISO 9000:2000

In terpretação A Norma ISO 14001:2004 especif ica um modelo de s istema de gestão ambiental (SGA) que pode ser apl icado a qualquer t ipo de empresa, independentemente da sua dimensão.

É baseado num modelo de implementação PDCA (PLANEJAR-EXECUTAR-VERIFICAR-AGIR) e segue uma seqüência s imples e lógica .

É importante que uma organização adote uma abordagem do t ipo PDCA aos seus processos, e que inclua o retorno obt ido do controle de processos, aval iações de produto e indicadores da

Page 53: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 37 de 84 sat isfação das partes interessadas , a f im de de terminar a necess idade de um maior ou menor controle .

PLAN (planejar) : Estabelecer os objet ivos e os processos necessár ios para apresentar resultados de acordo com: os requis i tos das partes interessadas, os requis i tos legais , as pol í t icas internas da organização e a def in ição de objet ivos e metas ambientais . Necessitando para tanto:

Fazer uma Aval iação Ambiental In ic ia l : Para compreender a posição ambiental atual da empresa, as exigências legais impostas a e la , os aspectos ambientais re levantes , suas prát icas e posturas , a lém de identi f icar os seus pontos fortes e f racos;

Obter uma v isão c lara do futuro próximo: Compreender os prováveis aspectos e impactos ambientais futuros e suas impl icações na empresa, a f im de ident i f icar os r iscos e as oportunidades ambientais ; e

Estabelecer uma Pol í t ica Ambiental : Def ini r como a empresa i rá reagir às questões ambientais atuais e futuras , se antec ipado a elas .

DO (executar) : É a fase de implementar os processos , ou se ja , é a fase de execução das ações def in idas anter iormente, onde são fe i tas a educação e o t re inamento para capacitar as pessoas a real izarem as at iv idades, desenvolvendo capacidades e mecanismos necessár ios à real ização dos objet ivos.

Todos os impactos s ignif icat ivos devem agora ser gerenciados. Para isso, existem as opções: podem ser agendados como projetos de melhor ia e submetidos a Objet ivos , Metas e Programas de Gestão, ou podem ser controlados por procedimentos de Controle Operacional (em determinadas s i tuações , podem e devem ser apl icados ambos os mecanismos) .

Adic ionalmente, as questões identi f icadas como potenciais s i tuações de emergência necess i tarão de ser ger idas por processos de prevenção de emergências e , poss ive lmente, por planos e procedimentos de emergência .

CHECK (v erif icar) : Monitorar e medir os processos e produtos em comparação com padrões ou requis i tos legais , pol í t icas , objet ivos e reportar os resultados ;

Também se real iza a aval iação da ef icácia da sua implantação e da matur idade do S istema de Gestão Ambiental .

Estes resultados são anal isados junto à direção da empresa, que promove uma anál ise cr í t ica e determina mudanças de rumo, quando necessár io , e/ou melhor ias e a justes ao s istema.

Inc lu i procedimentos de medição, monitoramento e ca l ibração, para garant ir que os controles e os programas estão a funcionar , como se pretende.

Inc lu i a inda a ver i f icação do cumprimento da legis lação.

Um outro processo da ver i f icação é a Auditor ia Interna do SGA onde o s istema desenvolv ido é auditado em pormenor , para ver i f icar se está implementando o que se pretende e se ta l cont inua adequado à "real idade ambiental" da organização.

A CT (agi r) : Empreender ações para melhorar continuamente o desempenho do processo;

Consiste na busca da melhor ia cont ínua dos processos e serv iços da organização no que tange a sua re lação com o meio ambiente e , conseqüentemente, o desempenho ambiental da empresa;

Envolve a busca de soluções para e l iminar o problema, a escolha da solução mais efet iva e o desenvolv imento desta solução, com a devida normal ização, quando invade o c ic lo P do PDCA;

Quaisquer def ic iências ou imprevistos identi f icados devem ser corr ig idos, o p lano de ação deve ser revisado e adaptado às novas c i rcunstâncias , e os procedimentos são melhorados ou reor ientados, se necessár io .

É ac ima de tudo uma revisão do processo, pois todo o s istema é revisto , para se garant ir que está funcionando, fornecendo os resultados pretendidos e que cont inua atual izado e adequado à empresa.

Se não há problema, quando se at inge um objet ivo a lém do que t inha s ido planejado ou se igualam metas e resultados , novas metas mais audaciosas devem ser estabelec idas e o c ic lo é recomeçado voltando ao c ic lo P do PDCA.

A cada volta do c ic lo PDCA sempre acontece um progresso, mesmo que pequeno por i sso nunca se volta ao mesmo ponto. Cada mudança dá in íc io a um novo c ic lo que tem como base o c ic lo anter ior , caracter izando desta forma a espiral da Melhor ia Contínua.

Estes e lementos, quando adequadamente apl icados, i rão dar or igem a uma boa gestão ambiental (SGS,2003; APCER, 2001) .

Page 54: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 38 de 84 FIGURA 6 - FLUXOGRAMA DO PROCESSO PARA A ISO 14001

PROCESSOS DE APOIO AO SGA 4.4 .1 ESTRUTURA E RESPONSABILIDADES 4.4.2 COMPETÊNCIA, FUNÇÕES , RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES 4.4 .3 COMUNICAÇÃO 4.4 .5 CONTROLE DE DOCUMENTOS 4.5 .2 AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E OUTROS 4.5 .3 NÃO CONFORMIDADE, AÇÕES CORRETIVA E PREVENTIVA 4.5 .4 CONTROLE DE REGISTROS FONTE: ADAPTADO DE SGS, 2003

Monitoramento e Medição 4.5.1

Auditoria Interna 4.5.5 VE

RIF

ICA

R

AG

IR

MELHORIA

GESTÃO DA EMERGÊNCIA

CONTROLE

Objetivos, Metas e Programas

4.3.3 Planos de

Emergência 4.4.7

Procedimentos de Controle Operacional

4.4.6

EXEC

UTA

R

PLA

NEJ

AR

Identificar Requisitos Legais e Outros requisitos

4.3.2

Identificar os Aspectos e Impactos ambientais

4.3.1

Avaliar a significância dos impactos

4.3.1 Política

4.2

Análise crítica pela Administração

4.6

Page 55: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 39 de 84 Também indica esta metodologi a (PDCA) para compatibi l idade entre as normas ISO 9001:2000 e a ISO 14001:2004.

PDCA Para uso no Di a-a-Di a

S o n h a r n o s l e v a a p e n s a r e m n o s s o s o b j e t i v o s e i s s o n o s l e v a a a ç ã o p a r a r e a l i z á - l o s . . . m a s n e m s e m p r e é t ã o f á c i l a s s i m ! Q u e t a l c r i a r u m c i c l o p o s i t i v o p a r a v o c ê , c a p a z d e g e r a r m e l h o r i a s n a s u a v i d a e t e a p r o x i m a r c a d a v e z m a i s d o s r e s u l t a d o s q u e v o c ê b u s c a ?

P e n s e d i f e r e n t e ! P e n s e c o m Q u a l i d a d e !

Este Cicl o Posit iv o têm o nome de PDCA e a seguir o apresentamos para uso no seu dia-a-dia tanto no trabalho quanto em casa!

PLAN (PLANEJAR), ou seja, PENSAR

1. Ident i f ique sua atual s i tuação e aonde quer chegar ;

2 . Def ina seus objet ivos e pr ior idades ;

3 . Estabeleça suas metas e prazos para a lcançá- los ;

4 . Def ina quais serão os indicadores , ou melhor , como você i rá medir seus avanços e conquistas (esses indicadores são fundamentais para sua jornada) ;

5 . Planeje (ou melhor , Pense) as ações para real izar suas metas e objet ivo;

6 . Coloque tudo por escr ito , para fac i l i tar sua v isual ização;

7 . Aprenda se necessár io , e ensine / t re ine / comunique as pessoas envolv idas ;

E s t e s e r á s e u P l a n o d e A ç ã o p a r a a l c a n ç a r o q u e d e s e j a ( m e t a s e o b j e t i v o s , i n c l u s i v e o s i n d i c a d o r e s ) .

DO (EXECUTAR ), ou sej a, DESENVO LVA

1. Coloque em prát ica seu P lano de Ação;

2 . Proceda conforme o planejado;

3 . Cumpra cada meta de sua jornada;

4 . Registre as informações para que você possa medir seus avanços;

5 . Gerencie seu tempo com foco nas suas metas e objet ivo;

6 . Seja pró-at ivo;

CHECK (VERIFICA R ), ou seja, CO NFERIR

O s e g r e d o d o P D C A e s t a a q u i !

1. Ver i f ique se as metas planejadas estão sendo cumpridas , através dos seus indicadores. (Lembre-se : sem informações conf iáveis , não é poss ível prosseguir ) ;

2 . Anal ise os pontos fortes de suas ações e as suas oportunidades de melhor ias ;

3 . Caso não tenha obt ido os resultados esperados, ident i f ique as causas reais que geraram isso;

4 . Sempre se lembre que o foco não é em problemas, é s im em soluções!

A p l i q u e e s t a e t a p a p e r i o d i c a m e n t e !

ACT (AGIR), ou seja, APERFEIÇOAR

1. Com as informações medidas e anal isadas . Se não há problema, quando se at inge um objet ivo a lém do que t inha s ido planejado ou se igualam metas e resultados , novas metas mais audaciosas devem ser estabelec idas e o c ic lo recomeçado. Aperfeiçoe o que já era bom e incorpore as melhor ias ao seu Plano de Ação.

2 . Caso contrár io , cr ie ações de melhor ias capazes de resolver e , conseqüentemente, prevenir as causas dos problemas, para que e les não voltem a ocorrer ;

3 . Quaisquer def ic iências ou imprevistos identi f icados devem ser corr igidos, o p lano de ação deve ser revisado e adaptado às novas c ircunstâncias , e os procedimentos são melhorados ou reor ientados, se necessár io . Coloque as ações de melhor ia em prát ica!

E s t a f a s e e n v o l v e a b u s c a d e s o l u ç õ e s p a r a e l i m i n a r o p r o b l e m a , a e s c o l h a d a s o l u ç ã o m a i s e f e t i v a e o d e s e n v o l v i m e n t o d e s t a s o l u ç ã o , c o m a d e v i d a n o r m a l i z a ç ã o , q u a n d o i n v a d e o c i c l o P d o c i c l o P D C A ;

E volte novamente ao começo do cicl o!

A cada volta do c ic lo PDCA sempre acontece um progresso, mesmo pequeno, por isso nunca se volta ao mesmo ponto. Cada mudança dá in íc io a um novo c ic lo que tem como base o c ic lo anter ior , caracter izando desta forma a espiral da Melhor ia Contínua.

Page 56: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 40 de 84

1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO Texto da Norma ISO 14001:2004

Esta Norma especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental , permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma pol ítica e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros por ela subscritos e informações referentes aos aspectos ambientais s ignificativos. Aplica-se aos aspectos ambientais que a organização identifica como aqueles que possam controlar e aqueles que possam influenciar . Em si , esta norma não estabelece critérios específicos de desempenho ambiental . Esta Norma se aplica a qualquer organização que deseje: a) Estabelecer , implementar , manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental ; b) Assegurar-se de sua conformidade com sua polít ica ambiental definida; c) Demonstrar conformidade com esta Norma ao:

1) Fazer uma auto-avaliação ou autodeclaração; ou 2) Buscar confirmação de sua conformidade por partes que tenham interesse na organização,

tais como os cl ientes , ou 3) Buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de uma organização externa; ou 4) Buscar certificação/registro de seu sistema de gestão ambiental por uma organização

externa. Todos os requisitos desta Norma se destinam a ser incorporados em qualquer sistema de gestão ambiental . A extensão de aplicação dependerá de fatores tais como a pol ít ica ambiental da organização, a natureza de suas atividades , produtos e serviços e as condições nas quais o sistema funciona. Esta Norma provê no anexo A , diretrizes informativas sobre o uso da especificação.

Objet ivo Mostrar que a ISO 14001 especi f ica requis i tos re lat ivos a um s istema de gestão ambiental e apl ica-se aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela organização.

Pr incipais mudanças na versão 2004 Segundo a APCER (2005) não existem al terações s ignif icat ivas .

In terpretação Um SGA de acordo com a ISO 14001 proporc iona um s istema de processos inter l igados. É um s imples e ef icaz conjunto de mecanismos para ger ir questões ambientais dentro de uma empresa. A norma só é prescr i t iva em termos de est ipular o que deve assegurar , deixando à empresa a l iberdade de escolher , por e la própr ia , como deve fazer .

Esta abordagem s ignif ica que a ISO 14001 pode ser apl icada a qualquer t ipo de organização em qualquer escala, e isso também expl ica porque é que, de tempos a tempos, há mal-entendidos nas suas intenções e nas suas apl icações.

Um s istema de gestão de acordo com a ISO 14001 s ignif ica que:

São ident i f icados todos os maus (e bons) impactos que a sua empresa tem sobre o ambiente;

Tem conhecimento do que está a sendo fe ito para gerenciar e melhorar esses impactos ;

Vai implementar uma boa gestão ambiental em todos os planos futuros e no se io da sua empresa; e

Terá a certeza que ident i f icou e compreendeu todos os requis i tos legais re lacionados com o seu negócio e que os vai cumprir .

(SGS, 2003)

Page 57: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 41 de 84

2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS Texto da Norma ISO 14001:2004

Não há referências normativas citadas. Esta seção foi incluída para manter uma numeração de secções idênticas à edição anterior (ABNT NBR ISO 14001:1996).

3 DEFINIÇÕES Texto da Norma ISO 14001:2004

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições. 3.1 Auditor Pessoa com competência para real izar uma auditoria [ABNT NBR ISO 9000:2000, 3 .9 .9] . 3.2 Melhoria contínua Processo recorrente de se avançar o sistema de gestão ambiental (3 .8) , com propósito de atingir aprimoramento do desempenho ambiental (3.10) coerente com a política ambiental (3 .11) da organização (3.16). N O T A : N ã o é ne c e s s á r i o q u e o p r o c e s s o s e ja a p l i c a d o s i m u l t a n e a m en t e a t o d a s a s á r ea s d e a t i v i d ade .

3.3 Ação Corretiva Ação para el iminar a causa de uma não conformidade (3 .15) identificada. 3.4 Documento Informação e o meio no qual esta contida. N O T A 1 : O m e i o f í s i c o p o d e s e r pa p e l , m ag n é t i c o , d i s c o d e c o m p ut a d o r d e l e i t u r a ó t i c a o u e l et r ô n i c a , f ot o g r af ia o u a m o s t r a p ad rã o , o u u ma c o m b i n a ç ã o d e st e s .

N O TA 2 : A d ap ta d o d a ABNT NBR ISO 9000:2000, 3 .7.2.

3.5 Meio ambiente Circunvizinhança em que uma organização (3.16) opera , incluindo ar , água, solo , recursos naturais , f lora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. N O T A : N e s t e co n t e x t o , c i r c un v i z i n h a n ç a e s t e n d e - s e d o i n t e r i o r d e u ma organização ( 3 . 1 6 ) p a r a o s i s t e m a g l ob a l .

3.6 Aspecto ambiental Elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização (3 .16) que pode interagir com o ambiente (3 .5) . N O T A : U m a s p ec t o a m b i e n t a l s i g n i f i c a t i v o é a q u e l e q u e te m o u p o d e t e r u m impacto ambienta l ( 2 .7 ) s i g n i f i c a t ivo .

3.7 Impacto ambiental Qualquer alteração no meio ambiente (3 .5) , seja adversa ou benéfica , que resulte , no todo ou em parte , dos aspectos ambientais (3.6) de uma organização (3 .16) . 3.8 Sistema de gestão ambiental - SGA À parte do sistema de gestão de uma organização (3 .16) uzada para desenvolver e implementar a política ambiental (3.11) e gerenciar seus aspectos ambientais (3.6) . N O T A 1 : U m s i s t e m a d e g es tã o é u m c o n j un t o d e e l e m ent o s i n t e r - r e l ac i o n a d o s u s ado p a r a e s t ab e l e c e r a p o l í t i ca e o s o b j e t i v o s e p a r a at i n g i r e s s e s o b j e t i v os .

N O T A 2 : U m s i s t e m a d e g est ã o i n c l u i e st r u t ur a o r g a n i z a c i o n a l , a t i v i d a d e s d e p l a n e j a m e n t o , r e s p o n s a b i l i d ad e s , p r á t i c as , procedimentos ( 3 .19 ) , p r o c e s s o s e r e c u r s o s .

3.9 Objetivo ambiental Propósito ambiental geral , decorrente da política ambiental (3 .11) , que uma organização (3 .16) se propõe a atingir . 3.10 Desempenho ambiental Resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais (3.6) . N O TA : N o c o nt e x t o d o s s i stemas de gestão ambienta l ( 3 . 8 ) , o s r e s u l t ad o s p o d e m s e r m ed i d o s c o m b a s e n a pol í t ica ambienta l ( 3 . 11 ) , objet ivos ambienta is ( 3 . 9 ) e metas ambienta is ( 3 . 1 2 ) d a organização ( 3 . 1 6 ) e o u t r o s r e q u i s i t o s d e d e s e m p e n h o am b i e n t a l .

3.11 Política ambiental Intenções e princípios gerais de uma organização (3 .16) , em relação ao seu desempenho ambiental (3 .10) conforme formalmente expresso pela Alta Administração. N O T A : A p o l í t ic a a m b i e n ta l p r o v ê u m a e s t r u t u r a d e a çã o e d e f i n i çã o d e s e u s objetivos ambienta is ( 3 . 9 ) e metas ambienta is ( 3 . 1 2 ) .

3.12 Meta ambiental Requisito de desempenho detalhado, aplicável à organização (3 .16) ou a partes dela , resultante dos objetivos ambientais (3 .9) e que precisa ser estabelecido e atendido que tais objetivos sejam atingidos.

Page 58: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 42 de 84

3.13 Parte interessada Indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental (3 .10) de uma organização (3 .16) . 3.14 Auditoria interna Processo sistemático, independente e documentado para obter de evidência e aval iá-la objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria ao sistema de gestão ambiental estabelecidos pela organização (3.16) são atendidos. N O T A : E m m u i t o s c a s o s , e m e s p e c i a l n a s o r g a n i z a ç õ e s m e n o r e s , a i n d e pe n d ê n c i a p o d e s e r d e m o n s t r a d a p e l a i s e n çã o d e r e s p o n sa b i l i d a d e e m r e l a çã o à at i v i d a d e a u d i t a da .

3.15 Não conformidade Não atendimento de um requisito [ABNT NBR ISO 9000:2000, 3 .6.2] . 3.16 Organização Empresa, corporação, f irma, empreendimento, autoridade ou instituição , ou parte de uma combinação desses , incorporada ou não, pública ou privada, que tenha funções e administração próprias . N O T A : P a r a o rg a n i z a ç õ e s q ue t e n h a m m a i s d e u m a u n i d a d e o p e r a c i o na l , u ma ú n i c a u n i d a d e o p e r a c i o n a l p o d e s e r d e f i n i d a c o m o u m a o r g a n i z aç ã o .

3.17 Ação Preventiva Ação para el iminar a causa de uma potencial não conformidade (3 .15) . 3.18 Prevenção de poluição Uso de processos , práticas , técnicas , materiais , produtos , serviços ou energia para evitar , reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais (3 .17) adversos. N O T A : A p r e v en ç ã o d a p o lu i ç ã o p o d e i n c lu i r r ed u ç ã o ou e l i m i n a ç ã o d e f o n t es d e p o l u i ç ã o , a l t e r a ç õ e s d e p r o c e s s o , p r o d u t o ou se r v i ç o , u s o ef i c i e n t e d e r e c u r s o s , m a t er i a i s e s ub s t i t u i ç ã o d e e n er g i a , r e u t i l i z aç ã o , r e c u p e r aç ã o , r e c i c l a g e m , r eg e n e r a çã o e t r a t a m e n t o .

3.19 Procedimento Forma especifica para executar uma atividade ou um processo. N O T A 1 : O s p r oc e d i m e n t o s p od e m s e r d o c u me n t a d o s o u não .

N O T A 2 : A d a p t a d o d a A B N T N B R I S O 9 0 0 0 : 2 0 0 0 , 3 . 4 . 5 .

3.20 Registro Documento (3 .4) que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas. N O TA : Ad aptado d a ABN T N B R I SO 9000 :200 0 , 3 . 7 . 6 .

Page 59: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 43 de 84

4 REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Esta seção estabelece uma v isão geral do s istema a ser implantado.

4.1 Requisitos gerais Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer , documentar , implementar , manter e melhorar continuamente um sistema de gestão ambiental em conformidade com os requisitos da desta Norma, e determinar como irá cumprir tais requisitos. A organização deve definir e documentar o âmbito do seu sistema de gestão ambiental

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.1 Requis i tos gerais O texto adicional fornecido neste anexo tem caráter estritamente informativo e tem por objetivo prevenir uma interpretação errônea dos requisitos contidos na seção 4 desta Norma. Embora estas informações refiram-se e sejam consistentes com os requisitos da seção 4 , não se pretende adicionar , subtrair ou, de nenhuma forma, alterar esses requisitos . A implementação de um sistema da gestão ambiental especificado por esta Norma tem como intenção o aprimoramento do desempenho ambiental . Por esta razão, esta Norma baseia-se na premissa de que a organização irá , periodicamente, anal isar e aval iar seu sistema da gestão ambiental , para identificar oportunidades de melhoria e implementá-las. A velocidade, extensão e temporalidade deste processo de melhoria contínua são determinados pela organização, à luz das circunstâncias econômicas , entre outras . Melhorias no sistema da gestão ambiental têm como objetivo resultar em novas melhorias em seu desempenho ambiental Esta Norma requer que uma organização: a) estabeleça uma pol ítica ambiental apropriada, b) identifique os aspectos ambientais decorrentes de atividades passadas , existentes ou planejadas da organização, produtos e serviços , para determinar os impactos ambientais significativos , c) identifique os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização, d) identifique prioridades e estabeleça objetivos e metas ambientais apropriados, e) estabeleça uma estrutura e programa(s) para implementar a polít ica e atingir objetivos e metas , f ) faci l ite as atividades de planejamento, controle , monitoramento, ação preventiva e corretiva, auditoria e análise , de forma a assegurar que a pol ítica seja obedecida e que o sistema da gestão ambiental permaneça apropriado, g) seja capaz de adaptar-se à mudança de circunstâncias . Recomenda-se que uma organização que não tenha um sistema da gestão ambiental estabeleça inicialmente sua situação presente em relação ao meio ambiente por meio de uma análise. O objetivo desta análise deve ser considerar todos os aspectos ambientais da organização, como uma base para estabelecer seu sistema da gestão ambiental . Recomenda-se que a análise cubra quatro áreas principais: - identificação de aspectos ambientais , incluindo aqueles associados às condições normais de operação e condições anormais , incluindo partida e parada, s ituações de emergência e acidentes - identificação de requisitos legais aplicáveis e outros subscritos pela organização; - exame de todas as práticas e procedimentos da gestão ambiental existentes , incluindo aqueles associados com as atividades de aquisição e de contratação de serviços; - avaliação de situações de emergência e acidentes anteriores. Ferramentas e métodos para a real ização da análise podem incluir l istas de verificação, entrevistas , inspeção e medição direta, resultados de auditorias anteriores ou outras anál ises , dependendo da natureza das atividades. Uma organização tem a l iberdade e f lexibi l idade para definir seus l imites e pode optar pela implementação desta Norma para toda a organização ou para unidades operacionais específicas da mesma. Recomenda-se que a organização defina e documente o escopo de seu sistema da gestão ambiental . Pretende-se que a definição do escopo esclareça os l imites da organização até onde será aplicado o sistema da gestão ambiental , especialmente se a organização fizer parte de uma organização maior numa dada local ização. Uma vez definido o escopo, todas as atividades , produtos e serviços da organização dentro desse escopo têm que ser incluídos no sistema da gestão ambiental . Ao se estabelecer o escopo,

Page 60: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 44 de 84

recomenda-se que se observe que a credibi l idade do sistema da gestão ambiental i rá depender da escolha dos l imites organizacionais. Se uma parte da organização for excluída do escopo de seu s istema da gestão ambiental , recomenda-se que a organização seja capaz de explicar essa exclusão. Se esta Norma for implementada em uma unidade operacional específica , as pol íticas e procedimentos desenvolvidos por outras partes da organização podem ser uti l izados para atender aos requisitos desta Norma, desde que sejam aplicáveis à unidade operacional específica.

Objet ivo Um Sistema de Gestão Ambiental pode ser def in ido como um conjunto de procedimentos e instruções usados para ger i r ou administrar uma organização de modo a a lcançar o melhor re lac ionamento poss íve l com o meio ambiente (SEBRAE, 2004) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Necess idade de demonstrar a melhor ia contínua do SGA;

Necess idade da organização de esc larecer qual será o escopo do S istema de Gestão Ambiental (SGS, 2003; APCER, 2001) .

In terpretação A organização deve estabelecer e manter um s istema de gestão ambiental que cubra todos os requis i tos da norma, não sendo aceitável a não apl icabi l idade de algum deles .

Também precisa def in ir o escopo do seu s istema de gestão ambiental . Ou seja , recomenda-se que a a l ta administração determine os l imites da organização onde o s istema de gestão ambiental se apl ica. Uma vez def in ido o escopo do s istema de gestão ambiental , recomenda-se que todas as at iv idades , produtos e serv iços da organização, dentro do escopo def in ido, sejam incluídos no s istema de gestão ambiental .

O s istema deve basear-se em dois pr incípios fundamentais :

Melhor ia cont ínua do s istema de gestão ambiental ;

Melhor ia cont ínua do desempenho ambiental .

Cada organização tem a l iberdade de adotar as formas que entender como mais adequadas para cumprir os requis i tos desta norma; contudo, quatro aspectos devem ser sa l ientados como re levantes, para que as formas adotadas possam ser as mais ef icazes :

A possível integração do s istema de gestão ambiental com os restantes subsistemas da gestão global , como o s istema da qual idade ou o s istema de higiene e segurança;

A adoção de medidas adequadas às caracter íst icas da organização (dimensão, complexidade da estrutura , at iv idades, produtos , serv iços, mercados, sens ibi l idade do meio c i rcundante, etc . ) e à natureza das suas at iv idades (maior ou menor impacto no ambiente) ;

As soluções técnicas encontradas para os problemas ambientais devem permit i r o cumprimento da legis lação e da pol í t ica da organização, com custos associados equi l ibrados ; e

A anál ise per iódica do s istema de gestão ambiental , no sent ido de que a aval iação daí resultante permita ident i f icar novas oportunidades de melhorar o s istema e/ou o desempenho ambiental (APCER, 2001) .

Gerando evidência Escopo def in ido e documentado contendo referência ao local dentro da organização em que

o SGA esta implantado;

Documentação complementar : Pol í t ica Ambiental , Manual do Meio Ambiente, Matr iz de Responsabi l idades, Procedimentos, Instruções de Trabalho, P lanos e Registros gerados a part i r do SGA (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Não existem não conformidades a este i tem da norma, pelo fato da mesma não inc luir requis i tos .

Page 61: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 45 de 84

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL

Texto da Norma ISO 14001:2004

A alta administração deve definir a pol ítica ambiental da organização e assegurar que, dentro do escopo definido de seu s istema de gestão ambiental , a política: a) Seja apropriada à natureza , escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos ou

serviços; b) Inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição; c) Inclua o comprometimento em atender aos requisitos legais apl icáveis , e demais requisitos

subscritos pela organização que se relacionem a seus aspectos ambientais ; d) Forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais ; e) Seja documentada, implementada, mantida; f ) Comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu nome; g) Esteja disponível para o público.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.2 Pol í t ica ambiental A política ambiental é a força motriz para a implementação e aprimoramento do sistema da gestão ambiental de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeiçoado. Recomenda-se, portanto, que esta pol ítica ref lita o comprometimento da alta administração com o atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos , com a prevenção de poluição e com a melhoria contínua. A política ambiental constitui a base sobre a qual a organização estabelece seus objetivos e metas. Recomenda-se que a pol ítica ambiental seja suficientemente clara para seu entendimento pelas partes interessadas internas e externas e que ela seja periodicamente analisada e revisada, para refletir as mudanças nas condições e informações. É recomendado que sua área de aplicação (ou seja , seu escopo) seja c laramente identificável e refl ita sua natureza singular , escala e os impactos ambientais das atividades , produtos e serviços , dentro do escopo definido do sistema da gestão ambiental . É recomendado que a pol ítica ambiental seja comunicada a todas as pessoas que trabalham para a organização ou que atuem em seu nome, incluindo os prestadores de serviço que trabalhem na instalação da organização. A comunicação com os prestadores de serviço pode ser de formas alternativas à própria declaração da pol ítica , tais como regras , diretrizes , procedimentos e podem, portanto, somente incluir as seções pertinentes da pol ítica. É recomendado que a pol ítica ambiental da organização seja definida e documentada pela Alta Administração, dentro do contexto da pol ítica ambiental de uma organização corporativa maior e da qual faça parte , com o endosso desta. N O T A A a l t a ad m i n i s t r a çã o u s u a l m e n t e é c o n s t i t u í d a d e u m i n d i v í d uo o u d e u m gru p o d e i nd i v í d u o s q u e o r i e nt a m e c o n t r o l a m um a o r g a n i z a ç ã o em s e u m a i s a l to n í v e l .

Objet ivo A pol í t ica ambiental deve ser entendida como o conjunto das grandes l inhas de or ientação, estabelecidas pela al ta administração (ou gestão de topo ou s implesmente diretor ia) da empresa, para todos os processos do negócio com potencial impacto no ambiente.

Neste sent ido, devem ser or ientações de caráter permanente, apesar de a l teráveis em função da legis lação e regulamentação apl icável , do mercado, da concorrência, da sociedade, dos c l ientes , ou das necess idades de outras partes interessadas (SGS, 2003 E APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 A pol í t ica deve ser consistente com o escopo de SGA e não poderá mais ser ampla como na

versão 1996;

A necessidade de que as partes interessadas estejam de acordo com a pol í t ica ambiental para se ter um melhor entendimento do escopo do SGA e também entender o que atualmente está coberto pelo SGA da organização (al ínea c) a lém do compromisso de cumprimento de todos os requis i tos legais apl icáveis , de natureza ambiental ou outra, com incidência nos aspectos ambientais . Na versão anter ior a legis lação e regulamentação l imitavam-se à ambiental sob o ponto da re levância; e

A alteração do conceito de Trabalhador/empregado (al ínea f ) . Conceito mais abrangente. Na versão ISO 14004:2004 este conceito abrange todas as pessoas que trabalham para ou em nome da organização, inc luindo neste domínio os subcontratados, prestadores de serviços , temporár ios , t rabalho domic i l iár io… (SGS, 2005; APCER, 2005) .

Page 62: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 46 de 84 In terpretação A Pol í t ica Ambiental é normalmente competência da Direção, que a estabelece, cabendo aos demais sua implementação. Os responsáveis pelas at iv idades da organização providenciam os e lementos que serv irão de base para a formulação da Pol í t ica e sua evolução.

A pol í t ica deve inc luir obr igator iamente o compromisso da a l ta administração com:

g) Cumprimen to da legislação, regulamentação e outros requisitos aplicáveis: A norma ISO 14001:2004 impõe o cumprimento da legis lação, dos regulamentos ambientais apl icáveis e de outros requis i tos (Ver 4 .3 .2) que a organização tenha que apl icar . Para o cumprimento deste requis i to é necessár io que se proceda, em pr imeiro lugar , à ident i f icação e a um exaust ivo estudo de todos os documentos apl icáveis à organização; em segundo lugar , que a organização demonstre o seu conhecimento e , em terce iro lugar , que se cumpra de uma forma consistente com o que estes estabelecem.

h) M e lh o ri a con tí nu a : O s istema de gestão ambiental , ta l como outros s istemas, é baseado numa l inha de progresso contínuo que pode ser descr i ta da seguinte maneira :

Num pr imeiro momento, uma organização def ine os objet ivos a at ingir ;

Num segundo momento, d isponibi l izados os meios humanos, técnicos e f inanceiros , são reunidos esforços para at ingi- los ; e

Num terceiro momento, através de auditor ias do s istema de gestão ambiental , é real iza-se esta aval iação. Os resultados das auditor ias são comunicados à direção que estabelece as novas pr ior idades de atuação e modif ica, caso seja necessár io , a sua pol í t ica ambiental .

A melhor ia cont ínua de um s istema de gestão ambiental va i permit i r um progresso no desempenho ambiental g lobal da organização e diz respeito tanto aos impactos ambientais como à estrutura organizac ional .

i ) P rev en ção d a p ol ui ção: A prevenção da poluição é um aspecto muito importante e que não pode ser descuidado na implementação de um sistema de gestão ambiental . Deve ser assegurado que o s istema a ser implementado leve em conta este pr incípio através d a ut i l ização de processos , técnicas , prát icas , mater iais ou produtos que el iminam, reduzem ou, no mínimo, controlam a poluição. Para o cumprimento deste requis i to pode ser necessár io a l terar os processos e as tecnologias ut i l izadas , recorrer à recic lagem, à valor ização energética , ao tratamento de ef luentes , a processos mais econômicos (quer em re lação ao consumo de matér ia-pr ima, quer de energia e recursos naturais) , etc .

Ou seja, a organização deverá recorrer às melhores tecnologias d isponíveis com o objet ivo de reduzir ou e l iminar a poluição na fonte e , só quando ta l não é poss íve l , recorrer a processos de tratamento dos di ferentes ef luentes gerados.

j ) Comunicação: A pol í t ica ambiental deve ser docu mentada e divulgada a nível interno e disponibi l izada a nível externo.

Ao nível interno dest ina-se essencia lmente aos colaboradores e deve fornecer or ientações aos diversos setores da organização, inc lus ive àqueles que atuam em seu nome (ex . : representantes comerc ia is ) . Para i s to , deve ser suf ic ientemente expl íc i ta para poder ser entendida e seguida;

No nível externo dest ina-se a estabelecer a base de entendimento entre a organização e as outras partes interessadas devendo, por i sso, estar def inidos os canais e as formas de disponibi l izar da pol í t ica para o exter ior da organização.

A pol í t ica deve ser adequada à natureza das at iv idades, ou dito de outro modo, uma organização com grande impacto no ambiente e/ou em que eventuais falhas tenham conseqüências econômicas graves a n ível de segurança e/ou da saúde públ ica , não pode ter uma pol í t ica ambiental de uma empresa de serviços, onde aqueles aspectos assumem dimensões radicalmente menores .

Ass im, a pol í t ica ambiental deve ser inequívoca quanto ao compromisso da organização para o cumprimento dos requis i tos especi f icados por esta norma internacional e deve const i tuir uma base adequada para o estabelec imento de objet ivos e metas (ver subitem 4 .3 .3) .

Por esses motivos, a pol í t ica ambiental deve ser estabelecida pela a l ta administração que possui funções execut ivas na organização (SGS, 2003; SEBRAE, 2004; APCER, 2001) .

Gerando evidência Manual do Meio Ambiente; Pol í t ica Ambiental ; e

Outras evidências (Comunicações Internas, memorandos, registros de tre inamento, cartazes etc . ) de que a Pol í t ica Ambiental fo i amplamente disseminada e compreendida por todos os colaboradores da organização (SEBRAE, 2004) .

Page 63: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 47 de 84 Não conformidades mais f reqüentes

Ao entrevistar e lementos da empresa, como por exemplo, recepcionistas ou vendedores, para ver i f icar o que acontece se alguém pedir uma cópia da Pol í t ica, ao te lefonar e perguntar à mesma coisa é comum ver i f icar que estes pr imeiros e lementos de contacto dentro da empresa não foram esc larecidos sobre esta questão. I s to s ignif ica que, na prát ica , a Pol í t ica não está disponível ;

Compromisso de Prevenção da Poluição e de Melhor ia Contínua, ocasionalmente estes compromissos estão mais impl íc i tos do que expl ic itamente declarados na Pol í t ica. Is to pode levar a confusão, já que a Pol í t ica deverá ser compreensíve l e c lara . É correto mostrar este compromisso de uma forma c lara e é perfe i tamente aceitável a ut i l ização das palavras exatas da norma na sua Pol í t ica - esta s i tuação fornece uma c lara or ientação para o S istema de Gestão Ambiental (SGA). É uma parte das bases da gestão ambiental ; e

Podem surgir problemas quando a Pol í t ica é escr i ta com boas intenções ou com expectat ivas exageradas re lat ivamente ao que a empresa pode fazer . Por exemplo, a sua Pol í t ica pode inc lu ir um comprometimento com a redução de resíduos e o consumo de energia, tendo ass im o SGA que cumprir estas promessas. Estes compromissos têm ass im que ser ref let idos em Objet ivos , Metas e Programas (SGS,2003; APCER, 2001) .

Page 64: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 48 de 84

4.3 PLANEJAMENTO Este requis ito exige que as empresas ident i f iquem seus aspectos ambientais , determinem quais causam impactos s ignif icat ivos, assegurando que e las estabeleçam e tenham objet ivos e metas de melhor ia , bem como processos para a lcançá- las . Este i tem esta d iv id ido em três subitens perfe i tamente encadeados e que servem de base para todo o s istema de gestão ambiental (ORTIZ; P IRERI , 2002) .

4.3.1 Aspectos ambientais Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer e manter procedimento(s) para: a) Identificar os aspectos ambientais de suas atividades , produtos e serviços dentro do escopo

definido do seu sistema de gestão ambiental , que a organização possa controlar e aqueles que ela possa influenciar , levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados , as atividades, produtos e serviços novos ou modificados; e

b) Determinar os aspectos que tenham ou possam ter impacto(s) s ignificativo sobre o meio ambiente ( isto é , aspectos ambientais significativos) .

A organização deve documentar essas informações e mantê-las atual izadas. A organização deve assegurar que os aspectos ambientais s ignificativos sejam cobertos no estabelecimento, implementação e manutenção do s istema de gestão ambiental .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.3 P lanejamento A.3.1 Aspectos ambientais A subseção 4.3.1 visa prover um processo que permita a uma organização identificar os aspectos ambientais significativos , recomendando-se que sejam tratados prioritariamente pelo sistema da gestão ambiental da organização. É recomendado que uma organização identifique os aspectos ambientais dentro do escopo de seu s istema da gestão ambiental , levando-se em consideração as entradas e saídas (tanto intencionais quanto não-intencionais) associadas às suas atividades, produtos e serviços relevantes presentes , passados, planejados ou de novos desenvolvimentos , ou associadas a atividades , produtos e serviços novos ou modificados. Recomenda-se que este processo considere as condições operacionais normais e anormais , condições de parada e partida, assim como situações de emergência razoavelmente previsíveis . As organizações não têm que considerar cada entrada de produto, componente ou matéria-prima individualmente. Elas podem selecionar categorias de atividades , produtos e serviços para identificar seus aspectos ambientais . Muito embora não exista uma abordagem única para se identificar aspectos ambientais , a abordagem poderia , por exemplo, considerar a) emissões atmosféricas , b) lançamentos em corpos d ’água, c) lançamentos no solo , d) uso de matérias-primas e recursos naturais , e) uso da energia, f ) energia emitida, por exemplo, calor , radiação, vibração, g) res íduos e subprodutos , h) atr ibutos f ísicos , por exemplo, tamanho, forma, cor , aparência. i ) atributos físicos; Adicionalmente aos aspectos ambientais que pode controlar diretamente, a organização deve também considerar aspectos que possa inf luenciar , como, por exemplo , aqueles associados a bens e serviços por ela uti l izados e produtos e serviços que ela forneça. Algumas diretrizes para aval iar controle e inf luência são fornecidas abaixo. Porém, em todas as circunstâncias , é a organização que determina o grau de controle , bem como os aspectos que ela possa influenciar . Recomenda-se que sejam considerados aspectos associados às atividades, produtos e serviços da organização, tais como - projeto e desenvolvimento, - processos de fabricação, - embalagem e transporte, - desempenho ambiental e práticas de prestadores de serviços e fornecedores , - gerenciamento de resíduo,

Page 65: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 49 de 84

- extração e distribuição de matérias-primas e recursos naturais , - distribuição, uso e fim de vida de produtos , e - vida selvagem e biodiversidade. O controle e a influência sobre os aspectos ambientais dos produtos fornecidos à uma organização podem variar s ignificativamente, dependendo da s ituação de mercado e dos seus fornecedores. Uma organização que é responsável pelo projeto de seu próprio produto pode inf luenciar tais aspectos significativamente através da alteração, por exemplo, de um único material de entrada, enquanto que uma organização que necessite fornecer de acordo com especificações de produto externamente determinadas , pode ter pouca escolha. Em relação aos produtos fornecidos , reconhece-se que as organizações podem ter controle l imitado sobre o uso e a disposição final de seus produtos , por exemplo, pelos usuários . Contudo, as organizações podem considerar , quando exeqüível , a comunicação de mecanismos adequados de manuseio e disposição a esses usuários , de modo a exercer inf luência . Mudanças no meio ambiente, prejudiciais ou benéficas , que resultem total ou parcialmente dos aspectos ambientais , são chamadas de impactos ambientais. A relação entre aspectos e impactos é uma relação de causa e efeito. Em alguns locais , a herança cultural pode ser um elemento importante da circunvizinhança na qual opera uma organização e , portanto, recomenda-se que isso seja levado em consideração no entendimento de seus aspectos ambientais . Uma vez que uma organização pode ter muitos aspectos ambientais e impactos associados , é recomendado que ela estabeleça critérios e um método para determinar aqueles impactos que serão considerados significativos. Não há um método único para que os aspectos ambientais significativos sejam determinados. Contudo, recomenda-se que o método uti l izado forneça resultados coerentes e inclua o estabelecimento e a apl icação dos cr itérios de avaliação, tais como aqueles relativos às questões ambientais , questões legais e às preocupações das partes interessadas internas e externas. Ao desenvolver as informações relativas aos aspectos ambientais significativos , recomenda-se que a organização considere a necessidade de se reter a informação para fins de histórico , bem como a forma de uti l izá-la no projeto e implementação de seu sistema da gestão ambiental . É recomendado que o processo de identificação e aval iação dos aspectos ambientais leve em conta o local das atividades , o custo e o tempo para real ização da análise e a disponibi l idade de dados confiáveis . A identificação dos aspectos ambientais não requer uma aval iação detalhada do ciclo de vida. As informações já desenvolvidas para fins regulamentares ou outros podem ser uti l izadas nesse processo. Não se pretende que este processo de identificação e aval iação de aspectos ambientais altere ou aumente as obrigações legais da organização.

Objet ivo O pr incípio da melhor ia cont ínua impõe a existência de um sistema de aval iação objet ivo em re lação aos resultados da organização.

Este s istema baseia-se no levantamento dos aspectos e impactos ambientais associados às at iv idades, produtos e serv iços e na poster ior determinação dos impactos ambientais s ignif icat ivos. Este levantamento deve ser o mais exaust ivo poss ível e não ter a preocupação de h ierarquizar os aspectos, mas apenas de identi f icá- los (APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Mudanças pr inc ipalmente na identi f icação dos aspectos que agora cobre todas as at iv idades ,

de "produtos ou serviços“ mudou para "produtos e serviços" que deverá estar de acordo com o escopo do SGA;

Aspectos associados a projetos agora fazem parte dos requis i tos estabelecidos nesta norma;

A identi f icação dos aspectos ambientais deve ter em consideração o planejado, os novos desenvolv imentos, at iv idades novas ou modif icadas, produtos e serv iços (e não at iv idades , produtos ou serviços como se refere a versão anter ior ) . A nova norma esc larece a necess idade de 2 etapas para o cumprimento deste requis i to : 1 . º - Ident i f icação dos aspectos ambientais ; 2 . º - Aval iação dos aspectos de forma a determinar os s ignif icat ivos;

Os aspectos ambientais s igni f icat ivos devem ser t idos em consideração para a def in ição, implementação e manutenção de todo o s is tema de gestão ambiental e não só na def in ição de objet ivos ambientais como era refer ida na versão anter ior ; e

Registros Documentados do processo de levantamento de aspectos ambientais (SGS, 2005 E APCER, 2005) .

Page 66: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 50 de 84 In terpretação O conhecimento dos aspectos ambientais que aparecem nas at iv idades de uma organização é uma tarefa di f íc i l , mas extremamente importante, pois vai possibi l i tar a identi f icação dos impactos ambientais decorrentes e a conseqüente def in ição de seus procedimentos de controle .

O levantamento consiste numa anál ise ambiental que vai abordar sucess ivamente a s i tuação da organização, tendo em consideração os seguintes aspectos:

As caracter íst icas do local onde a organização está implantada;

Os f luxos de entrada: consumo de água, de energia, de produtos intermédios e de matér ias-pr imas;

O planejamento dos produtos e processos e a inf luência dos seus eventuais impactos sobre o ambiente; e

A poluição e os danos causados pela at iv idade da empresa em s i tuação normal de funcionamento, em paragens e arranques e em s i tuação de r isco.

A informação obtida, bem como as conclusões ret i radas devem ser mantidas atual izadas . Para i sso, a organização deve estabelecer procedimentos documentados que permitam que a ident i f icação dos aspectos ambientais e a aval iação dos respectivos impactos se façam duma forma s istemática .

Lembre-se de que:

O prim ei ro passo de prog resso da gestão ambi en t al c o n si s t e n a p a s s ag em d e um e s t ad o d e n ão conh ecim en to para um estado d e conh ecim en to.

A id en ti f i cação d os asp ectos amb ientai s pode ser efetuada a part i r de :

Dados h istór icos, acumulados pela organização, decorrentes da sua at iv idade e de monitoramentos ambientais efetuados ;

Dados conf iáveis disponíveis em outras organizações (governamentais e não governamentais ) ; e

Medições, anál ises e inspeções efetuadas para esta ident i f icação, podendo inc lu ir : emissões (quer atmosfér icas , quer para o meio hídr ico) , gestão dos res íduos (desde a sua produção até à e l iminação) , contaminação do solo, controle sobre o uso de matér ias pr imas e recursos naturais , bem como outros requis i tos emergentes da comunidade local . Obs . : Quando da real ização das medições, anál ises e inspeções deve-se ter especia l cuidado em garant ir a representat iv idade das amostras e a qual idade dos resultados (por exemplo, ca l ibração dos equipamentos de medida, ut i l ização de métodos normal izados e reconhecidos, etc . ) . A concepção de soluções, baseadas apenas em medidas , anál ises e inspeções pontuais , pode conduzir a resultados inadequados, onerosos e inef icazes .

A ident i f icação dos aspectos ambientais deve ser fe i ta antes de se in ic iar uma at iv idade (na fase de projeto) e antes do seu abandono (fase de desmantelamento) . Os impactos ambientais decorrentes de um desmantelamento podem ser de e l iminação/minimização complexa e acarretar custos bastante e levados (Exemplos: descontaminação de solos , t ratamento de produtos químicos armazenados em grandes quantidades, cuidados especia is na demol ição de edi f íc ios com amianto) pelo que devem ser aval iados e estudados com antecedência.

Deve cobr ir as seguintes s i tuações :

Norm al - o que acontece na maior ia das vezes;

Anorm al - p lanejado mas menos freqüente;

Potenciais acidentes e s ituações de emergência - as s i tuações negat ivas que podem ocorrer ;

Históricos - legados do negócio ou do local , por ex. : so los contaminados;

Operações atuais ;

Alterações planej ad as - a parte de 'manutenção' do requis i to ;

A sp e c to s Di ret o s - as coisas sobre as quais a empresa pode exercer controle ;

A sp e c to s Ind i ret o s - as coisas que são mais d if íceis de controlar , cujo controle não depende da empresa, mas que podem ser inf luenciadas, por ex. : c l ientes e fornecedores;

A sp ectos que origi nam imp actos neg ativ os no am bi en te - poluição; e

A sp e c to s q u e o r igi nam imp ac t os p o s i tiv o s n o am bi ent e - ex . : melhorar ecoss istemas, auxi l iar outros a melhorar a sua atuação.

O levantamento ambiental poderá levar em conta , as ações executadas pela organização em matér ia de sensibi l ização, formação, informação, comunicação interna e comunicação externa no domínio do ambiente. Esta anál ise deverá também permit i r aval iar o grau de cumprimento da regulamentação ambiental apl icável à organização. O levantamento ambiental const i tui a base de todo o s istema de gestão ambiental pelo que se for mal e laborado, todas as fases seguintes poderão ser inef icazes! Por outro lado, este levantamento não dá soluções para os problemas; apenas os identi f ica para poster ior def in ição de ações.

Page 67: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 51 de 84 A anál ise ambiental ident i f ica os di ferentes aspectos ambientais , mas terá de ser complementada por uma aval iação dos respect ivos impactos.

Há muitas formas de se decidir a s ignif icância , mas há muito poucos indicadores comuns.

Tomemos em consideração a lguns cr i tér ios s imples :

a ) Se a Legis lação (ou qualquer outro requis i to semelhante) se refere a um aspecto e ao impacto que e le tem - este deve ser considerado 's ignif icat ivo ' . (Transgredir a le i ser ia "s igni f icat ivo" ! ) ;

b) Se lhe fa l tam dados ou conhecimentos sobre o impacto, é melhor identi f icar como 's igni f icat ivo ' , até que tenha dados para decidir de outra forma (A abordagem cautelosa) ; e

c ) Se a magnitude do impacto no 'meio ambiente ' é suf ic iente, o aspecto é 's ignif icat ivo ' . Nesta s i tuação, são necessár ios bons conhecimentos acerca das interações do seu processo com o meio ambiente.

Também pode escolher inc luir outros cr i tér ios apropr iados ao seu negócio, como por exemplo:

Custos;

Quant idade;

Opinião das partes interessadas; e

Aval iação de r isco.

Qualquer que seja o método, este deve ser c lar amente def in ido com procedimentos, testado e reprodut ível . Também é necessár io manter registros do processo para a judar em revisões futuras e para as auditor ias internas .

A norma não estabelece nem impõe nenhum método de avaliação de impactos ambientais . Convém, no entanto, ut i l izar uma metodologia que evite , ou pelo menos diminua, a subjet iv idade e a excess iva formal idade.

De posse dos resultados da aval iação de impactos ambientais há que, de forma pr ior i tár ia , assegurar o controle operac ional de todos os que forem considerados s ignif icat ivos (ver subitem 4.4 .6) .

Dentre os aspectos ambientais s ignif icat ivos (e após ter garant ido o seu controle) , devem ser se lec ionados aqueles em que são identi f icáveis oportunidades de melhor ia contínua. Para estes , levando-se em conta os meios técnicos, humanos e f inanceiros de que se dispõe, a organização def in irá os objet ivos e metas ambientais (ver subitem 4.3 .3) , inc lu indo-os no seu programa de gestão ambiental (ver subitem 4 .3 .4) (SEBRAE, 2004; SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimento para Ident i f icação dos Aspectos e aval iação dos Impactos Ambientais para

def in ição de Objet ivos e Metas ; e

Anál ise dos aspectos e impactos ambientais (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Nem todas as fontes de aspectos foram consideradas Ex . : os impactos potencia is dos

fornecedores ou a ut i l ização e e l iminação de produtos por parte do c l iente, foram ignorados;

As s i tuações anormais não foram reconhecidas e , portanto, não foram aval iadas ; ex . : arranque ou paragem do processo, operações de manutenção;

Potenciais s i tuações de emergência não foram consideradas no que se refere aos conseqüentes impactos no ambiente, tendo apenas s ido dada atenção às questões re lac ionadas com a Higiene, Saúde e Segurança; ex. : não são considerados os efei tos que um potencial incêndio pode ter no ambiente ;

Os aspectos posit ivos re levantes foram ignorados , fa lhando ass im a oportunidade de usar o seu SGA para melhorar os e lementos posi t ivos e minimizar os negat ivos;

Partes re levantes do negócio não foram consideradas; ex. : a hipótese de solos contaminados no local ; os serviços de apoio duma empresa, ta is como gestão de insta lações; ext intores de Halon (BFC's) que não foram reconhecidos como um elemento a aval iar ;

As a lterações no processo, produto ou na empresa não foram previstas para impactos potenciais , ex . : uma fábr ica ou um processo novo. Uma boa l igação entre o SGA e o processo de aprovação da Pol í t ica de Invest imentos podem ser realmente úte is nestes casos;

O s istema fa lhou na ident i f icação de um aspecto obviamente s ignif icat ivo, por ex. : grandes probabi l idades de contaminação do solo no local foram ignoradas;

Área do local ou negócio não foram aval iadas, por ex. : Fornecedores , impactos indiretos no c l iente, t ransporte , gestão das instalações ;

O processo não é reprodut ível ou a razão para um aspecto ter s ido considerado s ignif icat ivo não é c lara;

O s istema de pontuação (se for usado) não tem suf ic iente fundamento para ser consistente;

Page 68: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 52 de 84

Os impactos no meio ambiente não são realmente compreendidos, portanto, não são devidamente c lass i f icados ;

Um bom controle operacional 'mascarou' o fato de que está se l idando com um r isco para o meio ambiente - ass im, um impacto s ignif icat ivo é c lass i f icado como 'não s igni f icat ivo ' ; e

Os registros não mostram realmente a forma como os aspectos foram ident i f icados ou aval iados (c lass i f icados) (SGS, 2003) .

4.3.2 Requisitos legais e outros Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer e manter procedimento(s) para: a) Identificar e ter acesso requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos subscritos pela

organização, relacionados aos seus aspectos ambientais , e b) Determinar como estes requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais . A organização deve assegurar que estes requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação, e manutenção do seu sistema de gestão ambiental .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.3.2 Requis i tos legais e outros A organização necessita identificar os requisitos legais que são aplicáveis aos seus aspectos ambientais . Estes podem incluir a) requisitos legais nacionais e internacionais , b) requisitos legais estaduais/municipais/departamentais , c) requisitos legais do governo local . Exemplos de outros requisitos que uma organização pode subscrever incluem, se aplicável - acordos com autoridades públicas , - acordos com cl ientes , - diretrizes de natureza não-regulamentar , - princípios voluntários ou códigos de prática , - etiquetagem ambiental voluntária ou compromissos de administração do produto, - requisitos de associações de classe , - acordos com grupos comunitários ou organizações não-governamentais , - compromissos públicos da organização ou de sua matriz , - requisitos corporativos/da empresa. A determinação de como os requisitos legais e outros se aplicam aos aspectos ambientais de uma organização é usualmente realizada no processo de identificação desses mesmos requisitos. Portanto , não se faz necessário ter um procedimento em separado ou adicional para fazer esta determinação.

Objet ivo Uma organização, para atender aos regulamentos pert inentes a suas at iv idades, se jam eles legais ou acordos por e la subscr i tos , precisa ter mecanismos de ident i f icação destes regulamentos junto aos órgãos competentes e cr iar meios para que todos os envolvidos em suas at iv idades tenham a plena compreensão deles (SEBRAE, 2004) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Mudanças de " le is , regulamentos e outros requis i tos" para "requis itos legais apl icáveis" que

é muito mais amplo e cobre regulamentações, decisões judic iais e outros que agora está v inculado aos aspectos ambientais da organização (aspectos ambientais e não somente aos aspectos ambientais s igni f icat ivos) , devendo ser ident i f icados os requis i tos legais para todos aspectos ambientais da organização;

Muito mais do que ser necessár io proceder à inst i tu ição de um procedimento ( requis i to já ex istente) que permita ter acesso e ident i f icar os requis i tos legais e outros, a organização deve determinar como estes são apl icáveis aos seus aspectos ambientais ;

Como já fo i d i to anter iormente no i tem 4.2 , a legis lação apl icável é toda aquela que inf luencie sobre os aspectos ambientais , independentemente da sua natureza; e

Os requis i tos legais apl icáveis devem ser t idos em consideração para def inição, implementação e manutenção do Sistema de gestão ambiental (SGS, 2005; APCER, 2001) .

Page 69: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 53 de 84 In terpretação Uma organização que pretenda garant ir a implementação desta norma deverá ident i f icar as exigências legais , e outras que se apl icam aos aspectos ambientais das suas at iv idades, produtos ou serviços, que tem de cumprir .

O cumprimento da norma exige o estabelec imento de um procedimento que garanta a s istematização dos requis i tos legais e outros que sejam apl icáveis à organização.

Sa l ienta-se que a documentação legal pode apresentar-se de diferentes formas : le is , decretos-le i , regulamentos, portar ias , despachos de apl icação nacional , resoluções minister ia is ou munic ipais , etc . Os outros requis i tos poderão ser documentos do t ipo: pol í t icas do grupo, códigos de boa conduta ambiental , contratos com c l ientes , etc .

A ident i f icação da legis lação apl icável junto à organização poderá ser fe i ta internamente ou recorrendo à prestação de um serviço externo. Em qualquer caso, é necessár io o conhecimento dos aspectos ambientais re lacionados com as at iv idades, produtos e serv iços da organização de forma a permit i r uma anál ise ef icaz da sua apl icabi l idade. Deve ser mant ida uma l is tagem atual izada de todos os documentos .

A ident i f icação dos requis i tos poderá real izar-se tendo como base ass inaturas d isponibi l izadas pelos organismos de normal ização, publ icações especial izadas , subscr ição de revistas , dados de associações setor ia is , prof iss ionais , ou outras .

A norma não exige apenas a ident i f icação da legis lação. Ex ige a inda que a organização demonstre o seu conhecimento e tenha acesso, em qualquer s i tuação, a esses mesmos documentos, podendo mantê- los em arquivo in terno ou acess íve l através de outro meio ( Internet , bases de dados, etc . ) .

Outra questão fundamental para a garantia da apl icação deste requis i to no funcionamento adequado do s istema de gestão ambiental , prende-se a anál ise dos conteúdos dos documentos apl icáveis . Mais do que conhecer a existência de um documento legal , é fundamental que a organização saiba exatamente o que tem de cumprir . Ass im, não será suf ic iente possuir uma mera l istagem de documentos legais apl icáveis , já que a organização prec isa conhecer exatamente o que tem de cumprir , ass im como aval iar como poderá fazê- lo e decidir da necess idade de invest imentos, de al teração de prát icas e procedimentos ou outras ações.

Para tanto, a organização deverá manter registros ( l i s ta , tabela , base de dados, etc . ) permanentemente s istematizados da legis lação apl icável ; estes registros podem ser organizados por temas (ar , água, so lo, res íduos. . . ) e/ou subtemas (captação de água, ef luentes . . . ) ; podem ainda assumir a forma de uma tabela em que, por at iv idade, se ident i f ica, não só a legis lação, mas também as obr igações daí resultantes (registros a gerar , re latór ios a enviar as ent idades públ icas , etc . ) (SGS,2003; APCER, 2001) .

Gerando Evidência Procedimentos para ident i f icar e acessar as le is e regulamentos apl icáveis ;

Procedimentos de controle da atual ização das le is e regulamentos apl icáveis ;

Legis lação Federal , estadu al e munic ipal apl icável ;

Lista das le is e regulamentos pert inentes às suas at iv idades , produtos e serviços ; e

Lista das fontes das le is e regulamentos pert inentes etc . (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes O procedimento não inc lui pormenores do proc esso de manutenção dos dados - ass im, não

existe um processo repetit ivo nem auditável ;

Os "outros requis i tos" não estão identi f icados nem incluídos, por ex. : Pol í t icas do Grupo, Códigos de Boa Prát ica , requis i tos re lat ivos a Aluguéis e Seguros, acordos locais ou setor ia is . Ou então foram ident i f icados, mas não existe forma de mantê- los atual izados;

Não existe acesso à legis lação de base; e

A l is tagem contém muitos dados i r re levantes, não apl icáveis à organização em questão, e não fornece pormenores ou expl icações dos requis i tos legais re levantes. (Por vezes encontra-se uma l ista que é só isso mesm o e que não fornece nenhuma informação compreensível ou út i l para a gestão) (SGS, 2003) .

4.3.3 Objetivos, Metas e Programa(s) Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer , implementar e manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis relevantes dentro da organização. Os objetivos e metas devem ser mensuráveis , quando exeqüível , e coerentes com a pol ítica ambiental , incluindo-se os comprometimentos com a prevenção de poluição, com o atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização e com a melhoria contínua.

Page 70: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 54 de 84

Ao estabelecer e analisar seus objetivos e metas , uma organização deve considerar os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos , e seus aspectos ambientais significativos. Deve também considerar suas opções tecnológicas , seus requisitos f inanceiros , operacionais , comerciais e a visão das partes interessadas. A organização deve estabelecer , implementar e manter programa(s) para atingir seus objetivos e metas. O(s ) programa(s) deve(m) incluir : a) Atribuição de responsabi l idade para atingir os objetivos e metas em níveis em cada função e

nível pertinente da organização, e b) Os meios e o prazo no qual eles devem ser atingidos.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.3.3 Objet ivos, metas e programa(s) É recomendado que os objetivos considerem questões de curto e de longo prazo. Ao avaliar suas opções tecnológicas , uma organização pode levar em consideração o uso das melhores técnicas disponíveis , onde for economicamente viável , onde a relação custo-benefício for favorável e onde julgado apropriado. A referência aos requisitos financeiros da organização não implica necessariamente que as organizações sejam obrigadas a uti l izar metodologias de contabi lidade de custos ambientais . A criação e o uso de um ou mais programas são importantes para a implementação bem-sucedida de um sistema da gestão ambiental . É recomendado que cada programa descreva como os objetivos e metas da organização serão atingidos , incluindo-se cronogramas, recursos necessários e pessoal responsável pela implementação do(s) programa(s) . Este(s) programa(s) pode(m) ser subdividido(s) para abordar e lementos específicos das operações da organização. Recomenda-se que o programa inclua, quando apropriado e exeqüível , considerações de planejamento, projeto, produção , comercial ização e estágios da disposição final . Isto pode ser efetuado tanto para as atividades , produtos ou serviços atuais quanto para os futuros. No caso de produtos , podem ser abordados projetos , materiais , processos produtivos , uso e disposição final . Para instalações ou modificações significativas de processos , podem ser abordados o planejamento, projeto, construção, comissionamento, operação e , na ocasião apropriada determinada pela organização, o descomissionamento. Para os efeitos desta norma, “comissionamento” é o processo durante o qual os componentes e sistemas de uma instalação são tornados operacionais e verificados quanto à sua conformidade em relação aos critérios de projeto e de desempenho. Para os efeitos desta norma, “descomissionamento” é o processo pelo qual os componentes e sistemas de uma instalação são retirados de operação, de forma planejada, controlada e documentada.

Objet ivo Os objet ivos são comprometimentos globais para o desempenho ambiental da organização, ident i f icados na pol í t ica ambiental . Para def in i r seus objet ivos é importante que a organização considere as ver i f icações fe i tas nas suas anál ises ambientais prel iminares , seus aspectos ambientais identi f icados e os impactos ambientais s ignif icat ivos. Para at ingir os objet ivos , devem ser est ipuladas metas especí f icas e mensuráveis com prazos predeterminados.

Este requis ito deve permit i r o surgimento de oportunidades de melhor ia e a def in ição das ações pr ior i tár ias e consistem também na def in ição de ações, atr ibuição de responsabi l idades, d isponibi l ização de recursos f inanceiros necessár ios e def in ição de prazos para que se at injam os objet ivos e metas ambientais def in idos (SEBRAE, 2004; APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Integração dos subitens 4 .3 .3 e 4 .3 .4 da versão de 1996. Nesta versão, assume-se que o estabelec imento de objet ivos e metas re lac ionadas com o cumprimento da legis lação como sendo um requis i to , antes era prat ica comum quando da obr igação do cumprimento da legis lação que ta l não dever ia ser contemplado no Programa de Gestão Ambiental , agora deve f igurar no mesmo. Desta forma é reforçada a importância dos requis i tos legais no estabelec imento dos objet ivos e metas ambientais (APCER, 2005) .

In terpretação Os objet ivos e metas ambientais deverão ser coerentes com a pol í t ica ambiental def in ida pela organização, tendo como base os temas e os e ixos de ações pr ior i tár ias nela def in idas. Devem ser per iodicamente def in idos e documentados, por exemplo, em conjunto com a revisão do s istema de gestão ambiental .

Os objet ivos ambientais devem ser entendidos como mais gerais do que as metas . Enquanto os pr imeiros resultam diretamente da pol í t ica, as segundas decorrem dos objet ivos, podendo ser entendidas como desdobramentos dos mesmos.

Page 71: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 55 de 84 Um objet ivo é uma intenção ambiental geral que, se poss ível , deve ser quanti f icada, enquanto que a meta é uma exigência de desempenho pormenorizada, quant i f icada, e sempre re lat iva a um determinado objet ivo (ver Exemplo 1) .

A f ixação dos objet ivos e metas deve ter em conta as seguintes considerações :

As exigências legais e outras (para que não sejam estabelecidos objet ivos que ponham em causa o cumprimento de l imites legais ou outros aceites pela organização) ;

Os aspectos e impactos s ignif icat ivos;

As opções tecnológicas , as exigências f inanceiras , operac ionais e comercia is ; e

A opinião das partes interessadas.

Exem plo 1

POLÍTICA DO AMBIENTE DA YYY

. . .A YYY compromete-se a reduzir as emissões para o ar e para a água, ass im como a reduzir o volume de res íduos sól idos produzidos . . .

Porto, 21 de Fevere iro de 2000

Ass inatura: A Administração da YYY

OBJETIVOS E METAS (associados a esta Pol í t ica)

Objetivo Meta

Baixar em 80% as emissões de diclorometano (um COV) no ano de 2000 Reduzir as emissões de Compostos Orgânicos

Voláteis (COV ’s) no ar em 10%, no ano de 2000 Baixar em x% as emissões de “xpto” (um COV) no ano de 2000

Reduzir em 50% o CQO das águas residuais provenientes da planta fabri l 1 Baixar o valor da Carência Química de

Oxigênio (CQO) nas águas residuais em 30%, no ano de 2000 Reduzir em y% o CQO das águas residuais

provenientes da Seção “xpto”

Diminuir o volume de resíduos para aterro em 45%, no ano de 2000

Reciclar a totalidade dos resíduos de embalagem de papel e cartão produzidos pela empresa

FONTE: APCER, 2001

Ass im, para o estabelecimento dos objet ivos e metas ambientais , e para que não sejam f ixados objet ivos e metas imposs íveis de cumprir por parte da organização, é necessár io proceder a d i ferentes aval iações:

Dos meios tecnológicos , com o intui to de se ident i f icar os meios necessár ios ao controle , redução ou el iminação dos impactos das at iv idades da organização sobre o ambiente, não esquecendo a ut i l ização da melhor tecnologia disponível sempre que técnica e economicamente viável ;

Dos aspectos f inanceiros associados a esses meios tecnológicos;

Dos meios humanos necessár ios .

Em suma, a def in ição das metas e eventualmente dos objet ivos, impl ica em uma quant i f icação ( indicadores) que poss ibi l i tem o seu acompanhamento e aval iação f inal do respect ivo cumprimento.

Esta quant i f icação pode s ignif icar um indicador numérico (%, Kg, . . . ) e uma data (ver Exemplo 1) ou apenas uma data (quando se pretende a introdução ou e l iminação de qualquer aspecto, por exemplo, “passar a usar o produto menos poluente X.P .T .O, num dado processo, a part i r de . . . ” ) .

Estes indicadores poderão ser acompanhados em conjunto com o programa de gestão ambiental , ev idenciando a ef icác ia das ações real izadas e o at ingir dos objet ivos e metas ambientais .

P ROG RA MA(S) DE G ESTÃO A MB IENTAL

Consistem na def inição de ações , atr ibuição de responsabi l idades, d isponibi l ização de recursos f inanceiros necessár ios e def inição de prazos para que se at injam os objet ivos e metas ambientais def inidos .

Para o cumprimento da norma é obr igatór ia a e laboração de um programa de gestão ambiental não exist indo, no entanto, nenhum modelo pré-def inido a ser cumprido. O programa pode ser apl icado a at iv idades , produtos ou serv iços já em execução ou novos.

Page 72: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 56 de 84 EXEMPLO 2

PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA YYY PARA 2001

Objetivo Meta Ações Meios Resp onsáveis Prazos

Ligar todos os condutos de exaustão das estufas que secam produtos lavados com dic lorometano a um só conduto de sa ída

R$ xxx .xxx ,00 (mater ia is + mão de obra )

Chefe de manutenção

Até Out 2001

Adquir i r um lavador de gases para tratar os gases deste conduto de sa ída

R$ xxx .xxx ,00 ( inc lui o t ransporte internacional )

D i retor Técnico Execut ivo

Até Out 2001

Insta la r o lavador de gases adqui r ido

R$ xxx .xxx ,00 ( inc lui mão de obra + mais v inda do técnico insta lador )

Chefe de Manutenção

Até Dez 2001

Reduzi r as emissões de compostos vo láteis (COV) no ar em 10% em relação ao ano 2000

Baixar em 80% as emissões de dic lorometano em relação ao ano 2000

Fazer l igação do esgoto dos lavadores na ETA para t ratamento do ef luente

R$ xxx .xxx ,00 (mater ia is + mão de obra )

Chefe de Manutenção

Até Dez 2001

FONTE: APCER, 2001

A ampl itude do programa vai depender , em part icular , das capacidades f inanceiras , tecnológicas e humanas da organização.

Deve-se , no entanto, ter especial atenção na pr ior idade que tem que de ser dada aos aspectos ambientais s ignif icat ivos e a inda atender à seguinte l inha de rac ioc ín io:

Uma meta está associada a um objetivo, que, por sua vez está associado a um ou mais aspectos ambientais e, para cada meta, deverão ser respondidas as quatro questões: Quem? Faz o quê? Com que meios? Em que prazos? (Ver Exem p lo 2)

O programa de gestão ambiental deve ser cont inuamente acompanhado quanto ao seu grau de concret ização, devendo ser per iodicamente reexaminado e , em caso de necessidade, reajustado.

Adic ionalmente, e dado que muitas empresas necess i tam de real izar invest imentos e implementar projetos de a lguma dimensão, pode ser út i l o estabelec imento de procedimentos especí f icos para o que poder íamos chamar de planos/projetos de invest imento e desenvolv imento ambiental . Deste modo, f ica assegurado que, nos novos projetos, são identi f icados os aspectos ambientais que, eventualmente, estejam em causa (ver 4 .3 .1) .

O(s ) programa(s) de gestão ambiental podem, a inda, ser e laborados por projeto, insta lação, produto, processo ou at iv idade elementar .

Ta l como os objet ivos e metas ambientais , o programa de gestão ambiental deve ser aprovado pela Direção de forma a garanti r que os meios e recursos necessár ios à sua concret ização sejam previamente assegurados (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando Evidência Pol í t ica Ambiental e Programa de Gestão Ambiental com objet ivos e metas;

Cronograma das metas ambientais ;

Anál ise do desempenho para at ingir os objet ivos através dos indicadores ambientais ;

Ações corret ivas para os desvios detectados.

Objet ivos e metas ambientais quant i f icados, indicadores def in idos e monitorados ; e

Programas de Gestão Ambiental com cronogramas de implantação (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Demasiados Objet ivos ou muito poucos. (Devem ser suf ic ientes para que do SGA possam

resultar melhor ias reais , mas não tantos que levem a uma dispersão de esforços) .

Objet ivos e metas não estabelec idos para cada função e n ível da organização. Por exemplo, não abrangeram um determinado setor fabr i l , com a just i f icação de que a melhor ia contínua estava a ser assegurada pelos outros setores .

Objet ivos e Metas sem dimensão suf ic iente para serem medidos – pelo menos, deve ser estabelecida uma data l imite prevista .

Objet ivos que não levam a melhor ias - por ex. : uma empresa cujo negócio é ajudar a melhorar o desempenho ambiental dos seus c l ientes , decide que o seu pr incipal objet ivo

Page 73: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 57 de 84

ambiental é ' ter mais c l ientes ' . Esta intenção necess i ta c laramente de mais medições, de modo a permit i r a monitor ização das melhor ias re levantes - medições re lac ionadas com as melhor ias realmente at ingidas pelos c l ientes , re lat ivamente ao número total de c l ientes .

A pessoa nomeada para executar o programa não está consciente das suas responsabi l idades.

Os Programas não fornecem suf ic ientes dados mensuráveis , de modo a demonstrar que existe uma melhor ia .

Falta de registros que demonstrem a progressão do programa.

Os recursos são insuf ic ientes para executar um programa e não foram ass inalados como um problema.

Falhar uma meta e não se tomarem quaisquer medidas .

Novos desenvolvimentos em larga escala não detectados pelo processo , por ex. : nova l inha de produção, novos produtos.

'Promessa ' fe i ta na Pol í t ica não executada pelos programas, por ex. : compromisso para redução do consumo de energia.

Programas associados às questões de implementação de um SGA, por ex. : compromisso para redução do consumo de energia (SGS, 2003) .

Page 74: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 58 de 84

4.4 Implementação e operação Este i tem procura def ini r :

As necess idades de recursos para a equipe de implantação e operação do s istema;

Quem faz o que;

As necess idades de tre inamento;

A comunicação de modo ef icaz tanto interna quanto externamente;

A documentação e controle do s istema de gestão.

Impl ica também na necess idade de um controle ef icaz sobre as at iv idades operacionais re levantes e seus impactos ambientais s igni f icat ivos , considerando também si tuações ac identais ou emergencia is ocas ionadas por impactos ambientais associados.

É prec iso ter em mente que implantar um s istema que agregue valor ao negócio, não agregando apenas mais trabalho, é sempre bastante compl icado. Porém, um s istema bem montado tem sua implantação de maneira natural e não traumática, sendo bem visto pela maior ia dos funcionár ios (ORTIZ; P IRERI , 2002) .

4.4.1 Recursos, funções, responsabil idades e autoridades Texto da Norma ISO 14001:2004

A administração deve assegurar a disponibi lidade de recursos essenciais para estabelecer , implementar , manter e melhorar o sistema de gestão ambiental . Esses recursos incluem recursos humanos e habi lidades especializadas , infra-estrutura organizacional , tecnológica e recursos f inanceiros. As funções , responsabil idades e autoridades devem ser definidas , documentadas e comunicadas visando faci l itar uma gestão ambiental eficaz. A a lta administração da organização deve indicar representante(s) específico(s) da administração, o(s) qual( is ) , independentemente de outras responsabi l idades , deve(m) ter função, responsabil idade e autoridade definidas para a) Assegurar que um sistema de gestão ambiental seja estabelecido , implementado e mantido

com os requisitos desta Norma; b) Relatar à alta administração o desempenho do sistema de gestão ambiental , para análise ,

incluindo recomendações de melhoria.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4 Implementação e operação A.4.1 Recursos, funções, responsabi l idade e autor idades A implementação bem-sucedida de um s istema da gestão ambiental requer o comprometimento de todos os empregados da organização ou que atuem em seu nome. Recomenda-se que as funções e responsabi l idades ambientais não sejam vistas como conf inadas à função da gestão ambiental , mas que também cubram outras áreas de uma organização, ta is como a gerência operacional ou outras funções de apoio de cunho não ambiental . É recomendado que o comprometimento comece nos níveis mais e levados da administração. Da mesma forma, é recomendado que a a l ta administração estabeleça a pol í t ica ambiental da organização e assegure que o s istema da gestão ambiental seja implementado. É recomendado que, como parte deste comprometimento, a a l ta administração designe seu(s ) representante(s) especí f ico(s) , com responsabi l idade e autor idade def in idas para a implementação do s istema da gestão ambiental . No caso de organizações grandes ou complexas, pode exist i r mais de um representante designado. Em pequenas e médias empresas, essas responsabi l idades podem ser assumidas por apenas um indiv íduo. Recomenda-se que a administração também assegure que recursos apropriados , ta is como, infra-estrutura organizac ional , sejam fornecidos para garant i r que o s istema da gestão ambiental seja estabelecido, implementado e mantido. Exemplos de infra-estrutura organizac ional inc luem: edif íc ios , l inhas de comunicação, tanques subterrâneos, drenagem etc . É também importante que as pr inc ipais funções e responsabi l idades do s istema da gestão ambiental se jam bem def in idas e comunicadas a todas as pessoas que trabalhem para a organização ou atuem em seu nome.

Objet ivo Tal como em todos os s istemas de gestão, a ISO 14001 reconhece a necessidade de assegurar que o pessoal envolvido no SGA está consc iente das suas responsabi l idades e autor idade (APCER, 2001) .

Page 75: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 59 de 84 Pr incipais mudanças na versão 2004

Mudança da palavra “ fornecer” para “assegurar a v iabi l idade” pode ser s igni f icat ivo para a organização com alto nível de “turn over” , i s to é , s igni f ica mais auditor ias internas;

O novo t í tulo desta c lausula enfat iza a importância dos recursos , atr ibuições e autor idade na mesma medida que a responsabi l idade;

Ver i f ica-se ex ist i r igualmente uma a l teração ao nível dos vocábulos ut i l izados . A mais s ignif icat iva prende-se com a subst i tuição da palavra “providenciar” ut i l izado em “A direção deve providenciar os recursos necessár ios” . Na versão 2004 ver i f ica-se que “a gestão deve garant i r a disponibi l idade de recursos” . Esta a l teração s igni f ica que as organizações devem prevenir s i tuações de fa l ta de meios humanos, técnicos ou de outra índole, recorrendo a planos de cont ingência de subst i tuição desses meios;

Refere-se a inda que no n ível dos recursos foram acrescentadas as infra-estruturas da organização; e

Muito mais do que reportar à direção o desempenho do SGA, é igualmente suposto, com esta versão, que o representante da a l ta administração apresente igualmente recomendações para a melhor ia do SGA (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Para dar cumprimento a este requis i to da norma, é necessár ia uma def inição c lara das responsabi l idades (as at iv idades que têm de desempenhar) e da autor idade (o que as pessoas podem decidir autonomamente) para as funções dos que gerenciam (todos os níve is h ierárquicos) , executam ( funções mais re lacionadas com as áreas produt ivas e/ou executantes) e ver i f icam (funções mais re lac ionadas com o controle ambiental ) , desde que referenciadas ao nível de procedimentos e outros documentos do s istema de gestão ambiental .

A def in ição das qual i f icações mínimas para desempenhar adequadamente uma função é part icularmente importante quando a at iv idade desenvolvida está de a lguma forma, re lac ionada com aspectos ambientais s igni f icat ivos ou com o controle e gestão ambiental . Esta def in ição de qual i f icações não tem de ser fe i ta por pessoa, mas s im por função. A f lex ibi l idade, pol iva lência ou cr i tér ios de subst i tuição devem ser def in idos respeitando as qual i f icações mínimas def inidas para as funções.

A Alta Administração, em seu mais a l to nível , deve designar um representante com responsabi l idades e autor idade def in idas para a implementação do s istema de gestão ambiental . Deve a inda disponibi l izar os recursos necessár ios para que o mesmo seja implementado e mantido (Exemplos: equipamentos, instalações, meios tecnológicos, meios f inanceiros e recursos humanos) .

O Representante da Administração, com responsabi l idades execut ivas , é um elemento de 1ª l inha que gere a organização na sua at iv idade corrente , ou outro e lemento que não sendo de 1ª l inha reporte a este d iretamente, tendo funções executivas na área ambiental (Exemplos: gerente , d iretor geral , d iretor do ambiente, d iretor da qual idade e ambiente) .

Este e lemento da direção execut iva , a lém de outras funções, deve ser o pr incipal responsável pelo estabelec imento, implementação e manutenção do s istema de gestão ambiental e por fornecer informação à Alta Administração sobre o seu desempenho para efei tos de revisão do mesmo e para desencadear as ações de melhoria .

Este enunciado não s ignif ica que o Representante da Administração tenha que ser um diretor , mas s im um “elemento da direção”. Is to impl ica que a organização def ina os “ l imites” do que considera ser a equipa de direção (grupo de indiv íduos com responsabi l idades execut ivas) . O que é essencial é o entrosamento deste e lemento na “equipa de direção” e a sua l iberdade e autor idade organizac ional para poder assegurar as tarefas ac ima refer idas .

Quando exist i rem órgãos colet ivos e/ou colegiados de decisão e/ou anál ise (Exemplos: Comissão/Conselho do Ambiente, Comissão/Conselho da Qual idade e Ambiente) , a composição, responsabi l idades e modos de decisão devem estar igualmente def in idos (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Matr iz de Responsabi l idades; e

Memorandos, comunicações internas (CI ’s ) , c i rculares etc . que mostrem as nomeações das pessoas, a a locação dos recursos , à disponibi l ização de equipamentos e instalações etc . (SEBRAE, 2004) .

In terpretação Pode não ser sempre c laro quem é responsável pelo quê.

Esta pode ser uma fa lha comum na documentação do s istema que está apenas baseado em f luxogramas sem def in ição c lara de responsabi l idades ;

Podem não ter s ido disponibi l izados os recursos humanos suf ic ientes (por exemplo, uma s i tuação em que o gestor do SGA fo i demit ido e a nova pessoa incumbida não estava adequadamente formada para preencher o posto, uma s i tuação onde não há recursos

Page 76: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 60 de 84

humanos suf ic ientes ou capazes para garanti r determinadas monitoramento ou controle de operações, não haver recursos para a real ização de auditor ias internas) ;

Numa outra ocas ião, a 'administração ' decidiu não f inanciar o programa, que estava a tratar com o aspecto mais s ignif icat ivo da empresa (um estudo para estabelecer se o local estava contaminado) ;

As funções de Representante da Administração são part i lhadas por dois indivíduos sem haver uma def in ição c lara das responsabi l idades, de modo a assegurar a cobertura de todas as funções; e

As funções de Representante da Administração encontram-se atr ibuídas a uma pessoa sem os conhecimentos suf ic ientes para a função e sem autor idade reconhecida pelos e lementos da organização (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.2 Competência, treinamento e conscientização Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve assegurar que qualquer pessoa(s) que para ela ou em seu nome, realize tarefas que tenham o potencial de causar impactos ambientais s ignificativos identificados pela organização, seja competente com base em formação apropriada, treinamento ou experiência , devendo reter os registros associados. A organização deve identificar as necessidades de formação associadas aos seus aspectos e ao seu sistema de gestão ambiental . E la deve prover treinamento ou tomar alguma ação para atender a essas necessidades , devendo reter os registros associados. A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimentos para fazer com que as pessoas que trabalham para ela ou em seu nome, estejam conscientes : a) Da importância de estar em conformidade com a pol ítica ambiental , procedimentos e

requisitos do sistema de gestão ambiental ; b) Dos aspectos ambientais s ignificativos e respectivos impactos reais ou potenciais ,

associados com seu trabalho e dos benefícios ambientais provenientes da melhoria do seu desempenho pessoal ;

c) De suas funções e responsabi lidades em atingir a conformidade com os requisitos do sistema de gestão ambiental ;

Das potenciais conseqüências da inobservância de procedimento(s) especificado(s) .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.2 Competência, T re inamento e Conscient ização É recomendado que a organização identifique a conscientização, o conhecimento, a compreensão e as habi lidades necessárias a qualquer indivíduo com responsabil idade e autoridade para realizar tarefas em seu nome. Esta Norma requer que a) as pessoas cujo trabalho possa causar impacto(s) ambiental(is ) significativo(s ) identificado(s) pela organização sejam competentes para realizar as tarefas para as quais foram designadas , b) as necessidades de treinamento sejam identificadas e ações sejam tomadas para assegurar que o treinamento seja fornecido, c) todas as pessoas estejam conscientes da política ambiental , do sistema da gestão ambiental e dos aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização que possam ser afetados pelo seu trabalho. Conscientização, conhecimento, compreensão e competência podem ser obtidos ou melhorados por meio de treinamento, formação educacional ou experiência de trabalho. É recomendado que a organização requeira que seus prestadores de serviço demonstrem que seus empregados possuem o requisito competência e/ou treinamento apropriado. É recomendado que a administração determine o nível de experiência, competência e treinamento necessários para assegurar a capacitação do pessoal , especialmente daqueles que desempenham funções especializadas da gestão ambiental .

Objet ivo Conscient izar de que de nada serve ter um SGA def inido se o pessoal que dever ia fazê- lo funcionar não tem as competências necessár ias , não estão tre inados ou não estão conscientes da pol í t ica da organização (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Mudanças na ordem dos parágrafos em função da sua ordem de importância ;

Page 77: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 61 de 84

Mais que os funcionár ios – cuidados especia is devem ser tomados para assegurar que pessoas executem tarefas re levantes, por exemplo, em termos de ter competência ;

Indicação expl ic i ta que é a organização quem cabe assegurar-se que cada pessoa que desempenhe uma determinada função, com um determinado potencial impacto no ambiente, para ou em nome da organização (a l ter ação já refer ida) , seja competente;

Subst i tu ição do termo “educação” por “escolar idade”; e

A nova norma é também mais expl íc i ta quanto à ident i f icação das necess idades de formação associadas aos seus aspectos ambientais e ao seu s istema de gestão ambiental (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação O essencial deste requis i to não é a e laboração de um plano de formação, mas s im a ident i f icação das necess idades de formação. O plano é uma conseqüência das necess idades e um meio para sat isfazê- las .

É igualmente essencial a def in ição c lara das qual i f icações (por exemplo, formação escolar e prof iss ional , exper iência prof iss ional e t re inamento) que a organização considera como mínima para um colaborador poder desempenhar uma função sem pôr em r isco o desempenho ambiental e os compromissos legais e voluntár ios assumidos , mesmo que o perf i l def in ido não corresponda ao perf i l do atual detentor da função. Não se esquecer de que perf is inadequados, pr incipalmente em re lação aos requis i tos def in idos, devem ter associados planos de formação e t re inamento.

A ident i f icação das necess idades de formação pode ser fe ita através de duas fontes pr incipais :

A p rim ei ra é a def in ição das qual i f icações mínimas exigidas para todas as funções com potencial para causar impactos ambientais s igni f icat ivos . Como já fo i af i rmado no subitem 4.4 .1 , a descr ição de funções deve inc lu ir os requis i tos mínimos para as funções.

Esta ident i f icação das necess idades é de alguma forma, automática. Por exemplo, se um funcionár io vai passar a executar outra tarefa para a qual estão def inidas qual i f icações que e le não possui então essa é uma necessidade identi f icada e deve estar contemplada no plano de formação.

A seg und a é a anál ise das necess idades de formação nos d iversos n íveis da organização que desempenham funções com incidência ambiental , que poderá ser fe i ta das mais var iadas formas, mas garant indo sempre a just i f icação das necess idades apontadas .

A identi f icação de uma formação especí f ica para um grupo de operár ios , por exemplo, pelo seu super ior h ierárquico, deve estar devidamente fundamentada, por exemplo, em problemas existentes na área (número de vezes que valores l imites de emissão são ultrapassados) , na introdução de novas tecnologias (por exemplo, e letrof i l t ros) , na introdução de novos métodos de trabalho (por exemplo, novo equipamento) , na introdução de novos procedimentos/al teração aos existentes (por exemplo, quando da implementação do s istema) , na a lteração da implantação duma l inha, no estabelecimento/alteração de c ircuitos documentais , na introdução da informatização de alguma at iv idade, etc .

Caso as at iv idades com impacto ambiental s igni f icat ivo sejam desenvolvidas por colaboradores subcontratados, o levantamento de necessid ades deverá ser igualmente assegurado.

Para o levantamento de necessidades podem ser consideradas, a lém do conhecimento direto, outras fontes de informação:

Constatações de auditor ias real izadas ;

Não conformidades detectadas ;

Ocorrência de ac identes ou s i tuações de emergência ;

Ações corret ivas desencadeadas ;

Reclamações;

Anál ises efetuadas quando da revisão do s istema de gestão ambiental .

S i tuações que podem igualmente ser consideradas são:

Novos métodos de trabalho;

Realocação de pessoas ( t ransferências internas) ;

Admissão de novos colaboradores, a t í tu lo permanente ou temporár io ; e

A obr igator iedade de cumprimento de requis i tos especí f icos sejam eles internos , contratuais , regulamentares ou legais .

Considerando o que fo i exposto, não é normalmen te aceitável que o plan o de formação seja e laborado apenas a part i r dos catá logos comercia is d isponíveis , sem uma adequada identi f icação das necess idades nos termos já refer idos .

Segundo o enunciado deste requis i to , os p lanos de formação devem inc lu ir formas de conscient ização dos e lementos da organização ou subcontratados para:

Os requis i tos do s istema de gestão ambiental ;

Page 78: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 62 de 84

Os impactos ambientais s ignif icat ivos (atuais ou potenciais ) das suas at iv idades;

Os seus papéis e responsabi l idades nas s i tuações de resposta à emergência; e

As conseqüências de não respeitar os procedimentos operac ionais estabelecidos.

O plano deve prever a revisão de forma a inc lu ir as ações não previstas quando da e laboração do plano in ic ial ou para reprogramar ações.

Devem ser mantidos registros apropr iados (ver subitem 4.5 .3) das at iv idades afetas à formação (Exemplos: ident i f icação das necess idades de formação, plano de formação, sumár ios das ações de formação, l is ta de presenças, cert i f icados de part ic ipação, escolar idade etc . ) .

A formação de cada colaborador deve ser evidenciável indiv idualmente.

Quando a formação inclui uma exper iência prát ic a importante, por exemplo, seis meses no posto de trabalho, deve ex ist i r um re latór io comprovando que a pessoa em questão está em condições de desempenhar as funções previstas . Esta é uma forma de evidenciar que a formação foi efetuada.

Quando a empresa está implementando os procedimentos de formação, na maior ia das s i tuações, muitos funcionár ios não f reqüentaram cursos de formação necessár ios à sua qual i f icação. Nestes casos , é aconselhável que a empresa efetue a “recuperação” possível da qual i f icação, nem que seja a part i r do conhecimento dos responsáveis com maior ant iguidade (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Planos de tre inamento;

Aval iações/atas de reunião para levantamento das necess idades;

Registros de educação (escolar idade) ;

Registros de tre inamento, l i s tas de presença; e

Aval iações da ef icác ia de tre inamentos (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Por vezes uma empresa pode "comprar conhecimento ambiental" , i s to é , recorrer à

consultor ia . I s to é perfe i tamente aceitável , mas , prec isa ser reconhecido e mantido pelo SGA, inc lu indo qualquer formação re levante ou registro de competência, re lac ionados com esse fato. Mais , a empresa necess i ta de ident i f icar o que deverá ser fe i to em termos de formação, quando já não possuir o apoio dos consultores , caso seja essa a opção;

Como se verá poster iormente é necessár io haver um conhecimento da ISO 14001 até como base para as auditor ias internas. Esta questão pode não ser coberta e os auditores internos podem saber muito bem como auditar por forma a ver i f icar o cumprimento dos procedimentos, mas, podem não ser capazes de ver i f icar se os própr ios procedimentos e o s istema estão em concordância com a ISO 14001;

Em vár ias ocasiões, descobre-se que o pessoal não tem conhecimento nem está tre inado para os procedimentos de emergência re levantes;

O conhecimento e consc ient ização dos cr i tér ios de não conformidade e dos procedimentos podem ser insuf ic ientes . Esta c i rcunstância leva a que não sejam reportados problemas e , mais tarde, à repet ição desses mesmos problemas, em vez da sua prevenção;

Ocasionalmente, a aval iação dos Aspectos falha ou não capta questões importantes, devido à fa l ta de formação ou de competência por parte dos que executam este processo v i ta l . Por exemplo, não se aperceberam que os ext intores de Halon, contêm substâncias nocivas a camada de ozônio (BFC's ) ; e

Para a cert i f icação é exigido que todo o pessoal tenha consciência da Pol í t ica, dos Objet ivos e dos Aspectos Signif icat ivos as sociados às suas funções. Descobre-se f requentemente que a local ização e o conteúdo da Pol í t ica são desconhecidos e as pessoas não têm consciência de quais os aspectos e os impactos s igni f icat ivos re lac ionados com a sua at iv idade do dia-a-dia (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.3 Comunicação Texto da Norma ISO 14001:2004

Com relação aos seus aspectos ambientais e sistema de gestão ambiental , a organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para a) Comunicação interna entre vários níveis e funções da organização; b) Recebimento, documentação e resposta a comunicações pertinentes oriundas de partes

interessadas externas. A organização deve decidir se real izará comunicação externa sobre seus aspectos ambientais significativos , devendo documentar sua decisão. Se a decisão for comunicar , a organização deve estabelecer e implementar método(s) para esta comunicação externa.

Page 79: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 63 de 84 Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.3 Comunicação A comunicação interna é importante para assegurar a eficaz implementação do sistema da gestão ambiental . Os métodos de comunicação interna podem incluir reuniões regulares de grupos de trabalho, boletins informativos , quadros de aviso e intranet. Recomenda-se que as organizações implementem um procedimento para receber , documentar e responder às comunicações das partes interessadas. Este procedimento pode incluir um diálogo com as partes interessadas e a consideração de suas preocupações pertinentes. Em certas circunstâncias , o atendimento às preocupações das partes interessadas pode incluir informações relevantes sobre os aspectos e impactos ambientais associados às operações das organizações. Recomenda-se que esses procedimentos também tratem da comunicação necessária com as autoridades públicas relativamente ao planejamento de emergência e a outras questões pertinentes. A organização pode planejar sua comunicação, levando em consideração as decisões sobre grupos-alvo pertinentes , as mensagens e temas apropriados e a escolha dos meios de comunicação. Ao considerar a comunicação externa sobre aspectos ambientais , recomenda-se que as organizações levem em consideração os pontos de vista e as necessidades de informação de todas as partes interessadas. Se a decisão for por comunicar externamente sobre seus aspectos ambientais , a organização pode estabelecer um procedimento para este f im. Este procedimento poderia se a lterar dependendo de vários fatores , inclusive o tipo de informação a ser comunicada, o grupo-alvo e as circunstâncias individuais de cada organização. Os métodos para comunicação externa podem incluir relatórios anuais , boletins informativos , páginas na Internet e reuniões da comunidade.

In terpretação A norma reconhece a necess idade da organização se cert i f icar que a informação é efet ivamente comunicada, tanto dentro da empresa, como a ent idades externas , como por exemplo, as autor idades competentes, a comunidade local ou "grupos de pressão" , ou seja , as partes interessadas (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Esclarece como organizações devem proceder , se e las decidirem comunicar externamente,

seus aspectos ambientais s igni f icat ivos;

Estabelece métodos e procedimentos para comunicação externa; e

Muitas organizações real izam comunicação externa – todavia , se a organização escolher uma condição que e la não deva comunicar externamente, e la deverá documentar essa decisão (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Este requis ito inc lui dois t ipos de comunicação no que diz respeito aos aspectos ambientais e ao própr io s istema de gestão ambiental , a comunicação interna e a comunicação externa.

A comunicação interna, entre os d iversos n íveis e funções re lac ionados com o ambiente, tem como objet ivo fac i l i tar o entendimento e a co operação mútua de todo o pessoal envolvido no desempenho ambiental . Deverá ser e laborado um procedimento onde sejam estabelec idos os meios de comunicação internas formais (ordens de serv iço, memorandos, etc . ) e informais ( jornais internos, intranet , placar , etc . ) e respect ivos regist ros .

A comunicação externa deverá ser entendida em duas vertentes , o tratamento das exigências das partes interessadas externas e a comunicação externa voluntár ia .

No pr imeiro caso, deverá ser dado especial destaque:

Às comunicações obr igatór ias com os órgãos of ic ia is , pr inc ipalmente, no que diz respeito à informação do autocontrole dos aspectos ambientais (Exemplo registro anual de res íduos industr ia is e hospita lares , re latór ios b ianuais do monitoramento dos ef luentes gasosos ou t r imestra is do monitoramento em contínuo, re latór ios do monitoramento dos ef luentes l íquidos conforme respect iva l icença de descarga, etc . ) ;

Em relação às informações per iódicas e obr igatór ias a fornecer aos órgãos of ic ia is , é recomendável a e laboração de uma tabela, ou quadro, com indicação da base legal , do conteúdo, forma e per iodic idade da informação, bem como das responsabi l idades pela recolha, t ratamento, envio e controle ; e

Às formas de t ratar os pedidos de informação provenientes das partes interessadas externas , assegurando a resposta a rec lamações e a formal ização dos processos adotados para a sua recepção, t ratamento, resposta e respect ivos registros .

Em relação à comunicação externa voluntár ia , a norma não exige que a organização a adote. Caso esta pretenda fazê- lo deverá ser caute losa, procedendo a uma anál ise dos prós e contras

Page 80: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 64 de 84 de tal d ivulgação e , depois , estabelecê- la formal izando os moldes em que deverá ser real izada. Podem ser usados como veículos para transmit i r os aspectos re levantes das at iv idades e do s istema de gestão ambiental , bem como dar resposta às preocupações de partes interessadas jornais internos, re latór ios ambientais , publ icações externas ( jornais , revistas) e a Internet .

Em part icular , a comunicação através das suas diversas formas, deve traduzir -se , e fet ivamente, na possibi l idade de os empregados e as partes interessadas poderem manifestar as suas preocupações ( inc lu indo eventuais respostas a reclamações ambientais ) .

Em todas as comunicações devem ser mantidos registros/evidências (ver subitem 4 .5 .3) (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Memorandos, bolet ins , cartas , comunicações internas (C Is ) , c i rculares etc . sobre fatos

ambientais da organização;

Panf letos , cartazes , jornais e outras formas de comunicação interna e externa sobre o desempenho ambiental da organização; e

Relatór ios e outras formas de informação às partes interessadas internas e externas (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Por vezes não existe nenhum procedimento documentado que cubra esse requis i to ;

As comunicações internas, juntamente com a formação, são os mecanismos que garantem a conscient ização do pessoal re lat ivamente ao SGA e às questões ambientais re lacionadas com a empresa e com o t rabalho individual de cada um. Os problemas nesta área manifestam-se muitas vezes na fa l ta de conhecimento de a lterações da legis lação e nas suas conseqüências ;

Comunicações Externas - são testadas por vezes em entrevistas com o pessoal , normalmente os que representam o pr imeiro contato com a empresa (ex . : recepcionistas , vendedores, pessoal de marketing) , para garant i r que e les estão conscientes da necess idade de assegurar que as questões ambientais , rec lamações e esc larecimentos são devidamente tratados e direcionados à pessoa certa , que i rá in ic iar desencadear a eventual ação necessár ia . Não é incomum estas pessoas não terem conhecimento das suas responsabi l idades no encaminhamento destes esc larec imentos, reclamaç ões ou pedidos, para o receptor correto; e

Decisão acerca da disponibi l idade de informações do SGA - muitas vezes não é registrada. Algumas vezes são registradas nas minutas da Revisão pela Direção, outras nos procedimentos da comunicação (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.4 Documentação Texto da Norma ISO 14001:2004

A documentação do s istema de gestão ambiental deve incluir : a) Política , objetivos e metas ambientais ; b) Descrição do escopo do sistema de gestão ambiental ; c) Descrição dos principais e lementos do sistema de gestão ambiental e sua interação e

referência a documentos associados; d) Documentos , incluindo registros , requeridos por esta Norma, e e) Documentos , incluindo registros , determinados pela organização como sendo necessários

para assegurar o planejamento, operação e controle eficazes dos processos que sejam associados com seus aspectos ambientais significativos.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.4 Documentação Recomenda-se que o nível de detalhamento da documentação seja suficiente para descrever os elementos principais do sistema da gestão ambiental e sua interação, fornecendo orientação sobre fontes de informação mais detalhadas sobre o funcionamento de partes específicas do sistema da gestão ambiental . Essa documentação pode ser integrada com as de outros sistemas implementados pela organização , não precisando estar na forma de um único manual . A extensão da documentação do s istema da gestão ambiental pode diferir de uma organização para outra, dependendo a) do porte e tipo de organização e suas atividades , produtos ou serviços , b) da complexidade dos processos e suas interações , e c) da competência do pessoal . Exemplos de documentos incluem - declarações das pol íticas , objetivos e metas ,

Page 81: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 65 de 84

- informações sobre os aspectos ambientais significativos , - procedimentos, - informações de processo, - organogramas, - normas internas e externas , - planos locais de emergência, - registros . Recomenda-se que qualquer decisão de documentar procedimento(s) seja baseada em questões tais como - as conseqüências , inclusive aquelas relativas ao meio ambiente, de não fazê-lo , - a necessidade de demonstrar o atendimento a requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização, - a necessidade de se assegurar que a atividade seja real izada de forma constante, - as vantagens de agir assim, que podem incluir a implementação faci l itada por meio da comunicação e treinamento, manutenção e revisão faci l itada, menor r isco de ambigüidades e desvios , capacidade de demonstração e visibi l idade, - os requisitos desta Norma. Os documentos originalmente cr iados para f ins outros que não o sistema da gestão ambiental podem ser uti l izados como parte deste sistema e , se assim uti l izados , terão que ser referenciados no s istema.

Objet ivo Neste requis i to a norma pretende que se forneça um "roteiro" que esc lareça como é que o SGA da sua organização se encontra re lac ionado com a ISO 14001 e como é que esse s is tema, ou outro s istema de gestão, dá resposta aos requis i tos da norma (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alteração do nome do subitem. O art iculado deste subitem acrescenta uma sér ie de documentos que embora o art iculado da versão anter ior não contemplasse, já eram necessár ios . Apenas as necess idades de documentar o âmbito e os aspectos ambientais aparecem como novidade.

Deixam de serem obr igator iamente documentados os procedimentos re lacionados com o monitoramento e medição (subitem 4 .5 .1) e a aval iação do atendimento a requis i tos legais e outros (subitem 4.5 .2) a inda que se jam obrigatór ios os registros deste processo (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Um sistema de gestão ambiental pode ser entendido como o conjunto da estrutura organizac ional , dos procedimentos, dos processos e dos recursos necessár ios para implementar a gestão ambiental . Ass im sendo, a sua documentação deve contemplar todas as funções e at iv idades que contr ibuem para o cumprimento dos requis i tos especif icados , const i tuindo um retrato f ie l da real idade da empresa .

A def in ição do s istema de gestão ambiental e da sua estrutura documental deve adequar-se às caracter íst icas de cada organização (estrutura orgânica, d imensão, recursos, cultura) , aos seus processos , produtos, serv iços, c l ientes , mercados, fornecedores e sensibi l idade do meio envolvente.

A abrangência da documentação do s istema de gestão ambiental deve ser suf ic iente para contemplar todas as funções apl icáveis da norma de referência podendo, no entanto, ser mais abrangente em função de s i tuações contratuais específ icas .

A estrutura documental não passa obr igator iamente pela e laboração de um manual de gestão ambiental . No entanto, deve ser estabelecida de uma forma lógica, h ierarquizada, coerente (sem omissões nem sobreposições) e permit indo a integração de todos os documentos re levantes do s istema. Por h ierarquização entendem-se como sendo a c lass i f icação por ordem de importância dos documentos (com níveis ) e a sua inter l igação objet iva .

Caso a organização opte pela e laboração do manu al de gestão ambiental poderá ter em conta os seguintes e lementos :

Indicação do objet ivo e campo de apl icação do s istema de gestão ambiental ;

Descr ição, h istór ia , at iv idades e locais da organização;

Pol í t ica ambiental ;

Apresentação da sua estrutura orgânica, de forma a ser percept ível o funcionamento da organização, com part icular ênfase na função de gestão ambiental ; e

Inc lusão ou referência a procedimentos do s i stema de gestão ambiental , re lac ionando-os com os requis i tos de cada uma das funções apl icáveis da norma de referência .

Page 82: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 66 de 84 Caso não seja esta a opção, é importante a e laboração de uma matr iz que demonstre o modo como às funções da norma são respondidas .

Considera-se que os procedimentos são uma parte re levante do s istema documental já que const i tuem a documentação de base para todo o planejamento, execução e ver i f icação das at iv idades re levantes para a gestão ambiental . O conjunto dos procedimentos documentados deve responder a todas as funções/requis i tos da norma de referência , em especial quando formalmente especif icado nos próprios requis i tos .

Os procedimentos determinam “quem” faz “o quê” , “quando”, “onde”, “por quê” e “como”. Poderá ser conveniente a descr ição do “como” num t ipo di ferente de documentos (Exemplos: instrução de t rabalho, procedimento operat ivo) desde que seja c lara a sua l igação com os anter iores . Os procedimentos podem, igualmente, remeter para documentos de or igem externa (Exemplos: normas, especif icações de c l ientes , legis lação) ou interna (por exemplo, impressos) .

Estes procedimentos escr i tos devem ter atual ização permanente, correspondendo de fato às prát icas seguidas na real ização das at iv idades a que dizem respeito .

O conteúdo, extensão e detalhe dos procedimentos devem ter em atenção:

A complexidade do trabalho (necess idade de pormenor ização) ;

A formação dos ut i l izadores (qual i f icação necessár ia para a real ização das tarefas) .

A documentação considerada pode a inda incluir : in formação sobre o processo, organogramas, normas internas e planos de emergência das instalações (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Manual do Meio Ambiente, Procedimentos e Instruções , le is e regulamentos apl icáveis (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Não é fe i ta a referência cruzada com os procedimentos do Sistema da Qual idade ou de outro

s istema de gestão, que executam ou apóiam parte do SGA (ex. : manuseamento de químicos, controle de registros , p lanos de emergência) ;

Os meios para a real ização de parte dos requis itos da ISO 14001 não são c laros , normalmente, os meios de conf i rmação dos cumprimentos legais e comunicações externas , re lac ionadas com os Aspectos S igni f icat ivos; e

Procedimento não auditável - não def ine como são fe itas as coisas (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.5 Controle de documentos Texto da Norma ISO 14001:2004

Os documentos requeridos pelo sistema de gestão ambiental e por esta Norma devem ser controlados. Registros são um tipo especial de documento e devem ser controlados de acordo com os requisitos estabelecidos em 4.5.4. A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para: a) Aprovar os documentos quanto à sua adequação antes do uso; b) Analisar e atualizar , conforme necessário , e reaprovar os documentos; c) Assegurar que as alterações e a s ituação atual de revisão dos documentos sejam

identificadas; d) Assegurar que as versões relevantes de documentos aplicáveis estão disponíveis em seu

ponto de uso; e) Assegurar que os documentos permanecem legíveis e prontamente identificáveis ; f ) Assegurar que os documentos de origem externa determinados pela organização como sendo

necessários ao planejamento e operação do sistema de gestão ambiental sejam identificados e a sua distribuição seja controlada, e

g) Prevenir a uti l ização não intencional de documentos obsoletos , e uti l izar identificação adequada nestes , se forem retidos para quaisquer fins.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.5 Controle de documentos A intenção de 4.4 .5 é assegurar que as organizações criem e mantenham documentos de forma adequada à implementação do sistema da gestão ambiental . Entretanto, é recomendado que o foco primordial das organizações seja na efetiva implementação do sistema da gestão ambiental e no desempenho ambiental e não em um complexo sistema de controle de documentação.

Page 83: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 67 de 84 Objet ivo O SGA, quando documentado, será o guia para a 'melhor prát ica ' correntemente conhecida da sua empresa. Pela sua importância , torna-se ass im necessár ia a sua aprovação, atual ização e disponibi l ização para os que dele necess itam (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alinhamento com a ISO 9001:2000. Controle de documentos de or igem externa necessár ios para o p lanejamento e operação do SGA, ident i f icando-os e controlando a sua distr ibuição (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação O controle dos documentos está estre itamente re lac ionado com o requis i to anter ior . Trata-se de controlar os t ipos de documentos previstos na estrutura documental , incluindo os impressos (máscaras , formatos ou outras designações equivalentes) .

A lém dos documentos , devem também ser considerados , e adequadamente controlados , os dados suscet íveis de al teração, exemplos:

Listas de fornecedores de serviços ou produtos com impl icações ambientais ;

Lista de c l ientes com exigências ambientais ;

Lista de equipamentos de medição e monitoramento a cal ibrar ;

Lista de funcionár ios qual i f icados para exercer at iv idades com potencia l para causar impacto ambiental s igni f icat ivo;

Listagens ou extratos dos anter iores ;

Os dados com suporte informatizado; e

Os dados resultantes do tratamento de outros contemplados em registros ou documentos e apresentados, por exemplo, em re latór ios (Exemplos: produção média mensal de res íduos , consumo médio mensal de água e energia por unidade de produção) .

São também documentos a serem controlados os que tenham or igem no exter ior da empresa ta is como bolet ins de anál ises ou re latór ios de medições real izadas no exter ior , in formação técnica de c l ientes ou fornecedores, normas, regulamentos, legis lação, códigos de boa prát ica, l icenças e pareceres de ent idades of ic ia is .

Os documentos considerados como parte integrante do s istema de gestão ambiental , têm de ser objet ivamente ident i f icados, para que se possam se adotadas metodologias adequadas para o seu controle . Para efei tos de controle , os documentos devem ter uma des ignação, podendo ainda ter um código/referência .

Os s istemas de codi f icação dos documentos e impressos devem ser concebidos de modo a permit i rem uma identi f icação fác i l , pe lo menos, dos níve is da estrutura da documentação. Estes s istemas de codif icação devem estar documentados de modo a garantir a sua coerência e adoção por todas as funções envolvidas no controle dos documentos e dados.

É recomendável que a empresa identi f ique todos os t ipos de documentos e todas as responsabi l idades associadas aos aspectos de controle (e laboração, ver i f icação, aprovação, emissão, l i s ta de distr ibuição, or iginal , arquivo histór ico) sob a forma de uma matr iz ou outra equivalente.

A ver i f icação deve ser fe i ta por quem tenha co mpetência técnica e/ou de gestão pelo menos igual a quem elaborou o documento. Esta ver i f icação deve consist i r na anál ise da coerência entre este e os restantes do mesmo t ipo (e/ou com t ipos de documentos com objet ivos complementares) , ass im como a sa lvaguarda da sua adequabi l idade face aos requis i tos da norma de referência ou outros .

Atentando para o fato de que os documentos são elaborados com o objet ivo de t ransmit i r metodologias , or ientações, instruções ou informações a a lguém, então deve ser def in ida a sua fonte emissora (quem os faz) e os dest inatár ios para quem distr ibuir .

A d istr ibuição dos documentos deve garantir que estes estão disponíveis , na versão atual izada, onde são necessár ios . Devem exist i r evidências desta distr ibuição.

Os documentos uma vez al terados (revisados) e/ou ext intos (obsoletos) devem ser removidos dos locais de ut i l ização e , sempre que previsto, arquivado um exemplar de cada documento subst i tu ído, devidamente ident i f icado. As responsabi l idades por estas at iv idades devem estar estabelec idas .

As a l terações/modif icações devem respeitar os c i rcuitos estabelecidos para todos os aspectos do controle dos documentos, anter iormente def in idos .

A natureza das a l terações deve ser registrada de forma a fac i l i tar o seu entendimento e apl icação pelos ut i l izadores.

Só são aceitáveis a l terações manuscr i tas nos documentos distr ibuídos (por exemplo, “desenho da rede de águas res iduais industr iais” ) se forem efetuadas pelas funções autor izadas e cumprirem os c ircuitos estabelec idos, assegurando que os or iginais são poster iormente a l terados, bem como as outras cópias existentes .

Page 84: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 68 de 84 O controle de documentos, dados e impressos gerados e controlados e letronicamente, obr iga o estabelec imento de procedimentos adic ionais de val idação e , a inda, de segurança, integr idade e acesso aos mesmos.

Os documentos devem ter formas (ass inaturas d igi ta l izadas , s ig las , s ímbolos ou outras soluções) de indicar aos ut i l izadores, quem são os responsáveis pelo controle dos documentos.

Os documentos em suporte e letrônico (Exemplos: disquetes / bandas magnét icas e outros) devem estar inc luídos nos s istemas de controle (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimento de controle dos documentos da organização;

Documentos val idados (em uso) , com as devidas evidências de emissão, aprovação e implementação; e

Listas de distr ibuição dos documentos (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes O problema mais comum encontrado é que os documentos e os procedimentos não estão

disponíveis nos locais onde são necessár ios . Este é por vezes o caso em que os s istemas de gestão têm os documentos apenas em formato e letrônico;

As publ icações mais recentes não estão disponíveis para todos os ut i l izadores, devido a fa l ta de atual ização e a procedimentos de controle ;

Por vezes o mecanismo de aprovação dos procedimentos não é c laro, nem existe um plano de revisão dos procedimentos para conf irmar se e les a inda são re levantes e se ref letem com exat idão os requis i tos dos processos que descrevem (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.6 Controle operacional Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve identificar e planejar aquelas operações que estejam associadas aos aspectos ambientais significativos , identificados de acordo com sua pol ítica, objetivos e metas ambientais para assegurar que elas sejam realizadas sob condições específicas por meio de: a) Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimento(s) documentado(s) para

controlar s ituações onde sua ausência possa acarretar desvios em relação à sua pol ítica e aos objetivos e metas ambientais ;

b) Determinação de critérios operacionais no(s) procedimento(s) ; e c) Estabelecimento, implementação e manutenção de procedimento(s) associados(s) aos

aspectos ambientais significativos identificados de produtos e serviços uti l izados pela organização e da comunicação de procedimentos e requisitos para pertinentes a fornecedores , incluindo-se prestadores de serviço.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.6 Controle operacional Recomenda-se que uma organização avalie quais de suas operações estão associadas com seus aspectos ambientais significativos identificados e assegure que elas sejam conduzidas de modo a controlar ou reduzir os impactos ambientais adversos associados , para atender aos requisitos de sua pol ítica ambiental e atingir seus objetivos e metas. Recomenda-se que sejam consideradas todas as partes de suas operações , incluindo as atividades de manutenção. Como esta parte do sistema da gestão ambiental fornece orientação de como levar os requisitos do s istema para as operações do dia-a-dia , 4 .4 .6 a) requer o uso de procedimento(s ) documentado(s) para controlar situações onde sua ausência possa levar a desvios em relação à pol ítica ambiental , aos objetivos e às metas.

Objet ivo Os mecanismos da ISO 14001 para ger ir processo s que estão re lac ionados com os impactos da empresa no meio ambiente são os procedimentos de controle operac ional . Estes são instruções pormenorizadas para processos como, por exemplo: gestão de resíduos, gestão de consumos energét icos (não somente monitoramento) , armazenamento de químicos.

Os aspectos mais s igni f icat ivos serão suje i tos à gestão através de procedimentos de controle operac ional (muitos destes procedimentos já ex istem como parte dos S istemas de Gestão da Qual idade ou de Gestão da Segurança) (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Segundo a APCER (2005) não existem al terações s ignif icat ivas .

Page 85: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 69 de 84 In terpretação Este requis i to da norma está di retamente re lac ionado com a identi f icação dos aspectos ambientais s ignif icat ivos.

É necessár io remontar à or igem ou à fonte do impacto s ignif icat ivo e documentar os processos necessár ios para o seu controle . A documentação pode ser fe i ta através da elaboração de modos operatór ios , instruções, etc . (Ver Exemplo 3) . Poster iormente, deve ser assegurado que estas at iv idades são efetuadas de acordo com as condições específ icas estabelec idas nos procedimentos.

Na verdade, têm de ser e laborados procedimentos/ instruções de trabalho para as at iv idades , onde a sua ausência possa afetar negativamente o ambiente ou o resultado esperado.

Estes documentos devem def in ir os recursos humanos e mater ia is , as responsabi l idades e os cr i tér ios de execução e de controle do processo. Devem ser escr itos , tendo em vista o ut i l izador , devendo apenas conter a informação que ele possa necess itar e entender . Por exemplo: não adianta expl icar , em uma instrução de como operar um equipamento de despoeiramento, as impl icações das part ículas ao níve l da f lora , se o operador não as entende, nem vai t i rar dessa informação qualquer vantagem.

Em qualquer caso, as instruções têm de ser precisas . Por exemplo, não deve ser aceitável que se d iga apenas “não ult rapassar os l imites” , sem se def in ir qualquer parâmetro ( temperatura , caudal , pressão, etc . ) com re levância para o sucesso do controle do poluente em causa.

Os procedimentos/ instruções podem ser e laborados no sent ido de permit i r estabelecer regras conjuntas para o controle ambiental , da qual idade e da segurança, já que muitas vezes os operadores têm de operar os equipamentos de modo a alcançar aqueles t rês objet ivos s imultaneamente.

Sempre que a sua ausência possa afetar a correta execução do tr abalho e provocar um agravamento dos impactos ambientais da at iv idade em causa, a manutenção deve ser p lanejada e as intervenções executadas de acordo com instruções escr i tas . Estas intervenções devem gerar registros que permitam planejar novamente as intervenções em função do histór ico dos equipamentos.

Quando a lguma parte dos planos seja executada pelos própr ios operadores dos equipamentos, os mesmos devem ser adequadamente tre inados e devem dispor dos meios necessár ios .

Sa l ienta-se que o controle operacional também deve ser usado quando há necess idade de assegurar caracter íst icas anunciadas/especif icadas para os produtos (por exemplo, % de mater ia l recic lado incorporado, não ut i l ização de CFC’s , etc . ) .

Por úl t imo, a organização deve selec ionar os seus fornecedores de bens e serviços com base nas suas capacidades ( técnicas e organizat ivas) para respeitar os requis i tos da organização, da legis lação apl icável e da sociedade. Para o efe ito , a empresa deve ter procedimentos para t ransmit ir aos fornecedores às especif icações completas dos bens e serviços a prestar , sempre que tenha s ido detectada a inf luência da at iv idade dos fornecedores e das empresas subcontratadas nos impactos ambientais s igni f icat ivos da organização.

Embora o enunciado da norma não seja expl íc i to quanto à necess idade de aval iar e se lec ionar os fornecedores, a empresa deve integrar os fornecedores de serviços com potencia l impacto ambiental s igni f icat ivo dentro ou fora da organização (Exemplo: transportadores, dest inatár ios de res íduos, laboratór ios de ensaios de ef luentes l íquidos ou gasosos , etc . ) , no seu s istema de gestão ambiental .

Ass im, a organização deve anal isar a inf luência do produto/serviço a comprar no seu desempenho ambiental , já que existem produtos/serv iços fornecidos por terceiros que são re levantes e outros que o não são de forma determinante, pelo que a aval iação dos fornecedores poderá ser de exigência var iável em função da importância dos seus fornecimentos/serviços para o cumprimento da pol í t ica ambiental da organização.

A aval iação e se leção de potencia is fornecedores na vertente ambiental podem considerar o conhecimento dos meios humanos e mater ia is , do s istema organizacional e do s istema de gestão ambiental , o cumprimento de obr igações legais e regulamentares , os resultados de anál ises de amostras , de ensaios na produção, ensaios f inais e outros real izados com os seus produtos para os quais ex istam requis i tos ambientais .

Esta informação poderá ser obtida, por exemplo, através de inquér i tos , auditor ias ambientais e/ou vis i tas de aval iação.

Exem plo 3

PROCEDIMENTOS / INSTRU ÇÕES TÍPI COS DE CO NTROLE OPERACIONAL

Gestão de res íduos (por exemplo, estabelecend o as regras e responsabi l idades da separação, ident i f icação de contentores , movimentação, armazenagem temporár ia e se leção de dest inos f inais ) - Operação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) (por exemplo, estabelecendo quais os parâmetros de funcionamento que devem ser ver i f icados para garant ir , a inda que indiretamente, que os valores da qual idade do ef luente tratado descarregado são mant idos dentro dos l imites legais ) ;

Page 86: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 70 de 84

Operação dos equipamentos de despoeir amento (por exemplo, para controlar caudais/pressões, per iodic idade de subst i tu ição de f i l t ros de forma a controlar as emissões gasosas dentro dos valores desejados e/ou a evitar rupturas) ;

Operação da estufa de secagem do produto f inal (por exemplo, para controlar temperaturas/caudais de forma a controlar as emissões gasosas dentro dos valores desejados) ;

Gestão de energia (por exemplo, ident i f icando os pr inc ipais equipamentos responsáveis pelos consumos energét icos e estabelecendo condições de operação que minimizem esses mesmos consumos, tais como per íodos de paragem, formas de arranque, adaptação a per íodos de vazio , etc . ) ;

Gestão da água (por exemplo, ident i f icando os pr inc ipais equipamentos responsáveis pelos consumos e estabelecendo condições de operação que minimizem esses mesmos consumos, como fecho de c ircuitos , reut i l ização da água para f ins menos exigentes , etc . ) ;

Manutenção de equipamentos cr í t icos para o ambiente (por exemplo, ident i f icando os equipamentos cujo estado de manutenção pode inf luenciar o seu potencial para causar impactos ambientais s igni f icat ivos : ro lamentos gr ipados podem aumentar substancialmente o ru ído emit ido para o exter ior , fugas em bombas e tubagens de l íquidos ou gases per igosos podem causar danos ambientais graves, etc . ) ;

Aprovis ionamento de produtos e serv iços com potencia is impactos ambientais s igni f icat ivos ( ident i f icando quais são os produtos/serv iços e estabelecendo as regras e responsabi l idades para a sua aquis ição, manuseamento/acompanhamento e aval iação de fornecedores) ;

Controle do impacto ambiental de novos projetos (estabelecendo como são ident i f icados os aspectos ambientais com impactos s ignif icat ivos a esperar para esse novo projeto e a obr igator iedade de def in ir os meios para controlar os aspectos e minimizar os impactos) (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimentos operac ionais , procedimentos de controle de impactos ambientais adversos;

Resultados das ver i f icações e inspeções dos processos; e

Resultados dos testes e ensaios etc . (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Deve exist i r uma l igação c lara entre os Aspectos S ignif icat ivos e os procedimentos de

controle operacional . De fato, cada aspecto s ignif icat ivo ident i f icado deve estar l igado a um controle operacional ou a um objet ivo e meta (às vezes deve estar l igado a ambos) ;

Por vezes , há Aspectos S ignif icat ivos que não estão l igados nem a Objet ivos , nem suje i tos a Controle Operac ional , como por exemplo, parte da gestão de resíduos ou o compromisso da Pol í t ica em reduzir o consumo de energia, que não é apoiado por processos para efet ivar essa redução. A tarefa do auditor é não só ver i f icar se os procedimentos são adequados, como também ident i f icar em que processos estão em fa l ta procedimentos de controle ;

É muito comum veri f icar a fa l ta de detalhe nos procedimentos em casos re levantes . Por exemplo, num procedimento de gestão de res íduos devem estar inc luídos todos os pormenores necessár ios para este processo estar conforme, o que inclui a ver i f icação da existência e va l idade das l icenças e autor izações necessár ias (para as entidades que vão dar dest ino aos res íduos) , a ident i f icação e controle dos resíduos, os documentos a serem preenchidos e o pessoal responsável por essas ações . Se isto não est iver suf ic ientemente pormenor izado, a auditor ia interna pode não ser ef icaz na ver i f icação da conformidade da gestão dos res íduos;

As bacias de retenção dos tanques são f requentemente uma questão do SGA, e por vezes é comum encontrarem-se bacias que são inef icazes devido a fugas, buracos, fa l ta de impermeabi l ização (se apl icável ) ou válvulas abertas . Caso existam estes s istemas, tem lógica ex ist i r um procedimento para ver i f icar que funcionam de acordo com o seu propósi to que é a contenção secundár ia e prevenção da poluição;

Outra área de controle operac ional que também fa lha f requentemente é a gestão de químicos l íquidos. Normalmente, não existem procedimentos bem def in idos para a sua recepção, armazenamento, d istr ibuição e t ransporte ;

Se forem inf lamáveis , há outras questões a ter em consideração como, por exemplo, eventual incêndio no processo de armazenamento e distr ibuição, medidas de prevenção de incêndios e procedimentos de emergência re levantes;

O armazenamento de depósitos também pode ser um problema. Se forem tanques, os meios de enchimento e os cuidados com o excesso de enchimento prec isam ser ver i f icados e documentados através de procedimentos. Também poderá ex ist i r a necess idade de ca l ibração e teste e poss íve is l igações terra, para prevenir e letr ic idade estát ica;

Frequentemente as empresas entendem que os procedimentos para s imples monitoramento de consumos (água, e letr ic idade, gás , etc . ) , são procedimentos de controle operac ional ,

Page 87: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 71 de 84

quando af inal só constatam gastos e não estabelecem condições que, de a lgum modo, procurem ot imizar/reduzir esses gastos (como por exemplo, instruções para a operação adequada de uma caldeira) ; e

Comunicação com Fornecedores e Subcontratados: Esta é uma área de problemas comum. Com freqüência, as autor izações para laboração não existem, são inadequadas ou pouco implementadas. A empresa deve garant ir que são adequadamente se lecionados os seus fornecedores e subcontratados e que e les conhecem os procedimentos re levantes da empresa, re lac ionados com a at iv idade que está a ser contratada (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.4.7 Preparação e resposta a emergência Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para identificar potenciais situações de emergência e potenciais acidentes que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente e sobre como a organização responderá a estes. A organização deve responder às situações reais de emergência a aos acidentes e prevenir ou mitigar os impactos ambientais adversos associados. A organização deve periodicamente analisar e , quando necessário , revisar seus procedimentos de preparação e resposta à emergência , em particular após a ocorrência de acidentes ou situações emergenciais . A organização deve também testar periodicamente tais procedimentos , quando exeqüível .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.4.7 Preparação e resposta a emergência É da responsabil idade de cada organização desenvolver procedimento(s) de preparação e resposta a emergências que atenda(m) às suas próprias necessidades específicas. No desenvolvimento deste(s) procedimento(s) , recomenda-se que a organização considere: a) a natureza dos perigos locais , por exemplo, l íquidos inf lamáveis , tanques de armazenamento, gases comprimidos e medidas a serem tomadas no caso de vazamento e lançamentos acidentais , b) o tipo e a escala mais prováveis de uma situação de emergência ou acidente, c ) o método mais apropriado para responder a um acidente ou a uma situação de emergência, d) planos de comunicação interna e externa, e) a(s) ação(ões) requerida(s) para minimizar o dano ambiental , f ) ação(ões) de mitigação e resposta(s) a ser(em) tomada(s) em diferentes tipos de acidente ou situação de emergência, g) a necessidade de processos para avaliação pós-acidente para estabelecer e implementar ações corretivas e preventivas , h) teste periódico do(s) procedimento(s) de resposta a emergências , i ) treinamento do pessoal de resposta a emergências , j ) uma lista de pessoas-chave e de órgãos de atendimento, incluindo detalhes de contato (por exemplo, corpo de bombeiros , serviços de remediação) , k ) rota(s) de evacuação e ponto(s) de encontro, l ) o potencial de situação(ões) de emergência ou acidente(s) em instalações próximas (por exemplo, planta, estrada, l inha férrea) , e m) a possibil idade de assistência mútua entre organizações vizinhas.

Objet ivo As condições de emergência são uma fonte de potenciais impactos ambientais extremos - o fogo e as suas conseqüências , derrames de químicos , inundações. Estes impactos potencia is precisam ser ident i f icados e deve ser p lanejada a forma de l idar com eles , de modo a minimizá- los (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alteração de nome do subitem;

Subst i tu ição do advérbio “onde” para “quando” no que concerne à concret ização dos s imulados (APCER, 2005) .

In terpretação A norma exige que sejam ident i f icados os r iscos e as potencia is s i tuações de emergência associados às at iv idades da organização. Esta ident i f icação deverá ocorrer na fase de levantamento e aval iação de aspectos e impactos ambientais (ver subitem 4 .3 .1) , devendo ser atual izada sempre que ocorrer a introdução de um novo produto, a l terações no processo de fabr ico, etc .

Page 88: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 72 de 84 Em termos gerais , as pr inc ipais s i tuações de emergência previs íveis e suscetíveis de provocar impactos ambientais s igni f icat ivos são os seguintes :

R iscos tecnológicos:

Incêndio;

Explosão;

Derrame de produtos químicos per igosos;

Fuga de gases ou l íquidos per igosos ;

R iscos natura is :

Inundações;

Sismos;

Abatimento de terrenos;

Tempestades;

Ident i f icadas as potencia is causas de ac identes e s i tuações de emergência, a organização deve preparar as respostas a dar para prevenir as causas e as s i tuações de r isco e atuar caso os ac identes e s i tuações de emergência ocorram, minimizando os seus efe i tos no ambiente .

A anál ise anter ior deve conduzir a um(s) p lano(s) de resposta à emergência . Os planos de resposta à emergência devem ser baseados na probabi l idade de ocorrência das fa lhas ou das suas causas , na gravidade dos efe i tos e probabi l idade de detecção das fa lhas , ou das suas causas, antes delas acontecerem, o que está estre i tamente l igado aos meios d isponíveis e sua ef icácia .

Estes planos devem:

Def inir a organização e as responsabi l idades e atr ibuir funções;

Listar o pessoal tre inado;

Def in ir as medidas a tomar em caso de ac idente8 (Exemplos: combate ao fogo, controle de derrames, l impezas) ;

Estabelecer o t ipo de coordenação com serviços internos e externos de segurança;

Def in ir o s istema de registro dos acidentes ;

Estabelecer a real ização de s imulações dos meios de prevenção e de intervenção.

As ações def in idas devem ser proporc ionais aos r iscos e conseqüências dos ac identes e s i tuações de emergência .

Os planos de resposta à emergência devem ser revistos , de acordo com cr i tér ios def in idos pela organização. Esta rev isão deverá ocorrer após qualquer ac idente, s i tuação de emergência , ou qualquer outra a l teração que os possa eventualmente afetar (por exemplo, desenvolvimentos tecnológicos , novas infra-estruturas e instalações, a l terações de layout , novos produtos, etc . ) .

Para a ef icác ia dos planos contr ibui fortemente a formação e tre ino do pessoal envolv ido, que poderá ser assegurada através de exercíc ios de s imulação, executados per iodicamente.

F inalmente, as conseqüências de todas as emergências reais e de todos os testes devem ser rev istas para se ver i f icar se tudo decorreu de acordo com o planejado ou se os planos e procedimentos necess i tam de ser a l terados . Esta s i tuação deve ser registrada, na forma mais bás ica pode ser um registro de não conformidade devido a um pequeno derrame, ou pode ser uma invest igação em grande escala devido a uma fa lha ou a uma grande s i tuação de emergência (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Planos e procedimentos especia is para ac identes e s i tuações potencia is de emergência;

Procedimentos especiais para comunicação e a lerta de s i tuações per igosas ao meio ambiente;

Aval iações e revisões destes procedimentos especia is ; e

Resultados e anál ises cr í t icas de tre inamento e s imulações (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes A norma exige que sejam ident i f icados os r iscos e as potencia is s i tuações de emergência associados às at iv idades da organização. Esta ident i f icação deverá ocorrer na fase de levantamento e aval iação de aspectos e impactos ambientais (ver subitem 4 .3 .1) , devendo ser atual izada sempre que ocorrer a introdução de um novo produto, a l terações no processo de fabr ico, etc .

Não conformidades mais f reqüentes Muitas vezes, não existem procedimentos para ident i f icar todas as potencia is s i tuações de

emergência . As empresas têm tendência a base ar este seu planejamento em procedimentos de saúde e segurança já ex istentes como, por exemplo, os ut i l i zados em caso de incêndio ou em caso de derrames. Esta s i tuação pode ser incompleta, pois pode levar a uma fa lha na

Page 89: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 73 de 84

ident i f icação de todas a potencia is emergências , como por exemplo, se determinado equipamento de controle de poluição fa lhar em caso de corte de energia . I sto também pode s ignif icar que as conseqüências ambientais não estão previstas e , portanto, não existe nenhum plano para ger i - las ou minimizar .

O potencial derrame de produtos químicos é normalmente um assunto na maior ia dos SGA, contudo, muitas empresas não ident i f icam o local mais pass íve l de ocorrerem derramamentos, nem equipam ou tre inam apropr iadamente o seu pessoal . Em três empresas , ver i f icou-se que os "k its" de mater ia l para conter os derrames estavam fechados à chave! Frequentemente, os "k i ts" não estão local izados em pontos estratégicos e onde possam ser mais necessár ios , por exemplo, movimentação dos armazéns, áreas de decantação ou áreas de recepção. Muitas vezes, as F ichas de Dados de Segurança dos Produtos não estão faci lmente disponíveis para fornecer informações acerca do modo forma como se deve proceder no caso de um determinado derrame. Por vezes os "ki ts" estão no local , mas não foram novamente completados após a ú l t ima ut i l ização.

Se os "ki ts" estão no seu lugar e operac ionais , o problema potencia l em seguida, serão a competência e a conf iança do pessoal na sua ut i l ização. É muito comum ver i f icar que o pessoal desconhece o conteúdo dum "k it " ou a forma de ut i l izá- lo . A formação e o tre ino são essenciais nesta s i tuação, inc luindo a forma de e l iminar os res íduos , após a l impeza da área de derramamento.

A Norma exige que os planos de emergência sejam testados per iodicamente (quando prat icável ) . I s to impl ica que deve haver uma f reqüência de teste planeada, e que, sempre que poss ível , os p lanos devem ser testados. Nem sempre existe um plano que indique datas dos testes futuros e , por vezes, os procedimentos nunca foram testados , mesmo quando essa ação é obviamente prat icável (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Page 90: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 74 de 84

4.5 Verif icação e ação corretiva Neste i tem, as empresas são levadas a : ut i l izar métodos prec isos de medição para assegurar que estão no rumo certo em direção aos objet ivos e metas ; garanti r o comprimento contínuo da legis lação; tomar as ações correspondentes ao problema, ident i f icar o local da não conformidade; registrar a operação de seu s istem a de gestão ambiental e conduzir auditor ias para comprovar que estão em conformidade com seus propósitos (ORTIZ; P IRERI , 2002) .

4.5.1 Monitoramento e medição Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para monitorar e medir regularmente as características principais de suas operações possam ter um impacto ambiental significativo. O(s) procedimento(s) deve(m) incluir a documentação de informações para monitorar o desempenho, os controles operacionais pertinentes e as conformidades com os objetivos e metas ambientais da organização. A organização deve assegurar que equipamentos de monitoramento e medição calibrados ou verificados sejam uti l izados e mantidos , devendo-se reter os registros associados.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.5 Ver i f icação A.5.1 Monitoramento e medição As operações de uma organização podem ter uma variedade de características . Por exemplo, as características relativas ao monitoramento e medição de descarga de esgoto podem incluir demanda biológica e química por oxigênio, temperatura e acidez. Os dados coletados a partir do monitoramento e medição podem ser analisados para identificar padrões e obter informações. O conhecimento adquir ido com essas informações pode ser uti l izado para implementar ações corretivas e preventivas. As características principais são aquelas que a organização necessita considerar para determinar como ela está gerenciando seus aspectos ambientais significativos , atingindo seus objetivos e metas e aprimorando seu desempenho ambiental . Quando for necessário assegurar resultados vál idos , recomenda-se que os equipamentos de medição sejam calibrados ou verificados a intervalos especificados ou antes do uso , contra padrões de medição rastreáveis , a padrões de medição internacionais ou nacionais . Se não existirem tais padrões , recomenda-se que a base uti l izada para cal ibração seja registrada.

Objet ivo Este requis i to da norma leva a organização a real izar o monitoramento dos impactos s ignif icat ivos, permit indo s imultaneamente a ver i f icação da conformidade com os objet ivos e metas estabelec idos e com a regulamentação legal apl icável (APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 O Subitem não requer um procedimento para informação documentada más requer para

desempenho do monitoramento, apl icação dos controles operac ionais , e conformidade com os objet ivos e metas;

Deixou de ser um procedimento documentado obr igatór io . Para a lém do requis i to de ca l ibração dos equipamentos de monitoramento e medição, fo i acrescentada a ver i f icação; e

Foi ret i rado o parágrafo da aval iação per iódica da conformidade com as d isposições legais que deu lugar ao subitem 4.5 .2 (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Apesar de não ser mais obr igatór io , é recomendável que a organização estabeleça um procedimento para o monitoramento e medição das pr incipais caracter íst icas das d i ferentes operações e at iv idades que poderão ter impacto s ignif icat ivo sobre o ambiente.

As caracter íst icas a monitorar e a medir podem ser d ist inguidas em:

Caracter íst icas de natureza regulamentar/ legal ;

Caracter íst icas de natureza voluntár ia , resultantes da pol í t ica, objet ivos e metas ambientais da organização.

As at iv idades de monitoramento e medição (equivalentes às de inspeção e ensaio previstas no s istema da qual idade) e os respectivos registros podem ser discr iminados num plano de monitoramento ambiental ou introduzidos em procedimentos documentados.

Nos procedimentos ou no plano de monitoramento ambiental devem ser ident i f icados , pelo menos, os parâmetros a medir , os métodos a usar , a per iodic idade das medições, as responsabi l idades e o s istema de registro .

Page 91: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 75 de 84 Para a identi f icação dos parâmetros a medir há que atender :

Aos requis i tos legais de monitoramento e medição apl icáveis (por exemplo, se a organização tem processos de combustão há que identi f icar os parâmetros para caracter izar as emissões gasosas – ex . part ículas , CO, CO2, NOx, SO2, metais pesados) ;

Às ações de controle operac ional (ver 4 .4 .6) e aos objet ivos e metas (ver 4 .2 .3) que foram def in idos pela organização (por exemplo, se a empresa def in iu um procedimento de controle operac ional para minimização de ru ído através de manutenção predit iva há que identi f icar o parâmetro a monitorar para ver i f icar o seu cumprimento – ex. v ibração; se a organização def in iu objet ivos de redução de consumos de água há que ident i f icar o parâmetro a monitorar – ex. m3 de água consumida por unidade de produto) .

Os registros gerados devem evidenciar que as medições ou monitoramento previstos foram efetuados . Estes resultados podem estar re lac ionados com l imites legais e regulamentares , l imites de controle internos e objet ivos e metas ambientais estabelec idos .

A norma exige que o equipamento de monitoramento e medição seja sujei to à manutenção e esteja ca l ibrado.

Devem ser ident i f icados quais os equipamentos que servem para medir caracter íst icas e parâmetros essencia is para a adequada condução e controle dos processos com aspectos ambientais s ignif icat ivos.

Para os equipamentos selec ion ados é necessár io estabelecer procedimentos que identi f iquem onde e por quem serão cal ibrados, qual o intervalo entre cal ibrações e a inda a forma de gestão dos intervalos de cal ibração que depende de fatores diversos .

Convém sal ientar que as organizações recorrem muitas vezes a serv iços externos para a medição de parâmetros de monitoramento (por exemplo, emissão de poluentes atmosfér icos , anál ises químicas de ef luentes l íquidos , aval iações acúst icas , anál ises de per igosidade de res íduos, etc . ) . E , neste caso, devem estabelecer procedimentos que garantam que os fornecedores deste t ipo de serviço evidenciam o cumprimento deste requis i to , quanto ao estado de manutenção e ca l ibração dos equipamentos usados, à adequabi l idade dos métodos e à competência dos executantes (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimentos de monitoração dos indicadores do desempenho ambiental ; resultados de

testes e medições , gráf icos e re latór ios de anál ises cr í t icas etc . ;

Procedimentos de medição de grandezas relacionadas aos indicadores ambientais ;

Planos e procedimentos de ident i f icação e controle dos instrumentos de medição;

Planos e procedimentos de cal ibração dos instrumentos de medição; e

Anál ise das incertezas dos instrumentos e dos processos de medição (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Caracter íst icas Chave - estas inc luem muitas vezes valores l imite permit idos ou autor izados .

São ver i f icadas cuidadosamente na auditor ia e conclui -se f requentemente que as medições não foram efetuadas com a f reqüência requer ida, no local requer ido, na data requer ida, ou não foram mesmo efetuadas !

Acompanhamento de Objet ivos e Metas - é necessár io recolher dados suf ic ientes para provar e acompanhar os progressos. Esta é a chave para at ingir os Objet ivos e executar os programas de gestão. Com freqüência, os dados não são recolhidos, ou não são recolhidos e rev istos o suf ic iente para garantir que o objet ivo está acompanhado e , se necessár io , a l terar a meta para a tornar mais real ista ; e

Cal ibração - a norma é suave nas palavras que descrevem este requis ito , mas os requis i tos da ISO 9001 são um conjunto de cr i tér ios efet ivos e de senso-comum re lat ivos à gestão da ca l ibração. Não existe sempre a necess idade de uma cal ibração no SGA, mas, onde existem valores l imite permit idos ou autor izados, há normalmente a necess idade de medir e de fazê-lo com instrumentos que tenham um estado de ca l ibração adequado e conhecido. Os problemas encontrados têm s ido: contadores de água na extração não cal ibrados , medidores de pH pouco c laros , laboratór ios de testes ut i l i zados para ver i f icar n íveis de emissão e nenhum conhecimento das suas capacidades de medição (ao nível de a lcance e de incertezas) , l igações-terra não testadas (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros Texto da Norma Iso 14001:2004

4.5 .2.1 De maneira coerente com o seu comprometimento a requisitos , a organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos legais apl icáveis . A organização deve manter registros dos resultados das aval iações periódicas .

Page 92: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 76 de 84

4.5 .2.2 A organização deve avaliar o atendimento a outros requisitos por ela subscritos . A organização pode combinar esta aval iação com a avaliação referida em 4.5.2 .1 ou estabelecer um procedimento em separado. A organização deve manter registros dos resultados das aval iações periódicas

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.5.2 aval iação do atendimento a requis i tos legais e outros Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendimento aos requisitos legais identificados , incluindo autorizações ou l icenças aplicáveis . Recomenda-se que a organização seja capaz de demonstrar que ela tenha avaliado o atendimento a outros requisitos subscritos identificados.

Objet ivo Este requis i to da norma juntamente com o requis i to anter ior , leva a organização a real izar o monitoramento e a ver i f icação da conformidade com a regulamentação legal apl icável (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Ao últ imo parágrafo do subitem 4.5 .1 de 1996, re lat ivo à aval iação de conformidade, fo i dado, na versão 2004, o destaque de um subitem especí f ico. Part indo do pressuposto que a melhor ia do desempenho ambiental resulta em grande medida do bom cumprimento do acervo legal , a ex istência de um subitem especí f ico subordinada à aval iação da conformidade legal conf irma isso mesmo. Esta aval iação não se resume, contudo, à ver i f icação do cumprimento do acervo legal apl icável , inc lu indo também todos os outros requis i tos que a organização subscreva. A aval iação de conformidade deve ser registrada.

NOTA: A aval iação de conformidade não é o mesmo que uma auditor ia a inda que uma auditor ia/diagnóstico de conformidade legal cumpra com o est ipulado neste requis i to (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação A máxima "Não consegue ger ir o que não consegue medir" , apl ica-se tanto ao SGA como a qualquer outro s istema de gestão. Assim, existem algumas especif icações sobre o que deve ser medido, para garant ir uma atuação e melhor ias adequadas (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimentos de monitoração dos indicadores do desempenho ambiental ; resultados de

testes e medições , gráf icos e re latór ios de anál ises cr í t icas etc . ;

Procedimentos de medição de grandezas re lac ionadas aos indicadores ambientais (SEBRAE, 2004) .

Não conformidades mais f reqüentes Aval iação per iódica do cumprimento da legis lação relevante - Infe l izmente, é muito comum ver este requis ito fa lhar . A intenção é que, uma vez ident i f icadas à legis lação e a regulamentação re levante para o negócio, com uma freqüência determinada deve ser ver i f icado se e las estão a ser cumpridas . I s to pode ser fe i to através duma auditor ia , através da ver i f icação dos registros de monitoramento e medição, rev isão dos registros monitorados , por uma auditor ia de conformidade ou, através duma mistura destes mecanismos. O ideal é que cada requis i to legal ident i f icado possua o t ipo de uma "declaração de cumprimento" apoiada por registros efet ivos (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.5.3 Não conformidade, ações corretiva e preventiva Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para tratar a(s) não-conformidade(s) real( is ) e potencial (is ) , e para executar ações corretivas e preventivas. O(s ) procedimento(s) deve(m) definir requisitos para: a) Identificação e corr igir não conformidades e executar ações para mitigar seus impactos

ambientais ; b) Investigar não conformidades, determinando suas causas e executar ações para evitar a sua

repetição; c) Avaliar a necessidade de ações para prevenir não-conformidades e implementar ações

apropriadas para evitar a sua ocorrência; d) Registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas , e e) Analisar a eficácia das ações corretivas e preventivas executadas . As ações executadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e aos impactos ambientais encontrados.

Page 93: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 77 de 84

A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças necessárias na documentação do sistema de gestão ambiental .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.5.3 Não conformidade, ação corret iva e ação prevent iva Dependendo da natureza da não-conformidade, ao se estabelecerem procedimentos para l idar com esses requisitos , as organizações podem elaborá-los com um mínimo de planejamento formal ou por meio de uma atividade mais complexa e de longo prazo. É recomendado que a documentação associada seja apropriada ao nível da ação.

Objet ivo Quando as coisas vão mal , antes de qualquer co isa , prec isa-se reconhecer esse fato , descobrir porque é que correu mal e , depois , identi f icar a causa do problema e os seus efeitos . Este processo de aprendizagem a part i r dos erros cometidos é um verdadeiro benef íc io para qualquer s istema de gestão (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Invest igação e determinação das causas das atuais não-conformidades para evitar seus

recursos;

Procedimento para l idar com potencia is de não conformidades e aval iação das necess idades para implementação de ações preventivas .

Revisão das efet iv idades das ações tomadas;

Conceito de “potencia l ” de não-conformidade esc larec ido, isto é , “prevenção de não conformidade” e “evitar ocorrência” ; e

Alinhamento com a ISO 9001:2000. Def in ição de um conjunto de requis i tos que o procedimento deve conter s imi lar ao exigido com a ISO 9001:2000 inc luindo a ver i f icação da ef icácia das ações corret ivas e preventivas (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Este requis ito da norma exige a ident i f icação das não- conformidades , a sua e l iminação através da def inição de ações corretiv as e o estabelec imento de ações preventivas para que não haja repercussão em outros n íveis .

Uma n ã o- con fo rm id ad e pode ser :

Um valor de emissão super ior ao l imite legal ;

A não ret i rada de res íduos;

Não conformidade detectada pe los auditores quando de uma auditor ia no s istema de gestão ambiental ; etc .

Consideram-se como ações corretivas às tomadas para e l iminar as causas de n ã o conform idades , ev i tando que estas não voltem a ocorrer .

Em essência são ações t ipicamente reat ivas .

Ass im, em caso de não-conformidade é necessár io :

Agir sobre os efe i tos produzidos;

Anal isar as causas e estabelecer ações corret ivas para evi tar o ressurgimento;

Def in ir ações preventivas para evitar o seu aparecimento a outros níveis .

As ações corretiv as não podem ser confundidas com a s imples correção de uma não conformidade especí f ica .

Consideram-se como ações prevent ivas , as tomadas para e l iminar causas potencia is evi tando a ocorrência de potencia is não conformidades, ou seja , apl icadas a causas que nunca tenham gerado não conformidades ou causas de não conformidades potencia is que possam previs ivelmente v ir a acontecer . Em essência são ações t ip icamente pró-at ivas .

Para a determinação das ações corret ivas e prevent ivas devem ser tomadas em consideração as conseqüências da ocorrência das não conformidades. O t ipo e profundidade das ações tomadas devem el iminar ou reduzir o r i sco a va lores aceitáveis .

Ações corretivas

A tomada de ações corret ivas ef icazes pressupõe uma adequada invest igação e ident i f icação das causas ra iz dos problemas. Esta é uma at iv idade determinante na ef icácia de todo o processo.

Uma vez ident i f icada a causa da não conformidade, devem ser determinadas quais as ações a desencadear bem como responsabi l idades , meios e prazos associados.

A autor idade pela aprovação da ação corret iva deve estar c laramente def in ida . A responsabi l idade pela coordenação das ações corret ivas deve estar def in ida a n íveis adequados, inc lu indo o controle do seu estado (em anál ise , em implementação, atrasado, fechada) e que foram real izadas de acordo com os c ircuitos previstos nos procedimentos. Este controle deve

Page 94: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 78 de 84 contemplar , não apenas a implementação, mas também os métodos para aval iar se as mesmas foram, ou não, e f icazes.

Os di ferentes passos de uma ação corret iva devem ser registrados . Estes registros devem permit i r evidenciar o estado em que se encontra cada ação corret iva.

A anál ise das ações corret ivas , pr inc ipalmente a sua ef icácia , deve ser levada à Direção para efe i tos de revisão do s istema de gestão ambiental (ver subitem 4.6) .

A ções preventiv as

A organização deve estabelecer uma metodologia que permita ident i f icar as causas potencia is de não conformidades.

As ações preventivas devem ser tomadas , tendo em conta as previs íveis conseqüências potencia is das não conformidades, com part icular atenção para as questões re lac ionadas com o cumprimento da legis lação.

Deve estar def in ida a responsabi l idade pela coordenação a n íveis adequados, inc luindo o controle do seu estado, a responsabi l idade pelo desenvolvimento e implementação e aval iação de cada ação, inc luindo os c ircuitos def inidos e a autor idade para a sua aprovação.

Os di ferentes passos de uma ação prevent iva devem ser registrados . Estes registros devem permit i r evidenciar o estado em que se encontra cada ação prevent iva .

A anál ise das ações prevent ivas , pr incipalmente a sua ef icácia , deve ser levada à Direção para efe i tos de revisão do s istema de gestão ambiental ( i tem 4 .6) .

Resumindo, a organização deve e laborar procedimentos onde se def inam responsabi l idades por :

Ident i f icar não conformidades ou potenciais não conformidades ;

Tratar as não-conformidades e os seus efei tos sobre o ambiente ;

Invest igar as causas das não-conformidades ou potencia is não conformidades;

Estabelecer e implementar as ações corret ivas ou prevent ivas ;

Estabelecer um s istema de registro das a l terações aos procedimentos que advêm da implementação das ações corret ivas e preventivas (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Existência de procedimento documentado que inc lua a metodologia para ident i f icação,

implementação, controle e rev isão de não conformidades, ações corret ivas e preventivas ;

Prát icas documentadas no re lat ivo ao tratamento da não-conforme;

Registros da natureza das não conformidades e ações tomadas;

Autor izações (aceitação, permissão, derrogação) ;

Registro de resultados de rever i f icação quando o produto não-conforme for corr igido, reparado ou retocado;

Meios de segregação ou de identi f icação;

Procedimento documentado que inc lua a metodologia para identi f icação, implementação, controle e revisão de ações corret ivas ;

Registros dos resultados das ações corret ivas empreendidas e outros eventualmente re levantes para demonstrar a conformidade da prát ica com os requis i tos normativos;

Registros dos resultados das ações preven tivas empreendidas e outros eventualmente re levantes, para demonstrar a conformidade da prát ica com os requis i tos normativos associados à tomada, real ização, controle e revisão de ações preventivas ;

Evidência de coleta e t ratamento de dados para efe i to de ações preventivas , mesmo que a organização tenha concluído não serem necessár ias ações (SEBRAE, 2004; SGS, 2003; APCER, 2001) .

Não conformidades mais f reqüentes Durante uma auditor ia de cert i f icação, é muito comum ouvir fa lar de derrames de químicos

ou de petróleo, de exceder os l imites de poluição e outras não conformidades do t ipo. Os auditores externos ver i f icam, então, se estes acontecimentos foram registrados e se efetuou a lgum t ipo de ação na tentat iva de que e les não voltassem a acontecer . Infel izmente, nem sempre é o caso;

Não reconhecer um acontecimento como uma 'não conformidade' é um problema comum. Porém, se fo i reconhecido e registrado, pode -se então introduzi- lo no processo que, invest iga a causa, p laneja a solução e cert i f ica-se de que e la esta implementada e é ef icaz , inc lu indo quaisquer medidas preventivas identi f icadas;

As empresas vão demasiadas vezes das causas para as soluções sem fazerem uma invest igação cuidada; isto nã o só é contra os pr incípios da ISO 14001, como também pode levar à repet ição do problema, se a sua verdadeira causa não foi ident i f icada e t ratada;

Page 95: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 79 de 84

É também importante que as ações sejam decididas e implementadas de uma forma apropr iada (dentro do prazo) . Numa ocasião, foram detectados grandes problemas na auditor ia interna em uma empresa e foi dado um per íodo de 6 meses para a correção dos problemas, quando o mais apropriado ter iam s ido 2 semanas ;

Por vezes as empresas reagem às s i tuações de não conformidade através da ação imediata de mit igação ou correção (o que, como pr imeiro passo, não é inadequado) , sem considerarem as ações de fundo necessár ias para e l iminar as causas que or iginaram aquele problema - as verdadeiras ações corret ivas ; e

Outras vezes as empresas def inem a necess idade de implementar determinadas ações corret ivas ou preventivas (sobre potenciais problemas) , mas depois não ver i f icam se foram de fato implementadas e se foram ef icazes (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.5.4 Controle de registros Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve estabelecer e manter registros , conforme necessário , para demonstrar conformidade com os requisitos de seu sistema de gestão ambiental e desta Norma, bem como os resultados obtidos. A organização deve estabelecer , implementar e manter procedimento(s) para identificação, armazenagem, proteção, recuperação, retenção e descarte de registros. Os registros devem permanecer legíveis , identificáveis e rastreáveis .

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.5.4 Controle de regist ros

Os registros ambientais podem incluir , entre outros a) registros de reclamações , b) registros de treinamento, c) registros de monitoramento de processo, d) registros de inspeção, manutenção e cal ibração, e) registros pertinentes de prestadores de serviço e de fornecedores , f ) relatórios de incidentes , g) registros de testes de preparo a emergências , h) resultados de auditoria , i ) resultados de análise pela A lta Administração, j ) decisão sobre comunicação externa, k ) registros de requisitos legais ambientais aplicáveis , l ) registros de aspectos ambientais s ignificativos , m) registros de reuniões ambientais , n) informações sobre desempenho ambiental , o) registros de conformidade legal , p) comunicação com partes interessadas. Recomenda-se que tratamento adequado seja dado a informações confidenciais . NOTA Registros não são a única fonte de evidência para demonstrar conformidade com esta Norma.

In terpretação Os registros são a prova de que o que foi planejado aconteceu efet ivamente . São a base das auditor ias e , em alguns casos, podem ser exigidos por le i (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alteração de nome do subitem.

O conteúdo deste subitem não sofreu al terações s ignif icat ivas . No entanto e apesar de nesta versão só exist i r um procedimento documentad o obrigatór io (4 .4 .6 – Controle Operac ional ) ex istem um conjunto de requis i tos que agora são sol ic i tados e dos quais se destacam:

− Registro da aval iação da conformidade;

− Revisão pela gestão (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Do s istema de gestão ambiental faz parte um conjunto de registros que permitem controlar a ef ic iência do s istema ( registros de formação, de revisão do s istema, das auditor ias , etc . ) e

Page 96: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 80 de 84 ver i f icar o cumprimento dos objet ivos e metas ambientais e da legis lação apl icável ( registros de monitoramento, do controle operacional , das s i tuações de emergência , etc . ) .

Entende-se por “registro” toda a evidência , em qualquer suporte (papel ou informát ico) , das at iv idades previstas no s istema de gestão ambiental , inc luindo os de or igem externa ( re latór ios de caracter ização de emissões gasosas , bolet ins de anál ises de ef luentes l íquidos, etc . ) .

A organização tem de identi f icar indiv idualmente todos os registros , de forma a permit i r o seu controle .

Deve ser estabelec ido um procedimento para controlar os registros , onde sejam def inidos cr i tér ios e responsabi l idades para:

Compilação - recolh imento e agregação dos registros ;

Ind ex ação - referência cruzada de cada registro ;

A cesso - consulta e ut i l ização por cada registro ou t ipo em função da conf idencia l idade e/ou acordado contratualmente;

A rq uiv o - forma de procura;

A rm az en am en t o - local suporte e condições de armazenamento;

Manutenção - cu idados a ter para garant ir a integr idade;

I n u ti l i z ação - forma de e l iminação em função do grau de conf idencia l idade associado a cada registro, da organização ou dos c l ientes ;

Retençã o - tempos de retenção por cada registro ou t ipo em função da legis lação apl icável , condições contratuais .

Os tempos de retenção devem ser estabelecidos tendo em conta a legis lação ou regulamentação apl icável e , adic ionalmente, os per íodos de tempo eventualmente necessár ios para que os efeitos ambientais se venham a manifestar (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimento de controle dos registros da organização;

Registros val idados (em uso) , com as devidas evidências de emissão, aprovação e implementação (SEBRAE, 2004; SGS, 2003; APCER, 2001) .

Não conformidades mais f reqüentes Num determinado local , o c l iente mandou fazer uma ' l impeza ' aos registros ant igos antes da

auditor ia . Infel izmente, os registros estavam num rec ipiente fora do arquivo para serem levados para um aterro . Esses registros eram altamente conf idencia is e dever iam ter s ido suje i tos a uma el iminação segura;

Os dados informat izados são muitas vezes os registros re levantes para o SGA. Por vezes, os s is temas informat izados não têm cópias de segurança ou estas se encontram ao lado do computador . Não se pode considerar que estejam totalmente 'protegidas ' ;

Os auditores pedem muitas vezes para ver cópias das F ichas de Dados de Segurança de Produtos (ser iam extremamente necessár ias em caso de um derrame). Geralmente não estão disponíveis , mas, de vez em quando, levam tanto tempo a aparecer que qualquer derrame se tornar ia num incidente muito sér io enquanto se aguardam os dados para escolher o método mais apropr iado para se l idar com o problema; e

Os registros são necessár ios para provar o cumprimento dos valores l imites permit idos ou autor izados. Ocasionalmente, os auditores descobrem que, apesar de haver l imites especi f icados nos documentos , não ex iste nenhum registro que prove que e les são cumpridos - i s to está re lac ionado com a monitoração e medição (SGS, 2003; APCER, 2001) .

4.5.5 Auditoria interna Texto da Norma ISO 14001:2004

A organização deve assegurar que as auditorias internas do s istema de gestão ambiental sejam conduzidas em intervalos planejados para: a) Determinar se o sistema de gestão ambiental :

1 ) está em conformidade com os arranjos planejados para a gestão ambiental , inclusive os requisitos desta Norma, e

2) foi adequadamente implementado e é mantido , e b) Fornecer informações à administração sobre os resultados das auditorias . Programa(s) de auditoria deve(m) ser planejado(s) , estabelecido(s) , implementado(s) e mantido(s) pela organização levando-se em consideração a importância ambiental das operações pertinentes e os resultados de auditorias anteriores. Procedimento(s) de auditoria deve(m) ser estabelecido(s) , implementado(s) devem ser mantido(s) para tratar :

Page 97: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 81 de 84

− Das responsabi l idades e requisitos para se planejar e conduzir as auditorias , para relatar os resultados e manter os registros associados;

− Da determinação dos cr itérios de auditoria , escopo freqüência e métodos. A seleção de auditores e a real ização de auditorias devem assegurar a objetividade e imparcialidade do processo de auditoria.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.5.5 Auditor ia interna As auditorias internas do sistema da gestão ambiental podem ser real izadas por pessoas que trabalhem para a própria organização ou por pessoas externas selecionadas pela organização que trabalhem em seu nome. Em ambos os casos , recomenda-se que as pessoas que real izam a auditoria sejam competentes e em condições de atuarem de forma imparcial e objetiva. Em organizações menores , a independência dos auditores pode ser demonstrada por auditores que sejam isentos de responsabil idade pela atividade sendo auditada. N O TA 1 S e u ma o r g an i z a ç ã o d e s e ja r c o mbi n a r a s a ud i t o r i a s d e s i s t em a d a g e s tã o a m b i e n ta l c om a u d i t or i a s d e c o n f o r m i d ad e a m b i e n t a l , é r e c o m e n d a d o q u e a i n t e n ç ã o e o e s c o p o d e c a d a u m a d e l a s s e j a m c l a r am e n t e d e f i n i d o s . A u d i t o r i a s a mb i e n t a i s nã o sã o c o b e rt a s po r e s t a N o r m a .

N O T A 2 D i r e t r i z e s d e a u d i t or i a s d e s i s t e m a s d a g e s t ã o a m b ie n t a l s ã o f o r n e c i d a s na A B N T N B R I S O 19 0 1 1 .

Objet ivo O objet ivo é assegurar que o SGA implementado está de acordo com as suas intenções ambientais e com os requis i tos da ISO 14001.

É a ferramenta chave para garanti r que o s istema da sua empresa está a funcionar de acordo com o planeado e que contr ibui de fato para a melhor ia do desempenho ambiental , é a auditor ia interna.

Quando abordado como mecanismo de melhor ia em vez de "caça às bruxas" , será o processo de manutenção do SGA (SGS, 2003) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alteração de nome do subitem;

Alinhamento com a ISO 9001:2000;

Reforço da importância da se leção dos auditores pr incipalmente através da objet iv idade e imparc ia l idade do processo de auditor ia que deverá ser assegurado (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Este requis i to da norma permite ver i f icar se o s istema implementado é o adequado à organização e se estão a ser cumpridos:

Os requis i tos da norma ISO 14001:2004;

As exigências legais ;

Os compromissos assumidos;

Os procedimentos estabelecidos.

Sal iente-se que se trata de ve r i f icar at iv idades e procedimentos associados , inc lu indo a respect iva ef icácia de cada uma e do seu conjunto, compreendendo pelo menos os seguintes aspectos :

Se as at iv idades estão adequadamente documentadas ;

Se as instruções transmit idas pela documentação estão a ser entendidas e postas em prát ica ;

Se forem ef icazes e promovem, de forma s istemát ica , o cumprimento da pol í t ica , objet ivos e metas e o desempenho ambiental da organização (de acordo com os procedimentos estabelec idos) .

Deve ser e laborado um procedimento onde é descr ito o método a usar nas auditor ias , a qual i f icação que os auditores devem ter e como é estabelec ido o plano de auditor ias .

As auditor ias podem abranger a total idade do s istema de gestão ambiental ou partes deste. No caso da organização apenas prever auditor ias parcia is , o seu conjunto tem de permit i r , num per íodo de tempo adequado, aval iar a total idade do s istema.

O planejamento das auditor ias deve ident i f icar os recursos a ut i l izar (por exemplo, nomeação de equipas auditoras) , as at iv idades a auditar e os per íodos de tempo em que está prevista a real ização das auditor ias .

As equipes auditoras podem ut i l izar l is tas de ver i f icação/comprovação que permitam a s istematização e uni formização da abrangência e dos cr i tér ios . Estas devem ser e laboradas tendo por base a documentação apl icável (por exemplo, manual de gestão ambiental ,

Page 98: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 82 de 84 procedimentos, requis itos legais , etc . ) , i s to é , devem ser compatíveis com o s istema de gestão ambiental implementado e com os seus requis i tos .

A organização deve const i tuir uma bolsa de auditores , fornecendo-lhes a formação necessár ia . Caso as auditor ias se jam subcontratadas, a organização deve desenvolver um processo de aval iação prévia da qual i f icação dos auditores , devendo ser garantido que estes cumprem os procedimentos da organização e/ou outros documentos contratuais .

A formação dos auditores deve estar def in ida e documentada (ver subitem 4.4 .2) . Atendendo à natureza e especif ic idade desta função, é re levante que a formação compreenda uma parte teór ica e uma prát ica:

A componente teór ica deve garant ir conhecimentos da norma de referência, das técnicas especí f icas de auditor ia e das tecnologias e legis lação ambiental apl icáveis ;

A componente prát ica deve inc lu ir a real ização de auditor ias (preparação, real ização e re latór io) como auditor efet ivo.

Se bem que não esteja expl íc i to neste requis i to da norma, os auditores devem ser independentes das áreas/at iv idades a auditar .

Qualquer auditor ia real izada deve dar or igem a um relatór io que indique no mínimo: âmbito ou abrangência da auditor ia data de real ização, const i tu ição da equipa auditora, o que fo i efet ivamente ver i f icado e as constatações observadas . O re latór io pode conter também recomendações ou apontar áreas de melhor ia .

A ident i f icação de causas , proposta , aprovação, seguimento, fechamento e aval iação da ef icácia das ações corret ivas decorrentes das auditor ias devem ser efetuadas de acordo com os procedimentos estabelec idos para as ações corret ivas previstos no subitem 4.5 .2 .

Os resultados das auditor ias devem ser levados ao conhecimento das áreas auditadas e da Direção, const i tuindo uma informação importante para efe i tos da revisão do s istema de gestão ambiental (ver i tem 4.6) (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência Procedimento documentado para descrever as responsabi l idades e metodologias para

real izar auditor ias internas ;

Uma boa medida de que o programa de auditor ia interna está ou não tendo sucesso, pode ser obtida pela comparação dos resultados obt idos em auditor ias internas recentes com as observações da auditor ia de segunda ou terceira parte ;

É essencia l que os processos/áreas com um histór ico de problemas em auditor ias internas , estejam suje i tos a uma maior f reqüência de auditor ias internas , do que aqueles com um bom desempenho;

Em algumas s i tuações, pode ser necessár io subcontratar todo ou parte do processo de auditor ia interna se , por exemplo, não exist i rem recursos apropr iados na organização. Este fato pode, a inda, ser especia lmente út i l , por exemplo, na auditor ia à Al ta Direção ou à própr ia função de gestão da qual idade;

Plano de auditor ia abrangendo todo o escopo;

Relatór ios de auditor ia ; e

Relatór ios de acompanhamento das não conf ormidades encontradas (SEBRAE, 2004; SGS, 2003; APCER, 2001) .

Não conformidades mais f reqüentes A freqüência ou per iodic idade das auditor ias deve estar baseada na s igni f icância ambiental .

Por outro lado é também importante que todos os requis i tos do SGA sejam auditados regularmente, como por exemplo, a identi f icação dos aspectos e a aval iação da sua s ignif icância ;

É muito comum encontrar um plano de auditor ias que omite os procedimentos do 's istema' e ass im, executa um conjunto de 'auditor ias ambientais ' , em vez de auditar o S istema de Gestão Ambiental e os seus controles sobre as questões ambientais . Por vezes encontra-se previsto auditar " tudo" uma vez por ano; o que muito di f ic i lmente pode ser re lac ionado com a s ignif icância ambiental das at iv idades (é improvável que tudo tenha a mesma importância em termos ambientais ) ;

Se o plano global das auditor ias é ut i l izado como uma ferramenta de planejamento at ivo, também deve ser sujeito a controle de documentação e aprovação. (Se for usado como tal , será o pr imeiro ponto de referência para o estado de execução das auditor ias e , ass im, necess i ta de ser atual izado) ;

Um problema muitas vezes encontrado é que as auditor ias internas da empresa não testaram todos os procedimentos antes de pedirem uma auditor ia externa - i s to s ignif ica que o pr imeiro teste real é a auditor ia de cert i f icação; e

Outro problema comum são as auditor ias que foram planejadas , mas que nunca foram executadas, o que é muitas vezes s intoma da fal ta de recursos (S GS, 2003; APCER, 2001) .

Page 99: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 83 de 84

4.6 Análise crít ica pela administração Texto da Norma ISO 14001:2004

A alta administração deve analisar o sistema de gestão ambiental , em intervalos planejados para assegurar sua contínua pertinência e eficácia. Anál ises devem incluir a avaliação de oportunidades de melhoria e a necessidade de alterações no sistema de gestão ambiental , inclusive da pol ítica ambiental e dos objetivos e metas ambientais . Os registros das análises pela administração devem ser mantidos. As entradas para análise cr ítica pela administração devem incluir : a) Resultados de auditorias internas e das aval iações do atendimento aos requisitos legais e

outros subscritos pela organização; b) Comunicação(ões) proveniente(s) de partes interessadas externas, incluindo reclamações; c) O desempenho ambiental da organização; d) Extensão na qual foram atendidos os objetivos e metas; e) Situação das ações corretivas e preventivas; f ) Ações de acompanhamento das análises anteriores ; g) Mudança de circunstâncias , incluindo desenvolvimentos em requisitos legais e outros

requisitos relacionados aos aspectos ambientais , e h) Recomendações para melhoria. As saídas das revisões pela administração devem incluir quaisquer decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças na pol ítica ambiental , nos objetivos , metas e em outros elementos do sistema de gestão ambiental , consistentes com o comprometimento de melhoria contínua.

Texto do Anexo A da Norma ISO 14001:2004

A.6 Anál ise pela adminis t ração É recomendado que a análise pela administração cubra o escopo do sistema da gestão ambiental , embora nem todos os elementos do sistema da gestão ambiental necessitem ser analisados de uma só vez , podendo o processo de análise se estender por um período de tempo.

Objet ivo É o momento em que os e lementos da Administração de Topo da empresa anal isam e ref letem sobre o SGA, ver i f icando as suas or ientações, o seu desempenho, os seus resultados e ponderam se o s istema ainda ref lete na total idade a forma como a empresa pretende endereçar as suas questões ambientais (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Pr incipais mudanças na versão 2004 Alteração de nome do subitem;

Deverá ser providenciado uma l i s ta de ver i f icação para i tens de entrada e sa ída do SGA;

Anál ise pela administração deverá inc lu ir :

a . Decisões e ações re lat ivas as poss ibi l idades de mudanças;

b . Pol í t ica do SGA;

c . Objet ivos ;

d . Metas;

e . Outros e lementos do SGA.

Deverá estar consistente com o comprometimento para melhor ias cont ínuas;

O processo de revisão pela d ireção proposto nesta versão é prat icamente coincidente com o exposto na ISO 9001:2000, pr inc ipalmente no que concerne às entradas do processo (v ide subitem 5.6 .2 da ISO 9001:2000) . Também o conceito de per iodic idade fo i a l terado. O novo texto apresenta esta questão da seguinte forma: “ Intervalos planejados” enquanto que na versão anter ior “com a per iodic idade por s i determinada” (SGS, 2005; APCER, 2005) .

In terpretação Este requis ito visa à def in ição de uma metodologia capaz de suportar uma anál ise cr í t ica do mais a l to níve l , g lobal e integr ada, do desempenho, adequação e ef icác ia do s istema de gestão ambiental .

Esta deve ser e fetuada a intervalos de tempo def inidos e ter um âmbito suf ic ientemente a largado para aval iar :

A adequação de todo o s istema de gestão ambiental ;

O cumprimento da pol í t ica e dos objet ivos ambientais ;

O cumprimento dos requis i tos da norma de referência; e

Page 100: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Interpretação da ISO 14001:2004 Página 84 de 84

A garant ia da melhor ia cont ínua da sat is fação de todos os interesses envolv idos, em especia l da sociedade e do ambiente.

A revisão deve basear-se num conjunto de informação, previamente def in ida.

Exemplos:

Resultados de auditor ias e anál ise de ações corret ivas e preventivas ;

Reclamações;

Indicadores re lat ivos a at iv idades de monitoramento e medição.

A anál ise da informação indicada deverá gerar ações conducentes à melhor ia da adequação e ef ic iência do s istema de gestão ambiental e do desempenho ambiental da organização.

Esta rev isão deve permit i r ver i f icar se a pol í t ica ambiental se mantém adequada, se os objet ivos e metas ambientais foram at ingidos e aval iar o grau de desempenho ambiental . Deve a inda permit i r ver i f icar a necess idade de se estabelecerem novos objet ivos e metas .

No caso de se ver i f icar o não cumprimento dos objet ivos e metas devem ser def in idos novos meios técnicos, humanos e f inanceiros para at ingi - los , o que poderá impl icar a rev isão do programa de gestão ambiental (ver subitem4.3 .4) .

As revisões do s istema de gestão ambiental devem ser evidenciadas através de registros apropr iados , que tornem vis íve is quais as informações anal isadas , quais as conclusões sobre a adequação do s istema de gestão ambiental e , a inda, quais as ações desencadeadas (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Gerando evidência A ISO 14001:2004 não requer que a organização disponha de um procedimento escr i to para as anál ises cr í t icas pela administração, mas a organização deve, através da manutenção dos registros adequados, demonstrar que planejou esta at iv idade em intervalos def in idos, e que estes são suf ic ientes para assegurar o enquadramento, adequação e ef icác ia cont ínuos do SGA. A organização deverá demonstrar evidência das ações ( tanto planejadas , como concluídas) re lac ionadas com a melhor ia contínua da ef icác ia do SGA e seus processos.

A organização deverá evidenciar as ações ( tanto planejadas , como concluídas) re lac ionadas com a melhor ia cont ínua da ef icácia do SGA e seus processos .

De modo a demonstrar a conformidade com a ISO 14001:2004, é interessante que a organização conduza, pelo menos, um c ic lo completo de auditor ias internas e uma revisão pela administração do SGA para contemplar os re quis i tos da ISO 14001:2004 (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Não conformidades mais f reqüentes As ações resultantes da reunião não terem s ido executadas dentro das datas programadas,

por ex. : pode muito bem haver trabalho urgente e importante a ser executado que não vai ser rev isto até à próxima reunião de revisão pela Direção, dentro de 6 ou 12 meses;

Numa determinada ocas ião à revisão fo i fe ita por e-mai l . Pelos resultados, conclui -se ser aceitável , apesar de pouco convencional ;

Algumas vezes as minutas ou as notas t i radas numa reunião não dão uma indicação c lara do que aconteceu; i s to é um problema se o Representante da Direção não apresenta um re latór io por escr i to para discussão; e

As reuniões raramente acontecem na data programada, normalmente porque não há disponibi l idade do pessoal estratégico - poss ivelmente, um indicador de fa l ta de compromisso (SGS, 2003; APCER, 2001) .

Page 101: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos

Page 102: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken
Page 103: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A1 de A14

5 R's - Reduce, Re-use, Recycle, Recover and Residual Management A preservação do meio ambiente é um fator que atra i as atenções no mundo intei ro . Ex iste uma pressão muito forte por Part idos Verdes, Organismos Não Governamentais , Legis lações , normas e regulamentos re lat ivos ao meio ambiente.

O t ratamento correto das questões ambientais é v isto em todo mundo como uma grande vantagem competi t iva, pois gera redução de custos através da minimização da produção e disposição de res íduos. A empresa ambientalmente correta melhora sua imagem no mercado, garante o atendimento às regulamentações cada vez mais r íg idas e não f icam suscet íveis a eventuais processos de Responsabi l idade Civi l .

Em função da demanda mundial por modelos in ternacionalmente reconhecidos para gestão ambiental , em 1992 foi cr iada a norma inglesa BS 7750 que tratava da adoção de um s istema de gestão ambiental . Em setembro de 1996 fo i emit ida pela Internat ional Organizat ion for Standardizat ion a ISO 14001 como norma internacional e em outubro fo i emit ida pela ABNT a tradução da mesma e denominada NBR ISO 14001/96.

A ISO 14001 determina os e lementos para um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ef icaz , apl ica-se a todos os t ipos e tamanhos de organizações. Esta norma permite o estabelecimento de procedimentos de trabalho que visam o a lcance dos objet ivos, metas e da Pol í t ica Ambiental . O grande objet ivo desta norma é conci l iar a "proteção ambiental" com as necess idades sócio -econômicas da população e empresa.

O S istema de Gestão Ambiental deve trabalhar com foco nos impactos ambientais s ignif icat ivos, maximizando seus efei tos benéf icos e minimizando os efei tos adversos.

Dentre os impactos ambientais , o que mais preocupa as organizações e a sociedade é a redução acelerada das fontes de recursos naturais e a d isposição dada aos res íduos gerados na natureza.

As organizações estão sempre à busca de soluções que auxi l iem a economizar os recursos naturais , minimizar a produção de res íduos e no t ratamento dos impactos ambientais resultantes .

A Solução: Ut i l ização do S istema 5 R 's a l inhado ao SGA

Os 5R's são um s istema internacionalmente re conhecido por administrar desperdíc io , também conhecido como 'Hierarquia da Administração do Desperdíc io ' . Dentro desta h ierarquia , a organização deve em pr imeiro lugar procurar a Redução (Reduce) e Reut i l ização (Re-use) dos seus recursos. Caso não consiga reduzir ou re-ut i l izar , então a Recic lagem (Recycle) dos resíduos pode ser um bom meio de diminuir os impactos ambientais . Caso a inda sobrem resíduos , um caminho pode ser a Recuperação (Recover) dos res íduos ou de seu conteúdo energét ico. O úl t imo recurso, caso a inda existam res íduos , ser ia o Gerenciamento de Resíduos (Residual Management) . A f igura a seguir mostra esta h ierarquia.

Reduce (Reduzi r ) Reduzir a quant idade de l ixo é um compromisso importante e permanente. Cada pessoa produz cerca de 180 qui los de l ixo num ano, então é fác i l perceber que diminuir o desperdíc io depende muito da at i tude de cada um de nós. É a melhor opção, porque s ignif ica que haverá menos res íduos a administrar . Caso se ja realmente necessár io adquir i r a lgo, é importante pensar se podemos reduzir a quant idade de res íduos resultantes de sua ut i l ização.

Algumas at i tudes contr ibuem para a redução de res íduos para o meio ambiente , como otimizar a ut i l ização de fo lhas de papel , pesquisar e desenvolver novos produtos e processos fabr is , evoluir o "ecodesign" de produtos, promover a regulagem/manutenção de máquinas e equipamentos, etc .

Re-use (Reut i l i zar ) Depois de reduzir o que nós usamos e conseqüentemente o l ixo , o próximo passo é pensar em reuti l izar mater iais . Trocar , doar à car idade, usar novamente de outra forma são modos efet ivos para reut i l ização de mater iais .

A lgumas at i tudes contr ibuem para a se reut i l izar mater ia is , como encaminhar de volta ao fornecedor , quando possível , bombonas, tonéis , barr is , v idros , entre outros mater ia is reuti l izáveis , reut i l izar papéis de fotocópias como rasc unho, encaminhar cartuchos de impressora e de toners para empresas l icenciadas pelos órgãos ambientais que possam recarregá- los etc .

Recycle (Reciclar) Todo o mater ia l descartado e que se transforma em l ixo nas c idades, em grande parte, dever iam ser ret i rados do l ixo comum para serem recuperados como matér ia-pr ima, podendo ass im ser reuti l izados na fabr icação de um novo produto.

Recic lar é aproveitar o mater ia l de que foi fe i to um objeto, uma embalagem ou qualquer coisa fabr icada e que já tenha s ido usada. Dessa maneira evi ta-se que o mater ial acabe no l ixo.

Implantar ou ut i l izar programas de coleta se let iva de res íduos existente nas c idades é uma ót ima opção, pois pode-se economizar na ut i l ização dos recursos natura is e dar dest ino adequado aos resíduos que levarão muitos anos para serem decompostos pelo solo.

Page 104: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A2 de A14 Os s ímbolos abaixo ident i f icam os mater ia is rec ic láveis mais comuns.

Recover (Recuperar) Esta é a recuperação de mater ia is ou conteúdo de energia de um res íduo. Pode ser recuperada muita energia através dos mater ia is e biomassas res iduais . Energia também pode ser gerada recuperando gás metano de aterros sanitár ios . É poss ível recuperar mater ia is para reut i l ização como óleos lubr i f icantes , so lvente, ác idos, pneus de carros , are ia de molde de fundição, água etc .

Residual Management (Gerenciamento de Resíduos) Esta é a disposição f inal do tratamento de um res íduo, uma vez que o mater ial não pode ser mais usado de qualquer outro modo, devendo ser v isto como últ ima opção de recurso. Faz-se necessár io cr iar ou terceir izar processos de t ratamento que mudam o volume ou caráter do res íduo para minimizar seu impacto no meio ambiente.

A estocagem de mater iais rec ic láveis e res íduos deve seguir r íg idos padrões de segurança e h igiene. Recomenda-se que a área de estocagem seja dist inta do l ixo comum gerado.

São vár ias as formas poss íveis para a c lass i f icação do l ixo: em razão de sua natureza (seco e molhado) , por sua composição química (matér ia orgânica e matér ia inorgânica) etc . A c lass i f icação que adotamos no Bras i l é regulada pela NBR 10004 - Class i f icação de Resíduos Sól idos, que segue o cr i tér io dos r iscos potencia is ao meio ambiente subdivididos em Resíduos Classe I (Per igosos) , Classe I I (Não Inertes) e os de Classe I I I ( Inertes) .

C lebson Lopes de Far ias

c far [email protected]

Engenheiro de Produção Mecânica

Revisão: Engenheiros Fernando Giachini Lopes , A lexandre Lopez Hernandez e Angela Cardoso

Consultor de Empresas da KEYASSOCIADOS

publ icado em: 07/04/03

Page 105: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A3 de A14

O PROBLEMA DO LIXO De uma forma general izada, chamamos de l ixo (ou res íduos sól idos em termos técnicos) o conjunto de mater iais inservíveis or iginados das at iv idades humanas ,

Nos pr imórdios, o l ixo era const itu ído de restos de a l imentos, ossos , c inzas , metais , papeis e outros mater ia is que a natureza podia ass imi lar fac i lmente. O desenvolv imento produziu novos mater ia is , como couro, panos , cerâmica, cujo dest ino f inal , hoje são os aterros nas per i fer ias das c idades.

Com o acelerado crescimento das c idades e da industr ia l ização, o l ixo se tornou um grave problema. Inúmeros produtos químicos entraram nas residências – plást icos, produtos de l impeza e h igiene, e em seguida, mistura de di ferentes mater ia is num mesmo produto, o que acarreta problemas cada vez maiores de dest inação para o l ixo. A complexidade não para por a í . Hoje temos os reje itos nucleares , os agrotóxicos, e já se fa la até do l ixo espacial : os re je i tos das v iagens e pesquisas no espaço.

Cada bras i le iro gera diar iamente em média. de 5OOg a 2kg de l ixo. Nos países industr ia l izados esta quantidade pode ser até quatro vezes super ior .

Parte do l ixo domést ico, const i tu ído de produtos químicos, mater ia is infectados , p i lhas , t intas , inset ic idas , mercúr io , chapas fotográf icas , entre outros é nociva á saúde, requerendo maiores cuidados na sua coleta e dest inação.

Nas res idências , o l ixo é normalmente acumulado em recipientes de plást ico r ígido, havendo ainda a ut i l ização de latas , sacos plást icos e embrulhos Nos locais de maior produção, e le é acumulado em galões ou containeres .

Os rec ipientes , nos dias est ipulados, são colocados nas calçadas, para serem esvaziados pelos t rabalhadores da l impeza urbana nos ve ículos de coleta . O t ipo de veículo a ser adotado depende basicamente da quant idade de l ixo gerado e das condições viár ias da c idade. Nas pequenas c idades e áreas de menor densidade populacional , são ut i l izadas carroças manuais ou de tração animal , micro-tratores ou caminhões-baús Para as áreas de a l ta densidade populacional e zonas comerc iais , com maior geração de l ixo. é adotado o caminhão compactador .

A ent idade responsável pela l impeza urbana executa a inda a varredura das ruas, praças e outros equipamentos urbanos, a l impeza de redes de drenagem, praias e canais . a capinação, a remoção de veículos e objetos abandonados e a coleta do l ixo nos rec ipientes e caçambas públ icas . Na maior ia das ruas das c idades se observa enorme quantidade de papeis , pontas de c igarros e plást icos , jogados indiscr iminadamente pelas pessoas por fal ta de informação e c iv i l idade. Nem mesmo o elevado número de varredores reverte o quadro de suje ira de nossas ruas .

As ú l t imas estat íst icas indicam que 40 % do l ixo gerado nas c idades sequer é coletado. Dai é fác i l deduzir , então, que o l ixo é lançado em córregos, r ios , valas , terrenos vazios , encostas e ruas, o que, na época das fortes chuvas , contr ibui para desl izamentos, obstruções da rede de drenagem e soterramentos.

As prefe ituras bras i le iras , em sua maior ia , vêm depositando os res íduos coletados em vazadouros, comumente local izados próximos das margens de r ios , lagos ou outras áreas de preservação ambiental . E les são reconhecidamente provocadores de problemas ambientais e de saúde públ ica.

Outros métodos para a dest inação do l ixo , empregados em menor escala, são o aterro, a us ina de rec ic lagem e com postagem e a Incineração. Na us ina, tem-se duas etapas dist intas : a separação, manual ou mecânica de mater ia is , ta is como papeis , papelão, v idros, p lást icos, latas , metais , madeira, panos, borracha e outros, que são, então, encaminhados às indústr ias recic ladoras ; e a compostagem, quando o l ixo não se lecionado é disposto em montes ( le iras) no solo, á céu aberto , para a transformação em composto orgânico, empregado normalmente na agr icul tura, na jardinagem e no ref lorestamento.

Os métodos de incineração e aterro sanitár io a inda não foram empregados no Brasi l , devido aos seus a ltos custos de implantação e operação.

Mudança de comportamento e de at i tude quanto ao l ixo urbano é papel de toda a sociedade: indústr ias gerando menos embalagens; controle de desperdíc ios no transporte e armazenamento de a l imentos, a população conscient izada de que deve reduzir o l ixo revertendo hábitos a l imentares e de consumo.

Tipos de Lixo Def inem-se resíduos sól idos como o conjunto dos produtos não aproveitados das at iv idades humanas (domést icas , comercia is , industr ia is , de serv iços de saúde) ou aqueles gerados pela natureza, como fo lhas , galhos, terra , are ia , que são ret i rados das ruas e logradouros pela operação de varr ição e enviados para os locais de dest inação ou tratamento. Também podemos def in ir l ixo como: os restos das at iv idades humanas , considerados pelos geradores como inúteis , indesejáveis ou descartáveis . Normalmente, apresentam-se sob estado sól ido, semi-sól ido ou semi l íquido (com conteúdo l íquido insuf ic iente para que este l íquido possa f lu ir l ivremente) .

Page 106: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A4 de A14 Como cl assi f icar o l ixo?

São vár ias as formas poss íve is de se c lass i f icar o l ixo .

− Por sua natureza f ís ica : seco e molhado;

− Por sua composição química: matér ia orgânica e matér ia inorgânica;

− Pelos r iscos potenciais ou meio ambiente :

− Perigosos, não- inertes (NBR-100004) .

Normalmente, os res íduos são def inidos segundo sua or igem e c lass i f icados de acordo com o seu r isco em re lação ao homem e ao meio ambien te em resíduos urbanos e res íduos especiais .

Os resídu os urb anos , também conhecidos como l ixo domést ico, são aqueles gerados nas res idências , no comércio ou em outras at iv idades desenvolvidas nas c idades. Inc luem-se neles os res íduos dos logradouros públ icos , como ruas e praças , denominado l ixo de varr ição ou públ ico . Nestes res íduos encontram-se: papel , papelão, v idro, latas , p lást icos , t rapos, fo lhas , galhos e terra, restos de a l imentos, madeira e todos os outros detr i tos apresentados à coleta nas portas das casas pelos habitantes das c idades ou lançados nas ruas.

Os resíduos especiais são aqueles gerados em indústr ias ou em serv iços de saúde, como hospita is , ambulatór ios , farmácias , c l ín icas que, pelo per igo que representam à saúde públ ica e ao meio ambiente , ex igem maiores cuidados no seu acondicionamento, t ransporte, t ratamento e dest ino f inal . Também se inc luem nesta categor ia os mater ia is radioat ivos, a l imentos ou medicamentos com data vencida ou deter iorados, res íduos de matadouros, inf lamáveis , corrosivos , reat ivos , tóxicos e dos restos de embalagem de inset ic ida e herbic ida empregados na área rural .

De acordo com a norma NBR-10004 da ABNT - Associação Brasi le i ra de Normas Técnicas , estes res íduos são c lass i f icados em:

Classe I - Per igosos: são os que apresentam r iscos ao meio ambiente e exigem tratamento e disposição especiais , ou que apresentam r iscos à saúde públ ica . C lasse I I - Não- Inertes : são bas icamente os res íduos com as caracter íst icas do l ixo domést ico.

Classe I I I - Inertes : são os res íduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo, são res íduos como restos de construção, os entulhos de demolição, pedras e are ias ret i rados de escavações.

Os resíduos compreendidos nas Classes I I e I I I podem ser inc inerados ou dispostos em aterros sanitár ios , desde que preparados para ta l f im e que estejam submetidos aos controles e monitoramento ambientais . Os res íduos Classe I - Per igosos, somente podem ser d ispostos em aterros construídos especialmente para ta is resíduos , ou devem ser queimados em inc ineradores especiais . Nesta c lasse, inserem-se os res íduos da área rural , basicamente, as embalagens de pest ic idas ou de herbic idas e os res íduos gerados em indústr ias químicas e farmacêuticas .

Uma outra c lass i f icação dos resíduos pela or igem, pode ser também apresentada: o l ixo domic i l iar , comercia l , de varr ição e fe i ras l ivres , serv iços de saúde e hospitalares ; portos, aeroportos e terminais ferro e rodoviár ios , industr ia is , agr ícolas e entulhos. A descr ição destes t ipos é apresentada na seqüência e a responsabi l idade pelo seu gerenciamento é apresentada na Tabela a seguir .

D om i cil i a r

Aquele or iginado da v ida diár ia das res idências , const i tu ído por setores de al imentos ( ta is como, cascas de f rutas , verduras etc . ) , produtos deter iorados, jornais e revistas , garrafas , embalagens em geral , papel h igiênico, f ra ldas descartáveis e uma grande divers idade de outros i tens . Contém, a inda, a lguns res íduos que podem ser tóxicos.

Comerci al

Aquele or iginado dos diversos estabelec imentos comerc ia is e de serv iços, ta is como, supermercados , estabelec imentos bancár ios , lo jas , bares , restaurantes etc . O l ixo destes estabelecimentos e serv iços tem um forte componente de papel , p lást icos, embalagens diversas e res íduos de asse io dos funcionár ios , tais como, papel toalha, papel hig iênico etc .

Público

São aqueles or iginados dos serv iços :

− de l impeza públ ica urbana, inc luindo todos os res íduos de varr ição das v ias públ icas , l impeza de praias , de galer ias , de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc . ;

− de l impeza de áreas de fe iras l ivres , const i tuídos por restos vegetais d iversos, embalagens etc .

Serviços de saúde e hospital ar

Const i tuem os res íduos sépt icos , ou seja , que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos .São produzidos em serviços de saúde, ta is como: hospitais , c l ín icas , laboratór ios , farmácias , c l ín icas veter inár ias , postos de saúde etc . São agulhas, ser ingas, gazes, bandagens, a lgodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes , sangue

Page 107: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A5 de A14 coagulado, luvas descartáveis , remédios com prazos de val idade vencidos, instrumentos de res ina s intét ica, f i lmes fotográf icos de raios X etc .

Res íduos assépt icos destes locais , const i tu ídos por papéis , restos da preparação de a l imentos, res íduos de l impezas gerais (pós, c inzas etc . ) , e outros mater ia is que não entram em contato direto com pacientes ou com os res íduos sépt icos anter iormente descr itos , são considerados como domic i l iares .

Portos, aeroportos, terminais rod oviários e ferrov iários

Const i tuem os res íduos sépt icos , ou seja , aqueles que contêm ou potencia lmente podem conter germes patogênicos, t raz idos aos portos, terminais rodoviár ios e aeroportos . Basicamente , or iginam-se de mater ia l de higiene, asse io pessoal e restos de al imentação que podem veicular doenças provenientes de outras c idades , estados e países . Também neste caso, os res íduos assépticos destes locais são considerados como domic i l iares .

Ind ustri al

Aquele or iginado nas at iv idades dos diversos ramos da indústr ia , ta is como, metalúrgica, química, petroquímica , papelar ia , a l iment íc ia etc . O l ixo industr ial é bastante var iado, podendo ser representado por c inzas , lodos, ó leos, res íduos alcal inos ou ác idos, p lást icos , papel , madeira, f ibras , borracha, metal , escór ias , v idros e cerâmicas etc . Nesta categor ia , inclu i -se a grande maior ia do l ixo considerado tóxico.

Ag rí cola

Resíduos sól idos das at iv idades agr ícolas e da pecuár ia , como embalagens de adubos, defensivos agr ícolas , ração, restos de colheita etc . Em vár ias regiões do mundo, estes res íduos já const i tuem uma preocupação crescente , destacando-se as enormes quant idades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuár ia intensiva. Também as embalagens de agroquímicos d iversos, em gera l a ltamente tóxicos, têm s ido a lvo de legis lação específ ica, def inindo os cuidados na sua dest inação f inal e , por vezes, co-responsabi l izando a própr ia indústr ia fabr icante destes produtos.

Entulho

Resíduos da construção c iv i l : demol ições e restos de obras , so los de escavações etc . O entulho é , geralmente, um mater ial inerte , pass ível de reaproveitamento.

Obs. : ( * ) a Prefe i tura é co-responsável por pequenas quant idades (gera lmente menos que 50 kg ou 100 l ts ) , e de acordo com a legis lação municipal especí f ica da le i 13.478/02.

http: //www.compam.com.br/

Page 108: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A6 de A14

O QUE É COLETA SELETIVA?

É um s istema de recolhimento de mater ia is rec ic láveis , tais como papéis , p lást icos , v idros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora. Estes mater ia is são vendidos às indústr ias recic ladoras ou aos sucateiros .

As quatro pr incipais modal idades de coleta se let iva são: domici l iar , em postos de entrega voluntár ia , em postos de troca e por catadores .

A coleta selet iva domic i l iar assemelha-se ao procedimento c láss ico de coleta normal de l ixo . Porém, os ve ículos coletores percorrem as res idências em dias e horár ios especí f icos que não coincidam com a coleta normal .

A coleta em PEV - Postos de Entrega Voluntár ia ou em LEV - Locais de Entrega Voluntár ia ut i l iza normalmente contêineres ou pequenos depósitos , co locados em pontos f ixos, onde o c idadão, espontaneamente, deposita os recic láveis .

A modal idade de coleta selet iva em postos de troca se baseia na troca do mater ia l entregue por a lgum bem ou benef íc io .

O sucesso da coleta se let iva está di retamente associado aos investimentos fe i tos para sensibi l ização e conscientização da população. Normalmente, quanto maior a part ic ipação voluntár ia em programas de coleta se let iva, menor é seu custo de administração. Não se pode esquecer também a existência do mercado para os recic láveis .

O que separar

A lguns produtos e embalagens rec ic láveis já possuem o s ímbolo de recic lagem para faci l i tar na hora de saber o que vai ou não para a coleta se let iva:

Importante: mesmo que o produto não contenha o s ímbolo de rec ic lagem ele pode ser recic lável .

É importante saber que t ipos de mater ia l estarão sendo recolhidos e encaminhados, qual a forma de armazenamento e qual a quantidade mínima a ser dest inada à cooperat iva/empresa. Pode-se começar com apenas a lguns t ipos de mater ia is e ampl iar gradat ivamente.

Em se t ratando de um condomínio, escola ou empresa é importante haver uma pessoa ou grupo responsável pela coordenação do programa de co leta selet iva . É fundamental fazer a divulgação expl íc i ta e permanente dos preços obtidos com a venda dos mater ia is e das quantidades coletadas por t ipo de mater ia l .

Page 109: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A7 de A14

O QUE É RECICLAGEM? Recic lagem é um conjunto de técnicas que tem por f inal idade aproveitar os detr i tos e reuti l iza-los no c ic lo de produção de que sa íram. E o resultado de uma sér ie de at ividades, pela qual mater ia is que se tornar iam l ixo , ou estão no l ixo , são desviados , coletados , separados e processados para serem usados como matér ia-pr ima na manufatura de novos produtos.

Recic lagem é um termo or iginalmente ut i l iz ado para indicar o reaproveitamento (ou a reuti l ização) de um pol ímero no mesmo processo em que, por alguma razão foi re je i tado.

Recic lar outro termo usado, é na verdade fazer a rec ic lagem.

O retorno da matér ia-pr ima ao c ic lo de produção é denominado rec ic lagem, embora o termo já venha sendo ut i l izado popularmente para designar o conjunto de operações envolv idas . O vocábulo surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser t ratadas com maior r igor , especialmente após o pr imeiro choque do petróleo, quando rec ic lar ganhou importância estratégica. As indústr ias rec ic ladoras são também chamadas secundár ias , por processarem matér ia-pr ima de recuperação. Na maior parte dos processos, o produto recic lado é completamente diferente do produto in ic ia l .

Como Reciclar Com a colaboração do consumidor , podemos fac i l i tar a inda mais o processo de rec ic lagem. A recic lagem do mater ia l é muito importante , não apenas para diminuir o acúmulo de dejetos, como também para poupar a natureza da extração inesgotável de recursos. Veja como fazer a coleta se let iva e dar a sua parcela de contr ibuição na preservação do meio ambiente.

Passo a passo:

1. Procure o programa organizado de coleta de seu munic ípio ou uma inst i tu ição, ent idade ass istencial ou catador que colete o mater ia l separadamente. Veja pr imeiro o que a inst i tu ição recebe. Não adianta separar , por exemplo: p lást ico, se a entidade só recebe papel .

2 . Para uma coleta de maneira ideal , separe os res íduos em não-recic láveis e rec ic láveis e dentro dos rec ic láveis separe papel , metal , v idro e plást ico .

3 . Veja exemplo de mater ia is recic láveis :

a . Papel : jornais , revistas , formulár ios contínuos, fo lhas de escr i tór io , ca ixas , papelão, etc .

b . Vidros : garrafas , copos, recipientes .

c . Metal : latas de aço e de alumínio’ , c l ipes, grampos de papel e de cabelo , papel a lumínio.

d . Plást ico: garrafas de refr igerantes e água, copos, canos, embalagens de mater ia l de l impeza e de a l imentos, sacos.

4 . Escolha um local adequado para guardar os rec ipientes com os rec ic láveis até a hora da coleta. Antes de guardá- los , l impe-os para ret i rar os res íduos e deixe-os secar naturalmente. Para fac i l i tar o armazenamento, você pode diminuir o volume das embalagens de plást ico e a lumínios amassando-as . As ca ixas devem ser guardadas desmontadas .

Atenção:

Os objetos rec ic lados não serão transformados nos mesmos produtos. Por exemplo, garrafas recic láveis não serão transformadas em outras garrafas , mas em outros mater iais , como solados de sapato.

Porque Reciclar? A quantidade de l ixo produzida diar iamente por um ser humano é de aproximadamente 5 Kg.

• Se somarmos toda a produção mundia l , os números são assustadores.

• Só o Bras i l produz 240 000 toneladas de l ixo por dia .

• O aumento excessivo da quant idade de l ixo se deve ao aumento do poder aquis i t ivo e pelo perf i l de consumo de uma população. Além disso , quanto mais produtos industr ia l izados , mais l ixo é produzido, como embalagens, garrafas , etc .

Ti pos de l ix o:

− Domést ico (a l imentos) ;

− Industr ia l (carvão mineral , l ixo químico, fumaças) ;

− Agrícola (esterco, fert i l izantes) ;

− Hospita lar ;

− Mater ia is Radioat ivos ( indústr ia medic ina. . . ) ;

− Tecnológico (TV, rádios) .

Em torno de 88% do l ixo doméstico vai para o aterro sanitár io . A fermentação produz dois produtos: o chorume e o gás metano.

Page 110: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A8 de A14 Menos de 3% do l ixo vai para as us inas de compostagem(adubo).

O l ixo hospita lar , por exemplo, deve i r para os incineradores .

Apenas 2% do l ixo de todo o Bras i l é recic lado! !

Por quê?

Porque rec ic lar é 15 vezes mais caro do que jogar o l ixo em aterros .

Nos países desenvolv idos como a França e Alemanha, a in ic iat iva pr ivada é encarregada do l ixo. Fabr icantes de embalagens são considerados responsáveis pelo dest ino do l ixo e o consumidor também tem que fazer sua parte . Por exemplo, quando uma pessoa vai comprar uma pi lha nova, é preciso entregar a usada.

Uma garrafa p lást ica ou v idro pode levar 1 mi lhão de anos para decompor-se. Uma lata de a lumínio, de 80 a 100 anos. Porém todo esse mater ia l pode ser reaproveitado, t ransformando-se em novos produtos ou matér ia pr ima, sem perder as propriedades.

Separando todo o l ixo produzido em res idências , estaremos evi tando a poluição e impedindo que a sucata se misture aos restos de al imento s, fac i l i tando ass im seu reaproveitamento pelas indústr ias . A lém disso, estaremos poupando a meio ambiente e contr ibuindo para o nosso bem estar no futuro, ou você quer ter sua água rac ionada, seus f i lhos com sede, com problemas respiratór ios .

A lgumas Vantagens:

− Cada 50 qui los de papel usado, transformado em papel novo, ev i ta que uma árvore seja cortada. Pense na quant idade de papel que você já jogou fora até hoje e imagine quantas árvores você poder ia ter ajudado a preservar .

− Cada 50 qui los de a lumínio usado e rec ic lado, evita que sejam extra ídos do solo cerca de 5 .000 qui los de minér io , a bauxita .

− Quantas lat inhas de refr igerantes você já jogou até hoje?

− Com um qui lo de v idro quebrado, faz-se exatamente um qui lo de v idro novo. E a grande vantagem do v idro é que ele pode ser recic lado inf ini tas vezes.

Agora imagine só os aterros sanitár ios : quanto mater ia l que está lá , ocupando espaço, e poder ia ter s ido rec ic lado!

− Economia de energia e matér ias-pr imas. Menos poluição do ar , da água e do solo.

− Melhora a l impeza da c idade, pois o morador que adquire o hábito de separar o l ixo , d i f ic i lmente o joga nas v ias públ icas .

− Gera renda pela comerc ia l ização dos rec ic láveis . Diminui o desperdíc io .

− Gera empregos para os usuár ios dos programas socia is e de saúde da Prefe i tura.

− Dá oportunidade aos c idadãos de preservarem a natureza de uma forma concreta, tendo mais responsabi l idade com o l ixo que geram.

Onde Reciclar? No Bras i l ex istem unidades industr iais com capacidade insta lada para rec ic lar res íduos, e qualquer outro mater ia l que possa ser rec ic lado. Distr ibuídas de norte a sul do país , estas unidades são empresas t ransformadoras de matér ias-pr imas , fabr icantes de embalagens, retomadores e recic ladores.

O que Reciclar

Temos diversos t ipos de mater ia is , que podem ser rec ic lados , devemos tomar cuidado pois a lguns mater ia is ex istentes não podem ser recic lados.

Page 111: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A9 de A14 Saiba o que pode e o que não pode ser recic lado:

Page 112: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A10 de A14 RECI CLAR PA PEL

Signif ica fazer papel empregando como matér ia-pr ima papéis , cartões , carto l inas e papelões, provenientes de:

R eb a rb a s geradas durante os processos de fabr icação destes mater ia is , ou de sua conversão em artefatos , ou a inda geradas em gráf icas ;

A rtef at o s destes mater ia is pré ou pós-consumo

Atualmente, a matér ia-pr ima vegetal mais ut i l izada na fabr icação do papel é a madeira, embora outras também possam ser empregadas. Estas matér ias-pr imas são hoje processadas química ou mecanicamente, ou por uma combinação dos dois modos, gerando como produto o que se denomina de pasta celulós ica, que pode ainda ser branqueada, caso se deseje uma pasta de cor branca. A pasta celulósica, branqueada ou não, nada mais é do que as f ibras ce lulósicas l iberadas , prontas para serem empregadas na fabr icação do papel .

A pasta celulósi ca também pode prover do processamento do papel , ou seja , da rec ic lagem do papel . Neste caso , os papéis coletados para esse f im recebem o nome de aparas . O termo apara surgiu para des ignar as rebarbas do processamento do papel em fábr icas e em gráf icas e passou a ter uma abrangência maior , designando, como já foi d i to, todos os papéis coletados para serem recic lados.

As aparas provém de at iv idades comercia is , e em menor quantidade de res idências e de outras fontes , como inst i tu ições e escolas .

As aparas de papel podem ser recolhidas por um s istema de coleta selet iva , ou por um s istema comercia l , ut i l izado há anos, que envolve o catador de papel e o apar ista.

Hoje , a força que propuls iona a recic lagem de papel a inda é econômica, mas o fator ambiental tem servido também como alavanca.

A preocupação com o meio ambiente cr iou uma demanda por "produtos e processos amigos do meio ambiente" e recic lar papel é uma forma de responder a esta demanda.

Ass im, os pr inc ipais fatores de incent ivo à recic lagem de papel , a lém dos econômicos, são :

- A preservação de recursos naturais (matér ia-pr ima, energia e água) ,

- A minimização da poluição e a diminuição da quant idade de l ixo que vai para os aterros .

Dentre estes , certamente o ú l t imo é o que tem t ido maior peso nos países que adotam medidas legis lat ivas em prol da rec ic lagem.

R E CI C LA R P LÁ ST I CO

Plást icos são artefatos fabr icados a part i r de res inas (pol ímeros) , gera lmente s intét icos e der ivados do petróleo.

Quando o l ixo é depositado em l ixões, os problemas pr inc ipais re lacionados ao mater ia l p lást ico provêm da queima indevida e se controle . Quando a disposição é fe i ta em

aterros , os plást icos di f icultam sua compactação e prejudicam a decomposição dos mater ia is b iologicamente degradáveis , pois cr iam camadas impermeáveis que afetam as trocas de l íquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matér ia orgânica.

Sendo ass im, sua remoção, redução ou e l iminação do l ixo são metas que devem ser perseguidas com todo o empenho. A separação de plást icos do restante do l ixo t raz uma sér ie de benef íc ios à soc iedade, como, por exemplo, o aumento da v ida út i l dos aterros , geração de empregos, economia de energia , etc .

Divisão d os Plásticos

Os plást icos são div id idos em duas categor ias importantes: termof ixos e termoplást icos.

Os termofixos , que representam cerca de 20% do total consumido no país , são plást icos que , uma vez moldados por um dos processos usuais de transformação, não podem mais sofrer mais novos c ic los de processamento pois não fundem novamente, o que impede nova moldagem.

Os termoplásticos , mais largamente ut i l izados, são mater iais que podem ser reprocessados vár ias vezes pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando submetidos ao aquecimento a temperaturas adequadas , esses plást icos amolecem, fundem e podem ser novamente moldados. Como exemplos, podem ser c i tados : pol iet i leno de baixa densidade (PEBD); Pol iet i leno de a l ta densidade (PEAD) ; pol i (c loreto de v ini la ) (PVC) ; pol iest i reno (PS) ; pol ipropi leno (PP) ; pol i ( terefta lato de et i leno ) (PET) ; pol iamidas (nái lon) e muitos outros.

Page 113: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A11 de A14 Id en ti f i c ação d o s Ti pos d e Pl á sti c o s

Essa metodologia é baseada em algumas caracter íst icas f í s icas e de degradação térmica dos plást icos .

Poli eti l en os d e baixa e d e al ta den sid ad e:

− Baixa densidade ( f lutuam na água) ;

− Amolecem à baixa temperatura (PEBD = 85°C; PEAD = 120°C)

− Queimam como vela, l iberando cheiro de paraf ina;

− Superf íc ie l isa e "cerosa" .

Polip ropileno:

− Baixa densidade ( f lutuam na água) ;

− Amolece à baixa temperatura (150°C) ;

− Queima como vela , l iberando cheiro de paraf ina;

− Fi lmes, quando apertados nas mãos, fazem barulho semelhante ao ce lofane.

P o li ( cl o r eto d e v i ni l a ):

− Alta densidade (afunda na água) ;

− Amolece à baixa temperatura (80°C) ;

− Queima com grande di f iculdade, l iberando um cheiro acre de c loro;

− É solubi l izado com solventes (cetonas) .

Poliestireno:

− Alta densidade (afunda na água) ;

− Quebradiço;

− Amolece à baixa temperatura (80 a 100°C) ;

− Queima relat ivamente fáci l , l iberando fumaça preta com cheiro de "est i reno";

− É afetado por muitos solventes .

Poli ( tereftalato de eti leno):

− Alta densidade (afunda na água) ;

− Muito resistente;

− Amolece à baixa temperatura (80°C) ;

− Uti l izado no Bras i l em embalagens de refr igerantes gasosos, ó leos vegetais , água mineral , etc .

Outros

Page 114: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A12 de A14 R eci cl ag em p rim ári a ou p ré- con sum o:

É a conversão de resíduos plást icos por tecnologia convencionais de processamento em produtos com carater íst icas de desempenho equivalentes às daqueles produtos fabr icados a part i r de resinas v irgens. A rec ic lagem pré-consumo é fe i ta com os mater ia is termoplást icos provenientes de res íduos industr iais , os quais são l impos e de fác i l ident i f icação, não contaminados por part ículas ou substâncias estranhas.

R eci cl ag em secund ária ou p ós- con sum o:

É a conversão de res íduos plást icos de l ixo por um processo ou por uma combinação de operações. Os mater ia is que se inserem nesta c lasse provêm de l ixões, s is temas de coleta selet iva, sucatas , etc . são const i tu ídos pelos mais d i ferentes t ipos de mater ial e res ina, o que exige uma boa separação, para poderem ser aproveitados.

R eci cl ag em terci ári a:

É a conversão de resíduos plást icos em produtos químicos e combust íveis , por processos termoquímicos (p i ról ise , conversão catál ica) . Por esses processos , os mater iais plást icos são convert idos em matér ias-pr imas que podem or igin ar novamente as res inas v i rgens ou outras substâncias interessantes para a indústr ia , como gases e ó leos combust íveis .

RECI CLAR METAIS

Os metais são mater iais de e levada durabi l idade, resistência mecânica e fac i l idade de conformação, sendo muito ut i l izados em equipamentos, estruturas e embalagens em geral .

Quanto à sua composição, os metais são c lass i f icados em dois grande grupos: os ferrosos (compostos bas icamente de ferro e aço) e os não-ferrosos . Essa div isão just i f ica-se pela grande predominância do uso dos metais à base de ferro , pr incipalmente o aço.

Entre os metais não-ferrosos, destacam-se o a lumínio, o cobre e suas l igas (como latão e o bronze) , o chumbo, o n íquel e o z inco. Os dois últ imos, junto como o cromo e o estanho, são mais empregados na forma de l igas com outros metais , ou como revest imento depositado sobre metais , como, por exemplo, o aço.

A grande vantagem da rec ic lagem de metais é evi tar as despesas da fase de redução do minér io a metal . Essa fase envolve um al to consumo de energia , e requer transporte de grandes volumes de minério e instalações caras , dest inadas à produção em grande escala .

Embora se ja maior o interesse na rec ic lagem de metais não-ferrosos , devido ao maior valor de usa sucata, é muito grande a procura pela sucata de ferro e de aço, inc lus ive pelas us inas s iderúrgicas e fundições.

A sucata é matér ia-pr ima das empresas produtoras de aço que não contam como o processo de redução, e que são responsáveis por cerca de 20% da produção nacional de aço. A sucata representa cerca de 40% do total de aço consumido no País , va lor próximo aos valores de outros países , como os Estados Unidos , onde at inge 50% do total da produção. Ressal ta-se que o Brasi l exporta cerca de 40% da sua produção de aço.

É importante, a inda, observar que a sucata po de, sem maiores problemas, ser rec ic lada mesmo quando enferrujada. Sua rec ic lagem é também fac i l i tada pela sua s imples identi f icação e separação, pr incipalmente no caso da sucata ferrosa, em que se empregam eletro ímãs, devido às suas propr iedades magnét icas . Através deste processo é possível ret i rar até 90% do metal ferroso existente no l ixo ( IBS, 1994) .

RECI CLAR VIDRO

O vidro é obtido pela fusão de componentes inorgânicos a al tas temperaturas , e resfr iamento rápido da massa resultante até um estado r ígido, não-cr ista l ino.

O processo de produção do vidro do t ipo sodacal ut i l iza como matér ias-pr imas , bas icamente, ar re ia , barr i lha, ca lcár io e fe ldspato. Um procedimento comum do processo

é adic ionar-se à mistura das matér ias-pr imas cacos de vidro gerados internamente na fábr ica ou adquir idos, reduzindo sens ivelmente os custos de produção.

O v idro é um mater ia l não-poroso que res iste a temperaturas de até 150°C (v idro comum) sem perda de suas propr iedades f í s icas e químicas . Esse fato faz com que os produtos possam ser reuti l izados vár ias vezes para a mesma f inal idade.

A rec ic lagem de vidro s ignif ica enviar ao produtos de embalagens o vidro usado para que este seja reuti l izado como matér ia-pr ima para a produção de novas embalagens .

O v idro é 100% rec ic lável , não ocorrendo perda de mater ia l durante o processo de fusão. Para cada tonelada de caco de v idro l impo, obtém-se uma tonelada de v idro novo. Além disso, cerca de 1 ,2 tonelada de matér ia-pr ima deixa de ser consumida.

Além da redução do consumo de matér ias-pr imas ret i radas da natureza, a adição do caco à mistura reduz o tempo de fusão na fabr icação do vidro , tendo como conseqüência uma redução s ignif icat iva no consumo energético de produção. Também proporciona a redução de custos de l impeza urbana e diminuição do volume do l ixo em aterros sanitár ios .

Page 115: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A13 de A14 RECI CLAR PNEU S

Os pneus usados podem ser reut i l izados após sua recauchutagem. Esta consiste na remoção por raspagem da banda de rodagem desgastada da carcaça e na colocação de uma nova banda. Após a vulcanização, o pneu "recauchutado" deverá ter a mesma durabi l idade que o novo. A economia do processo favorece os pneus mais caros , como os

de transporte (caminhão, ônibus, avião) , pois neste segmentos os custos são melhor monitorados .

Há l imites no número de recauchutagem que um pneu suporta sem afetar seu desempenho. Ass im sendo, mais cedo ou mais tarde, os pneus são considerados inserv íveis e descartados .

Os pneus descartados podem ser recic lados ou reut i l izados para d iversos f ins . Neste caso, são apresentadas , a seguir , vár ias opções :

Na engenhar ia c ivi l :

O uso de carcaças de pneus na engenhar ia c ivi l envolve diversas so luções cr iat ivas , em apl icações bastante divers i f icadas, tais como, barreira em acostamentos de estradas , e lemento de construção em parques e playgrounds, quebra-mar , obstáculos para trâns i to e , até mesmo, reci fes art i f ic ia is para cr iação de peixes .

Na regeneração da borracha:

O processo de regeneração de borracha envolve a separação da borracha vulcanizada dos demais componentes e sua digestão com vapor e produtos químicos, ta is como, á lca l is , mercaptanas e óleos minerais . O produto desta digestão é ref inado em moinhos até a obtenção de uma manta uni forme, ou extrudado para obtenção de mater ia l granulado.

A moagem do pneu em part ículas f inas permite o uso direto do res íduo de borracha em apl icações s imi lares às da borracha regenerada.

Na geração de energia

O poder calor í f ico de raspas de pneu eqüivale ao do ó leo combustíve l , f icando em torno de 40 Mej/kg. O poder calor í f ico da madeira é por volta de 14 Mej/kg.

Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para ot imiza a queima. Em fábr icas de c imento, sua queima já é uma real idade em outros países . A Associação Brasi le ira de Cimento Port land (ABCP) informa que cerca de 100 mi lhões de carcaças de pneus são queimadas anualmente nos Estados Unidos com esta f inal idade, e que o Brasi l já está exper imentando a mesma solução.

No asfa l to modif icado com borracha

O processo envolve a incorporação da borracha em pedaços ou em pó. Apesar do maior custo, a adição de pneus no pavimento pode até dobrar a v ida út i l da estrada, porque a borracha confere ao pavimento maiores propr iedades de elast ic idade ante mudanças de temperatura . O uso da borracha também reduz o ruído causado pelo contato dos veículos com a estrada. Por causa destes benef íc ios , e também para reduzir o armazenamento de pneus velhos, o governo amer icano requer que 5% do mater ia l usado para pavimentar estradas federais seja de borracha moída.

RECI CLAR ENTULHO

Entulho é o conjunto de f ragmentos ou restos de t i jo lo , concreto, argamassa, aço, madeira, etc . , provenientes do desperdíc io na construção, reforma e/ou demol ição de estruturas , como prédios, res idências e pontes.

O entulho de construção compõe-se, portanto, de restos e f ragmentos de mater ia is , enquanto o de demol ição é formado apenas por f ragmentos, tendo por i sso maior potencial qual i tat ivo, comparativamente ao entulho de construção.

O processo de recic lagem do entulho, para a obtenção de agregados, basicamente envolve a se leção dos mater ia is rec ic láveis do entulho e a tr i turação em equipamentos apropr iados.

Os res íduos encontrados predominantemente no entulho, que são recic láveis para a produção de agregados, pertencem a dois grupos:

− Grupo I - mater ia is compostos de c imento, cal , are ia e br i ta : concretos , argamassa, b locos de concreto.

− Grupo I I - mater iais cerâmicos : te lhas, mani lhas , t i jo los , azulejos .

− Grupo I I I - mater ia is não-recic láveis : solo , gesso, metal , madeira, papel , p lást ico, matér ia orgânica, v idro e i sopor . Desses mater iais , a lguns são pass íveis de serem se lec ionados e encaminhados para outros usos. Ass im, embalagens de papel e papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser recolhidos para reuti l ização ou rec ic lagem.

RECI CLAR BATERIAS e PILHAS

As pi lhas e bater ias , quando descartadas em l ixões ou aterros sanitár ios , l iberam componentes tóxicos que contaminam o solo, os cursos d 'água e os lençóis f reát icos, a fetando a f lora e a fauna das regiões c ircunviz inhas e o homem, pela cadeia al imentar .

Devido a seus componentes tóxicos, as pi lhas podem também afetar a qual idade do

Page 116: Iso 14001 Gestaoambiental Mhosken

Anexos Página A14 de A14 produto obt ido na compostagem de l ixo orgânico. Além disso, sua queima em incineradores também não consiste em uma boa prát ica, pois seus resíduos tóxicos permanecem nas c inzas e parte deles pode volat i l izar , contaminando a atmosfera .

Os componentes tóxicos encontrados nas pi lhas são: cádmio, chumbo e mercúr io . Todos afetam o s is tema nervoso centra l , o f ígado, os r ins e os pulmões, pois e les são bioacumulat ivos. O cádmio é cancer ígeno, o chumbo pode provocar anemia, debi l idade e para l is ia parcia l , e o mercúr io pode também ocasionar mutações genéticas .

Considerando os impactos negat ivos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado das pi lhas e bater ias usadas e a necess idade de disc ipl inar o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado (coleta , reut i l ização, re cic lagem, t ratamento ou disposição f inal ) de pi lhas e bater ias usadas , a Resolução n° 257/99 do CONAMA resolve em seu art igo pr imeiro:

"As pi lhas e bater ias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúr io e seus compostos, necessár io ao funcionamento de quaisquer t ipos de apare lhos, ve ículos ou s istemas, móveis ou f ixos, bem como os produtos e letroeletrônicos que os contenham integrados em sua estrutura de forma não subst itu ível , após seu esgotamento energét ico, serão entregues pelos usuár ios aos estabelecimentos que as comercia l izam ou à rede de ass istência técnica autor izada pelas respect ivas indústr ias , para repasse aos fabr icantes ou importadores, para que estes adotem diretamente, ou por meio de terceiros , os procedimentos de reut i l ização, rec ic lagem, t ratamento ou disposição f inal ambientalmente adequado" .

RECI CLAR MATÉRIA ORGÂNICA

A matér ia orgânica é def in ida biologicamente como matér ia de or igem animal ou vegetal e geologicamente como compostos de or igem orgânica, encontrados sob a superf íc ie do solo . Os papéis , que são fe i tos com f ibra vegetal , também são considerados matér ia orgânica, porém, trataremos dele separadamente.

Falaremos aqui do aproveitamento de restos de comida (cascas de f rutas e verduras , fo lhas , ta lo , etc) para a fert i l ização do solo , num processo conhecido como COMPOSTAGEM.

A compostagem é um processo de transformação que pode ser executado com parte do nosso l ixo domést ico resultando em um excelente adubo para ser ut i l izado em hortas , vasos de plantas , jardins ou a lgum terreno que você tenha disponível . Este é um dos métodos mais ant igos de rec ic lagem onde imitamos os processos da natureza para melhorarmos a terra.

Simb ol og ias e Cores na R eci cl ag em

As cores caracter íst icas dos containers apropr iados para a coleta se let iva de l ixo :

Papel/Papelão Metais

Plásticos Vidros

Até hoje , não se sabe onde e com que cr i tér io fo i cr iado o padrão de cores dos containers ut i l izados para a coleta se let iva voluntár ia em todo o mundo. No entanto, a lguns países já reconhecem esse padrão como um parâmetro of ic ia l a ser seguido por qualquer modelo de gestão de programas de coleta se let iva .