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DANIELE SUZUKI O casamento pós-tsunami Fotos exclusivas da atriz, grávida de 7 meses, na cerimônia que realizou com o noivo, Fábio Novaes, no Havaí, dois dias depois do desastre que devastou o Japão e atingiu o arquipélago: "Foi a coisa mais assustadora que já vivi!" A DIETA DA PRINCESA KATE MIDDLETON ANTES DE SEU GRANDE DIA CANTOR VICTOR ARREMATA VESTIDO DE XUXA EM LEILÃO: "SE COMPRAR, EU VOU JUNTO", BRINCOU A APRESENTADORA ENTREVISTA COM O ARQUITETO DOS SONHOS, ISAY WEINFELD SOPHIE CHARLOTTE: UM ENSAIO COM A ATRIZ RECÉM- SEPARADA DE MALVINO SALVADOR 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 4 0 6 0 0 ISSN 1516 -8204 R$ 9,90 11/ABR/2011 ANO 12 N° 604

ISTOÉ Gente (11/04/11)

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Edição 604 da Revista ISTOÉ Gente.

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DANIELE SUZUKI

O casamento pós-tsunamiFotos exclusivas da atriz, grávida de 7 meses, na cerimônia que realizou com o noivo, Fábio Novaes, no Havaí, dois dias depois do desastre que devastou o Japão e atingiu o arquipélago: "Foi a coisa mais assustadora que já vivi!"

A DIETA DA PRINCESA KATE MIDDLETON

ANTES DE SEU GRANDE DIA

CANTOR VICTOR ARREMATA VESTIDO DE XUXA EM LEILÃO:

"SE COMPRAR, EU VOU JUNTO", BRINCOU A APRESENTADORA

ENTREVISTA COM O ARQUITETO DOS SONHOS,

ISAY WEINFELD

SOPHIE CHARLOTTE:UM ENSAIO COM A

ATRIZ RECÉM-SEPARADA DE

MALVINO SALVADOR

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20

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IS

SN

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-8

20

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R$ 9,90

11/ABR/2011ANO 12N° 604

Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

cinema

“Não estava preparada para uma beleza tão irresistível”, diz a atriz sobre a visita à cidade retratada no filme

Como se sentiu por finalmente ter passado pelo Brasil?Foi uma experiência engraçada, porque desde o encontro inicial com Carlos até esse momento foram mais ou menos três anos. A maior parte desse tempo foi passado a em uma sala escura diante de um microfone, mas sem-pre com a promessa de que em algum momento nós viríamos ao Rio.

Como foi sua visita?Vi um pouco da cidade, passei mais tempo em Santa Teresa, porque tinha uma amiga que estava no Rio e ela me levou para conhecer alguns lugares.

Tinha ideia do que iria encontrar na cidade, depois de ter feito o filme?Todo brasileiro que conheço é divertido. Sabia que a cidade teria uma ener-gia boa. Só não estava preparada para uma beleza tão irresistível – um desenho do Rio não faz justiça. Por isso é preciso uma animação inteira!

Como é sua personagem?Eu faço a Jade, que é uma das duas únicas araras-azuis no planeta. Ela é muito determinada, um pássaro de espírito livre e independente.

Você ajudou a desenvolver a personagem?Conversamos bastante sobre o lugar de onde ela seria, como teria sido

para ela crescer sendo a última de sua espécie. Falamos sobre como ela se sentiria sozinha e como ela, orgulhosa, desenvolveu um mecanismo de defesa para lidar com essa situação.

Você fez dublagem anteriormente, em Deu a Louca na Chapeuzinho e nos Simpsons. Como é trabalhar com a voz?Fazer Rio foi muito desafiador. Tive de aprender como colocar mais ener-gia na minha voz para soar mais expressiva. Normalmente, interpretando uma personagem, é possível usar linguagem corporal, expressões faciais, usar o olhar. E com Jade a única coisa com a qual eu trabalhei foi a voz. Demorou um pouco até eu encontrar o tom.

Você canta em um filme pela primeira vez. Era algo que você queria ?Carlos pode me pedir para fazer qualquer coisa. Cada vez que ele me mos-trava algo do filme, era realmente de tirar o fôlego. Então, quando ele per-guntou se eu cantaria, eu não podia dizer nada além de “sim”.

Gostou da experiência?Foi intimidante cantar na frente do Sergio e do Will, você pode imaginar. Naquela manhã, tomei uma xícara a mais de café para controlar o nervo-sismo. Mas cantar é algo que sempre amei fazer. Nunca pensei em cantar profissionalmente porque sempre me senti mais atraída pela interpreta-ção, mas quem sabe? Estou fazendo coisas que nunca fiz. Tudo é possível.

Jade banca a difícil de ser conquistada. Acha que esse é um jeito de con-quistar companhia?Sou uma garota que não gosta de jogos. Mostro meus sentimentos, me apaixono à primeira vista. Para mim, tudo é para, no fundo, me divertir com alguém, aprender como se entender e aproveitar a companhia um do outro.

Blu e Jade são opostos. Ele é nervoso, neurótico. Ela é extrovertida, cora-josa. Acha que os opostos se atraem e com qual deles você se identifica?Sou mais como Blu, porque sou mais de cair da mesa do que esponta-neamente começar a cantar, dançar e voar. Jade é diferente de mim em alguns aspectos. Sei que é uma animação para crianças e, então, não é apropriado começar a traçar a complexidade psicológica da persona-gem, mas acho que ela é um pouco solitária. Ela é alguém que realmen-te se protege e Blu é alguém que tem um grande coração, é tão autênti-co que a conquista. Para mim, o filme não é necessariamente uma his-tória de opostos que se atraem. É mais uma história sobre como a bele-za aos poucos se revela, sobre como é preciso passar um tempo com alguém para realmente conhecê-la e apreciar essa pessoa. Espero que eu seja como Blu, porque isso significa que eu me revelo aos poucos e que, com o tempo, as pessoas passem a gostar de mim.

“Um desenho do Rio não faz justiça. É preciso uma animação inteira”

A atriz está em Rio, o

maior lançamento

nacional com cópias

em mil salas,

fala do trabalho de

dublagem, da visita à

cidade e de como foi

cantar pela primeira

vez no cinema

Os personagens de RioJesse Eisenberg é o protagonista Blu, uma arara-azul criada como animal doméstico e que não sabe voar. A primeira sequência do filme mostra o tráfico de animais silvestres para os Estados Unidos

Personagens como o funkeiro e o malandro são representados por aves. Os marginais que roubam turistas ganham as feições de micos. Com trilha sonora assinada por Sergio Mendes, Rio tem de samba-enredo a bossa nova.

Rodrigo Santoro dá voz às versões em inglês e português de Tulio, um biólogo que tenta fazer Blu e Jade se entenderem. O desenho do personagem tem as feições do ator. Outra brasileira a dublar nas duas versões é Bebel Gilberto, que faz uma tucano desafinada.

Anne Hathaway

93

ZÉ CARIOCA, O PAPAGAIO DA DISNEY, dá lugar a outra ave: Blu, a arara-azul de Rio, o maior lançamento da história do cinema nacional, com exibição em mil salas. Dirigida por Carlos Saldanha (Era do Gelo 3), a ani-mação tem elenco estelar de dubladores: Jamie Foxx, will.i.am, Rodrigo Santoro, Bebel Gilberto, Jane Lynch. Blu tem a voz de Jesse Eisenberg. Ele é a ave levada aos Estados Unidos, criado como animal doméstico e que volta ao Brasil, em pleno Carnaval, para dar continuidade à espécie junto com Jade, a outra única arara azul do planeta. Os dois são sequestrados e na fuga saem pelo Rio de Janeiro, passando por desfiles, favelas, com direito a voo em asa-delta, já que Blu não sabe voar. A fêmea, corajosa e de espírito livre, é dublada por Anne Hathaway, que esteve no País junto com outros atores para o lançamento do filme. Ela fala sobre como foi o passeio pela Cidade Maravilhosa, o trabalho com Saldanha e como foi cantar pela primeira vez em um filme.

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Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

cinema

“Não estava preparada para uma beleza tão irresistível”, diz a atriz sobre a visita à cidade retratada no filme

Como se sentiu por finalmente ter passado pelo Brasil?Foi uma experiência engraçada, porque desde o encontro inicial com Carlos até esse momento foram mais ou menos três anos. A maior parte desse tempo foi passado a em uma sala escura diante de um microfone, mas sem-pre com a promessa de que em algum momento nós viríamos ao Rio.

Como foi sua visita?Vi um pouco da cidade, passei mais tempo em Santa Teresa, porque tinha uma amiga que estava no Rio e ela me levou para conhecer alguns lugares.

Tinha ideia do que iria encontrar na cidade, depois de ter feito o filme?Todo brasileiro que conheço é divertido. Sabia que a cidade teria uma ener-gia boa. Só não estava preparada para uma beleza tão irresistível – um desenho do Rio não faz justiça. Por isso é preciso uma animação inteira!

Como é sua personagem?Eu faço a Jade, que é uma das duas únicas araras-azuis no planeta. Ela é muito determinada, um pássaro de espírito livre e independente.

Você ajudou a desenvolver a personagem?Conversamos bastante sobre o lugar de onde ela seria, como teria sido

para ela crescer sendo a última de sua espécie. Falamos sobre como ela se sentiria sozinha e como ela, orgulhosa, desenvolveu um mecanismo de defesa para lidar com essa situação.

Você fez dublagem anteriormente, em Deu a Louca na Chapeuzinho e nos Simpsons. Como é trabalhar com a voz?Fazer Rio foi muito desafiador. Tive de aprender como colocar mais ener-gia na minha voz para soar mais expressiva. Normalmente, interpretando uma personagem, é possível usar linguagem corporal, expressões faciais, usar o olhar. E com Jade a única coisa com a qual eu trabalhei foi a voz. Demorou um pouco até eu encontrar o tom.

Você canta em um filme pela primeira vez. Era algo que você queria ?Carlos pode me pedir para fazer qualquer coisa. Cada vez que ele me mos-trava algo do filme, era realmente de tirar o fôlego. Então, quando ele per-guntou se eu cantaria, eu não podia dizer nada além de “sim”.

Gostou da experiência?Foi intimidante cantar na frente do Sergio e do Will, você pode imaginar. Naquela manhã, tomei uma xícara a mais de café para controlar o nervo-sismo. Mas cantar é algo que sempre amei fazer. Nunca pensei em cantar profissionalmente porque sempre me senti mais atraída pela interpreta-ção, mas quem sabe? Estou fazendo coisas que nunca fiz. Tudo é possível.

Jade banca a difícil de ser conquistada. Acha que esse é um jeito de con-quistar companhia?Sou uma garota que não gosta de jogos. Mostro meus sentimentos, me apaixono à primeira vista. Para mim, tudo é para, no fundo, me divertir com alguém, aprender como se entender e aproveitar a companhia um do outro.

Blu e Jade são opostos. Ele é nervoso, neurótico. Ela é extrovertida, cora-josa. Acha que os opostos se atraem e com qual deles você se identifica?Sou mais como Blu, porque sou mais de cair da mesa do que esponta-neamente começar a cantar, dançar e voar. Jade é diferente de mim em alguns aspectos. Sei que é uma animação para crianças e, então, não é apropriado começar a traçar a complexidade psicológica da persona-gem, mas acho que ela é um pouco solitária. Ela é alguém que realmen-te se protege e Blu é alguém que tem um grande coração, é tão autênti-co que a conquista. Para mim, o filme não é necessariamente uma his-tória de opostos que se atraem. É mais uma história sobre como a bele-za aos poucos se revela, sobre como é preciso passar um tempo com alguém para realmente conhecê-la e apreciar essa pessoa. Espero que eu seja como Blu, porque isso significa que eu me revelo aos poucos e que, com o tempo, as pessoas passem a gostar de mim.

“Um desenho do Rio não faz justiça. É preciso uma animação inteira”

A atriz está em Rio, o

maior lançamento

nacional com cópias

em mil salas,

fala do trabalho de

dublagem, da visita à

cidade e de como foi

cantar pela primeira

vez no cinema

Os personagens de RioJesse Eisenberg é o protagonista Blu, uma arara-azul criada como animal doméstico e que não sabe voar. A primeira sequência do filme mostra o tráfico de animais silvestres para os Estados Unidos

Personagens como o funkeiro e o malandro são representados por aves. Os marginais que roubam turistas ganham as feições de micos. Com trilha sonora assinada por Sergio Mendes, Rio tem de samba-enredo a bossa nova.

Rodrigo Santoro dá voz às versões em inglês e português de Tulio, um biólogo que tenta fazer Blu e Jade se entenderem. O desenho do personagem tem as feições do ator. Outra brasileira a dublar nas duas versões é Bebel Gilberto, que faz uma tucano desafinada.

Anne Hathaway

93

ZÉ CARIOCA, O PAPAGAIO DA DISNEY, dá lugar a outra ave: Blu, a arara-azul de Rio, o maior lançamento da história do cinema nacional, com exibição em mil salas. Dirigida por Carlos Saldanha (Era do Gelo 3), a ani-mação tem elenco estelar de dubladores: Jamie Foxx, will.i.am, Rodrigo Santoro, Bebel Gilberto, Jane Lynch. Blu tem a voz de Jesse Eisenberg. Ele é a ave levada aos Estados Unidos, criado como animal doméstico e que volta ao Brasil, em pleno Carnaval, para dar continuidade à espécie junto com Jade, a outra única arara azul do planeta. Os dois são sequestrados e na fuga saem pelo Rio de Janeiro, passando por desfiles, favelas, com direito a voo em asa-delta, já que Blu não sabe voar. A fêmea, corajosa e de espírito livre, é dublada por Anne Hathaway, que esteve no País junto com outros atores para o lançamento do filme. Ela fala sobre como foi o passeio pela Cidade Maravilhosa, o trabalho com Saldanha e como foi cantar pela primeira vez em um filme.

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A/A

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xodó de Isay, que adora a cidade e o prédio escolhido para abrigar as suítes de luxo: um edifício histórico, tombado, onde funcio-nava a antiga redação do jornal A Tarde, em plena praça Castro Alves. Apesar de queridinho do high, de personalidades e empresários, ele não se considera um guar-dião da elegância e não limita sua cartela de clientes pelo perfil social. Weinfeld, ao contrário, define a suposta “cafonice” de um contratante como uma excelente possi-bilidade de criação. Sim, ele assume que já construiu uma casa para um cliente que, sob o olhar de certas pessoas, seria o brega autêntico. Mas nem por isso o arquiteto deixou de atender o pedido e de se divertir com o resultado final do trabalho.

Tudo em nome dessa paixão pela arqui-tetura. O resultado disso? Prêmios e mais prêmios internacionais. O Numero foi lau-reado com o título de melhor design de interior em 2010 no Leaf Awards, uma espé-cie de Oscar do setor. Antes dele, o Baretto, dentro do hotel Fasano, nos Jardins, fora chamado pela revista Wallpaper, em 2001, como o “bar mais bonito do mundo”. Entre os projetos não comerciais, o mais recente deles a ser homenageado foi o 360º, um pré-dio de “casas suspensas” com vista panorâ-mica da capital paulista, vencedor do con-curso promovido pela revista inglesa Architetural Review na categoria Future Projects, em 2009.

Frutos de sua mente brilhante? Também, mas ainda muito de sua dedicação integral aos trabalhos, da confiança em sua equipe afiada e, sobretudo, de um talento inato para saber ouvir o que o cliente realmente quer. Por fim, sensibilidade de mago para traduzir desejos em linhas retas, pedras, luz natural, texturas e justaposição de espaços. Nada mal para o menino nascido no Bom Retiro, filho de pai polonês refugiado da Segunda Guerra,

Filho de pai polonês, Isay nasceu no Bom Retiro e formou-se no Mackenzie, em 1975: carreira sólida e premiada

O ARQUITETO MAIS BADALADO do Brasil gosta de pastel, desses típicos de botequim, troca fácil o sofisticado Martini por uma boa cachacinha – ele tem várias em casa, aliás – e é capaz de se emocionar ouvindo Roberto Carlos no iPod, dentro do carro, circulando pelas deselegantes e nada discretas esquinas de São Paulo. Não raro, pode-se encontrá-lo nas arquibancadas do Morumbi, em jogos de seu time do coração, o São Paulo, ou secretamente em alguma partida do Santos, só para ver Neymar jogar (que nenhum são-paulino amigo dele leia essa matéria). Se bem que, nos últimos meses, ele esteve ausente dos gramados, dividido entre visitas a Salvador, onde inicia um novo pro-jeto da família Fasano, ou dando expediente no escritório no bairro paulistano da Vila Madalena ou ainda em uma das muitas inaugurações deste primeiro semestre, como a feita poucas semanas atrás de seu mais novo hotel, logo ali, em Belgrado, na Sérvia. Aos 59 anos, 37 deles dedicados à

que descobriu o gosto pela arquitetura meio por acaso, como diversão de criança, observando maquetes de empreendi-mentos imobiliários em Santos, no litoral paulista. Sentado em uma das poltronas giratórias do Numero, que ele próprio desenhou e cujo perfeccionismo fez com que produzisse 12 protótipos até chegar ao modelo final, mais confortável, Isay deixou de lado a conhecida timidez e falou com Gente por cerca de duas horas. Mencionou sua volta ao cinema (ele dirigiu 14 curtas e um longa, Fogo e Paixão, em 1987), os novos projetos e os rumos do boom imobiliário paulistano. Revelações, emoções revisitadas da infância, senso de humor inglês e dicas preciosas nas entrelinhas de como levar a vida numa cidade caótica como São Paulo.

Não, tenho ido muito a Salvador, por conta de um empreen-dimento, e acabei de voltar de Belgrado. Inaugurei um hotel por lá, o Square Nine. É bem familiar, uns 60 quartos, no estilo do Fasano aqui de São Paulo.

Sim. Do Fasano estou fazendo mais três hotéis: o da Fazenda BoaVista, que será o primeiro de campo deles ainda neste semestre, o de Trancoso e o de Salvador. Este fica na Praça Castro Alves, em um prédio tombado pelo patrimônio his-tórico da cidade, onde era o jornal A Tarde. É um prédio complicado, estamos trabalhando nele há pouco mais de um ano. Mas está sendo uma delícia porque eu adoro a Bahia. Então é um prazer e uma honra enorme estar na cidade e tão bem localizado.

Estou com mais duas Livrarias da Vila novas, uma no shop-ping Higienópolis e outra no shopping JK, em São Paulo, uma filial do restaurante Rodeio, no Iguatemi, algumas resi-dências, um prédio novo na Vila Madalena e uma casa de veraneio no Litoral Norte.

Para fazer o que você gosta na vida, você tem de arrumar tempo. Senão, não tem muito sentido isso. Viajo muito, adoro música (Radiohead é a sua banda preferida), compro muitos CDs... e adoro futebol, de ir ao estádio e tudo. A

arquitetura, o dono de todos estes parado-xos é Isay Weinfeld. De ideias eloquentes, traduzidas em ondas sonoras de baixíssi-mos decibéis de sua fala mansa e cativante, é dele a assinatura de projetos ímpares que ocupam os bairros mais valorizados do País. Na lista de obras marcantes – a Casa d’Água, no Jardim Europa, os hotéis Fasano em São Paulo e em Punta Del Este, o edifí-cio Antares, a Praça da Amauri e o bar Numero, por exemplo – somam-se agora o Square Nine, um hotel-butique na Sérvia central, que consumiu um ano de trabalho intenso, mais três unidades hoteleiras do amigo Rogerio Fasano – na Fazenda Boa Vista, no interior paulista, e duas outras em Trancoso e na capital baiana. Esta última,

xodó de Isay, que adora a cidade e o prédio escolhido para abrigar as suítes de luxo: um edifício histórico, tombado, onde funcio-nava a antiga redação do jornal A Tarde, em plena praça Castro Alves. Apesar de queridinho do high, de personalidades e empresários, ele não se considera um guar-dião da elegância e não limita sua cartela de clientes pelo perfil social. Weinfeld, ao contrário, define a suposta “cafonice” de um contratante como uma excelente possi-bilidade de criação. Sim, ele assume que já construiu uma casa para um cliente que, sob o olhar de certas pessoas, seria o brega autêntico. Mas nem por isso o arquiteto deixou de atender o pedido e de se divertir com o resultado final do trabalho.

Tudo em nome dessa paixão pela arqui-tetura. O resultado disso? Prêmios e mais prêmios internacionais. O Numero foi lau-reado com o título de melhor design de interior em 2010 no Leaf Awards, uma espé-cie de Oscar do setor. Antes dele, o Baretto, dentro do hotel Fasano, nos Jardins, fora chamado pela revista Wallpaper, em 2001, como o “bar mais bonito do mundo”. Entre os projetos não comerciais, o mais recente deles a ser homenageado foi o 360º, um pré-dio de “casas suspensas” com vista panorâ-mica da capital paulista, vencedor do con-curso promovido pela revista inglesa Architetural Review na categoria Future Projects, em 2009.

Frutos de sua mente brilhante? Também, mas ainda muito de sua dedicação integral aos trabalhos, da confiança em sua equipe afiada e, sobretudo, de um talento inato para saber ouvir o que o cliente realmente quer. Por fim, sensibilidade de mago para traduzir desejos em linhas retas, pedras, luz natural, texturas e justaposição de espaços. Nada mal para o menino nascido no Bom Retiro, filho de pai polonês refugiado da Segunda Guerra,

Filho de pai polonês, Isay nasceu no Bom Retiro e formou-se no Mackenzie, em 1975: carreira sólida e premiada

O ARQUITETO MAIS BADALADO do Brasil gosta de pastel, desses típicos de botequim, troca fácil o sofisticado Martini por uma boa cachacinha – ele tem várias em casa, aliás – e é capaz de se emocionar ouvindo Roberto Carlos no iPod, dentro do carro, circulando pelas deselegantes e nada discretas esquinas de São Paulo. Não raro, pode-se encontrá-lo nas arquibancadas do Morumbi, em jogos de seu time do coração, o São Paulo, ou secretamente em alguma partida do Santos, só para ver Neymar jogar (que nenhum são-paulino amigo dele leia essa matéria). Se bem que, nos últimos meses, ele esteve ausente dos gramados, dividido entre visitas a Salvador, onde inicia um novo pro-jeto da família Fasano, ou dando expediente no escritório no bairro paulistano da Vila Madalena ou ainda em uma das muitas inaugurações deste primeiro semestre, como a feita poucas semanas atrás de seu mais novo hotel, logo ali, em Belgrado, na Sérvia. Aos 59 anos, 37 deles dedicados à

que descobriu o gosto pela arquitetura meio por acaso, como diversão de criança, observando maquetes de empreendi-mentos imobiliários em Santos, no litoral paulista. Sentado em uma das poltronas giratórias do Numero, que ele próprio desenhou e cujo perfeccionismo fez com que produzisse 12 protótipos até chegar ao modelo final, mais confortável, Isay deixou de lado a conhecida timidez e falou com Gente por cerca de duas horas. Mencionou sua volta ao cinema (ele dirigiu 14 curtas e um longa, Fogo e Paixão, em 1987), os novos projetos e os rumos do boom imobiliário paulistano. Revelações, emoções revisitadas da infância, senso de humor inglês e dicas preciosas nas entrelinhas de como levar a vida numa cidade caótica como São Paulo.

Não, tenho ido muito a Salvador, por conta de um empreen-dimento, e acabei de voltar de Belgrado. Inaugurei um hotel por lá, o Square Nine. É bem familiar, uns 60 quartos, no estilo do Fasano aqui de São Paulo.

Sim. Do Fasano estou fazendo mais três hotéis: o da Fazenda BoaVista, que será o primeiro de campo deles ainda neste semestre, o de Trancoso e o de Salvador. Este fica na Praça Castro Alves, em um prédio tombado pelo patrimônio his-tórico da cidade, onde era o jornal A Tarde. É um prédio complicado, estamos trabalhando nele há pouco mais de um ano. Mas está sendo uma delícia porque eu adoro a Bahia. Então é um prazer e uma honra enorme estar na cidade e tão bem localizado.

Estou com mais duas Livrarias da Vila novas, uma no shop-ping Higienópolis e outra no shopping JK, em São Paulo, uma filial do restaurante Rodeio, no Iguatemi, algumas resi-dências, um prédio novo na Vila Madalena e uma casa de veraneio no Litoral Norte.

Para fazer o que você gosta na vida, você tem de arrumar tempo. Senão, não tem muito sentido isso. Viajo muito, adoro música (Radiohead é a sua banda preferida), compro muitos CDs... e adoro futebol, de ir ao estádio e tudo. A

arquitetura, o dono de todos estes parado-xos é Isay Weinfeld. De ideias eloquentes, traduzidas em ondas sonoras de baixíssi-mos decibéis de sua fala mansa e cativante, é dele a assinatura de projetos ímpares que ocupam os bairros mais valorizados do País. Na lista de obras marcantes – a Casa d’Água, no Jardim Europa, os hotéis Fasano em São Paulo e em Punta Del Este, o edifí-cio Antares, a Praça da Amauri e o bar Numero, por exemplo – somam-se agora o Square Nine, um hotel-butique na Sérvia central, que consumiu um ano de trabalho intenso, mais três unidades hoteleiras do amigo Rogerio Fasano – na Fazenda Boa Vista, no interior paulista, e duas outras em Trancoso e na capital baiana. Esta última,

última vez foi um São Paulo e Santos em que vencemos por 4 a 3, mas confesso que só fui para ver o Neymar. Sou faná-tico pelo futebol dele! Só que eu não podia vibrar, no meio da torcida do São Paulo. Foi uma saia-justa enorme.

Vai ser retomada. Vou dirigir um curta dentro de um longa. O Leon Cakoff tem um projeto de um longa que tem o tema “mundo invisível” e ele convidou oito diretores para cada um fazer um curta desse tema. Tem Manoel de Oliveira, Wim Wenders, Maria de Medeiros... o Babenco, eu e acho que o (José) Padilha também. Neste semestre começo. Tem coisas minhas de humor, meio nonsense. O meu jeito de ver o mundo.

Aqui tinha um terreno bem difícil para um bar, mas eu já conheço o Marcos (Campos, um dos sócios) faz tempo, fize-mos a boate Disco, 11 anos atrás, e sabia bem que público ele queria. Achei bacana dar esse formato quase como um monóculo: começa com o pé direito baixo e vai abrindo, com a vista final no jardim. Para não ficar uma coisa muito monó-tona, fiz com que ao mesmo tempo que o forro levanta, o piso desce em desníveis, criando lugares mais aconchegantes.

Penso que o mais importante em um lugar como esse seja o conforto, que é o que eu sempre tento mostrar. É possível fazer uma coisa mais contemporânea sem ser gelada, que fique lindo na foto mas que você não tem vontade de ficar. O que me dá prazer é fazer lugares que você goste de estar, de ficar. Se eu faço um lugar como esse, que é comercial, o meu prazer não é se ganha prêmio – e já ganhou vários. É se eu faço os proprietários ganharem dinheiro. A Livraria da Vila vende mais do que vendia, a Havaianas (o show room da marca na rua Oscar Freire) vende quatro vezes mais o núme-ro de sandálias por mês, e acredito que um dos fatores disso seja a arquitetura. Então, quanto mais gostoso for uma livra-ria, que a pessoa entre e se sinta à vontade, vai acabar consu-mindo mais. Lá em livros, aqui em bebidas.

Lógico! Isso parece que é uma bobagem. Este sofá teve 12 testes do tapeceiro. O tato do couro, para chegar no recheio ideal dele, nas proporções, para você se sentir confortável aí, tem um estudo enorme atrás. A poltrona que desenhei para aqui também, fiz umas 200 antes de chegar numa coisa que eu achasse que funciona: ela gira, é gostosa de ficar, tem uma estética que combina com o tipo de lugar. Essa somatória de coisas cria o ambiente pretendido.

Sou um ótimo ouvinte e isso é fundamental no meu traba-lho. Não sou daqueles que esperam uma oportunidade e

desengavetam projetos prontos, guardados. Isso é impossível para mim, não é honesto. E brilha aos olhos você ver que tem um mecenas que quer produzir uma obra sua.

O instinto é o começo da coisa, é o conceito, é a ideia do que fazer lá. E depois é técnica. Estou fazendo isso há 37 anos já. Com o amadurecimento, o arquiteto é quase um cirurgião. Eu teria mais confiança em me submeter a um cirurgião de idade, que já manipulou aquilo, que já abriu o cara oito bilhões de vezes, do que o cara que está começando e só abriu dez vezes. Hoje eu sinto que eu tenho domínio sobre os instru-mentos do meu trabalho. Não que eu seja melhor ou pior, nem nada. Mas eu me sinto seguro com os instrumentos que eu tenho para chegar a um certo objetivo.

Sim, aí entra a intuição e a experiência de saber, em cinco minutos de conversa, que aquele projeto é ou não é para você. Se eu sinto que não sou a pessoa certa para aquele traba-lho ou que o cliente está querendo uma coisa que eu não sei fazer, então para que eu vou fazer? Fazer ele gastar um dinheiro achando que não vou chegar lá? Não é honesto.

Infelizmente não porque, dependendo do jogador, teria o maior prazer em fazer. Porque são pessoas que tenho, por algum deles, muita admiração.

O que acontece é que tem pessoas que, mui-tas vezes, não têm conhecimento de arquite-tura e eu vejo que não tem e isso não signi-fica nada. Tenho o maior prazer de conduzir essa pessoa para um outro mundo, isso faz parte do meu trabalho.

Pode ser que seja cafona ou coisa parecida, mas eu não estou muito preocupado com isso. Não sou a pessoa elegante que jamais faria uma coisa... muito pelo contrário. Isso é muito importante. Aos olhos de quem essa pessoa seria cafona? Existe uma regra que resume que eu tenho bom gosto e ela não? Para mim isso

última vez foi um São Paulo e Santos em que vencemos por 4 a 3, mas confesso que só fui para ver o Neymar. Sou faná-tico pelo futebol dele! Só que eu não podia vibrar, no meio da torcida do São Paulo. Foi uma saia-justa enorme.

Vai ser retomada. Vou dirigir um curta dentro de um longa. O Leon Cakoff tem um projeto de um longa que tem o tema “mundo invisível” e ele convidou oito diretores para cada um fazer um curta desse tema. Tem Manoel de Oliveira, Wim Wenders, Maria de Medeiros... o Babenco, eu e acho que o (José) Padilha também. Neste semestre começo. Tem coisas minhas de humor, meio nonsense. O meu jeito de ver o mundo.

Aqui tinha um terreno bem difícil para um bar, mas eu já conheço o Marcos (Campos, um dos sócios) faz tempo, fize-mos a boate Disco, 11 anos atrás, e sabia bem que público ele queria. Achei bacana dar esse formato quase como um monóculo: começa com o pé direito baixo e vai abrindo, com a vista final no jardim. Para não ficar uma coisa muito monó-tona, fiz com que ao mesmo tempo que o forro levanta, o piso desce em desníveis, criando lugares mais aconchegantes.

Penso que o mais importante em um lugar como esse seja o conforto, que é o que eu sempre tento mostrar. É possível fazer uma coisa mais contemporânea sem ser gelada, que fique lindo na foto mas que você não tem vontade de ficar. O que me dá prazer é fazer lugares que você goste de estar, de ficar. Se eu faço um lugar como esse, que é comercial, o meu prazer não é se ganha prêmio – e já ganhou vários. É se eu faço os proprietários ganharem dinheiro. A Livraria da Vila vende mais do que vendia, a Havaianas (o show room da marca na rua Oscar Freire) vende quatro vezes mais o núme-ro de sandálias por mês, e acredito que um dos fatores disso seja a arquitetura. Então, quanto mais gostoso for uma livra-ria, que a pessoa entre e se sinta à vontade, vai acabar consu-mindo mais. Lá em livros, aqui em bebidas.

Lógico! Isso parece que é uma bobagem. Este sofá teve 12 testes do tapeceiro. O tato do couro, para chegar no recheio ideal dele, nas proporções, para você se sentir confortável aí, tem um estudo enorme atrás. A poltrona que desenhei para aqui também, fiz umas 200 antes de chegar numa coisa que eu achasse que funciona: ela gira, é gostosa de ficar, tem uma estética que combina com o tipo de lugar. Essa somatória de coisas cria o ambiente pretendido.

Sou um ótimo ouvinte e isso é fundamental no meu traba-lho. Não sou daqueles que esperam uma oportunidade e

desengavetam projetos prontos, guardados. Isso é impossível para mim, não é honesto. E brilha aos olhos você ver que tem um mecenas que quer produzir uma obra sua.

O instinto é o começo da coisa, é o conceito, é a ideia do que fazer lá. E depois é técnica. Estou fazendo isso há 37 anos já. Com o amadurecimento, o arquiteto é quase um cirurgião. Eu teria mais confiança em me submeter a um cirurgião de idade, que já manipulou aquilo, que já abriu o cara oito bilhões de vezes, do que o cara que está começando e só abriu dez vezes. Hoje eu sinto que eu tenho domínio sobre os instru-mentos do meu trabalho. Não que eu seja melhor ou pior, nem nada. Mas eu me sinto seguro com os instrumentos que eu tenho para chegar a um certo objetivo.

Sim, aí entra a intuição e a experiência de saber, em cinco minutos de conversa, que aquele projeto é ou não é para você. Se eu sinto que não sou a pessoa certa para aquele traba-lho ou que o cliente está querendo uma coisa que eu não sei fazer, então para que eu vou fazer? Fazer ele gastar um dinheiro achando que não vou chegar lá? Não é honesto.

Infelizmente não porque, dependendo do jogador, teria o maior prazer em fazer. Porque são pessoas que tenho, por algum deles, muita admiração.

O que acontece é que tem pessoas que, mui-tas vezes, não têm conhecimento de arquite-tura e eu vejo que não tem e isso não signi-fica nada. Tenho o maior prazer de conduzir essa pessoa para um outro mundo, isso faz parte do meu trabalho.

Pode ser que seja cafona ou coisa parecida, mas eu não estou muito preocupado com isso. Não sou a pessoa elegante que jamais faria uma coisa... muito pelo contrário. Isso é muito importante. Aos olhos de quem essa pessoa seria cafona? Existe uma regra que resume que eu tenho bom gosto e ela não? Para mim isso

SEGREDOS

Como dar a 58 metros quadrados a loucura das grandezas com elegância e estilo? O decorador carioca Leonardo Araújo mostra como fez isso no seu apartamento em Copacabana e por que se tornou o preferido de personalidades como o empresário Eike Batista. Aqui, uma mostra de suas escolhas acertadas e a personalidade de quem não tem medo de misturar estilos e épocas

O banheiro é decorado com peças trazidas da China e da África. Ao lado, as miniaturas da Torre Eiffel são lembranças da época que morou em Paris

Léo Araújo em seu apartamento em Copacabana. Á esq., abajur de Philippe Starck divide a cena com o quadro (abaixo) da Marylin Monroe que ganhou de um cliente. As cadeiras laranjas são seus xodós

COLABOROU Camilla Gabriella

FOTOS Alex Santana/Ag IstoÉ

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