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6492 DIÁRIO DA REPÚBLICA — II SÉRIE N. o 82 — 8 de Abril de 2002 PVO(U) ref =E 0,0016/kWh; PA(U) ref =E 0,000 083/g. 2 — Os valores estabelecidos no número anterior são aplicáveis às instalações de co-geração cujo processo de licenciamento seja con- siderado pela DGE completo, na parte de que é responsável o co-ge- rador, durante o ano de 2002. 14 de Março de 2002. — Pelo Ministro da Economia, Eduardo Gui- marães de Oliveira Fernandes, Secretário de Estado Adjunto do Minis- tro da Economia. Despacho n. o 7129/2002 (2. a série). —O Decreto-Lei n. o 97/2000, de 25 de Maio, aprovou o Regulamento de Instalação, Funcionamento, Reparação e Alteração de Equipamentos sob Pres- são, remetendo para instruções técnicas complementares (ITC) as respectivas regras técnicas aplicáveis a equipamentos da mesma família. Deste modo, torna-se necessário definir as regras técnicas aplicáveis a equipamentos sob pressão e conjuntos destinados à produção ou armazenagem de líquidos criogénicos. Assim: Nos termos do n. o 2 do artigo 1. o do Decreto-Lei n. o 97/2000, de 25 de Maio, determino o seguinte: 1 — É aprovada a instrução técnica complementar (ITC) para equi- pamentos sob pressão e conjuntos destinados à produção ou arma- zenagem de líquidos criogénicos. 2 — O presente despacho entra em vigor no 1. o dia do mês seguinte ao da sua publicação. 14 de Março de 2002. — Pelo Ministro da Economia, Eduardo Gui- marães de Oliveira Fernandes, Secretário de Estado Adjunto do Minis- tro da Economia. ANEXO Instrução técnica complementar para equipamentos sob pres- são e conjuntos destinados à produção ou armazenagem de líquidos criogénicos. 1 — Âmbito: 1.1 — A presente instrução técnica complementar (ITC) tem por objectivo definir os requisitos referentes à instalação e utilização de equipamentos sob pressão e respectivos conjuntos, adiante designados por ESP criogénicos, com volumes superiores a 450 l e inferiores a 2 000 000 l de capacidade geométrica, e pressão máxima de serviço (PS) superior a 100 kPa (1 bar), destinados à produção ou armaze- nagem de líquidos criogénicos, nomeadamente os seguintes fluidos: Categoria I, gases inertes — árgon, azoto, dióxido de carbono, hélio, crípton, néon e xénon; Categoria II, gases oxidantes ou comburentes — oxigénio, pro- tóxido de azoto, ar; Categoria III, gases inflamáveis — etano, etileno, hidrogénio. 1.2 — Estão excluídas do âmbito de aplicação do presente diploma as instalações de armazenagem de gás natural liquefeito em ESP crio- génicos, designados por unidades autónomas de GNL, sendo-lhes apli- cável o Regulamento aprovado pela Portaria n. o 568/2000, de 7 de Agosto. 2 — Definições: 2.1 — Para efeitos da presente ITC, entende-se por: a) «Conjuntos» os vários ESP criogénicos, unidos entre si por um fabricante, por forma a constituírem um todo integrado e funcional; b) «Elementos primários» os elementos que, em condições de serviço, estão submetidos a temperaturas inferiores a – 40 o C; c) «Elementos secundários» todos os elementos que não estão contemplados pela definição anterior; d) «Envolvente» o revestimento exterior que contém e protege o isolamento do recipiente interior do equipamento; e) «Equipamento de refrigeração» o sistema mecânico que pro- duz a refrigeração necessária para compensar os acréscimos de calor transmitidos ao recipiente interior através do iso- lamento; f) «Equipamento sob pressão criogénico» a associação do reci- piente interior, isolamento, envolvente, suportes, tubos, vál- vulas, manómetros, termómetros, indicador de nível e outros acessórios, que se destina a armazenar líquidos criogénicos; g) «Gás inerte» o gás ou a mistura de gases que, nas condições normais de pressão e temperatura (101,3 kPa, 15 o C), não reage com outros produtos; h) «Gás inflamável» o gás ou a mistura de gases cujo limite inferior de inflamabilidade no ar seja menor ou igual que 13,5 %, ou cuja gama de inflamabilidade (limite superior menos limite inferior) seja superior a 12 %; i) «Gás comburente» o gás ou a mistura de gases com um poten- cial de oxidação superior ao do ar; j) «Instalação» o conjunto constituído pelo(s) ESP criogénicos e seus sistemas acessórios e auxiliares (tubagens de inter- ligação, vaporizadores, protecções para baixa temperatura, fundações, estrutura de fixação, vedações de protecção e outros); l) «Instalador» a pessoa ou a entidade competente que efectua a instalação do ESP e seus sistemas acessórios e auxiliares; m) «Isolamento» o material colocado em torno do recipiente interior, que se destina a reduzir o fluxo térmico do exterior para o interior. O isolamento poderá estar inserido ou não numa câmara de vácuo; n) «Líquido criogénico» o gás liquefeito cuja temperatura de ebulição à pressão atmosférica é inferior a – 40 o C; o) «Líquido inflamável» o gás liquefeito com um ponto de infla- mação inferior a 38 o C; p) «Pressão máxima admissível (PS)» a pressão máxima na câmara gasosa, especificada pelo fabricante; q) «Proprietário» a pessoa ou a entidade com título de pro- priedade sobre a instalação, responsável pelo seu funciona- mento, salvo se tiver delegado esta responsabilidade noutra pessoa ou entidade mediante documento escrito assinado por ambas as partes; r) «Recipiente interior» o reservatório destinado a conter o líquido criogénico. 2.2 — São ainda aplicáveis à presente ITC as definições constantes nos n. os 2 do artigo 2. o do Decreto-Lei n. o 211/99, de 14 de Junho, e 1 do artigo 2. o do Decreto-Lei n. o 97/2000, de 25 de Maio. 3 — Instalação de equipamento sob pressão: 3.1 — Em complemento das condições gerais de segurança e fun- cionamento definidas no Regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n. o 97/2000, de 25 de Maio, para a instalação de ESP destinados à armazenagem de líquidos criogénicos, devem ser cumpridas as seguintes condições: 3.1.1 — As instalações dos ESP criogénicos devem ser localizadas ao ar livre e ao nível do solo, não sendo aconselhável que se localizem no interior de um edifício. Porém, no caso de instalações interiores, devem ser respeitadas as seguintes condições: A instalação pode ser feita em edificação separada, construída para o efeito em material não poroso e não inflamável; Em edifício já existente, deve ser assegurado o isolamento da instalação relativamente às áreas adjacentes, com parede ou muro feitos de material incombustível, devendo conter pelo menos uma abertura para o exterior; Deve ser assegurada uma ventilação adequada, não sendo admi- tidas no recinto valas, fossas, entradas de homem, cabos sem isolamento e canaletes de tubagens; 3.1.2 — Os ESP para gases inflamáveis só podem ser instalados no exterior de edifícios, não sendo permitida a sua colocação sob edifícios, linhas eléctricas, pontes e viadutos. A cobertura, quando exista, deve ser de construção ligeira; 3.1.3 — O pavimento da zona destinada à instalação de ESP para oxigénio ou outro gás comburente, bem como o da zona de esta- cionamento dos veículos de abastecimento, não deve ser de asfalto ou de produtos betuminosos. No caso dos ESP para gases inflamáveis, no pavimento do local não devem existir materiais combustíveis; 3.1.4 — Sempre que os ESP não estejam protegidos por um muro, devem estar rodeados por uma cerca metálica que impeça a apro- ximação ou manipulação por pessoas estranhas ao serviço. Em locais controlados, com supervisão adequada, a vedação é opcional; 3.1.5 — A vedação deve possuir no seu perímetro duas portas metá- licas, abrindo para o exterior, equipadas com fecho não autoblocante, devendo ambas permanecer abertas sempre que decorra qualquer operação de descarga de gás inflamável, de modo a permitirem a saída rápida e em segurança; 3.1.6 — A vedação deve permitir a circulação junto aos equipa- mentos, garantindo em toda a envolvente, medida a partir da projecção horizontal dos ESP, uma área livre de qualquer obstáculo com largura mínima de 0,6 m; 3.1.7 — A instalação dos ESP, bem como das respectivas vedações, deve ser efectuada de forma a permitir o fácil acesso aos veículos de abastecimento, ao pessoal autorizado e a veículos de combate a incêndios; 3.1.8 — Os ESP devem ser devidamente fixos ao solo, de modo que as tubagens de ligação sejam flexíveis, para compensar as dila- tações e contracções causadas por variações de temperatura; 3.1.9 — As fundações da instalação e o sistema de fixação ao solo devem suportar com segurança as solicitações a que possam estar sujeitos, nomeadamente devido à acção do vento, sismos e neve;

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6492 DIÁRIO DA REPÚBLICA — II SÉRIE N.o 82 — 8 de Abril de 2002

PVO(U)ref=E 0,0016/kWh;PA(U)ref=E 0,000 083/g.

2 — Os valores estabelecidos no número anterior são aplicáveisàs instalações de co-geração cujo processo de licenciamento seja con-siderado pela DGE completo, na parte de que é responsável o co-ge-rador, durante o ano de 2002.

14 de Março de 2002. — Pelo Ministro da Economia, Eduardo Gui-marães de Oliveira Fernandes, Secretário de Estado Adjunto do Minis-tro da Economia.

Despacho n.o 7129/2002 (2.a série). — O Decreto-Lein.o 97/2000, de 25 de Maio, aprovou o Regulamento de Instalação,Funcionamento, Reparação e Alteração de Equipamentos sob Pres-são, remetendo para instruções técnicas complementares (ITC) asrespectivas regras técnicas aplicáveis a equipamentos da mesmafamília.

Deste modo, torna-se necessário definir as regras técnicas aplicáveisa equipamentos sob pressão e conjuntos destinados à produção ouarmazenagem de líquidos criogénicos.

Assim:Nos termos do n.o 2 do artigo 1.o do Decreto-Lei n.o 97/2000,

de 25 de Maio, determino o seguinte:1 — É aprovada a instrução técnica complementar (ITC) para equi-

pamentos sob pressão e conjuntos destinados à produção ou arma-zenagem de líquidos criogénicos.

2 — O presente despacho entra em vigor no 1.o dia do mês seguinteao da sua publicação.

14 de Março de 2002. — Pelo Ministro da Economia, Eduardo Gui-marães de Oliveira Fernandes, Secretário de Estado Adjunto do Minis-tro da Economia.

ANEXO

Instrução técnica complementar para equipamentos sob pres-são e conjuntos destinados à produção ou armazenagem delíquidos criogénicos.

1 — Âmbito:1.1 — A presente instrução técnica complementar (ITC) tem por

objectivo definir os requisitos referentes à instalação e utilização deequipamentos sob pressão e respectivos conjuntos, adiante designadospor ESP criogénicos, com volumes superiores a 450 l e inferioresa 2 000 000 l de capacidade geométrica, e pressão máxima de serviço(PS) superior a 100 kPa (1 bar), destinados à produção ou armaze-nagem de líquidos criogénicos, nomeadamente os seguintes fluidos:

Categoria I, gases inertes — árgon, azoto, dióxido de carbono,hélio, crípton, néon e xénon;

Categoria II, gases oxidantes ou comburentes — oxigénio, pro-tóxido de azoto, ar;

Categoria III, gases inflamáveis — etano, etileno, hidrogénio.

1.2 — Estão excluídas do âmbito de aplicação do presente diplomaas instalações de armazenagem de gás natural liquefeito em ESP crio-génicos, designados por unidades autónomas de GNL, sendo-lhes apli-cável o Regulamento aprovado pela Portaria n.o 568/2000, de 7 deAgosto.

2 — Definições:2.1 — Para efeitos da presente ITC, entende-se por:

a) «Conjuntos» os vários ESP criogénicos, unidos entre si porum fabricante, por forma a constituírem um todo integradoe funcional;

b) «Elementos primários» os elementos que, em condições deserviço, estão submetidos a temperaturas inferiores a – 40oC;

c) «Elementos secundários» todos os elementos que não estãocontemplados pela definição anterior;

d) «Envolvente» o revestimento exterior que contém e protegeo isolamento do recipiente interior do equipamento;

e) «Equipamento de refrigeração» o sistema mecânico que pro-duz a refrigeração necessária para compensar os acréscimosde calor transmitidos ao recipiente interior através do iso-lamento;

f) «Equipamento sob pressão criogénico» a associação do reci-piente interior, isolamento, envolvente, suportes, tubos, vál-vulas, manómetros, termómetros, indicador de nível e outrosacessórios, que se destina a armazenar líquidos criogénicos;

g) «Gás inerte» o gás ou a mistura de gases que, nas condiçõesnormais de pressão e temperatura (101,3 kPa, 15oC), nãoreage com outros produtos;

h) «Gás inflamável» o gás ou a mistura de gases cujo limiteinferior de inflamabilidade no ar seja menor ou igual que

13,5 %, ou cuja gama de inflamabilidade (limite superiormenos limite inferior) seja superior a 12 %;

i) «Gás comburente» o gás ou a mistura de gases com um poten-cial de oxidação superior ao do ar;

j) «Instalação» o conjunto constituído pelo(s) ESP criogénicose seus sistemas acessórios e auxiliares (tubagens de inter-ligação, vaporizadores, protecções para baixa temperatura,fundações, estrutura de fixação, vedações de protecção eoutros);

l) «Instalador» a pessoa ou a entidade competente que efectuaa instalação do ESP e seus sistemas acessórios e auxiliares;

m) «Isolamento» o material colocado em torno do recipienteinterior, que se destina a reduzir o fluxo térmico do exteriorpara o interior. O isolamento poderá estar inserido ou nãonuma câmara de vácuo;

n) «Líquido criogénico» o gás liquefeito cuja temperatura deebulição à pressão atmosférica é inferior a – 40oC;

o) «Líquido inflamável» o gás liquefeito com um ponto de infla-mação inferior a 38oC;

p) «Pressão máxima admissível (PS)» a pressão máxima nacâmara gasosa, especificada pelo fabricante;

q) «Proprietário» a pessoa ou a entidade com título de pro-priedade sobre a instalação, responsável pelo seu funciona-mento, salvo se tiver delegado esta responsabilidade noutrapessoa ou entidade mediante documento escrito assinado porambas as partes;

r) «Recipiente interior» o reservatório destinado a conter olíquido criogénico.

2.2 — São ainda aplicáveis à presente ITC as definições constantesnos n.os 2 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 211/99, de 14 de Junho,e 1 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 97/2000, de 25 de Maio.

3 — Instalação de equipamento sob pressão:3.1 — Em complemento das condições gerais de segurança e fun-

cionamento definidas no Regulamento aprovado pelo Decreto-Lein.o 97/2000, de 25 de Maio, para a instalação de ESP destinadosà armazenagem de líquidos criogénicos, devem ser cumpridas asseguintes condições:

3.1.1 — As instalações dos ESP criogénicos devem ser localizadasao ar livre e ao nível do solo, não sendo aconselhável que se localizemno interior de um edifício. Porém, no caso de instalações interiores,devem ser respeitadas as seguintes condições:

A instalação pode ser feita em edificação separada, construídapara o efeito em material não poroso e não inflamável;

Em edifício já existente, deve ser assegurado o isolamento dainstalação relativamente às áreas adjacentes, com parede oumuro feitos de material incombustível, devendo conter pelomenos uma abertura para o exterior;

Deve ser assegurada uma ventilação adequada, não sendo admi-tidas no recinto valas, fossas, entradas de homem, cabos semisolamento e canaletes de tubagens;

3.1.2 — Os ESP para gases inflamáveis só podem ser instaladosno exterior de edifícios, não sendo permitida a sua colocação sobedifícios, linhas eléctricas, pontes e viadutos. A cobertura, quandoexista, deve ser de construção ligeira;

3.1.3 — O pavimento da zona destinada à instalação de ESP paraoxigénio ou outro gás comburente, bem como o da zona de esta-cionamento dos veículos de abastecimento, não deve ser de asfaltoou de produtos betuminosos. No caso dos ESP para gases inflamáveis,no pavimento do local não devem existir materiais combustíveis;

3.1.4 — Sempre que os ESP não estejam protegidos por um muro,devem estar rodeados por uma cerca metálica que impeça a apro-ximação ou manipulação por pessoas estranhas ao serviço. Em locaiscontrolados, com supervisão adequada, a vedação é opcional;

3.1.5 — A vedação deve possuir no seu perímetro duas portas metá-licas, abrindo para o exterior, equipadas com fecho não autoblocante,devendo ambas permanecer abertas sempre que decorra qualqueroperação de descarga de gás inflamável, de modo a permitirem asaída rápida e em segurança;

3.1.6 — A vedação deve permitir a circulação junto aos equipa-mentos, garantindo em toda a envolvente, medida a partir da projecçãohorizontal dos ESP, uma área livre de qualquer obstáculo com larguramínima de 0,6 m;

3.1.7 — A instalação dos ESP, bem como das respectivas vedações,deve ser efectuada de forma a permitir o fácil acesso aos veículosde abastecimento, ao pessoal autorizado e a veículos de combate aincêndios;

3.1.8 — Os ESP devem ser devidamente fixos ao solo, de modoque as tubagens de ligação sejam flexíveis, para compensar as dila-tações e contracções causadas por variações de temperatura;

3.1.9 — As fundações da instalação e o sistema de fixação ao solodevem suportar com segurança as solicitações a que possam estarsujeitos, nomeadamente devido à acção do vento, sismos e neve;

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N.o 82 — 8 de Abril de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — II SÉRIE 6493

3.1.10 — Os ESP destinados a conter, ou pelos quais irá circularo oxigénio ou outros gases comburentes, devem estar isentos de óleo,gorduras ou de outros materiais facilmente oxidáveis;

3.1.11 — Devem existir, em local bem visível, placas onde se indi-quem, de forma indelével, o gás contido, os seus perigos específicose as medidas de segurança recomendadas;

3.1.12 — O material e equipamento eléctrico, bem como as res-pectivas regras de montagem, devem obedecer às disposições de segu-rança aplicáveis às instalações de utilização de energia eléctrica, nostermos da legislação específica do sector eléctrico. Para instalaçõesde gases inflamáveis, os reservatórios devem possuir uma ligação àterra com resistência inferior a 20 ohms. Estes reservatórios devempossuir um sistema que permita estabelecer uma ligação equipotencialcom o veículo-cisterna durante as operações de descarga;

3.1.13 — A instalação de ESP para gases inflamáveis deve ser dotadade extintores portáteis, em locais de fácil acesso, na proporção de10 kg de pó químico seco por cada 1000 kg de produto, com, nomínimo, dois extintores e 6 kg por extintor;

3.1.14 — Nas instalações de ESP de gases inflamáveis de capacidadesuperior a 60 000 l, deve ser colocada uma toma-de-água com capa-cidade de 3 l/min/m2 à superfície do reservatório, que alcance o reser-vatório protegido e os adjacentes situados a menos de 10 m;

3.1.15 — Os depósitos de gases inertes e oxidantes não requeremmedidas especiais de protecção contra incêndio.

3.2 — Em relação às distâncias mínimas de segurança, deve serobservado o seguinte:

3.2.1 — Na instalação de ESP criogénicos, deve distinguir-se os quepertencem a áreas de produção ou de enchimento dos de arma-zenagem;

3.2.2 — Para os ESP afectos a instalações de produção ou de enchi-mento, podem ser utilizadas distâncias de segurança inferiores às indi-cadas nos anexos n.os 1 a 5, desde que devidamente justificadas, exceptono que se refere a vias públicas, propriedades circundantes e edifícioshabitáveis;

3.2.3 — A instalação de vários ESP num mesmo recinto deve obede-cer ao seguinte:

3.2.3.1 — No caso de existirem vários depósitos no mesmo recinto,a separação recomendada entre eles é, no mínimo, igual à semi-somados respectivos raios, mas nunca inferior a 0,6 m;

3.2.3.2 — A vedação de protecção poderá envolver os vários ESPinstalados no mesmo recinto, desde que não contenham gases infla-máveis e oxidantes em simultâneo;

3.2.4 — As distâncias mínimas de segurança entre os ESP e os locaisde risco são determinadas de acordo com os gráficos dos anexos n.os 2,4 e 5;

3.2.5 — Na impossibilidade do cumprimento das referidas distân-cias, devem ser implementadas medidas alternativas, devidamente jus-tificadas, que garantam, pelo menos, as mesmas condições de segu-rança, nomeadamente com a inserção de muros de protecção ade-quados, conforme exemplificado no anexo n.o 1.

No caso de inserção de muros de protecção, as distâncias de segu-rança medir-se-ão, tanto no sentido horizontal como no vertical, esti-mando-se ainda os ângulos rectos como equivalentes a 2,5 m, quandoas partes que constituem os seus lados tenham um comprimentomínimo de 1,3 m;

3.3 — É obrigatória a construção de bacias de segurança contraderrames acidentais, para a instalação de ESP de gases inflamáveisde capacidade maior ou igual a 50 000 l, ou para ESP de outros fluidoscom capacidade maior ou igual a 100 000 l, de acordo com o seguinte:

3.3.1 — Se a bacia presta serviço a um só depósito, o seu volumeútil mínimo deve ser o do líquido que enche totalmente o ESP, nocaso dos inflamáveis, e de 50 % para os outros casos;

3.3.2 — Se forem tomadas medidas adicionais de segurança, devi-damente justificadas, o volume da bacia indicado anteriormente podeser reduzido para o volume do ESP de maior capacidade para osinflamáveis, e de 50 % do volume do ESP de maior capacidade, paraos não inflamáveis;

3.3.3 — A bacia de segurança deve ser construída em material com-patível com as características do fluido a conter, sendo o respectivoprojecto parte integrante do processo de requerimento para auto-rização prévia da instalação.

4 — Provas de pressão e inspecções periódicas:4.1 — As provas de pressão dos ESP criogénicos devem ser rea-

lizadas com ar seco ou azoto isentos de óleo, dado que as condiçõesparticulares de construção e funcionamento destes equipamentos nãoaconselham a prova de pressão hidráulica.

4.2 — Na impossibilidade de realização da prova de pressão pneu-mática, esta pode ser efectuada com o próprio fluido criogénico parao qual o equipamento se destina.

4.3 — A pressão de ensaio deve ser igual a 110 % da pressão máximade serviço.

4.4 — As provas de pressão para renovação da aprovação de ins-talação serão efectuadas periodicamente e antes de findar o prazo

de validade atribuído na última prova, realizando-se, no máximo, de15 em 15 anos.

4.5 — Devem ainda ser realizadas provas de estanquidade com umaperiodicidade máxima de cinco anos e com a pressão de ensaio igualà pressão máxima para a qual os dispositivos de segurança estejamregulados.

4.6 — No caso de colunas de destilação e de permutadores, ins-talados em caixas frias, será efectuado na instalação um ensaio deestanquidade com ar seco ou azoto, a uma pressão de 95 % da pressãomáxima de serviço. Estes equipamentos estão dispensados de provasde pressão periódicas, devendo ser efectuadas as acções definidasno n.o 4.7, com periodicidade máxima de cinco anos.

4.7 — No acto dos ensaios mencionados nos números anteriores,devem ainda ser efectuadas inspecções para controlo das condiçõesde segurança, onde será verificado o funcionamento dos dispositivosde segurança instalados, complementados pelos respectivos certifi-cados de conformidade. A inspecção é constituída pelos seguintesitens, quando aplicáveis:

4.7.1 — Exame visual incidindo sobre a estanquidade das válvulase o estado geral da instalação;

4.7.2 — Verificação da pressão de disparo das válvulas, que poderáser efectuado através do aumento da pressão interna do reservatórioou utilizando equipamento apropriado para o efeito;

4.7.3 — Verificação do nível de vácuo, quando aplicável, ou verifi-cação por outros meios, do estado do isolamento térmico.

5 — Órgãos e dispositivos de protecção:5.1 — Os ESP criogénicos devem estar equipados com válvulas de

segurança, associadas ou não com discos de rotura, em permanentecontacto com a fase gasosa do fluido contido, e ser dotados de manó-metros e outros equipamentos de medição ou controlo adequados,de acordo com o seguinte:

5.1.1 — As válvulas de segurança e os discos de rotura devem serde concepção adequada e dimensionados de acordo com os requisitosaplicáveis;

5.1.2 — As válvulas de segurança serão do tipo mola e prato deelevação total, devendo ter a possibilidade de serem seladas apósa sua calibração;

5.1.3 — A aplicação dos referidos dispositivos de segurança deveser efectuada de modo que os elementos estruturais do recipiente,e equipamentos auxiliares, não sejam danificados em caso de eventuaisdescargas ou projecções do produto, devido a sobrepressões.

5.2 — Salvo casos devidamente fundamentados, o corpo interiordos ESP criogénicos deve estar protegido contra sobrepressões, comum dos sistemas de segurança seguintes:

5.2.1 — Duas válvulas de segurança ou uma válvula de segurançae um disco de rotura em contacto directo com o fluido, na fase gasosa,calibrados do modo seguinte:

5.2.1.1 — Uma das válvulas de segurança será calibrada de formaa permitir utilizar a pressão máxima de trabalho ou timbre do reci-piente, mas de modo a impedir que a pressão interior ultrapasse110 % da pressão máxima de serviço;

5.2.1.2 — A segunda válvula de segurança ou disco de rotura deveráser calibrada ou concebida para impedir que a pressão ultrapasse130 % da pressão máxima de serviço;

5.2.2 — Em sistema de dupla segurança, quatro válvulas de segu-rança ou duas válvulas de segurança e dois discos de rotura, agrupadosem dois sistemas independentes e alternativos, sendo cada um delesconstituído e calibrado de acordo com os n.os 5.2.1.1 e 5.2.1.2.

Deve ainda existir um dispositivo que permita apenas a comutaçãopara o outro dos sistemas independentes, sem que em nenhummomento se possa isolar os dois simultaneamente.

5.3 — Existindo câmara de isolamento por vácuo, a protecção daenvolvente a eventuais sobrepressões deverá, de igual modo, estarassegurada por uma válvula de segurança ou disco de rotura, queobedeça ao seguinte:

5.3.1 — A secção de passagem ou saída do fluido deve ser pelomenos igual a 0,2 ×V, expressa em milímetros quadrados, sendo Va capacidade total do recipiente interior, expressa em litros;

5.3.2 — O dispositivo de segurança aplicado deve ser calibrado paraabrir a uma pressão que seja inferior à pressão interna de cálculoda envolvente, bem como à pressão externa considerada no cálculodo recipiente interior.

Caso este dispositivo de segurança seja um disco de rotura, deveser colocado na parte mais elevada do recipiente, de modo que asua projecção seja de baixo para cima.

5.4 — O ESP deve estar equipado com um manómetro ligado àfase gasosa, no qual esteja marcada a pressão de disparo da válvulade segurança, bem como um dispositivo que permita medir a quan-tidade de produto armazenado na fase líquida.

5.5 — A envolvente deve dispor de um dispositivo que permita amedição do nível de vácuo existente ou, não existindo câmara devácuo, de um dispositivo que permita o controlo da pureza do gásde isolamento.

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6494 DIÁRIO DA REPÚBLICA — II SÉRIE N.o 82 — 8 de Abril de 2002

ANEXO N.o 1

Definição das distâncias de segurança

ANEXO N.o 1-A

Definição das distâncias de segurança

(ilustração do limite da instalação, onde podem ocorrer fugasou derramamento de oxigénio)

ANEXO N.o 2

ESP de oxigénio e outros fluidos comburentes

Distâncias de segurança mínimas, S, D

(v. anexos n.os 1 e 1-A)

Tipos de exposição:

Grupo n.o 1:

Distância S;Secções contínuas de condutas contendo fluidos inflamáveis,

não interrompidas por acessórios, por exemplo, válvulas,uniões e flanges.

Grupo n.o 2:

Limite da área de circulação e parqueamento de veículosnão autorizados;

Áreas onde é autorizado fumar e permitida a existênciade chamas controladas ou fontes de ignição;

Instalações fixas de gases não inflamáveis.

Grupo n.o 3:

Postos transformadores de média ou alta voltagem;Armazenagem de materiais comburentes, por exemplo,

madeira, incluindo edifícios e estruturas em madeira;Equipamento que não faz parte da instalação de arma-

zenagem;Caves, esgotos ou aberturas abaixo do nível do solo;Acessórios, por exemplo, válvulas, uniões e flanges em con-

dutas contendo fluidos inflamáveis.

Grupo n.o 4:

Escritórios, cantinas e locais onde habitualmente se juntamfuncionários ou visitantes;

Propriedades circundantes;Admissão de ar de compressor ou ventilador;Armazenagem de fluidos inflamáveis, por exemplo, GPL.

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N.o 82 — 8 de Abril de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — II SÉRIE 6495

ANEXO N.o 3

Definição das distâncias de segurança

DS — Distância de segurança, de acordo com os anexos n.os 4 e 5.

ANEXO N.o 4

ESP de fluidos inertes

Distâncias de segurança mínimas, D

(v. anexo n.o 3)

Tipos de exposição:

Grupo n.o 1 — secções contínuas de condutas contendo fluidosinflamáveis, não interrompidas por acessórios, por exemplo,válvulas, uniões e flanges.

Grupo n.o 2:

Limite da área de circulação e parqueamento de veículosnão autorizados;

Áreas onde é autorizado fumar e permitida a existênciade chamas controladas ou fontes de ignição;

Instalações fixas de gases não inflamáveis;Caves, esgotos ou aberturas abaixo do nível do solo.

Grupo n.o 3:

Escritórios, cantinas e locais onde habitualmente se juntamfuncionários ou visitantes;

Propriedades circundantes;Armazenagem de produtos inflamáveis, por exemplo, GPL;Acessórios, por exemplo, válvulas, uniões e flanges em con-

dutas contendo fluidos inflamáveis.

ANEXO N.o 5

ESP de fluidos inflamáveis

Distâncias de segurança mínimas, D

(v. anexo n.o 3)

Tipos de exposição:

Grupo n.o 1 — secções contínuas de condutas contendo fluidoscomburentes, não interrompidas por acessórios, por exemplo,válvulas, uniões e flanges.

Grupo n.o 2:

Limite da área de circulação e parqueamento de veículosnão autorizados;

Caves, esgotos ou aberturas abaixo do nível do solo;Postos transformadores de média ou alta voltagem;Projecção de linhas eléctricas.

Grupo n.o 3:

Escritórios, cantinas e locais onde habitualmente se juntamfuncionários ou visitantes;

Propriedades circundantes;Admissão de ar de compressor ou ventilador;Armazenagem de fluidos comburentes, por exemplo, oxi-

génio;Acessórios, por exemplo, válvulas, uniões e flanges em con-

dutas contendo fluidos comburentes;Armazenagem de materiais inflamáveis, por exemplo,

madeira incluindo edifícios e estruturas em madeira.

Gabinete do Secretário de Estado Adjuntodo Ministro da Economia

Despacho n.o 7130/2002 (2.a série):

Ana Cristina Moreira da Silva Pinto Falcão Ferreira, técnica superiorde 1.a classe do quadro de pessoal da Direcção Regional do Norte