86
MEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun. 2019 ISSN 2237-2334

ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDEDossiê: Nutrição

Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição

v. 2, n. 1, jan./jun. 2019

ISSN 2237-2334

Page 2: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

Revista Científica do Claretiano – Centro Universitário

MEDICINA E SAÚDEDossiê: Nutrição

Page 3: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

Reitoria / RectorateReitor: Pe. Luiz Claudemir BotteonPró-reitor Administrativo: Prof. Esp. Osvaldo CelottiPró-reitor Acadêmico: Prof. Esp. Leandro Henrique da Silva Pauletti.Pró-reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Esp. Ângelo Aparecido Zadra

Conselho editorial / Publish Committee

Informações Gerais / General InformationPeriodicidade: semestralNúmero de páginas: 85 páginasNúmero de artigos: 5 artigos neste volumeMancha/Formato: 11,3 x 18 cm / 15 x 21 cm

Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores

Prof. Dr. Cesar Augusto Buneno Zanella (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Profa. Dra. Maria Cecilia Lieth Bonaceli (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Profa. Ma. Monica Cristina Lopes do Carmo (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Profa. Dra. Beatriz Martins Manzano (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Prof. Dr. Fabrizzio Magaldi Messeti (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Prof. Dr. Marco Aurelio Mestrinel (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)Prof. Esp. Jair Virgilio Junior (CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO)

Page 4: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

Medicina e Saúde Rio Claro v. 2 n. 1 p. 1-85 jan./jun. 2019

ISSN 2595-3516

Revista Científica do Claretiano – Centro Universitário

MEDICINA E SAÚDEDossiê: Nutrição

Page 5: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

© 2019 Ação Educacional Claretiana

Editores responsáveis: Prof. Me. Rafael Menari Archanjo e Prof. Me. Pablo Rodrigo Gonçalves

Organização / Organization

Prof.ª Dra. Fabíola Rainato Gabriel de Melo

Equipe técnica / Technical staff Normatização: Inaiê Cordeiro e Rafael Antonio MorottiRevisão: Ricardo Boone WotchoskiProjeto gráfico e Capa: Bruno do Carmo Bulgarelli

Direitos autorais / CopyrightTodos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.

Permuta / ExchangeOs pedidos de permuta devem ser encaminhados à Biblioteca da instituição:[email protected]

Bibliotecária / LibrarianGabriela Leandro - CRB 8/9748

Os trabalhos publicados nesta Revista são de inteira responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a opinião do Claretiano – Centro Universitário, do Conselho Editorial ou da Coordenadoria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica.

610 M442

Medicina e Saúde : dossiê : nutrição – Revista Científica do Claretiano – Centro Universitário – v.2, n.1 (jan./jun. 2019) -. – Batatais, SP : Claretiano, 2019. 85 p.

Semestral. ISSN: 2595-3516 1. Medicina - Periódicos. 2. Saúde – Periódicos. I. Medicina e Saúde : revista científica do Claretiano – Centro Universitário.

CDD 610

Page 6: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

Sumário / Contents

Editorial / Editor’s note

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL PAPER

Efeito dos agentes antioxidantes para manutenção saudável do organismoEffect of antioxidant agents for healthy organism maintenance

A importância nutricional até o segundo ano de vidaNutritional importance until the second year of life

Intervenção em educação nutricional em instituição pública para crianças e adolescentes da cidade de BatataisIntervention in nutritional education in a public institution for children and adolescents of the city of Batatais

A importância da nutrição no auxílio ao tratamento da Doença de CrohnThe importance of nutrition in the aid to the treatment of Crohn’s Disease

Alterações no pH do organismo alcalose metabólica e acidose metabólicaChanges in method of metabolic alcalose and metabolic acidose

Política Editorial / Editorial Policy

Page 7: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun
Page 8: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

7ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 7, jan./jun. 2019

Editorial / Editor’s note

Caro leitor,

Concluímos mais este Dossiê de Nutrição com o propósito de compartilhar com toda a sociedade ideias e experiências sobre o campo da Nutrição. O dossiê é resultado das investigações do Grupo de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição do Cla-retiano – Centro Universitário, que tem realizado estudos no campo da educação alimentar e nutricional individual ou em grupos popu-lacionais, com vistas à promoção de saúde e qualidade de vida nas diferentes fases da vida.

Atrelada à perspectiva de inovação, a publicação do presente volume legitima a imprescindibilidade da pesquisa para formar novos recursos humanos para o estudo dos fenômenos contemporâneos de nossa área e para produzir conhecimento em benefício da coletividade.

Os saberes coletivos aqui abordados são uma amostra do trabalho conjunto de professores, alunos e egressos.

Boa leitura!

Prof.ª Dr.ª Fabíola Rainato Gabriel de Melo

Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição

Page 9: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun
Page 10: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

9ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

Efeito dos agentes antioxidantes para manutenção saudável do organismo

Sérvio Antônio BUCIOLI 1

José Guilherme Viana de BRITO2 Ygor Alexander Olivato ASSAGRA3

Ediele Apareecida CARLOS4

Márcio Henrique Gomes MÉLLO5

Fabíola Rainato Gabriel de MELO6

Resumo: A importância da nutrição nas áreas de saúde é indubitável, assim, destacamos que o equilíbrio do sistema antioxidante é essencial para estabilidade e manutenção da homeostase no organismo, para as interações metabólicas e para a redução dos efeitos danosos dos radicais livres causando danos celulares que podem resultar em uma série de patologias, inclusive o câncer. Mesmo sendo inerentes do metabolismo podem ser gerados mais intensamente por hábitos ou ambientes que os potencializam ou neutralizados através do correto consumo de alimentos ou, se necessário, suplementos antioxidantes, onde podemos citar as vitaminas (vitamina A, C e E), compostos fenólicos (flavonóides e ácidos fenólicos) e carotenóides (β-caroteno e licopeno). Os agentes antioxidantes encontrados nos alimentos podem ajudar na ação dos radicais livres neutralizando suas propriedades destrutivas reparando células danificadas, sendo assim a ingestão de alimentos ricos em antioxidantes associada ao aumento da expectativa de vida e à redução ou impedimento da ação dos radicais livres e subsequentemente na atuação de seus efeitos nocivos no organismo.

Palavras-chave: Alimentos. Antioxidantes. Nutrição. Radicais Livres.

1 Sérvio Antônio Bucioli. Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário. Bacharelando em Nutrição pela mesma instituição. Professor no Curso de Bacharelado em Educação Física do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 José Guilherme Viana de Brito. Bacharelando em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: < [email protected]>.3 Ygor Alexander Olivato Assagra. Bacharelando em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.4 Ediele Aparecida Carlos. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.5 Márcio Henrique Gomes Méllo. Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Processos Gerenciais pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Professor no Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), do Centro Universitário de Bebedouro. Professor no Curso de Pós-graduação da Universidade de Araraquara. Coordenador e professor na Etec Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <[email protected]>.6 Fabíola Rainato Gabriel de Melo. Doutora e Mestra em Investigação Biomédica pela Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto (SP). Bacharel em Nutrição pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Coordenadora e Docente do Curso de Nutrição no Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

Page 11: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351610

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

Effect of antioxidant agents for healthy organism maintenance

Sérvio Antônio BUCIOLIJosé Guilherme Viana de BRITO

Ygor Alexander Olivato ASSAGRAEdiele Aparecida CARLOS

Márcio Henrique Gomes MÉLLOFabíola Rainato Gabriel de MELO

Abstract: The importance of nutrition in health areas is undoubted, so we emphasize that the balance of the antioxidant system is essential for stability and maintenance of homeostasis in the body, for metabolic interactions and for the reduction of harmful effects of free radicals causing cellular damage which can result in a number of pathologies, including cancer. Even being inherent in metabolism can be generated more intensely by habits or environments that potentiate or neutralize them through correct food consumption or, if necessary, antioxidant supplements, where we can mention vitamins (vitamin A, C and E), phenolic compounds (flavonoids and phenolic acids) and carotenoids (β-carotene and lycopene). Antioxidant agents found in foods can aid in the action of free radicals by neutralizing their destructive properties by repairing damaged cells and thus the ingestion of antioxidant-rich foods associated with increased life expectancy and reduced or impaired free radical action and subsequently harmful effects on the body.

Keywords: Food. Antioxidants. Nutrition. Free Radicals.

Page 12: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

11ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

1. INTRODUÇÃO

A oxidação é um processo metabólico que leva à produção de energia necessária para as atividades essenciais das células e esta ocorre a partir da redução do oxigênio através do transporte mito-condrial de elétrons. Entretanto, o oxigênio pode receber menos de quatro elétrons e formar radicais livres que, em excesso, podem gerar o estresse oxidativo que a longo prazo pode acarretar efeitos danosos ao organismo (RODRIGUES et al., 2003).

De acordo com Bianchi e Antunes (1999), os antioxidantes atuam em diferentes níveis na proteção dos organismos. O organis-mo tenta como defesa é impedir a sua formação de radicais livres, principalmente pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre. Além disso, os antioxidantes são capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por fontes exó-genas, impedindo o ataque aos lipídios, aos aminoácidos das prote-ínas, à dupla ligação dos ácidos graxos poli-insaturados e às bases do DNA, evitando a formação de lesões e a perda da integridade celular. Assim, os antioxidantes agem diretamente na ação dos radi-cais livres participando indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função, podendo ser classificados em compostos enzimáticos e não-enzimáticos, estando presentes tanto no organismo como nos alimentos ingeridos (SHAMI; MOREIRA, 2004).

Os estudos sobre os antioxidantes têm ressaltado, principal-mente, o uso de nutrientes isolados no tratamento e prevenção de doenças. Entretanto, nos alimentos é encontrada uma variedade de substâncias que atuam em sinergismo na proteção das células e te-cidos mantendo assim a homeostase do organismo (JACOB, 1995; NIKI et al. 1995; HERCBERG et al., 1998 apud BIANCHI; AN-TUNES, 1999).

Essa revisão busca entender como os agentes antioxidantes encontrados nos alimentos, suas principais vitaminas, compostos fenólicos e carotenóides atuam para manutenção saudável do or-ganismo através da nutrição em estética, ressaltando a correlação existente entre atividade antioxidante de substâncias polares e a ca-

Page 13: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351612

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

pacidade de inibir ou retardar o aparecimento de células canceríge-nas, além do retardamento do envelhecimento das células em geral.

Metodologia

Esta revisão bibliográfica se embasou em obras físicas e vir-tuais, artigos científicos indexados em bases de dados da internet, como, Google Acadêmico e SciELO, e sites oficiais e periódicos. Foram utilizados como palavras-chave os termos “Alimentos an-tioxidantes”. “Antioxidantes”, “Nutrição e Antioxidantes “ e “Ra-dicais Livres”.

2. DESENVOLVIMENTO

Oxidação e Antioxidantes

A oxidação pode ser definida como o processo no qual o oxi-gênio é adicionado, ou o hidrogênio ou elétrons são removidos do componente oxidado por um oxidante. Os antioxidantes, são subs-tâncias que, em concentrações menores que a do substrato oxidá-vel, inibem significativamente a oxidação, adiando seu início ou reduzindo sua taxa (MENDONÇA, 2009).

Para que esta oxidação não seja danosa ao organismo o con-sumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais antioxidantes, aliada à hábitos de vida saudáveis, podem reverter os danos cau-sados e ajudar na manutenção saudável do organismo (GOMES, 2007). Os antioxidantes possuem for função atuar na manutenção das membranas celulares; reduzindo efeitos inclusive estéticos, conforme demonstrado na Figura 1 que uma dieta com antioxidan-tes é boa para a beleza e retarda o envelhecimento associada a pro-dutos que possuem antioxidantes em suas composições, como é o caso das vitaminas E e C que são encontradas nos nutri cosméticos para pele.

Page 14: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

13ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

Figura 1. Dieta antioxidante e alimentação.

Fonte: G1. (2012).

Vitaminas (Vitaminas A, C e E)

A vitamina A é um termo genérico para um grupo de compos-tos com atividade biológica similar, como retinol, e ácido retinóico. Já o termo retinóides, abrange tanto estas três formas naturais da vitamina quanto os muitos análogos sintéticos do retinol. Esta vita-mina atua em dois níveis no organismo: o primeiro, na retina, par-ticipando no ciclo visual, o segundo, em todos os tecidos do corpo onde sistematicamente mantém o crescimento e a integridade das células. Desta forma, é indispensável para o funcionamento normal do sistema visual; crescimento, diferenciação e manutenção da in-tegridade celular epitelial (LIRA; DIMENSTEIN, 2010).

De acordo com Doroshow (1983; HALLIWELL et al., 1995; WEIJL et al., 1997 apud BIANCHI; ANTUNES, 1999, p. 124):

Page 15: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351614

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

A utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta ou mesmo sintéticos é um dos mecanismos de defesa contra os radicais livres que podem ser empregados nas indústrias de alimentos, cosméticos, bebidas e também na medicina, sendo que muitas vezes os próprios medicamen-tos aumentam a geração intracelular desses radicais.

Os alimentos contêm compostos oxidantes, cuja presença pode ser natural ou por introdução durante o processamento para o consumo (WATERS et al., 1996 apud BIANCHI; ANTUNES, 1999). Por outro lado, os alimentos, principalmente as frutas, ver-duras e legumes, também contêm agentes antioxidantes, tais como as vitaminas C, E e A, os flavonóides, carotenóides e outros que são capazes de restringir a propagação das reações em cadeia e as lesões induzidas pelos radicais livres (STAVRIC, 1994; FOTSIS et al., 1997; POOL-ZOBEL et al., 1997 apud BIANCHI; ANTUNES, 1999).

As necessidades dietéticas são normalmente contempladas na forma de vitamina A pré-formada e de carotenóides pró-vitamina A, ambas apresentando absorção em nível de mucosa intestinal (BELLOVINO, 2003 apud LIRA; DIMENSTEIN, 2010). Por ser uma vitamina lipossolúvel, o seu metabolismo eficaz depende de todos os componentes lipídicos envolvidos com a formação mi-celar, assim como das funções pancreáticas e biliares (JACKSON et al., 1997 apud LIRA; DIMENSTEIN, 2010). O retinol absor-vido pode ser liberado diretamente nos tecidos extra-hepáticos ou capturado pelo fígado, onde poderá ser armazenado nas células es-treladas ou lançado de volta à corrente sanguínea para suprir as necessidades do organismo (DEBIER et al., 2005 apud LIRA; DI-MENSTEIN, 2010).

Segundo Bianchi e Antunes (1999) a vitamina A, contudo, é um fator importante no crescimento e na diferenciação celular. Além disso, tem apresentado ação preventiva no desenvolvimento de tumores da bexiga, mama, estômago e pele, em estudos reali-zados com animais. Estudos epidemiológicos também mostraram que o consumo regular de alimentos ricos em vitaminas A e C pode diminuir a incidência de câncer retal e de cólon. O beta-caroteno, o

Page 16: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

15ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

mais importante precursor da vitamina A, está amplamente distri-buído nos alimentos e possui ação antioxidante.

A vitamina C é um antioxidante hidrossolúvel, a ingestão de vitamina C, entretanto, é potente antioxidante encontrado em ali-mentos frescos, pela prevenção do acúmulo de radicais livres no organismo, que são os principais causadores do envelhecimento. O ácido ascórbico diminui a glicação de proteínas, com esta diminui-ção o processo de envelhecimento torna-se mais lento (BARTALI et al., 2003; NELSON et al., 2003; KRONE et al., 2004 apud BAR-ROS, [s.d.]).

A suplementação de antioxidantes por via oral, entre eles a vitamina C, na forma de cápsulas, são consideradas potentes se-qüestradoras de radicais livres. Este método é bastante utilizado pelas pessoas que não conseguem manter uma alimentação balan-ceada, necessitando desta maneira, suplementar os nutrientes que estão em carência no seu organismo; porém a suplementação de vitamina C em níveis elevados podem culminar em efeitos pró--oxidantes, desencadeando a produção de efeitos oxidativos, tendo assim, um efeito contrário ao esperado, causando assim danos à pele (BARROS, [s.d.]).

Couto e Canniatti-Brazaca (2010) concluíram que as diferen-tes variedades de laranjas e tangerinas possuem variação significa-tiva nos teores de vitamina C e na capacidade antioxidante; e que as laranjas são mais ricas em vitamina C e possuem maior poder antioxidante que as tangerinas.

A vitamina E é um componente dos óleos vegetais, encontra-da na natureza em quatro formas diferentes: a, b, g e d-tocoferol, sendo o a-tocoferol a forma antioxidante amplamente distribuída nos tecidos e no plasma. Encontra-se em grande quantidade nos lipídeos, e evidências recentes sugerem que essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres associados com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite, catarata e o envelhecimento (HEINONEN et al., 1998 apud BIANCHI; ANTU-NES, 1999). Têm capacidade de impedir a propagação das reações em cadeia induzidas pelos radicais livres nas membranas biológi-cas. Os danos oxidativos podem ser inibidos pela ação antioxidante

Page 17: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351616

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

dessa vitamina, juntamente com a glutationa, a vitamina C e os carotenóides, constituindo um dos principais mecanismos da defe-sa endógena do organismo (RILEY, 1994 apud BIANCHI; ANTU-NES, 1999).

Naturalmente a vitamina E se faz presente em alimentos de origem vegetal, principalmente nos verde-escuros, nas sementes oleaginosas, nos óleos vegetais e no germe de trigo. (SETIADIA, 2003 apud BATISTA; COSTA; PINHEIRO-SANT’ANA, 2007). Além de presente em alimentos vegetais, a vitamina E também é encontrada em alimentos de origem animal, como a gema de ovo e o fígado.

Os níveis plasmáticos de vitamina E são dependentes da in-gestão de alimentos que naturalmente a contenha, de alimentos for-tificados e de suplementos de vitamina E e C. Apesar de as frutas frescas e os sucos naturais não serem fontes de vitamina E, sua alta concentração de vitamina C, que tem a capacidade de regenerar a vitamina E que foi oxidada, aumenta seu nível plasmático. (KANG et al., 2004 apud BATISTA; COSTA; PINHEIRO-SANT’ANA, 2007).

Para alcançar a recomendação é necessário ingerir grande quantidade de alimentos ricos em ácidos graxos insaturados, o que, consequentemente, aumentará a necessidade de vitamina E para prevenir a oxidação. Uma dieta rica em frutas e hortaliças e re-duzida em gorduras, provavelmente, contém menos de 15mg de a-tocoferol, a não ser que haja aumento da ingestão de óleos, no-zes e cereais integrais (TRABER, 1997 apud BATISTA; COSTA; PINHEIRO-SANT’ANA, 2007).

Segundo Schwenke (1998 apud BATISTA; COSTA; PI-NHEIRO-SANT’ANA, 2007) os estudos populacionais sugerem que os níveis de vitamina E capazes de reduzir o risco de doença cardiovascular podem ser obtidos por suplementação. A necessi-dade de alta ingestão contínua de vitamina E, via suplementação com cápsulas, foi estudada como prevenção do estresse oxidativo. Entretanto, além da dose de vitamina E ingerida, devem-se consi-derar as diferenças dos seus vitâmeros, no que condiz à biopotên-

Page 18: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

17ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

cia e ao metabolismo (SETIADIA, 2003 apud BATISTA; COSTA; PINHEIRO-SANT’ANA, 2007).

Compostos Fenólicos

Estudos demonstram que os compostos fenólicos são res-ponsáveis pela capacidade antioxidante de vários frutos e vegetais, além das vitaminas C, E e beta-caroteno, dentre os compostos fe-nólicos com propriedade antioxidante, destacam-se os flavonóides que, quimicamente, englobam as antocianinas e os flavonóides não-antocianinas. As antocianinas são pigmentos solúveis em água, amplamente difundidas no reino vegetal e conferem as várias nu-ances de cores nas laranjas em diferentes espécies, cores vermelha e azul encontradas em frutas, vegetais, flores, folhas e raízes (RO-CKENBACH, 2008).

Os flavonóides não-antocianinas são pigmentos de cores branca ou amarela clara encontradas nos alimentos, que são impor-tantes por atuarem na co-pigmentação das antocianinas. Atualmen-te, existe uma tendência mundial em usar pigmentos naturais como corantes para alimentos e, dentre eles, destacam-se as antocianinas. Esse interesse é também influenciado pelas observações promisso-ras de seu potencial benéfico à saúde decorrente de sua ação antio-xidante (WANG et al., 2004 apud FERNANDES, 2009).

Embora o mecanismo de ação antioxidante dos flavonóides não esteja totalmente esclarecido e possa variar de acordo com a estrutura química do composto (GUO et al., 1999 apud SOARES, 2002), de modo geral, os flavonóides são capazes de doar hidrogê-nio para os radicais livres, estabilizando-os e impedindo o estresse oxidativo capaz de gerar danos tissulares ou morte celular (JOVA-NOVIC et al., 1998 apud SOARES, 2002).

Considerando que a geração de radicais semiquinonas e qui-nonas pela apomorfina é mediada por metais e transição (MILLER et al., 1990 apud SOARES, 2002), é possível que a capacidade que-lante dos flavonóides tenha contribuído para sua atividade antio-xidante. A ingestão diária de flavonóides na população brasileira (cerca de 23 mg/dia) excede àquela de outros antioxidantes como

Page 19: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351618

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

a de b-caroteno (2-3 mg/dia) e vitamina E (7-10 mg/dia) (HER-MANN, 2002 apud SOARES, 2002). Assim sendo, os flavonóides representam uma contribuição importante ao potencial antioxidante da dieta.

Embora outros estudos sejam necessários, principalmente acerca do mecanismo de ação, absorção, metabolização, excreção e toxicidade, a importância dos flavonóides como antioxidantes, tan-to em dietas como em terapias de suplementação antioxidante, deve ser evidente (CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007).

Compostos fenólicos agem como antioxidantes, não somente por sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também em virtude de seus radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários ingredientes do alimento, particularmente de lipídios (SILVA et. al., 2010).

Carotenóides (β-Caroteno e Licopeno)

Carotenóides são constituídos de cadeias de polienos, em um longo sistema de duplas ligações conjugadas, rico em elétrons, responsável pela atividade antioxidante desses compostos: tanto na absorção do oxigênio singlet quanto de radicais livres, para inter-romper as reações em cadeia onde eles estão envolvidos (SILVA et al., 2010).

São pigmentos lipossolúveis, amarelos, laranjas e vermelhos, presentes em muitas frutas e vegetais. Em plantas superiores, estão localizados em organelas subcelulares (cloroplastos e cromoplas-tos). Nos cloroplastos encontram-se associados principalmente à proteínas e são, normalmente, mascarados pela presença de outros pigmentos clorofílicos dominantes. Atuam como pigmentos foto-protetores na fotossíntese e como estabilizadores de membranas. Nos cromoplastos, eles são depositados na forma cristalina (ex. to-mates e cenouras) ou como gotículas de óleo (ex. manga e páprica) (KURZ, CARLE; SCHIEBER, 2008 apud SILVA et al., 2010).

Os tecidos de plantas comestíveis contêm uma ampla varie-dade de carotenóides. Os exemplos mais comuns são: tomates (li-

Page 20: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

19ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

copeno), cenouras (α e β-caroteno), milho (luteína e zeaxantina), pimentas vermelhas (capsantina), urucum (bixina) e batata doce (β-caroteno). Outras fontes vegetais de carotenóides são: abóbora, pimentão vermelho e amarelo, inhame, cará, azeitona roxa, repo-lho roxo, folhas verde-escuras (como brócolis e espinafre), alface, aipo, maçã, damasco, manga, ameixa, frutas vermelhas, melancia, laranja, tangerina, nectarina e mamão. Alguns dos carotenóides apresentam a estrutura cíclica β-ionona em suas moléculas sen-do, portanto, precursores de vitamina A (ex. α, β e γ-caroteno e β-criptoxantina). Estudos apontam que a função antioxidante dos carotenóides desempenha um papel importante na redução do risco de câncer, catarata, aterosclerose e no processo de envelhecimento (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2008 apud SILVA et al., 2010).

Diversos estudos demonstram que o consumo de substâncias antioxidantes na dieta diária produz uma proteção contra os pro-cessos oxidativos que naturalmente ocorrem no organismo. Bucioli (2011) demonstrou que a suplementação com vitamina E previne a perioxidação lipídica e a geração de radicais livres.

É oportuno ressaltar que as defesas anti-oxidantes não con-ferem proteção completa contra os RLs produzidos pelo organis-mo durante processos inflamatórios. O equilíbrio entre os RLs e as defesas anti-oxidantes tende ligeiramente em favor das espécies reativas, de modo que elas possam cumprir suas funções biológi-cas. As defesas antioxidantes, chamadas a restabelecer o equilíbrio, permitem ao organismo tolerar o estresse oxidativo leve e mode-rado; a presença de doença e de desnutrição rompe este equilíbrio e provoca estresse grave, com alterações do metabolismo celular, lesão do DNA e dos transportadores de íons das membranas celu-lares, elevação de cálcio e ferro ionizados e peroxidação lipídica. Estes eventos, que contribuem para a progressão da inflamação sis-têmica, culminam em morte celular e disfunção de múltiplos órgãos (LEITE; SARNI, 2003, apud VASCONCELOS, 2014).

As matérias-primas in natura disponíveis como: frutas, vege-tais em geral e condimentos contêm numerosos fitoquímicos além dos compostos fenólicos como, por exemplo, compostos nitroge-

Page 21: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351620

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

nados, carotenóides, ácido ascórbico e tocoferóis. Muitos destes fi-toquímicos apresentam significante capacidade antioxidante e são associados à baixa incidência e baixa mortalidade de câncer em seres humanos (BIRCH et al., 2001; SLUIS et al., 2001; TOMÁS--BARBERÁN et al., 2001; VINSON et al., 2001; WANG; ZHENG, 2001; WATANABE, 1998; YILDRIM; MAVI; KARA, 2002; ZHENG; WANG, 2001 apud DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ, 2004).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das atribuições dos profissionais de nutrição é conhe-cer o sistema antioxidante e por conseguinte prescrever de maneira correta alimentos para manutenção e integridade do sistema orgâni-co, assim vitaminas como vitamina A, C e E, compostos fenólicos como flavonóides e ácidos fenólicos e carotenóides e β-caroteno e licopeno atuam na proteção na ação dos radicais livres em um sis-tema defensivo antioxidante; sem uma intervenção ou sem orienta-ções corretas há comprometimento ou aumento da suscetibilidade orgânica, causando danos celulares que podem resultar em uma sé-rie de patologias, inclusive o câncer; assim esta revisão teve como intuito demonstrar os efeitos dos agentes antioxidantes para manu-tenção saudável do organismo no combate aos efeitos nocivos dos radicais livres.

REFERÊNCIAS

BARREIROS, A. L. B. S et al. Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo. Quím. Nova, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 113-123, fev. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/qn/v29n1/27866.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

BARROS, M. C. Vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo. Disponível em <https://docplayer.com.br/243702-Vitamina-c-na-prevencao-do-envelhecimento-cutaneo.html>. Acesso em: 10 jan. 2019.

BATISTA, E. S. et al. Adição da vitamina e aos alimentos: implicações para os alimentos e para a saúde humana. Rev. Nutr., Campinas, v. 20, n. 5, p. 525-

Page 22: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

21ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

535, out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v20n5/a08v20n5.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

BIANCHI, M. L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Rev Nutr., v. 12, n. 2, p. 123-30, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n2/v12n2a01.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

BUCIOLI, S. A. et al. Efeitos da suplementação de vitamina E em ratos jovens submetidos ao exercício exaustivo. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 11, n. 133, p. 1-6, 2011. Disponível em: < https://bmccomplementalternmed.biomedcentral.com/articles/10.1186/1472-6882-11-133>. Acesso em: 10 jan. 2019.

CERQUEIRA, F. M.; MEDEIROS, M. H. G.; AUGUSTO, O. Antioxidantes dietéticos: controvérsias e perspectivas. Química nova, v. 30, n. 2, p. 441-449, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/35.pdf>. Acesso em: 12 out. 2018.

COUTO, M. A. L.; CANNIATTI-BRAZACA, S. G. Quantificação de vitamina C e capacidade antioxidante de variedades cítricas. Ciênc. Tecnol. Alim., Campinas, v. 30, Supl. 1, p. 15-19, maio 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/03.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

DEGÁSPARI, C. H.; WASZCZYNSKYJ, N. Propriedades antioxidantes de compostos fenólicos. Visão acadêmica, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 33-40, jan./jun. 2004. Disponível em: <revistas.ufpr.br/academica/article/viewFile/540/453>. Acesso em: 10 jan. 2019.

G1. Dieta com antioxidantes é boa para a beleza e retarda o envelhecimento. 2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/09/antioxidantes-sao-bons-para-beleza-e-podem-retardar-o-envelhecimento.html>. Acesso em: 21 out. 2018.

LIRA, L. Q.; DIMENSTEIN, R. Vitamina A e Diabetes Gestacional. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 56, n. 3, p. 355-359, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n3/v56n3a23.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

FERNANDES, A. G. Alterações das características químicas e físico-químicas do suco de goiaba (Psidium guajava L.) durante o processamento. 2007. 87f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/17214>. Acesso em: 10 jan. 2019.

MENDONÇA, A. C. Atividade antioxidante de poliaminas e comparação com produtos naturais e sintéticos. 2009. 88f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Alimento) – Faculdade de Farmácia. Universidade Federal de Minas Gerais,

Page 23: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351622

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 9-22, jan./jun. 2019

Belo Horizonte, 2009. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/MBSA-7ZLKNA>. Acesso em: 12 out. 2018.

ROCKENBACH, I. I Compostos fenólicos, ácidos graxos e capacidade antioxidante do bagaço da vinificação de uvas tintas (Vitis vinifera L. e Vitis labrusca L.). 2008. 114f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) – Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/91153/254768.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 jan. 2019.

SHAMI, N. J. I. E.; MOREIRA, E. A. M. Licopeno como agente antioxidante. Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 2, p. 227-236, jun. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v17n2/21135.pdf>. Acesso 10 jan. 2019.

SILVA, M. L. C. et al. Compostos fenólicos, carotenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais. Semina: Ciências Agrárias, v. 31, n. 3, p. 669-682, 2010. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=445744097017>. Acesso em: 10 jan. 2019.

SOARES, S. E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Rev. Nutr., v. 15, n. 1, p. 71-81, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v15n1/a08v15n1.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.

VASCONCELOS T. B. Radicais Livres e Antioxidantes: Proteção ou Perigo? Unopar Cientifica Ciências Biológicas e da Saúde, v. 16, n. 3, p. 213-220, 2014. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/JHealthSci/article/viewFile/449/419>. Acesso em: 10 jan. 2019.

Page 24: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

23ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

A importância nutricional até o segundo ano de vida

Raíssa Juliana da SILVA1

Carina Alves de MORAES2

Sérvio Antônio BUCIOLI3

Márcio Henrique Gomes MÉLLO4

Fabíola Rainato Gabriel de MELO5

Resumo: As influências da mídia, o empirismo sobre a introdução alimentar, e até mesmo os aspectos culturais possuem relevante influência na alimentação infantil, em especial nos dois primeiros anos de vida. O presente estudo teve como objetivo a orientação de responsáveis e leigos, como também de conscientização da importância da alimentação infantil. Através de um levantamento bibliográfico, foram efetuadas pesquisas de artigos e, a partir deles, efetuada uma revisão bibliográfica demonstrando que vários fatores influenciam a ação dos principais agentes que são os pais e os cuidadores na escolha da alimentação infantil e por conseguinte demosntrar o papel do profissional da saúde, na atuação individual ou em grupos, em especial neste caso de gestantes, ou, mães de bebês com até dois anos evidenciando informações e orientações que venham a reduzir índices de obesidade, desnutrição, anemia, doenças crônicas em crianças por atitudes infindadas na introdução alimentar ou na nutrição até o segundo ano de vida.

Palavras-chave: Alimentação Infantil. Conscientização. Recém-Nascidos. Educação Nutricional.

1 Raíssa Juliana da Silva. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 Carina Alves de Moraes. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 3 Sérvio Antônio Bucioli. Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário. Bacharelando em Nutrição pela mesma instituição. Professor no Curso de Bacharelado em Educação Física do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.4 Márcio Henrique Gomes Méllo. Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Processos Gerenciais pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Professor no Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), do Centro Universitário de Bebedouro. Professor no Curso de Pós-graduação da Universidade de Araraquara. Coordenador e professor na Etec Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <[email protected]>.5 Fabíola Rainato Gabriel de Melo. Doutora e Mestra em Investigação Biomédica pela Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto (SP). Bacharel em Nutrição pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Coordenadora e Docente do Curso de Nutrição no Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

Page 25: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351624

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

Nutritional importance until the second year of life

Sérvio Antônio BUCIOLIRaíssa Juliana da SILVA

Carina Alves de MORAESMárcio Henrique Gomes MÉLLOFabíola Rainato Gabriel de MELO

Abstract: Media influences, empiricism about food introduction, and even cultural aspects have a relevant influence on infant feeding, especially in the first two years of life. The present study had as objective the orientation of responsible and lay people, as well as of awareness of the importance of infant feeding. Through a bibliographical survey, articles were searched and, from them, a bibliographic review was carried out demonstrating that several factors influence the action of the main agents that are the parents and caregivers in the choice of infant feeding and therefore to demonstrate the role of the in particular in this case of pregnant women, or, mothers of babies up to two years of age, evidencing information and guidelines that will reduce obesity, malnutrition, anemia, chronic diseases in children by infinity in the food introduction or nutrition until the second year of life

Keywords: Infant Feeding. Awareness. Newborns. Nutrition Education.

Page 26: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

25ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

1. INTRODUÇÃO

Estudos demonstram que nos últimos tempos ocorreu uma grande evolução no cuidado com a alimentação dos recém-nasci-dos, mas apesar de ser um grande marco, a desnutrição de recém--nascidos ainda é uma dificuldade para a saúde pública. O que pode ser corrigido através da mudança de hábitos alimentares, o alei-tamento materno é de suma importância na primeira fase de vida emuitas vezes é substituído precocemente por outros alimentos, ou seja, a introdução de dietas que deveriam ocorrer a partir do sexto mês está ocorrendo em fase inadequada e em algumas situações o valor nutricional não atende as necessidades da criança (MONTE et al., 2002 apud BRASIL, 2002).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prescreve que seja efetuado, de forma exclusiva, o aleitamento materno até o sexto mês de vida da criança; após esse tempo, deverá ser complemen-tado com a introdução de novos alimentos. O leite materno possui grandes benefícios, contendo todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento e proteção do recém-nascido, além de não possuir nenhum custo. Portanto, preconiza-se que o aleitamento seja efe-tuado até o segundo ano de vida da criança. Porém, algumas mães são impossibilitadas de amamentar, por questões sociais, como nos casos em que a mãe necessita trabalhar fora para o sustento da fa-mília, por razões de estética ou doenças transmissíveis que possam contaminar a criança. A consequência é a utilização do aleitamento complementar a partir do leite bovino ou industrializado (IKEUTI; ZAMBERLUN, 2013 apud YONAMINE, 2013)

O leite materno possui grande valor nutricional; e o mito se-gundo o qual há leite materno “fraco” leva muitas mães a abando-narem a amamentação e a criança deixa de receber toda carga imu-nológica proveniente do leite materno. O primeiro leite produzido chama-se colostro, líquido amarelado em quantidade pequena, po-rém o suficiente para que a criança adquira anticorpos. O forneci-mento deve ser de livre demanda e, quanto mais o bebê sugar, maior será a quantidade de leite produzida. O processo de amamentação deve ocorrer até o esgotamento total da mama, pois a gordura se concentra no final de cada mamada. Não existem estudos que com-

Page 27: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351626

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

provem que algum tipo de alimento aumente a produção de leite; o aumento da produção na realidade resulta de uma dieta equilibrada em macro e micronutrientes, e da ingesta de água (IKEUTI; ZAM-BERLUN, 2013 apud YONAMINE, 2013). O aleitamento materno exclusivo fortalece o sistema imunológico, prevenindo o apareci-mento de algumas doenças, como é o caso de alergias alimentares, diabetes, obesidade, anemia e a desnutrição (VITOLO, 2003).

Os benefícios do aleitamento materno são bem conhecidos, portanto, os índices de mães que amamentam decrescem, o alei-tamento materno é prescrito até o segundo ano de vida da criança, porém no sexto mês é preciso introduzir novos alimentos comple-mentares, pois nesse período ocorre uma alta taxa de crescimento, e nesta fase é necessária a suplementação, pois somente o leite não é suficiente (SUSIN; GIUGLIANI; KUMMER, 2005; AZEVEDO et al., 2010). O que ocorre é uma precocidade na introdução de novos alimentos antes do sexto mês, colocando em riscos a saúde do bebê (MONTE et al., 2002 apud BRASIL, 2002), até mesmo o acréscimo de chás e água são desnecessários no início da vida. Já que o leite materno é completo, deve-se manter o desejo da criança, sem pressões e, no período certo, introduzir e incentivar o consu-mo de frutas e legumes; não consumir alimentos industrializados, nem açucares, bebidas gaseificadas; o sal deve ser usado em pe-quena quantidade, sempre pensar no controle higiênico sanitário do alimento e, caso a criança esteja doente, oferecer alimentos da sua preferência, encorajando-a a se alimentar (MONTE et al., 2002 apud BRASIL, 2002).

O leite materno apesar de possuir baixo teor de ferro em sua composição, porém ajuda para que a criança não adquira anemia nos seis primeiros meses de vida, pois o aproveitamento do mater-no é bem maior (50%) de ferro, em comparação com o leite bovino que é somente 10%. Desde o início, a criança precisa desenvolver hábitos que garantam a absorção da quantidade ideal de ferro, pois a anemia contraída nesse período atrapalha o desenvolvimento in-fantil (VITOLO, 2003). O ferro possui a missão de conduzir oxigê-nio e elétrons para células. Quando ocorre a falta dele, podem acon-tecer algumas deficiências e infecções, podendo chegar até mesmo à morte (SILVA et al., 2015).

Page 28: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

27ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

A falta não somente do ferro, mas também davitamina A em crianças está elencada entre as maiores dificuldades de correção na saúde publica. , seja pela falta de conhecimento sobre a amamenta-ção, por fatores já supracitados, seja pela deficiência alimentar da vitamina A no consumo frutas e hortaliças que possuem a vitamina o que se nota é que crianças com menos de um ano de vida são as mais afetadas, refletindo nos demais anos de suas vidas (SILVA et al., 2015).

Existem diferentes tipos para se iniciar uma alimentação complementar, como o método tradicional e o blw. O método tra-dicional, orienta a mãe a começar a fornecer alimentos em forma de papas e ir aumentando sua espessura até chegar à consistência que a família consome, intercalando com o aleitamento. Mudan-ças nos métodos de preparo pode afetar negativamente a densidade energética do alimento, muitas vezes, alimentos liquidificados ou diluídos colaboram para perdas nutricionais (MONTE et al., 2002 apud BRASIL, 2002). O método Baby-Led Weaning – BLW (CO-NALCO, 2017) sugere que a introdução de novos alimentos sejam efetuadas em pedaços e sem uso de talheres, propiciando uma me-lhor relação com os alimentos pela percepção tátil , este método sugere que o bebê se alimente com liberdade de uma diversidade de ingredientes, durante as refeiçõesde forme intuitiva, de manei-ra que a criança ingira quantidades que supram suas necessidades nutricionais. Nesse processo, algumas pessoas têm medo da crian-ça engasgar ou não receber as dosagens energéticas necessárias. Nesse caso, há a possibilidade da oferta de pedaços maiores, as-sim há facilitação de ver e pegar; outra estratégia relevante consiste na oferta de alimentos ricos em macro e micronutrientes, além da experimentação por quem oferece, ou seja, seu responsável. Está bem consolidado na literatura que a partir dos seis meses já é pos-sível que a criança realize suas refeições juntamente com a família (BRASIL, 2017). Outra relação peculiar e tênue criada por este mé-todo é a confiança estabelecida entre a progenitora e seu filho, bem como a autonomia para escolher sua alimentação, fazendo com que a criança pegue seu alimento com as próprias mãos, no horário das refeições familiares. Os benefícios são: ativar as partes sensoriais, oral e motora do bebê, conhecimentos gerais do que se está con-

Page 29: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351628

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

sumindo, liberdade e controle de sua fome, como também, o lidar melhor com a comida e com seus pais.

Assim, o objetivo desta revisão foi orientar mães e respon-sáveis leigos com relação à alimentação saudável de crianças até o segundo ano de vida, além de elaborar um informativo para nu-trizes e responsáveis por crianças com idade inferior a dois anos e promover a conscientização de gestantes e nutrizes em relação à alimentação infantil e, assim, promover orientação sobre os riscos que envolvem a alimentação na primeira fase da vida e, por fim, difundir as informações nutricionais necessárias para o desenvolvi-mento saudável da criança.

Entre os profissionais da área da saúde, existem muitas con-trovérsias sobre introdução alimentar, desta forma, esta revisão pre-tendeu trazer à luz uma discussão que se inicia na academia e se es-tende à prática profissional, ato contínuo que se reflete nas rotinas diárias de pais, avós, cuidadores em geral.

2. DESENVOLVIMENTO

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2018), o leite ma-terno para o ser humano é o mais adequado suprindo as necessida-des nutricionais, protetoras além da relação afetiva criada com a criança na sua primeira fase de vida. O crescimento infantil se dá de forma acelerada e ininterrupida, precisando assim de estímulos para fortalecer seu engrandecimento e isso pode ocorrer quando a criança tem contato alimentar com o peito de sua mãe, pois ali ocorre um momento de intimidade único.

A alimentação nos primeiros anos de vida é muito importante para o bom desenvolvimento da criança. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2018) recomenda que seja ofertado aleitamento exclu-sivo até os seis meses de idade, ou seja, sem nenhum outro tipo de comida ou bebida, como água ou chá. A partir dessa idade, deve--se inserir alimentos complementares, começando com papas doces e salgadas, até chegar, aos 12 meses, nos alimentos de consistên-cia igual aos ingeridos pelos familiares. Pesquisa feita por Lopes (2018), com 545 crianças menores de 2 anos, constatou que, aos 6

Page 30: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

29ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

meses, 4% das crianças recebiam aleitamento materno exclusivo, 22,4%, aleitamento materno predominante e, 43,4%, aleitamento materno complementar, como mostra a figura 1.

Figura 1. Função de sobrevida para aleitamento materno, aleita-mento materno predominante e aleitamento materno exclusivo da população de crianças menores de 24 meses de Montes Claros (MG) em 2015.

Fonte: Lopes et al. (2018, p. 167).

Antigamente, a OMS recomendava que o aleitamento mater-no exclusivo fosse praticado até o quarto mês de vida da criança, porém mudou para o sexto mês, considerando o crescimento no índice de infecções gastrintestinais, como também a multiplicação de novas morbimortalidades e o intermédio na ingestão de alimen-tos. Pode não parecer, mas antecipar a introdução de alimentos ao cardápio da criança, trará consequências até mesmo para sua vida adulta (VIEIRA et al., 2004).

Segundo estudos feito por Vieira (2004), a introdução preco-ce de alimentos não é apenas uma mera desvantagem, pois o sis-tema gastrointestinal pode não estar preparado para receber alguns alimentos como exemplo podemos citar o amido que tem sua mo-lécula complexapodemos evidenciar ainda acometimentos como alergias alimentares. Outras alterações constantes é má absorção de

Page 31: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351630

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

nutrientes necessários nessa primeira fase, como o ferro, compro-metendo assim o crescimento físico da criança.

Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2018), a família tem papel fundamental no aleitamento, corroborando Susin, Giugliani e Kummer (2005) concluíram que as filhas que tiveram a ajuda da mãe nessa fase de vida da criança, interromperam o aleitamento antes do sexto mês, isto porque as avós inserem outras bebidas à alimentação, nos primeiros meses de vida dos netos.

Muitas pessoas acham que as crianças necessitam de água desde o nascimento, pois não sabem que no leite há água suficiente para sua hidratação, como também a quantidade exata de ferro e zinco; portanto, é recomendável que, até o sexto mês de vida, a criança se alimente exclusivamente de leite materno, já que, sua substituição pode prejudicar a absorção dos nutrientes necessários ao desenvolvimento infantil, levando até mesmo a alguma patolo-gia.

Observando a figura 2, notamos que Lopes (2018) demonstra que 56,8% dos bebês recebiam água a partir de 3 meses, 15,5 suco natural/ fórmula infantil e 10,6% leite de vaca e 31,1% das crianças recebiam suco artificial com 12 meses, notamos ainda que metade das crianças receberam alimentos como: cereais, vegetais, feijão e carne aos 6 meses de idade e 45% receberam frutas aos 5 meses de vida. Quase metade experimentou algum tipo de guloseima antes dos 12 meses de vida.

Page 32: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

31ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

Figura 2. Função de sobrevida para introdução de alimentação complementar: (A) líquidos; (B) alimentos sólidos e semissólidos e (C) guloseimas da população de crianças menores de 24 meses de Montes Claros (MG) em 2015.

Fonte: Lopes et al. (2018, p. 167).

Em um estudo realizado por Susin (2005), em um hospital do Sus de Porto alegre, concluiu-se que 56% de avós maternas e 54% de avós paternas recomendam a oferta de água para os bebês antes

Page 33: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351632

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

do tempo recomendado, contribuindo assim para que o aleitamento materno exclusivo não seja realizado já a partir do primeiro mês de vida. Além da influência das avós, há também a influência de fa-tores biopsicossociais que interferem na amamentação da criança.

Vitolo (2013) corrobora que, após o parto, o leite que a nutriz secreta durante os 3 primeiros dias é o colostro, rico em fatores imu-nológicos de baixo teor de gordura e calorias; além disso, contém nutrientes suficientes para a satisfação diária das necessidades do recém nascido. Santiago (2018) diz que o leite colostro é produzido durante os 5 primeiros dias após o nascimento do bebê e contém lactoferrina, leucócitos, além de contribuir para o desenvolvimen-to da criança. Schincaglia (2015) demonstra, através da pesquisa realizada com 365 crianças na cidade de Goiânia e representada na figura 3, como se dá o aleitamento nos seis primeiros meses de vida. Nesse caso, a pesquisa demonstrou que as crianças tiveram a introdução de novos alimentos à sua dieta antes do tempo reco-mendado, ocasionando um desmame precoce, podendo até mesmo adquirir doenças e aumentar imunidade.

Page 34: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

33ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

Figura 3. Distribuição (%) de crianças menores de seis meses (n=362) em aleitamento materno exclusivo, em aleitamento mater-no e desmamadas, segundo idade da crianca na região noroeste de Goiânia (GO) de 2005 a 2007.

Fonte: Schincaglia et al. (2015, p. 470).

Oliveira, Rigotti e Boccolini (2017) constataram que em de-terminado momento o leite materno passa a não conter todos os benefícios nutricionais que a criança necessita, o que exige a in-trodução de novos alimentos. O Ministério da Saúde orienta que essa introdução se dê no sexto mês de vida, de uma forma oportuna, de acordo com os valores nutricionais necessários, com os devidos cuidados no armazenamento e com a higienização; esses alimentos devem conter a quantidade exata de micronutrientes e macronu-trientes que irão, juntamente com o leite, configurar a alimentação da criança, prevenindo assim doenças como anemia, obesidade e desnutrição. A conscistencia deve ser iniciada em forma de papas e ir se modificando com a idade da criança. No método de alimen-tar os bebês conhecido como o próprio bebê colocará na boca sua alimentação, seja com as mãos ou até mesmo com talheres, mas, na maioria das vezes, a criança utilizará as mãos. Esse método traz alguns benefícios, como a autonomia na alimentação, aquisição de novos conhecimentos sensoriais, de diferentes texturas e experi-mentação de diferentes alimentos. Esse novo artificio tem como

Page 35: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351634

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

uma das suas finalidades evitar o cosumo de comidas industrializa-das. Algumas mães, porém, são resistentes ao método por medo de engasgos e até por conta da produção de sujeira por parte da crian-ça. Os engasgos, no entanto, podem ser minimizados cortando-se, no início, os alimentos em formas circulares. As frutas mais firmes podem ser cozidas pouco antes de sua ingestão. Cortar os alimen-tos em tamanho compatível à palma da mão até a criança adquirir o movimento de pinça e retirar sementes e caroços dos alimentos. Oferecer à criança carne desfiada ou bem cozida. É recomendado ainda que se anote sempre os alimentos oferecidos, para o caso de alergias alimentares. É normal no inicio a criança apenas brincar com os alimentos, por mais que esse método esteja em alta, não existe estudo que comprove que ele seja mais eficaz que o método tradicional. Portanto, a escolha da melhor forma de introduzir a alimentação do bêbe dependerá exclusivamente da preferência do responsável e do nutricionista.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar várias pesquisas em artigos científicos, percebeu--se que o aleitamento materno e a introdução alimentar até os 2 anos de vida da criança não é feita, na maioria das vezes, de forma correta. Há ingestão antecipada de alimentos como: mel, líquidos, açúcares, guloseimas, culmina em diversos acometimentos trazen-do consequências negativas para a crianças no seu desenvolvimen-to físico e mental se estendendo por toda vida .

A obesidade infantil, excesso de peso, desnutrição, anemia, falta de vitamina A são consequências desse novo modo de vida da população, pois o pais/cuidadores além da falta de informação sobre a nutrição infantil e falta de tempo para o praparo adequado, de forma correta, das refeições, termninam por oferecer aos filhos alimentos industrializados, ultraprocessados no lugar de alimentos in natura.

Há vários princípios que influênciam na escolha do tipo de aleitamento e quais alimentos a serem consumidos, bem como sua oferta durante a introdução alimentar. São fatores sociais, psico-

Page 36: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

35ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

lógicos, econômicos, falta de informação dos cuidadores, como também a influência das avós na prática do aleitamento materno, contribuindo com o desmame precoce e, consequentemente, inter-ferindo no contato físico da mãe com recém-nascido.

Cabe ao profissional da área da saúde, através de programas de educação nutricional em grupos com gestantes, orientar mães, avós, cuidadoras em geral, a respeito da importância do aleitamento materno exclusivo, aleitamento materno predominante e aleitamen-to materno complementar e as formas adequadas de introdução ali-mentar nos dois primeiros anos de vida, garantindo assim qualidade de vida e promoção da saúde à criança.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, D. S. et al. Conhecimento de primíparas sobre os benefícios do aleitamento materno. Rev. Rene, Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 201-212, abr./jun. 2010. Disponível em: <http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/viewFile/4523/3410>. Acesso em: 7 de jan. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Política de Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://www.redeblh.fiocruz.br/media/guiaaliment.pdf>. Acesso em: 13 set. 2018.

______. Sociedade Brasileira de Pediatria. BLW: Sociedade Brasileira de Pediatria lança guia sobre alimentação complementar. 2017. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/blw-sociedade-brasileira-de-pediatria-lanca-guia-sobre-alimentacao-complementar/>. Acesso em: 7 jan. 2019.

______. Ministério da Saúde (Org.). Departamento de Atenção Básica. Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf>. Acesso em: 25 set. 2018.

COUTINHO, J. G. et al. A desnutrição e obesidade no Brasil: o enfrentamento com base na agenda única da nutrição. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, sup. 2, p. S332-S340, 2008. Disponível em <http://nutricao.saude.gov.br/docs/boletimSisvan/desnutricao_obesidade.pdf>. Acesso em: 13 set. 2018.

DALLAZEN, C. et al. Introdução de alimentos não recomendados no primeiro ano de vida e fatores associados em crianças de baixo nível socioeconômico.

Page 37: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351636

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

Cad. Saúde Pública, Porto Alegre, v. 34, n. 2, p. 1-6, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v34n2/1678-4464-csp-34-02-e00202816.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

CONALCO. Guia prático para iniciar o Baby-led Weaning. 2017. Disponível em: <https://conalco.com.br/wp-content/uploads/2017/03/Guia-Pr%C3%A1tico-BLW-4.pdf>. Acesso em: 20 set. 2018.

LOPES, W. C. et al. Alimentação de crianças nos primeiros dois anos de vida. Rev Paul Pediatr., v. 36, n. 2, p. 164-170, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v36n2/0103-0582-rpp-36-02-164.pdf>. Acesso em: 27 set. 2018.

MARANHÃO, H. S. et al. Dificuldades alimentares em pré-escolares, práticas alimentares pregressas e estado nutricional. Rev Paul Pediatr., v. 36, n. 1, p. 45-51, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v36n1/0103-0582-rpp-2018-36-1-00004.pdf>. Acesso em: 26 set. 2018.

OLIVEIRA, M. I. C. et al. Fatores associados à falta de diversidade alimentar no segundo semestre de vida. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 65-72, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-462X2017000100065&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 4 out. 2018.

SANTIAGO, L. T. C. et al. Conteúdo de gordura e energia no colostro: efeito da idade gestacional e do crescimento fetal. Rev Paul Pediatr., v. 36, n. 3, p. 286-291, 2018. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-05822018005007107&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 2 out. 2018.

SCHINCAGLIA, R. M. et al. Práticas alimentares e fatores associados à introdução precoce da alimentação complementar entre crianças menores de seis meses na região noroeste de Goiânia. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 24, n. 3, p. 465-474, jul./set. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ress/v24n3/2237-9622-ress-24-03-00465.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.

SILVA, M. A. et al. Prevalência e fatores associados à anemia ferropriva e hipovitaminose A em crianças menores de um ano. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 23, n. 4, p. 362-367, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v23n4/1414-462X-cadsc-23-4-362.pdf>. Acesso em: 25 set. 2018.

SUSIN, L. R. O. et al. A influência dos avós na prática do aleitamento materno. Revista Saúde Pública, v. 39, n. 2, p. 141-147, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n2/24034.pdf>. Acesso em: 20 set. 2018.

VITOLO, M. Nutrição da gestação à adolescência. Rio de Janeiro: Reichmann & Autores Editores, 2003.

Page 38: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

37ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 23-37, jan./jun. 2019

VIEIRA, G. O. et al. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. J Pediatr., Rio de Janeiro, v. 80, n. 5, p. 411-416, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572004000600013&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 3 out. 2018.

YONAMINE, G. H. et al. Alimentação no primeiro ano de vida. In: IKEUTI, D.; ZAMBERLAN, P. Aleitamento materno. 1. ed. Barueri: Manole, 2013. p. 1-6.

Page 39: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun
Page 40: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

39ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

Intervenção em educação nutricional em instituição pública para crianças e adolescentes da cidade de Batatais

Luciane Bento CANTARIM1

Érika da Silva Bronzi MOURA2

Cyntia Aparecida Montagneri AREVABINI3

Gisele Cristina Galati TOLEDO4

Fabíola Rainato Gabriel de MELO5

Resumo: O atendimento nutricional a crianças e adolescentes institucionalizados realizado pela clínica de nutrição do Claretiano – Centro Universitário de Batatais proporciona avaliação e diagnóstico nutricional individualizado a quatorze crianças acolhidas que residem e fazem a maior parte das refeições na instituição investigada para este trabalho denominada “Casa Abrigo”. Em discussão de caso, foram identificados os aspectos que envolvem a alimentação das crianças. Definiu-se as ações para solucionar as causas da prevalência de sobrepeso e obesidade por meio de intervenção educacional entre cozinheiras e coordenação da instituição com o objetivo de adequar a rotina alimentar dos institucionalizados. Nas semanas de aplicação da interatividade e esclarecimentos, ocorreram mudanças como esperado, sendo a substituição de frituras e adoçados por preparações adequadas. Este trabalho trouxe resultados positivos e identificou a necessidade de manutenção da atenção e efetiva intervenção por meio de educação nutricional aos envolvidos no atendimento aos institucionalizados.

Palavras-chave: Educação Alimentar. Estado Nutricional de Crianças e Adolescentes. Atendimento Institucional.

1 Luciane Bento Cantarim. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 2 Érika da Silva Bronzi Moura. Doutora em Nutrição pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Araraquara (SP). Mestra em Saúde na Comunidade pela Faculdade de Medicina da USP, campus Ribeirão Preto (SP). Bacharel em Nutrição pela Universidade Federal de Ouro Preto. Docente do Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário de Batatais e do Curso Técnico em Nutrição e Dietética do Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <[email protected]>. 3 Cyntia Aparecida Montagneri Arevabini. Mestra em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Nutrição pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Docente do curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.4 Giseli Cristina Galati Toledo. Doutora e Mestra em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Nutrição pela Universidade Federal de Alfenas (UFAL). Docente do Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.5 Fabíola Rainato Gabriel de Melo. Doutora e Mestra em Investigação Biomédica pela Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto (SP). Bacharel em Nutrição pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Coordenadora e Docente do Curso de Nutrição no Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

Page 41: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351640

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

Intervention in nutritional education in a public institution for children and adolescents of the city of Batatais

Luciane Bento CANTARIMÉrika da Silva Bronzi MOURA

Cyntia Aparecida Montagneri AREVABINIGisele Cristina Galati TOLEDO

Fabíola Rainato Gabriel de MELO

Abstract: The nutritional care of institutionalized children and adolescents carried out by the Claretiano Nutrition Clinic Centro Universitário de Batatais provides an individualized nutritional assessment and diagnosis to the 14 children who live and make the most meals at the institution investigated for this work called “Casa Abrigo “. In a case study, the aspects that involved the feeding of the children were identified. The actions to solve the causes of the prevalence of overweight and obesity were defined by means of educational intervention among cooks and coordination of the institution with the purpose of adjusting the food routine of the inmates. In the weeks of application of interactivity and explanations, changes occurred as expected, being, substitution of fried and sweetened by suitable preparations. This work brought positive results and identified the need to maintain care and effective intervention in nutrition education to those involved in the care of the institutionalized.

Keywords: Food Education. Nutritional Status of Children and Adolescents. Institutional Attendance.

Page 42: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

41ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

1. INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) in-centiva a pratica de ações de educação alimentar e nutricional atra-vés de jornadas com o objetivo de encorajar debates e iniciar ações efetivas de educação alimentar e nutricional visando a prática da alimentação saudável e a prevenção da obesidade infantil, no am-biente escolar, trazendo a conscientização de ser um investimento presente que se reflete no futuro (BRASIL, 2017a).

A educação alimentar e nutricional, uma das atribuições do nutricionista, conforme Resolução do CFN n° 380/2005 (BRASIL, 2005), deve abranger aconselhamentos necessários à mudança e re-adequação dos hábitos alimentares de indivíduos ou grupos, partin-do da investigação, definição da problemática, sistematização dos fatores determinantes das causas e efetiva intervenção das ações práticas, com objetivos definidos. A solução das questões que afe-tam o estado nutricional de crianças em idade escolar, instituciona-lizadas ou não, deve ter início em abordagens educativas aos res-ponsáveis pela alimentação, que tenham acesso ao planejamento e aquisição, ao preparo e à oferta das refeições.

A instituição é mantida com recursos da prefeitura da cidade de Batatais e doações. O atendimento da instituição é realizado por funcionários públicos municipais que revezam em turnos e mantém assistidos os internos durante 24 horas, todos os dias da semana. As refeições são preparadas na unidade por funcionárias designadas (cozinheiras) e conta com produtos provenientes da administração municipal, a partir de planejamento diário (executado pelas pró-prias cozinheiras) e solicitado ao responsável por compras e almo-xarifado da instituição.

Com base em referências e declarações de funcionárias que acompanham as crianças ao atendimento nutricional, verificou-se a ocorrência frequente de oferta de alimentos com potencial obeso-gênico, na rotina alimentar das crianças, como: massas em grande quantidade, alimentos industrializados, gordurosos e açucarados.

Page 43: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351642

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

O objetivo do trabalho foi determinar e implantar atividades de intervenção para readequar a rotina alimentar das crianças insti-tucionalizadas.

Metodologia

O trabalho investigativo partiu de estratégias de definição dos pontos a serem sanados a respeito da rotina de produção das refeições, frequência alimentar e hábitos adquiridos, interligando as atividades de estágio em Clínica de Atendimento Nutricional, Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) e técnicas de Educa-ção Alimentar e Nutricional (Ministério da Saúde Atenção Básica, 2019). Para o diagnóstico global, este trabalho integra as etapas das atividades inclusas às atribuições do nutricionista com um único objetivo comum.

Composição das informações para estudo de caso

1) Registro de aquisição de produtos, técnica de preparo, aproveitamento dos alimentos, armazenamento, produção das refeições, procedimentos com sobras e resto ingesta.

2) Coleta de dados, qualitativos e quantitativos da alimenta-ção realizada na instituição.

Durante atendimento nutricional ao grupo, foram coletados dados como: cardápio geral do dia anterior, sendo:

Café da manhãDas 6:00 às 9:00 horas

Pão francêsLeite fluído pasteurizadoMargarina vegetalAchocolatado em pó adoçadoChá adoçado

Segundo relato da funcionária, as crianças repetem quantas vezes solicitarem à merendeira.

Page 44: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

43ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

Almoço*Das 10:30 às 13:00 horas

Arroz brancoFeijãoLegumes refogados variadosSalada crua, folhas e tomatesCarneFruta do diaSorvete

Temperos usados: óleo, sal, cebola e alho.

Variações entre bovino, suíno e aves.

Sorvete doado, sempre de massa.

Café da tarde*Das 15 h às 16 h

É oferecida uma opção por criança.Costumam repetir.

Pão caseiroPipocaMisto quente Bolo com coberturaBiscoitos e bolachas variadosVitamina de fruta batida com leite e bolacha de amido de milho.FrutaSuco adoçado

Ou cachorro quenteOu Mousse

Polvilho, água e sal, recheada doceOu todinhoDo diaNatural ou em pó

Jantar*Das 17 h às 18 h

Mesmos itens do almoçoMassa recheadaMacarrão instantâneo

Todos os alimentos do almoçoLasanha, canelone ou panquecaCom tempero sachê

Ceia Das 20h30min às 21h30min horas

LeiteAchocolatado adoçadoCereal açucaradoBolachas variadasBolo com cobertura

*Nos momentos em que as crianças retornam de atendimento externo, são espe-radas com lanches especiais, do tipo: hambúrguer (industrializado), com queijo cheddar, batata palha, maionese, mostarda, ketchup, sucos adoçados e bolos. *Os legumes refogados para o almoço são servidos no jantar, gratinados com creme de leite e queijo. *Na mesa das refeições, são mantidos queijo ralado, farinha de mandioca, ketchup, mostarda e maionese (servidos à vontade) *Entre as opções de carnes, são preparados estrogonofes com creme de leite.

Fonte: elaborado pelas autoras.

Page 45: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351644

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

Discussão de caso

O diagnóstico de sobrepeso e obesidade da maioria das crian-ças atendidas no serviço de atendimento clínico nutricional, com base em classificações estabelecidas e divulgadas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2017c), motivou o desenvolvimento de um projeto de intervenção em educação nutricional à ser aplicado às funcionárias responsáveis pelo planejamento e preparo das refei-ções das crianças institucionalizadas.

Planejamento das ações:

Aulas expositivas aos funcionários: 1) Exposição de embalagens conhecidas de alimentos indus-

trializados, anexadas às quantidades representadas de açú-car contidas.

2) Aulas sobre causas e fisiopatologia das doenças: Diabetes Mellitus, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hiper-tensão arterial e cardiopatias. Distribuição dos materiais de apoio (folders, folhetos e utensílios usados para medi-das caseiras no preparo) às funcionárias responsáveis pelo preparo dos alimentos.

3) Aulas expositivas sobre os 10 passos da alimentação sau-dável e guia alimentar (BRASIL, 2014).

4) Aulas sobre a necessidade de macronutrientes para a in-fância e adolescência.

5) Roda de discussão sobre imagem corporal e suas conse-quências.

Sugestão de cardápio diário:

Segundo o PNAE (BRASIL, 2017b), nos centros de educa-ção infantil, o menu diário deve ser reduzido em gorduras saturadas e gorduras totais, sódio e açúcar, á fim de adequar a qualidade da

Page 46: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

45ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

alimentação das crianças atendidas com o objetivo de recuperar o estado nutricional das mesmas. O cardápio deve ser rico em vitami-nas, fibras e minerais, sendo composto de frutas, verduras e legu-mes diariamente. Alimentos industrializados e artificiais devem ser evitados ao máximo. Deve conter em maioria refeições salgadas do que lanches e sobremesas, por conter proteínas, carboidratos e ou-tros nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes atendidos.

Evitar ketchup, mostarda, maionese, batata palha, molhos prontos, sachês de tempero de macarrão instantâneo, requeijão, creme de leite, leite condensado, caldas doces, achocolatados ado-çados, farinha de mandioca e queijo ralado.

Preparar as refeições usando quantidade mínima de óleo para os refogados; uma colher de sopa de óleo para cada meio quilo de arroz cru. Em cozidos, dispensar óleo e outras gorduras no preparo. Usar a ponta do cabo da colher com sal (3g) para cada 250 gramas de alimento cru.

• Não incluir frituras ou empanados assados ao cardápio.• Não incluir sobremesas açucaradas ao cardápio.• Usar pratos médios ou pequenos para servir.• Montar kits para os lanches e entregar um a cada criança.• Adequação do cardápio diário:

Café da manhãDas 6 h às 9 h

Pão francêsMargarina vegetalLeite semidesnatado batido com maçã e beterraba não adoçado

Uma unidadeDuas pontas de facaUm copo

Almoço*Das 10h30min às 13 h

Não manter queijo e farinha na mesa

Arroz brancoFeijãoLegumes refogados variadosSalada crua; folhas e tomatesCarne (cozida, assada ou grelhada)Fruta do diaGelatina sem açúcar

Temperos usados: óleo, sal, cebola e alho.Ao vapor ou refogados

Variações entre bovino, suíno e aves.

Page 47: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351646

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

Café da tarde*Das 15 h às 16 h

Pão caseiro ou bolo sem coberturaMargarinaSuco natural sem açúcar

Uma fatiaDuas pontas de facaUm copo

Jantar*Das 17 h às 18h30min

Mesmos itens do almoçoSopa de legumes

Não manter queijo ou farinha na mesa

Ceia Das 20h30min às 21h30min

Leite com aveia e canelaBiscoito polvilho ou leite

Uma caneca pequenaduas unidades de um ou de outro

Fonte: elaborado pelas autoras.

2. RESULTADOS

Durante as primeiras quatro semanas de intervenção, os pri-meiros resultados se mostram positivos quanto ao objetivo de cons-cientização sobre as adequações, tendo sido substituídos, ainda que em pequenas proporções, algumas preparações (receitas), por meio de técnicas de preparo de alimentos menos obesogênicos. Dessa forma, substituiu-se frituras e empanados por grelhados e assados; diminuiu-se a quantidade de gordura de adição como os óleos em refogados e cozidos, a quantidade de açúcar refinado adicionado às bebidas (reduzidas à metade do usual).

O projeto prevê a continuidade na ação e a adequação das tarefas á serem aplicadas de acordo com a coordenação da insti-tuição, atuando com parceria no desenvolvimento de estratégias, convenientes ao objetivo do sucesso e efetividade da atuação em educação nutricional. A intervenção deve manter a periodicidade e avaliação da equipe do atendimento nutricional do Claretiano – Centro Universitário.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intervenção apresenta em potencial, positiva e eficaz. Os primeiros sinais de aceitação dos envolvidos na alimentação dos internos revela a carência de informação e conhecimento a respeito das necessidades nutricionais das crianças em idade escolar.

Page 48: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

47ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 39-47, jan./jun. 2019

A educação nutricional é efetiva mediante intervenção inin-terrupta das abordagens e orientações periódicas nas instituições públicas. À maneira que haja controle das ações e resultados, a edu-cação nutricional será perene.

A sua eficácia depende de intensa dedicação e interesse dos responsáveis pelo acolhimento e consequente melhora do estado nutricional e de saúde das crianças e adolescentes (BRASIL, 2014) e PNAE (BRASIL, 2017b).

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde: 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2019.

______. Resolução CFN nº 380, de 28 de dezembro de 2005 atualizada em 13 de setembro de 2017. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências. Conselho Nacional de Nutricionistas, Brasília, 13 set. 2017a. Disponível em: <http://www.cfn.org.br/index.php/resolucao-380-e-alterada-e-pactuada-pelo-sistema/>. Acesso em: 9 jan. 2019.

______. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Alimentação Escolar. Jornada de Educação Alimentar e Nutricional nas Escolas de Educação Infantil Atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar. 2017b. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/pnae/pnae-campanhas/pnae-concurso-jornada-ean>. Acesso em: 28 maio 2018.

______. Ministério da Saúde. IMC em crianças e adolescentes, Avaliação do peso em crianças e adolescentes. 2017c. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/component/content/article/804-imc/40510-imc-em-criancas-e-adolescentes>. Acesso em: 9 jan. 2019.

______. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Promoção da saúde e da alimentação saudável. Educação Alimentar e Nutricional. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_promocao_da_saude.php?conteudo=educacao>. Acesso em: 1 jan. 2019.

Page 49: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun
Page 50: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

49ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

A importância da nutrição no auxílio ao tratamento da Doença de Crohn

Tainá da Silva QUEIROZ1

Maria Carolina Cristino ANTONIO2

Sérvio Antônio BUCIOLI3

Márcio Henrique Gomes MÉLLO4

Fabíola Rainato Gabriel de MELO5

Resumo: A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória, que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca ao ânus, porém acomete principalmente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (colón). Seus sintomas variam de acordo com a localização e a extensão das lesões. Dentre os sintomas estão a diarreia, a cólica ou dor abdominal, as náuseas, a perda de apetite, a perda de peso, a fadiga e, às vezes, o sangramento retal. A redução da ingestão alimentar causada pelos sintomas gastrointestinais e o uso dos medicamentos indicados para o tratamento da doença podem contribuir para a redução do peso, o déficit de nutrientes, afetando o estado nutricional do portador da doença. Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar a importância da nutrição no auxílio ao tratamento da doença de Crohn e apresentar a conduta dietoterápica indicada para fase da doença. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica em obras físicas e virtuais, artigos científicos indexados em bases de dados da internet, como Google Acadêmico e SciELO, e sites oficiais e periódicos. Diante dos riscos e prevalência da desnutrição e das deficiências nutricionais enfrentadas tanto na fase ativa, como na fase de remissão da doença, o tratamento nutricional visa a recuperar e/ou manter o estado nutricional do paciente, fornecendo aporte adequado de nutrientes, a aliviar seus sintomas, a reduzir as indicações cirúrgicas, a diminuir a atividade da doença e as complicações pós-operatórias, sendo necessário a avaliação do estado nutricional dos pacientes para definir a conduta dietoterápica que será utilizada nas diferentes fases da doença e, quando não for possível atingir as necessidades nutricionais, o suporte enteral ou parenteral poderá ser indicado. Podemos concluir que diante das deficiências nutricionais que a doença de Crohn pode gerar, devido aos sintomas inerentes e até mesmo pelo uso de medicamentos, o suporte nutricional se torna indispensável, tanto na recuperação como na manutenção do estado nutricional do portador da doença.

Palavras-chave: Doença de Crohn. Doenças Inflamatórias. Terapia Nutricional. Dietoterapia.

1 Tainá da Silva Queiroz. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 Maria Carolina Cristino Antonio. Bacharelanda em Nutrição pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.3 Sérvio Antônio Bucioli. Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário. Bacharelando em Nutrição pela mesma instituição. Professor no Curso Bacharelado em Educação Física do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.4 Márcio Henrique Gomes Méllo. Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Processos Gerenciais pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Professor no Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), do Centro Universitário de Bebedouro. Professor no Curso de Pós-graduação da Universidade de Araraquara. Coordenador e professor na Etec Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <[email protected]>.5 Fabíola Rainato Gabriel de Melo. Doutora e Mestra em Investigação Biomédica pela Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto (SP). Bacharel em Nutrição pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Coordenadora e Docente do Curso de Nutrição no Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

Page 51: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351650

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

The importance of nutrition in the aid to the treatment of Crohn’s Disease

Sérvio Antônio BUCIOLITainá da Silva QUEIRÓZ

Maria Carolina Cristino ANTONIOMárcio Henrique Gomes MÉLLOFabíola Rainato Gabriel de MELO

Abstract: Crohn’s disease is an inflammatory disease, which can affect any part of the gastrointestinal tract, from the mouth to the anus, but mainly affects the lower part of the small intestine (ileum) and the large intestine (colon). Its symptoms vary according to the location of the lesions and the extent. These include diarrhea, colic or abdominal pain, nausea, loss of appetite, weight loss, fatigue, and sometimes rectal bleeding. Reduced food intake caused by gastrointestinal symptoms and the use of medications indicated for the treatment of the disease may contribute to weight reduction, nutrient deficiency, affecting the nutritional status of the patient with the disease. This research aims to demonstrate the importance of nutrition in helping the treatment of Crohn’s disease and to present the dietary behavior indicated in each stage of the disease. For this, a bibliographic review was carried out based on physical and virtual works, scientific articles indexed in internet databases, such as Google Academic and SciELO, and official and periodical websites. In view of the risks and prevalence of malnutrition and nutritional deficiencies faced in both the active and the remission phases of the disease, nutritional treatment aims at recovering and / or maintaining the patient’s nutritional status, providing adequate nutrients, relieving symptoms, reduce surgical indications, reduce disease activity and postoperative complications, and it is necessary to evaluate the nutritional status of the patients, to define the dietary behavior that will be used in the different stages of the disease and when it is not possible to reach nutritional needs, enteral or parenteral support may be indicated. We can conclude that due to the nutritional deficiencies that Crohn’s disease can cause due to the inherent symptoms and even the use of the medication, nutritional support becomes indispensable both for the recovery and maintenance of the nutritional status of the patient.

Keywords: Crohn’s Disease. Inflammatory Diseases. Nutritional Therapy. Diet Therapy.

Page 52: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

51ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

1. INTRODUÇÃO

A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória, que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca ao ânus; po-rém, acomete principalmente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (colón). É uma das doenças pertencentes a um grupo conhecido como “doenças inflamatórias intestinais” (DII) (ABCD, [s.d.]).

As doenças inflamatórias intestinais foram descritas pela primeira vez pelo italiano Giovanni Battista Morgagni, em 1761, após um de seus pacientes, um homem de 20 anos, apresentar “en-terocolite granulomatosa’’. Quase um século depois, o patologista Samuel Wilks, descreveu a retocolite ulcerativa, com a morte de uma mulher de 42 anos, que após sofrer vários meses de diarreia e febre, ficou demonstrado o envolvimento do colón e do reto por uma inflamação (SANTOS, 2011).

A Doença de Crohn foi descrita pela primeira vez, em 1932, pelo médico norte-americano Burrill Bernard Crohn e colaborado-res, que identificou os detalhes clínicos e patológicos da doença que acabou levando seu nome. Em 1959, o cirurgião H. E. Lockhart--Mummery descreveu as alterações nas diferentes fases dessa en-fermidade e, a partir dessa data, a Doença de Crohn começou a ser diagnosticada separadamente da retocolite ulcerativa, devido as individualidades identificadas com base em estudos macroscópicos e microscópicos (SANTOS, 2011).

A Doença de Crohn é caracterizada pela formação de ulce-rações, fístulas, estenoses e granulomas. Seus sintomas variam de acordo com a localização e a extensão das lesões. Dentre eles estão a diarreia, relacionada a má absorção de sais biliares e solutos, o excessivo crescimento bacteriano e a deterioração da mucosa intes-tinal; a cólica ou dor abdominal, que costuma acometer o quadrante inferior direito ou a região epigástrica; as náuseas, a perda de apeti-te, a perda de peso, a fadiga e, às vezes, o sangramento retal. Além disso, pode causar complicações fora do trato-gastrointestinal, tais como: erupções na pele, artrite e inflamação nos olhos (ABCD, [s.d.]; PAPACOSTA et al., 2017).

Page 53: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351652

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

Sua etiologia ainda é desconhecida, porém, acredita-se que a doença seja resultado de uma resposta imunológica inapropriada aos antígenos das bactérias da microbiota intestinal, nos indivídu-os geneticamente suscetíveis. Estudos indicam ainda que fatores ambientais, como agentes infecciosos, anti-inflamatórios e toxinas possam ser os principais causadores dessa resposta imune inade-quada. Outras teorias sugerem a participação de fatores genéticos, alimentares e até distúrbios psicológicos como possíveis causas da doença. O tabagismo também pode contribuir para o desen-volvimento da doença, que pode ocorrer em qualquer idade, sexo ou raça, apesar de ser mais frequente em pessoas entre 14 e 24 anos e mais comum em uma mesma família (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016; ABCD, [s.d.]; SANTOS, 2011; PAPACOSTA et al., 2017; WALFISH; COMPANIONI, [s.d.]).

Se a história clinica sugerir a possibilidade de doenças infla-matórias intestinais, o diagnóstico pode ser feito a partir de exa-mes laboratoriais, radiológicos, endoscópicos e histopatológicos. Exames radiológicos são importantes para identificar a presença de obstrução intestinal. Enquanto a ileocolonoscopia com biopsia pode detectar a presença da doença (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

A mensuração da atividade da doença pode ser feita a partir do Índice de Atividade da Doença de Crohn (do inglês Crohn´S Disease Activity Index, CDAI), sendo considerada grave quando os índices são superiores a 450; moderada, entre 220 e 450 e, leve, de 150 a 219. A doença pode ser considerada em fase de remissão quando os níveis estão abaixo de 150 (ARAÚJO et al., 2008).

Sendo uma doença crônica, o tratamento medicamentoso age diminuindo a inflamação gastrointestinal e visa a aliviar sintomas, a evitar ou a reduzir as complicações, a induzir e a manter a remis-são nos casos de doença ativa. Visa ainda a curar fístulas e a melho-rar a qualidade de vida dos pacientes; porém, não cura a doença. A cirurgia pode ser necessária quando a terapia medicamentosa não surte efeito ou, até mesmo, para curar fistulas, fissuras ou uma obs-trução intestinal (ABCD, [s.d.]; SANTOS, 2011).

Page 54: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

53ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

Os medicamentos utilizados no tratamento são: drogas anti--inflamatórias, drogas imunossupressoras e antibióticos. Alguns outros medicamentos são utilizados para aliviar sintomas, dentre eles, medicamentos laxativos, antidiarreicos e analgésicos (SAN-TOS, 2011).

As drogas anti-inflamatórias diminuem a inflamação; porém, causam reações adversas, como a diminuição do apetite, as náuseas e o vômito. As drogas imunossupressoras também agem sobre a inflamação, mas sua ação se direciona sobre o sistema imunológi-co. Assim como os anti-inflamatórios, os imunossupressores cau-sam efeitos colaterais indesejáveis, como náuseas, dor de cabeça, mal estar e podem aumentar o risco de infecções graves (SANTOS, 2011).

A redução da ingestão alimentar, causada pelos sintomas gas-trointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, a má absorção e o uso dos medicamentos indicados para o tratamento da doença podem contribuir para a redução do peso, o déficit de macronu-trientes e micronutrientes, afeta o estado nutricional do portador da doença. Os pacientes podem ter ainda aumento das necessida-des nutricionais como consequência da atividade inflamatória. A digestão e a absorção de gorduras também podem ser prejudicadas, uma vez que há perda da área de superfície intestinal, decorrente da inflamação ou diminuição de sais biliares, resultando em má absorção e agravando a esteatorreía, gerando assim deficiência em vitaminais lipossolúveis (SILVA et al., 2011; OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016; RODRIGUES; PASSONI; PAGANOTTO, 2008).

As deficiências nutricionais mais comuns, segundo Salviano, Burgos e Santos (2007) são perda de peso, desnutrição, hipoalbu-minemia, anemias e deficiência de vitaminas e minerais, incluin-do vitamina B12, ácido fólico, vitamina D, ferro, cálcio, zinco e magnésio, o que, por sua vez, agrava o prognóstico do paciente em tratamento.

Assim, o tratamento nutricional visa a recuperar e/ou manter o estado nutricional do paciente, fornecendo aporte adequado de nutrientes. Visa ainda a alíviar os sintomas, a reduzir as indicações

Page 55: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351654

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

cirúrgicas, a diminuir a atividade da doença e das complicações pós-operatórias (RODRIGUES; PASSONI; PAGANOTTO, 2008).

Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa é demonstrar a importância da nutrição no auxílio ao tratamento da doença de Crohn e apresentar a conduta dietoterápica indicada para cada fase da doença.

2. METODOLOGIA

Esta pesquisa baseou-se em revisão bibliográfica de obras físicas e virtuais, artigos científicos indexados em bases de dados da internet, como, Google Acadêmico e SciELO, e sites oficiais e periódicos. Foram utilizados como palavras-chave os termos “Do-enças inflamatórias intestinais”, “Doença de Crohn” e “tratamento nutricional na Doença de Crohn”.

3. DESENVOLVIMENTO

A prevenção de carências nutricionais nos pacientes portado-res da Doença de Crohn é indispensável, uma vez que uma caracte-rística comum desta patologia é a desnutrição devido aos sintomas decorrentes da doença e considerada uma das complicações nas do-enças inflamatórias intestinais. Desta forma, estudos demonstram que o acompanhamento nutricional durante o tratamento medica-mentoso, com intuito de diminuir carências nutricionais, aliviar sintomas e fornecer aporte adequado de nutrientes, tende a gerar maior qualidade de vida nos pacientes, além de uma possível remis-são da atividade da doença (FERNANDES et al., 2014).

Um estudo realizado por Silva et al. (2011), avaliou 55 pa-cientes portadores de doenças inflamatórias intestinais, com idade entre 16 e 62 anos, e evidenciou que tanto os portadores na fase ativa da doença, como na fase de remissão, apresentaram ingestão alimentar menor que as necessidades diárias recomendadas.

Conforme Silva et al. (2011), a mortalidade pela Doença de Crohn está relacionada a desnutrição energético-proteica, o que

Page 56: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

55ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

aumenta as complicações cirúrgicas e contribui diretamente para o aumento das taxas de hospitalização, permanência hospitalar, necessidade de terapia nutricional enteral ou parenteral, fistulas e obstrução intestinal. Ainda, segundo o autor, em crianças e ado-lescentes, a terapia nutricional promove melhora significativa no bem-estar e qualidade de vida, sendo indicada para evitar atraso de crescimento e prevenir ou tratar a desnutrição.

Diante dos riscos e prevalência da desnutrição e das defici-ências nutricionais enfrentadas tanto na fase ativa, como na fase de remissão da doença, faz-se necessária a avaliação do estado nutri-cional dos pacientes que norteara a conduta dietoterápica (OLIVEI-RA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Como métodos, destacam-se a avaliação nutricional que é a forma de verificar a perda de peso, com base na aferição de peso e estatura para determinação do IMC; temos ainda as circunferências e as pregas cutâneas, além da avaliação bioquímica como um dos parâmetros de monitoramento dos pacientes, mesmo nos períodos de remissão, já que estes podem apresentar deficiências devido à má absorção de nutrientes; a avaliação dietética, por meio do re-cordatório ou registros alimentares; e a avaliação subjetiva global, para assim definir a conduta que será utilizada. (OLIVEIRA; SIL-VA; DALL’ALBA, 2016).

Dietoterapia na fase ativa da doença

É importante que na fase ativa da doença a alimentação seja direcionada ao alivio dos sintomas e à prevenção ou reversão da desnutrição. As dietas devem ser hipercalóricas, levando em con-ta o hipercatabolismo decorrente da inflamação, sendo de 30 a 35 kcal/kg/dia; hiperprotéica nos casos de desnutrição (até 2g/kg/dia) ou de 1 a 1,5g/kg/dia; e hipolipídica (<20% das calorias totais ao dia), uma vez que grandes quantidades de gordura podem piorar a diarreia (DIESTEL; SANTOS; ROMI; 2012; CUPPARI, 2005).

Ainda nessa fase, a dieta deve ser isenta de lactose, já que a inflamação pode comprometer enzimas digestivas, principalmente a lactase, agravando a diarreia. Como as em fibras solúveis [retar-

Page 57: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351656

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

dam o esvaziamento gástrico, aumentam o volume e maciez das fe-zes e promovem a proliferação de bifidobacterias no colón, contri-buindo para o equilíbrio da flora intestinal a dieta deve ser rica em fibras solúveis. De acordo com Cuppari (2005), a dieta deve ainda ser pobre em fibras insolúveis, já que aceleram o transito intestinal e aumentam o volume das fezes, agravando a diarreia. Deve-se evi-tar o consumo excessivo de sódio, em especial naqueles pacientes que utilizam corticoides para reduzir a retenção hídrica (DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012; ABCD, [s.d.]).

A anemia atinge cerca de 60-80% dos pacientes portadores da doença de Crohn, principalmente na fase ativa. É, portanto, ne-cessário dispensar atenção à deficiência de micronutrientes. Evi-dencias sugerem a suplementação de vitamina D e cálcio, pois , devido à baixa ingestão de produtos lácteos há risco aumentado de osteopenia que é agravada pelo uso de corticoides.

Além disso, é necessária observação quanto a carências quanto de vitamina B12 e ácido fólico, e elementos como o potás-sio, magnésio e ferro e deficiência de outros nutrientes, como as vitaminas lipossolúveis como vitamina A, E e K que estão associa-das a estetorréia. (DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012; OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Pacientes com complicações inerentes a doença, como fistu-las localizadas no reto ou colón distal, devem receber dietas isentas de resíduos e fibras ou dietas enteral elementar. Já as fistulas de baixo debito do cólon proximal e íleo terminal devem ser tratadas com dieta enteral elementar. Se o debito for elevado, é indicada a terapia nutricional parenteral (DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012).

Na fase ativa da doença, se a alimentação por via oral for in-suficiente para suprir o aporte energético necessário, por conta dos sintomas como náuseas, vomito, desconfortos abdominais, diarreia e inapetência, o suporte enteral ou parenteral deve ser empregado com o objetivo de melhorar o estado nutricional do paciente (OLI-VEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Page 58: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

57ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

Dietoterapia na fase de remissão da doença

Não há evidencias de uma dieta especifica para a fase de re-missão. Sabe-se que nessa fase as calorias devem ser adequadas ao estado do paciente e que a dieta não deve ser restritiva. Porém, é necessario se atentar às limitações individuais e aos alimentos que possam causar desconforto e que, uma vez identificados, devem ser evitados (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Segundo Diestel, Santos e Romi (2012), os carboidratos sim-ples, como a sacarose e a lactose, devem ser adicionados gradativa-mente, uma vez que não causem intolerâncias. E o conteúdo de fi-bras insolúveis da dieta deve evoluir progressivamente. Alimentos relacionados com a formação de gases também devem ser evitados, se estes causarem desconforto ao paciente (CUPPARI, 2005).

Terapia Nutricional Enteral e Parenteral

A via oral deve ser a primeira escolha para a administração da dieta, porém, quando o paciente for incapaz de atingir as ne-cessidades nutricionais diárias, e apresentar risco de desnutrição, o suporte de nutrição enteral pode ser iniciado. Já o uso do suporte parenteral fica reservado a pacientes intolerantes à terapia enteral ou que necessitem do repouso do TGI, apresentem obstrução intes-tinal, fistulas de alto debito ou no jejum pré-operatório (FLORA; DICHI, 2006; CUPPARI, 2005).

O suporte enteral é preferível quando comparado ao paren-teral, conforme evidencias, por manter o trofismo da mucosa in-testinal, além dos custos elevados e dos riscos de complicações da Terapia Nutricional Parenteral. Como na administração da nutrição parenteral o trato gastrointestinal fica sem nutrientes, ocorre atrofia intestinal e aumento da permeabilidade e, com isso, translocação bacteriana. É aconselhável, portanto, que a nutrição parenteral fi-que restrita aos casos em que a nutrição enteral não seja indicada (FLORA; DICHI, 2006; CUPPARI, 2005; FERNANDES et al., 2014).

Page 59: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351658

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

A taxa de remissão da atividade da doença, segundo estudos, fica entre 53% e 80% quando utilizada a nutrição enteral. Quanto às fórmulas, há divergências na literatura sobre qual a mais adequa-da à doença de Crohn, não havendo diferença significativa entre o uso de fórmulas polímeras ou elementares. Entretendo, evidências sugerem que as fórmulas elementares sejam mais sucetíveis a pro-vocar diarreia osmótica (FLORA; DICHI, 2006; CUPPARI, 2005; SILVA et al., 2011; DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012).

Embora evidências sugiram que a nutrição enteral exclusiva, ou seja, em substituição à terapia medicamentosa, tenha efeitos te-rapêuticos por atuar na modulação de mecanismos de defesa imu-nológica e melhorar o perfil das citocinas intestinais e, com isso, reduzir a atividade da doença, ainda não são conclusivos, já que outros estudos sugerem que a terapia nutricional enteral exclusiva não seja eficiente se comparado ao uso de corticosteroides (DIES-TEL; SANTOS; ROMI, 2012).

Em relação à administração, é indicada a ingestão de 25 a 35kcal/kg, iniciando a terapia nutricional com 20ml/h e evoluin-do gradativamente conforme a tolerância. Não são indicadas doses acima de 120ml/h devido a possíveis complicações como refluxo, náuseas e diarreia (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

Nutrientes Imunomoduladores

Os imunomoduladores são nutrientes utilizados como estra-tégia terapêutica, que agem modulando a resposta inflamatória, mantendo a integridade da mucosa intestinal e melhorando o esta-do nutricional dos pacientes (OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

A glutamina é um aminoácido não essencial que atua como substrato energético dos linfócitos e enterócitos, atua na prevenção da atrofia e no aumento da permeabilidade da mucosa intestinal e atua também como anti-inflamatório. A Terapia nutricional enteral suplementada com glutamina proporciona menor lesão intestinal e diminuição da perda de peso. Cuppari (2005) sugere a suplementa-ção de 30g/dia por manter a estrutura, o metabolismo e as funções

Page 60: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

59ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

intestinais durante estados de comprometimento da mucosa. En-tretanto, carece de evidências quanto ao seu uso nas doenças infla-matórias intestinais, já que estudos realizados não demonstraram benefício da inclusão de glutamina na dieta. Segundo Silva et al. (2011) e Oliveira et al. (2016), o seu uso não é recomendado, uma vez que os benefícios não estão comprovados, sendo necessários mais estudos (FLORA; DICHI; 2006).

Um outro nutriente estudado atualmente são os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3, em razão da suas propriedades anti-infla-matórias, o que segundo evidências contribui para a redução da ati-vidade inflamatória e indica benefícios no tratamento das doenças inflamatórias intestinais. Silva et al. (2011) sugere que a suplemen-tação de ômega 3 auxilie na manutenção da remissão da doença de Crohn, sendo o uso de 3-5g/dia recomendado por Diestel, Santos e Romi (2012).

Probióticos

Probióticos são microrganismos vivos presentes nos alimen-tos ou em suplementos que atuam promovendo o equilíbrio da flora intestinal. Pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais apresentam menor quantidade de bactérias benéficas, como lacto-bacillus e bifidobacterium, e maior quantidade de bactérias nocivas (FLORA; DICHI; 2006; DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012).

Grandes alterações da microbiota intestinal ocorrem tanto na fase ativa, como na fase de remissão da doença de Crohn, por outro lado, estudos demonstram que os Probióticos são capazes de redu-zir a proliferação de bactérias patogênicas, diminuir as citocinas inflamatórias, normalizar a permeabilidade intestinal e modular a resposta imune. As cepas mais utilizadas são os lactobacillus e bifi-dobacterium (DIESTEL; SANTOS; ROMI, 2012; SANTOS et al., 2015).

Em trabalhos realizados com pacientes em uso de mesalazina combinado com Probióticos, apenas 1 dos 16 estudados apresentam reativação da doença, enquanto os que utilizaram apenas mesalazi-na, 6 tiveram ativação da doença. Além disso, outros estudos reali-

Page 61: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351660

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

zados se mostraram favoráveis ao uso de Probióticos em pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais. Seu uso se mostra promissor na melhora dos sintomas decorrentes da doença, como diarreia, cólicas, flatulência e até má digestão da lactose. Entre-tanto, vale ressaltar que os benefícios dependerão da dose, cepas e duração do uso (FLORA; DICHI, 2006; OLIVEIRA; SILVA; DALL’ALBA, 2016).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das deficiências nutricionais que a doença de Crohn pode gerar, devido aos sintomas inerentes e até mesmo pelo uso dos medicamentos, tanto na fase ativa, quanto na fase de remissão, o suporte nutricional se torna indispensável, tanto na recuperação como na manutenção do estado nutricional do portador da doença. A avaliação nutricional deve ser realizada a fim de avaliar o estado nutricional do paciente e para definir a conduta dietoterápica indi-cada. Na fase ativa a alimentação por via oral deve ser priorizada, porém, quando não é possível atingir as necessidades nutricionais, o suporte enteral pode ser indicado e este deve ser preferível, sen-do o parenteral indicado apenas quando o trato gastrointestinal não puder ser utilizado. As necessidades devem ser calculadas com cau-tela e a atividade inflamatória deve ser considerada. Dietas hiper-proteicas podem ser utilizadas nos casos de desnutrição e, nesse caso, a tolerância individual deve ser observada, não sendo indica-das dietas restritivas.

Em relação aos imunomoduladores, por mais que a suple-mentação com glutamina e ômega 3 em alguns estudos se mostrem benéficas ao tratamento de doenças inflamatórias intestinais, ain-da são necessárias mais evidencias que comprovem sua eficácia e, portanto, o nutricionista deve ter cautela na prescrição. Já os pro-bióticos, por promoverem equilíbrio na flora intestinal, devem ser utilizados no auxílio ao tratamento da doença, uma vez que estudos comprovam sua eficácia no tratamento de sintomas como diarreia, cólicas abdominais, flatulência e até na melhora da absorção da lactose.

Page 62: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

61ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

REFERÊNCIAS

ABCD – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COLITE ULCERATIVA E DOENÇA DE CROHN. Sobre a Doença de Crohn. Disponível em: <abcd.org.br/sobre-a-doenca-de-crohn/>. Acesso em: 5 jan. 2019.

ARAÚJO, S. E. A. et al. Doença de Crohn Intestinal: Manejo. Projeto Diretrizes. São Paulo: Sociedade Brasileira de Coloproctologia; Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva; Sociedade Brasileira de Patologia; Colégio Brasileiro de Radiologia, 2008. Disponível em: <diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/doenca-de-crohn-intestinal-manejo.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2018.

CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição clínica no adulto. 2. ed. rev. e ampl. Barueri, SP: Manole, 2005.

DIESTEL, C. F.; SANTOS, M. C.; ROMI, M. D. Tratamento nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 11, n. 4, p. 1-10, out./dez. 2012. Disponível em: <http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=355>. Acesso em: 8 nov. 2018.

FERNANDES, L. L. et al. Cuidados alimentares nas doenças inflamatórias intestinais. Cad. Cult. Ciênc., Ano IX, v. 13, n. 1, jul. 2014. Disponível em: <http://periodicos.urca.br/ojs/index.php/cadernos/article/view/688>. Acesso em: 23 ago. 2018.

FLORA, A. P. L.; DICHI, I. Aspectos atuais na terapia nutricional da doença inflamatória intestinal. Rev Bras Nutr Clin., v. 21, n. 2, p. 131-137, 2006. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/68593/2/39686.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2018.

OLIVEIRA, A. M.; SILVA, F. M.; DALL’ALBA, V. Dietoterapia nas doenças gastrintestinais do adulto. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2016.

PAPACOSTA, N. G. et al. Doença de Crohn: um artigo de revisão. Revista de Patologia do Tocantins, v. 4, n. 2, p. 25-35, jun. 2017. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/patologia/article/view/3614/9740>. Acesso em: 25 out. 2018.

RODRIGUES, S. C.; PASSONI, C. M. S.; PAGANOTTO, M. Aspectos nutricionais na Doença de Crohn. Cadernos da Escola de Saúde Nutrição, v. 1, n. 1, p. 1-8, 2008. Disponível em: <portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernossaude/article/view/2237/1810>. Acesso em: 25 out. 2018.

SALVIANO, F. N.; BURGOS, M. G. P. A; SANTOS, E. C. Perfil socioeconômico e nutricional de pacientes com doença inflamatória intestinal internados em um hospital universitário. Arq. Gastroenterol., v. 44, n. 2, p. 99-106, abr./jun. 2007.

Page 63: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351662

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 49-62, jan./jun. 2019

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ag/v44n2/a03v44n2.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

SANTOS, L. A. A. et al. Terapia nutricional nas doenças inflamatórias intestinais: artigo de revisão. Nutrire, v. 40, n. 3, p. 383-396, dez. 2015. Disponível em: <sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publicacoes/486.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

SANTOS, S. C. Doença de Crohn: uma abordagem geral. 2011. 48f. Monografia (Especialização em Análises Clinicas) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32917/SHAYENNE%20DE%20CASTRO%20SANTOS.pdf?sequence=1>. Acesso em: 23 ago. 2018.

SILVA, A. F.; SCHIEFERDECKER, M. E. M.; AMARANTE, H. M. B. S. Ingestão alimentar em pacientes com Doença Inflamatória Intestinal. ABCD Arq Bras Cir Dig., v. 24, n. 3, p. 204-209, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202011000300005>. Acesso em: 23 ago. 2018.

SILVA, M. L. T. et al. Terapia Nutricional na Doença de Crohn. Projeto Diretrizes. São Paulo: Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral; Associação Brasileira de Nutrologia, 2011. Disponível em: < https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_na_doenca_de_crohn.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

WALFISH, A. E.; COMPANIONI, R. A. C. Doença de Crohn. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios digestivos/doen%C3%A7as-intestinais-inflamat%C3%B3rias-dii/doen%C3%A7a-de-crohn> acesso em: 4 out. 2018.

WGO – WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANISATION. Doença inflamatória intestinal. 2015. Disponível em: <http://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/inflammatory-bowel-disease-portuguese-2015.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

Page 64: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

63ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

Alterações no pH do organismo alcalose metabólica e acidose metabólica

Sérvio Antônio BUCIOLI1

Márcio Henrique Gomes MÉLLO2

Resumo: A manutenção de diversas vertentes corporais são de suma importância para o equilíbrio homeostático; dentre os processos de estabilidade que se espera no organismo, o equilíbrio ácido base é bastante relevante, assim, modificações do pH podem gerar diversas alterações orgânicas, considera-se normal o pH sanguíneo mantido entre 7,34 e 7,44, por outro lado configura uma acidose quando o pH encontra-se menor que 7,34 e consideramos alcalose, quando este mesmo fator (pH) fica acima de 7,44, sendo descrito na literatura que a faixa compatível com a vida está entre 6,8 e 8,0. Esta revisão teve como objetivo direcionar os profissionais de nutrição que, ao entenderem e aplicarem tais alicerces científicos em seu cotidiano de prescrições alimentares, têm na aquisição deste conhecimento uma segurança que os amparará em melhores análises e tomadas de decisão, utilizando os subsídios de tamponamento, componente respiratório e renal para aplicação prática profissional com o objetivo de investigar alterações no pH do organismo, esperando assim elucidar as interações orgânicas da alcalose metabólica e acidose metabólica e relacionar esses conceitos à formação acadêmica e à aplicabilidade da formação profissional.

Palavras-chave: Equilíbrio Ácido-base. Alterações no pH. Acidose Metabólica. Alcalose Metabólica.

1 Sérvio Antônio Bucioli. Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário. Bacharelando em Nutrição pela mesma instituição. Professor no Curso Bacharelado em Educação Física do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 Márcio Henrique Gomes Méllo. Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel em Processos Gerenciais pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Professor no Curso de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), do Centro Universitário de Bebedouro. Professor no Curso de Pós-graduação da Universidade de Araraquara. Coordenador e professor na Etec Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <[email protected]>.

Page 65: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351664

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

Changes in method of metabolic alcalose and metabolic acidose

Sérvio Antônio BUCIOLIMárcio Henrique Gomes MÉLLO

Abstract: The maintenance of several body parts are of paramount importance for the homeostatic balance; among the expected stability processes in the body, the base acid balance is quite relevant, so changes in pH can lead to several organic changes, it is considered normal the blood pH maintained between 7.34 and 7.44, on the other hand it is an acidosis when the pH is lower than 7.34 and we consider alkalosis when this same factor (pH) is above 7.44, and it is described in the literature that the compatible range of life is between 6.8 and 8 , 0. The purpose of this review was to direct nutrition professionals who, in understanding and applying such scientific foundations in their daily dietary prescriptions, have in the acquisition of this knowledge a security that will support them in better analysis and decision making, using the subsidies of tamponamento, respiratory and renal components for professional practice in order to investigate alterations in the pH of the organism, hoping to elucidate the organic interactions of metabolic alkalosis and metabolic acidosis and to relate these concepts to the academic formation and the applicability of professional training.

Keywords: Acid-base Balance. Changes in pH. Metabolic Acidosis. Metabolic Alkalosis.

Page 66: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

65ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

1. INTRODUÇÃO

Os termos alcalose e acidose são utilizados para determinar modificações do pH sanguíneo que serão consecutivamente deno-minações decorrentes da diminuição e do aumento da concentração de íons H no sangue. A manutenção do “potencial Hidrogeniôni-co” (pH), possui entre outras funções, a regulação térmica e hídri-ca (temperatura, osmolaridade), a relação de trocas gasosas entre oxigênio e dióxido de carbono, que são precípuas para o bom fun-cionamento orgânico e celular e estão associados a uma série de processos enzimáticos, bioquímicos e metabólicos.

O pH sanguíneo é considerado suportável quando mantido entre 7,34 e 7,44, sendo que o pH abaixo de 7,34 configura a acido-se, caracterizada pelo aumento das concentrações de íons Hidrogê-nio. Inversamente a este processo, o potencial Hidrogeniônico (pH) acima de 7,44, caracteriza a alcalose, se houver diminuição de íons de Hidrogênio, sendo que as alterações compatíveis com a vida no pH sanguíneo situam-se entre 6,8 e 8,0.

Para o profissional de nutrição conhecer esses parâmetros é de extrema importância na sua formação acadêmica e, subsequen-temente, no cotidiano profissional, pois o desregulamento do equi-líbrio ácido básico (alterações na homeostase ácido básico) pode ser danoso, em especial, se estas modificações ocorrerem de manei-ra acentuada, ou seja, de maneira célere e intensificada.

É importante salientar que o organismo humano pode utili-zar sobrecarregar sistemas em função de manter o que lhe é vital; mesmo assim, pequenas variações da concentração do hidrogênio já desencadeiam uma série de reações químicas capazes de alte-rar relevantemente o metabolismo celular, inibindo ou acelerando funções; Dessa forma, alterações extremas podem culminar em va-soconstrição pulmonar e vasodilatação sistêmica, edema cerebral, decréscimo da contratilidade miocárdica, dentre muitas alterações, inclusive a morte celular.

Page 67: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351666

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

2. DESENVOLVIMENTO

Por definição, “[...] um íon hidrogênio é um próton único li-vre, liberado do átomo de hidrogênio. Moléculas contendo átomos de hidrogênio que podem liberar íons hidrogênio são conhecidas como ácidos [...] uma base é um íon ou uma molécula capaz de receber um H+” (GUYTON; HALL, 2011, p. 401).

Segundo Piva, Garcia e Martha (1999), moléculas que con-têm átomos de hidrogênio e são capazes de liberá-los em soluções são chamadas ácidos. Por essa definição, podemos dizer que uma base é um íon ou ainda uma molécula capaz de aceitar um íon hi-drogênio; associando essa definição à nutrição, encontramos no corpo humano um exemplo de funcionamento em que um micro-nutriente age como base, as proteínas, por causa da carga negativa de alguns aminoácidos, têm carga negativa efetiva que aceita o íon hidrogênio. Complementando, Guyton e Hall (2011, p. 401) afir-mam que “[...] proteína hemoglobina nas hemácias e proteínas de outras células do corpo estão entre as bases mais importantes do corpo”.

Ainda para o autor supracitado, base e álcali são usados como sinônimos com frequência, sendo álcali a formação molecular de um ou mais metais alcalinos, que reagem rapidamente com ions de H+. De modo semelhante, a denominação alcalose refere-se à remoção excessiva de H+ dos líquidos corporais, em contraste com a adição excessiva de H+, conhecida como acidose (GUYTON; HALL, 2011).

Conforme descrito anteriormente e corroborando com as in-dicações de Furoni (2010), a manutenção do pH do sangue consi-derado normal varia entre 7,34 e 7,44; a acidose caracterizada pelo aumento das concentrações de íons Hidrogênio se dará com pH menor a 7,34; já a alcalinose tem como característica metabólica a diminuição de íons de Hidrogênio em que o potencial Hidrogeniô-nico (pH) fica acima de 7,44.

Guyton e Hall (2011) divergem dos limítrofes de Furoni (2010) e definem 7,4 como marco de equilíbrio e, assim, conside-ram estado de acidose quando o pH cai abaixo de 7,4 e de alcalose

Page 68: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

67ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

quando o pH está acima de 7,4. Portanto, ambos autores concordam que o intervalo compatível com a vida está em um pH entre 6,8 e 8,0.

Guyton e Hall (2011 p. 402) afirmam ainda que: O pH intracelular geralmente é um pouco mais baixo do que o pH do plasma porque o metabolismo das células pro-duz ácido. Dependendo do tipo de células, estima-se que o pH dos líquidos intracelulares fique entre 6,0 e 7,4. A hipoxia dos tecidos e o fluxo sanguíneo deficiente nesses tecidos podem causar acúmulo de ácido e diminuir o pH intracelular.

O pH da urina varia de 4,5 a 8,0, dependendo do estado ácido-base do líquido extracelular. Os rins têm um papel essencial na correção de desvios de concentração de H+ no líquido extracelular ao excretarem ácidos ou bases nas taxas variadas.

A manutenção do equilíbrio estável (homeostase) do organis-mo é fundamental para o eficiente funcionamento dos órgãos e sis-temas de maneira que alterações geradas de natureza física (calor, frio, umidade), psicológica (depressão e ansiedade por exemplo) ou bioquímica (geradas por fármacos por exemplo), podem rom-per com este estado estável, corroborando com os apontamentos de Dantas (2005) que define a homeostase como o estado de equilíbrio estável que sistemas constitutivos do organismo vivo mantêm em uma relação existente entre este e o meio ambiente, podendo esta ser rompida por fatores internos que o autor diz ser oriundos do córtex cerebral, ou externos, como as alterações de temperatura, e ainda situações inusitadas, que podem desencadear emoções, al-terações da pressão, entre outros; e sempre que este “equilíbrio” é quebrado, existem mecanismos compensatórios para que a ho-meostase seja reestabelecida.

No caso do equilíbrio ácido-base, é preciso um balanceamen-to entre a remoção líquida do corpo e a ingesta ou produção de H+. “A regulação precisa de H+ é essencial, pois as atividades de quase todos os sistemas de enzimas do corpo são influenciadas pela concentração de H+. Portanto, mudanças na concentração de hidro-

Page 69: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351668

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

gênio alteram praticamente todas as funções celulares e corporais” (GUYTON; HALL, 2011, p. 401).

Para o organismo regular a concentração dos íons hidrogênio (H+), é de suma importância a harmonização entre os ácidos e as bases no interior das células (líquido intracelular), no meio líquido que as cerca (líquido intersticial) e no sangue (líquido intravascu-lar); neste processo de regulação, os rins desempenham funções primordiais na regulação e remoção de H+; porém, existem outros mecanismos, como o tamponamento ácido-base abrangendo as cé-lulas, o sangue e os pulmões imprescindíveis na manutenção de níveis normais de concentração H+ dentro (intracelular) e fora da célula (extracelular) (GUYTON; HALL, 2011).

Assim para evitar acidose ou alcalose existem três sistemas primários para regulação das concentrações de H+ nos líquidos cor-porais segundo Furoni (2010) e Guyton e Hall (2011):

1) Os Sistemas Tampão 2) O Componente Pulmonar3) O Componente RenalEmbasados nos autores supracitados, de maneira geral, de-

finimos como sistemas tampão químicos ácido-base dos líquidos corporais, que se combinam imediatamente com ácido ou base para evitar alterações excessivas na concentração dos ions de H+, evi-tando alterações de pH; o Componente Pulmonar é descrito como o centro respiratório que basicamente regula a remoção de CO2 e do líquido extracelular; e o Componente renal, (ou os rins), que podem excretar tanto urina ácida como alcalina, reajusta a concentração de H+ no líquido extracelular para níveis normais durante a acidose ou alcalose.

Os Sistemas Tampão

“Um sistema tampão é constituído por um ácido fraco e o seu sal de uma base forte, em relação constante, para combinar com ácidos e bases em excesso e evitar variações do pH” (SOU-ZA; ELIAS, 2006 p. 284); assim, podemos afirmar que um siste-

Page 70: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

69ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

ma tampão é constituído por um ácido fraco e sua base conjugada. Segundo Évora e Garcia (2008), destacamos no organismo quatro relevantes sistemas de tamponamento: bicarbonato/ácido carbôni-co, proteínatos/proteínas, fosfatos monoácidos/fosfatos biácidos e hemoglobinato/hemoglobina.

A tabela 1 demonstra os principais sistemas tampão do orga-nismo e as suas quantidades relativas.

Tabela 1. Principais sistemas tampão do organismo. O sistema do bicarbonato é o mais abundante e extremamente importante na neu-tralização dos ácidos formados pelo metabolismo celular.

Fonte: Souza e Elias (2006, p. 313).

Estas substâncias-tampões minimizam as modificações do pH acrescendo ou diminuindo íons H+. “Entre os tampões do es-paço extracelular o bicarbonato e as proteínas plasmáticas desem-penham papel relevante, enquanto a hemoglobina e os fosfatos es-tão em primeiro plano no compartimento intracelular” (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 301).

Estes tampões atenuam de modificações bruscas, mantendo o equilíbrio ácido-base, sendo que o tampão bicarbonato é conside-rado o mais importante deste sistema conforme explicam SOUZA; ELIAS (2006, p. 313).

O sistema bicarbonato/ácido carbônico é o de maior impor-tância na regulação do pH, durante a circulação extracor-pórea. A base forte deste sistema é o bicarbonato e o ácido fraco é o ácido carbônico. Quando um ácido se acumula no

Page 71: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351670

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

sangue, o bicarbonato do sistema tampão se combina com o mesmo, alterando o equilíbrio próprio do sistema tam-pão. O ácido carbônico em excesso, se dissocia em CO2 e H2O e o dióxido de carbono é eliminado pelos pulmões ou pelo oxigenador (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313).

Segundo Guyton e Hall (2011 p. 403), “[...] o sistema tampão do bicarbonato consiste em uma solução aquosa contendo dois in-gredientes: (1) um ácido fraco, H2CO3 e (2) um sal bicarbonato, como o NaHCO3. O H2CO3 é formado no corpo pela reação de CO2 com H2O”.

Se a enzima anidrase carbônica (que é abundante nas pare-des dos alvéolos pulmonares, onde CO2 é liberado; e encontra se ainda nas células epiteliais dos túbulos renais) não estiver presente esta reação se torna muito lenta pouca quantidade de H2CO3 são formadas se a enzima não estiver presente

CO2 + H2O anidrase carbônica H2 CO3

Segundo Piva, Garcia e Martha (1999), o Tampão Bicaborna-to é capaz de aceitar um íon de hidrogênio formado por um ácido fraco H2CO3, sendo a mistura de ácido carbônico (H2CO3) e Bicar-bonato de Sódio (Na HCO3) na mesma solução a mistura típica do Sistema Tampão Bicarbonato.

Observando a figura 1 em que está representada a curva de ti-tulação do sistema tampão bicabornato e que mostra o pH do líqui-do extracelular na forma de HCO3- e CO2 ou (H2 CO3), podemos afirmar a eficiência do sistema tampão bicabornato por que o pH do extracelular está por volta de 7,4 enquanto o pK do sistema tampão do bicarbonato é de 6,1. E as concentrações dos dois elementos do sistema do bicarbonato CO2 e H2CO3 não são altas (GUYTON; HALL, 2011).

Page 72: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

71ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

Figura 1. Curva de titulação do sistema tampão bicabornato que mostra o pH do líquido extracelular na forma de HCO3- e CO2 ou (H2 CO3).

Fonte: Guyton e Hall (2011, p. 407)

Segundo Furoni (2010, p. 6): O sistema tampão é constituído pelo bicarbonato (HCO), ossos, hemoglobina, proteínas plasmáticas e intracelula-res. Estas substâncias são capazes de doar ou receber íons H minimizando alterações do pH e têm por objetivo deslo-car a reação para maior produção de CO e água que podem ser eliminados pela respiração. O sistema tampão ocorre instantaneamente à alteração ácido-básica constituindo, assim, a primeira linha de defesa para variações do pH.

Assim como o sistema tampão bicabornato, o tampão fosfato é capaz de transformar um ácido forte em um composto de ácido fraco mais sal, sendo de extrema importância para os líquidos dos tubulares renais. Para Gyuton e Hall (2011, p. 405): “O sistema--tampão do fosfato é especialmente importante nos líquidos tubu-lares dos rins, e também é importante no tamponamento do líquido intracelular porque a concentração de fosfato nesse líquido é bem maior que no líquido extracelular”.

Page 73: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351672

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

Duas razões explicam tal importância do sistema tampão fos-fato nos rins, mais especificamente nos líquidos tubulares destes.

A primeira razão é que o fosfato fica muito concentrado nos túbulos incrementando assim o potencial de tamponamento do sis-tema fosfato. A segunda razão está no pH do líquido tubular que é consideravelmente menor que o líquido extracelular fazendo com que a faixa de pK do sistema fique em torno de 6,8 (GUYTN; HALL, 2011).

Os autores supracitados apresentam ainda o importante papel do sistema tampão fosfato no tamponamento intracelular em que a concentração do fosfato é maior no líquido intracelular que no líquido extracelular, sendo que o pH intracelular é mais baixo que o pH extracelular, ficando assim mais próximo do Pk do sistema tampão fosfato, quando comparado com o líquido extracelular.

Piva, Garcia e Martha (1999) explicam ainda o Sistema de tamponamento Proteína afirmando que é o mais abundante do or-ganismo, sendo composto por proteínas plasmáticas e celulares, e elucidando que “[...] exceto para hemácias a lentidão de íons hi-drogênio e bicarbonato através das membranas celulares, muitas vezes, retarda por várias horas a capacidade dos tampões intracelu-lares de tamponarem as anormalidades ácido básicas extracelulares (GUYTON, 1996 apud PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999, p. 235).

Para Guyton e Hall (2011, p. 406), “aproximadamente 60 a 70% do tamponamento químico total dos líquidos corporais se dá no interior das células, e grande parte resulta das proteínas intrace-lulares”.

O Componente Pulmonar (respiratório)

A segunda linha de defesa é o sistema respiratório que entra em ação em poucos minutos, retendo ou eliminando CO2 e, por con-sequência, equilibrando déficits e excessos de H2CO3 no organismo (PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999).

A regulação da ventilação é extremamente sensível as al-terações na concentração de CO2, O2 e pH e responde ra-pidamente com o objetivo de realizar troca de CO2 por O2

Page 74: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

73ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

nos alvéolos pulmonares. Mudanças na produção de CO2 por O2 nos alvéolos pulmonares. Mudanças na produção de CO2 são acompanhadas por alterações correspondentes na ventilação alveolar. A medida da Pressão parcial de gás carbônico (PCO2) reflete então a ventilação alveolar (troca gasosa) (PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999, p. 235).

Desta forma podemos afirmar que o controle pulmonar é res-ponsável pela regulação de CO2 em sua concentração sanguínea, eliminando-o (acidose) ou retendo-o (alcalose) (FURONI, 2010).

Quando o CO2 não é eliminado adequadamente, acumula-se no sangue e reage com a água, aumentando o teor de ácido carbônico. O ácido é parcialmente neutralizado pelo bicarbonato do sistema tampão, mas deixa livre um excesso de H+, que tende a reduzir o pH. Ao contrário, quando o CO2 é eliminado em excesso, no oxigenador, o bicarbonato (NaHCO3) se dissocia. O sódio (Na+) livre, forma sais diferentes do bicarbonato e o íon HCO3

- rea-ge com a água (H2O), formando ácido carbônico e íons hidroxila (OH-). Os íons hidroxila combinam-se aos íons hidrogênio (H+) para formar água. A produção de H2CO3 reduz o teor de H+ no sangue, com consequente elevação do pH. A regulação respiratória do equilíbrio ácido-base é feita exclusivamente através da regulação do CO2. Altera-ções da ventilação no oxigenador, podem produzir quebra daquele balanço e interferir com o metabolismo celular (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313-314).

Segundo a explanação gráfica de Guyton e Hall (2011), na figura 1, notamos que o controle respiratório é exercido por varia-ções na concentração de íons H+ sobre o bulbo em que o compo-nente pulmonar, após a alterações no equilíbrio acidobásico, é acio-nado em questão de minutos, corroborando então com Piva, Garcia e Martha (1999). Guyton e Hall (2011) reafirmam o componente respiratório como segundo na linha de defesa para variações do pH.

Page 75: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351674

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

Figura 1. Controle por feedback da concentração de íons hidrogê-nio pelo sistema respiratório.

Fonte: Guyton e Hall (2011, p. 407).

O Componente Renal

O componente renal é uma importante defesa na regulação ácido básico, podemos dizer que temos entre os mecanismos regu-ladores das alterações do pH sanguíneo, como o mais duradouro dos mecanismos regulatórios, sendo que a compensação renal do pH, é eficaz após 24 a 48 horas (SOUZA; ELIAS, 2006; FURONI, 2010).

A compensação renal, entretanto, é mais completa, porque retorna o poder de tamponamento do sangue a níveis nor-mais, refazendo o seu principal sistema tampão. Os rins excretam, diariamente, 50 miliequivalentes de íons hidro-gênio e reabsorvem 5.000 miliequivalentes de íon bicar-bonato.

Além de influir na restauração do equilíbrio ácido-base, a compensação renal é a mais importante, na manutenção da constância do meio ambiente das células, o líquido ex-tracelular. Os rins reagem aos distúrbios da osmolaridade, desidratação e hipotensão, eliminando ácidos não voláteis e não carbônicos (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313).

Através da reabsorção de bicarbonato filtrado e da regene-ração do bicarbonato através da excreção de H+, os rins possuem a capacidade de controlar o equilíbrio ácido-base excretando uri-

Page 76: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

75ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

na ácida ou básica. Isso ocorre por que quantidades acentuadas de HCO3

- são filtradas continuamente nos túbulos e, ao serem elimi-nadas pela urina, removem base do sangue. Podemos notar ainda quantidades grandes de ions de hidrogênio H+ serem secretados no lúmen tubular pelas células epiteliais tubulares, removendo, assim, ácido do sangue.

Desta forma, se for eliminado menor quantidade de H+ que HCO3-, haverá um aumento de ácido do líquido extracelular, por outro lado, quando é secretado mais H+ que HCO3,

- acontece uma perda líquida de ácido do líquido extracelular (FURONI, 2010; GUYTON; HALL, 2011).

É importante salientar, com base nas considerações de Guyton e Hall (2011), que os rins aumentam sua excreção quando há uma alcalose, por não conseguirem reabsorver todo o bicarbonato fil-trado; elucidando mais, podemos entender que o íon bicarbonato tampona o íon hidrogênio no líquido extracelular, assim esta redu-ção significa acrescentar hidrogênio ao líquido. Já em situação de acidose, o bicarbonato na urina pelos rins, reabsorvendo todo o bi-carbonato filtrado e produzindo um novo bicarbonato, que é acres-centado de volta ao líquido extracelular, esse mecanismo reduzindo a concentração de H+. “Assim os rins regulam a concentração de H+ do líquido extracelular por de três mecanismos fundamentais: (1) secreção de H+; (2) reabsorção de HCO3- filtrado e (3) produ-ção de novo HCO3-” (GUYTON; HALL, 2011, p. 408).

Segundo Souza e Elias (2006), podemos entender como acidose metabólica por um aumento nos ions de H+, podendo ter como causa comum uma precária oxigenação tecidual que se utiliza do metabolismo anaeróbico, cujo produto final é ácido lático, ou seja, um “[...] ácido fraco, não volátil, e que, portanto, não pode ser eliminado pelo pulmão ou pelo oxigenador. A dissociação do ácido lático libera íons hidrogênio, que vão contribuir para reduzir o pH do sangue” (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 319).

A redução da oxigenação dos tecidos, que induz ao me-tabolismo anaeróbico, com produção excessiva de ácido lático e acidose metabólica, também pode ocorrer na cir-culação extracorpórea, quando o fluxo arterial está redu-zido em relação às necessidades do paciente, quando há

Page 77: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351676

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

vasoconstrição de determinados leitos vasculares, quando o sangue arterial não está adequadamente oxigenado ou quando a oxihemoglobina não libera suficiente oxigênio aos tecidos, por desvios da sua curva de dissociação (SOU-ZA; ELIAS, 2006, p. 319).

O ion lactato é outro produto da dissociação do ácido lático que é metabolizado no fígado, porém, na acidose lática, a sua pro-dução supera a capacidade de metabolização daquele órgão, per-mitindo seu acúmulo no sangue. Os autores supracitados afirmam ainda que “[...] o lactato desloca o sódio do bicarbonato; além dis-so, como mecanismo de compensação, o pulmão aumenta a elimi-nação de CO2 para manter o teor de ácidos do sangue. Este último mecanismo inexiste durante a perfusão” (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 319).

A redução do fluxo arterial pode ser acometida por diversos fatores, como a própria estimativa inadequada para as necessidades do paciente em manobras cirúrgicas em que a redução intencio-nal do pH pode ser feita para facilitar procedimentos. A liberação de vasopressores, como as catecolaminas que são excitadas pelo stress da circulação extracorpórea e pela interação do sangue com as superfícies não endoteliais do circuito extracorpóreo gerando vasoconstrição, é bastante comum. Em pacientes diabéticos, sub-metidos a jejum prolongado, pode ocorrer acidose metabólica por liberação de ácidos cetônicos, produto final do metabolismo da gli-cose, na ausência da insulina.

Para a alcalose metabólica pode ocorrer, contudo, quando há excesso de bases, como o bicarbonato de sódio, quando há admi-nistração de diuréticos, há grande eliminação de líquidos e de ele-trólitos, principalmente o potássio e as perdas geradas acarretam eliminação de ions H+ pela urina e retenção de íons bicarbonato, que produz a alcalose metabólica. Apesar de lenta, a alcalose me-tabólica pode ser observada em pessoas que fazem prolongado uso de diuréticos. “De um modo geral, a alcalose metabólica é branda, bem tolerada, e não necessita de qualquer tratamento específico” (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 321).

Page 78: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

77ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pudemos entender que o equilíbrio ácido base quando bem assimilado torna-se uma ferramenta diferencial para os profissio-nais de saúde. Esse assunto foi abordado pela disciplina de Meta-bolismo dos Nutrientes como parte das atividades virtuais e como estratégia pedagógica de formação acadêmica que, por conseguin-te, serão de primordial importância no cotidiano das práticas em nutrição.

O embasamento científico aqui apresentado teve como obje-tivo, através de uma revisão de literatura, demonstrar os sistemas de tamponamento, componente respiratório e renal como mecanis-mos compensatórios orgânicos que, com a quebra da homeostase por alterações do equilíbrio ácido básico, são ativados evitando co-lapsos que, sem tais manifestações metabólicas, culminariam em quadros incompatíveis com a sobrevivência.

Concluímos desta forma que, ao realizar o cumprimento deste componente formativo, estamos assimilando conhecimentos sobre os quadros de acidose e alcalose metabólica que indistintamente corroboraram para a formação e consolidação de conceitos que em um breve, quando habilitados à prática, ou mesmo durante estágios de formação, propiciarão, sem dúvida, um amplo campo para que tal prática venha a auxiliar àqueles que acompanharemos.

Por fim, a investigação das alterações no pH do organismo trouxe à luz o entendimento das manifestações orgânicas da alca-lose metabólica e acidose metabólica, dando-nos subsídios para identificar e, subsequentemente, quando habilitados, intervir em práticas dentro da nutrição.

REFERÊNCIAS

DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 4. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

ÉVORA, P. R. B.; GARCIA, L. B. Equilíbrio ácido-base. Medicina, Ribeirão Preto, v. 41, n. 3, p. 301-311, 2008. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.

Page 79: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351678

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019

br/2008/VOL41N3/SIMP_6Equilibrio_acido_base.pdf>. Acesso em: 12 maio 2017.

FURONI, R. M. et al. Distúrbios do equilíbrio ácido-básico. Rev. Fac. Ciênc. Méd., Sorocaba, v. 12, n. 1, p. 5-12, 2010. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/viewFile/2407/pdf>. Acesso em: 12 maio 2017.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

PIVA, J. P.; GARCIA, R. G.; MARTHA, V. F. Distúrbios no equilíbrio ácido-básico. Jornal de Pediatria, v. 75, Supl. 2, p. S234-S243, 1999. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54357/000265676.pdf?...1>. Acesso em: 12 maio 2017.

SOUZA, M. H. L.; ELIAS, D. O. Alterações do equilíbrio ácido-base. In: ______. Fundamentos da circulação extracorpórea. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro Editorial Alfa Rio, 2006. p. 309-325.

Page 80: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

79ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

Política Editorial / Editorial Policy

A Revista Medicina e Saúde é uma publicação científica com periodicidade semestral, em formato digital, do Claretiano – Centro Universitário, destinada à divulgação de conhecimento científico na área médica e ciências da saúde, em estudos especí-ficos, interdisciplinares ou multidisciplinares, com destaque para pesquisas nas áreas de atenção à saúde (cuidado às necessidades de saúde individuais e coletivas), gestão em saúde, educação em/na saúde.

O periódico tem como público-alvo os estudantes de gradu-ação do curso de Medicina e dos demais cursos da área da Saúde do Claretiano – Centro Universitário, bem como seus respectivos corpos docentes, além de pesquisadores de outras instituições de âmbito nacional e internacional.

A Revista Medicina e Saúde destina-se à publicação de tra-balhos inéditos que apresentem resultados de pesquisas de campo originais e bibliográficas sendo submetidas no formato de artigos originais, revisões da literatura, relatos de caso ou experiência e resenhas.

Os manuscritos devem ser originais e se destinar exclusiva-mente a esta Revista. Os trabalhos aceitos e publicados são de pro-priedade da Revista Medicina e Saúde, sendo sua reprodução, total ou parcial, em outras publicações sujeita à autorização do Editor e à menção da fonte. Ao encaminharem os manuscritos, os autores assumem inteira responsabilidade pelos conceitos neles emitidos e pela observância das normas registradas na Política Editorial do periódico.

Idiomas

As línguas aceitas para publicação são o português, o inglês e o espanhol.

Page 81: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351680

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

Análise dos trabalhos

a) Inicialmente os editores avaliam o texto que poderá ser desqualificado se não estiver de acordo com as normas da ABNT, apresentar problemas na formatação ou tiver reda-ção inadequada (problemas de coesão e coerência).

b) Em uma segunda etapa, os textos selecionados serão envia-dos a dois membros do Conselho Editorial que avaliarão as suas qualidades de escrita e conteúdo. Dois pareceres negativos desqualificam o trabalho e, havendo discordân-cia, o parecer de um terceiro membro é solicitado.

c) Conflito de interesse: no caso da identificação de conflito de interesse da parte dos revisores, o editor encaminhará o manuscrito a outro revisor ad hoc.

d) O autor será comunicado do recebimento do seu trabalho no prazo de até oito dias; e da avaliação do seu trabalho em até 90 dias.

e) O ato de envio de um original para a Revista Medicina e Saúde – Revista Científica do Claretiano – Centro Univer-sitário, automaticamente, na seção dos direitos autorais a ele referentes, devendo a revista ser consultada em caso de republicação. A Revista não se responsabilizará pelo con-teúdo dos textos, sendo eles de responsabilidade dos seus autores, sobre os quais recaem as respectivas responsabi-lidades legais relativas às informações neles veiculadas. Ademais, não se responsabilizará por textos já publicados em outros periódicos.

f) Cabe ao autor conseguir as devidas autorizações de uso de imagens/fotografias com direito autoral protegido, de-vendo estas ser encaminhadas, quando necessário, junto com o trabalho para a avaliação. Também é do autor a responsabilidade jurídica sobre uso indevido de imagens/fotografias.

g) Trabalhos que envolvam pesquisa direta e/ou indireta com Seres Humanos deverão apresentar número de protocolo e

Page 82: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

81ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

data de aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, do projeto ao qual o trabalho está vincula-do, podendo ser este o comitê vigente na instituição (CEP/CLARETIANO) ou outro do território nacional, desde que devidamente regularizado junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). É dever do pesquisador, bem como da competência editorial do periódico, cumprir as determinações éticos contidos na Resolução do CNS 466/12. Importante: Em caso de trabalho que envolva pes-quisa diretas ou indiretas com Seres Humanos, é preciso que o último parágrafo do tópico “Metodologia” apresente clara afirmação deste cumprimento.

h) Pesquisas realizadas em/com Animais deverão apresentar número e protocolo de aprovação do Comitê de Ética para o Uso de Animais (CEUA) da instituição em que o estudo foi realizado. Os procedimentos experimentais aplicados deverão apresentar conformidade com os princípios pre-vistos na Lei 11.794 e pelo Conselho Nacional de Cuidado na Experimentação Animal (CONCEA). No tópico refe-rente à descrição metodológica do estudo deve ser apre-sentado parágrafo que registre essa observação.

Publicação

A Revista aceitará trabalhos para publicação nas seguintes categorias:

1) Artigo científico original e revisões da literatura: mínimo de 06 e máximo de 20 páginas.

2) Estudos de caso ou Relato de experiência: mínimo de 05 e máximo de 15 páginas.

3) Resenhas: devem conter todos os dados da obra (editora, ano de publicação, cidade etc.) e estar acompanhadas de imagem da capa da obra; mínimo de 04 e máximo de 08 páginas.

Page 83: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351682

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

Submissão de trabalhos

1) Os trabalhos deverão ser enviados: a) Em dois arquivos, via e-mail (attachment), em formato

“.doc” (Word for Windows). Em um dos arquivos, na primeira página do trabalho, deverá constar apenas o título, sem os nomes dos autores. O segundo arquivo deverá seguir o padrão descrito no item 2, incluindo os nomes dos autores.

b) Em caráter de revisão profissional. c) No máximo com 8 autores. d) Com Termo de Responsabilidade devidamente assina-

do, escaneado de forma legível e enviado para o e-mail: <[email protected]>. Em caso de dois ou mais autores é necessário que cada autor envie um Ter-mo de Responsabilidade.

2) O trabalho deve incluir: a) O título em língua portuguesa, em Times New Roman,

corpo 16, negrito, inicial maiúscula, alinhado à esquer-da, espaçamento entrelinhas de 1,5.

b) O(s) nome(s) do(s) autor(es) em corpo 12, inicial mai-úscula, espaçamento entrelinhas de 1,5, alinhado à direita com o último sobrenome em letra maiúscula. Os dados de sua(s) procedência(s) em nota de roda-pé, corpo 8, inicial maiúscula, espaçamento simples e justificado – a apresentação acadêmica do(s) autor(es) com titulação na sequência da “maior” para a “menor”, filiação institucional, e-mail e telefones para contato. Observação: os telefones não serão disponibilizados ao público.

c) A expressão “Resumo” em negrito seguida do respec-tivo resumo em língua portuguesa (entre 100 e 150 palavras), normal, corpo 10, inicial maiúscula, espaça-mento simples, justificado. Sugere-se que, no resumo

Page 84: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

83ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

de artigos de pesquisa, seja especificada a orientação metodológica.

d) A expressão “Palavras-chave” em negrito seguida de 3 até 5 palavras-chave em língua portuguesa, no singular, corpo 10, inicial maiúscula, espaçamento simples, jus-tificado, normal.

e) Na lauda seguinte o título em língua inglesa, em Times New Roman, corpo 16, negrito, inicial maiúscula, ali-nhado à esquerda, espaçamento entrelinhas de 1,5.

f) O(s) nome(s) do(s) autor(es) em corpo 12, inicial mai-úscula, espaçamento entrelinhas de 1,5, alinhado à di-reita com o último sobrenome em letra maiúscula. Sem os dados de sua(s) procedência(s).

g) A expressão “Abstract” em negrito seguida do respec-tivo resumo em língua inglesa (entre 100 e 150 pala-vras), normal, corpo 10, inicial maiúscula, espaçamen-to simples, justificado.

h) A expressão “Keywords” em negrito seguida de 3 até 5 palavras-chave em língua inglesa, no singular, corpo 10, inicial maiúscula, espaçamento simples, justifica-do, normal.

i) O conteúdo textual do trabalho. j) Os vídeos, as fotos ou áudios são opcionais. Todo o ma-

terial de mídia digital deve ser testado antes do envio e não ultrapassar 5 minutos de exibição.

Formatação do trabalho

1) Em Times New Roman, corpo 12, inicial maiúscula, justi-ficado, parágrafo de 1 cm, espaçamento entrelinhas de 1,5.

2) Para citações longas, usar corpo 10, entrelinhas simples, recuo de 3 cm à esquerda, espaço antes e depois do texto. Citações curtas, até 3 linhas, devem ser colocadas no in-

Page 85: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

ISSN 2595-351684

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

terior do texto e entre aspas, no mesmo tamanho de fonte do texto (12).

3) Tabelas, quadros, gráficos, ilustrações, fotos e anexos devem vir no interior do texto com respectivas legendas. Para anexos com textos já publicados, deve-se incluir re-ferência bibliográfica.

4) As referências no corpo do texto devem ser apresentadas entre parênteses, com o nome do autor em letra maiúscula seguido da data, separados por vírgula e espaço e contendo o respectivo número da(s) página(s), quando for o caso. Exemplo: (FERNANDES, 1994, p. 74). A norma utiliza-da para a padronização das referências é a da ABNT em vigência.

5) As seções do texto devem ser numeradas, a começar de 1 (na introdução), corpo 12, negrito, digitadas em le-tra maiúscula, justificado, espaçamento entrelinhas de 1,5; subtítulos não devem ser numerados, digitados com inicial maiúscula, corpo 12, negrito, justificado, espa-çamento entrelinhas de 1,5; subtópicos não devem ser numerados, digitados com inicial maiúscula, corpo 12, itálico, justificado, espaçamento entrelinhas de 1,5.

6) As notas de rodapé devem estar numeradas e destinam-se a explicações complementares, não devendo ser utilizadas para referências bibliográficas. Formatadas em corpo 8, inicial maiúscula, espaçamento simples, justificado.

7) As referências bibliográficas devem vir em ordem alfabé-tica no final do artigo, conforme a ABNT.

8) As expressões estrangeiras devem vir em itálico.

Modelos de Referências Bibliográficas – Padrão ABNT:

Livro no todoPONTES, B. R. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. 4. ed. São Paulo: LTr, 2005.

Page 86: ISSN 2237-2334 MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE MEDICINA E SAÚDEMEDICINA E SAÚDE Dossiê: Nutrição Grupos de Pesquisa em Alimentos, Alimentação e Nutrição v. 2, n. 1, jan./jun

85ISSN 2595-3516

Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 79-85, jan./jun. 2019

Capítulos de Livros BUCII, E.; KEHL, M. Videologias: ensaios sobre televisão. In: KEHL, Maria Rita. O espetáculo como meio de subjetivação. São Paulo: Boitempo, 2004. p. 42-62.

Livro em meio eletrônicoASSIS, M. de. A mão e a luva. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Disponível em: <HTTP://machado.mec.gov.br/imagens/stories/pdf/romance/marm02.pdf> Acesso em: 12 jan. 2011.

Periódico no todoGESTÃO EMPRESARIAL: Revista Científica do Curso de Administração da Unisul. Tubarão: Ed. Unisul, 2002-.

Artigos em periódicos SCHUELTER, C. C. Trabalho voluntário e extensão universitária. Episteme, Tubarão, v. 9, n. 26/27, p. 217-236, mar./out. 2002.

Artigos de periódico em meio eletrônicoPIZZORNO, A. C. P. et al. Metodologia utilizada pela biblioteca universitária da UNISUL para registro de dados bibliográficos, utilizando o formato MARC 21. Revista ACB, Florianópolis, v. 12, n. 1, p. 143-158, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.acbsc.org.br/revista/ojs/viewarticle.php?id=209&layout=abstract>. Acesso em: 14 dez. 2007.

Artigos de publicação relativos a eventos PASCHOALE, C. Alice no país da geologia e o que ela encontrou lá. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33. 1984. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, SBG, 1984. v. 11, p. 5242-5249.

SiteXAVIER, Depressão: será que eu tenho? Disponível em: <http://www.psicologiaaplicada.com.br/depressao-tristeza-desanimo.htm>. Acesso em: 25 nov. 2007.

EventoCONGRESSO DE SAÚDE PÚBLICA, 14., 2015, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2015.