2
6 jan.2011 issn 2179-4960 REVISTA ARCHAI JOURNAL: ON THE ORIGINS OF WESTERN THOUGHT Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

issn 2179-4960

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: issn 2179-4960

EDITORIAL

Dennys Garcia Xavier

ARTIGOS

A Interpretação de Platão Inaugurada pela Escola de Tübingen e por mim Apresentada em Sentido Epistemológico como “Paradigma Hermenêutico” Alternativo Àquele Dominante Giovanni Reale

A Recepção da Escola de Tübingen-Milão no BrasilMarcelo Perine

A Filosofia não se Aprende! Platão Verdadeiro Mestre e o Escrito como “Alusão Protréptica” Maurizio Migliori

Um Exemplo de Escritura Protréptica: O Eutidemo Lucia Palpacelli

Iniciação ao Princípio Rubens Garcia Nunes Sobrinho

Números Escritos e Números Não-Escritos em Platão Elisabetta Cattanei

Uma Nova Interpretação Platônica: A Contribuição de Schleiermacher Mariana Leme Belchior

Como Não Ler Platão!Dennys Garcia Xavier

A Teoria Platônica das Ideias-Número e sua Importância para a Reconstrução Filosófica da Dialética Platônica Fabián Mié

Platão e a Fundação da Matemática como Ciência Konrad Gaiser

Platão e os PitagóricosThomas Alexander Szlezák

NOTÍCIA

Worlds of Powers: The Bedrock of Reality in Ancient ThoughtAnna Marmodoro

RESENHAS

ANTIFONTE. Testemunhos, fragmentos, discursos, Por Alexandre Costa

O grau zero da hermenêutica platônica. VEGETTI, Mario. Um Paradigma no Céu: Platão político, de Aristóteles ao século XX, Por Thiago Rodrigo de Oliveira Costa e Gabriele Cornelli

6 jan.2011

issn 2179-4960

6 jan.2011

issn 2179-4960

6ja

n.20

11

R E V I S T A

ARCHAI JOURNAL: ON THE ORIGINS OF WESTERN THOUGHT

ARCHAI JOURNAL: ON THE ORIGINS OF WESTERN THOUGHT

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 2: issn 2179-4960

desígnio 6

121

jan.2011

Thomas Alexander Szlezák*

PLATÃO E OS PITAGÓRICOS

RESUMO: Platão não era apenas um ‘Socrático’. De acordocom Diógenes Laércio, ele começou com a filosofia heraclitianaantes de conhecer Sócrates. Seus diálogos mostram que eletambém ansiava em tomar outras posições. Próxima à influ-ência eleática, visível no Parmênides e outros diálogos tardi-os, a filosofia pitagórica parece que teve o maior impacto emseu pensamento. A tradição biográfia afirma que ele teverepetidos contatos com os Pitagóricos de Tarento, e os capítu-los 5 e 6 da Metafísica de Aristóteles, Livro I, mostram que afilosofia do número e dos princípios de Platão tiveram grandesemelhança com o pensamento pitagórico. Neste artigo, asafirmações de Aristóteles sobre esta parte da filosofia de Platãosão examinadas uma a uma. Pode se demonstrar que, toma-dos como um inteiro, elas mostram um total coerente e signi-ficativo.

Palavras-chave: Platão, Pitagorismo, Aristóteles,Metafísica.

PLATO AND THE PYTHAGOREANS

ABSTRACT: Plato was not just a ´Socratic´. According toDiogenes Laertius, he started with Heraclitean philosophybefore he met Socrates. His dialogues show that he was eagerto take up other approaches as well. Next to the Eleaticinfluence, visible in the Parmenides and other late dialo-gues, Pythagorean philosophy seems to have had the strongestimpact on his thinking. The biographical tradition assertsthat he had repeatedly personal contact with thePythagoreans from Tarentum, and Aristotle´s chapters 5 and6 of Metphysics, Book I show that Plato´s philosophy ofnumber and of the principles had great similarity toPythagorean thinking. In this article, Aristotle´s statementsabout this part of Plato´s philosophy are examined one byone. It can be shown that in their entirety they form acoherent, meaningful whole.

KEYWORDS: Plato, Pythagoreanism, Aristotle,Metaphysics.

As influências iniciais sobre opensamento de Platão

1

A época em que se considerava Platão como

preponderantemente ou exclusivamente socrático

– mesmo que como o mais importante e o mais

independente dentre os socráticos – ainda não

está há muito totalmente ultrapassada. De algum

modo pareceu forçoso considerar o homem a quem

Platão confiou, em quase todos os diálogos, a

condução das conversas e que ele estigmatizou

como o modelo ideal de um filósofo como sendo

também o móvel decisivo ou mesmo o único móvel

que estaria por detrás dos esforços intelectuais

do autor. O fato amplamente conhecido de Platão

nunca falar em seu próprio nome e de ele, ao

assumir a forma das figuras históricas que faz

entrar em cena, proceder com a maior liberdade

poética não poderia impedir uma ampla

identificação da figura literária “Sócrates” com o

professor real e fornecedor de ideias de Platão.

Essa identificação, que, em última

instância, testemunha um tipo de leitura bastante

ingênua, foi ainda incentivada pelo esforço,

metodicamente exigente, de seguir a trilha do

desenvolvimento intelectual de Platão. É uma

convicção fundamental do historicismo que só se

* Professor ordinário de

Filologia Grega e Diretor do

Platon-Archivs da

Universidade de Tübingen.

1. Tradução do alemão de

Fernando Augusto da Rocha

Rodrigues. Texto

originalmente publicado,

em versão completa, no

volume de Jean-Luc Périllié

(dir.) Platon et les

Pythagoriciens, éd. Ousia,

Bruxelles, 2008, pp. 93-116.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt